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MÓDULO 1
A condição de aprender é algo que acompanha o homem desde o seu surgimento. É a partir
dela que ele conserva idéias, produz conhecimentos (cultura), desenvolve tecnologias e sobrevive
ao meio ambiente. No início das formações familiares, esta necessidade de sobrevivência era mais
evidente, pois quem estava associado a um grupo tinha mais chances de sobreviver. Atualmente,
é muito difícil passar para o aluno a idéia de que o seu futuro depende de sua educação, uma vez
que não é algo tão evidente nos primeiros anos de vida. A aprendizagem pode acontecer de forma
livre ou supervisionada. Desta forma, entendemos que a todos os que desejam participar do
processo de aprendizagem como supervisor (professor) cabe a tarefa de deter informações e
aplicar conhecimentos para facilitar esse processo.
Conheceremos, nesta aula, alguns aspectos da Psicologia, ciência que muito tem a
contribuir com a aprendizagem. A importância do processo de construção do pensamento e da
linguagem, além de entrarmos em contato com diversos teóricos que contribuíram com a
Educação através do desenvolvimento de conhecimentos que ajudam professores, psicólogos, os
pais, ou qualquer pessoa que trabalha com o ensino.
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A PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
Você, caro aluno, pode estar se perguntando o porquê de estudar Psicologia e o que esta
ciência tem em comum com a aprendizagem. Pois bem, entendemos que entre a Psicologia e a
aprendizagem existem diversas ligações. Primeiramente, vamos entender como funciona essa
ciência que é tão nova no Brasil, mas que tem raízes tão antigas quanto a Filosofia de Platão.
A PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM
A Psicologia tem como seu objeto de estudo o ser humano em seu desenvolvimento, desde
a gestação, passando pelas diversas fases da vida que envolvem a infância, a adolescência, a idade
adulta, a velhice e a morte. Aplica-se em estudar o indivíduo em relação com outras pessoas e
com grupos, o que nos permite considerar, desta forma, que onde está o homem está a Psicologia.
Busca estudar o organismo em toda a sua complexidade e variedade na medida em que este
responde aos estímulos do ambiente, caracterizados pelos eventos físicos e sociais a que está
submetido. Procura ainda compreender a natureza do homem através do entendimento das funções
psicológicas (intelectuais, sociais e emocionais) e de como elas ocorrem em cada período da vida,
através das manifestações dos desejos, dos medos, das esperanças, das aptidões, das limitações,
das capacidades humanas de adaptação (estresse), das causas naturais de seus conflitos internos e
do seu comportamento como ser social.
A Psicologia, vista como ciência, estabeleceu métodos de pesquisa e de observação que
orientam investigações válidas para a construção de um conjunto de informações coesas e
coerentes. Um dos resultados dessas pesquisas foi a criação de suas áreas de atuação, que são as
seguintes:
•Psicologia Clínica
•Psicologia Organizacional/Industrial
•Psicologia Educacional/Escolar
•Psicologia Social
•Psicologia do Desenvolvimento
•Psicologia Cognitiva/Aprendizagem
•Psicologia Jurídica
•Psicologia da Personalidade, entre outras.
É no campo da aprendizagem e dos aspectos cognitivos que nos deteremos com maior
profundidade neste curso, sem deixar de lado, é claro, os conhecimentos psicológicos que são
comuns a todas as áreas.
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PENSAMENTO E LINGUAGEM
A partir do momento que a criança descobre que tudo tem um nome, cada novo objeto que
surge representa um problema que a criança resolve atribuindo-lhe um nome. Quando lhe falta a
palavra para nomear este novo objeto, a criança recorre ao adulto. Esses significados básicos de
palavras assim adquiridos funcionarão como embriões para a formação de novos e mais
complexos conceitos.
Pensamento, linguagem e desenvolvimento intelectual de acordo com Vygotsky, todas as
atividades cognitivas básicas do indivíduo ocorrem de acordo com sua história social e acabam se
constituindo no produto do desenvolvimento histórico-social de sua comunidade (Luria, 1976).
