Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Taibo Alberto
Rosalina Gregorio
Benildo Da Zaira Cupela
Pascoal Amade
Tercia Da Celia Fausto
Sonia Albertino
Justina Justino Temetio
Marcelino Dos Santos
2
Índice
Introdução........................................................................................................................................4
Pensamento e linguagem.................................................................................................................5
Conceito de pensamento..................................................................................................................5
Elementos do pensamento...............................................................................................................7
Conclusão......................................................................................................................................13
Boibliografia..................................................................................................................................14
3
Introdução
A linguagem do pensamento é uma teoria devida principalmente ao filósofo Jerry Fodor, que
descreve os pensamentos como representados numa linguagem (por vezes designada mentalês).
Este sistema permite que pensamentos complexos sejam construídos a partir da combinação de
pensamentos mais simples, de diversas maneiras.
Diferentemente do pensamento vigente na época, dominado pela visão de Piaget que afirmava
que as estruturas da linguagem não eram dadas pelo meio, encontrando-se preestabelecidas desde
o nascimento, Vygotsky entendia que a relação entre pensamento e linguagem originava-se no
desenvolvimento e evoluía, ao longo dele, num processo dinâmico.
4
Pensamento e linguagem
Conceito de pensamento
Naturalmente é difícil determinar exactamente se as pessoas pensam em palavras ou imagens.
Contudo resultados de estudos conduzidos por psicólogos tem demonstrado que o desfile das
imagens na mente das pessoas parece a forma mais habitual de pensar de muitas pessoas.
Estudos recentes na área de psicologia parece também confirmar o facto de que o pensamento
das pessoas ocorre em forma de imagens mentais.
Experiências recentes corroboram com a ideia de que as pessoas ao pensarem utilizam mais
quadros mentais que as descrições verbais. Isto quer dizer que, não pensamos geralmente em
palavras embora isso aconteça, mas sim através de imagens que desfilam no nosso cérebro.
O pensamento é muitas vezes caracterizada como uma fala interior. O indivíduo fala consigo
mesmo mas não duma forma coerente. As frases são incompletas sem as vezes nenhum sentido
gramatical. Experiências realizadas confirmam a ideia de que as pessoas falam consigo mesmas
enquanto pensam.
A abordagem de Vigotsky sobre o pensamento baseia-se na teoria marxista na qual refere que as
mudanças históricas na sociedade e a vida material produzem mudanças na natureza humana.
Este teórico vê o desenvolvimento do pensamento (desenvolvimento cognitivo) como
condicionado pelas relações sociais.
5
Cada criança possui o seu próprio desenvolvimento havendo diferenças entre uma criança e
outra.
Para determinar o desenvolvimento da criança Piaget usava diversos métodos os quais penso que
você também usa com as suas crianças, seja com os seus alunos ou seus filhos. Piaget usava as
seguintes perguntas: “De onde vem o vento”? “ O que faz você sonhar”. Para além deste método
usava o de observação das actividades do indivíduo (da criança).
Piaget observou como as crianças lidam com os conceitos de número, espaço, velocidade, tempo
e outros e a partir dos resultados obtidos formulou a sua teoria de desenvolvimento do
pensamento.
Para ele o pensamento se desenvolve em etapas diferentes que ele próprio designou de estágios.
Os estágios que caracterizam o pensamento da criança segundo Piaget são quatro a saber:
6
Estádio operatório-formal (dos 10/11 aos 15/16 anos) - fase em que o adolescente
constrói o pensamento abstracto, conceptual, conseguindo ter em conta as hipóteses
possíveis, os diferentes pontos de vista e sendo capaz de pensar cientificamente.
Apesar de Piaget ter dado grande contributo no estudo do pensamento da criança a sua teoria não
era de todo perfeito. Ele tem sido criticado por as tarefas usadas para determinar o
desenvolvimento do pensamento da criança serem muito complexas e envolverem o uso das
aptidões verbais.
Piaget não deu importância o aspecto social (a cultura) e baseou-se mais nas mudanças
qualitativas que quantitativas.
O seu mérito reside em que a sua teoria permite captar as grandes tendências de desenvolvimento
da criança e também permite encarar as crianças como sujeitos activos na aprendizagem.
