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CURSO TEL032

DISCIPLINA 1
APOSTILA DE FUNDAMENTOS OPERACIONAIS E
TÉCNICOS
2023 – CINDACTA I – 3º Edição
1S QSS BET INGRID BARREIROS DA SILVA VIEIRA – Instrutor Pleno
1S QSS BET KETY FULI – Elaborador
2S QSS BET EDSON OLIVEIRA MIERS TEIXEIRA – Elaborador
2S QSS BET CHARLES MUNIZ DE SANTANA – Elaborador
Cv Ped CHRISTINA FERNANDES NEVES – Assessora Pedagógica
Versão 1.0
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO DA DISCIPLINA.................................................................................................. 4
UNIDADE 1.1: ÓRGÃOS OPERACIONAIS................................................................................ 5
SUBUNIDADE 1.1.1: ESTRUTURA DOS ÓRGÃOS OPERACIONAIS........................................ 6
SUBUNIDADE 1.1.2: MEIOS TÉCNICOS....................................................................................... 9
SUBUNIDADE 1.1.3: CENTRAL DE ÁUDIO................................................................................ 11
UNIDADE 1.2: CONCEITOS DE TELECOMUNICAÇÕES.................................................... 14
SUBUNIDADE 1.2.1: MODULAÇÃO PCM................................................................................... 15
SUBUNIDADE 1.2.2: MULTIPLEXAÇÃO TDM........................................................................... 20
SUBUNIDADE 1.2.3: TELEFONIA E RÁDIO..................................................................................... 22
UNIDADE 1.3 – TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO.............................................................. 26
SUBUNIDADE 1.3.1: NOÇÕES DE REDES.................................................................................. 27
SUBUNIDADE 1.3.2: DOCUMENTOS EUROCAE...................................................................... 35
SUBUNIDADE 1.3.3: PROTOCOLOS............................................................................................ 39
UNIDADE 1.4: CONCEITUALIZAÇÃO DA CENTRAL DE ÁUDIO SITTI.......................... 59
SUBUNIDADE 1.4.1: BLOCOS FUNDAMENTAIS M600S......................................................... 60
SUBUNIDADE 1.4.2: BLOCOS FUNDAMENTAIS M600MP...................................................... 62
SUBUNIDADE 1.4.3: APRESENTAÇÃO DA CENTRAL M800IP............................................... 64
SUBUNIDADE 1.4.4: FUNÇÕES DO TECLADO......................................................................... 65
SUBUNIDADE 1.4.5: FERRAMENTAS DE SOFTWARE CENTRAL DE ÁUDIO....................... 69
DISPOSIÇÕES FINAIS.................................................................................................................. 75
REFERÊNCIAS............................................................................................................................................ 76

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INTRODUÇÃO DA DISCIPLINA

Esta disciplina, dividida em quatro momentos distintos, visa descrever a organização e atribuições
dos Fundamentos Operacionais e Técnicos, no que tange o contexto macro dos órgãos operacionais, os
meios técnicos envolvidos e a utilização de uma central de áudio no contexto amplo. Busca conceituar o
sistema de telecomunicações voltado para a digitalização da voz da forma como é atribuído as centrais
SITTI, bem como o emprego da técnica para o uso de telefonia e radiofrequência. Intui recordar
informações básicas de rede de computadores, trazendo o entendimento pleno da aplicação de uma LAN
ao sistema de centrais, como um todo, de forma que o entendimento da documentação EUROCAE seja a
base norteadora dos protocolos de redes utilizados nos ambientes de centrais modernizadas. Por fim,
apresenta os blocos fundamentais das três tecnologias de centrais de áudio existentes no SISCEAB, bem
como a aplicação das funções do teclado e das ferramentas softwares envolvidas.

O conhecimento aqui adquirido servirá de base para o aprofundamento da Arquitetura do sistema


de centrais SITTI, subsidiando ao discente o material mínimo para consulta ampla sobre o tema e
direcionamento para o estudo básico da estrutura de serviços ligados a sistemas de comutação de áudio.

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UNIDADE 1.1: ÓRGÃOS OPERACIONAIS

SUBUNIDADE 1.1.1: Estrutura dos órgãos operacionais


SUBUNIDADE 1.1.2: Meios Técnicos
SUBUNIDADE 1.1.3: Centrais de Áudio

OBJETIVOS DESTA UNIDADE:

- distinguir os principais órgãos Operacionais que utilizam centrais de áudio (Cp);


- descrever os recursos técnicos disponíveis em órgãos Operacionais (Cp);
- justificar a necessidade de centrais de áudio em Órgãos Operacionais (Cp); e
- apontar a importância da central de áudio para a segurança nas atividades operacionais
(Ac).

Para a compreensão inicial da importância e do funcionamento de uma central de áudio genérica é


fundamental entender sua utilização nos possíveis cenários em que ela pode ser aplicada e sua função em
cada um desses. A justificativa para a implementação de uma central de áudio, que possui complexidade
de média a alta, está baseada em uma simples equação, representada pela seguinte pergunta: Há a
necessidade da utilização de múltiplos canais de rádio e ramais telefônicos por um único usuário,
que faz parte de um grupo maior de usuários os quais também utilizam esses mesmos serviços,
interagindo entre si? Apesar de parecer bem específico, o questionamento possui duas condições de
contorno necessárias para o emprego do equipamento: contexto e função.

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O primeiro, em conformidade com as necessidades operacionais, molda o tamanho e a
complexidade da central, considerando a quantidade total de serviços, quer sejam entrantes (canais a
serem disponibilizados ao usuário) ou saintes (canais disponibilizados pela central para gravação).
Já o segundo, refere-se ao órgão vinculado que direciona os serviços específicos e essenciais para
a central local. Diz respeito diretamente a qual órgão operacional o equipamento está vinculado (TWR,
APP, COPM, SCOAM ,…).
Todo esse conjunto converge para os princípios da capacidade, da funcionalidade e da
disponibilidade, fundamentais para o entendimento das primeiras abstrações do sistema.

SUBUNIDADE 1.1.1: ESTRUTURA DOS ÓRGÃOS OPERACIONAIS

Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (SISCEAB)

O SISCEAB é o Sistema que tem por finalidade prover os meios necessários para o
gerenciamento e o controle do espaço aéreo e o serviço de navegação aérea, de modo seguro e eficiente,
conforme estabelecido nas normas nacionais e nos acordos e tratados internacionais de que o Brasil seja
parte. As atividades desenvolvidas no âmbito do SISCEAB são aquelas realizadas em prol do
gerenciamento e do controle do espaço aéreo, de forma integrada, civil e militar, com vistas à vigilância,
à segurança e à defesa do espaço aéreo sob a jurisdição do Estado Brasileiro.
A norma em questão é a NSCA 351-1 (Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro) que
normatiza o SISCEAB e estabelece as atribuições do órgão central, dos elos e dos usuários na atividade
de gerenciamento e controle da circulação aérea civil e militar de modo seguro e eficiente, conforme
legislação nacional pertinente e, acordos e tratados internacionais assumidos pelo país.
Toda a atividade desenvolvida no âmbito do SISCEAB está descrita nessa norma, sendo: Controle
da Circulação Aérea Geral (CAG) e Circulação Operacional Militar (COM), que são responsáveis pela
vigilância do espaço aéreo, das telecomunicações aeronáuticas e auxílios à navegação aérea, do
gerenciamento do tráfego aéreo, da meteorologia, da cartografia, das informações aeronáuticas, da busca
e salvamento, da inspeção em voo, da coordenação e fiscalização do ensino técnico específico e
supervisão de fabricação, reparo, manutenção e distribuição de equipamentos empregados nas atividades
de controle do espaço aéreo. Através dessas atividades é prestado o Serviço de Navegação Aérea (ANS)
os quais estão sujeitos a pagamento de tarifas específicas, normatizadas e detalhadas em legislação
específica.
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O SISCEAB possui em sua constituição elos localizados na estrutura organizacional do
COMAER, que têm suas constituições e competências definidas em regulamentos e regimentos internos.
O relacionamento sistêmico, que tem por finalidade atender ao propósito próprio, é a principal
ferramenta do DECEA para desenvolver ações coordenadas com as mais diversas organizações e
instituições. Isso possibilita os seguintes entendimentos diretos: Órgãos Centrais, Elos e usuários.

Como Órgãos Centrais, tem-se os quatro Centro de


Defesa Aérea e Controle de Tráfego Aéreo
(CINDACTA), o Centro Regional de Controle do
Espaço Aéreo Sudeste (CRCEA-SE), o Centro de
Gerenciamento de Navegação Aérea (CGNA) e o Centro
Integrado de Meteorologia da Aeronáutica (CIMAER).

Figura 1: Entrada do CINDACTA II.

Os Elos são as entidades civis e militares que desenvolvem, de forma permanente ou eventual,
atividades relacionadas com o controle do espaço aéreo. No âmbito civil, são as Estações Prestadoras de
Serviços de Telecomunicações e de Tráfego Aéreo
(EPTA), entidades da administração pública vinculadas
ou não ao COMAER e entidades privadas com convênio
ou contrato, concessão ou autorização da respectiva
entidade central. Já no contexto da Força Aérea
Brasileira são todos os destacamentos, os serviços
remotos de informação de Voo do Aeródromo (R-AFIS)
e as unidades de telecomunicações (UT).

Figura 2: Torre de controle em aeródromo.

Finalmente, os usuários são as próprias unidades de


aviação das Forças Armadas, as empresas aéreas, os
operadores de aeronaves públicas e civis, os pilotos, os
EPTA, assinantes contratados, entre outros.

Figura 3: C-97 em procedimento

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Para os Órgãos Centrais, os principais setores envolvidos nas atividades do SISCEAB são:
• ACC (Centro de Controle de Área): Responsável pelo controle de tráfego aéreo de usuários em
rota, para a atividade de Circulação Área Geral (CAG);
• COpM (Controle de Operações Militares): Responsável pelo controle de tráfego aéreo em
operações militares, para a atividade de Circulação Operacional Militar (COM);
• GCC (Grupo de Comunicações e Controle – Esquadrões de Controle e Alarme): Pode
assumir função análoga ao do COpM, sob demanda, conforme ativação em Carta de Acordo
Operacional; São eles: 2º/1º GCC (Esquadrão Aranha) e 4º/1º GCC (Esquadrão Mangrulho).

Já para os Elos, os setores que compõe o SISCEAB de forma direta são:


• APP (Centro de Controle de Aproximação): Responsáveis pelo controle de tráfego aéreo nas
proximidades de um aeródromo; e
• TWR (Torre de Controle): Responsáveis pelo controle de tráfego aéreo em solo, no pouso e/ou
decolagem e no taxiamento das aeronaves usuárias.
• GCC (Grupo de Comunicações e Controle – Esquadrões de Controle): Pode assumir função
análoga ao APP e/ou TWR, sob demanda, conforme ativação em Carta de Acordo Operacional;
São eles: 3º/1ºGCC (Esquadrão Morcego) e 5º/1º GCC (Esquadrão Zagal).

Outros órgãos operacionais complementam os serviços prestados, como o CMV (Centro


Meteorológico de Vigilância), RCC (Centro de Coordenação de Resgate), GCC (Esquadrão de
Comunicações), entre outros.

Figura 4: Operação militar feita pelo 1ºGCC. Figura 5: Coordenação COM, como COpM;

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SUBUNIDADE 1.1.2: MEIOS TÉCNICOS

Esse complexo Sistema é interligado através de uma robusta rede de comunicações cujas pontas
são interligadas através de linhas de telefonia dedicadas a serviços e sistemas de radiofrequência. Estes
estão disponíveis fisicamente nos elos do sistema, a fim de fornecer cobertura a uma determinada área
para a comunicação entre usuários e os próprios elos ou aos órgãos centrais e aqueles a intercomunicação
entre órgãos centrais e/ou elos.
Tratando-se da comunicação entre os órgãos centrais e os usuários, o canal de comunicação é o
espaço livre, logo, a principal forma de comunicação com as aeronaves é através de radiofrequências.
Quanto as radiofrequências, os principais serviços estão disponíveis na faixa destinada ao SERVIÇO
MÓVEL AERONÁUTICO (SMA), conforme nomenclatura ANATEL, na faixa de VHF que dispõe da
frequência de emergência, ATIS (Serviço Automático de Informação de Terminal), entre outras. Já a faixa
de UHF é destinada à COM em operações militares. Uma importante observação com relação aos canais
utilizados na Defesa Aérea é a utilização da codificação do LABEL do canal, devido ao caráter reservado
deste serviço. Desta forma, cada Região de Defesa Aérea (RDA), de responsabilidade de cada
CINDACTA, possuem canais reservados codificados da seguinte forma:
• U – CINDACTA I;
• D – CINDACTA II;
• T – CINDACTA III;
• Q – CINDACTA IV;
• G – GCC; e
• Z – Canal em claro, porém utilizados em
missões específicas;

Figura 6: Posto Operador no DTCEA-CO.

Quanto a natureza do canal, tem-se que unidade e dezena, somados ao designativo de RDA,
formam um canal de VHF. Já unidade, dezena e centena, também somados, formam um canal UHF.
Assim, por exemplo, T36 é um canal de VHF utilizado para a Defesa Aérea pertencente ao domínio da
RDA 3 (Para uso do CINDACTA III), como D188 é um canal de UHF utilizado para a DA no domínio da
RDA 2 (CINDACTA II).
Na comunicação entre órgãos centrais e elos o principal meio são as linhas de telefonia. Como há
assuntos e prioridades distintas na coordenação operacional esse sistema de telefonia foi segmentado em
quatro tipos de linhas, a saber:

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• TF1 (hot line): utilizada para comunicação rápida ponto a ponto sem a necessidade de discagem;
• TF2 (coordenação exclusivamente operacional): utilizado para tratar de assuntos exclusivamente
operacionais. Possui o formato 0xx-2yy,
onde o xx é o código da central TF2 local
e o yy o setor que possui o ramal;
• TF3 (coordenação operacional e técnica):
utilizado para tratar de assuntos
operacionais e técnicos. Possui o formato
9xx-3yy, onde o xx é o código da central
TF2 local e o yy o setor que possui o
ramal; e
• TF4 (uso administrativo): Utilizado para
demais coordenações administrativas.
Figura 7: Treinamento técnico de SITTI.