Portanto, as habilidades cognitivas e as formas de estruturar o pensamento do indivíduo não são
determinadas por fatores congênitos. São, isto sim, resultado das atividades praticadas de acordo
com os hábitos sociais da cultura em que o indivíduo se desenvolve.
Conseqüentemente, a história da sociedade na qual a criança se desenvolve e a história
pessoal desta criança são fatores cruciais que vão determinar sua forma de pensar. Neste processo
de desenvolvimento cognitivo, a linguagem tem papel crucial na determinação de como a criança
vai aprender a pensar, uma vez que formas avançadas de pensamento são transmitidas à criança
através de palavras (Murray Thomas, 1993).
Para Vygotsky, um claro entendimento das relações entre pensamento e língua é necessário
para que se entenda o processo de desenvolvimento intelectual. Linguagem não é apenas uma
expressão do conhecimento adquirido pela criança. Existe uma inter- relação fundamental entre
pensamento e linguagem, um proporcionando recursos ao outro. Desta forma a linguagem tem um
papel essencial na formação do pensamento e do caráter do indivíduo.
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PENSAMENTO E LINGUAGEM
Onde há seres humanos, há pensamento e linguagem. Se você está lendo este texto, está
pensando e utilizando a linguagem. Assim sendo, preparamos este trabalho para que você possa
apropria-se dos conceitos de linguagem, em primeiro lugar fazendo a distinção fundamental entre
linguagem, língua e fala e, em seguida, discutindo as diferentes concepções sobre a aquisição da
língua, usando como referencial as abordagens inatistas, ambientalistas e interacionistas.
Vamos esclarecer: linguagem é todo e qualquer veículo que comunique algo a alguém. A
linguagem pode ser classificada em verbal e não verbal. Ela é verbal quando usa palavras (escritas
ou faladas) e é não verbal quando utiliza gestos, sons, cores, sons, imagens etc. Podemos pensar,
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assim, que a música é uma linguagem, assim como a dança, a escultura e a pintura. E todas as
formas de linguagem são importantes em nossa vida.
A língua é todo o código verbal estruturado, com regras específicas de funcionamento,
como por exemplo, a língua portuguesa, a língua inglesa ou alemã. E também a língua de sinais,
aqui no Brasil, a Libras (Língua Brasileira de Sinais), usada pela comunidade surda. A Libras é
uma língua visual que tem regras de funcionamento como as demais. Engana-se quem acredita
que os sinais usados pelas pessoas surdas são meras “reproduções” de comportamento ou se
referem ao uso do alfabeto, tal qual muitas vezes recebemos em pequenos cartões nos ônibus por
nossas grandes cidades.
Por fim, a fala é a expressão da língua. É a realização concreta da língua, feita por um
indivíduo da comunidade em determinado momento. É um ato individual que cada membro pode
efetuar com o uso da língua.
É fundamental, para a compreensão do ser humano, estudar as relações entre linguagem,
pensamento e suas implicações para a aquisição de uma língua.
Linguagem é todo e qualquer Língua é todo código verbal Fala é a expressão da língua.
veículo que comunique algo a estruturado, com regras
alguém (símbolos, ícones, específicas de funcionamento
sinais, signos) . (língua portuguesa, língua
inglesa etc.).
simples: “qué naná”, “qué papá” e compreende ordens familiares: “não mexa”, “dá para mim”,
“não pode”. A fala telegráfica é usada para numerosas finalidades:
✔ Identificar e nomear objetos (“sopa mamãe”);
✔ Pedir para repetir (“mais suco”);
- Teorias ambientalistas
✔ Reforço (com sorrisos e abraços quando a criança diz uma coisa certa).
