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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCAÇAO
LICENCIATURA EM PSICOLOGIA EDUCACIONAL COM HABILITAÇÕES EM
INTERVENÇÃO DE DESENVOLVIMENTO HUMANO E APRENDIZAGEM

4º Ano

1o GRUPO

ALIMA IDÍCIO SUBUANA

ALMEIDA ROBERTO DAVID

ANGOLANA AMÉRICO LEMOS

ERICA CAETANO CHINAI

TASSINE TIAGO PORTUGAL

VERÓNICA JÚLIO UACOMOLA

Teoria da Avaliação Psicológica.

QUELIMANE
2023
1o GRUPO

ALIMA IDÍCIO SUBUANA

ALMEIDA ROBERTO DAVID

ANGOLANA AMÉRICO LEMOS

ERICA CAETANO CHINAI

TASSINE TIAGO PORTUGAL

VERÓNICA JÚLIO UACOMOLA

Teoria da Avaliação Psicológica.

TRABALHO DE CARÁCTER AVALIATIVO A


SER ENTREGUE NO DEPARTAMENTO DE
EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA, NA CADEIRA
PSICODIAGNÓSTICO, LECCIONADA PELA
DOCENTE;

DRA. PIEDADE ALFERES

QUELIMANE
2023
2

Índice.

Índice. ..................................................................................................................................... 2
Introdução. .............................................................................................................................. 3
Objectivos. .............................................................................................................................. 4
Gerais: ..................................................................................................................................... 4
Específicos: ............................................................................................................................. 4
Metodologia. ........................................................................................................................... 4
1. Teoria da Avaliação Psicológica. .................................................................................... 5
1.1. História da Avaliação Psicológica. .............................................................................. 6
1.2. Avaliação Psicológica e Testagem Psicológica. .......................................................... 7
2. Teoria do Desenvolvimento Cognitivo. .......................................................................... 7
3. Teoria do Desenvolvimento Emocional. ......................................................................... 9
3.1. A dependência absoluta e a memória da presença. .................................................... 10
3.2. Dependência relativa. ................................................................................................. 10
3.3. Rumo à independência. .............................................................................................. 11
3.4. Memória da presença no setting analítico. ................................................................. 11
4. Teoria do Desenvolvimento Afetivo. ............................................................................ 12
4.1. Teoria do apego de John Bowlby. ............................................................................. 12
4.1.1. Fases do desenvolvimento da afetividade infantil segundo Bowlby. ..................... 13
4.2. Fases do desenvolvimento da afetividade segundo Henry Wallon. ........................... 13
4.2.1. Estágios do desenvolvimento da afetividade de acordo com Wallon. ................... 14
4.3. Fases do desenvolvimento da afetividade segundo Sigmund Freud. ......................... 14
5. Teoria da Personalidade na Infância e na Adolescência. ............................................... 15
5.1. Principais Teorias Psicológicas do Desenvolvimento da Personalidade Infantil. ..... 15
5.1.1. Teoria do Desenvolvimento — Jean Piaget. .......................................................... 15
5.2. Teoria do Desenvolvimento — Henry Wallon. ......................................................... 16
5.3. Teoria do Desenvolvimento — Vygotsky. ................................................................ 17
Conclusão. ............................................................................................................................ 19
Referências Bibliográficas. ................................................................................................... 20
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Introdução.

Estre trabalho é produzido por estudantes do grupo com vista a abordar aspectos
importantes em volta da avaliação psicológica, teoria do desenvolvimento cognitivo, teoria do
desenvolvimento afectivo, teoria do desenvolvimento emocional e a teoria da personalidade na
infância e na adolescência.

A avaliação psicológica é, talvez, uma das áreas mais antigas da psicologia. Ao nascer,
teve uma de suas aplicações práticas – o desenvolvimento dos testes psicológicos e da
psicometria – voltada para seleção de soldados nas grandes guerras (Anastasi & Urbina, 2000).

Para os cognitivistas a aprendizagem é concebida como um processo de aquisição de esquemas


de resposta e de adaptações sucessivas ao meio. Para que possamos falar de aprendizagem terá
de ocorrer uma mudança da estrutura cognitiva do sujeito, na forma como ele percebe,
selecciona e organiza os objectos e os acontecimentos e nos significados que lhes atribui.

A teoria de Donald Winnicott trata da experiência humana como relação interpessoal.


Por debruçar-se na relação mãe-bebê como primordial para o desenvolvimento emocional dos
indivíduos, é preciso considerar de imediato que na perspectiva winnicottiana não existe um
ideal a ser buscado sobre o ser mãe. Há uma fase de alta adaptação do ambiente às necessidades
do bebê e, de início, esse ambiente é a mãe. Para o psicanalista, é a partir dessa relação inicial
que o eu se constitui, podendo vislumbrar um futuro como alguém.

Vários autores observaram e analisaram as mudanças que as crianças vivenciam ao


longo dos primeiros anos de vida. Todos afirmam que o estabelecimento de vínculos afetivos
desde o nascimento do bebê é de vital importância. Esses primeiros vínculos, bem como sua
qualidade, vão determinar a evolução e o desenvolvimento afetivo da criança.

