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DE TRÁFEGO AÉREO
AVANÇADO
UNIDADE II
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por escrito, do Grupo Ser Educacional.
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Regulamentos de Tráfego Aéreo Avançado: Unidade 2 - Recife: Grupo Ser Educacional, 2018.
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Sumário
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REGULAMENTOS DE TRÁFEGO AÉREO AVANÇADO
UNIDADE 2
Querido(a), estudante!
Os temas já abordados no guia anterior e os assuntos que serão estudados nessa unidade
são essenciais para o desempenho da função como aeronauta, já que os regulamentos
para o tráfego aéreo viabilizam a execução dos voos com ordem e segurança. Ressalto
a importância de manter a rotina de estudos e sugiro que você revise o conteúdo das
disciplinas anteriores para facilitar sua compreensão no guia atual.
Iniciaremos essa unidade destacando alguns serviços que são realizados pelo controle
de tráfego aéreo brasileiro, como por exemplo serviços de informação e vigilância.
Você também conhecerá as atividades exercidas pela torre de controle, sua jurisdição
e influência no controle e segurança de voo. Por fim, irá aprender sobre radar, tipos e
uso no tráfego aéreo.
DEFINIÇÕES
Para te ajudar na compreensão dos tópicos que seguirão, seguem algumas definições utilizadas para voos
por instrumentos. Sempre que precisar, utilize essa lista para relembrar o significado de cada termo.
TERMOS E DEFINIÇÕES
Aeronotificação: reportes de posição operacional e de condições meteorológicas que a aeronave
disponibiliza em rota.
Contato radar: símbolo radar de determinada aeronave identificado na tela radar.
Controle radar: situação na qual o controle de tráfego utiliza dados procedentes do radar.
Controlador final: controlador radar que orienta o procedimento de aproximação final com dados de
radar de precisão ou vigilância.
Controlador radar: controlador de tráfego aéreo que utiliza informações procedentes de radar.
Curva após decolagem: manobra que as aeronaves executam após a decolagem, baseando-se na
linha de eixo da pista e rota de saída planejada.
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Espaço aéreo de assessoramento: espaço aéreo de dimensões definidas com assessoramento de
tráfego aéreo.
Espaço aéreo com serviços de tráfego aéreo: espaço aéreo de dimensões definidas com serviços
e regras de tráfego aéreo.
Indicação de posição: indicação visual de aeronaves, veículos ou equipamentos de um aeródromo.
Informação de tráfego: sinalização de um controlador para determinada aeronave, alertando sobre
tráfegos próximos.
Instrução de controle de tráfego: normas estipuladas pelo controle de tráfego aéreo para orientar
a tripulação técnica.
Monitoração da trajetória de voo: sistema de vigilância ATS que disponibiliza orientações e
informações sobre autorizações e trajetórias de voos.
Órgão aceitante: órgão do controle de tráfego aéreo que está prestes a assumir o controle de
determinada aeronave.
Órgão transferidor: órgão que está prestes a transferir o controle de tráfego de uma aeronave para
outro órgão vigente.
Ponto de curva: momento onde a aeronave deverá iniciar a manobra de curva interceptando o rumo
de saída.
Ponto de troca: momento em que uma aeronave troca a sintonia do auxílio-rádio em seu equipamento
de navegação primário.
Radar de aproximação de precisão: radar do tipo primário que indica a posição de uma aeronave
durante a aproximação final, em azimute e elevação à trajetória de aproximação, e em distância ao
ponto de toque.
Radar de vigilância: radar que indica a posição de determinada aeronave em distância e azimute.
Radar primário: radar que utiliza sinais de rádio refletidos.
Radar secundário: caracterizado por um sinal de rádio, oriundo de uma estação, que transmite o sinal
para outra estação.
Resposta SSR: indicação visual na tela de vigilância oriunda de um transponder.
Rota de assessoramento: rota que possui serviço de assessoramento de tráfego aéreo.
Separação não radar: informação de posição que não foi oriunda de um radar.
