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Disciplina: Psicolinguística

Aula: Teorias de Aquisição da Linguagem


Data: 04/07
Duração: 1h30min

Objetivos:
- Apresentar aos estudantes as principais teorias de aquisição da linguagem.
- Discutir as diferenças entre empirismo, behaviorismo, racionalismo, inatismo e construtivismo.
- Explorar a importância dessas teorias para o campo da psicolinguística.
- Fomentar o pensamento crítico e a participação ativa dos estudantes na discussão.

Materiais necessários:
- Quadro branco e pincel;
- Power Point;

Etapas da aula:

I. Introdução (10 minutos)


a. Apresentação pessoal
b. Explicação breve do objetivo da aula e a importância das teorias de aquisição da linguagem.
c. Pergunta inicial para estimular a reflexão: "Você já parou para pensar como aprendemos a
linguagem desde que nascemos?"

II. Empirismo (20 minutos)


a. Definição: Explique a teoria do empirismo, destacando a ideia de que a linguagem é
adquirida por meio da experiência sensorial e da imitação.
b. Principais representantes: John Locke e B.F. Skinner.
c. Apresente exemplos e estudos que apoiem essa teoria.
d. Incentive os estudantes a levantarem questões e compartilharem suas opiniões.

III. Behaviorismo (20 minutos)


a. Definição: Explique a teoria behaviorista, que enfatiza o papel do ambiente externo e do
condicionamento na aquisição da linguagem.
b. Principal representante: B.F. Skinner.
c. Apresente exemplos de estudos behavioristas e suas contribuições para a compreensão da
aquisição da linguagem.
d. Estimule o debate e questionamentos por parte dos estudantes.

IV. Racionalismo (20 minutos)


a. Definição: Apresente a teoria racionalista, que sustenta que a aquisição da linguagem é
impulsionada pela razão e pela capacidade inata do ser humano de pensar logicamente.
b. Principais representantes: René Descartes e Jean Piaget.
c. Discuta exemplos e estudos que apoiam essa teoria.
d. Encoraje os estudantes a analisarem criticamente os pontos fortes e fracos dessa
abordagem.

V. Inatismo (20 minutos)


a. Definição: Introduza a teoria do inatismo, que postula a existência de estruturas cognitivas
inatas específicas para a aquisição da linguagem.
b. Principal representante: Noam Chomsky.
c. Apresente as ideias centrais da teoria, como a Gramática Universal e a hipótese do período
crítico.
d. Explore estudos e experimentos relevantes que sustentam o inatismo.
e. Estimule a reflexão e o debate entre os estudantes.

VI. Construtivismo (20 minutos)


a. Definição: Explique a teoria construtivista, que enfatiza o papel ativo do aprendiz na
construção do conhecimento e da linguagem.
b. Principais representantes: Lev Vygotsky e Jerome Bruner.
c. Apresente exemplos de estudos construtivistas e sua influência na compreensão da
aquisição da linguagem.
d. Incentive os estudantes a compartilharem suas opiniões e experiências relacionadas ao
construtivismo.

VII. Discussão em grupo (20 minutos)


a. Divida a turma em grupos pequenos e forneça perguntas para discussão, como:
- Qual teoria de aquisição da linguagem faz mais sentido para vocês? Por quê?
- Como cada uma dessas teorias pode ser aplicada no contexto educacional?
- Vocês acham que uma única teoria pode explicar completamente a aquisição da
linguagem? Por quê?
b. Dê tempo para os grupos discutirem e incentive-os a anotar as principais conclusões.
II O cognitivismo é uma abordagem teórica que enfoca a aquisição da linguagem como um
processo cognitivo complexo, no qual os indivíduos constroem ativamente seu conhecimento e
compreensão linguística por meio da interação com o ambiente e da reflexão sobre suas
experiências. Essa perspectiva destaca a importância do pensamento, da memória, da atenção e
de outros processos cognitivos na aquisição da linguagem.

Um dos principais representantes do cognitivismo na aquisição da linguagem é Jean Piaget, um


renomado psicólogo do desenvolvimento. Piaget propôs a teoria do desenvolvimento cognitivo,
que descreve as diferentes etapas pelas quais as crianças passam à medida que constroem seu
conhecimento sobre o mundo.

Segundo Piaget, a aquisição da linguagem está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento


cognitivo da criança. Ele argumentou que a linguagem emerge à medida que a criança adquire a
capacidade de pensar simbolicamente. Por exemplo, quando uma criança começa a usar
palavras e símbolos para representar objetos e ideias, ela está demonstrando a capacidade de
pensar de forma abstrata e simbólica, o que é fundamental para o desenvolvimento da
linguagem.

Um exemplo que ilustra o cognitivismo na aquisição da linguagem é o uso de jogos simbólicos


por crianças pequenas. Durante o estágio pré-operacional, de acordo com a teoria de Piaget, as
crianças começam a desenvolver a capacidade de representar mentalmente objetos e eventos
ausentes. Elas podem usar objetos cotidianos, como bonecos, panelas ou escovas, para
representar pessoas, animais ou situações.