Parte-se da premissa de que os aspectos emocionais são extrema-mente relevantes à


forma como assimilamos os conteúdos, e que eles podem ser decisivos na formação de um ser
humano engajado à sociedade. Os fundamentos teóricos de Piaget, Vygostky e Wallon
permeiam e fundamentam as análises sobre o vínculo entre professor e aluno no processo de
aprendizagem; a importância da autoestima e da escola. Conclui-se que o relacionamento
afetivo proporciona inte-ração, respeito, dedicação e vontade de aprender, enfatizando o papel
do professor, que deve propiciar excelentes oportunidades para elevar o rendimento escolar dos
educados, tornando a aprendizagem mais agradável e produtiva.
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Objectivos.

Gerais:

 Abordar sobre a Teoria da Avaliação Psicológica em função de seus conceitos e


problemáticas, origem histórica, características e importância.

Específicos:

 Abordar sobre a Teoria do Desenvolvimento Cognitivo;


 Abordar sobre a Teoria do Desenvolvimento Emocional;
 Abordar sobre a Teoria do Desenvolvimento Afetivo;
 Abordar sobre a Teoria da Personalidade na Infância e Adolescência.

Metodologia.

Este estudo teve como base de pesquisa a revisão de literatura. De acordo com Gil
(2017) a pesquisa bibliográfica é baseada em materiais já desenvolvidos, que são, em grande
parte, constituídos por artigos científicos e livros. A pesquisa bibliográfica possui vantagens se
comparada com outros tipos de pesquisa, como por exemplo, permitir ao investigador a
cobertura de vários fenômenos amplos, diferentemente de pesquisas que vão unicamente no
assunto. Esta pesquisa foi elaborada com base em materiais já desenvolvidos, sendo composta
por artigos científicos e livros, seguindo o rigor dessa metodologia.
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1. Teoria da Avaliação Psicológica.

A avaliação psicológica trata-se de um conjunto de recursos a nível teórico e


metodológico que auxiliam o psicólogo no estudo da personalidade e de outras funções
cognitivas do ser humano. Logo, pode-se compreender a avaliação psicológica como um corpo
organizado de estratégias e instrumentos disponíveis ao psicólogo para a concretização de suas
investigações.

O termo avaliação psicológica foi utilizado pela primeira vez nos Estados Unidos em
1948, com a publicação da Oficina de Serviços Estratégicos do Exército. Tanto a história da
avaliação psicológica, quanto a história dos testes psicológicos, se confundem, dando a entender
que as duas coisas tivessem a mesma finalidade. (Avoglia, 2012)

A avaliação psicológica é, talvez, uma das áreas mais antigas da psicologia. Ao nascer,
teve uma de suas aplicações práticas – o desenvolvimento dos testes psicológicos e da
psicometria – voltada para seleção de soldados nas grandes guerras (Anastasi & Urbina, 2000).
Dessa forma, a avaliação é muitas vezes identificada com um segmento particular da psicologia
dedicado à criação de instrumentos e técnicas.

No entanto, a avaliação, em geral, e, em particular, o desenvolvimento de instrumentos,


representa uma área central da ciência psicológica porque permite a objetivação e
operacionalização de teorias psicológicas.

Em outro momento ressaltou-se esse aspecto:

A avaliação psicológica é geralmente entendida como


uma área aplicada, técnica, de produção de instrumentos para o
psicólogo, visão certamente simplista da área. A avaliação
psicológica não é simplesmente uma área técnica produtora de
ferramentas profissionais, mas sim a área da psicologia
responsável pela operacionalização das teorias psicológicas em
eventos observáveis. Com isso, ela fomenta a observação
sistemática de eventos psicológicos, abrindo os caminhos para a
integração teoria e prática. (Primi, 2003, p. 68)

Assim, a avaliação psicológica, especialmente aquela parte que se dedica ao


desenvolvimento de instrumentos, é uma área nuclear da psicologia e de sua edificação
enquanto ciência. Em primeiro lugar porque envolve a objetivação dos conceitos teóricos em
elementos observáveis.
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Em segundo lugar porque requer aplicação de método científico baseado no


conhecimento sobre quais delineamentos (levantamento, correlacional, quase-experimental e
experimental) são mais adequados ao conhecimento que se deseja ter. Em terceiro lugar porque
envolve também o uso de modelagem matemática na representação dos processos psicológicos,
abordagem que vem gradativamente substituindo o modelo clássico de análise de dados baseado
somente no teste de significância da hipótese nula (Rodgers, 2010). E, por último, porque seus
produtos (instrumentos de medida) são peças necessárias ao desenvolvimento do conhecimento
científico dentro da psicologia. Por esses motivos, ao se tratar do tema avaliação, sua história e
seu desenvolvimento, não se está falando de um assunto restrito a uma determinada área, mas
sim dos fundamentos mais gerais da psicologia.

