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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

DEPARTAMENTO DE CIENCIAS DA VIDA – CAMPUS I

ESTÁGIO DO DESENVOLVIMENTO DE PIAGET

LEGISLAÇÃO INFANTIL – ECA

SALVADOR-BA

2019.2
LORRANA CORINA GOMES

MÔNICA CONCEIÇÃO

ESTÁGIO DO DESENVOLVIMENTO DE PIAGET

LEGISLAÇÃO INFANTIL – ECA

Trabalho acadêmico,
apresentado a Universidade
Estadual da Bahia – UNEB,
Campus I, do Curso de
Fonoaudiologia, como requisito
avaliativo da Psicologia do
Desenvolvimento, sob
orientação da professora Aline
Vianna Cerqueira.

SALVADOR-BA

2019.2
Sumário

INTRODUÇÃO 1 e 2 4
Teoria Piagetiana......................................................................................5

Estágios de Desenvolvimento...................................................................6

Legislação Infantil......................................................................................8

Trabalho Infantil e o Trabalho Adolescente


Protegido...............................9

Tratados Internacionais de Proteção às Crianças e aos


Adolescentes....11
Declaração Universal dos Direitos das
Crianças.....................................11
Convenção Internacional sobre os Direitos das
Crianças........................13
Considerações Finais 1 e
2..............................................................................15
Referências Bibliográficas..............................................................................16
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INTRODUÇÃO 1

Piaget defende que o indivíduo se desenvolve a partir da ação sobre o


meio em que está inserido, priorizando, a princípio, os fatores biológicos que
podem influenciar seu desenvolvimento mental. Dando ênfase em seus
estudos ao caráter construtivo. Essas construções são possíveis graças à
interação do sujeito com seu meio físico e social, e ao enfatizar a ação como o
princípio básico desse intercâmbio.

INTRODUÇÃO 2

A Constituição Federal de 1988 (CF/88) é conhecida como “Constituição


Cidadã” por abarcar vários direitos sociais e ter como um de seus pilares
a dignidade da pessoa humana. A partir da promulgação da CF/88, as crianças
e os adolescentes passam a figurar como sujeitos de direitos, com atenção
especial por serem considerados pessoas em desenvolvimento. Recebe a
denominação de “Tratado Internacional” o acordo celebrado entre dois ou mais
sujeitos de direito internacional público, por meio de instrumento escrito,
visando à produção de efeitos jurídicos em âmbito internacional.
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TEORIA PIAGETIANA

Sua teoria tem como objetivo central a necessidade de estudar a gênese


dos processos mentais, ou seja, como esses processos são construídos ao
longo da vida do indivíduo. O conhecimento resultaria de interações que
produzem entre o sujeito e o objeto. A troca inicial entre sujeito e objeto se
daria a partir da ação do sujeito.

Sendo assim, a tese fundamental do pensamento piagetiano é que


somente uma visão desenvolvimentista e articulada do conhecimento, quer
dizer, não calcada em estruturas pré-formadas, sejam racionalistas, focadas na
anterioridade do sujeito, sejam empiristas, focadas no objeto, podem prover
uma resposta a problemas que, tradicionalmente, são evitados pela filosofia de
caráter meramente especulativo. Destacando a proposta de Piaget que é
entender como a criança constrói conhecimentos para que as atividades de
ensino sejam apropriadas aos níveis de desenvolvimento das crianças. Por
isso ele estruturou seu modelo de desenvolvimento.

A relação desenvolvimento e aprendizagem antes de ser de cunho


psicológico são de natureza essencialmente epistemológica, sabe-se que todo
conhecimento implica necessariamente uma relação entre dois pólos, ou seja,
o sujeito que busca conhecer e o objeto a ser conhecido. O modelo teórico
proposto por Piaget pode ser qualificado em princípio de interacionista.

Segundo Piaget a inteligência é a solução de um problema novo para o


indivíduo, sendo uma coordenação dos meios para atingir certo fim, o qual não
é acessível de maneira imediata; daí o método genético, essencialmente
retrospectivo. Já o pensamento é a inteligência interiorizada e se apoiando não
mais sobre a ação direta, mas sobre um simbolismo, sobre a evocação
simbólica pela linguagem, pelas imagens mentais.