Separação radar: informação de posição oriunda de um radar.
Serviço de assessoramento de tráfego aéreo: serviço que assegura a separação de aeronaves em
voos IFR.
Serviço de tráfego aéreo: serviço de controle de tráfego, de informação de voo, de assessoramento,
dentre outros.
Serviço radar: serviço disponibilizado por meio do uso de radar.
Serviço de vigilância ATS: serviço disponibilizado por meio de um sistema de vigilância ATS.
Sistema de vigilância ATS: sistema de terra que disponibiliza a identificação de determinada
aeronave, por exemplos: ADS-B, PSR ou SSR.
Transferência radar: momento que o controle de tráfego por radar é transferido de um controlador
para outro.
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SERVIÇO DE CONTROLE DE AERÓDROMO (TWR)
Prezado(a) aluno(a), você recorda quais são os espaços aéreos controlados e os órgãos responsáveis?
Observe um breve resumo ilustrado na imagem:
Fonte: LINK.
Bem, iniciaremos com o conteúdo específico, detalhando as atividades exercidas pela torre de controle
em um aeródromo, com ênfase nos voos por instrumentos.
Em operações IFR, a torre de controle (TWR) sinaliza para os demais órgãos (APP e ACC), informações de
aeronaves que:
• Deixaram de estabelecer comunicação via rádio após terem sido transferidas;
• Após o primeiro contato, deixaram de estabelecer comunicação via rádio;
• Não pousaram, passando de cinco minutos do horário previsto.
Agora, você irá conhecer diversas atribuições da TWR em diferentes características e fases do voo,
considerando as regras por instrumentos. É importante que você leia com calma, estudando e memorizando
as atribuições e regras.
A tripulação técnica deverá contactar o órgão de controle vigente para acionar a aeronave: Autorização
de tráfego, Controle de Solo ou Torre de Controle. Após a autorização, o acionamento deverá ocorrer
em no máximo cinco minutos. Assim como no acionamento, o táxi iniciará em até cinco minutos após
autorização.
OPERAÇÕES DE DECOLAGENS
A tripulação técnica necessita de diversas orientações para iniciar a fase de taxiamento da aeronave.
Caberá a TWR repassar essas orientações e também confirmar dados da aeronave e decolagem. Em
grandes aeródromos, essa ação será realizada na fonia através do controle de solo (GND). O GND é uma
das posições da TWR. Em determinados aeródromos, o piloto também utiliza o ATIS (serviço automático
de informação terminal) para adiantar o conhecimento das informações gerais do aeródromo. Seguem as
principais orientações/confirmações:
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§ Hora;
§ Pista em uso;
§ Direção e intensidade do vento;
§ Ajuste do altímetro (QNH);
§ Temperatura local;
§ Visibilidade da pista em uso;
§ Identificação da aeronave;
§ Aeródromo de destino;
§ Procedimento de saída e manobras relacionadas;
§ Frequências a serem utilizadas;
§ Nível de voo a ser seguido;
§ Código transponder.
Prezado (a) estudante, a torre de controle (TWR) é órgão responsável por avaliar as condições
meteorológicas de determinado aeródromo, no que diz respeito às áreas(setores) de aproximação e de
decolagem. Caberá a TWR informar ao controle de aproximação (APP) as informações meteorológicas
observadas, no intuito de definir e organizar o tráfego aéreo local. De acordo com o que vimos na unidade
anterior, os procedimentos padrões de decolagem serão disponibilizados nas cartas do tipo SID (carta de
saída por instrumentos). Já os procedimentos de aproximação por IFR serão disponibilizados nas cartas
do tipo IAL (cartas de aproximação por instrumentos).
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APROXIMAÇÃO IFR
Caberá ao Serviço de Tráfego Aéreo sinalizar que determinado aeródromo está operando com mínimos
meteorológicos (condições inferiores às estabelecidas na IAC). Nessa condição, o comandante da
aeronave deverá optar ou não pelo pouso, reportando sua decisão ao controle.