1.1. História da Avaliação Psicológica.

Levou séculos para que o homem entendesse as diferenças que cada indivíduo tem,
fossem comportamentos “anormais” ou problemas mentais sérios. Para que fossem explicadas
tais “anormalidades”, o homem criou as mais variadas explicações para esses fenômenos, como
explicações religiosas ou mágicas, o que fazia com que se distanciassem da realidade de
enxergar esses problemas como parte da condição humana. A atenção nas diferenças
individuais, cresceu muito por volta do final do século XVIII e início do século XIX. E foi nesse
contexto que surgiram os testes psicológicos, sofrendo influências de conceitos do campo da
Física, Química, Astronomia, Medicina, Psiquiatria e da investigação social. (Werlang;
Villemor-Amaral; Nascimento, 2010)

Por volta do século XIX os testes tiveram grande valor para a psicologia, do ponto de
vista do desenvolvimento científico, já que os psicofísicos alemães Weber e Fechner deram os
primeiros passos para que a psicologia fosse reconhecida como uma disciplina científica, cujo
grande pioneiro deste feitio foi Wilhelm Wundt, com a criação do primeiro laboratório dedicado
à pesquisa psicológica, na Alemanha, mais especificamente em Leipzig (Ambiel, 2011).

Muito antes do século XX, já se fazia uma investigação e levantamento de


características e capacidades das pessoas, verificação feita principalmente em situações para
selecionar candidatos para uma atividade específica (Urbina, 2007). Sobre a testagem
psicológica Mc Reynolds (1986) e mais logo Ambiel (2011) dizem que os princípios da
utilização de procedimentos de avaliação clínica recaem especialmente sobre a psiquiatria, no
início do século XIX, com estudos realizados na Alemanha e na França, focado na elaboração
7

de provas para avaliar o nível do desempenho cognitivo de pessoas com danos cerebrais ou que
sofriam de outros transtornos.

Binet, interessado na psicologia individual, desenvolve um instrumento para


diagnosticar crianças que precisavam da atenção no sistema educacional. Binet, juntamente
com Simon, adota o termo nível, indicando a possibilidade de mudança e variação, porém o
psicólogo alemão Willian Stern, desenvolve uma fórmula para calcular o Quociente de
inteligência, alterando o conceito de nível mental, pelo conceito de idade mental, que dá
margem para algo que é fixo e que não muda (Silva, 2010).

1.2. Avaliação Psicológica e Testagem Psicológica.

Segundo Machado (2007, p. 15) “testes e avaliações não são sinônimos. Os testes são
uma das ferramentas usadas no processo de avaliação. Avaliar é muito mais do que aplicar
testes. Avaliar é um processo dinâmico”. Levando em conta essa informação, é possível inferir
que no processo de avaliação tem diversas ferramentas que são utilizadas, sendo os testes
apenas outros meios pelo qual se podem obter mais informações sobre o avaliando.

Ao se tratar do termo amplo, avaliação psicológica, deve-se, em primeiro lugar,


distingui-lo dos instrumentos de avaliação. A avaliação psicológica é uma atividade mais
complexa e constitui-se na busca sistemática de conhecimento a respeito do funcionamento
psicológico das pessoas, de tal forma a poder orientar ações e decisões futuras. Esse
conhecimento é sempre gerado em situações que envolvem questões e problemas específicos.
Já os instrumentos de avaliação constituem-se em procedimentos sistemáticos de coleta de
informações úteis e confiáveis que possam servir de base ao processo mais amplo e complexo
da avaliação psicológica. Portanto, os instrumentos estão contidos no processo mais amplo da
avaliação psicológica (Primi, Nascimento & Souza, 2004).

2. Teoria do Desenvolvimento Cognitivo.

A Teoria cognitiva surgiu nos Estados Unidos entre as décadas de 1950 e 1960 como
uma forma de crítica ao Comportamentalismo, que postulava, em linhas gerais, a aprendizagem
como resultado do condicionamento de indivíduos quando expostos a uma situação de estímulo
e resposta. (Carmo, 2021)

O termo cognição pode ser definido como o conjunto de habilidades mentais necessárias
para a construção de conhecimento sobre o mundo. Os processos cognitivos envolvem,
portanto, habilidades relacionadas ao desenvolvimento do pensamento, raciocínio, linguagem,
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memória, abstração entre outros. Têm início ainda na infância e estão diretamente relacionados
à aprendizagem. (Carmo, 2021)

Para os cognitivistas a aprendizagem é concebida como um processo de aquisição de


esquemas de resposta e de adaptações sucessivas ao meio. (POEFDS, 2011)

De acordo com os principais teóricos cognitivistas, dentre os quais se destacam Piaget,


Wallon e Vigotsky, é preciso compreender a ação do sujeito no processo de construção do
conhecimento. Apesar de diferenças entre suas teorias, procuraram compreender como a
aprendizagem ocorre no que se refere às estruturas mentais do sujeito e sobre o que é preciso
fazer para aprender. (Carmo, 2021)

Jean Piaget (1896-1980) centraliza sua explicação para o desenvolvimento cognitivo


nas fases de desenvolvimento da criança. Para ele, o desenvolvimento cognitivo ocorre em uma
série de estágios sequenciais e qualitativamente diferentes, através do quais vai sendo
construída a estrutura cognitiva seguinte, mais complexa e abrangente que a anterior. Nesse
sentido a teoria piagetiana considera a inteligência como resultado de uma adaptação biológica,
aonde o organismo procura o equilíbrio entre assimilação e acomodação para organizar o
pensamento. O que determina o que o sujeito é capaz de fazer em cada fase do seu
desenvolvimento é o equilíbrio correspondente a cada nível mental atingido. (Carmo, 2021)