Ao brincar de faz de conta, as crianças estão envolvidas em um processo cognitivo ativo de


construção de significados. Elas atribuem papéis, criam narrativas e usam a linguagem para
comunicar suas intenções e interações. Por exemplo, uma criança pode pegar um boneco de
bebê e fingir que está alimentando, trocando fraldas ou conversando com ele, usando palavras
e frases apropriadas.

Nesse exemplo, podemos observar como as crianças estão usando a linguagem de forma
simbólica e como sua capacidade de pensar e representar mentalmente está se desenvolvendo.
O jogo simbólico permite que elas experimentem diferentes papéis e situações, ampliando seu
vocabulário e compreensão linguística.

Portanto, o cognitivismo na aquisição da linguagem enfatiza o papel ativo do indivíduo na


construção de conhecimento e linguagem, por meio de processos cognitivos como pensamento
simbólico, memória e atenção. Jean Piaget é um dos principais teóricos associados a essa
abordagem, e o uso de jogos simbólicos pelas crianças é um exemplo que ilustra como elas
constroem significados e desenvolvem sua competência linguística.

Jean Piaget propôs quatro etapas principais no desenvolvimento cognitivo da criança, que estão
relacionadas à aquisição da linguagem. São elas:
1. Sensório-motor (do nascimento aos 2 anos): Durante essa fase, as crianças exploram o
mundo através dos sentidos e das ações motoras. Elas desenvolvem a coordenação sensorial e
motora, adquirindo habilidades como alcançar, agarrar e engatinhar. No início dessa etapa, a
linguagem é ausente ou limitada, sendo a comunicação principalmente não verbal.

2. Pré-operacional (dos 2 aos 7 anos): Nessa fase, as crianças desenvolvem a capacidade de


pensar simbolicamente. Elas são capazes de usar palavras, imagens e símbolos para representar
objetos e eventos ausentes. A linguagem se desenvolve rapidamente, e as crianças começam a
usar palavras para nomear objetos, expressar desejos e comunicar-se de forma mais complexa.

3. Operacional-concreta (dos 7 aos 11 anos): Durante essa etapa, as crianças adquirem


habilidades cognitivas mais avançadas. Elas desenvolvem a capacidade de realizar operações
mentais concretas, como classificar, ordenar e resolver problemas lógicos. A linguagem continua
a se aprimorar, permitindo que as crianças expressem pensamentos mais complexos, usem
regras gramaticais e entendam metáforas e figuras de linguagem.

4. Operacional-formal (a partir dos 11 anos): Nessa fase, os indivíduos adquirem a capacidade


de pensar de forma mais abstrata e hipotética. Eles conseguem raciocinar sobre conceitos
complexos, formular hipóteses e considerar múltiplas perspectivas. A linguagem se torna cada
vez mais sofisticada, permitindo a comunicação de ideias abstratas, a expressão de opiniões e a
participação em discussões complexas.

Essas etapas são características gerais do desenvolvimento cognitivo proposto por Piaget. É
importante ressaltar que o desenvolvimento da linguagem pode variar de uma criança para
outra, e as idades mencionadas são aproximadas, podendo variar dependendo do indivíduo.

A zona de desenvolvimento proximal (ZDP) é um conceito fundamental no sociointeracionismo


de Vygotsky. Refere-se à distância entre o nível atual de desenvolvimento de uma criança,
determinado por sua capacidade de resolver problemas de forma independente, e seu
potencial de desenvolvimento, que pode ser alcançado com o apoio e a orientação de um
adulto ou de um par mais experiente.

A ZDP destaca a importância do suporte social e da mediação na aprendizagem e no


desenvolvimento da criança. Ela enfatiza que a criança é capaz de realizar tarefas e alcançar um
nível mais avançado de competência com a assistência de alguém mais competente.

Para identificar a ZDP de uma criança, é necessário observar as tarefas que ela pode realizar de
forma independente e aquelas que ela consegue realizar com ajuda. A ZDP está localizada entre
essas duas etapas, representando as atividades que a criança ainda não consegue realizar
sozinha, mas que pode realizar com o apoio apropriado.

Ao oferecer suporte adequado e oportunidades de interação, os adultos ou pares mais


experientes ajudam a estender a ZDP da criança. Isso significa que, através da mediação social,
a criança é capaz de realizar tarefas e adquirir habilidades além de seu nível atual de
desenvolvimento.

Um exemplo prático da ZDP é quando uma criança está aprendendo a amarrar os cadarços do
sapato. Inicialmente, ela pode não ter as habilidades motoras ou cognitivas necessárias para
realizar essa tarefa sozinha. No entanto, com a assistência de um adulto, que oferece
orientação, demonstração e suporte verbal, a criança é capaz de dar os primeiros passos para
amarrar os cadarços. Gradualmente, à medida que a criança ganha mais experiência e prática,
ela se torna capaz de realizar a tarefa de forma independente.

A ZDP destaca a importância do suporte adequado e das interações sociais na promoção do


desenvolvimento e da aprendizagem da criança. Ela reconhece que a criança é um ser ativo,
capaz de atingir um nível mais avançado de competência com o suporte apropriado e a
mediação social adequada.

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