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PAINÉIS SOLARES TRANSPORTÁVEIS PARA ATIVIDADES DE

CAMPANHA

DIEGO MARADONA ROCHA DE MELO

ERICKSON DOS SANTOS RODRIGUES

Rio de Janeiro

2021.2
DIEGO MARADONA ROCHA DE MELO

ERICKSON DOS SANTOS RODRIGUES

PAINÉIS SOLARES TRANSPORTÁVEIS PARA ATIVIDADES DE CAMPANHA

Monografia apresentada como requisito para aprovação


na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso II do
Curso de Engenharia Elétrica da Universidade Estácio
de Sá.

Orientador: Edilson dos Santos Mendonça

Rio de Janeiro

2021.2
DIEGO MARADONA ROCHA DE MELO

ERICKSON DOS SANTOS RODRIGUES

PAINÉIS SOLARES TRANSPORTÁVEIS PARA ATIVIDADES DE CAMPANHA

MONOGRAFIA APROVADA EM ____/____/____

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________

Eng. Eletricista Edilson Santos Mendonça – Orientador

__________________________________________________

Eng. Eletricista Thales Toledo Furtado - Convidado

__________________________________________________

Prof. Ivan Cunha – Professor Avaliador


RESUMO

Nota-se que a evolução da sociedade vem alcançando níveis de tecnologias cada vez mais
significativos. O ponto chave para cada evolução parte da necessidade demonstrada em algum
momento pela população. O trabalho em estudo, procura mostrar a aplicação de um projeto que
vem evoluindo e se torna realidade no cenário mundial, a utilização da energia solar como fonte
principal de energia. A proposta é fazer a aplicação da mesma em um cenário específico: A
utilização das placas fotovoltaicas nos cenários de situações emergentes que são colocadas as
forças armadas e auxiliares de nosso país. O objetivo é que, com o aproveitamento da energia
solar, que só tem demonstrado evolução, nossas Forças possam ter uma experiência de suporte
maior e casa vez mais efetiva, mostrando economia com demanda extras, atualmente necessárias
para o cenário em estudo, como o diesel para a geração de energia pelos grupos geradores. A
renovação do cenário atual, é necessária e urgente, já que a utilização de um sistema fotovoltaico
é capaz de amenizar prejuízos financeiros, diminuir o tempo de mobilidade dos envolvidos, além
de ser sustentável.

Palavras Chaves: Energia Solar, Força Aérea Brasileira e Atividades de Campanha.


ABSTRACT

It is noted that the evolution of society has been reaching increasingly significant levels of
technology. The key point for each evolution comes from the need shown at some point by the
population. The work under study seeks to show the application of a project that has been
evolving and becoming a reality on the world stage, the use of solar energy as the main source of
energy. The proposal is to apply it in a specific scenario: The use of photovoltaic panels in
scenarios of emerging situations that the armed and auxiliary forces of our country are placed.
The objective is that, with the use of solar energy, which has only shown evolution, our Forces
can have a greater and increasingly effective support experience, showing savings with extra
demand, currently necessary for the scenario under study, such as diesel for the generation of
energy by the generator sets. The renewal of the current scenario is necessary and urgent, since
the use of a photovoltaic system is able to alleviate financial losses, reduce the mobility time of
those involved, in addition to being sustainable.
Keywords: Solar energy, Brasilian Air Force and campaign activities.
LISTA DE ABREVIATURAS

FAB- Força Aérea Brasileira


SUMÁRIO

CAPITULO I: INTRODUÇÃO........……………....…....……………………………..............….……..8
   1.1 Considerações Iniciais…………………………......……………….…………..............…………….8
    1.2 Justificativa………………………………………………………....…………………..............…….9
    1.3 Objetivo Geral……………………………………………...……….………………...............………9
    1.4 Objetivo Específico………………………………………....……….…………………...............…...9
    1.5 Metodologia………………………………………………...……….………………..............……..10
1.6 Limitações do Trabalho......………………………………...……….……………..................……..10
CAPÍTULO II: REFERENCIAL
TEÓRICO..........................................................................................11

2.1 Missão da Força Aérea Brasileira


(FAB) ............................................................................................11
2.2 Primeiro do Primeiro Grupamento de Comando e
Controle...............................................................14
CAPÍTULO III: FONTES
RENOVÁVEIS...............................................................................................15
3.1 Energia Eólica..............………………………………………………………………….............15
3.2 Energia Hidrelétrica……………………………………………………………..........................16
3.3 Energia de Biomassa……………………………………………….…...........……..............…...17
3.4 Energia Solar Fotovoltaica……………………………………………………............................19
3.5 Sistema Fotovoltaico……………………………...……………………………...............……...19
3.5.1 Sistemas Conectados à Rede (On-
Grid) ..............................................................................20
3.5.2 Sistemas Isolados (Off-
Grid)................................................................................................20
3.5.3 Equipamentos (Off-Grid).....................................................................................................21
3.6 Grupo Gerador...……………………………………………………………..…...............…...
….22
CAPÍTULO IV - DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA OFF GRID……….....................................24

4.1 Energia Elétrica……………………….....…………….…………………….……..............……...24


4.2 Definindo as Variáveis……………………………….......………………….………..............…...24
4.3 Quantificação de Painéis…………………………….........……………….………..............……..25
4.4 Definindo o Controlador de Carga…………………….........……….…….……..............………..29
4.5 Definindo o Banco de Baterias……………………………………..........………..............
……….30
4.6 Definindo o Inversor……...………………………….………………........……...............
………..31
CAPÍTULO V –
RESULTADOS...............................................................................................................34

4.1 Viabilidade Econômica………………………………………..………........………..............……34


CAPÍTULO VI - CONSIDERAÇÕES FINAIS…......………..……….……...………..……..............…
37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA…………………...…………………….…………...............…….39
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO

1.1 - Considerações Iniciais

A capacidade de fornecimento de energia de um determinado local indica o grau de


desenvolvimento daquela região. Quanto maior a renda de um País, maior o poder de consumo
energético. No Brasil, o setor energético vem evoluindo e se modernizando de acordo com as
necessidades, mas ainda assim, as fontes de energias renováveis estão longe de virarem uma
realidade em alta escala.
A importância na exploração de tais energias retrata a busca de uma matriz energética
limpa, visto que a diminuição na emissão de gases contribuintes para o efeito estufa, ajuda na
estabilização das constantes alterações climáticas apresentadas em nosso planeta.
Quando se fala na implementação dessas energias, o Brasil é um dos grandes países no
uso da energia hidráulica, devido a seu grande potencial hídrico. Mas vale ressaltar, que apesar de
ser uma energia renovável, a construção de hidrelétricas causa impactos sociais e ambientais.

Outro grande potencial em nosso País, fica ao cargo da utilização da energia fornecida
pelo sol. Por geograficamente o Brasil estar localizado próximo à linha do Equador, faz com que
ele receba uma alta incidência solar ao longo do dia, havendo pouca variação na transação entre
as estações. Isso impulsiona a exploração dessa energia limpa, já que países, como a Alemanha,
um dos líderes da utilização de tal fonte de energia, recebe cerca de 40% menos incidências em
seu ponto de maior aproveitamento, em relação ao Brasil.
No entanto, o aproveitamento da energia solar no Brasil condiz atualmente com apenas
1,7% do consumo de toda a matriz energética no país, embora isso não reflita o potencial
existente de geração de energia solar fotovoltaica. De acordo com o INPE, nosso território recebe
cerca de 2.200 horas anuais de insolação, isso equivale a 15 trilhões de megawatts. Energia
limpa, disponível em abundância, pronta para ser aproveitada.

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1.2 - Justificativa

Primeiramente, enfatizar a abrangência no qual se trata o termo “atividades de


campanha”. Essas, são, quaisquer tipos de instalações deslocadas, em qualquer terreno e
localidade que tenha ou não suporte de terceiros, sendo planejadas com objetivo de treinamento,
aperfeiçoamento, missões ou ajuda humanitária. O objeto de estudo, então, apesar de
aparentemente visar um grupo específico, ele está completamente ligado aos interesses da
sociedade.
Nos últimos anos, podemos assistir diversos desastres naturais que custaram a vida de
inúmeras pessoas, como o desastre em Brumadinho - MG. Nessas circunstâncias onde a agilidade
do pronto emprego está diretamente vinculada à vida, aumenta a necessidade de agilizar o
deslocamento das equipes de resgate e de apoio.
O deslocamento de pessoal demanda tempo e custo. A implantação da energia renovável
em estudo, para execução da missão, em substituição aos atuais Grupos Geradores, significa
agilidade no emprego e economia de planejamento. Hoje, para deslocar uma equipe de apoio, são
necessários ao menos 2 geradores, sendo um deles o principal, e o outro reserva. É trabalhoso seu
transporte devido ao seu peso, além do custo necessário no combustível para o manter em
funcionamento. Esses fatores tornam seu emprego completamente obsoleto e inviável. Como
tempo está diretamente ligado à vida, a proposta é que, com a utilização de um sistema de energia
fotovoltaico transportável, a sociedade torna-se o principal beneficiado.

1.3 – Objetivo Geral

Deste modo, buscamos proporcionar otimização de tempo, espaço e verba para as forças
militares e de apoio, através da utilização da energia solar como fonte principal e exclusiva de
energia onde não há rede comercial.

1.4 - Objetivos Específicos

1. Economia em espaço físico: Para transportar um gerador, normalmente, não basta a


força humana. São necessárias empilhadeiras, caminhões, aeronaves, o que mais for

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necessário para sua locomoção. Entretanto, o conjunto básico para o funcionamento
de um sistema à base de energia solar, possui componentes facilmente transportáveis
pelo homem.
2. Otimização no tempo de deslocamento: Por conseguir desmembrar todo o sistema, é
possível organizar da melhor maneira para sua locomoção.
3. Economia financeira: O valor do gerador, somado à sua manutenção e ao valor do
combustível para seu funcionamento, tornam o sistema fotoelétrico muito mais
atrativo.
4. Sustentabilidade: Todo o sistema é baseado na captação dos fótons, que compõem os
raios solares, para geração de energia. Não é necessário nenhum tipo de combustível
para seu funcionamento, ao contrário dos grupos geradores, que normalmente são à
diesel, liberando monóxido de carbono, óxido de nitrogênio, enxofre, entre outros na
atmosfera.

1.5 – Metodologia

Este estudo utilizou como metodologia para o projeto em questão o método de pesquisa
aplicada, tendo em vista a busca para alcançar o conhecimento, de modo que seu estudo torna
possível a aplicação prática do sistema para os problemas definidos. Envolveu o conhecimento
disponível através de referências bibliográficas e dados secundários, por meio de livros, teses e
artigos sobre o tema, assim como a experiência profissional até aqui adquirida.

1.6 - Limitações do Trabalho

Assim sendo, o trabalhe abordou o dimensionamento de um sistema fotovoltaico em


substituição a um gerador a diesel, demonstrando sua viabilidade econômica. Por questões
financeiras, não foi possível simular o sistema na prática, podendo ocorrer evoluções inesperadas
durante seu implantamento.

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CAPÍTULO II: REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Missão da Força Aérea Brasileira (FAB)

A atividade central da Força Aérea Brasileira (FAB) é voar, existem diversos aspectos a
serem observados para que este voo seja seguro, exige-se um planejamento, no qual são
identificadas as condições da aeronave, a rota desejada, a situação meteorológica e o apoio no
local de destino.

(...)as ferramentas disponíveis para o planejamento estratégico, a


concepção é uma forma muito utilizada para descrever o que se deseja realizar.
No caso da Força Aérea, ela serve para orientar o avanço institucional,
permitindo coesão e unidade de esforço.

A disciplina no cumprimento da estratégia, por meio do eficaz


acompanhamento do planejamento e com estreitas medidas de controle, é
essencial para que a FAB contribua para o fortalecimento do Poder Aeroespacial
Brasileiro, sempre com foco em sua missão primária e com a atenção voltada
para as necessidades das próximas gerações. (BRASIL, MINISTERIO DA
DEFESA, COMANDO DA AERONÁUTICA. DCA11-45,2018, p.9)
As responsabilidades das Forças Armadas estão fundamentadas na constituição da
República Federativa do Brasil de 1988 e na Lei Complementar nº 97/1999, alterada pelas Leis
Complementares nº 117/2004 e nº 136/2010. Assentada nesse alicerce jurídico, as Forças
Armadas, representadas pelo Exército Brasileiro (EB), Marinha do Brasil (MB) e Força Aérea
Brasileira (FAB), afirmam sua devida missão, estabelece preceitos atemporais que proporcione o
seu desenvolvimento, e determina os preceitos éticos fundamentais da instituição, que integra a
concepção filosófica que direciona o comportamento da corporação.

Segundo o documento, DCA 11-45, Portaria Nº 1.597/GC3, DE 10 DE Outubro de 2018,


são definidas a destinação constitucional que diz “Constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, as Forças Armadas são organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a
autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos
poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. ”

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Sem alterar a destinação constitucional das Forças Armadas, foram conferidas
incumbencias de acordo com as Leis Complementares nº 97, de 1999, nº 117, de 2004, e nº 136,
de 2010, que definem obrigações subsidiárias associadas ao desenvolvimento nacional e a defesa
civil, com a contribuição de envolvimentos nas campanhas institucionais de utilidade pública ou
de interesse social e com delitos transfronteiriços e ambientais.

Da Lei Complementar nº 97/1999 advém a atribuição de cooperar com o


desenvolvimento nacional e a defesa civil, na forma determinada pelo Presidente
da República. No que concerne ao desenvolvimento nacional, a Força Aérea
coopera nos campos social, econômico e de ciência, tecnologia e inovação,
conforme a seguir:

a) no campo social, além do serviço militar inicial, por meio do qual


milhares de jovens de todas as regiões do País têm acesso a uma preparação
profissional e de cidadania, a FAB participa ativamente de campanhas
institucionais de utilidade pública ou de interesse social, de programas sociais
governamentais e de projetos próprios de assistência à criança e ao jovem;

b) no aspecto econômico, fomenta a indústria nacional, por meio do


desenvolvimento, da normalização, homologação e qualificação de produtos e
de empresas voltados para o aeroespaço, incentivando a nacionalização
progressiva de equipamentos e de serviços, visando a reduzir a dependência
externa;

c) também são desenvolvidas ações para estabelecer planos de carga


adequados à sustentação da indústria nacional, com incentivo a associações,a
participações e a aquisições que assegurem competitividade, visando à inserção
dos seus produtos no mercado externo; e

d) desde os seus primórdios, a FAB tem dedicado atenção especial à


pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico e industrial no setor aeroespacial. Os
resultados extraordinários já alcançados foram fruto do pioneirismo, da
determinação, da persistência e da continuidade administrativa, num trabalho
balizado pelo objetivo político principal de melhorar a capacidade da indústria
nacional em apoiar a Força Aérea Brasileira. (BRASI, MINISTERIO DA
DEFESA, COMANDO DA AERONÁUTICA. DCA11-45,2018, p.18-19)

No aspecto concernente a defesa civil, a Força Aérea Brasileira (FAB) concerne em


empregar as capacidades de emprego operacional destinadas a situações de conflitos, com os
ajustes necessários, a utilização destes meios em auxilio as agruras do País em situação em tempo
de paz. Com a observância de alguns aspectos:

a) a cooperação da Força Aérea decorre da sua participação como elo do


Sistema Nacional de Defesa Civil (SINDEC), que é coordenado pela Secretaria
Nacional de Defesa Civil, do Ministério da Integração Nacional; e

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b) nestas ações, a Força disponibiliza parte dos seus recursos
operacionais e logísticos para coordenar e realizar evacuações aeromédicas e
apoiar as ações de defesa civil com pessoal, material e meios de transporte, nos
casos de calamidade pública, quando solicitado e determinado por autoridade
competente, inclusive fora do território nacional, permitindo também o
atendimento a países amigos. (BRASI, MINISTERIO DA DEFESA,
COMANDO DA AERONÁUTICA. DCA11-45,2018, p.19)

Seguindo essa apresentação das leis, ainda restam as leis complementares que agregam
tarefa à destinação constitucional da FAB.

Da Lei Complementar nº 117/2004 advém a autorização para participar


de campanhas institucionais de utilidade pública ou de interesse social.

A Lei Complementar nº 136/2010, impôs novas atribuições subsidiárias


para as Forças Armadas na direção de atuar, preventiva e repressivamente,
contra delitos transfronteiriços e ambientais, isoladamente ou em coordenação
com outros órgãos do Poder Executivo, bem como de zelar pela segurança
pessoal das autoridades nacionais e estrangeiras em missões oficiais, da mesma
forma isoladamente ou em coordenação com outros órgãos do Poder Executivo.
(BRASI, MINISTERIO DA DEFESA, COMANDO DA AERONÁUTICA.
DCA11-45,2018, p.19)

Em concordância com o Glossário das Forças Armadas (MD35-G-01), Operação Militar é


toda operação realizada em missão de guerra, de segurança interna, ou manobra militar, sob a
responsabilidade direta de autoridade militar competente. Nesse contexto, incorpora as ações em
conjunto com as entidades de Defesa Civil, as quais as Forças Armadas cooperam, sem o
comprometimento de sua destinação constitucional. Assim sendo o Art. 16 da lei complementar
nº 97/1999, prevê como atribuição subsidiária das Forças Armadas (FA) cooperar com a Defesa
Civil, além de participar em campanhas institucionais de utilidade pública ou de interesse social.
Sendo assim, a Missão das Forças armadas em ações em conjunto com a Defesa civil seria:

Cooperar, mediante autorização, com os órgãos e entidades que possuem


competências relacionadas com a Defesa Civil. Para isso, ficar em condições de
apoiar ações preventivas, incluindo planejamentos, instrução e simulações, e de
resposta a desastres, tudo com vistas a evitar ou mitigar os efeitos daquelas
ocorrências; a preservar o bem-estar da população; e a restabelecer a
normalidade social (BRASIL, MINISTÉRIO DA DEFESA.MD33-I-01, 2015,
p.15)

Dentre as diversas operações em conjunto, destaca-se as missões humanitárias que envolvem


desastres naturais e emergenciais como o apoio e resgate das vítimas do rompimento da barragem em
brumadinho e mariana, transporte de órgãos e de urnas eleitorais, evacuações aeromédicas, transporte de

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suprimentos e pessoas e construção de pistas são algumas das diversas ações realizadas com o objetivo de
levar direitos fundamentais a população em regiões de difícil acesso do País.

2.2 Primeiro do Primeiro Grupamento de Comando e Controle

Dentro desse cenário de atividades em conjunto que a FAB desempenha nas diversas
localidades do nosso extenso País, ressalto a importância de um planejamento estratégico
operacional na aplicação dos diversos vetores disponíveis para o cumprimento da missão.
O Primeiro grupo de comunicação e controle se encaixa neste planejamento estratégico
com as funções definidas:

O Primeiro Grupo de Comunicações e Controle (1º GCC) é a unidade,


subordinada ao Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), apta a
instalar, operar e manter um escalão avançado de operações aerotáticas em áreas
onde a cobertura ordinária não for suficiente. O controle, as comunicações e o
alarme aerotático fornecidos pelo 1º GCC, suprem eventuais falhas de detecção
e ligam áreas remotas com os usuários dos centros de controle e operações
(DEPARTAMENTO DE CONTROLE AÉREO, MINISTÉRIO DA DEFESA,
FORÇA AÉREA BRASILEIRA,2020)

Desta forma, diversas localidades que ocupam áreas remotas são alcançadas por este
planejamento estratégico, no qual está corporação é responsável de realizar manobras que
transportam os recursos necessários para a efetividade operacional, desenvolvendo e transmitindo
uma maior flexibilidade aos comandos operacionais. Através de meios criptográficos, o 1º/1º GCC
provê uma estrutura de comunicação eficaz e de alta confiabilidade.
Dentro deste exposto, saliento o uso do gerador a diesel abordado nesta pesquisa, com o
intuito de promover uma fonte de energia limpa e sustentável, ocasionando uma economia neste
processo de planejamento operacional e buscando desta forma, a possibilidade de alcançar um
maior número de pessoas impactadas pelo efeito das ações realizadas pela Força Aérea Brasileira.

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CAPÍTULO III: FONTES RENOVÁVEIS

O uso da energia na sociedade tem se tornado cada vez mais essencial e primordial na vida
de todos. Progressivamente novas necessidades têm surgido e associado ao desenvolvimento das
tecnologias e a crescente populacional, começa-se a indagar sobre a escassez dos recursos
energéticos diante da florescente demanda, especialmente em consequência ao extenso uso de
fontes não renováveis e a exploração excessiva dos recursos provenientes do nosso planeta.
Como consequência deste fato, fontes alternativas têm sido analisadas em virtude de uma
diversificação da matriz energética e a limitação dos impactos, primordialmente ambientais,
originados pela geração, distribuição e consumo de energia. Diante deste exposto desponta o
debate sobre a viabilidade de implantação de fontes de energias renováveis, destacando as
energias que possuem menor impacto ambiental.
Fontes de energias renováveis são aquelas provenientes de origens naturais, por exemplo
sol, água, vento, biomassa entre outras, estas são encontrada em abundância na natureza,
facilitando desta forma sua reposição no meio ambiente, contudo estes recursos não são
inesgotáveis, necessitando de um controle de seu uso, embora seja farto os recursos, a renovação
no meio é temporal e sujeita-se ao modelo de captação dos recursos.

3.1 - Energia Eólica

A energia eólica e a conversão da energia do vento em energia útil, consiste num método de
produção de energia limpa e renovável, visto que não produz poluentes em sua geração e
mantém-se de forma constante na superfície terrestre, devido a isso está sempre disponível ao
Homem.
O vento consiste num intenso deslocamento de ar, sua origem se pela convecção de calor, o
ar à medida que esquenta torna-se menos denso, desta forma ele sobe e o ar frio da parte superior
desce, este fluxo constante de ar proporciona as variações de corrente de ar, esse deslocamento do
ar denomina-se vento.

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Este movimento do ar é captado por uma turbina eólica (aerogerador), que ao deslocar as
hélices produzem energia mecânica, essa energia é transformada posteriormente em eletricidade.
O vento desloca as pás da turbina, esse movimento é transmitido a uma caixa multiplicadora
(gearbox) através do eixo central, que tem a função de promover um acréscimo na velocidade de
rotação, conforme as características de fabricação. Os aerogeradores sistematicamente controlam
a velocidade do rotor com o intuito de conservar uma estabilidade na velocidade da rotação das
hélices diante da variação da velocidade do vento, desta forma eles moderam a rotação caso
ocorra ventos demasiadamente fortes.
Os aerogeradores são instalados em áreas com extenso volume de deslocamento de ar, que
naturalmente se situam em zonas de altitude elevada. Em áreas remotas são instalados uma
grande quantidade desses aerogeradores, dando origem aos parques eólicos. O gerador conectado
ao transmissor mecânico gera a energia elétrica.

3.2 - Energia Hidrelétrica

A energia hidrelétrica é gerada ao se utilizar a força da água nas usinas hidrelétricas, estas
consistem em grandes infraestruturas hidráulicas que transformam a intensa energia contida nas
correntezas em energia cinética que irá movimentar uma turbina e, esta a um gerador que por fim
irá gerar energia elétrica proveniente de um recurso renovável.
O funcionamento de uma hidrelétrica provém de um sistema que contém uma barreira, uma
barragem ou um dique transversal, que retém a queda d'água, formando deste modo um acúmulo
de água que pode ser um reservatório ou uma bacia hidrelétrica. Por meio de adução, a água é
encaminhada por tubulações, canais e túneis de derivação para tanques de carregamento e em
seguida é conduzida diretamente para turbinas hidrelétricas, por intermédio de válvulas de
entrada (segurança) e mecanismos de regulação de fluxo (distribuidores), conforme a demanda
energética.
As turbinas são acionadas pelo fluxo da água, transformando a energia da massa d’água
em movimento das hélices da turbina, gerando assim uma energia mecânica na rotação das pás,
depois está água é direcionada para um canal de descarga, sendo retornada ao fluxo original.

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Acoplado ao eixo desta turbina, está o gerador elétrico rotativo (alternador), que converte a
energia mecânica proveniente da rotação das hélices da turbina em energia elétrica.
Após a efetivação da energia elétrica, ela passa por um processo para viabilizar a
transmissão por uma longa distância, para isso, a energia é aplicada a um transformador com o
objetivo de atenuar a intensidade da corrente e elevar a tensão.
Ao chegar na central de distribuição, a energia passa novamente pelo transformador, com o
objetivo oposto neste instante, de elevar a intensidade da corrente e baixar a tensão, tornando-a
compatível ao uso industrial, comercial e doméstico.

3.3 - Energia de Biomassa

  A energia de biomassa é uma fonte renovável proveniente da combustão de matérias


primas orgânicas, nesta definição se excetuam os combustíveis fósseis, mesmo sendo derivativos
do ramo vegetal e mineral, assim como o carvão. O petróleo e o gás natural.
              Esta diferença se dá pelo tempo de derivação dos organismos vivos em solo, ao
contrário dos derivados dos organismos vivos mais recentes em solo, os combustíveis fósseis são
provenientes de transformações que perduram milhões de anos para serem concretizadas na sua
totalidade.
              Nesse sentido. A renovação da energia de biomassa ocorre pelo ciclo do carbono no
meio ambiente: a combustão dos organismos produz no seu resultante CO², que é liberado na
atmosfera, este produto é usado na fotossíntese das plantas, onde é convertida em hidratos de
carbono, liberando oxigênio.
          Os materiais usados para produzir a energia de biomassa são basicamente os subprodutos
da pecuária, da agricultura e de outras atividades, da mesma forma que a parte biodegradável de
resíduos sólidos urbanos. Estes incluem os seguintes materiais:
 Lenha;
 Bagaço da cana-de-açúcar;
 Papel e papelão já utilizados;
 Serradura de madeira;
 Galhos e folhas de árvores;

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 Casca de arroz;
 Lodo de estações de tratamento de esgoto.

        Além da queima para a produção de eletricidade, a biomassa também é o elemento principal


de vários novos tipos de combustíveis e fontes de energia. Entre eles, podemos destacar o bio-
óleo, o biogás, o Biomass-to-Liquids BTL e o biodiesel.
            O funcionamento de uma usina de biomassa e similar as usinas termelétricas, ou seja, elas
convertem o calor da queima dos materiais orgânicos em energia, esse processo de conversão de
energia a partir da combustão dos materiais e atingido através quatro modos:

 Combustão

        Essa é a forma mais convencional de produção de energia de biomassa:  Por meio da


combustão em altas temperaturas e com bastante oxigênio neste processo. O vapor produzido por
essa combustão é conduzido para mover as turbinas e, assim, produzir eletricidade.

 Pirólise

             De forma similar ao primeiro modo, sendo que neste caso a combustão em alta
temperatura ocorre sem a presença do oxigênio desta forma o processo de decomposição e
acelerado. Os produtos obtidos por meio desse processo podem ser líquidos (como o bio-óleo) ou
sólidos (como o carvão vegetal) e também podem ser queimados para produzir calor e
eletricidade.

 Gasificação

       Neste modelo, ocorre de forma análoga a pirolise, ocorrendo o diferencial no produto final,
neste caso seu produto final e um gás inflamável denominado syngs, ou gás de síntese. Esse
biocombustível é uma mistura de hidrogênio e monóxido de carbono de alta combustão e também
pode ser usado para produzir energia.

 Co-combustão

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Neste modelo ocorre uma redução da emissão dos poluentes e do nível de poluição dos
solos e das águas e a mitigação dos desperdícios, isso se dá pelo uso da biomassa em substituição
à parte do carvão mineral usado para a produção da energia.

3.4 Energia Solar Fotovoltaica

Há inúmeras vantagens na utilização da energia solar fotovoltaica, começando por ter o sol
como proveniente, sendo uma fonte de energia ilimitada. Além de não agredir o meio ambiente,
poder utilizar materiais reciclados em seus componentes, não emitir sons, e ter uma durabilidade
média de 25 anos de seus painéis solares.
Todo esse benefício acarreta um custo inicial elevado, pois sua tecnologia é sofisticada. São
inúmeras as empresas que estudam meios de aumentarem a aproveitabilidade dos módulos, já que
esse é um dos grandes limitadores da transformação da energia atualmente. Atualmente, um
painel solar de qualidade, tem uma eficiência igual ou maior a 18%, ou seja, cerca de 82% da
energia é desperdiçada.

3.5 - Sistema Fotovoltaico

Um sistema fotovoltaico é um modelo no qual, seus componentes são confeccionados


para aproveitarem o máximo de energia fornecida pelo sol e converter a mesma em eletricidade.

A transformação se inicia através dos painéis solares, que são constituídos por unidades
menores chamadas de células solares, elas por sua vez são constituídas normalmente de silício,
que é o segundo elemento mais comum na Terra, e também acontece de ser um semicondutor.
Geralmente, esse tipo de material possui átomos realizando quatro ligações com seus vizinhos,
mantendo seus elétrons presos, porém nesse equipamento, uma das camadas é tratada com
Fósforo (P), e é deixada com elétrons extras, a outra com Boro (N) e passa ter uma carência de
elétrons, deixando buracos vazios. Assim temos duas metades, a primeira com uma carga
negativa, a segunda positiva, que juntas, formam a junção P/N. Quando um fóton proveniente da
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luz solar atinge esse sistema ele pode excitar um elétron o suficiente para que ele saia de sua
posição original e passa a se locomover livremente. O mesmo é válido para o buraco deixado em
sua ausência. Esse fenômeno é chamado de efeito fotoelétrico e por causa da polarização, os
elétrons viajam somente em direção ao lado negativo. Dessa forma essas partículas negativas
seguem caminho para um condutor, que eventualmente voltam ao silício, fechando um ciclo,
gerando a corrente elétrica.
Os sistemas fotovoltaicos podem ser Off-Grid, quando não são conectados à energia
comercial, sendo um sistema completamente autônomo e o On-Grid, quando conectados à rede.

3.5.1- Sistemas Conectados à Rede (On-Grid)

Ao contrário do sistema Off-Grid, esse sistema precisa estar conectado à rede de


energia, pois dispensa a utilização de baterias e controladores de carga, sendo mais eficiente e
apresentando um preço final para o adquirente menor. .
Logo, esse sistema tem como vantagem o fator econômico, já que toda a carga produzida
excedente, volta para a rede de energia elétrica a qual está conectada, convertendo assim em
créditos com a prestadora de serviço, que podem ser utilizados quando a demanda for maior que a
produção do sistema. Assim, o usuário só paga a diferença entre o que é produzido e o que é
consumido.
O sistema On-grid está regulamentado pela resolução normativa nº 482 da ANEEL, de
17 de abril de 2012, que define o mecanismo de compensação de energia.

3.5.2 - Sistemas Isolados (Off-Grid)

É o sistema no qual está focada nossa pesquisa. São sistemas completamente


autônomos, ou seja, não dependem do fornecimento da rede para seu funcionamento. Toda
energia gerada que não é utilizada ao longo do dia, abastece um banco de baterias para suprir o
sistema nos períodos de pouca ou nenhuma incidência do sol, como os períodos noturnos,
fazendo estes, o papel da rede.

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● São divididos em 3 blocos:

1. Bloco de geração de energia: Composto por painéis solares, cabos e estruturas de suporte;
2. Bloco de Condicionamento de potência: Composto pelos inversores e controladores de
carga;
3. Bloco de armazenamento: Composto pelas baterias.

Para que o sistema funcione perfeitamente, é necessário que o banco de baterias seja
calculado para suprir a demanda do local desejado, levando sempre em consideração as
condições climáticas do lugar que será instalado, já que um ambiente com pouca incidência solar,
deverá ter uma demanda maior, por ter mais períodos de ausência da luz.

Normalmente, clientes que requerem uma certa demanda de energia em lugares de difíceis
acessos, utilizam geradores movidos à diesel. Logo, diante desses, poderíamos citar diversas
vantagens, como:

 Não utilização de combustíveis fósseis, consequentemente, diminuindo e emissão


de gases prejudiciais para a atmosfera;
 A diminuição de custos com o transporte do combustível e dos geradores;
 Sem riscos de acidentes por consequência do constante contato com equipamento
inflamável;
 Fácil instalação e adaptação aos projetos;
 Capaz de fornecer a energia constantemente e ininterruptamente, quando o projeto
estiver bem dimensionado.

3.5.3 – Equipamentos (Off-Grid)

a) Painel Fotovoltaico: É o principal componente de um sistema de energia solar. A maior parte


dos painéis são constituídos por células de silício, um material semicondutor. Essas células,
possuem duas camadas carregadas, uma positiva e a outra negativa que geram a corrente elétrica.
O de melhor aproveitamento para nosso sistema são os monocristalinos, pois possuem
maior eficiência, variando entre 15% e 22%. São construídos a partir de um único cristal de

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silício ultrapuro, este é fatiado, fazendo assim lâminas de silício individuais, que são então
tratadas e transformadas em células fotovoltaicas. Funcionam melhor do que painéis
policristalinos em condições de pouca incidência solar e possuem uma expectativa de vida útil de
mais de 30 anos.

b) Suporte de Fixação: Estruturas de suporte dão sustentação aos demais elementos do sistema,
além de agrupar os módulos do painel solar. Há diversos tipos de estruturas, pois dependem de
variáveis, como inclinação, modelo, tipo de material de construção dos painéis e o local que
deverá ser instalado.

c) Cabos: A interligação de todo o sistema dependerá da variação do painel solar que será
instalado. Deve ser levado em conta a distância entre os componentes do sistema e sempre
utilizar material de qualidade em sua estrutura, para que seja diminuída a perda ao longo do
caminho, podendo prejudicar a eficiência do sistema.

d) Inversor: O Inversor Solar é um dos componentes mais importantes no projeto de energia


solar, basicamente transforma a energia elétrica gerada pelos painéis, de corrente contínua (CC)
para corrente alternada (CA).

e) Controlador de Carga: Responsável pela proteção das baterias do sistema, controlando o


processo de carregamento e descarregamento das baterias, fazendo com que sua vida útil seja
maximizada e garantindo uma eficiência ainda maior no armazenamento de toda energia
produzida.

f) Banco de Baterias: Elas armazenam toda energia produzida ao longo do dia, para que seja
provida quando houver ausência solar. Existem modelos específicos de baterias utilizadas no
processo de armazenamento da energia solar, chamadas de baterias estacionárias ou de ciclo
profundo, que, ao invés de baterias automotivas, são projetadas para aguentarem descargas mais
profundas, além de serem feitas para durarem mais tempo.

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3.6 - Grupo Gerador

              Geradores são máquinas que têm seu funcionamento similar ao motor de um carro, a
única diferença é que neste caso usa-se o diesel como o material para gerar a combustão.
            Uma característica particular do diesel é que ele queima a uma temperatura mais elevada
que os outros combustíveis, devido a essa característica do diesel, o gerador torna-se mais
eficiente, possuindo seus pontos negativos em produzir maior barulho e poluição, caso não haja
manutenção regular.
            O funcionamento dentro do gerador funciona da seguinte maneira: o ar é puxado até ser
comprimido, em seguida é injetado o combustível diesel. Neste momento da combinação, ocorre
um calor intenso que faz inflamar o combustível, fazendo ele entrar em combustão, assim desse
modo o gerador funcione.
          Após todo este processo de combustão, o gerador transforma em energia necessária a ser
distribuída conforme as necessidades dos aparelhos conectados ao gerador.  
            Utilizaremos como base para nosso estudo o Grupo Gerador conforme ilustração à seguir:

O gerador em estudo, possui uma potência contínua de 20 KVA/16 KW e um fator de


potência de 0,8. A capacidade de seu tanque é de 90L, obtendo uma autonomia média de 6L/ H
com metade da carga conectada.

Com o valor do diesel aproximadamente em R$ 5,12 , para que fosse necessário o


fornecimento de energia para uma carga de 8KW durante um período de 8h, seriam gastos em
combustível a média de R$ 240,00.

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CAPÍTULO IV - DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA OFF GRID

4.1 - Energia Elétrica

A energia elétrica ocorre através do trabalho realizado pela corrente elétrica quando
submetido à uma diferença de potencial. É gerada pela conversão de energia de diversos
combustíveis. O método mais comum utilizado no Brasil, se dá através das forças das águas em
hidroelétricas.

Para calcular a energia consumida (em Joule) por aparelhos eletroeletrônicos, devemos
multiplicar a potência de consumo dos mesmos (em quilowatt) pelo tempo de uso (em segundos).

4.2 - Definindo as Variáveis

Realizando uma comparação do conceito de energia para o sistema fotovoltaico, podemos


dizer que:

onde:

- Energia = É a energia de geração, através do trabalho que ocorre nas placas solares pelo
contato dos fótons com as fotocélulas. É o resultado que se deseja alcançar diariamente.
- Potência = É a potência total da soma de todos os painéis.
- Tempo = É o tempo em que as placas estão expostas ao sol diariamente.

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Através dessa comparação, conseguiremos encontrar a quantidade de painéis
necessários para a demanda desejada. Da seguinte maneira

● 1º Passo:

Assim como qualquer outro sistema, há perdas no circuito, tanto na cablagem, quanto nos
painéis e no inversor, logo, devemos adicionar à equação anterior outro termo que levará em
consideração o rendimento de todo o sistema:

Onde o rendimento (η) está associado à diversos fatores, dos quais podemos citar:

- Perdas por temperatura = 7,0% - 18,0%


- Incompatibilidade elétrica = 1,0% - 2,0%
- Sombreamento e poeira = 1,0% - 8,0%
- Cabeamento CC = 0,5% - 1,0%
- Cabeamento CA = 0,5% - 1,0 %
- Inversor = 2,5% - 5,0%

De cada fator citado, a média que iremos considerar para fins de cálculos será:

- Perdas por temperatura = 11,5% : onde 100% - 11,5% = taxa de 0,885


- Incompatibilidade elétrica = 1,5% : onde 100% - 1,5% = taxa de 0,985
- Sombreamento e poeira = 2,0% : onde 100% - 2,0% = taxa de 0,980
- Cabeamento CC = 1,0% : onde 100% - 1,0% = taxa de 0,990
- Cabeamento CA = 1,0 % : onde 100% - 1,0% = taxa de 0,990
- Inversor = 4,0 % : onde 100% - 4,0% = taxa de 0,960

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Realizando a multiplicação de cada fator de perda, teremos uma taxa de rendimento de
aproximadamente 0,8.

● 2º Passo:

Para definirmos a quantidade de painéis que iremos utilizar em nosso sistema, é


necessário primeiramente listarmos alguns dos principais itens dentro de um shelter, onde ocorre
a atividade de campanha:

Quantidad Item Potência


e

01 Ar condicionado 18.000 BTUs 1830 W

06 Lâmpada fluorescente tubular 40 W

02 Telefone Voip 19 W

04 Fonte de alimentação - Notebook 45 W

Com todos os aparelhos ligados simultaneamente, teremos um consumo médio de


2,3KW/h. Na eventualidade de entrar mais algum dispositivo, iremos trabalhar com uma potência
de 30% acima, resultando em um consumo de aproximadamente 3KW/h.

Supondo um funcionamento de 8h para efeitos de comparação com o rendimento do


gerador, teremos o consumo de 24 KWh/dia, sendo essa nossa variável energia de geração.

● 3º Passo:

Para definirmos a variável tempo de exposição, que é o tempo em que os painéis


solares ficarão expostos à irradiação solar diariamente, iremos inserir o conceito de HSP, que

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significa Horas de Sol Pico. Esse conceito se baseia no nível de irradiação solar ao longo do dia.
Como exemplo, iremos utilizar a cidade de Brumadinho-MG para demonstrar passo a
passo o método de se encontrar o HSP de determinado local:

1º) Descobrir as coordenadas geográficas do local a ser instalado o sistema através do Google
Maps. Ao abrir o mapa da localidade, com a seta do mouse acima desse, clique com o botão
direito e logo em seguida: “O que há aqui”. Dessa forma, será demonstrado a latitude e a
longitude daquele ponto no mapa.

2º) Acessar o site do Centro de Referência para Energia Solar e Eólica, preenchendo a Latitude e
Longitude do lugar que se deseja instalar o sistema: http://www.cresesb.cepel.br/index.php?
section=sundata&

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3º) Após obter a tabela da localidade, deve ser pego a irradiação solar média do plano horizontal.
No nosso exemplo é de 5,12. Sendo esse, o valor da variável tempo de exposição.

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Com isso, temos todas as variáveis necessárias para se calcular a Potência total dos painéis
para a localidade exemplo de Brumadinho:

- Energia de geração: 24KWh/dia


- HSP de Brumadinho: 5,12h/dia
- η (rendimento): 80% = 0,8

Aplicando nossos dados na Fórmula de dimensionamento:

Logo, somando a potência individual de cada painel, deveremos ter pelo menos 5,86Kw
para que consigamos fornecer a demanda de 24KWh/dia.

4.3 - Quantificação de Painéis

Com o valor da potência total necessária calculada, deveremos definir qual o painel
disponível no mercado que melhor se enquadra em nosso sistema. As variedades disponíveis para
aquisição têm sido cada vez maiores, sendo proporcional à evolução dos estudos e tecnologias
aplicadas.

Para que não sejam necessárias uma grande quantidade de placas, iremos utilizar uma que
no momento da pesquisa deste trabalho, possui elevado fornecimento energético, e se encontra
disponível no mercado:

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O painel solar fotovoltaico de 410Wp possui 144 células de silício monocristalino.
Apresenta uma Tensão Máxima de 40,65V e uma Corrente Máxima de 10,10A, obtendo uma
eficiência do módulo de 20,4%, com uma garantia de 25 anos. Sua dimensão é de 2015 x 996 x
40 mm. Pesa 23,00 kg e vem com certificação do INMETRO assegurando alta eficiência,
confiabilidade e segurança para instalação.

Para que possamos encontrar a quantidade total de painéis, devemos dividir a potência
total dos painéis pela potência do painel escolhido.

Como não é possível implementarmos um número quebrado, iremos utilizar 14 unidades,


já que estamos trabalhando com uma potência estimada já acima da necessidade.

Desse modo, teremos um fornecimento total de 14 placas fornecendo 410 KWp, gerando
um total de 5740W.

4.4 - Definindo o Controlador de Carga

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O controlador de carga é responsável por carregar a bateria. Ele recebe a energia do
painel, e aproveita praticamente 99% se for de modelo mppt.

Para que possamos escolher um modelo, devemos pegar como referência a associação que
deverá ser feita nos módulos fotovoltaicos, pois é o valor equivalente que dirá quanto de corrente
e de tensão o controlador deve suportar em sua entrada.

Desse modo, usaremos como referência o modelo SPF5000ES da marca GROWATT, no


qual possui as seguintes especificações:

- Potência Máxima do arranjo Fotovoltaico = 6000W


- Tensão Máxima de Circuito aberto do arranjo = 450VDC
- Corrente Máxima de Carga Solar = 100A

Usando como base essas características e sabendo que a Tensão e a Corrente de cada
módulo fotovoltaico utilizado em nosso sistema é de 40,65V e 10,10A respectivamente, faremos
uma associação de módulos de modo a não ultrapassar os valores limites de nosso controlador.
Ficando da seguinte maneira:

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Resultando assim numa equivalência total do circuito de 81,3VDC e 70,7A. Assim,
teremos uma associação simples, sem infringir os valores máximos de input de nosso controlador.

4.5 - Definindo o Banco de Baterias

Como o cenário de utilização de nosso sistema são em regiões remotas e isoladas, para que
houvesse a manutenção ou a substituição do banco de baterias de chumbo ácidas, o trabalho seria
muito mais complexo, devido à quantidade e peso. Logo, um sistema que tenha armazenamento
com baterias de lítio, soluciona esse inconveniente, pois permite a mobilidade para regiões mais
distantes, sem que haja tamanho esforço, além de permitir uma alta disponibilidade de energia
com alta confiabilidade.

Para que baterias chumbo ácidas tenham pleno funcionamento, sua descarga deve
atingir até 30% para uma vida útil estimada de 2 anos, ou uma média entre 400 e 800 ciclos. Isso
evidencia que o investimento em baterias de lítio é mais eficaz e duradouro, além de maior
confiabilidade e sem altos custos para substituição periódica do banco de baterias.

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O controlador de carga que utilizamos como referência, trabalha com baterias de
48VDC. Então para nosso sistema, usaremos como referência a powerbox F-5 da fabricante
Dyness.

A mesma possui tecnologia que utiliza íons de lítio para conversão da energia química
armazenada em eletricidade. Com ela, seu descarregamento atinge até 80%, sem que danifique a
mesma, com uma vida útil de 16 anos estimada ou 6.000 ciclos. Ela é capaz de fornecer até
3,84Kw/h, sendo ideal para nosso projeto. Além de ter somente 69Kg, otimizando assim, as
necessidades de transporte.

3.6 - Definindo o Inversor

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Os inversores fazem a conversão da corrente contínua, gerada pelas placas solares e
armazenadas na bateria, para corrente alternada, de modo que possa ser utilizada pelos aparelhos
eletroeletrônicos.

Para a definição do inversor para nosso sistema, usamos como parâmetro o modelo SPF
5000 ES da fabricante Growatt. O modelo em referência possui a capacidade de fornecer até
5KW, como um sinal puro de saída de 220 AC e 60HZ. Seu peso é de 12Kg.

CAPÍTULO V - RESULTADOS

34
5.1 - Viabilidade Econômica

Para identificarmos o ganho do sistema solar off-grid em cima do que é atualmente


utilizado, no caso, os grupos geradores, será feito uma soma dos gastos envolvidos em cada um
dos dois sistemas, comparando os investimentos e todos os prejuízos que os envolvem, além do
retorno que ambos trarão, tanto financeiro, quanto de confiabilidade.

a) Tabela de Valores

GRUPO GERADOR

Material Quantidade Valor TOTAL

Grupo Gerador 1 R$ 41.999,90 R$ 41.999,90

CONJUNTO FOTOVOLTAICO

Material Quantidade Valor TOTAL

Painel Fotovoltaico 14 R$ 949,05 R$ 13.286,70

Banco de Baterias 1 R$13.568,26 R$13.568,26

Carregador / Inversor 1 R$ 6.871,84 R$ 6.871,84

R$ 33.726,8

b) Custo x benefício

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Podemos ressaltar o modo que a energia é gerada entre os dois sistemas, como
principal diferença no impacto financeiro. O grupo gerador não consegue prover energia sem a
inserção de um combustível e com o constante aumento do diesel, atingindo atualmente valores
de R$ 5,12 o litro, se torna cada vez mais impraticável a sua utilização.

Logo, além do investimento inicial na aquisição de um grupo gerador ser maior do


que de todo sistema fotovoltaico, há a necessidade da constante aquisição de combustível para
seu funcionamento, aumentando consideravelmente o prejuízo com recursos.
A mobilidade, que é o ponto chave de nosso questionamento quanto à eficácia do
sistema funcional à diesel, é um fator determinante para a queda de seu benefício. A grande
dificuldade em seu transporte, justificados pelos X Kg inerentes a si, torna-se seu principal
inconveniente. Quando falamos de mobilidade, precisamos levar em consideração tudo que está
envolvido para que o equipamento seja levado para seu destino e um grupo gerador envolve
muito gastos, quando comparamos a todo sistema fotovoltaico. Um exemplo prático da diferença
entre ambos, parte que, para o sistema de energia solar, com a nova tecnologia de baterias em
lítio, todo um banco de baterias responsável pelo funcionamento dos aparelhos na ausência da
energia solar, possui apenas 63 Kg.

Outra grande vantagem do sistema fotovoltaico, está em sua constante evolução. Apesar
das placas fotovoltaicas terem uma eficiência relativamente baixa, ainda é possível projetar um
circuito útil, que compense financeiramente. Constantemente são lançadas placas com
possibilidades de fornecimento energéticos ainda maiores. Componentes do sistema, como os
controladores de carga e os inversores têm recebido cada vez mais investimentos e é possível
encontrar no mercado um só dispositivo que execute as duas funções, como o modelo que
escolhemos para nosso projeto. Dessa forma, o investimento é relativamente igual se fossemos
comprar dois aparelhos distintos com uma única função, porém, a melhor opção é priorizar o
espaço e a redução de itens em todo o sistema. Essas otimizações não são possíveis no sistema de
fornecimento de energia à Diesel.

Assim, podemos dizer que o custo x benefício apresentado pelo sistema fotovoltaico,
ainda que com suas perdas ou que, para a necessidade de uma carga maior, tenha que recalcular a
quantidade de placas ou adquirir mais controladores de carga/ inversores e baterias, digamos que
a soma de seu rendimento e as garantias de longo prazo do sistema, quando comparados ao

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Grupo Gerador, encontramos resultados relativamente maiores. Ainda mais quando comparamos
pontos como a agilidade adquirida no transporte, o corte de custos com combustível e a
quantidade significativamente menor de manutenção que necessita o sistema fotovoltaico.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

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O trabalho em prosa, contemplou objetivos pré-estabelecidos, realizando a proposta de
substituição de um sistema hoje já consolidado, que são os Grupos Geradores, por uma
tecnologia que aos poucos vem ganhando mercado e se firmando como tendência em residências
de proporção mundial. Foi demonstrado ainda, que, em constante evolução, é um sistema de alta
confiabilidade, no qual, até para exercícios de campanha onde há inúmeros obstáculos já aqui
evidenciados, vem a se tornar um sistema interessante dado por sua facilidade em mobilização e
seu notório retorno financeiro.

Vale ressaltar que a pesquisa realizada não possui nenhum vínculo com a Instituição
Força Aérea Brasileira ou qualquer outra Instituição. Todo trabalho parte de uma iniciativa de
aprimoramento de serviços já realizados por essas, onde o intuito principal é elevar os padrões de
alcance e mobilidade de quaisquer atividades de campanha, para que, na necessidade de uma
intervenção real, a sociedade seja a principal beneficiada, onde possa haver uma pronta resposta
ainda melhor da que já vem sendo fornecida por essas Instituições.

Por fim, é interessante enfatizar os inúmeros benefícios numa possível implementação


do sistema, dos quais destacamos a otimização financeira proposta por essa pesquisa, na qual,
apesar de hoje as Instituições já possuírem os Grupos Geradores, existe um considerável retorno
financeiro na implantação do sistema fotovoltaico. É notório também, e vale ressaltar, o grande
impacto desse sistema quando falamos em sustentabilidade, sendo mais um dos principais
benefícios dessa evolução tecnológica cada vez mais presente em nosso cotidiano.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

38
BRASIL Ministério da Defesa. Instruções para Emprego das Forças Armadas em apoio à
Defesa Civil. MD33-I-01.2015

BRASIL Ministério da Defesa. Comando da Aeronáutica. DCA 11-45. 2018

VILLALVA, Marcelo Gradella; GAZOLI, Jonas Rafael. Energia Solar Fotovoltaica: Conceitos
e Aplicações. 1.ed. São Paulo: ÉRICA, 2012.

A energia solar no brasil. Disponível em <https://www.bndes.gov.br/wps/portal


/site/home/conhecimento/noticias/noticia/energia-solar>. Acesso em 17 de mai de 2021.

Atlas de energia elétrica do Brasil. ANEEL. 2005. Disponível em:


<www2.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/download.htm> Acesso em 17 de mai de 2021.

Energia solar. ANEEL. 2008. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/


atlas/pdf/03-Energia_Solar(3).pdf>. Acesso em 15 de mai de 2021.

MINISTÉRIO DA DEFESA. Força Aérea Brasileira. Departamento de Controle Aéreo. Primeiro


Grupo de Comunicação e Controle. Disponível em: < https://www.decea.mil.br/?
i=unidades&p=1o-gcc> Acesso em 04 de nov 2021.

Tudo sobre a eficiência do painel solar. Disponível em: <https://www.portalsolar.com.


br/tudo-sobre-a-eficiencia-do-painel-solar.html> . Acesso em 26 de mai de 2021.

Potencial de energia solar: Quais as melhores regiões para captação da luz solar. Disponível
em: <http://borealsolar.com.br/blog/2016/10/26/potencial-de-energia-solar-quais-as-melhores-
regioes-brasileiras-para-captacao-da-luz-solar/>. Acesso em 26 de mai de 2021.

Brasil entra no grupo de 20 países líderes em energia solar, com 16º posição. Disponível
em: <https://www.udop.com.br/noticia/2020/7/8/brasil-entra-no-grupo-de-20-paises-lideres-em-
energia-solar-com-16-posicao.html> . Acesso em 10 de jun de 2021.

Tipos de sistemas fotovoltaicos: on-gridd e off-grid. Disponível em:


<https://www.ecycle.com.br/sistema-fotovoltaico-painel-solar-estrutura-suporte-inversor-
controlador-carga-cabos-baterias-captacao-armazenamento-kit-geracao-energia-eletrica-
eletricidade-vantagens-desvantagens-fontes-renovavel-m/>. Acesso em 12 de jun de 2021.

https://www.portal-energia.com/energia-eolica/

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