A interação do sujeito com o ambiente permite que esse indivíduo


organize os significados em estruturas cognitivas. Nesse contexto, a maturação
do organismo contribui de forma decisiva para que apareçam novas estruturas
mentais que proporcionem a adaptação cada vez melhor ao ambiente.
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ESTÁGIOS

A contribuição de maior extensão da teoria piagetiana é a compreensão


dos estágios do desenvolvimento cognitivo. Piaget demonstra as estruturas de
conjunto que caracterizam cada estágio. Cada estágio corresponderá um tipo
de estrutura cognitiva, que possibilitará diferentes formas de interação com o
meio. Assim, o homem aprende o mundo de maneira diversa a cada momento
de seu desenvolvimento.

Por aceitar que os fatores internos preponderem sobre os externos,


postula que o desenvolvimento segue uma sequência fixa e universal de
estágios, são eles:

I-Sensório-motor (0-24 meses): Esse período inicia com um


egocentrismo inconsciente e integral, até que os progressos da inteligência
sensório-motora levem à construção de um universo objetivo, onde o bebê irá
explorar seu próprio corpo, conhecer os seus vários componentes, sentir
emoções, estimular o ambiente social e ser por ele estimulado, dessa forma irá
desenvolver a base do seu autoconceito. A criança está trabalhando
ativamente no sentido de formar uma noção de “Eu”. Depois a criança inicia
alguns reflexos que pelo exercício, se transformam em esquemas sensoriais-
motores.

II-Pré-operacional (2-7 anos): Nesse período, a partir da linguagem a


criança inicia a capacidade de representar uma coisa por outra, ou seja, formar
esquemas simbólicos. No momento da aparição da linguagem, a criança se
acha às voltas, não apenas com o universo físico como antes, mas com dois
mundos novos: o mundo social e o das representações interiores. Durante esse
período a criança continua bastante egocêntrica, devido a ausência de
esquemas conceituais e de lógica, a criança mistura a realidade com fantasia,
tornando um pensamento lúdico. O egocentrismo é caracterizado como uma
visão da realidade que parte do próprio eu, isto é, a criança se confunde com
objetos e pessoas. Nessa fase a criança desenvolve noções a respeito de
objetos que serão utilizados na próxima fase, para formar, a criança está
sujeita a vários erros.
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III-Operacional-concreto (7-12 anos): Esse período se destaca como o


declínio do egocentrismo intelectual e o crescimento do pensamento lógico,
pois é nessa idade que a criança inicia na escola. É nesse período que a
realidade passa a ser estruturada pela razão. A criança terá um conhecimento
real, correto e adequado de objetos e situações da realidade. A criança agora
pensa antes de agir, ou seja, ela consegue solucionar mentalmente um
problema. A operação que antes levava alguns minutos, agora é resolvida
rapidamente.

IV-Operacional-formal (12 anos em diante): A presença do objeto vai


sendo gradativamente substituído por hipóteses e deduções, o objeto é
reconstruído internamente em todas as suas propriedades físicas e lógicas. A
criança passa a operar com a imaginação e o pensamento formal, e seu
pensamento assume um caráter hipotético-dedutivo. Essa fase envolve
crianças, pré-adolescentes e adolescentes. Uma das características mais
importantes desse período é o pensamento é a mobilidade/flexibilidade
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LEGISLAÇÃO INFANTIL

As crianças e adolescentes brasileiros são protegidos por uma série de


regras e leis estabelecidas pelo país. Após anos de debates e mobilizações,
chegou-se ao consenso de que a infância e a adolescência devem ser
protegidas por toda a sociedade das diferentes formas de violência. Também
se acordou que todos somos responsáveis por garantir o desenvolvimento
integral desse grupo. Partindo dessa premissa, o arcabouço legal brasileiro traz
vários instrumentos que designam os direitos das crianças e asseguram a sua
proteção. O primeiro é a própria Constituição Federal Brasileira de 1988, que
determina que haja “prioridade absoluta” na proteção da infância e na garantia
de seus direitos, não só por parte do Estado, mas também da família e da
sociedade.
A Constituição é o mais importante conjunto de normas de um país, que
determina as atribuições e limites das instituições, os direitos dos cidadãos e os
deveres do Estado. A Constituição, também conhecida como Carta Magna, é a
lei suprema e fundamental do Brasil e se situa no topo de todo o ordenamento
jurídico. Ou seja, nenhuma lei pode contrariar o que está determinado nela. Em
seu artigo 227 a Constituição Federal traz:

“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à


criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária,
além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e
opressão”- Constituição Federal