Elementos do pensamento
O pensamento caracteriza-se por três elementos a saber:
Imagem;
Acção;
Representação.
A imagem refere-se a aparência física dos objectos e fenómenos. Por ex.: se quiser descrever a
aparência física de seu pai você formará uma imagem visual do seu pai.
7
pensar”? “aconteceu alguma coisa” A acção refere-se a movimentos relacionados com a
linguagem, atitudes, manifestações e comportamentos.
Alguns anos atrás, um casal de professores americanos teve a ideia de comparar na prática a
educação de um bebê humano e de um animalzinho. E para que a comparação fosse fiel, no dia
que a filha deles nasceu, eles foram ao zoológico e adotaram um filhote de chimpanzé fêmea. As
duas foram educadas absolutamente iguais, passo a passo, e como se tratava de um trabalho
científico, bem-documentado, eles foram percebendo que, logo de início, a chimpanzé batia em
quilômetros o bebê humano.
Enquanto o bebê humano não fazia senão mexer os pezinhos, a chimpanzé já se “virava”
sozinha, sentava à mesa, colocava o guardanapo em volta do pescoço. Mas à medida que o
tempo foi passando, enquanto o bebê humano começou a falar a chimpanzé emitia apenas alguns
sons emocionais característicos.
Quando o bebê começou a pedir água, por exemplo, a diferença se tornou marcante entre ele e a
chimpanzé.
A evolução nos diz que um dia o homem começou a falar e essa é a grande diferença entre o
humano e os animais. O desenvolvimento de áreas nervosas e tecidos nervosos do cérebro
capazes de preparar o que nós chamamos de ideia, e a transferência dessas idéias para a forma da
palavra oral, é o momento crucial […] (1985, p. 101).
8
Diferentemente do pensamento vigente na época, dominado pela visão de Piaget que afirmava
que as estruturas da linguagem não eram dadas pelo meio, encontrando-se preestabelecidas desde
o nascimento, Vygotsky entendia que a relação entre pensamento e linguagem originava-se no
desenvolvimento e evoluía, ao longo dele, num processo dinâmico. Segundo ele, pensamento e
linguagem possuem, tanto na filogênese quanto na ontogênese, raízes genéticas distintas, mas
que se sintetizam dialeticamente no desenvolvimento.
Vygotsky afirma que, por volta dos dois anos de idade ocorre o encontro entre o pensamento e a
fala, surgindo um novo tipo de organização linguístico-cognitivo. A partir desse encontro, o
pensamento se torna verbal e a linguagem racional. A criança passa, então, a entender o
propósito da fala e ao sentir a necessidade das palavras, busca apreender os signos, descobrindo a
função simbólica da palavra.
Para ele, a relação entre pensamento e linguagem deve ser visto como um processo vivo, pois o
pensamento surge a partir das palavras. Além disso, essa relação não é algo já formado e
constante, mas nasce ao longo do desenvolvimento e se modifica.
Segundo Vygotsky, as relações que ocorrem entre pensamento e linguagem não podem ser
apreendidas sem a compreensão da natureza psicológica da fala interior, de estrutura e processo
divergente da fala exterior.
A fala interior vista dessa forma, não é exatamente uma fala, mas uma atividade intelectual e
afetivo-volativa, que possui formação específica, leis próprias e que mantêm conexões com
outros tipos de atividades de fala. Caracteriza-se por ser uma fala para si mesmo. Uma fala que
se interioriza em pensamento.
9
Diferentemente, a fala exterior caracteriza-se por ser para os outros, sendo a tradução do
pensamento. Ou seja, é a sua materialização e objetivação.
Para Vygotsky, a fala egocêntrica possui um papel fundamental na atividade da criança, sendo
um estágio transitório na evolução da fala oral para a interior. Essa evolução, para ele, se
processa de uma fala exterior para uma fala egocêntrica e desta a uma interior, ou seja, do social
para o individual.
Exemplo: Em um ponto de ônibus, duas moças conversam e ouve-se, de uma delas, o seguinte
enunciado: “Fui com meu gato no cinema ontem”. Onde gato tem o sentido de namorado, pois é
evidente que animais não são aceitos em cinemas.
