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ARGENTINO FRANCISCO

SAIDE SEBASTIÃO

NIONI LUCIANO ASSITE

EMA FRANCISCO MARCIANO

SÍNTESE SOBRE AS TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

UNIVERSIDADE ROVUMA

EXTENSÃO DE NIASSA

2022
Argentino Francisco

Saide Sebastião

Nioni Luciano Assite

Ema Francisco Marciano

Licenciatura em Ensino de Biologia

1⁰ Ano

Trabalho da Cadeira de Psicologia Geral, de


carácter avaliativo, a ser submetido no
Departamento de Ciências, Tecnológicas,
Engenharias e Matemática, Leccionada pela
Dr Arminda Augusta Antonio

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2022
Conteúdo
Introdução ........................................................................................................................ 4
QUADRO SÍNTESE SOBRE AS TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO ........ 5
Teoria Do Desenvolvimento Cognitivo – Piaget ............................................................... 5
Teoria Sociointeracionista (Socializacao) De Vygotsky.................................................... 7
Teoria Psicossocial de Erik Erikson ................................................................................. 8
Teoria Psicosexual se Sigmund Freud ............................................................................ 11
Teoria de desenvolvimento Moral, Kohlberg .................................................................. 13
Conclusão ...................................................................................................................... 15
Bibliografia .................................................................................................................... 16
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Introdução

Este trabalho tem como objectivo central fazer uma introdução ao estudo do
desenvolvimento, situando o ser humano em permanente mudança e movimento, sob o olhar
de importantes abordagens da história da Psicologia. Espera-se compreenda os principais
aspectos e factores que constituem o desenvolvimento, especialmente no período da
adolescência, confrontando as ideias dos diferentes autores apresentados. Estes serão
subsídios fundamentais na apreensão do conteúdo das seguintes unidades. Iniciaremos
apresentando o conceito de desenvolvimento. Neste sentido, vamos constatar que há muitas
visões e abordagens no campo da ciência psicológica, que nos permitem reflectir sobre a
evolução do indivíduo nos seus diferentes aspectos e ao longo de diversas etapas ou fases.
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QUADRO SÍNTESE SOBRE AS TEORIAS DE DESENVOLVIMENTO HUMANO

Nome do Autor Designação da teoria Conceitos básicos

Piaget sistematiza que o desenvolvimento cognitivo é marcado por períodos com


características bem definidas, as quais expõem uma estrutura qualitativamente diferente
da que a precedera e das que a sucederão, e, concomitantemente, preparam o indivíduo
para o estágio seguinte (CÓRIA-SABINI, 1986; GOULART, 2003). Ao dividir o
desenvolvimento da criança em estágios, Piaget buscou explicar as principais
características de cada etapa, ressaltando que habilidades adquiridas estágios anteriores
Teoria Do são essenciais para o domínio de estágios posteriores.
Desenvolvimento
Jean Piaget Cognitivo – Piaget
Estágio sensório motor, do nascimento aos 2 anos de idade. Período em que os actos
inteligentes da criança compreendem as acções motoras como resposta aos diversos
estímulos que afectam os seus sentidos. A partir da inteligência prática, dos reflexos
neurológicos básicos a criança inicia a construção de esquemas de acção para a
assimilação do meio.
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Estágio pré-operatório, entre 2 e 7 anos de idade, ocorre a transição entre a inteligência


sensório-motora e a inteligência simbólica. A função simbólica na criança é responsável
pela capacidade de substituição do objecto por sua representação, possibilitando-lhe
tratar os objectos como símbolos. Esta capacidade possibilita aquisição dos significados
sociais, presentes no contexto em que ela vive, criando as condições para a aquisição e
desenvolvimento da linguagem.