Para ser efetivada, os preceitos da Constituição devem ser


transformados em leis. No caso da infância, a lei mais importante é o Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA), lei nº 8.069. Em vigor desde 1990, o ECA
é considerado um marco na proteção da infância e tem como base a doutrina
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de proteção integral, reforçando a ideia de “prioridade absoluta” da


Constituição.
No ECA estão determinadas questões, como os direitos fundamentais
das crianças e dos adolescentes; as sanções, quando há o cometimento de ato
infracional; quais órgãos devem prestar assistência; e a tipificação de crimes
contra criança. Alguns direitos constados no ECA são entre eles os mais
importantes:
1. Direito à vida e à saúde, onde diz que “a criança e o adolescente têm
direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas
sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio
e harmonioso, em condições dignas de existência.”.
2. Direito à liberdade, ao respeito e à dignidade, onde diz que “a criança e
o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como
pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de
direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.”.
3. Direito à convivência e comunitária, que fala “é direito da criança e do
adolescente ser criado e educado no seio de sua
família e, excepcionalmente, em família substituta, assegurada a
convivência familiar e comunitária, em ambiente que garanta seu
desenvolvimento integral.”.
4. Direito á educação, à cultura, ao esporte e ao lazer, segundo ele diz que
“a criança e o adolescente têm direito à educação, visando ao pleno
desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania
e qualificação para o trabalho […]”.

TRABALHO INFANTIL E O TRABALHO ADOLESCENTE PROTEGIDO

Constituição Brasileira (Artigo 7, inciso XXXIII) determina a “proibição de


trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito e de qualquer
trabalho a menores de dezesseis anos”. A única exceção é dada aos
aprendizes, que podem trabalhar a partir dos 14 anos.
A aprendizagem está presente no ECA e é regulamentada pela lei nº
10.097 de 2000. A contratação nessa modalidade implica em carga horária
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reduzida, inscrição em curso de ensino técnico e atividades específicas que


não sejam prejudiciais ao desenvolvimento do adolescente e não interfiram nos
estudos regulares.
Também conhecida como Lei do Aprendiz, a Lei de Aprendizagem é
uma alternativa para que jovens, entre 14 e 24 anos incompletos, ingressem no
mercado de trabalho de forma segura com garantia dos direitos estabelecidos
pela lei, como o acesso à educação. Por isso, o contrato de aprendizagem
conta com algumas condições especiais: não pode ter prazo estendido para
além de dois anos de duração ou ultrapassar o limite de 24 anos de idade
incompletos. Além disso, a carga horária diária de trabalho não deve exceder
seis horas para aqueles que não completaram o Ensino Fundamental -– sendo
proibidas a prorrogação e compensação de horários (art. 432 da CLT) -– se já
concluído, o limite diário é de oito horas. Já o período dedicado à teoria deverá
ser contemplado na jornada.
Além dessas peculiaridades, o contrato de aprendizagem pressupõe
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, frequência de curso de
formação técnico-profissional e, caso o aprendiz não tenha concluído o Ensino
Fundamental, matrícula e frequência à escola.
Já entre os 16 e 18 anos é permitido entrar no mercado de trabalho, mas
na forma de trabalho adolescente protegido. Sendo assim, não pode ser em
horário noturno, nem em atividades perigosas, insalubres ou que estejam
relacionadas no decreto 6.481 de 2008, conhecido como Lista TIP, que define
as piores formas de trabalho infantil e que podem ser executadas apenas por
pessoas com mais de 18 anos. A contratação deve se dar por meio de carteira
assinada.
Ainda que a Constituição seja clara e incisiva na proibição do trabalho
infantil, há juízes que emitem autorizações para que crianças e adolescentes
trabalhem antes da idade permitida. Em 2011, foram 3.134 autorizações
judiciais de trabalho. As ações dos juízes são fundamentadas por uma
interpretação da Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), legislação da
década de 40, que prevê autorizações judiciais quando a “ocupação é
indispensável à sua própria subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos”.
Entretanto, esse item da CLT contradiz a Constituição, que não abre exceções
para o trabalho infantil, a não ser como aprendiz.
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TRATADOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO ÀS CRIANÇAS E