Considerando as diversas operações militares que ocorrem durante o ano vale destacar a
existência de algumas outras linhas adicionais, como o SISCOMIS - linha que interconecta as três Forças
Armadas e o Ministério da Defesa - e as linhas utilizadas para coordenação entre países Sulamericanos
(REDDIG), vistos nos órgãos centrais.
É importante destacar que, de acordo com a ICA 102-14/2019, não é permitida a conexão entre os
sistemas de telefonia, bem como esses sistemas com outros de uso exclusivamente administrativos.
Lembrando também que cada órgão central possui suas peculiaridades, logo, outros tipos de linhas
existiram em cada um deles, mas de forma geral, para o funcionamento da estrutura básica de telefonia,
são essas as principais.
A integração desses métodos de comunicação e a disponibilização deles para o órgão/elo, a fim de
utilização pelos especialistas em controle de tráfego aéreo é o cerne do estudo proposto até aqui, pois o
equipamento responsável por essa integração é justamente a central de áudio, objetivo mor a ser
alcançado neste curso. Logo, o conhecimento sobre os recursos, a serem entendidos como serviços, é
fundamental para o entendimento do contexto e da função da central que são as condições de contorno já
vistas para o sistema.
Por conseguinte, a salvaguarda de toda a utilização dos meios de comunicação se resume a um
sistema extremamente importante: a gravação. Durante a operação normal do controle dificilmente é
lembrada, porém, na decorrência de incidentes ou acidentes aéreos é a principal fonte de consulta das
autoridades competentes para determinação da linha de investigação, tanto de prevenção, por parte do
CENIPA, como de responsabilização, envolvendo órgãos policiais e Ministério Público. Vale lembrar
também que a gravação não é somente um respaldo ao controlador ou ao piloto ou a qualquer outro ente
envolvido em um determinado acontecimento, mas sim a área técnica, pois de nada adianta ter os dados
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da gravação se ela não está sincronizada temporalmente com a realidade, ou se ela está inaudível por
conta de algum ajuste técnico, ou até mesmo não ter sido realizada por um descuido na verificação diária
dos gravadores.
Logo, conforme dito anteriormente, é de extrema importância essa convergência da área técnica
com a operacional, onde ambos devem estar em sintonia, pois a negligência de um certamente irá
prejudicar a área do outro e, em se tratando do controle do espaço aéreo, o operacional tem muito mais
força e respaldo.

SUBUNIDADE 1.1.3: CENTRAL DE ÁUDIO

Considerando todas as especificidades do controle de tráfego mostradas nas subunidades


anteriores, é possível perceber o quão complexo pode ser a disponibilização de telefonia e canais de
frequências para o controlador realizar seu trabalho. Dependendo da localidade, poderá haver bem mais
do que 20 frequências e 20 telefones por posição operacional, o que tornaria impraticável a
disponibilização dessa quantidade de aparelhos e “controles remotos” de canais de radiofrequência.
Neste sentido surge a figura da central de áudio cujo objetivo maior é concentrar todos esses serviços,
que são a entrada do sistema, e disponibilizá-los tanto para um posto operacional (PO) como para
gravação, que são as saídas. Observando de uma forma ampla, uma central de áudio acaba sendo uma
grande matriz de comutação, a exemplo daquelas utilizadas em telefonia.

Figura 8: Uso de um posto operador SITTI.

Quando se fala de central de áudio na Força Aérea hoje é importante saber que se fala de SITTI,
marca italiana que fabrica, vende e fornece manutenção a praticamente todas as centrais da FAB. Logo, a
partir deste momento, com o uso da metonímia SITTI, identificaremos esses equipamentos para melhor
associação de vivência prática. Há dois tipos de princípio de funcionamento de centrais no SISCEAB:
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• Método de acesso por divisão de tempo (TDM), que utilizam “fatias de tempo”, chamadas de
Time Slots, para acesso aos barramentos horizontais e verticais nas gavetas do sistema e o
• Uso da rede de telecomunicações para integração de serviços através de protocolos de rede,
que utilizam a voz como uma aplicação a ser entregue em uma conexão fim a fim por meio de
protocolos de rede, com base nas diretrizes da documentação EUROCAE ED-137.

O primeiro princípio, é a base das centrais M600S, também chamadas de “centrais TDM”. Já o
segundo, é a base das centrais multi-protocolos e IP, como as M800 (também conhecida como M800IP
MP/DP).

Figura 9: Logo SITTI e tipos de Postos Operadores.

Considerando a quantidade de serviços entrantes, de posições operacionais, de saídas de gravação


e a reserva para futuras expansões é possível definir o tamanho e a complexidade de um sistema desses.
Desta forma, é possível destacar a modularidade e a escalabilidade, bem como a versatilidade das
centrais SITTI. Assim, o tamanho e a complexidade de uma central instalada em um elo que possui
somente uma torre para controle de aeródromo é diferente daqueles que além dela possuem um APP para
controle de área, que também é diferente daquelas localidades que possuem órgãos centrais, com a
presença do ACC. Com certeza isto é um ganho operacional para a implementação do sistema, porém há
um ônus nessa operação: NENHUMA CENTRAL É IGUAL A OUTRA NO SISCEAB, e isso vai
deste o nível operacional até o técnico, com algumas instalações peculiares.
As centrais SITTI ainda dispõe de algumas facilidades, como: intercomunicação entre
controladores de um mesmo órgão operacional – chamadas de interconsole, manutenção facilitada,
em teoria, com alarmes e acesso remoto ao sistema, funções especiais no teclado do posto operador
que assemelha funções de centrais de telefonia, entre outras.
Apesar de ter uma manutenção facilitada, todo procedimento a ser realizado na central de áudio
deve ser realizado com o máximo de cuidado possível respeitando todos os protocolos descritos no
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Boletim Técnico e nos manuais, pois qualquer erro na gerência de recursos pode comprometer a
integridade do equipamento, o que pode colocar em risco a segurança do controle e acarretar em graves
consequências operacionais, administrativas e criminais, dependendo do caso. Logo, é importante
planejar todos os passos antes de iniciar uma intervenção em uma central de áudio, a fim de se evitar
dissabores.

Figura 10: Central de contingência do CINDACTA III.

Figura 11: Central M600MP do DTCEA-SC.

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UNIDADE 1.2: CONCEITOS DE TELECOMUNICAÇÕES

SUBUNIDADE 1.2.1: MODULAÇÃO PCM


SUBUNIDADE 1.2.2: MULTIPLEXAÇÃO TDM
SUBUNIDADE 1.2.3: TELEFONIA E RÁDIO

OBJETIVOS DESTA UNIDADE:

- esboçar a técnica de modulação Pulse Code Modulation (PCM) empregada em


telecomunicações (Cn);
- interpretar a multiplexação Time Division Multiplex (TDM) empregada na central de áudio
SITTI (Cp);
- empregar os tipos de sinalização utilizados em canais telefônicos e rádios (Ap); e
- identificar as conexões entre os distribuidores gerais – DG (Pe);

Conforme visto na subunidade anterior, falar de central de áudio na Força Aérea é pensar em
SITTI e nos tipos de tecnologias que estão disponíveis para fazer a comutação dos fluxos de áudio. Esta
comutação é feita de forma digital, podendo utilizar somente a camada de enlaces em todo o processo,
com a combinação da modulação PCM e da multiplexação TDM, a fim de formar o barramento de áudio
que dará transito aos quadros de voz entre as interfaces da central, levando a voz de uma Posição
Operacional a outra ou dela ao serviço associado (telefone ou canal de radiofrequência) ou utilizar a voz
digitalizada como um serviço da camada de aplicação, que também passa pelo processo de modulação
PCM, porém não é multiplexada por TDM, mas sim colocada em um segmento RTP a ser encapsulado
em um pacote IP com endereços de origem e destino, para serem roteados via rede de telecomunicações
até o destino.
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Nesta unidade abordaremos o primeiro caso, observando de perto a digitalização da voz analógica
pelo PCM, bem como suas três principais fases. Após, será possível ver a importância da multiplexação
do tempo deste sinal digital para a formação do barramento horizontal. Logo após o enfoque será nas
sinalizações de telefonia e dos canais de radiofrequência, ponto bastante importante principalmente para
a injeção do sinal da entrada da central, visto que não é apenas “conectar dois fiozinhos” para que o
sistema funcione. Assim, será visto que há três possibilidades de conexão de uma linha telefônica, que
remonta os princípios da telefonia analógica, bem como a sinalização E&M para as frequências
analógicas.

SUBUNIDADE 1.2.1: MODULAÇÃO PCM

Um sinal analógico assume todos os valores possíveis no decorrer do tempo, devido a sua
natureza contínua. Desta forma, sua representação é a mais fidedigna pois não há perda de informação. O
que é dito está dito, mesmo que nem todos os pontos deste sinal sejam necessários para passar a
mensagem. Para uma rede comutada por circuitos, que é o caso da telefonia tradicional, a transmissão da
voz nesse formato preserva o sinal original, que é amplificado pelo caminho da malha de telefonia para
que o destino receba a voz da origem de forma íntegra, sem muitas modificações consideráveis na forma
de onda original deste sinal. Qual é o problema deste processo para a comunicação de dados?
Simplesmente é impraticável transmitir todos pontos de um sinal contínuo. Como os valores são infinitos
– podem assumir qualquer valor – a largura de banda tende também ao infinito. Isto é um problema,
considerando principalmente o tempo de processamento, a suscetibilidade a ruídos e interferências.
Então, como transmitir um sinal de voz com o mínimo de perdas e o máximo de eficiência? Resposta:
digitalizando-o. A digitalização do sinal é fundamental para tornar a transmissão mais confiável e menos
suscetível a ruídos, exigindo, porém, uma maior complexidade no processamento deles.
As principais vantagens da técnica PCM são:
• Relação SNR: Este fator independe da distância, devido ao uso de repetidores que regeneram o
sinal ao longo da linha. Esta regeneração é relativamente fácil de ser feita, devendo o repetidor
decidir apenas se há ou não há pulso na linha. Isso assegura alta qualidade e baixa perda do
sistema de transmissão;
• Aplicações: O sistema pode ser utilizado em transmissão de várias informações, como telefonia,
imagem, dados, etc;
• Meios de Transmissão: Assegura uma fácil expansão de rotas, sem a necessidade de modificação
do meio; e
• Tecnologia: O sistema não necessita de filtros custosos e complexos, como os utilizados no
FDM, o que o torna mais econômico.
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Figura 12: Processo de digitalização do sinal de voz.

O espectro da voz humana varia de poucas centenas de Hertz até valores próximos a 3400Hz.
Sendo assim, a largura de banda do áudio é de 3.4kHz. Contudo, considerando aspectos não lineares dos
filtros passa baixa que delimitam esta BW, consideramos que o espectro, para fins de processamento de
voz, é de 4kHz.
Os processos de digitalização da voz são os seguintes:
• Amostragem: é a transformação de um sinal contínuo no tempo em um discreto, através da
multiplexação no domínio da frequência, onde um trem de pulsos discretos, espaçados por um
intervalo regular, chamado de fn – conhecido como taxa (ou frequência) de Nyquist - captura
amostras finitas do sinal original. Esta técnica se chama modulação por amplitude de pulso
(PAM) e é apenas o primeiro passo para digitalização do sinal, ou seja, uma onda PAM ainda
não é um sinal digital. Mais adiante será explicado o porquê. Sobre a frequência de Nyquist,
temos que:
fm
B< ∴ f m>2 B ( 1)
2
para que o sinal amostrado possa ser recuperado.

Figura 13: Processo de amostragem de um sinal de voz.

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• Compressão: Processo essencial para que haja inteligibilidade superior a 98%, pois torna a
relação SNR (sinal-ruído) maior que 26dB. É o responsável pelos 256 níveis da quantização. Um
sinal que passa por este processo ainda não é um sinal digital. Dentre os tipos de compressão
existentes, as centrais de áudio SITTI utilizam aqueles regidos pela Lei A (A-law) e pela Lei U
(μ-law).

Figura 14: Processo de compressão de um sinal PAM.

• Quantização: É o processo que trata da subdivisão da faixa dinâmica do sinal em determinado


número de níveis discretos, chamados de níveis de quantização. Em cada instante da amostragem,
a amplitude do sinal é aproximada para o nível de quantização mais próximo. Essa aproximação
introduz um erro, denominado ruído (ou erro) de quantização, que é um tipo de ruído de fundo
(similar ao ruído branco). Quanto maior for os níveis de quantização menor é este ruído. Como se
trata de uma aproximação de um valor real, logo, existe perda de informação original, e, a
partir deste processo, temos um sinal digital.

Figura 15: Processo de quantificação de um sinal PAM.

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• Codificação: É o processo usado para converter a amplitude de cada pulso PAM em uma
combinação de bits 0 e 1. Como existem 256 níveis de quantização, são necessários 8 bits de
resolução ( 28=256 ).

Figura 16: Processo de codificação de um sinal PAM quantizado.

O formato da palavra código utilizado para representar cada valor codificado na Figura 15 está
ilustrado logo abaixo:

Figura 17: Palavra código de 8 bits.

• p indica a polaridade do pulso PAM. (se está em cima p=1, ou embaixo p=0 da curva de
compressão);
• b indica o segmento definido dentro da metade definida por p, em que se encontra a amostra em
questão.
• a indica o nível dentro do segmento ou trecho do segmento.

18
Figura 18: Codificação da curva de compressão do sinal PAM quantizado.

Assim, a modulação PCM é apresentada, conforme resumo na Figura abaixo:

Figura 19: Quadro resumo da modulação PCM.

Os processos de compressão, quantização e codificação ocorrem simultaneamentes, o que


caracteriza a denominação CODEC (CODificador/DECodificador). A modulação PCM é um exemplo de
CODEC G711, podendo ser utilizando a compressão com a lei A (G711A/PCMA) ou a lei U
(G711U/PCMU).