Operatório concreto, de 7 a 11 anos, a criança é capaz de realizar operações a partir de


materiais concretos, desenvolve noções espaciais e a capacidade de raciocinar o mundo
de maneira mais lógica e adulta. De acordo com Papalia e Olds (2000), crianças na faixa
etária das operações concretas tendem a ser menos egocêntricas e mais eficientes em
tarefas que demandam raciocínio lógico, como relações espaciais, causalidade,
categorização, raciocínio indutivo e dedutivo e conservação. E é isso que diferencia a
criança em idade escolar de crianças menores.

Operatório formal, a partir dos 12 anos de idade, a criança consegue pensar de forma
abstracta e hipotética, é capaz de estabelecer relações possíveis respeitando determinada
lógica, testa hipóteses em busca de solução para problemas. Atinge um nível mais
elevado de desenvolvimento, podendo resolver situações através do raciocínio lógico e
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explicar fatos observáveis utilizando-se de suposições. Neste estágio o indivíduo inicia


sua transição para o modo adulto de pensar.

Vygotsky fundamentou sua teoria no materialismo histórico e dialéctico e defendeu a


perspectiva de que o a aquisição de conhecimentos acontece através da interacção de
sujeito e meio.

Desse modo, o desenvolvimento é concebido como um processo, mediado por meio de


instrumentos técnicos e pela linguagem, que são construídos e consolidados
numa cultura.

Para o autor, a aprendizagem leva ao considera dois níveis de desenvolvimento:

Teoria  Nível de desenvolvimento real: conjunto de actividade que a criança consegue


LEV VYGOTSKY Sociointeracionista
(Socializacao) De resolver sozinha. Esse nível é indicativo de ciclos de desenvolvimento já
Vygotsky completos.

 Nível de desenvolvimento potencial: conjunto de actividades que a criança não


consegue realizar sozinha mas que, com a ajuda de alguém que lhe dê algumas
orientações adequadas ela consegue resolver.
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Para Vygotsky, o nível de desenvolvimento potencial é muito mais indicativo do


desenvolvimento da criança que o nível de desenvolvimento real

A distância entre o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento


potencial, caracteriza o que Vygotsky denominou de Zona de Desenvolvimento
Proximal.

Vygotsky denominou funções mentais superiores, os processos essencialmente


humanos, tais como: como memória, atenção, imaginação, planejamento, elaboração de
conceitos, desenvolvimentos da vontade, raciocínio

Erikson destacou a adolescência como etapa fundamental no percurso do


desenvolvimento humano. Para este teórico, o desenvolvimento se dá em direcção à
formação da identidade através de diferentes estágios que ele denominou de “oito idades

Erik Erikson do Homem”. Cada uma das idades está caracterizada, essencialmente, pela resolução de
Teoria Psicossocial de
uma importante “crise”, através da qual o indivíduo evolui buscando um equilíbrio
Erik Erikson
(GALLATIN, 1978)

O primeiro estágio – Confiança básica ou Desconfiança básica – psicossocial


corresponde ao período entre o nascimento e os primeiros 18 meses de vida do bebé.
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(RABELLO e PASSOS, 2001). Bee (2003), Rabello e Passos (2001), Papalia e Feldman
(2013) e Carpigiani (2010) afirmam que o desenvolvimento saudável do ego necessita
do equilíbrio entre esses dois sentimentos, sendo importante que a criança vivencie
alguns momentos de frustração para compreender que é importante desconfiar em alguns
momentos, assim como Erik Erikson. Nessa etapa Papalia e Feldman (2013) afirmam
que a criança desenvolve a virtude da esperança por compreender que é possível querer
e esperar.

O segundo estágio – Autonomia ou Vergonha, dúvida – psicossocial ocorre entre os


primeiros 18 meses de vida e os 03 anos de idade. Nessa fase, a criança está com maior
mobilidade, iniciando o desenvolvimento do senso de independência e autonomia (BEE,
2003). Rabello e Passos (2001) acrescentam que nessa etapa a criança começa a
assimilar regras sociais compreendendo alguns privilégios, obrigações e limitações,
aprendendo a se controlar. É esperado que nessa etapa a criança desenvolva a força
básica da vontade.