Henry Wallon (1879-1962) compreende o desenvolvimento cognitivo como um


processo social e interacionista, no qual a linguagem e o entorno social assumem um papel
fundamental. Assim como Piaget, Wallon também categoriza o desenvolvimento em etapas,
mas procura o entendimento do sujeito em sua integralidade: biológica, afetiva, social e
intelectual. Desta forma, a existência do indivíduo se dá entre as exigências do organismo e da
sociedade e seu desenvolvimento ocorre por meio de uma construção progressiva em que
predominam ora aspectos afetivos, ora cognitivos estabelecidos, através das relações entre um
ser e um meio que se modificam reciprocamente. (Carmo, 2021)

Lev Vygotsky (1896-1934) postula que o desenvolvimento do indivíduo e a aquisição


de conhecimentos é resultado da interação do sujeito com o meio, através de um processo sócio-
histórico construído coletivamente e mediado pela cultura. De acordo com sua teoria, a
aprendizagem promove o despertar de processos internos de desenvolvimento que não
ocorreriam senão por meio das interações estabelecidas com o meio externo ao longo da vida.
Como fruto dessas trocas e interações, o cérebro tem a capacidade de criar novos
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conhecimentos, isto porque o contato com outras experiências ativa as potencialidades do


aprendiz em elaborar seus conhecimentos sobre os objetos, em um processo mediado pelo
outro. (Carmo, 2021)

Podemos apontar que a principal contribuição das teorias cognitivas é permitir um maior
nível de compreensão sobre como as pessoas aprendem, partindo do princípio de que essa
aprendizagem é resultado da construção de um esquema de representações mentais que se dá a
partir da participação ativa do sujeito e que resulta, em linhas gerais, no processamento de
informações que serão internalizadas e transformadas em conhecimento. (Carmo, 2021)

3. Teoria do Desenvolvimento Emocional.

A teoria de Donald Winnicott trata da experiência humana como relação interpessoal.


Por debruçar-se na relação mãe-bebê como primordial para o desenvolvimento emocional dos
indivíduos, é preciso considerar de imediato que na perspectiva winnicottiana não existe um
ideal a ser buscado sobre o ser mãe. Há uma fase de alta adaptação do ambiente às necessidades
do bebê e, de início, esse ambiente é a mãe. (Abram, 2007)

Esse desenvolvimento emocional – diferente do que fizera Freud, descrevendo e


classificando o desenvolvimento em termos de modos de relações de objeto, impulsionados
pelas pulsões – foi redescrito, por Winnicott, em função da questão da dependência que o ser
humano tem em relação ao ambiente e ao outro:

´´Possuímos a única formulação realmente útil, que existe, da


maneira pela qual o ser humano psicologicamente se desenvolve de um
ser completamente dependente e imaturo para um estado maduro
relativamente independente`` (Winnicott, 1989)

Winnicott (1988) considera que a adaptação materna às necessidades do bebê é


facilitada quando realizada pela mãe biológica, pois espera-se que as alterações fisiológicas
decorrentes da gestação contribuam para esse estado singular em que a mãe é capaz de se
identificar com o bebê pela proximidade da relação entre eles. O autor reconhece que essa ampla
adaptação é limitada, restringindo-se aos meses iniciais, sobretudo pela necessidade de
separação da fusão mãe-bebê que não poderia sustentar-se permanentemente. O autor nomeia
essa fase de preocupação materna primária, fase na qual " ao fim da gravidez e nas primeiras
semanas depois do nascimento de uma criança, a mãe está preocupada com (ou melhor,
'devotada ao') o cuidado do seu nenê, que de início parece ser parte dela mesma", possibilitando
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a ela reconhecer exatamente o que ele precisa, por meio da sua própria experiência como bebê
(Winnicott, 1963b/1983, p. 81).

As conquistas do amadurecimento são explicitadas em termos de fases, embora o


processo não seja contínuo e direto, podendo retornar à fase anterior sempre que a vida exigir.
As fases são assim dividas: dependência absoluta, dependência relativa e rumo à
independência. Cada uma delas é caracterizada por conquistas necessárias ao desenvolvimento
emocional, de modo que as falhas irão provocar uma paralisação no desenvolvimento
emocional. Isso faz com que seja necessário retomá-las em algum momento, garantindo, assim,
sua continuidade. A seguir, apresentamos cada uma dessas fases e sua importância para a
constituição do bebê como um eu capaz de viver relações com o mundo de modo integrado.
(Abram, 2007)

3.1. A dependência absoluta e a memória da presença.

A dependência absoluta tem como princípio indispensável, como o próprio nome diz,
uma dependência extrema do ambiente. O que melhor explica essa dependência é o chamado
holding, ou seja, o segurar e sustentar o bebê enquanto corpo e pessoa realizados pela mãe ou
por quem exerce esse papel. (Winnicott, 1960/1983, p. 44)

No início da vida do bebê, não há um eu, mas uma tendência inata à integração dada a
todo indivíduo, que não garante, porém, a integração. Esta precisa ser conquistada,
possibilitando que o psiquismo se forme. Esse potencial criador humano refere-se à capacidade
para viver experiências, como a singular forma de criar a realidade vivida pelo bebê, o que
Winnicott nomeará ilusão de onipotência.