19
A taxa de transmissão de um sinal PCM é dado por:

Onde:
B = largura de banda do canal de voz, em Hz;
2B = Taxa (frequência) de Nyquist;e
Número de níveis de quantização: N=2l ; l = resolução;

Assim, para um canal de voz de 4kHz, utilizando um CODEC G711A, tem-se que:

SUBUNIDADE 1.2.2: MULTIPLEXAÇÃO TDM

Um canal utilizando um CODEC G.711 possui uma capacidade de 64kbps, conforme visto na
subunidade anterior. Voltando a realidade de uma central de áudio, isto é uma linha ativa, ou seja, utilizar
uma linha de telefonica ou um canal de radiofrequência habilitará um link G.711 entre a tecla do Posto
Operador e o equipamento destino. Agora, o que acontece na central quando mais de um canal é ativado?
Como ocorre o encaminhamento dos canais nos barramentos da SITTI quando há 10 ligações e 7 canais
de radio ativos? A resposta é simples: multiplexação, e é neste momento que aparece a tecnologia que
apelida a central M600. A multiplexação por Divisão de Tempo – TDM – é uma técnica de multiplexação
digital que combina vários canais de baixa velocidade, chamados de tributários, em um único canal
de mais alta velocidade, conhecido como agregado, através da alocação de espaços de tempo pré-
definidos para a transmissão de cada canal. Assim, o barramento interno da central é um agregado
formado por diversos tributários originados tanto no PO, em uma visão interna, como nos serviços
entrantes, em uma visão externa. Uma combinação particular do G.711/TDM é estruturada no que é
conhecido como feixe E1 cujo agregado possui 32 canais de 64Kbps, sendo 30 utilizados para a
transmissão digital de voz, a uma capacidade de 2,048Mbps (2.048Kbps).

20
Figura 20: (A esq.) Comutação de canais TDM. (A dir) Formação de um agregado com tributários.

A central de áudio SITTI M600S possui em seu barramento interno feixes de 2,048Mbps e
4,096Mbps, tendo como principal unidade de contagem o Time Slot (TS), que é o intervalo de tempo
destinado a um tributário. Já na M600MP, além dos feixes já mencionados, existe um com uma taxa de
8Mbps, utilizado para as comunicações VoIP. Guarde bem este conceito, pois esta unidade será muito
importante para o cálculo da capacidade de serviços em cartas, gavetas e fluxos no barramento. Tanto
para o fluxo de 2Mbps quanto para o de 4Mbps, a transmissão ocorre por meio de pares metálicos que
compõem os cabos que fazem a ligação do barramento da central. Quanto a isso, é importante destacar
que existem dois tipos: o horizontal, responsável pelo fluxo nas gavetas – cada uma possui o seu
barramento - e o vertical, que faz a interligação entre elas. A SITTI nomeia esses barramentos como
highways, que são os responsáveis diretos pelo fluxo de sinais de áudio entre os diversos componentes da
central.

Figura 21: Esquema amplo da multiplexação TDM para o tráfego de tributários.

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SUBUNIDADE 1.2.3: TELEFONIA E RÁDIO

Sinalização de telefonia é um assunto bastante complexo e foge ao escopo do curso, porém, é


importante saber que existem dois tipos: Sinalização por Canal Associado (CAS) e Sinalização por
Canal Comum nº 7 (SS7). Este possui um canal dedicado somente para a sinalização de controle das
chamadas telefónicas, deixando a parte o canal de áudio. Já aquele transmite essa mesma sinalização
juntamente com o áudio. É importante saber que existe, porém, não será objeto de estudo aqui. O
importante a saber é quanto a transmissão do sinal de telefonia e quem gera a alimentação da linha, bem
como o Ring para o aparelho/linha. Em telefonia, existem 2 tipos de transmissão, sendo a 4fios, modelo
mais antigo onde há um par metálico para transmissão e outro para recepção, e a 2fios, que possui ambos
os sentidos no mesmo par trançado. Se o telefone gera sua própria energia para funcionamento, sua linha
será chamada de Bateria Local (BL), porém se a energia é fornecida por alguma central telefônica ela
será chamada de Bateria Central.

Figura 22: Quadro resumo para conexões hotline utilizando a central de áudio SITTI.

22
Descrição dos tipos de linhas telefônicas mais comuns configuradas na SITTI
Tipo de Aplicação Descrição Repouso Chamada Recebimento
Linha (CALL OUT) (CALL IN)
BL TF1 (HOT Não há tensão da linha (0 VDC). Cada lado tem que enviar 0 VDC + 70 VAC ~ VAC
(Bateria LINE) seu RING (~70 VAC). Tipo de linha muito antiga.
Local)
BC TF1 (HOT Neste modo, a TLT fornecerá a tensão da linha (+ 24VDC). + 24 VDC + 70 VAC Current Loop
(Bateria LINE) Durante a chamada, a carta envia os 70VAC (RING). No
Central) recebimento, o outro lado manda “current loop”, aterrando
a tensão de linha (+24 24VDC) ao atender.
PABX – TF1 (HOT Neste modo, a TLT se conporta como um telefone simples + VDC Current Loop ~ VAC
CB User LINE) de mesa. A tensão da linha é fornecida pelo outro lado (i.e
Out Central Telefônica, ou canalização). Na chamada, a TLT
manda current loop”. No recebimento, a carta recebe a
tensão de RING (~VAC).
PABX – TF2, TF3, Neste modo, a TLT se comporta como um telefone simples + VDC Current Loop + ~ VAC
DTMF TF4 , TF5, de mesa. A tensão da linha é fornecida pelo outro lado (i.e Tom DTMF
Out Externo Central Telefônica). Na chamada, a TLT recebe um tom de
discagem da central telefônica e envia os “números
discados” (TOM DTMF). No recebimento, a carta recebe a
tensão de RING (~VAC).

Como escolher o tipo certo de linha na SITTI (TLT)?

1 – A linha é discada?
Se sim, será PABX – DTMF OUT;
2 – Se for TF1 hotline, levantar os seguintes dados:
• O telefone da outra ponta irá fornecer alimentação para si próprio?
◦ Se sim, será um LB – Local Battery;
• Quem vai gerenciar a tensão da linha?
◦ Se for a SITTI, será um CB – Central Battery;
◦ Se for a outra ponta ou a canalização, será um PABX – CB User Out;
◦ Se do outro lado for SITTI e passar por canalização PASSIVA (0 VDC), um lado será CB –
Central Battery e o outro PABX – CB User Out;
◦ Se o outro lado for SITTI, mas passar por uma canalização ATIVA, ambos os lados serão
PABX – CB User Out;
◦ Se do outro lado for SITTI, mas a canalização tem lado ATIVO e outro PASSIVO, então na
ponta ATIVA será PABX – CB User Out, enquanto que na PASSIVA será CB – Central
Battery;
3 – Como regra, SEMPRE faça medições de tensão VDC na canalização (DG) ANTES de jumpear a
carta TLT da SITTI; Assim, vocÊ evita de ligar 2 tensões (SITTI e CANALIZAÇÃO) na TLT.

23
Sinalização para canal de radiofrequência utiliza um conceito legado da telefonia, conhecida
como sinalização E&M, que era utilizada na sinalização intercentrais das antigas centrais para
transmissão de feixes E1. Este conceito foi aproveitado para o telecomando de áudio analógico e é o
padrão adotado pela Força Aérea.
Apesar de ser uma tecnologia legada, a sinalização E&M é prática e bastante útil para a
transmissão de áudio analógico de localidades remotas até os órgãos centrais, e vice-versa. Por uma
questão de padronização, será utilizada a definição de fluxo de áudio de transmissão (quando a origem
do áudio é a SITTI e o destino é a aeronave) e fluxo de áudio de recepção (quando a origem do
áudio é a aeronave e o destino a SITTI).
Esta sinalização é composta pelos seguintes agentes:
• Um par para a linha balanceada de 600ohms para audiofrequência LINE OUT (TX);
• Um par para a linha balanceada de 600ohms para audiofrequência LINE IN (RX);
• Um fio para a sinalização E (ear), que indica a presença de áudio na recepção; e
• Um fio para a sinalização M (mouth), que indica a presença de áudio na transmissão.
• Um fio de referência de terra (ground);

Figura 23: Esquema de interligação de fios E&M para telecomando de canais de radiofrequência.

A sinalização nos fios E&M pode ocorrer de forma pulsada (quando pulsos são enviados pelo fio
M) ou contínua (quando há presença sinalização no fio M continuamente). Existem cinco tipos diferentes
de circuitos para a sinalização E&M, ilustrados na figura 8. Os tipos I e V são os mais comuns no
SISCEAB. Na SITTI, utiliza-se o padrão E&M tipo V.

24
Figura 24: (Em cima) Fluxo de áudio de transmissão. (Em baixo) Fluxo de áudio de recepção.

Sempre que houver a necessidade de se realizar testes nesses circuitos, será necessário inserir
áudio no par de transmissão (tom de 1 kHz com -10 dBm de nível, por exemplo) para obtê-lo na
recepção. Quanto à sinalização, o teste dependerá do tipo de circuito e sinalização envolvida:
• E&M tipo I contínua: energizar o fio M (-48V) continuamente, quando o estado do fio E da ponta
remota do circuito varia de -48V para terra;
• E&M tipo I pulsada: energizar o fio M (-48V) cadenciadamente, quando o estado do fio E na
ponta remota do circuito varia de -48V para terra;
• E&M tipo V contínua: aterrar o fio M continuamente, quando o estado do fio E da ponta
remota do circuito varia de -48V para terra; e
• E&M tipo V pulsada: aterrar o fio M cadenciadamente, quando o estado do fio E da ponta remota
do circuito varia de -48V para terra.

25
UNIDADE 1.3: TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

SUBUNIDADE 1.3.1: NOÇÕES DE REDES


SUBUNIDADE 1.3.2: DOCUMENTOS EUROCAE
SUBUNIDADE 1.3.3: PROTOCOLOS

OBJETIVOS DESTA UNIDADE:

- empregar os recursos de uma rede IP aplicáveis as funcionalidades da central de áudio


SITTI (Ap);
- usar do conhecimento básico de rede de computadores para estruturar uma rede local (Pr);
- identificar os documentos produzidos pela EUROCAE direcionados à especificação de
serviços de tráfego aéreo em redes IP (Cp); e
- explicar os protocolos IP utilizados na central de áudio modernizada (Cp).

Os sistemas de comutação das centrais de áudio modernas evoluíram cada vez mais para o uso
das redes de telecomunicações para tráfego de serviços, tanto externos, a serem recebidos, como internos,
a serem processados e encaminhados no intradomínio. Centrais, como o modelo M600S (que veremos na
próxima unidade), necessitam de uma rede local interna – LAN INTERNA – para encaminhar
sinalização de controle e realizar a gerência de seus módulos. Apesar de importante, o grande trabalho de
processamento desse modelo de central ainda é realizado por meio de comutação de barramentos
digitalizados, com o uso do PCM/TDM para o tratamento do áudio. Assim, somente a parte de
sinalização, controle e gerência passam pela LAN. Contudo, podemos ver que existe a necessidade de um
certo conhecimento na área de redes de telecomunicações.

26
Já para as novas centrais, as chamadas M600MP (multiprotocolo) e M800IP, o uso da rede está
intimamente ligado ao próprio princípio de funcionamento dos módulos do sistema. Sendo assim, torna-
se IMPOSSÍVEL ser um técnico de central de áudio SITTI M600MP/M800IP sem ter o conhecimento
mínimo na área de redes de telecomunicações. Apenas com o conhecimento de PCM/TDM tradicional –
muito visto e aprendido no curso anterior TEL022, e bem massificado neste também – o técnico
mantenedor não consegue evoluir seu diagnóstico em panes gerais. Por isso, a importância desta unidade
para o curso e, desde já, deixamos claro que o conhecimento aqui passado não esgota a busca pelo
aprendizado de redes para manutenção de centrais de áudio, muito pelo contrário, é apenas um start para
situar-se nas redes de telecomunicações do SISCEAB.

SUBUNIDADE 1.3.1: NOÇÕES DE REDES

O conjunto de dois ou mais dispositivos - também chamados de nós - que utilizam regras
padronizadas, os famosos protocolos, para compartilhar recursos entre si, interconectados direta ou
indiretamente é o que define uma rede de computadores. Este termo já não é mais fiel a prática, visto que
o conceito se expandiu para dispositivos muito além dos computadores. Atualmente, com o uso da IoT
(Internet of ThingS), migrando para a IoAT (Internet of All Things) é possível que tudo poderá se
conectar a redes, não somente computadores, mas coisas mais comuns, como sofás, camisas, agulhas…
Enfim, tudo.
Quando atribuímos um endereço (análogo a um RG ou um CPF) a um nó, damos o nome de host
– definição formal: qualquer dispositivo endereçável na rede – sendo este a menor unidade de qualquer
rede. Assim, se é possível endereçar e interconectar, falando “a mesma língua”, através de protocolos
padronizados, para compartilhar recursos, logo, temos capacidade de estabelecer uma rede.
Dentre os diversos tipos de rede existentes, uma bem particular, que é de interesse direto deste
curso, é a chamada “rede de telecomunicações”, formada em prol dos serviços a serem prestados, como
telefonia, radiocomunicação, enlaces, gravação, entre outros. Os hosts dessa rede são os equipamentos
que prestam algum tipo de serviço, sendo: equipamentos de radiofrequência, centrais telefônicas,
gravadores, centrais de áudio, switches, routers, entre outros.

27
Figura 25: Exemplos de hosts. (Em cima, a esq.) Transceptor T6-TRV; (Em cima, a dir) Telefone CISCO 7931;
(Em baixo, a esq.) Router CISCO 7931; e (Em baixo, a dir.) Switch CISCO 2960X.

Tipos de rede

Considerando, exclusivamente, o uso de redes nas centrais de áudio, temos as seguintes


classificações:
a) Quanto a abrangência - Relembraremos as redes PAN/WPAN, LAN e WAN.
Curtas distâncias (<10m): PAN/WPAN – Redes de reduzidas dimensões. Pode ser cabeada
(PAN) ou não (WPAN). Utilizada para transferências de arquivos entre servidor e interfaces da
central de áudio, podendo ser firmwares de componentes, acesso físico as interfaces, entre outros.
Destacam-se entre os padrões cabeados: RS-232, RS-422, RS-485 e USB; Já entre os padrões
wireless: o Bluetooth.

Figura 26: (a esq.) Cabo serial para configuração de módulos; e (a dir) Uso do Bluetooth.

28
Médias distâncias (<1km): LAN/WLAN – Redes de dimensões consideradas locais. Pode ser
cabeada (LAN) ou não (WLAN). Utilizada para interligar hosts em uma área delimitada. Conecta
dispositivos finais, como equipamentos de radiofrequência, centrais telefônicas, gravadores, entre
outros, aos concentradores/comutadores, que são ligados ao ponto de saída do domínio, chamado
de gateway. Fisicamente, este conceito pertence aos equipamentos conhecidos como routers.
Destacam-se entre os padrões cabeados: Cabos UTP Ethernet e Fibra óptica MM; Já entre os
padrões wireless: Access Point WI-FI, rádio enlace, entre outros.