AOS ADOLESCENTES

O Fundo das Nações Unidas para Infância (UNICEF) foi criado em 1946,
após o término da Segunda Guerra Mundial e consequente devastação em
escala global, por decisão unânime da Assembleia Geral da Organização das
Nações Unidas. Justamente em razão do período de sua criação, os primeiros
programas da UNICEF foram direcionados à prestação de assistência em
caráter emergencial a crianças no período pós-guerra no continente Europeu,
no Oriente Médio e na China. A princípio, o UNICEF foi constituído tão somente
para auxiliar na reconstrução dos países europeus e, quando isso ocorreu,
alguns entenderam que a missão estava completa. Entretanto, nações menos
favorecidas se manifestaram pela sua manutenção, alegando que as Nações
Unidas não poderiam ignorar as crianças ameaçadas pela fome, doenças e
miséria em outros países. Nesse sentido, em 1953 a UNICEF tornou-se órgão
de caráter permanente na ONU e teve sua “competência” ampliada para
atender as crianças ao redor do globo terrestre.
Em 1948, apenas 2 dois anos após a criação da UNICEF, a Assembleia
Geral da ONU aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos,
representando significativo avanço nos direitos e liberdades individuais do ser
humano, bem como no reconhecimento do princípio fundamental da dignidade
da pessoa humana. Apesar do instrumento não tratar de forma exclusiva e
expressa sobre os direitos da criança e do adolescente, mas tão somente de
forma implícita, prevê em seu artigo 25, ponto 2: A maternidade e a infância
têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças nascidas
dentro ou fora do matrimônio gozarão da mesma proteção social. Entretanto, e
por óbvio, como esta Declaração enuncia direitos civis, políticos, econômicos,
sociais e culturais a todos os seres humanos, as crianças e adolescentes
também estão incluídos.

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA

Proclamada em 20 de novembro de 1959 e preconizada por meio de 10


(dez) princípios, possui como fundamentação os direitos básicos de toda
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criança, entre eles: liberdade, estudo, alimentação, educação e convívio social.


São os princípios:
Princípio I – Direito à igualdade, sem distinção de raça religião ou
nacionalidade, estes direitos serão outorgados a todas as crianças, sem
qualquer exceção, distinção ou discriminação por motivos de raça, cor, sexo,
idioma, religião, opiniões políticas ou de outra natureza, nacionalidade ou
origem social, posição econômica, nascimento ou outra condição, seja inerente
à própria criança ou à sua família.
Princípio II – Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento
físico, mental e social. A criança gozará de proteção especial e disporá de
oportunidade e serviços, a serem estabelecidos em lei por outros meios, de
modo que possa desenvolver-se física, mental, moral, espiritual e socialmente
de forma saudável e normal, assim como em condições de liberdade e
dignidade.
Princípio III – Direito a um nome e a uma nacionalidade. A criança tem
direito, desde o seu nascimento, a um nome e a uma nacionalidade.
Princípio IV – Direito à alimentação, moradia e assistência médica
adequadas para a criança e a mãe. A criança deve gozar dos benefícios da
previdência social. Terá direito a crescer e desenvolver-se em boa saúde; para
essa finalidade deverão ser proporcionados, tanto a ela, quanto à sua mãe.
Princípio V – Direito à educação e a cuidados especiais para a criança
física ou mentalmente deficiente. A criança física ou mentalmente deficiente ou
aquela que sofre do algum impedimento social deve receber o tratamento, a
educação e os cuidados especiais que requeira o seu caso particular.
Princípio VI – Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da
sociedade. A criança necessita de amor e compreensão, para o desenvolvi-
mento pleno e harmonioso de sua personalidade; sempre que possível, deverá
crescer com o amparo e sob a responsabilidade de seus pais, mas, em
qualquer caso, em um ambiente de afeto e moral e material. salvo
circunstâncias excepcionais, não se deverá separar a criança de tenra idade de
sua mãe. A sociedade e as autoridades públicas terão a obrigação de cuidar
especialmente do menor abandonado ou daqueles que careçam de meios
adequados de subsistência.
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Princípio VII – Direito à educação gratuita e ao lazer infantil. A criança