3.2.Dependência relativa.

Quando tudo corre bem, ao final da fase de dependência absoluta, assistimos à


constituição da psique e, com ela, formas mais sofisticadas na relação do bebê com o mundo,
já que o seu desenvolvimento intelectual também está amadurecendo. Segundo Winnicott, neste
momento, " o lactente muda de um relacionamento com um objeto subjetivamente concebido
para uma relação com um objeto objetivamente percebido" e, com isso, grandes mudanças na
forma como se relaciona com o mundo se operam, a começar pela relação de objeto.

A dependência relativa se caracteriza, especialmente, por uma diminuição da


dependência do ambiente e, com isso, de sua capacidade de adaptar-se a suas pequenas falhas,
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de modo que " se pode distinguir entre a dependência que está além da capacidade de percepção
do lactente e a dependência da qual o lactente pode tomar conhecimento" (Winnicott,
1963b/1983, p. 83). O que ocorre é que o bebê começa a conhecer o ambiente como externo, e
torna-se capaz, por exemplo, de perceber quando será alimentado, já que " pode esperar uns
poucos minutos porque os ruídos na cozinha indicam que a comida está prestes a aparecer. Ao
invés de simplesmente ficar excitado pelos ruídos, o lactente usa esses novos itens para se
capacitar a esperar" (Winnicott, 1963b/1983, p. 83).

3.3.Rumo à independência.

A conquista desta fase é a vivência pelo bebê de cada vez menos adaptação do ambiente
materno, pois agora ele já tem condições mais elaboradas de lidar com o mundo. A base foi
bem constituída, a confiança no ambiente que constituiu a memória da presença dá espaço agora
à experiência com uma memória representacional e isto é um passo importante na perspectiva
winnicottiana. Conforme Winnicott, o bebê consegue viver sem cuidado real, mas isso " é
conseguido através do acúmulo de recordações do cuidado, da projeção de necessidades
pessoais e da introjeção de detalhes do cuidado materno, com o desenvolvimento da confiança
no meio" (1960/1983, p. 46).

Com isso, o bebê começa a operar ações no mundo e pode começar a lidar com suas
consequências. Ele faz e percebe que isso gera mudanças no mundo externo e um matiz de
sentimentos é descoberto a partir de então.

Além disso, as relações interpessoais começam a ganhar contornos mais complexos.


Segundo o autor, " a criança torna-se autônoma e é capaz de assumir responsabilidades por si
mesma, independentemente de um apoio de ego altamente adaptativo" (Winnicott, 1971e/1975,
p. 177).

3.4.Memória da presença no setting analítico.

De imediato, é preciso compreender que, para Winnicott (1954/2000, p. 377), regressão


" indica simplesmente o contrário de progresso". O progresso iniciado, como vimos em sua
teoria do amadurecimento, desde a vida intrauterina, " consiste na evolução do indivíduo,
psicossoma, personalidade e mente junto com (eventualmente) a formação do caráter e a
socialização" (Winnicott, 1984, p. 377). Deste modo, não é possível reverter este progresso sem
condições que garantam sua continuidade, o que, na leitura winnicottiana, se dá por meio de
provisões ambientais. O autor postula a necessidade da "regressão ao ambiente" e não ao trauma
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de forma isolado, pois os dois ocorrem conjuntamente. Com isso, interessa-se pelo contexto
ambiental e " não apenas a regressão a pontos bons ou maus nas experiências instintivas do
indivíduo, mas também pontos bons ou maus na adaptação do ambiente às necessidades do ego
e do id na história do indivíduo" (Winnicott, 1954/2000, p. 380).

4. Teoria do Desenvolvimento Afetivo.

Pesquisas realizadas sobre o fenômeno da “afetividade” têm ressaltado sua importância


no processo de desenvolvimento humano, forjando a necessidade de cernir o conceito na
sociedade contemporânea. Nos dicionários, como MICHAELIS (2015) e o AURÉLIO (1994,
p. 31), por exemplo, entende-se a afetividade como “conjunto de fenômenos psíquicos que se
manifestam sob formas de emoções, sentimentos e paixões”. Contudo, não é no calor das
emoções ou mesmo sob os impulsos da paixão, segundo Botturi (2013), que devemos
compreender as relações, tendo em vista que a afetividade tem-se revelado “lugar de máxima
dispersão, chegando a se reduzir às vezes a um não lugar do humano”. (FORNASIER, p. 90,
2016)

As crianças nascem com uma série de comportamentos: sugar, sorrir, chorar. Esses
comportamentos têm como objetivo provocar certas respostas na mãe ou nos cuidadores,
mantendo a proximidade e buscando vínculos afetivos. Esses comportamentos são as primeiras
manifestações afetivas do bebê. Vários autores observaram e analisaram as mudanças que as
crianças vivenciam ao longo dos primeiros anos de vida. Todos afirmam que o estabelecimento
de vínculos afetivos desde o nascimento do bebê é de vital importância. Esses primeiros
vínculos, bem como sua qualidade, vão determinar a evolução e o desenvolvimento afetivo da
criança.

4.1.Teoria do apego de John Bowlby.