Figura 27: LAN de acesso a serviços de radiofrequência e central de áudio SITTI transportável.

Longas distâncias (>1km): WAN/WWAN – Redes de longas distâncias. Pode ser cabeada
(WAN) ou não (WWAN). Utilizada para interligar LAN’s. O conceito remete a conexão com
LAN’s distantes. Destacam-se entre os padrões cabeados: Cabos UTP GigabitEthernet e Fibra
óptica SM; Já entre os padrões wireless: Enlace satélite.

Figura 28: Interligação de LAN’s através de uma rede WAN via satélite.

29
b) Quanto a ligação/transmissão - Relembraremos as ligações/transmissões do tipo ponto a
ponto/unicast, ponto-multiponto/multicast e difusão/broadcast.

Ponto a ponto/unicast: São redes conectados entre si, aos pares. Cada host se comporta
tanto como cliente, quanto como servidor, permitindo o compartilhamento de serviços sem a
necessidade de um servidor central. Muito utilizada para gerência de interfaces e coletas de
alarmes.
Ponto multiponto/multicast: São redes em que há uma estação principal e estações remotas.
Juntamente ao conceito de multicast, a estação principal pode ser qualquer uma que queira
compartilhar serviços, desde que façam parte do mesmo domínio/grupo. Muito utilizado
para o tráfego do áudio IP e nos recursos multimídia dos postos operadores.
Difusão/broadcast: São redes em que o canal de comunicação é compartilhado por todos os
hosts da rede. Utilizado para um Posto Operador solicitar um endereço IP a um servidor de
DHCP, por exemplo.

c) Quanto a topologia - Relembraremos as topologias do tipo anel e estrela.


Topologia em Anel (RING): Os hosts são conectados em série, formando um circuito fechado.
Este tipo de rede é conhecido por não ter começo nem fim. Os dados são transmitidos
unidirecionalmente de nó em nó até chegar ao destino. É utilizada para fazer a interligação entre
os switches de LAN INTERNA, garantindo a redundância de rede, tanto na M600S como na
M600MP e, exclusivamente para essa última, interligam os switches da chamada LAN
EXTERNA.

Figura 29: Topologia em anel utilizada no 1º/1ºGCC.

30
Topologia em Estrela (STAR): Os hosts são conectados a um concentrador (switch), que é a
figura central da rede. Ele se encarrega de encaminhar todos os dados para todas as estações
pertinentes. Esta topologia é utilizada na conexão dos Postos Operadores às LAN’s A e B.

Figura 30: Topologia em estrela na distribuição de LAN para os Postos Operadores com a central transportável
do 2º/1º GCC.

Modelos de referência para comunicação de dados

Na comunicação de dados temos que para transferir dados em uma rede, necessitamos seguir um
padrão de interoperabilidade, de forma que todos os hosts envolvidos tenham a capacidade de entregar e
receber informação. Neste contexto, entram os modelos de referência, que servem para padronizar
comunicação de dados, de uma forma geral, levando em consideração três princípios básicos:
interoperabilidade (capacidade que os sistemas abertos possuem de troca de informações entre si,
mesmo que sejam fornecidos por fabricantes distintos), interconectividade (maneira pela qual se podem
conectar hosts de fabricantes distintos) e portabilidade de aplicação (capacidade de um software ser
executado com uma performance aceitável em hosts de capacidades diversas).
Para se comunicarem, o modelo de referência OSI estabeleceu 7 camadas, para que cada uma
cuide de um processo específico da comunicação de dados. Os princípios utilizados das camadas são:
• Uma camada deve ser criada onde é necessário um nível de abstração diferente;
• Cada camada deve desempenhar uma função bem determinada;
• A função de cada camada deve ser determinada tendo em vista a definição de protocolos-padrão
internacionais;
• As fronteiras entre as camadas devem ser escolhidas de maneira a minimizar o fluxo de
informações por meio das interfaces;
31
• O número de camadas deve ser elevado o suficiente para garantir o agrupamento de funções em
uma mesma camada por necessidade e pequeno o bastante para que a arquitetura seja manejável;
e
• Cada camada é usuária dos serviços prestados pela camada imediatamente inferior e presta
serviços à camada imediatamente superior.

Dentre os modelos de referência existentes, temos o OSI (Open Systems Interconnection), de 7


(sete) camadas e o TCP/IP, de 4 (quatro) camadas. Nosso foco estará neste último, devido a
simplicidade e fácil entendimento da relação aplicação x infraestrutura.

Figura 31: Comparação entre os modelos OSI e TCP-IP.

O processo de comunicação por camadas utiliza o conceito de


encapsulamento/desencapsulamento para agrupar cabeçalhos das camadas inferiores, a fim de
condicionar os dados aos tipos de conexões que a rede suporta. Em cada camada, existe um conjunto de
informações chamado de Protocol Data Unit (PDU), que é a composição do cabeçalho de cada camada
mais os dados da camada superior, também chamados de payload. Sendo assim, podemos dizer que:

PDU=Header + payload

Figura 32: Processo de encapsulamento/desencapsulamento.

32
Cada PDU possui um nome que identifica em qual camada os dados estão sendo
processados. Este nome é único e pode ser visto, conforme a tabela abaixo:

Camada TCP/IP PDU Payload


Aplicação - Dados
Host-to-Host Segmento Dados
Internet Pacote/Datagrama Segmento
Acesso à rede Quadro (Frame) Pacote/Datagrama

Equipamentos de redes

Para que a comunicação de dados aconteça faz-se necessária a implementação de uma


infraestrutura de rede e das aplicações a serem executadas. Neste sentido, o estudo do modelo de
referência é dividido em camadas superiores e inferiores. As primeiras são responsáveis pelo dado em
si. À nível de alta abstração (software), toda a formatação que a aplicação necessita para ser entendida no
destinatário. As segundas são responsáveis pela construção do caminho físico e lógico para encaminhar o
dado da origem ao destino. Uma vez construído esse caminho, a comunicação dar-se-á fim a fim, ou seja,
Aplicação interagindo com a aplicação, sem nenhuma influência das outras camadas.

Figura 33: Comunicação fim a fim da aplicação através da infraestrutura de redes.

Para estabelecer a infraestrutura de redes e o caminho para a comunicação fim a fim, contamos
com dois equipamentos primordiais: o switch e o router. Considerando a classificação das redes que
vimos anteriormente, o switch é o equipamento responsável pela formação das LAN’s, enquanto que os
routers são os responsáveis por fazer a interligação delas através da WAN.

33
MÓDULO SWITCH

São dispositivos da camada de acesso à rede (L2) responsáveis pela comutação dos quadros em
uma rede local, sendo o responsável por quebrar os domínios de colisão e de broadcast, através do uso de
tabelas para armazenar informações com base
em endereços (Tabela MAC). Eles
operacionalizam a arquitetura do plano de
dados (Data Plane) – que é o processo interno
de um equipamento capaz de encaminhar
quadros. A comutação na camada de enlace é
baseada no endereço de hardware, também
conhecido como endereço MAC, o que
significa que este endereço é o parâmetro
checado para encaminhar quadros em uma
LAN. A grande característica desses
dispositivos é a rápida convergência, definida por hardware, tornando o custo computacional bem mais
baixo, pois ele faz o processamento apenas dos headers e trailers dos frames. Assim, quando um frame
chega a um switch, ele “olha” para o CRC, fazendo a verificação de erros, para o endereço MAC de
destino, verificando se consta em sua tabela de encaminhamento – chamada de FIB (Forwarding
Information Base), para as tags de VLAN e faz o encaminhamento ou o descarte.

MÓDULO ROUTER

São dispositivos de camada e (L3) responsáveis


pelo roteamento do tráfego para todas as redes em uma
internetworking. Assim, o processo de roteamento
transmite pacotes de dados de uma rede para a outra. Se
em uma rede não há roteadores, logo toda a comunicação
entre os hosts se dará por meio do endereço MAC, não
do IP. Routers estão diretamente ligados ao plano de
controle (Control Plane) e tem como função controlar o
encaminhamento de pacotes com base na tabela de
roteamento. Com isso, ele popula as RIB’s (Routing
Information Base) com as redes que conhece.
34
Para ser capaz de efetuar o roteamento de pacotes, o router deve ter conhecimento de, no mínimo,
endereço de destino, routers vizinhos, rotas disponíveis e a manutenção e verificação dos processos
de roteamento. Ele aprende sobre redes remotas através da comunicação com seus vizinhos, podendo
ser de forma direta (diretamente conectado), estática (através de rotas estáticas) ou dinâmica (utilizando
protocolos de roteamento). No roteamento estático, as rotas são inseridas na RIB de forma manual, já no
dinâmico através de rotas obtidas de outros vizinhos via protocolos de roteamento. Desta forma, de posse
dessas informações, os routers são capazes de decidir o melhor caminho para encaminhar um pacote
considerando as redes mais diretivas, menores distâncias administrativas e menores custos de link.

SUBUNIDADE 1.3.2: DOCUMENTOS EUROCAE

Esta subunidade tem como principal objetivo apresentar a arquitetura


de protocolos para o tráfego de serviços de controle de tráfego aéreo através
de uma rede de telecomunicações.
No início dos anos 2000, a EUROCAE – que é um grupo
internacional europeu aberto para fabricantes e usuários de equipamentos
para a aeronáutica, aviação civil e organizações não européias – motivados
pelo cenário mundial, que buscava a flexibilização do espaço aéreo, a
disponibilidade dos serviços de Telecomunicações e migração para as redes
comutadas por pacotes e a pressão para a diminuição dos custos dos provedores de serviço para a
navegação aérea, instituiu o Grupo de trabalho 67 (Work Group 67 – WG67) que tinha as seguintes
atribuições:
• Definir interfaces transnacionais e/ou fornecedores internacionais para comunicações Terra-Terra
e Terra-Ar;
• Analisar a situação operacional e técnica em relação aos requisitos do sistema de voz ATM Terra-
Ar e Terra-Terra;
• Definir sistemas ATM voz sobre IP e identificar seus componentes (VCS, VHF, …); Para esses
componentes, fornecedores seriam livres para definir uma solução técnica interna;
• Fazer recomendações para atualizar a padronização mundial;

O produto deste grupo de trabalho, com participação de diversos representantes mundiais, gerou
os Documentos EUROCAE, do inglês EUROCAE Documents. Eles surgiram como referência para
diversas soluções e estão listados abaixo:

35
• ED136 – VoIP ATM System Operational and Technical Requirements;
◦ Versa sobre os requisitos técnicos e operacionais abrangentes, sobre as capacidades das redes
e de serviços esperados quando o controle estiver utilizando redes estatísticas. Esse
documento pode ser considerado como uma diretriz para o desenvolvimento das demais
especificações;
• ED137 – Interoperability Standards for VoIP ATM Components;
◦ Descreve especificações técnicas direcionadas para as aplicações de rádio, telefone, sistemas
legados, gravação e supervisão. Ele é dividido em 5 volumes e define as especificações para o
tráfego de voz, sinalização e controle entre as aplicações mencionadas e uma central de áudio,
utilizando uma rede comutada por pacotes;
• ED138 – Network Requirements and Performance for VoIP ATM Systems;
◦ Descreve os requisitos e desempenho da rede IP que transporta as aplicações. Este documento
é dividido em duas partes e define as especificações de performance de rede e fornece um
guia de implementação da rede de transporte; e
• ED139 - Qualification Tests for VoIP ATM Components and Systems; (EM ESTUDO)
◦ Descreve os testes de qualificação que atestamo cumprimento dos requisitos técnicos pelos
fabricantes de equipamentos que se propõe a ser compatíveis com as ED’s elaboradas.

Esses documentos foram homologados no Acordo de Viena, que definiu a referência comum para
a definição dos diferentes componentes de um sistema VoIP e suas interfaces mútuas.

Figura 34: Resumo do Acordo de Viena.

36
O documento que mais nos interessa é o ED137, visto que trabalhamos para interoperabilizar
equipamentos de fabricantes distintos. Temos a SITTI, como referência no campo de centrais de áudio, a
ATC, no campo dos equipamentos de radiofrequência, a CISCO, na área de telefonia e redes, a ULTRA,
com a área dos gravadores, sem contar as diversos tipos de outros equipamentos das áreas mencionadas
que não são dos fabricantes mencionados. Sendo assim, para migrarmos para um sistema VoIP seguro e
que funcione a contento, devemos entender bem os principais parâmetros descritos nessa documentação.

ED137 – Padrões de interoperabilidade de componentes ATM VoIP

O objetivo desta coletânea de documentos é definir especificações de performance e orientações


para os equipamentos da aviação civil. Pretende ser um padrão comum, abrangendo todas as opções e
modos de comunicação utilizados pela comunidade ATM (Air Traffic Management). A última versão
(ED137.C) é composta por 4 volumes, a saber:

• Volume 1 – Radio;
• Volume 2 – Telephone;
• Volume 3 – Recording;
• Volume 4 – Supervision;

Trataremos dos principais volumes utilizados hoje com a central de áudio SITTI. A saber:
RADIO e TELEPHONE.

VOLUME 1 – RADIO

Propõe um padrão para o uso do protocolo SIP para estabelecer, finalizar e modificar sessões de
comunicação multimídia de equipamentos de radiofrequência. O escopo desta especificação é definir o
funcionamento da sinalização, do gerenciamento e do áudio na comunicação entre o rádio e o VCS
(Voice Communication System) conectados, através de uma rede comutada por pacotes.
Desta forma, o padrão compreende os seguintes protocolos:

• SIP – Protocolo utilizado para todo tipo de sinalização de chamadas;


• RTP – Para o transporte do áudio entre o equipamento de rádio e o VCS;
37
• RTP (R2S) – Para transporte de sinalização usada no monitoramento e status dos links de rede
entre a VCS e os rádios;
O passo a passo para que haja comunicação é descrito, conforme abaixo:

FASE 1 – Inicialização da sessão

• Negociação de parâmetros a serem utilizados;

FASE 2 – Comunicação

• Estabelecida a sessão, o VCS e os rádios devem iniciar a troca de segmentos R2S para
manutenção do canal;
• Quando houver sinalização de PTT ou SQU, cessa o R2S e começa a transmissão de áudio entre
VCS e o(s) rádio(s);
• Ao término da transmissão, o RTP com áudio deve cessar e o R2S retorna para a manutenção do
canal;

Figura 35: Fases da comunicação entre VCS e equipamentos de radiofrequência.

