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UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO E PSICOLOGIA

CURSO PSICOLOGIA CLĺNICA

Tema: Teoria de aprendizagem de Vigostsky

Discentes: Ancha Titos Massaca

Judite Valdemar Muchanga

Lourdes Denise Gemo

Rita Leonor Chirindze


Introdução
Neste presente trabalho, procura-se entender as teorias de aprendizagem do autor Vigostsky, que nesta o mesmo afirma ser importante
estudar as pessoas desde a sua nascença a vida adulta, e na também a vida na escola para avaliar a relação aluno e professor e verificar
o nível de aprendizagem.

A teoria de Vygotsky parece ser revolucionária diante da nossa realidade, mas busca aquilo que o homem tem de melhor: sua
criatividade, sua autonomia, sua condição de sujeito ativo e não de objeto a ser moldado

São muitos os estudos sobre a aprendizagem e, especialmente, sobre a classificação das diferentes concepções de aprendizagem em
diversas teorias, também denominadas correntes epistemológicas. Entretanto, ao longo desses estudos, os autores estão longe de um
consenso sobre a localização da Teoria Sócio-Histórica de Vygotsky já aceita por muitos como uma teoria da aprendizagem nessas
classificações.
1. Breve historial de Lev Semenovich Vygotsky

Lev Semenovich Vygotsky nasceu em 1896 na cidade de Orsha, na Rússia, e morreu em Moscou em 1934, com apenas 38 anos de
tuberculose. Formou-se em Direito, História e Filosofia nas Universidades de Moscou e A. L. Shanyavskii e deixou um legado de mais
de uma centena de trabalhos científicos. Os mais conhecidos estão no livro ‘Pensamento e Linguagem’. Vygotsky recebeu sua
formação inicial diretamente de tutores em sua residência na infância, conforme a tradição das famílias abastadas da época,

O teórico Lev Vygotsky foi um psicólogo professor judeu russo que fundou a chamada Psicologia Histórico-Cultural, também
conhecida como Psicologia Interativista Sócio-Cultural, Psicologia Sócio-Interacionista ou, ainda, como Teoria Histórico-Social. Ele
foi o primeiro psicólogo moderno a enfatizar que a cultura se integra ao homem pela atividade cerebral, estimulada pela interação
entre parceiros sociais e mediada pela linguagem (Rego, 2007).

2. Teoria de aprendizagem de Vygostsky

Agnela Giusta (1985, p. 26): O conceito de aprendizagem emergiu das investigações empiristas em Psicologia, ou seja, de
investigações levadas a termo com base no pressuposto de que todo conhecimento provém da experiência. Isso significa afirmar o
primado absoluto do objeto e considerar o sujeito como uma tábula rasa, uma cera mole, cujas impressões do mundo, formadas pelos
órgãos dos sentidos, são associadas umas às outras, dando lugar ao conhecimento. O conhecimento é, portanto, uma cadeia de idéias
atomisticamente formada a partir do registro dos fatos e se reduz a uma simples cópia do real.

Vygotsky (2007) defende que o aprendizado do indivíduo não pode ser dissociado do contexto histórico, social e cultural em que está
inserido. Para aprender, elaborar conhecimentos e para se autoconstruir, o ser humano precisa interagir com outros membros de sua
espécie, com o meio e também com a cultura. Para o autor, as relações sociais podem se tornar aprendizado via mediação, a qual é
definida pela ação que se interpõe entre sujeito e objeto de aprendizagem.
Para que haja interação, é necessário utilizar-se de instrumentos criados pelas sociedades ao longo do curso da história da humanidade
e que mudam a forma social e o nível de seu desenvolvimento cultural, e de signos, definidos pela linguagem, a escrita e o sistema
numérico.

As ideias de Lev Vygostky possuem quatro conceitos elementares: interação, mediação, internalização e Zona de Desenvolvimento
Proximal (ZDP)

Vygotsky (2007), defendia que, para melhorar o nível da aprendizagem, mais do que o indivíduo agir sobre o meio, ele precisava
interagir com o meio, e todo o sujeito adquire seus conhecimentos a partir de relações interpessoais, de troca com o meio e, por isso,
usa-se o termo ‘interativo’.

Vygotsky (2007) afirma que aquilo que parece individual na pessoa é, na verdade, resultado da construção da sua relação com o outro,
um outro coletivo, veiculado pela cultura. Na interação por meio da língua, da linguagem e dos símbolos escolhidos como metáforas é
que se realiza a mediação do indivíduo com a cultura.

3. Teoria Sócio-construtuvuista de Vygotsky

O socioconstrutivismo é uma abordagem da psicologia contemporânea gerada a partir da obra de Lev Vygotsky, com ênfase na
psicologia do desenvolvimento. Ela tem recebido denominações variadas, como também ‘socioculturalismo’ ou ‘construtivismo
social’

O objetivo da abordagem socioconstrutivista da Psicologia a explicação das relações entre o funcionamento da mente humana e as
situações culturais, institucionais e históricas nas quais este funcionamento ocorre. Rejeitando a noção de que a origem da construção
do conhecimento é o indivíduo, adota a tese de que o conhecimento é uma construção social fruto de interação entre sujeitos. Ainda,
pode-se afirmar que os dois conceitos básicos da pesquisa socioconstrutivista são os de ação humana e de mediação. o objeto da
pesquisa socioconstrutivista é a ação humana. Mas essa ação para Wertsch e os socioconstrutivistas pode ser tanto externa quanto
interna, assim como pode ser conduzida por grupos ou indivíduos. Como reconhece o próprio, “uma das coisas que se torna clara na
categoria da ação é que ela parece ser um tanto ‘incerta’” (Wertsch,1998, p.60)

A abordagem socioconstrutivista é desenvolvida basicamente a partir da obra do psicólogo russo Lev Vygotsky, enfatizada em seus
aspectos histórico-culturalistas.