tem direito a receber educação escolar, a qual será gratuita e obrigatória, ao
menos nas etapas elementares. A criança deve desfrutar plenamente de jogos
e brincadeiras os quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e
as autoridades públicas se esforçarão para promover o exercício deste direito.
Princípio VIII – Direito a ser socorrida em primeiro lugar, em caso de
catástrofes. A criança deve – em todas as circunstâncias – figurar entre os
primeiros a receber proteção e auxílio.
Princípio IX – Direito a ser protegida contra o abandono e a exploração
no trabalho. A criança deve ser protegida contra toda forma de abandono,
crueldade e exploração. Não será objeto de nenhum tipo de tráfico. Não se
deverá permitir que a criança trabalhe antes de uma idade mínima adequada;
em caso algum será permitido que a criança se dedique, ou a ela se imponha,
qualquer ocupação ou emprego que possa prejudicar sua saúde ou sua
educação, ou impedir seu desenvolvimento físico, mental ou moral.
Princípio X – Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade,
compreensão, amizade e justiça entre os povos. A criança deve ser protegida
contra as práticas que possam fomentar a discriminação racial, religiosa, ou de
qualquer outra índole. Deve ser educada dentro de um espírito de
compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade
universais e com plena consciência de que deve consagrar suas energias e
aptidões ao serviço de seus semelhantes.
Ainda que indubitavelmente importantes os princípios estipulados pela
referida Declaração, esta não possui qualquer caráter obrigacional jurídico, não
sendo, portanto, de cumprimento obrigatório para os Estados-Membros.

CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA

Aprovada pela Assembleia Geral da ONU em novembro de 1989,


tornou-se o instrumento legal em âmbito internacional mais representativo dos
direitos e conquistas instituídos em favor da infância e adolescência. A
proposta original para que a ONU adotasse um instrumento em favor dos
direitos da criança foi formalmente apresentada pelo governo polonês em 1978,
com o objetivo de que a Convenção fosse adotada já em 1979, o Ano
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Internacional da Criança. Em razão do intento de obter celeridade na


“tramitação” do documento apresentado para que pudesse ser adotado já no
ano festivo supramencionado, este se aproximava em muito da Declaração dos
Direitos da Criança de 1959. Entretanto, quando a proposta de Convenção foi
apresentada a outros países pelo Secretário Geral da ONU com o objetivo de
obter sugestões e observações, muitos asseveraram que o texto era em
grande parte omisso, eis que não se referia a uma série de direitos das
crianças.
Nesse, após longos 10 anos de intenso trabalho e modificações, a
Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança foi finalmente adotada
em 20 de novembro de 1989, exatamente 30 anos depois da promulgação da
Declaração dos Direitos da Criança. O exato decurso de 30 anos entre a
Declaração e a Convenção não por acaso, a data do dia 20 de novembro foi
decretada pela ONU como Dia Universal da Criança. Por fim, a Convenção foi
aberta à assinatura e ratificação em 26 de janeiro de 1990 na cidade de Nova
Iorque, EUA, sendo certo que o Brasil assim o fez por meio do Decreto n.
99.710 de 21 de novembro de 1990. Composta por 54 artigos e ainda, por
extenso preâmbulo, é executada e cumprida inteiramente em solo brasileiro.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS 1

Nesse contexto, os objetivos centrais foi mostrar as principais


características das teorias com a definição dos estágios e os processos de
desenvolvimento, desde o nascimento até a vida adulta. Definindo conceitos,
que de acordo com Piaget é de suma importância para o desenvolvimento do
indivíduo. Considerando que as categorias de conhecimento não são estáticas:
elas mudam durante o ciclo do desenvolvimento.

CONSIDERAÇÕES FINAIS 2

Conclui-se que o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, foi criado


para contribuir com os direitos e deveres da criança e do adolescente, o ECA
representa um grande avanço da legislação brasileira iniciando com a
promulgação da Constituição de 1988. Juntamente com a sociedade o ECA
veio garantir a todas crianças de até 12 anos e adolescentes entre 12 e 18
anos o tratamento devido, com atenção, proteção e cuidados especiais para se
desenvolverem e se tornarem adultos conscientes e participativos do processo
inclusivo. 

A criança e adolescente têm total proteção da Lei, porém isso não


significa que estes não devem obrigações. O ECA foi criado para proteger o
direito do menor e” empurrá-lo” para cumprir suas devidas obrigações consigo
mesmo e a sociedade.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PAPALIA, D. E.; OLDS, S. W. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artes


Médicas, 2000.

OLIVEIRA, Maria Rafaela de et. Al., As contribuições da teoria piagetiana


para o processo de ensino- aprendizagem, Ceara 2016

SILVA, Paulo Lins e, Os tratados internacionais de proteção as crianças e


aos adolescentes, 2010

Disponível em: http://fundacaotelefonica.org.br/promenino/trabalhoinfantil/eca-


e-legislacao/

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