Este volume também prevê informações para a seleção de melhor sinal, do inglês Best Signal
Selection (BSS), definindo o RSSI – Received Signal Strength Indication – como parâmetro padrão para
o cálculo do melhor sinal. A BSS é um método automático para selecionar a fonte que envia o melhor

38
sinal a qualquer instante, através do monitoramento contínuo do parâmetro relacionado a qualidade do
sinal recebido (neste caso, o RSSI). Este padrão está diretamente relacionado a função Voting, a ser
estudado na próxima disciplina. Enquanto que para o Climax – conceito também será estudado na
próxima disciplina – usando espaçamentos de 25kHz, o número máximo de rádios envolvidos é de 5
equipamentos.

VOLUME 2 – TELEPHONE

Propõe um padrão para o uso do protocolo SIP para estabelecer, finalizar e modificar
sessões de comunicação multimídia entre centrais telefônicas e ramais. O princípio de funcionamento é
parecido com aquele utilizado para equipamentos de radiofrequência, porém o que muda é que esses
ramais constantemente devem se registrar em algum servidor SIP ativo e que o estabelecimento da sessão
se dá toda vez que houver uma ligação, ou seja, sob demanda, e não mais uma única vez, como no rádio.
O padrão de CODEC’s é definido como G711A, G711U e G729.

SUBUNIDADE 1.3.3: PROTOCOLOS

Esta subunidade tem como principal objetivo apresentar a arquitetura de protocolos para o tráfego
de serviços de controle de tráfego aéreo através de uma rede de telecomunicações. Conforme visto
anteriormente, os modelos de referência servem como norte para padronização de protocolos para que
ocorra a comunicação de dados, de modo que cada camada, responsável por seu próprio protocolo, não
interfira no funcionamento das demais e que possa prestar serviço para a camada imediatamente superior.
Um protocolo de comunicações é um conjunto de normas que estão obrigadas a cumprir todas as
máquinas e programas que intervêm em uma comunicação de dados entre hosts sem o quais a
comunicação seria caótica, ou até mesmo inexistente. Assim, o objetivo desta subunidade é mostrar um
pouco mais desses protocolos, buscando o que há de mais usual em cada camada do modelo TCP/IP. Será
utilizado o sniffer Wireshark para demonstração prática da atuação deles em algumas camadas.
Cada camada possui seus protocolos, uns mais utilizados, outros menos. Assim, passaremos pelos
principais protocolos das camadas do modelo TCP/IP que estão diretamente ligados ao funcionamento da
central de áudio SITTI. Alguns utilizados na M600S, porém com foco total nas centrais M600MP e
M800IP.

39
Camada de Acesso à Rede

O protocolo Ethernet é predominante nesta camada, logo, é importante identificar um frame


Ethernet em uma captura real. Para isso, observe a composição deste protocolo:

Figura 36: Estrutura de um Frame Ethernet.

Em uma rápida passada pelos campos que compõe o frame, podemos ver o Preâmbulo, que serve
para acionar a placa de rede, avisando que haverá informações a serem lidas. Já os campos de Endereço
de destino e de origem são as identificações universais das interfaces físicas, os chamados MAC’s. O
campo Tamanho/Tipo indica que tipo de protocolo o frame transporta como payload/dados (em todas as
nossas aplicações com central de áudio SITTI, este campo indicará um pacote IPv4) e o tamanho total do
frame. Dados transportam um pacote da camada superior e o CRC é o campo de Check Redundance
Ciclic é utilizado para deteção de erros.
Existe também os campos para marcação de VLAN’s, que indicam a quebra do domínio de
broadcast em um switch. Quando um frame ingressa em uma porta de um switch, em via de regras, ele
recebe uma tag que o identifica em uma determinada VLAN. Este processo chama-se tagged. A partir
deste momento, este quadro somente será encaminhado para portas que estejam marcadas com essa tag
ou em portas de tronco. Quando o quadro sair do switch, a porta retira essa tag e entrega o frame ao
destino. Este processo chama-se untagged.
Um quadro capturado tem o seguinte formato:

Figura 37: Captura real de um frame Ethernet.


40
As informações mais importantes que aparecem na captura são os endereços MAC, que possuem
um layout diferenciado. Como pode ser visto, no campo de endereço de origem, tem-se:
Digibras_92:00:a7 (64:1C:67:92:00:A7), e o endereço destino como sendo: Cisco_95:28:71
(DC:F7:19:95:28:71). Esta nomenclatura indica que os 3 primeiros bytes do endereço MAC são
padronizados como aa identificação do fabricante do equipamento. Isso signidica que todos os
equipamentos da Digibras terão endereços de MAC iniciados por 64:1c:67 e os equipamentos CISCO
DC:F7:19. Logo, é comumente visto essa associação na captura dos pacotes, conforme será visto nas
demais figuras. Há também a informação do campo Type, que indica o protocolo da camada superior,
como vimos anteriormente.

Camada de Internet

O protocolo IP é o principal desta camada, quer seja como transporte em L3 de outros protocolos,
quer seja como o famoso “IP puro”. No nosso estudo, trataremos exclusivamente de IPv4. É importante
destacar que os protocolos podem ser transmitidos de três maneiras distintas, sendo: unicast, multicast e
broadcast. O primeiro é o mais usual, utilizado para comunicação ponto a ponto, entre dois hosts na rede.
Já o segundo é utilizado para comunicação em um grupo seleto de hosts – um para muitos, ou seja,
apenas quem faz parte deste grupo pode se comunicar utilizando este tipo de endereço. Já o último é
utilizado para difusão de informações, ou seja, de um host para todos os outros pertencente ao mesmo
domínio de broadcast.
Um cabeçalho IP possui mais informações que um frame Ethernet, devido a características de
qualidade de serviço e fragmentação. Um exemplo teórico pode ser visto na figura abaixo:

Figura 38: Pacote IPv4.


41
Dentre os campos mais importantes, destacam-se o Version, que sempre estará marcado como 4
(IPv4), o Total Lenght que indica o tamanho total do pacote, o Time To Live que indica quantos saltos (até
quantos routers) o pacote será roteado, o campo Protocol que traz qual é a PDU da camada superior e os
campos de Endereco IP de origem e de destino. O pacote real pode ser visto na figura abaixo:

Figura 39: Captura de um pacote IPv4.

Com esta captura é possível observar que se trata de um pacote IPv4, com um tamanho total de 40
bytes (Header + payload), com um tempo de vida de 128 (ou seja, poderá ser roteado mais 128 vezes
antes de ser descartado) e os endereços IPv4 de origem e de destino.
Lembrando que este pacote é o payload para a camada de acesso à rede e receberá um header
Ethernet e um trailler CRC quando for encaminhado para essa camada.
Nesta camada existe também o protocolo ICMP (Internet Control Message Protocol),
responsável pelo famoso ping e tracert na manutenção a nível de camada de internet. Ele é utilizado para
fornecer relatórios de erros À fonte original. Qualquer host que utilize IP precisa aceitar as mensagens
ICMP e alterar o seu comportamento de acordo com o erro relatado. São enviadas automaticamente
quando: um pacote IP não consegue chegar ao seu destino; o gateway não consegue retransmitir os
pacotes na frequência adequada; e, o roteador indica uma rota melhor para as máquinas a enviar pacotes.
Dentre as várias mensagens produzidas por este protocolo, pode-se destacar 3 tipo: echo request, echo
reply e destination unreachable. Podem ser vistas como métodos de requisição e respostas com o
comando ping, que é usado para medir o tempo de resposta da conexão ou mesmo se ela está
estabelecida. Ao ser dado o comando, este gera um pacote echo request, que, ao ser processado pelo
destino, envia um echo reply informando que foi alcançado. Caso não seja possível encontrar o destino, o
ICMP gera uma mensagem de Destination Unreachable. As mensagens podem ser vistas na figura
abaixo:

42
Figura 40: Uso do ICMP com o comando ping.

Todas as mensagens fazem parte de um único processo de ping. É importante observar o fluxo de
mensagens. O endereço de origem é o notebook de teste e o destino é o gateway da rede. Assim,
“pingando” este gateway são geradas mensagens echo request e ele responde com echo reply. Observe
também que a resposta de gateway decrementa em uma unidade o campo TTL do pacote, comprovando
que a mensagem levou apenas 1 salto para chegar até o destino.

Camada Hos-to-Host

Para esta camada, considerando os serviços orientados à conexão e os não orientados, existem
dois principais protocolos: o TCP (Transmission Control Protocol) e o UDP (User Datagram Protocol).
O TCP é caracterizado pelo estabelecimento da comunicação, a transferência de dados e o seu
término, tendo como principais características: orientado à conexão, three handshake (SYN,
SYN+ACK,ACK), ponto a ponto, confiabilidade, full duplex, entrega ordenada, controle de fluxo (janela
deslizante) e controle de congestionamento. Seu cabeçalho pode ser visto conforme a figura abaixo:

Figura 41: Cabeçalho TCP.

43
Os campos mais importantes são: as Source Port e Destination Port e Window. As portas
representam qual é o tipo de serviço que terá sendo prestado para a camada superior e o tamanho da
janela é utilizado para controle de fluxo e de congestionamento. Ainda quanto as portas, é importante
saber que a adoção de portas lógicas permite o registro das diferrentes sessões estabelecidas pela
aplicação através da rede, de forma simultÂnea. O número de portas de aplicações origem é
dinamicamente designado pelo host transmissor, sendo os número compreendidos entre intervalos de
30000 em diante. Já as portas destino são aquelas que identificam um determinado serviço de aplicação.
São as chamadas “well-know ports”. Um exemplo dessas portas podem ser visto na figura abaixo:

Figura 42: Well-know ports relacionando serviços de aplicação ao transporte.

Assim, um exemplo bem simples de como funciona a comunicação entre portas, podemos dizer
que um técnico mantenedor da SITTI queira abrir uma sessão TELNET com uma interface da SITTI.
Quando ele der o comando, o computador que ele está fazendo conexão abrirá uma porta TCP de origem
qualquer (no exemplo, vamos usar a 39786) com destino a porta 23. Este exemplo pode ser visto na
figura abaixo:

Figura 43: Conexão TCP para acesso remoto via TELNET.

Note que do mesmo jeito que o notebook escolhe uma porta aleatória para pedir uma conexão
TCP à interface, ela também escolhe para responder a conexão na porta 23. A esta nomenclatura
(IP:Porta) damos o nome de socket. Guarde este termo, pois ele será muito importante daqui em diante.
Partindo agora para o UDP, temos que ele é caracterizado pela falta de garantia na entrega. Caso
elas sejam necessárias, é preciso implementar uma série de estruturas de controle nos protocolos da
camada superior. Assim, pode-se dizer que o UDP é um serviço sem conexão, pois não há necessidade de
manter um relacionamento fechado entre o cliente e o servidor. Ele foi criado para transportar dados sob
44
demanda, como fluxos de áudio e vídeo, ou para comunicação sem conexão, como é o caso das
negociações do DHCP, ou até mesmo na tradução de endereços por DNS. Os dados são transmitidos
apenas uma vez, incluindo apenas um frágil e opcional sistema CRC de 16bits. Os segmentos que
chegam corrompidos são simplesmente descartados, sem que o emissor sequer saiba do problema. Por
outro lado, a ausência de estruturas de controle complexas garante ao UDP alta eficiência, já que cada
segmento é composto somente por dados (menor custo computacional). Isto pode ser visto na estrutur do
cabeçalho, conforme abaixo:

Figura 44: Cabeçalho UDP.

Em comparação aos mecanismos propostos pelo TCP, o UDP é praticamente resumido às portas
de origem e destino das aplicações. Por isso, em TCP, as aplicações encaminham fluxos de dados que
serão entregues com garantias do serviço orientado a conexão, devido aos mecanismos de controle
existentes no header, porém com o custo de gerar mais processamento para o transporte devido ao
overhead. Já o UDP, o header é simples e reduz o overhead, porém, não garante que os dados chegaram
ao destino. Essa função é passada para a camada de aplicação.

Camada de Aplicação

O primeiro protocolo de aplicação que veremos é o SIP. Como vimos na subunidade anterior, ele
foi o escolhido para estabelecer, finalizar e modificar sessões multimidia na ED137, tanto para telefonia
como para radiofrequência. Assim, seu entendimento torna-se essencial para a integração de elementos
VoIP às centrais modernizadas.
Ele é um protocolo de código aberto para aplicação, que utiliza o modelo de requisição e resposta,
similar ao HTTP (inclusive, herda grande parte de suas mensagens desse protocolo), para iniciar,
modificar e terminar sessões de comunicação interativa entre utilizadores de uma rede VoIP, em que o
usuário chamador atua como um cliente que inicia uma chamada e o host chamado age como um
servidor, respondendo a chamada.
Os componentes que interagem em uma sessão SIP são chamados de User Agents (UA), SENDO
UM DOS ELEMENTOS MAIS IMPORTANTES DA REDE. Podendo operar de duas formas: User

45
Agent Client (UAC) e User Agent Server (UAS), sendo que um único UA pode operar como ambos, caso
necessário. Trazendo para a realidade das centrais de áudio, a interface SITTI em questão se comportará
como um cliente e um equipamento de radiofrequência e/ou central telefônica SIP será o servidor, pois
estarão fornecendo um serviço de frequência e/ou serviço de telefonia para a central de áudio.
Existem 4 tipos de servidores na arquitetura SIP, sendo:

• Servidor PROXY:: Tipo mais comum em ambiente SIP, estando sempre entre dois UAC.
Quando uma solicitação é gerada, o endereço exato do destinatário não é conhecido
antecipadamente, portanto o cliente envia a solicitação à um servidor deste tipo. Ele, em nome do
cliente, encaminha a solicitação para outro servidor proxy ou para o próprio destinatário.
Basicamente, o papel de um servidor proxy é semelhante ao de um roteador, pois possui
inteligência para entender um pedido SIP e enviá-lo adiante com a ajuda do URI (a ser visto mais
a frente).

Figura 45: Servidor PROXY.

• Servidor REGISTRAR: Este aceita solicitações de registro de agentes de usuários. Ele os ajuda
a se autenticarem na rede. Armazena suas URI e localização em um banco de dados (serviço de
localização) para ajudar outros servidores SIP no mesmo domínio.

Figura 46: Servidor PROXY

• Servidor LOCATION: Fornece e armazena informações sobre os possíveis locais de um


chamador para os servidores de relacionamento e proxy, consultando um banco de dados. Apenas
um servidor proxy ou um de redirecionamento podem solicitar informações de um location.