Observe agora, outro enunciado, produzido por uma criança, em uma clínica veterinária:
“Doutor, pode dar uma olhada no meu gato? Ele está doente”. Aqui, o significado que se pode
atribuir a gato é o de animal, pois obviamente, veterinários não atendem pessoas.
A diferença de significação do léxico gato é dada pelo contexto, no qual ele ocorre.
Além disso, é através dessa interação social, promovida pela linguagem que a criança, de acordo
com Vygotsky, constrói sua própria individualidade.
10
Outra hipótese sobre as relações entre pensamento e linguagem foi desenvolvida por Whorf
(1956) e ficou conhecida como hipótese whorfiana ou hipótese Sapir- Whorf. A hipótese
whorfiana (Whorf, 1956), também, denominada de hipótese da relatividade e determinismo
lingüísticos, afirma que as línguas diferentes influenciam o pensamento de maneiras diferentes.
Entretanto, essa idéia existe desde o início da Filosofia. Desta forma, voltamos um pouco no
tempo, e trazemos uma afirmação anterior sobre esse assunto, feita por Sapir.
Os seres humanos não vivem isolados no mundo objetivo, nem no mundo da atividade social,
como ordinariamente se entende, mas, estão à mercê da língua, que se tornou o meio de
expressão de sua sociedade. É grande ilusão imaginar que alguém se adapta à realidade
essencialmente sem o uso da língua, e que esta é apenas um meio incidental de solucionar
problemas específicos de comunicação ou de reflexão. O fato é que o mundo real é, em larga
extensão, inconscientemente construído sobre os hábitos linguísticos do grupo. […] Nós vemos e
ouvimos, e temos outras experiências tão largamente porque os hábitos linguísticos da nossa
comunidade nos predispõem as certas escolhas de interpretação (apud Mandelbaum, 1958, p.
162)
Assegurando que toda experiência é influenciada pela língua que se fala, Sapir levanta algumas
observações interessantes. A afirmação de Sapir avança, com Whorf (1956), na direção do
Determinismo Linguístico, cujo postulado é o de que a língua pode determinar a cognição, e da
Relatividade Linguística, que afirma ser o determinismo relativo à língua que se fala.
11
Luria por sua vez, propõe que “a percepção é uma atividade cognitiva bastante complexa e
mediada […], (Carvalho, 2000, p.2), afirmando existir uma relação muito estreita entre os
fenômenos linguísticos e perceptuais, salientando ser a linguagem mediadora da percepção”.
Sobre pensamento e linguagem, Luria (1987) afirma que a linguagem é um sistema complexo de
códigos, formado no decorrer da história social de uma comunidade linguística, que designa
objetos, características, ações ou relações, possuindo a função de transmitir informações.
Resultante dessa história, a linguagem transforma-se em um instrumento importante ao
conhecimento humano, pois é a partir da linguagem que o homem pode “separar o limite da
experiência sensorial, individualizar as categorias dos fenômenos, formularem determinadas
generalizações ou categorias. Pode-se dizer que, sem o trabalho e a linguagem, no homem não se
teria formado o pensamento abstrato ‘categorial”.(Luria, 1987, p. 22)
Desta forma, a linguagem para ele é o meio mais importante no desenvolvimento e formação dos
processos cognitivos e da consciência humana.nSegundo ele, a palavra não somente pode
substituir o objeto e designar a ação, a qualidade ou a relação, mas também tem o poder de
analisar os objetos, de generalizá-los. Complementando sua posição, Luria (1987, p.201) afirma
que “as origens do pensamento abstrato e do comportamento categorial. Em que provocam um
salto do sensorial ao racional, devem ser buscadas nem dentro da consciência nem dentro do
cérebro, mas sim fora, nas formas sociais da experiência histórica do homem”.
12
Conclusão
Conclui se que existe uma inter-relação fundamental entre pensamento e linguagem, um
proporcionando recursos ao outro. Desta forma a linguagem tem um papel essencial na formação
do pensamento e do caráter do indivíduo. Um dos princípios básicos da teoria de Vygotsky é o
conceito de "zona de desenvolvimento próximo".
Desta forma, a linguagem para ele é o meio mais importante no desenvolvimento e formação dos
processos cognitivos e da consciência humana.
13
Boibliografia
BAKHTIN, M. M. Marxismo e Filosofia da Linguagem. São Paulo: Hucitec, 1986.
14