O terceiro estágio – Iniciativa ou Culpa – se dá entre os 03 e 06 anos de idade, quando a


crianças ingressa na escola. De acordo com Rabello e Passos (2001), a criança tem um
crescimento intelectual, reflexo do seu ingresso na escola, que é essencial para a sua
capacidade de panejamento e organização, desenvolvendo como virtude o propósito.
O quarto estágio – Diligência ou Inferioridade – ocorre entre os 06 anos de idade e a
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puberdade. Nesta etapa do desenvolvimento, a criança começa a desenvolver o controlo


pela atividade, tanto física quanto intelectual, adaptando-se às regras e métodos do
sistema formal de ensino, tendo suas principais relações sociais na escola. (BEE, 2003;
PAPALIA e FELDMAN, 2013; RABELLO e PASSOS, 2001).

O quinto estágio – Identidade ou Confusão de Papéis – aborda a crise de identidade


vivenciada durante a adolescência. Essa etapa é marcada por transformações físicas e
psicológicas requerendo do adolescente segurança para passar por todas elas
(RABELLO e PASSOS, 2001).
No sexto estágio – Intimidade ou Isolamento – o indivíduo, agora um adulto jovem,
deve estar pronto para unir a sua identidade a de outra pessoa sem se sentir ameaçado.
Para Carpigiani (2010), Erikson compreendia que o adulto jovem precisava estar
preparado para a intimidade, estabelecendo ligações afectivas duradouras e com força
ética suficiente para ser fiel a essas ligações, mesmo que elas imponham compromissos
significativos, desenvolvendo a virtude do amor.
O sétimo estágio – Generatividade ou Estagnação – diz respeito à vida adulta
intermediária sendo, talvez, o período mais longo entre os oito estágios. De acordo com
Carpigiani (2010, p. 17), quando o desenvolvimento do ego se deu de forma saudável
nas etapas anteriores o indivíduo deve estar apto para “enfrentar desafios, cuidar dos
bens conquistados e fazer a manutenção das relações afectivas”.
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O oitavo estágio – Integridade do Ego ou Desespero – corresponde à vida adulta tardia.


Nesse momento da vida Erikson compreendia que o ser humano reflectia sobre sua vida,
o que fez e o que deixou de fazer. Rabello e Passos (2001) escrevem que esse processo
se dá de duas formas: a pessoa pode entrar em desespero ao ver que a morte está mais
próxima, compreendendo que seu tempo acabou que não pode fazer mais nada pela
família e pela sociedade.

Teoria freudiana sugere que, como as crianças se desenvolvem, eles progridem através
de uma série de estágios psicossexuais . Em cada fase, a energia da busca do prazer da
libido é focado em uma parte diferente do corpo.
O Estágio Oral
Faixa etária: Nascimento – 1 Ano
Zona erógena: Boca
Durante o estágio oral, a fonte primária de interacção do lactente ocorre através da boca,
de modo que o enraizamento e reflexo de sucção são especialmente importantes.

Sigmund Freud 2 – Estágio Anal


Faixa Etária: 1 a 3 anos
Teoria Psicosexual se Zona erógena: Entranhas e controle da bexiga
Sigmund Freud
Durante a fase anal, Freud acreditava que o foco principal da libido estava no controle
da bexiga e evacuações
3 – A fase fálica
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Faixa etária: 3 a 6 anos