46
Figura 47: Servidor LOCATION.

• Servidor REDIRECT: Recebe solicitações e procura o destinatário pretendido no banco de


dados de localização criado pelo REGISTRAR. Este usa o banco de dados do LOCATION para
obter informações de localização e responde com 3xx (resposta de redirecionamento, a ser vista
mais adiante) ao usuário.

Figura 48: Servidor REDIRECT.

Todos esses servidores podem estar em apenas um equipamento, não necessariamente separados.
Hoje, com o uso das centrais modernizadas, consideramos a central telefonica SIP como um servidor
REDIRECT e nas localidades que possuam o VCX existe o servidor PROXY, utilizado para gravação
(que não faz parte do escopo deste curso). Fora esses dois modelos, ainda não há uma aplicação a nível
de ED137 implementada.
Para que uma sessão SIP possa ser estabelecida, assim como nas camadas inferiores, a aplicação
necessita de um endereço para identificação própria dos UA. Aqui, este endereço chama-se SIP URI
(SIP Uniforme Resource Identifier). Sua estrutura é muito semelhante ao utilizado nos endereços de e-
mail, sendo o contato SIP de um host no sistema. Em nível de transporte, o SIP utiliza o TCP e/ou UDP
na porta 5060.

Figura 49: Estrutura de um endereço SIP URI.

47
O volume 1 da ED137 recomenda a seguinte formatação para os endereços SIP URI:
Transceptores Transmissores Receptores
sip:txrx.frequency.atsu@… sip:tx.frequency.atsu@… sip:rx.frequency.atsu@…
- sip.tx.m.frequency.atsu@... sip.rx.m.frequency.atsu@...
- sip.tx.s.frequency.atsu@... sip.rx.s.frequency.atsu@...

Onde “atsu” é o nome do órgão operacional em questão. Exemplos de URI’s recomendados pela ED137:

sip:txrx.118.app@10.40.252.30:5060 - transceiver com frequência 118.000 alocado para APP;


sip:txrx.t139.copm3@10.40.252.30:5060 - transceiver com frequência T139 alocado para o COpM3;
sip:tx.1235.twr@10.60.25.34:5060 - transmitter com frequência 123.500 alocado para TWR;
sip:rx.12350.twr@10.60.25.34:5060 - receiver com frequência 123.500 alocado para TWR;

OBS: Atentar para o comprimento do nome do usuário, pois as interfaces da SITTI


possuem uma limitação de 13 caracteres (mesmo que o rádio tenha um limite maior e a ED137 não
especifique um limite mínimo).
Continuando, temos os tipos de requisições e respostas da estrutura do protocolo, para
identificação do correto funcionamento do processo ou de possíveis panes a serem resolvidas.

• Requisições SIP (SIP requests): Também conhecidas como MÉTODOS, são usadas para
estabelecer, encerrar e modificar sessões. Elas solicitam que uma ação específica seja executada
por outro agente ou servidor. Possuem a seguinte estrutura:

Figura 50: Estrutura dos métodos SIP.

Os principais são:
◦ INVITE: utilizado para tentar estabelecer uma sessão multimídia entre os UAC;
◦ BYE: utilizado para encerrar uma sessão já estabelecida.
◦ REGISTER: utilizado para executar o registro de um UAC em um UAS REGISTRAR.
◦ CANCEL: utilizado para terminar um diálogo SIP de uma sessão que ainda não foi
estabelecida. Pode ser enviada por um UAC ou um UAS proxy.

48
◦ ACK: utilizado para reconhecer as respostas finais a um método INVITE. Sempre vai em
direção a um INVITE. Após ele, é iniciada a sessão SIP e incia-se também o fluxo RTP.

• Respostas SIP (SIP responses): São mensagens utilizadas para responder a um método do
UAS ou do UAC. Podem conter conter campos de headers adicionais de informações e são de
6 tipos. Possuem a seguinte estrutura:

Figura 51: Estrutura das respostas SIP.

As mensagens são:
◦ 1xx – Respostas de informações/provisórias: são usadas para indicar o progresso da
chamada. Normalmente, as respostas são fim a fim.
◦ 2xx – Respostas de confirmação: são usadas para indicar que uma solicitação foi bem aceita.
◦ 3xx – Respostas de redirecionamento: geralmente, são enviadas por servidores REDIRECT
em resposta ao INVITE.
◦ 4xx – Respostas de erros de UAC’s: indicam que a solicitação não pode ser atendida, pois
algum erro foi identificado do lado do UAC e geralmente são enviados pelo UAS. Ap receber
uma mensagem de erro, o cliente deve reenviar a solicitação, modificando-a com base na
resposta.
◦ 5xx – Respostas de erros de UAS’s: indicam alguma incapacidade do servidor em realizar
um determinado serviço.
◦ 6xx – Respostas de erros globais: esta classe de resposta indica que o servidor sabe que a
solicitação falhará onde quer que seja. Como resultado, a solicitação não deve ser enviada
para outros locais.

Figura 52: Exemplo de estabelecimento de sessão SIP com os métodos e respostas.

49
A ED137 prevê as mensagens de respostas que podem ser utilizadas em uma sessão SIP. Segue a
relação com algumas das respostas mais utilizadas:

Figura 53: Tabela de mensagens SIP disposta na ED137 volume 1.

Outro protocolo bastante importante que é utilizado junto com o SIP é o SDP (Session
Description Protocol). Ele é utilizado para descrever uma sessão multimídia. Possui um formato baseado
em texto e pode ser usado com diferentes protocolos de aplicação e é de caráter apenas descritivo (não
negocia mídia, codificação, CODEC,…); Os parâmetros mais importantes são:
• v = versão do protocolo;
• o = originador e identificador de sessão;
• s = nome da sessão;
• i = informações da sessão;
• u = descrição da URI;
• t = tempo de sessão ativa;
• m = nome da mídia e transporte;
• c = informações da conexão;

50
Figura 54: Captura de um método INVITE e o SDP no corpo da mensagem.

O segundo protocolo a ser visto é o RTSP (Real Time Streaming Protocol), que é padronizado
pela ED137 – Volume 4 – Recording, como o padrão para abertura de sessões de gravação. Apesar de não
fazer parte do escopo do curso falar de gravação, é importante entender como são gravados os Postos
Operadores que possuem um ED137 client, pois esta aplicação utiliza o RTSP para abertura de sessão
com um gravador VoIP, quer seja AUDIOSOFT, quer seja SITTI, quer seja outra marca.
O RTSP é um protocolo que está na camada de aplicação desenvolvido para controle na
transferência de dados com propriedades de tempo real. Ele torna possível a transferência, sob demanda,
de dados em tempo real como áudio e vídeo. Serve para estabelecer e controlar um único fluxo ou vários
fluxos sincronizados de mídias contínuas pertencentes a uma apresentação. A nível de transporte, ele
utiliza os protocolos TCP e UDP na porta 554.
Qualquer cliente que envia ou recebe um áudio tem a responsabilidade de enviar uma cópia para
os gravadores. Para o nosso estudo, um posto operador com o ED137 client que participa de uma sessão
de comunicação devem fornecer um único fluxo de áudio que resume todos os fluxos (entradas e saídas).
Uma gravação ativa exige uma sessão estabelecida e o RTSP é mandatório para a abertura das
sessões. O SIP também pode ser utilizado, porém é opcional. Este é um ponto importante, pois como é
opcional, existem empresas que não habilitam essa funcionalidade por falta de especificação no pedido
de compra. O ideal é que tenha as duas opções.
Uma vez aberta a sessão de gravação, sempre que houver áudio a ser gravado ele será
encaminhado do cliente ao gravador via RTP.

51
Figura 55: Mensagens RTSP de controle de sessões de gravação VoIP.

As mensagens de controle são:


• ANNOUNCE e SETUP: Devem ser usadas para estabelecer uma sessão de gravação. O corpo da
mensagem ANNOUNCE deve conter uma descrição da mídia utilizada, através do SDP;
• RECORD: Deve ser utilizada para iniciar a transmissão de dados no fluxo alocado, via SETUP;
• PAUSE: Deverá ser usada para interromper a entrega do fluxo alocado via
ANNOUNCE/SETUP;
• SET_PARAMETERS: Deve ser utilizada para definir o valor de um parâmetro para uma
apresentação ou fluxo especificado pelo URI;
• TEARDOWN: Deve ser usada para fechar a sessão e liberar recursos associados ao fluxo
especificado pelo URI;
• REPLAY: Pode ser usada para reproduzir informações armazenadas em um cliente de
reprodução; (Este recurso é opcional); e
• DESCRIBE e SETUP: Devem ser utilizados para estabelecer uma sessão de replay.

Figura 56: Captura Wireshark do processo de gravação de um canal virtual.

52
O último protocolo que veremos, mas não menos importante, é o que utilizamos para o transporte
de áudio em tempo real. O RTP (Real Time Protocol) visa obter uma melhor integração do transporte
com a aplicação e uma melhor reação da aplicação frente as condições da rede. Como vimos
anteriormente, o UDP não oferece nenhuma garantia a aplicação, enquanto que o TCP reduz a taxa de
transferência de dados, em caso de perda de pacotes e essa informação de variação de banda não são
comunicadas a aplicação. Considerando que as aplicações de mídia requerem um fluxo constante de
dados, nenhum dos dois teriam condições de atender as demandas. Por esse sentido, o RTP foi
desenvolvido.
Algumas literaturas consideram o RTP como um protocolo de camada host-to-host, tendo em
vista o transporte multimidia, porém o fator que acaba classificando-o como de aplicação é que sua
natureza é de ser um Framework (família de protocolos). Ele foi desenvolvido para não ser um
“protocolo completo” de forma intencional, devido a dois aspectos:
• É a aplicação que deve especificar a mídia, cuidar do sincronismo e do início/fim das sessões;
• A forma como a aplicação pode afetar ou controlar o transporte;

Figura 57: Framework RFC 3550/3551

A grande sacada do RTP é ser um protocolo leve, moldado pela aplicação e poder expandir suas
capacidades através de Profiles, como extensões do header.

Figura 58: Header RTP.

53
Dentre os campos do header, destacam-se: payload type(tipo de mídia a ser transportada),
sequence number (número de sequência para fragmentação e posterior remontagem), timestamp (é o
grande diferencial. Identifica o horário universal de criação do segmento), SSRC (identificação de
sincronização da origem), CSRC (identificador do contribuidor de origem), defined by profile (tipo de
perfil definido) e header extension (extensões do cabeçalho. O grupo de trabalho 67 criou uma extensão
própria e ela é utilizada pelos equipamentos).
Os Profiles são personalizações que identificam como um payload deve ser tratado. Para cada
profile existe uma RFC distinta. Para o nosso curso, nos atentaremos a extensão RTP extensions ED137.

Figura 59: Tipos de Profiles definidos na RTP extensions ED137.

Como vimos na subunidade dos documentos da EUROCAE, o RTP é utilizado como protocolo de
transporte de voz e também de manutenção do canal, através dos pacotes R2S para keepalive. Podemos
ver como funciona essa transição de pacotes de sinalização e de áudio na figura abaixo:

Figura 60: Pacotes RTP de sinalização e com áudio.

No sentido do fluxo de áudio de transmissão, enquanto o PTT não for pressionado, haverá apenas
pacotes de sinalização R2S ou Dynamic123.Quando o PTT é pressionado, a sinalização permanece,
porém com a indicação de PTT ON no payload juntamente aos segmentos do áudio codificado. Quando o
PTT retorna a condição inicial, o áudio sofre um retardo de 200ms até deixar de ser transmitido e retorna
a condição de sinalização.
54
Figura 61: Esquema de transmissão de voz ED137.

Já no sentido do fluxo de áudio de recepção, o canal é auscutado continuamente com a presenã


dos pacotes de keepalive. Quando há áudio a ser recebido, os segmentos do tipo SQU são encaminhados,
considerando o delay padrão de 200ms. Ao final, o canal retorna ao estado inicial.

Figura 62: Esquema de recepção de voz ED137.

Uma visualização interessante dessa troca de segmentos RTP é através do Wireshark, conforme
mostrado na figura abaixo:

55
Figura 63: Captura do fluxo de áudio de transmissão no Wireshark.

Pode ser observado na Figura 56 os segmentos RTP transportando áudio codificado como G711A
e a sinalização de PTT, indicando que se trata de um fluxo de áudio de transmissão e que depois de certo
tempo, a transmissão é interrompida para apssagem de segmentos de keepalive e retorna a transmissão.
Isso indica que o tráfego de voz no padrão ED137 se dá em rajada (burst) e essa informação é importante
para o cálculo do link necessário para a utilização do VoIP desta maneira.
O volume 1 da ED137 nos traz 3 tipos de segmentos RTP: de voz, de sinalização com header
extendido e voz com header extendido mais sinalização e o cálculo de taxa de transmissão para cada um
deles, conforme mostrado na figura abaixo:

Figura 64: Cálculo de taxa de transmissão para os 3 tipo de segmentos RTP.

Assim, podemos observar que para um canal de radiofrequência precisamos de um link com taxa
de transmissão mínima de 83,2kbps, quando acionada (que seria o pior caso). Certamente, enlaces
satélites amazônicos de 256kbps poderiam comportar o acionamento de um canal (podendo derrubar
algum outro serviço, dependendo do caso, ou transmitir de forma picotada por perda de pacotes,
dependendo do desempenho da rede), porém sabemos que essa não é a realidade.

56
VAMOS PENSAR UM POUCO?

Vamos considerar a EACEA Surucucu, no extremo norte de Roraima-RR. Este destacamento


conta com um link da OI de 256kbps e, atualmente, oito frequências instaladas. Considerando que cada
frequência é um conjunto de quatro equipamentos distintos (2 TX mais 2 RX, entre principais e reservas)
e que cada equipamento é um host na rede (ou seja, terá um SIP URI para estabelecer uma sessão), temos
até aqui 32 equipamentos que precisarão fechar uma sessão com uma central de áudio VoIP.
De acordo com a Figura 56, com a sessão estabelecida, a taxa de transmissão da manutenção do
link de um equipamento é de, aproximadamente, 2kbps. Multiplicando pela quantidade total de
equipamentos, chegamos a 64kbps (25% do link).
Agora, considerando que as 8 frequências sejam acionadas ao mesmo tempo. Pelo princípio de
funcionamento do rádio, apesar de ser principal e reserva, enquanto um transmite o outro fica em stand-
by. Assim, nesse contexto, o acionamento das 8 frequências implicará na transmissão de 8 equipamentos.
Nessa situação, teremos 8 vezes 83,2kbps mais 24 vezes 2kbps (pois a sinalização dos demais
equipamentos continuará passando pelo link. Isso consumirá 713,6kbps. Claramente não funcionaria,
pois excedeu a largura de banda do link, além de tornar indisponível todo o sítio.
Então, veremos até quantas frequências conseguiríamos acionar ao mesmo tempo. Sabendo que
uma frequência consome 83,2kbps e que os outros equipamentos continuam com o canal ativo (31 vezes
2k = 62kbps), o acionamento de apenas uma ocasionaria na ocupação de 145,2kbps da largura de banda
(56,72%).
O acionamento da segunda frequência elevaria o throughput para 286,4kbps, ultrapassando a
largura de banda do link. Ou seja, nesse nosso cenário, apesar de ter 8 frequências disponíveis no sítio,
somente uma estaria realmente disponível e, mesmo nesse acionamento, sobrariam apenas 110,8kbps
(43,28%) para todos os outros serviços da EACEA (telefonia, intraer, sensores, sinais radar, entre
outros).
Agora, vamos considerar que não haja transmissão, porém uma aeronave que esteja sobrevoando
o local acione uma dessas frequências. Como ambos os receptores serão sensibilizados, o sinal dos dois
será enviado pelo enlace. Esta condição é análoga a transmissão de duas frequência, logo, essa recepção
também derrubaria esse link.

ESTUDO DE CASO: EACEA SURUCUCU

Desta forma, obviamente esta EACEA não poderia receber frequências VoIP, pois não foi
projetada para este fim. Para que o VoIP seja uma realidade para este destacamento, deveria ser feito um
57
estudo de caso para aumento do link. Vamos supor que nós fomos chamados para formar a equipe que
fará esse estudo. Sabendo das informações que vimos até aqui, qual seria o tamanho ideal para um link
(seja satélite, MPLS, TOPNET,…) suportar o acionamento das 8 frequências (que seria a situação mais
extrema) e manter os outros serviços da localidade. Vamos considerar também uma folga de, pelo menos
20% nesse link, para não trabalhar no limite e ter uma folga para os períodos do dia que haja grande
demanda.
Sabemos que o acionamento de 8 frequências consome 713,6kbps. Vamos considerar o nosso pior
cenário (mesmo que ele aconteça em milésimos de segundos) que seriam 4 frequências acionadas para
transmissão e 4 para recepção. Neste contexto, teríamos 356,8kbps de throughput de transmissão mais
713,6kbps para recepção (lembrando que são dois receptores). Isso elevaria a taxa total para 1.070,4kbps.
Como combinamos, mesmo que esse tráfego dure somente alguns milissegundos, o link deve ser
capacidade de suportá-lo, pensando em todos os serviços.
Vamos considerar que nesta EACEA exista uma central VoIP local para os ramais locais, com um
tronco para atender duas chamadas simultâneas com o CINDACTA4. Em via de regras, vamos
considerar que esse tronco consuma até 128kbps quando acionado (as duas linhas ao mesmo tempo).
Vamos considerar também que juntando os serviços de sinal radar, informações de sensores
meteorológicos e demais dados críticos cheguem a 128kbps também. Até aqui, temos 1.326,4kbps.
Considerando que haja necessidade de acesso a intraer para uso do SILOMS e outras atividades
administrativas, vamos reservar uma banda mínima de 384kbps para essa finalidade. Então, teremos uma
largura de banda útil de 1.710,4kbps, no momento mais crítico do sítio. Adicionando a margem de
segurança de 20%, que foi nossa condição inicial, chegamos a conclusão que esta EACEA necessita de
uma largura de banda de, no mínimo, 2Mbps para atender 8 frequências VoIP, um tronco com duas linhas
de telefonia, sensores e a vida administrativa.

Este estudo ainda poderia se estender para as outras EACEA’s e/ou DTCEA’s com demandas
similares, readequando as taxas de transmissão, conforme a demanda. Certamente o custo seria elevado
pensando em todas as unidades, porém, buscando uma solução moderna como o uso do VoIP, que é uma
recomendação internacional da própria ICAO, esse esforço far-se-á necessário para adequação, visto que
a infraestrutura atual não comportaria a demanda.

E o que todo esse estudo tem a ver com central de áudio? Simples, é através dele que o técnico
terá subsídios para dizer para a chefia se é possível utilizar frequências VoIP na SITTI, se vai funcionar, o
que é necessário para levantá-las. Enfim, o estudo serve como direcionamento e referência para caso
algum dia seja necessário apresentar algum tipo de dado ou assessoramento a alguma autoridade.

58
UNIDADE 1.4: CONCEITUAÇÃO DA CENTRAL DE ÁUDIO SITTI

SUBUNIDADE 1.4.1: BLOCOS FUNDAMENTAIS M600S


SUBUNIDADE 1.4.2: BLOCOS FUNDAMENTAIS M600MP
SUBUNIDADE 1.4.3: APRESENTAÇÃO DA CENTRAL M800IP
SUBUNIDADE 1.4.4: FUNÇÕES DO TECLADO
SUBUNIDADE 1.4.5: FERRAMENTAS DE SOFTWARE DA CENTRAL DE ÁUDIO

OBJETIVOS DESTA UNIDADE:

- exemplificar os blocos fundamentais e suas funcionalidades (Cp);


- distinguir a finalidade de cada bloco fundamental (Cp);
- citar características da central M800IP (Cn);
- utilizar os recursos apresentados no teclado da central de áudio (Ap); e
- operar as ferramentas que auxiliam configuração/manutenção da central (Ap).

Finalmente, após um longo estudo que nos levou a uma visão da importância da central de áudio
para os órgãos operacionais, bem como os meios envolvidos para que o usuário final exerça seu trabalho
nas melhores condições técnicas possíveis, nos situamos no contexto global do SISCEAB em que temos
a responsabilidade de entregar uma posição operacional funcional para o controlador de tráfego aéreo
executar o seu serviço, com telefonia e frequência disponíveis e tendo a certeza que, em caso de
acidentes e/ou incidentes, tudo que foi falado estará sendo gravado. Você que ao final deste curso será um
técnico pleno em centrais de áudio SITTI, está oficialmente inserido no mar de complexidades que é esse

59
sistema, pois deverá ter uma consciência situacional ampla, para identificar que uma famigerada pane
pode estar no seu sistema como pode ser que esteja em outro, integrado ao seu.
Você terá ferramentas de diagnósticos para ajudar na manutenção, contudo, o mais importante que
o senhor adquirirá a partir deste módulo é o raciocínio crítico para identificação de problemas e
desenvolverá seus próprios métodos com as ferramentas que lhes entregaremos e, sabendo os princípios
de funcionamento mostrados até aqui, vocês terão tudo o que é necessário para ser um bom técnico de
SITTI. Então, mãos a obra.
Até aqui vimos que a central recebe serviços de radiofrequência e telefonia para disponibilizá-los
em um posto operador para o controlador de voo e que todos esses recursos devem gerar uma saída de
gravação externa para posterior consulta. Vimos também que existem modelos distintos de centrais,
aqueles que trabalham apenas com a multiplexação TDM do áudio, através dos barramentos (agregados)
internos, enquanto que a sinalização e o controle trafegam via LAN, e os modelos modernizados, em que
toda a comutação de áudio ocorre via LAN interna. Porém, como isso acontece? Como a central recebe
esses serviços? Como ela os processa? Como ela disponibiliza essas informações ao controlador de voo?
Esses questionamentos serão respondidos nessa unidade.

SUBUNIDADE 1.4.1: BLOCOS FUNDAMENTAIS M600S

Dividir o estudo da central de áudio em Blocos Fundamentais é importantíssimo para melhor


entendimento. Assim, podemos entender as funções de cada bloco, as interdependências entre eles e a sua
real aplicação à central de áudio, o que possibilita o aprofundamento dos estudos sobre os diversos
elementos que a compões.
Esta subunidade percorre os quatro grandes Blocos Fundamentais da central M600S, explorando
em cada módulo os componentes dos blocos, as características de funcionamento interno, as capacidades
de interface e as funções mais específicas que desempenham no sistema.
Seguem as definições dos quatro blocos fundamentais da central M600S:

• Bloco Fundamental de Processamento e Comutação: corresponde ao conjunto de módulos


responsáveis pelo processamento e comutação de sinais de áudio, de comando e de controle. A
fim de aumentar a disponibilidade deste bloco, dada a sua importância para a operacionalidade do
sistema, alguns módulos são duplicados para criar redundâncias que robustecem o núcleo da
comutação do sistema. Principais módulos: CBP, RLH e Switches de LAN interna MOXA;

• Bloco Fundamental de Interfaces: responsável pela interface da central de áudio com os


serviços externos, sendo: sistemas E1, frequência, telefonia e gravação. Fazem a adaptação dos
60
sinais externos para o interior da central e vice-versa. São encarregados por realizar: conversão A/
D e D/A, passagem de sinalização e telecomandos; geração de sinalização para telefonia e
conexão física com os enlaces externos. Principais módulos: RLT, TLT, DLI e SND;

• Bloco Fundamental de Posições Operacionais: responsável pelo fornecimento da interface


homem-máquina (IHM) para os usuários. Este bloco fornece o conhecido front-end da central,
cuja finalidade é facilitar o acesso e o manuseio dos recursos da central pelos operadores.
Principais módulos: Keyboard, Junction Box, microfones, headset, handset, footpedal e PDE;

• Bloco Fundamental de Suporte ou Auxílios: corresponde ao conjunto de módulos responsáveis


por funções específicas e auxiliares, que não se encaixam nos outros blocos. A finalidade dos
módulos deste bloco é simplificar e/ou padronizar a estrutura de funcionamento da central de
forma global, tais como sincronismo, informação horária, alimentação elétrica e gerência de
alarmes. Principais módulos: CK, SG, DEC9 mais GPI, DEC10, ILA, retificadores e banco de
baterias;

Figura 65: Blocos Fundamentais da central M600S e suas relações de funcionamento.

61
SUBUNIDADE 1.4.2: BLOCOS FUNDAMENTAIS M800MP

A central M600MP é uma transição entre a M600S e a M800IP, pois ela mantém os recursos
legados da M600S, porém está preparada para operar com recursos VoIP. O princípio de funcionamento
da parte legada é o mesmo que o da M600S, assim como os blocos fundamentais. O que muda é a
atualização de algumas interfaces. Já para operar o VoIP, a central recebeu um novo conceito de
processamento e comutação, que será visto a seguir:
Princípio de funcionamento dos recursos VoIP: As interfaces responsáveis por receberem os
serviços externos estabelecem uma sessão SIP com os equipamentos (rádio, telefonia, gravação…) como
vimos na unidade 1.3. Para isso, este tipo de central necessita, obrigatoriamente, ter acesso a uma LAN
externa a da SITTI. Pois bem, uma vez recebidos, os recursos são roteados para a LAN interna a SITTI
que, por sua vez, disponibiliza os segmentos RTP em grupos de transmissão multicast de forma que
qualquer posição operacional participante do grupo deste recurso possa utilizá-lo. Estes grupos são
comutados pela LAN interna até os postos operadores, que os desencapsularão e farão a regeneração do
áudio para disponibilizá-lo ao posto operador.
Como deixa de existir a multiplexação TDM das gavetas legadas aos postos operadores, como
encaminhar os recursos PCM para os usuários finais? A resposta é simples: encapsulando os recursos,
para serem encaminhado via RTP pela rede, assim como é feito com os serviços externos. Quem fará essa
conversão será a interface controladora de barramento, que aqui, assumirá a função de interface gateway
entre a mídia digitalizada PCM e o VoIP, que receberá o áudio através dos barramentos TDM, como
anteriormente, porém, ao invés de encaminhá-los para a controladora destino, fará o encapsulamento do
áudio mais a sinalização e encaminhará via comutação de LAN até os postos operadores.
Quanto aos blocos fundamentais, são os mesmos da M600S, com adição do bloco de interfaces
IP. Eles serão reconduzidos aqui para fazer a associação de funções das inerfaces, conforme mostrado
abaixo:

• Bloco Fundamental de Processamento e Comutação: corresponde ao conjunto de módulos


responsáveis pelo processamento e comutação dos sinais de áudio, de comando e de controle. Ele
permanece duplicado, a fim de garantir a redundância dos servidos legados e recebe a função de
ser o gateway entre o PCM/TDM e o VoIP. Principais módulos: CBG e Switches de LAN interna
e externa MOXA;

• Bloco Fundamental de Interfaces: permanece responsável pela interface da central de áudio


com os serviços externos, sendo: sistemas E1, frequência, telefonia e gravação. Mesma função
praticada na M600S, porém com interfaces mais novas. Principais módulos: RLT2, TLT2, DLI e
SND;
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• Bloco Fundamental de Posições Operacionais: responsável pelo fornecimento da interface
homem-máquina (IHM) para os usuários. A diferença é que para a M600MP este bloco é
totalmente integrado a LAN interna, processando diretamente o VoIP. Em algumas versões, a
interação entre interface e teclado utiliza a tecnologia PoE (Power Over Internet). Principais
módulos: Keyboard, Junction Box VoIP, microfones, headset, handset, footpedal e PDE;

• Bloco Fundamental de Suporte ou Auxílios: corresponde ao conjunto de módulos responsáveis


por funções específicas e auxiliares, que não se encaixam nos outros blocos. A finalidade dos
módulos deste bloco é simplificar e/ou padronizar a estrutura de funcionamento da central de
forma global, tais como informação horária, serviço de DHCP, alimentação elétrica e gerência de
alarmes. Principais módulos: MMPU, SG, RG8, DEC10, P1192, retificadores e banco de
baterias;

• Bloco Fundamental de interfaces IP: corresponde ao conjunto de módulos responsáveis pela


interface da central de áudio com equipamentos/sistemas externos utilizando o VoIP.. Principais
módulos: Família MPI – MPI/C, MPI/V, MPI/E, MPI e BSS;

Figura 66: Layout de funcionamento da central M600MP.