A abordagem socioconstrutivista tem em comum com o construtivismo social a convicção de que o conhecimento é uma produção
social. No entanto, apesar de suas indefinições ontológicas, essa abordagem adota um realismo ontológico. Além disso, o
socioconstrutivismo pretende ser capaz de estabelecer um conhecimento que, apesar de ser construído em interação social, se refere a
realidades que têm existência objetiva, o que o caracteriza como criticista

A teoria sócio construtivista de Vygotsky enfatiza que a aprendizagem é um processo social e ativo, no qual os indivíduos constroem
significados e conhecimentos por meio de interações com o ambiente e com outras pessoas. Ela ressalta a importância da zona de
desenvolvimento proximal, onde o aprendizado é mais eficaz quando ocorre com o auxílio de um indivíduo mais experiente, como um
professor ou colega. Isso permite que o aluno alcance um nível de compreensão que não seria possível de forma independente.
"Psicologia de aprendizagem e do ensino" por Antônio Manuel Serra Gomes e Maria José loureiro

Para o autor, a aprendizagem leva ao considera dois níveis de desenvolvimento:

 Nível de desenvolvimento real: conjunto de atividade que a criança consegue resolver sozinha. Esse nível é indicativo de
ciclos de desenvolvimento já completos.
A Zona de Desenvolvimento Real ou Efetivo (ZDR) diz respeito às atividades e tarefas que a criança já consegue desempenhar com
autonomia, pois possui funções e capacidades que aprendeu e domina

O nível de desenvolvimento real é a capacidade que o indivíduo possui para realizar suas tarefas, no cotidiano da sua vida,
autonomamente. Segundo o autor, muitos teóricos passaram anos estudando o desenvolvimento mental da criança, a partir dos dados
coletados nos testes psicológicos sobre aquilo que a criança conseguia realizar sozinha. Segundo Vigotski (1998) O primeiro nível
pode ser chamado de nível de desenvolvimento real, isto é, o nível de desenvolvimento das funções mentais da criança que se
estabeleceram como resultado de certos ciclos de desenvolvimento já completados. Quando determinamos a idade mental de uma
criança usando testes, estamos quase sempre tratando do nível de desenvolvimento real.

O nível de desenvolvimento real vem a ser a capacidade que a criança apresenta para solucionar atividades ou funções; são as vitórias
e as conquistas que consegue em um determinado período do seu desenvolvimento, sem o auxílio de outra pessoa. O próprio nome
que recebeu é bem característico: desenvolvimento real, aquilo que a criança consegue fazer na realidade, naquele momento,
indicando que os processos mentais estão em harmonia e que os ciclos de desenvolvimento já se completaram.

 Nível de desenvolvimento potencial: conjunto de atividades que a criança não consegue realizar sozinha, mas que, com a ajuda
de alguém que lhe dê algumas orientações adequadas ela consegue resolver.

A Zona de Desenvolvimento Potencial ou Proximal (ZDP) diz respeito às atividades e tarefas que a criança só consegue fazer com
auxílio de outro individuo.

A Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) é um conceito proposto por Lev Vygotsky, um psicólogo russo. Refere-se à diferença
entre o que uma pessoa pode fazer sozinha e o que ela pode alcançar com a ajuda de um instrutor mais experiente. A ZDP destaca a
importância da interação social e da orientação de um adulto ou colega mais capaz no processo de aprendizado e desenvolvimento de
uma pessoa. Isso envolve desafiar o indivíduo com tarefas um pouco além de sua capacidade atual, mas ainda alcançáveis com apoio

A ZDP é o espaço entre o que o indivíduo já conhece e o potencial de conhecimentos que pode vir a ter, desde que seja orientado por
um mediador. O termo ‘proximal’ sugere algo que esteja perto ou seja íntimo, aqui se encontra o educador ou outro indivíduo mais
experiente que detecta o potencial a ser alcançado e o estimula a se superar e a se apropriar dos conhecimentos de que é capaz.

Para Vygotsky (2007), o educador é um mediador entre o indivíduo e o mundo, um descobridor da ZDP do aluno, que o ajuda a
interagir com os outros e consigo mesmo e, assim, atingir seu verdadeiro potencial.

Vygotsky (2007), denominou funções mentais superiores, os processos essencialmente humanos, tais como: como memória, atenção,
imaginação, planeamento, elaboração de conceitos, desenvolvimentos da vontade, raciocínio.
Conclusão

Em jeito de conclusão pode perceber que o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) elaborado por Vygotski é um
instrumento muito útil e importante para entender processos de aprendizagem em um geral, mas também aqueles ocorridos na esfera
organizacional e relativos ao trabalho humano. Não só entender, mas também possibilitar novas aprendizagens e novas formas de se
criar uma gestão atenta aos seus colaboradores, sujeitos ativos e razão de sua existência primordial
Referencias bibliográficas
Morreira, M. A (1995); Teorias de Aprendizagens, EPU, São Paulo.
Rego, T. C. Vygotsky: (2007) uma perspectiva histórico-cultural da educação. 18. ed. Petrópolis, RJ.
Vygotsky, L. S. (2007), A formação social da mente. 7. ed. São Paulo, SP.
Wertsch,J.V. (1998). A necessidade da ação na pesquisa sociocultural. Camargo. Porto Alegre: Artmed,

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