Com essa visão, os behavioristas tendem a enfatizar a influência do meio e ver a criança
como um receptor mais passivo do que ativo no processo de aquisição da língua, tornando o seu
papel no processo de aprendizagem menos relevante.Skinner introduziu a ideia de que é a partir
da repetição de formas corretas pelos pais que leva as crianças à aquisição da gramática correta.
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Bruner foi um dos primeiros a propor que as crianças aprendem a se comunicar no contexto
da solução de problemas enquanto interagem com os pais. Os pais se comunicam em linguagem
infantil, o que ele chamou de “aula de linguagem”. A regularidade, as simplificações e o foco no
aqui e agora são apropriados à capacidade cognitiva limitada da criança.
A linguagem consistente e fácil possibilita à criança começar a extrair a estrutura da língua
e formular princípios gerais. As crianças usam um método de teste de hipóteses para desvendar
as leis da linguagem. O foco de atenção da criança é um tipo de “andaime” para os primórdios da
aprendizagem da língua que ajuda os aprendizes a discernir as intenções comunicativas do adulto.
Para adquirir o uso convencional de um símbolo linguístico, a criança tem de ser capaz de
determinar as intenções comunicativas do adulto, e então envolver-se num processo de imitação
com inversão de papéis.
Bruner (1983) explica a aquisição da linguagem a partir de dois mecanismos: um é equivalente a uma força
interna (push) que impulsiona a criança a aprender a linguagem.. O outro é a força que absorve (pull) a linguagem
do meio social, através do estímulo encorajador (scaffolding) da pessoa que mais interage com a criança, somada
ao contexto constante e reconhecível no qual a linguagem é usada. Essa estrutura recebe o nome de Language
Acquisition Support System (LASS), e é considerada essencial para que a criança aprenda a linguagem.
(BORGES; SALOMÃO, 2003)
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A psicologia da aprendizagem deve muito a Jean Piaget. Não é exagero dizer-se que ele
revolucionou o estudo da linguagem e do pensamento infantis, pois desenvolveu o método clínico
de investigação das idéias das crianças que posteriormente tem sido generalizadamente utilizado.
Para Piaget, o aparecimento da língua seria decorrência de algumas das aquisições do
período sensório-motor ( do 0 a 2 anos de idade). Ao longo desse período, a criança adquire a
capacidade de substituir ou representar eventos que não se encontram presentes. Assim ela pode
atuar sobre o seu ambiente dispensando a presença da realidade imediatamente perceptível. Objeto
e eventos são, agora, substituídos por símbolos mentais. A formação desses símbolos se dá a partir
da imitação. A imitação é a grande responsável pela aquisição da linguagem. Inicialmente a
criança imita determinados comportamentos em função de simples exercitação. Essas primeiras
ações imitativas são imprecisas e mesmo rudimentares, aos poucos a criança vai aperfeiçoando
seus movimentos, até ser capaz de reproduzir internamente tais ações.
Os símbolos mentais são as ações internalizadas. Cabe à imitação o papel de intermediária
entre as ações concretas, explícita e exteriores e as ações figuradas, implícitas e interiores que
constituem a essência da linguagem e, consequentemente, do pensamento. O aparecimento dos
sons e das palavras segue uma evolução semelhante, ou seja, os sons são associados a
determinadas ações, e a aquisição da linguagem se processa por meio da imitação desses sons. As
primeiras palavras estão assim, intimamente ligadas com os desejos e as ações da criança.
• repetição ou ecolalia, quando a criança expressa de maneira repetitiva sílabas ou palavras, sem
contexto.
• monólogo, quando a fala da criança é dirigida a si mesma.
• monólogo coletivo, quando a fala da criança é dirigida para si, porém em uma situação de
interação social, mas sem preocupar-se em ser ouvida por aqueles que os cercam. Essa é bem a
situação da creche: todos falam ao mesmo tempo sem que respondam as argumentações dos
outros. Crianças “conversando” dizem frases que não têm relação com a frase que o outro está
dizendo. Não há liderança, e os pares são constantemente trocados.
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS