Você está na página 1de 8

GRAU DO TRABALHO

INSTITUTO DE LOGÍSTICA DA AERONÁUTICA


DIVISÃO DE ENSINO
::: SEÇÃO DE AVALIAÇÃO :::
TRABALHO AVALIADO INDIVIDUAL

2S QSS BET ROGÉRIO DA SILVA VICENTE JÚNIOR – ALA 12

Curso de Atualização de Mantenedor/2020


Noções de Metrologia Aeroespacial

GUARULHOS, 2020
1.0 INTRODUÇÃO

Desde as primeiras civilizações, o homem já apresentava a necessidade de medir


grandezas para que os projetos das respectivas épocas pudessem ser desenvolvidos de maneira
eficiente. Na atualidade, a tecnologia avançou muito e, juntamente a ela, a necessidade de efetuar
medições de maneira precisa. Como exemplo, podem-se citar as aeronaves militares que, além
de realizarem as tarefas de transporte que uma aeronave comercial executa, também estão aptas
a realizarem missões de defesa aérea, salvamento, resgate, transporte de órgãos e patrulha
marítima. Esses tipos de operação requerem equipamentos com alta confiabilidade, a fim de que
os erros sejam mínimos.

2.0 SISMETRA

O Sistema de Metrologia Aeroespacial (SISMETRA) foi criado pela Portaria Ministerial n.º
858/GM3, de 07 de dezembro de 1988, a fim de padronizar os procedimentos de medição na
Força Aérea Brasileira. O órgão central do SISMETRA localiza-se no Departamento de Ciência e
Tecnologia Aeroespacial (DCTA), o qual tem a função de coordenar, realizar o controle de
qualidade e gerenciar o Laboratório Central de Calibração (LCC). Os demais elos do sistemas
dividem-se basicamente em Laboratórios Regionais de Calibração (LRC) e Laboratórios Setoriais
de Calibração (LSC).
A fim de se obter a confiabilidade metrológica, os laboratórios de calibração seguem uma
série de procedimentos que garantem a rastreabilidade do equipamento. De acordo com o
Vocabulário Internacional de Medidas (VIM), a rastreabilidade é propriedade do resultado de uma
medição ou do valor de um padrão estar relacionado a referências estabelecidas, geralmente a
padrões nacionais ou internacionais, através de uma cadeia contínua de comparações, todas
tendo incertezas estabelecidas.. O nível de precisão da pirâmide da figura 1 pode ser comparado
ao número de casas decimais utilizados em cada medida. Quanto maior o nível do laboratório,
mais casas decimais serão utilizadas.

(Figura 1- Rastreabilidade metrológica no SISMETRA)


3.0 LABORATÓRIO SETORIAL DE SANTA CRUZ (LSC-SC)

Em conformidade a NSCA 9-4, é o laboratório integrante do SISMETRA, localizado em


Bases Aéreas, Parques, Grupos, Centros de Pesquisas, Unidades Operacionais, Unidades de
Proteção ao Vôo, Organizações de Saúde da Aeronáutica, Unidades de Ensino ou em outros
Órgãos do Comando da Aeronáutica, formalmente autorizado pelo Órgão Central para calibrar
padrões, equipamentos e instrumentos de medição e/ou sistemas de medição. Os padrões de
referência dos LSC são diretamente rastreados aos padrões do LRC
O LSC-SC, localizado na ALA 12, está apto a realizar calibrações nas áreas de metrologia
física, elétrica e dimensional. O setorial está subordinado administrativamente ao Grupo Logístico
da respectiva OM e operacionalmente, conforme a rastreabilidade, ao LRC, localizado no Parque
de Material Aeronáutico do Galeão (PAMA-GL).
Os itens que chegam ao LSC-SC para realizarem suas calibrações devem seguir o
fluxograma da figura 2. A maior parte desses itens é composta por torquímetros, manômetros,
tensiômetros e multímetros. No entanto, o laboratório também está apto a realizar calibrações de
osciloscópios, thermocouples, testes de circuito de ignição, valise entre outros. Caso algum item
não possa ser atendido pelos padrões do setorial, será recolhido, via SILOMS, e encaminhado ao
LRC-GL.

(Figura 2. Fluxograma de Processos do LSC-SC)


3.1 CICLO DO ITEM NO INTERIOR DO LSC-SC

O Setorial recebe os itens vindos do 1º GAC, 1º/7º GAv, 3º/8º GAv, 3º ETA e GLOG no
setor de expedição, que é responsável por verificar a existência de Ordem de Serviço (O.S) e
encaminhar ao setor responsável pela calibração; Antes de realizar a calibração, o técnico verifica
se a temperatura ambiente está inferior a 24º para dar prosseguimento ao processo; Ao finalizar
a calibração, o técnico encaminha o item novamente para o setor de expedição, que fica no próprio
setorial, para que a O.S seja encerrada e os apontamentos de Recursos Humanos (R.H) sejam
contabilizados; Ao terminar os processos burocráticos, o setor de expedição solicita a retirada do
item pelo proprietário.

3.2 PROCESSO DE CALIBRAÇÃO

Após verificar a temperatura ambiente, o técnico fará a busca da última Folha de


Informação de Calibração (FICA), que é um memorial de cálculo do item. Além disso, cada
laboratório possui um livro, no qual as informações como: PN, SN, Data de Chegada, Data de
Saída e Técnico Responsável são lançadas. Essas medidas servem para que haja um controle
maior dos itens que entram e saem do setor. Todas as FICA’s são baseadas nas Ordens Técnicas
(TO) do fabricante e pra cada faixa de leitura são realizadas três medições.
No cabeçalho da FICA (figura 3), estão todos os dados necessários para a correta
rastreabilidade do item. Informações como a TO utilizada, OS, Técnico executante, temperatura
ambiente, número do memorial e padrão utilizado na calibração com seu respectivo memorial
devem constar na FICA. Durante as medições, o técnico fará três leituras (figura 4), com as quais
irá obter um valor médio cujo valor estará associado a um erro médio. O valor médio deverá estar
dentro da tolerância da faixa de medição para que a leitura seja classificada como “Ok”. Caso o
valor esteja fora dessa faixa, a leitura será classificada como “fora”. No entanto, caso a leitura
esteja “fora”, caberá ao técnico avaliar se o equipamento precisa ser encaminhado ao LRC-GL ou
se os mantenedores podem usá-lo com auxílio de uma tabela de referência. A verificação da FICA
em equipamentos com etiqueta amarela é fundamental, para que as medidas sejam interpretadas
corretamente pelos usuários

(Figura 3- Cabeçalho da FICA)


(Figura 4- Leitura no memorial de Calibração)

Ao terminar a calibração, de acordo com os dados obtidos na FICA, o técnico irá fazer a
etiquetagem do EMP com algumas etiquetas do SISMETRA (Figura 5). Na etiqueta, o técnico
colocará informações como: PN, SN, TO, Observações, Número da FICA e data da validade do
equipamento. Em seguida, o item seguirá novamente para o setor de expedição, onde terá sua
OS concluída e será devolvido ao detentor do material. Em relação a controle de datas de
validade, todo mês é enviada uma relação com todos os itens calibráveis e a situação atual de
cada um deles ao Comando da OM. Os itens podem ter os status: Em calibração, Aguardando
Manutenção, Calibrado e Calibração Atrasada.

(Figura 5, Etiqueta de calibração EQ3)


4.0 PADRÕES UTILIZADOS NO LSC-SC

A seguir, seguem as imagens dos principais instrumentos de medida padrão do LSC-SC.

4.1 5500 A

Equipamento padrão utilizado em quase todos os processos de calibração na metrologia


elétrica.

(Figura 6)

4.2 TDS 540 C

(Figura 7)
4.3 HP 34401 A

(Figura 8)

4.4 TORQUE TEST

(Figura 9)
REFERÊNCIAS

ICA 66-12, Metrologia nos Sistemas de Material Aeronáutico e Bélico. Comando da Aeronáutica, 2013.

NSCA 9-1, Sistema de Metrologia Aeroespacial. Comando da Aeronáutica, 2014.

NSCA 9-4, Estrutura Funcional do Sistema de Metrologia Aeroespacial. Comando da Aeronáutica, 2009.

VIM, Vocabulário Internacional de Metrologia. INMETRO, 1ª Edição. Rio de Janeiro, 2012.

Você também pode gostar