Bowlby, um psiquiatra e psicanalista londrino, formulou a teoria do apego. A partir de


sua pesquisa, ele demonstrou a importância da criação de vínculos afetivos seguros entre a
criança e a mãe ou os cuidadores, sendo esta uma necessidade primordial do ser humano.

Portanto, sua fundamentação teórica se baseia no fato de que o estado de segurança ou


ansiedade que a criança vivencia é determinado pela resposta do adulto com o qual é
estabelecido o vínculo afetivo. Esse vínculo afetivo evolui conforme a criança avança no seu
desenvolvimento.
13

4.1.1. Fases do desenvolvimento da afetividade infantil segundo Bowlby.

Ψ Pré-apego (de 0 a 6 semanas).


Nessa fase, o bebê responde aos estímulos ambientais por meio de respostas reflexas
inatas (sorriso, choro, olhar…). Ele tenta chamar a atenção dos seus cuidadores. Embora ainda
não tenha estabelecido o apego propriamente dito, o bebê mostra uma preferência pela voz da
mãe (ou, na sua falta, do cuidador), em comparação com as outras pessoas.

Ψ Formação do apego (de 6 semanas aos 6 meses).

Os comportamentos e respostas do bebê são mais orientados para a mãe. Ele sorri,
balbucia e segue a mãe com os olhos. Apesar disso, ele não demonstra ansiedade de separação
quando a perde de vista. No entanto, ele fica irritado com a perda do contato humano.

Ψ Apego (dos 6 meses a 1 ano).

O vínculo afetivo entre mãe e filho é evidente. Nessa fase, a criança mostra ansiedade e
irritação diante da separação da mãe. Por volta dos oito meses, o bebê começa a rejeitar outras
pessoas próximas do seu entorno. Ele só se acalma com a presença e a voz da mãe. Portanto,
nessa fase, os esforços da criança estão focados em atrair a atenção e a presença da mãe.

Ψ Formação de relações recíprocas (a partir dos 24 meses).

Nessa fase, surgem a linguagem e a capacidade de representação mental. Com isso, a


criança consegue antecipar e prever o retorno da mãe diante da ausência dela, o que permite
que sua ansiedade de separação diminua. O pequeno entende que a mãe vai voltar a qualquer
momento. Uma vez que essas fases forem cumpridas, a criança terá estabelecido um vínculo
suficientemente sólido, de modo que não precisará mais buscar a mãe continuamente, pois já
saberá que ela vai aparecer quando precisar.

4.2. Fases do desenvolvimento da afetividade segundo Henry Wallon.

Médico, psicólogo e pedagogo que dedicou a vida à compreensão da psicologia infantil.


Wallon afirma que a criança é um ser social desde o nascimento e, portanto, a chave para o seu
desenvolvimento está na interação com os outros.

De acordo com Wallon, vários aspectos devem ser combinados para o desenvolvimento
da criança: aspectos motores, afetivos, cognitivos e psicomotores. Todos eles são importantes,
por sua vez, para desenvolver as emoções, a percepção, o pensamento e a linguagem.
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Além disso, ele se concentra em quatro fatores que explicam a evolução psicológica da
criança e que constroem a personalidade: as emoções, o outro, o ambiente – que pode ser físico,
biológico e social – e o movimento.

4.2.1. Estágios do desenvolvimento da afetividade de acordo com Wallon.

Ψ Impulsivo motor (0-6 meses).


O bebê mostra suas emoções para satisfazer suas necessidades básicas e, assim, constrói
uma simbiose afetiva. Para que essas necessidades sejam atendidas, ele estabelece uma
comunicação afetiva com seus cuidadores.

Ψ Estágio emocional (6-12 meses).


Ocorre uma maturação do cérebro. Graças a essa maturação, o bebê passa de ser
biológico para ser social. Ele busca a presença de seus cuidadores, o que é, por si só, uma
necessidade.

Ψ Estágio sensório-motor (1-3 anos).

Além das relações com as pessoas e o ambiente, ele também estabelece relações, de
apego inclusive, com os objetos ao seu redor.

Ψ Estágio do personalismo (3-6 anos).

É um período muito importante para a afirmação e construção do eu, da sua


personalidade. Além disso, é caracterizado por uma forte necessidade de atenção e carinho por
parte dos adultos.

Ψ Estágio categorial (6-11 anos).

O centro das atenções muda ligeiramente do adulto para se concentrar no mundo


exterior. Sua conquista e conhecimento do mundo exterior serão o foco de interesse.

Ψ Estágio da adolescência (a partir dos 12 anos).

É caracterizado por uma contradição entre o que é conhecido e o que se deseja conhecer.
Surgem conflitos, ambivalências afetivas e desequilíbrios na esfera emocional.

4.3. Fases do desenvolvimento da afetividade segundo Sigmund Freud.

Para Freud, as experiências durante a primeira infância podem condicionar a


personalidade adulta. Esse autor afirma que: “o desenvolvimento socioafetivo pode ser
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sintetizado em três partes: o vínculo afetivo mãe-filho, o desenvolvimento psicossexual e o


desenvolvimento social e moral”. Para Freud, a relação inicial da criança com a mãe é decisiva
para o seu desenvolvimento socioafetivo posterior. Assim, o pai da psicanálise levanta três
suposições básicas sobre o desenvolvimento afetivo dos indivíduos:

O vínculo afetivo segue um curso fixo. Ou seja, começa com a adaptação da criança à
figura do cuidador para, posteriormente, se estender ao restante da família.