63
SUBUNIDADE 1.4.3: APRESENTAÇÃO DA CENTRAL M800IP

A central M800IP é o que há de mais no SISCEAB em se tratando de centrais de áudio. Ela é


totalmente VoIP e acaba em definitivo com os barramentos TDM. Por sua vez, não há controladoras de
barramento, que é uma das suas principais características. Seu princípio de funcionamento é idêntico a
parte VoIP da central M600MP. Uma vez que as interfaces MPI’s tem acesso aos serviços que estão na
LAN externa a SITTI, via estabelecimento de sessão SIP, o fluxo RTP é recebido e roteado para a LAN
interna da central que, por sua vez, fará o encaminhamento dos serviços aos postos operadores que
estiverem acesso a eles. Importante frisar que para este tipo de central, faz-se necessário um gravador
exclusivamente VoIP.
Infelizmente, até o presente momento, este tipo de central é encontrado em lugares estratégicos,
como no Laboratório de Qualificação de sistemas e tecnologias empregados na rede de telecomunicações
do Controle do Espaço Aéreo (LQCEA), no Parque de Material Eletrônico do Rio de Janeiro – RJ
(PAME-RJ), porém tende a ser a revolução e o futuro das telecomunicações no âmbito dos sistemas de
gerenciamento de controle do espaço aéreo. Uma vez que houver infraestrutura de redes que comportem
o grande volume de informações e que o conhecimento seja mais difundido, a tendência é que os DG’s,
fios jumpers e chaves KHRONE sejam substituídos por mais roteadores, switches e cabos de rede.

Figura 67: Central de áudio M800IP.


64
SUBUNIDADE 1.4.4: FUNÇÕES DO TECLADO

Nesta subunidade vamos dar uma pausa no estudo dos Blocos Fundamentais para falar um pouco
de um assunto bastante importante: as funções do teclado. Muitas vezes olhamos um Posto Operador e
mal sabemos como fazer para chamar em uma frequência, ou utilizar uma linha de telefonia. Ao fazer
um teste em um TF1 pelo handset e ao perceber que “está mudo”, solicita troca do periférico sem nem
olhar a bendita função split desabilitada. Logo, esta subunidade pretende investir um pouco no
funcionamento do keyboard e suas principais aplicações, para que você domine e consiga orientar sua
equipe operacional a utilizar o equipamento da maneira correta.
O layout do teclado Touch Screen é composto de várias segmentações, conforme critério
funcional e de importância. Toda a abordagem será vista com base no modelo de teclados da central
M600MP. Suas seções são:
• Página Operacional Principal, que é o página principal mostrada, como um todo;
• Páginas Operacionais Dinâmicas, usadas para mostrar linhas ou facilidades não mostradas na
página principal;
• Páginas de Pop-Up, mostram as várias funcionalidades das páginas em formato “pop-up”; e
• Páginas de diretórios de Telefones, janelas de pop-up mostram os diretórios das linhas de
telefonia e o teclado DTMF.

Página Operacional Principal

Composta por diferentes áreas funcionais, sendo:


A. Aba Rádio;
B. Página fixa para telefonia e
interconsole;
C. Páginas dinâmicas para telefonia e
interconsole;
D. Aba de funções especiais;
E. Barra de enfileiramento;
F. Aba de funções locais; Figura 68: Layout da página operacional principal;
65
Área de acesso e seleção de rádio

• As teclas são divididas em duas partes. A metade superior


mostra o label da frequência configurada no Keyboard
Configurator;
• Pressionando o label, abrir-se-á a página dinâmica para
seleção de frequências;
• A parte inferior permite selecionar o TX e/ou RX de uma
frequência. Com o TX habilitado, é possível pressionar o
label e ter acesso as facilidades como Cross-Coupling,
Main-Stand-by e seleção de multi sítios;
• Com o RX engajado, é possível ouvir qualquer áudio
disponível para a frequência, podendo selecionar sua saída
para o alto falante ou headset;
• Habilitando o TX, automaticamente habilita-se o RX com
saída de áudio pelo alto falante.

Figura 69: Aba Rádios;

Área de seleção de comunicações – Página Fixa

• Localiza-se na parte superior da página operacional principal;


• Consiste de 15 a 20 botões fixos utilizados para telefonia e/ou interconsole;
• A alocação das linhas é realizada pelo Keyboard Configurator;
• Não é possível trocar de linha, assim como é realizado com os rádios;

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Figura 70: Página fixa de telefonia/interconsole;

Área de seleção de comunicações – Página Dinâmicas

• Alocado na parte inferior da página operacional principal;


• Páginas que podem agrupar categorias de linhas distintas, para melhorar a organização e tornar
mais objetivo ao controlador.

Figura 71: Página fixa de telefonia/interconsole.

Barra de enfileiramento

• Fornece uma indicação do uso de linhas telefônicas ou chamadas de interconsole;


• O controlador pode escolher qual chamada ele quer atender primeiro;

Figura 72: Barra de enfileiramento.

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Área de seleção de funções

Fornece acesso aos controladores para funções associadas com os vários circuitos de
comunicação para telefonia e interconsole.
Inclui:
A) Divisão de áudio (SPLIT);
B) Chamadas Hotline;
C) Chamadas em espera (HOLD);
D) Acesso Indireto (IA);
E) Transferência de chamada (TRANSFER);
F) Chamadas em conferência (CONF);
G) Encaminhamento de chamadas (DIVERT);
H) Capturas de chamadas (PICK UP);
I) Monitoramento (MONITOR);

Figura 73: Página de funções especiais.

Área de seleção de funções locais

• Fornece acesso ao menu de configuração do teclado, ao menu de informações, as gravações


instantâneas, as últimas gravações (buffer de 30min), ao botão de informações e ao bloqueio da
tela; e
• Ao final dessa área encontra-se a informação horária entregue pelo GPS através da LAN interna.

Figura 74: Área de funções especiais.

68
SUBUNIDADE 1.4.5: FERRAMENTAS DE SOFTWARE CENTRAL DE ÁUDIO

Todo o aparato físico seria inútil sem a utilização de ferramentas a nível de software que façam o
sistema funcionar. Nesta subunidade, conheceremos alguns programas fundamentais para o
funcionamento da central, pois sem eles, não seria possível gerenciar alarmes, enviar configurações para
a central, fazer a descarga das baterias, por exemplo. Existem também ferramentas acessórias,
disponibilizadas na instalação do MMS que facilitam bastante a manutenção e poucos tem a real noção
dessas facilidades.

MMS UTILITY PACK

Durante a instalação do MMS é feita a instalação do “MMS Utility Pack” que faz a instalação de
diversos programas para o correto funcionamento do Application Server. Ele se encontra no C:/ das
maquinas servers do MMS.

Figura 75: Localização da Pasta MMS Utility Pack.

Nesta pasta, encontraremos vários programas de auxílio a manutenção. Vamos nos ater aqui ao
programa ToolBox, que é, literalmente, uma caixa de ferramentas da SITTI pouco explorada (e pouco
conhecida) pelos técnicos, de uma forma geral.

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Figura 76: Localização do ToolBox.

Este programa é utilizado para:


• Atualização de firmwares de todas as interfaces e teclados da central;
• Verificação do status operacional de tudo que está ativo;
• Acesso remoto a keyboards;
• Rebootar interfaces e keyboards;
• Conexão TELNET/SSH com interfaces;
• Entre outras funcionalidades.

Figura 77: Tela principal do ToolBox

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OBS: Use com parcimônia, pois esta é uma ferramenta que, se mal utilizada, pode
comprometer gravimente o funcionamento da central. Na dúvida, não execute nenhum
procedimento!

Figura 78: Acesso remoto ao keyboard em tempo real.

Figura 79: Janela de atualização de firmware.

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WINSCP

Antes do advento do Toolbox, o acesso aos teclados e as interfaces era feito através deste
programa. Para atualização de teclados, o WINSCP era utilizado para transferir os arquivos de
atualização. Ele nada mais é do que uma interface gráfica que utiliza o protocolo FTP para transferir
arquivos entre pastas do computador local para um host remoto. Ele está localizado na pasta C:\Program
Files (x86)\WinSCP.

Figura 80: Programa WinSCP.

FILEZILLA

Este programa é fundamental para a transferência de configuração do Configurator Manager para


as interfaces da central. Ele abre uma sessão FTP para o upload dos arquivos de configuração. Ele está
localizado na pasta C:\Program Files (x86)\FileZilla Server.

Figura 81: Filezilla Server.


72
Tftpd64

Este programa é outro servidor TFTP, utilizado exclusivamente para a transferência dos arquivos
de atualização de firmware, em conjunto com o TollBox. Ele se encontra na pasta C:\Users\
Administrador\AppData\Roaming\Microsoft\Windows\Start Menu\Programs\Tftpd64.

Figura 82: Tftpd64.

Tera Term

Este programa permite o acesso remoto a hosts através de conexões TELNET, SSH e serial. Ele
se encontra na pasta C:\Program Files (x86)\teraterm.

Figura 83: Tera Term.

73
P1192 – MMPU lógica

E chegamos ao programa mais importante da lista. Ele é a interface entre o MMS e os


componentes físicos da central, além de ser o coletor de alarmes. Este programa é utilizado nas centrais
modernizadas (M600MP e M800IP). Para a central M600S, existe um módulo físico chamado ILA, que
cumpre as mesmas funções. É importante destacar que existe uma interface física chamada MMPU nas
centrais VoIP, porém ela é um servidor DHCP (como será visto na próxima disciplina) e nada tem a ver
com o programa P1192. Caso não exista uma interface MMPU física na central, ela não terá capacidade
de fornecer IP’s para os hosts solicitantes. Caso não exista uma MMPU lógica (P1192) na central, não
será possível enviar configurações, fazer login nos keyboards e coletar os alarmes.

Figura 84: MMPU lógica P1192

POWCOM

Para finalizar, este programa é utilizado nas manutenções preventivas para fazer as descargas das
baterias.

74
DISPOSIÇÕES FINAIS

Com o término desta primeira disciplina, o aluno possui condições de identificar o contexto de
aplicação de uma central de áudio SITTI em órgãos operacionais do SISCEAB, conforme abordado na
unidade 1.1, que trouxe a contextualização do cenário de emprego e do porquê da importância e do grau
de responsabilidade na manutenção do equipamento.
Adentrando na área técnica, segundo a unidade 1.2, o aluno pode relembrar os principais
conceitos da digitalização da voz e sua multiplexação por divisão de tempo e conseguiu agregar valor
visualizando este processo no interior da central de áudio, identificando assim a base do princípio de
funcionamento das centrais M600S. Após, o entendimento do uso dos recursos de origem analógica
alocados como serviços, como a telefonia e os canais de radiofrequências, bem como o emprego do
telecomando e sua correta interface à central trouxe ao instruendo know-how e expertise necessários para
complementar o conhecimento básico inicial.
Partindo para a tecnologia da informação, ainda na área técnica, conforme abordado na unidade
1.3, o discente pode relembrar as noções básicas de rede a fim de estruturar a base sólida para trabalhar
com os principais protocolos exigidos pela EUROCAE para utilização de canais de radiofrequência e
telefonia VoIP. Assim, o técnico tem em mãos toda a base técnica para integrar os serviços analógicos e
VoIP à central, estando pronto para imergir nos blocos fundamentais.
Por último, segundo o conteúdo abordado na unidade 1.4, o aluno conheceu os três modelos de
centrais de áudio SITTI presentes no SISCEAB e seus respectivos blocos fundamentais. Teve a
oportunidade de ter contato com as principais funções do teclado e foi apresentado às principais
ferramentas de software que são utilizadas para manutenção, gerência e controle.
Por conseguinte, o instruendo encontra-se em condições de seguir para a próxima disciplina e
continuar o aprofundamento dos estudos nas centrais de áudio, após realização da bateria de itens de
testes para demonstrar o que os objetivos da disciplina foram alcançados com êxito.

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REFERÊNCIAS

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Departamento de Ensino da Aeronáutica. Portaria DEPENS nº 457/


DE-1, de 17 de novembro de 2010. Elaboração de Plano de Unidades Didáticas (ICA 37-457). Boletim
do Comando da Aeronáutica, Brasília - DF, n° 221, 30 de novembro de 2010.

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Departamento de Controle do Espaço Aéreo. Portaria DECEA nº 29/
DGCEA, de 29 de janeiro de 2010. Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (NSCA 351-1).
Boletim do Comando da Aeronáutica, Brasília - DF, n° 029, de 11 de fevereiro de 2010.

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Sistema de Telefonia do COMAER (ICA 102-14)., de 18 de


fevereiro de 2019, Brasília - DF, BCA n° 039, 12 de março de 2019.

BRASIL. Comando da Aeronáutica. Requisitos básicos das redes de comunicações do COMAER (DCA
102-1)., de 10 de maio de 2011, Brasília - DF, BCA n° 098, 24 de maio de 2011.

JEZENSKY, P. J. Sistemas Telefônicos. São Paulo: Manole, 2004. Capítulos 7 e 10.

LATHI, B. P. Sistemas de Comunicação. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1987. Capítulo 1.

FERRARI, Antônio M.. Telecomunicações, Evolução e Revolução. São Paulo, SP: Erica, 1998. 2ª ed.
Capítulo 11

CARVALHO, Álvaro Gomes de. Eletrônica: Telecomunicações. São Pauli: Fundação Padre Anchieta,
2011 (Coleção Técnica Interativa. Série Eletrônica, v. 5).

TANENBAUM, A.; Wetherall, D. Computer networks. Traducao . 1. ed. Boston: Pearson, 2014.

FOROUZAN, Behrouz A.. Comunicação de Dados e Redes de Computadores. Porto Alegre, RS:
Bookman, 2005. 3ª ed. Capítulos 3, 4 e 6

EUROCAE. ED-137/1C Interoperability Standards For Voip Atm Components, Volume 1 - Radio . Saint-
Denis, França. Abril de 2017.

EUROCAE. ED-137/4C Interoperability Standards For Voip Atm Components, Volume 4 - Recording. Saint-
Denis, França. Março de 2019.
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SITTI, S.p.A. System Manual MULTIFONO M600S. S.I.T.T.I. referred to CISCEA Contract
020/CISCEA/05. [Milão, Itália], 2005.

SITTI, S.p.A. MULTIFONO M600MP/293.1620 Voice Communication Switching System.


UPGRADE CINDACTA I FOR BRASILIA CONTINGENCY. Documentation Code CE15095 –
Rev.1. Via Cadorna, Itália. 2020.

SITTI, S.p.A. DEPLOYABLE BASE CAMP VCS FOR 1º GCC – GALEÃO CISCEA – BRAZIL
M802IP/3.1507. Documentation Code CE14-113. Via Cadorna, Itália. 2016.

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