Zona erógena: Genitais
Durante a fase fálica, o foco principal da libido é sobre os órgãos genitais. Nessa idade,
as crianças também começam a descobrir as diferenças entre machos e fêmeas.
O período de latência
Faixa etária: 6 anos – puberdade
Zona erógena: sentimentos sexuais são inactivos
Durante o período de latência, os interesses da libido são suprimidos. O
desenvolvimento do ego e superego contribuem para este período de calma. O estágio
começa na época em que as crianças entram na escola e tornam-se mais preocupadas
com as relações entre colegas, hobbies e outros interesses.
5 – O Estágio Genital
Faixa etária: Puberdade à Morte
Zona erógena: Amadurecendo de Interesses Sexuais
Durante a fase final de desenvolvimento psicossexual, o indivíduo desenvolve um forte
interesse sexual no sexo oposto. Esta fase começa durante a puberdade, mas passa por
todo o resto da vida de uma pessoa.
Em fases anteriores, o foco foi exclusivamente nas necessidades individuais, porém o
interesse pelo bem-estar dos outros cresce durante esta fase.
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Kohlberg descobriu que a construção da moral ocorre por estágios, paralelos aos
estágios desenvolvimento então estudados por Piaget. Ainda mais, para uma criança
atingir certo estágio de desenvolvimento moral, deveria antes alcançar um estágio
intelectual que a permitisse assimilar as questões morais e produzir seu próprio
raciocínio.

NÍVEL 1. NÍVEL PRÉ-MORAL OU MORALIDADE PRÉ-CONVENCIONAL


Estágio 1. Obediência e punição. As consequências das acções determinam o certo e o
errado
Lawrence Kohlberg Teoria de
Estágio 2. Hedonismo instrumental ingénuo. O individualismo e a transação passam a
desenvolvimento
Moral, Kohlberg serem considerados. No caso de Heinz, as crianças davam opções que reconheciam os
interesses e necessidades diversos.

NÍVEL 2. NÍVEL DE MORALIDADE CONVENCIONAL OU DA


CONFORMIDADE COM OS PAPÉIS SOCIAIS
Estágio 3. Relações interpessoais. Ou seja, o que agrada aos outros é bom.
Estágio 4. Autoridade mantém a ordem social. Atitude deontológica, cumprir os
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deveres.

NÍVEL 3. MORALIDADE PÓS CONVENCIONAL OU DA ACEITAÇÃO DOS


PRINCÍPIOS MORAIS.
Estágio 5. Contrato social. Acordos democraticamente alcançados sobre valores são
bons, cabendo ao indivíduo determinar o certo e o errado dentro dos parâmetros desses
valores.
Estágio 6. Princípios universais. Os princípios de justiça e ética são parte da
consciência, sendo questões de escolhas individuais dentro de princípios axiológicos
universais, mesmo que contra as leis e regras socialmente estabelecidas.
Para Kohlberg nem todos progrediam por esses estágios.
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Conclusão
Na elaboração do presente trabalho, fizemos uma selecção de teorias, dada a amplitude
dessa área de conhecimento da Psicologia. Dessa forma, organizamos em quatro teorias
distribuídos da seguinte forma: autor sua teoria. Enfocamos também, de forma sintética,
ideias centrais de quatro importantes teóricos da Psicologia, para compreensão do
desenvolvimento humano: Sigmund Freud, Erik Erikson, Jean Piaget e L. S. Vigotski.
Esperamos que tais teorias tragam contribuições relevantes e despertam o interesse em cada
nos leitores, para buscarem maiores conhecimentos acerca destas e de outras teorias.
Finalizando que todas as fontes de pesquisa consultadas estão devidamente esclarecidas nas
referencias bibliográficas.
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Bibliografia
CARPIGIANI, Berenice. Erik H. Erikson – Teoria do Desenvolvimento Psicossocial.
Disponível em:http://www.carpsi.com.br/Newsletter_7_ago-10.pdf. Acesso em: 05 junho.
2022.

PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin. Desenvolvimento Humano. 12 ed. Porto
Alegre: AMGH,2013.

VIGOTSKI, L. S. O desenvolvimento psicológico na infância. São Paulo: Martins Fontes,


1998.

AUSUBEL, d. et al. Psicologia Educacional. Rio de Janeiro: Editora Interamericana, 1980.

CARRARO, P. R. Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem. 1ª ed. Rio de Janeiro:


SESES, 2015. Disponível em
http://estacio.webaula.com.br/BiBlioTECA/ACERVO/BASICO/pddeap/Biblioteca_374046/
Biblioteca_374046.pdf. . Acesso em: 05 junho. 2022.

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