As características do relacionamento da criança com seu cuidador vão influenciar seu


desenvolvimento posterior. O contexto desse vínculo, a relação mãe-filho, moldará os traços
duradouros da personalidade da criança.

A teoria do apego de John Bowlby. Atualmente, é conhecida a importância dos vínculos


afetivos da criança com a mãe para um bom desenvolvimento social, emocional e cognitivo.

5. Teoria da Personalidade na Infância e na Adolescência.

O desenvolvimento da criança é um processo complexo que depende de diversos


fatores: físicos, ambientais, genéticos, entre outros. Neste artigo vamos falar sobre as principais
concepções psicológicas na construção da personalidade infantil. (Bissoli, 2020)

A criança já nasce em uma rede de relações, a sua família. Desde o seu nascimento
interage com as pessoas que a cuidam e a estimulam, pelo olhar, fala e afeto. As primeiras
impressões do bebê — visuais, auditivas e sensoriais — vão moldando a sua maneira de
interagir com o mundo. (Bissoli, 2020)

A criança vai se desenvolvendo física e emocionalmente, em constante interação com o


outro e com o ambiente que a cerca. Neste artigo, vamos citar os três principais autores da
Psicologia do Desenvolvimento para compreender um pouco mais sobre a construção da
personalidade infantil. São eles: Jean Piaget, Henry Wallon e Vygotsky.

5.1. Principais Teorias Psicológicas do Desenvolvimento da Personalidade Infantil.

5.1.1. Teoria do Desenvolvimento — Jean Piaget.

Jean Piaget era biólogo, mas se especializou no estudo do desenvolvimento humano. A


evolução do sujeito está ligada ao seu meio e o aspecto cognitivo se sobrepõe ao social e afetivo,
em sua teoria. Segundo ele, a personalidade da criança se forma a partir das suas experiências
no ambiente. O conhecimento se inicia na relação da criança com os objetos, ou seja, na
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interação homem-ambiente. Essa interação é o que leva a criança compreender a realidade e o


mundo que a cerca e ir se adaptando a ele. A personalidade vai se moldando à medida que a
criança discrimina estímulos e sensações e os organiza em uma estrutura.

Para Piaget, ao assimilar os estímulos auditivos, visuais e sensoriais do ambiente, a


criança vai transformando tudo isso em conhecimento. A medida que ocorre essa acomodação,
ela pode assimilar novos elementos e aprender habilidades, como falar, por exemplo: Os
esquemas que a criança vai construindo — afetivos e cognitivos — constroem sua
personalidade e a sua capacidade de aprender. Segundo Piaget, os fatores responsáveis pelo
desenvolvimento da personalidade infantil são:

Ψ Maturação;
Ψ Experiência física e lógico-matemática;
Ψ Transmissão ou experiência social;
Ψ Equilibração;
Ψ Motivação;
Ψ Interesses e valores;
Ψ Valores e sentimentos.

5.2.Teoria do Desenvolvimento — Henry Wallon.

Diferente de Piaget, Wallon via a criança como essencialmente emocional que,


gradualmente, se desenvolve social e cognitivamente. Segundo ele, as relações com o outro é o
aspecto mais relevante para o seu desenvolvimento. Nos primeiros três anos, a criança vive em
um mundo simbólico, subjetivo, onde não diferencia si mesmo e o ambiente que a cerca.

Antes de falar, a criança se expressa e se comunica pela ação e interpretação do meio e


vai construindo suas emoções. Esse processo ocorre nas interações com o outro e na imitação
— forma como aprende a se expressar — e começa a se diferenciar, constituindo sua
personalidade.

Como Piaget, Wallon propõe estágios de desenvolvimento, mas que não são lineares.
Isso porque a criança se desenvolve com conflitos, internos e externos, com momentos de crise.
Cada estágio vai estabelecendo uma possibilidade de interação com outro. No início o biológico
é mais forte, depois o social.
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Para Wallon o social — cultura e linguagem — é fundamental para a formação da


personalidade infantil. Os estágios de desenvolvimento propostos por Wallon são:

Ψ Impulsivo emocional: primeiro ano de vida, a criança interage pelo afeto;


Ψ Sensório motor: até os 3 anos. Relações cognitivas com o meio: investigação e
exploração do mundo;
Ψ Personalístico: 3 a 6 anos. A criança está voltada para si própria, sua tarefa é formar
sua personalidade, construindo significado para a própria ação;
Ψ Categorial: 6 anos. Avanços na inteligência.

5.3. Teoria do Desenvolvimento — Vygotsky.

Para Vygotsky, a criança estabelece a linguagem na interação com o outro, pois nasce
inserida em um meio social. Sua teoria concebe o sujeito como interativo, que se desenvolve
na interação com o outro. A formação de sua personalidade se dá através das relações sociais.
(Bissoli, 2020)

A criança se desenvolve pela linguagem e se constrói pela apropriação do mundo em


que vive. Essa relação é mediada por instrumentos e signos. A criança usa objetos para interagir
com o ambiente e as palavras, ou signos, são a forma como se comunica e interage com o outro.
(Bissoli, 2020)

A internalização das palavras faz com que a criança se aproprie da fala do outro e
construa a sua própria. Os signos internalizados irão possibilitar a interação social e a
comunicação. Da mesma forma, a criança vai aprendendo a usar instrumentos, objetos do
cotidiano, para alcançar objetivos.

Para Vygotsky, a cultura é muito importante para o desenvolvimento da personalidade


infantil, pois é ela que fornece à criança um ambiente estruturado e repleto de significados. A
fala e o pensamento se unem pelo significado da palavra. Para ele, à medida que a criança se
apropria da fala, ela se torna capaz de atuar sobre suas próprias ações. (Bissoli, 2020)

Para a Psicologia Histórico-cultural, a personalidade é entendida como um fruto da


atividade individual, seja ela em qualquer período de vida. Na adolescência, por exemplo, a
atividade principal é compreendida pela totalidade social em que o indivíduo está inserido,
sendo esta a comunicação social, resultado de suas relações objetivas e subjetivas,
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diferenciando cada indivíduo, por meio de suas relações, o que produz personalidade
(MARTINS, 2004 apud CABRERA, 2014).

Remete ao plano da pessoa, do homem como ser social, “que faz, pensa e sen-te, e é
neste plano que nos deparamos com a personalidade”, portanto, “a ciên-cia da personalidade é
a ciência da vida real dos indivíduos, pela qual constroem uma maneira particular de
funcionamen-to” (MARTINS, 2004, p.84, apud CA-BRERA, 2014, p. 9). Assim, a
personalidade não pode ser descolada da atividade principal de cada pe-ríodo, pois, ela só irá
se construir, através das relações obtidas por meio do desenvolvimento causado pela atividade
principal. Assim, acredi-tase que a atividade principal, juntamente com a personalidade, não
está ligada exclusivamente à genética e sim aos resultados compostos nes-te desenvolvimento
psíquico (LEONTIEV, 1979 apud CABRERA, 2014).

Dessa forma, para Elkonin (1987) apud Facci e Reis (2014), é no período da adoles-
cência, em que podemos esclarecer a atividade principal, como a comunicação íntima pessoal.
O adolescente, por sua vez, desenvolverá dife-rentes relações com os adultos, ampliando crí-
ticas acerca de suas relações e contradições presentes nela, como imagem de si e do outro na
sociedade, diferenciando-se do período da infância. Neste período, a atividade de estudo
(atividade dominante) permanece juntamente com a comunicação pessoal (atividade princi-
pal), intensificando a junção das duas, através da relação externa dos adolescentes para com o
mundo adulto, grupos de amigos e lazer aos quais mantém diferentes regras compostas por
valores éticos e morais, não direcionando somente suas relações em âmbito familiar, “ o
desenvolvimento do adolescente depende de muitas condições e, por isso, pode se dar de
maneira desigual, coexistindo aspectos da infância e da vida adulta.” (PETROVISKI, 1979 &
FACCI, REIS 2011, p. 7).

A personalidade é considerada por Vigotsky (1996) & Facci e Reis (2011) uma estrutura
psíquica a qual decorre de um processo dialético, por meio de crises existentes de um período
ao outro em que ocorrem de forma diferente de indivíduo para indivíduo, por meio das
apropriações culturais existentes nas relações sociais que o cercam. “A personalidade incide em
envolver o ser humano como decorrência de um processo histórico, no qual o biológico é
decomposto pelas relações sociais que se estabelecem, compondo as funções psíquicas e a
consciência humana” (CABRERA, 2014, p.22).
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Conclusão.

Com o desenvolvimento desde trabalho, foi possível verificar aspectos importantes da


avaliação psicológica, teoria do desenvolvimento cognitivo, teoria do desenvolvimento
afectivo, teoria do desenvolvimento emocional e a teoria da personalidade na infância e na
adolescência tais como os conceitos, origens históricas, importância, explanação teórica,
objectos e objectivos, vantagens e desvantagens e diversos outros aspectos que culminaram
para a compilação no processo de recolha bibliográfica para o trabalho.
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por Donald W. Winnicott. Rio de Janeiro: Revinter.

Almeida, L. S. (2004). Perfis de capacidadescognitivas na Bateria de Provas de Raciocínio


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Piaget, Vygotsky e Wallon. XVI Jornada Nacional de Educação. Centro Universitário
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Freitas, B. M. (2020). DESENVOLVIMENTO DA PERSONALIDADE DA CRIANÇA: O


PAPEL DA EDUCAÇÃO INFANTIL. Manaus-AM, Brasil: Universidade Federal do
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MARTINS, L. M. (2004). A natureza histórico-social da personalidade. Campinas: CEDES,


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PIAGET, J. (1994). O juízo moral na criança. São Paulo: Summus.

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VYGOTSKY, L. S. (1993). Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes.

Winnicott, D. W. (1949). Memória do nascimento, trauma do nascimento e ansiedade. In


Winnicott, D. W, Dapediatria à psicanálise. Rio de Janeiro: Imago.

Winnicott, D. W. (1958). O ambiente e os processos de maturação: estudos sobre a teoria do


desenvolvimento emocional. Porto Alegre: Artmed.

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