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Guarde essa ideia!
Meu caro(a), quando o piloto em comando opta por proceder em operações com mínimo meteorológicos,
ele executa as manobras relacionadas considerando as altitudes da MDA (altitude mínima de descida)
ou DA (altitude de decisão). O pouso só poderá ser realizado se a tripulação técnica estabelecer contato
visual com a pista ou com as ALS (luzes de aproximação). Do contrário, inicia-se o procedimento de
aproximação perdida (arremetida). Já quando as condições climáticas forem abaixo dos mínimos para
procedimentos de decolagem, as operações serão suspensas pelo órgão de controle vigente. Nessas
condições, a TWR notifica ao APP e ACC as orientações necessárias e sinaliza à sala AIS para divulgação
geral. Apenas as decolagens de aeronaves em operação militar não serão suspensas.
Fonte: LINK.
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Observe as luzes de aproximação (ALS) de determinado aeródromo:
Fonte: LINK.
Vale ressaltar que para operações IFR, a tripulação técnica deverá ter ciência e seguir as orientações e
normas previstas pelas RBAC 121,129 e 135. RBAC significa Regulamentos Brasileiros de Aviação Civil,
os tipos citados especificam os procedimentos padrões para operações realizadas abaixo dos mínimos
meteorológicos.
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Praticando
Veja o vídeo!
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SERVIÇO DE INFORMAÇÃO AERONÁUTICA
Dando continuidade ao nosso guia, o tópico que se inicia tratará do serviço que disponibiliza todas
as informações necessárias para a execução e desenvolvimento do voo, como por exemplos: normas,
procedimentos padrões, condições meteorológicas, cartas aeronáuticas, dados e características
dos aeródromos ou manuais de prevenção. Pensando em reunir todas as essas informações a serem
disponibilizadas aos aeronavegantes, foi criada a Sala de Informação Aeronáutica de Aeródromo,
conhecida como sala AIS.
Localizadas nos principais aeroportos, as salas AIS disponibilizam toda a estrutura necessária para o
conhecimento e planejamento de um voo. Com agentes especialistas que auxiliam os pilotos, é possível
encontrar informações sobre publicação aeronáuticas, regulamentos, informações de rota e destino,
orientações sobre o controle de tráfego aéreo, frequências disponíveis, informações atualizadas sobre as
condições meteorológicas, horários, características dos espaços aéreos vigentes, notificações especiais,
fichas para plano de voo e orientações para preenchimento, auxílios à navegação aérea, informações
sobre tarifas, cartas e manuais aeronáuticos, dentre outros.
As salas AIS são sinalizadas por um painel com a letra C. Observe as imagens representativas:
Fonte: LINK.
Fonte: LINK.
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Fonte: LINK.
O serviço de vigilância inicia após a identificação de uma aeronave na tela radar de determinado órgão
de controle. Como já vimos no guia anterior, essa identificação será possível com o uso do radar primário,
radar secundário com a ativação do código transponder e/ou recepção de dados ADS-B/ADS-C. A partir
desses equipamentos o controlador de tráfego aéreo passa a atuar com alertas e avisos preventivos, no
intuito de contribuir para a segurança do voo. Esse serviço será limitado à área de alcance previamente
estabelecida pelo DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo) e divulgadas nas Publicações de
Informações Aeronáuticas.
A vigilância por radar secundário só será possível com a ativação do transponder. No Brasil, é obrigatório
que as aeronaves estejam equipadas com transponder modos A/C ou S, exceto em:
§ Aeronaves com limitações técnicas que impedem a instalação do transponder, utilizando então as
rotas especiais de aeronaves sem transponder;
§ Ultraleves, planadores, balões, dirigíveis, aeronaves experimentais ou de treinamento utilizando
espaços aéreos específicos.
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a opção IDENT.
§ Quando acionado no modo A: código 2000 (antes de instruções do órgão); código 7500 (interferência
ilícita); código 7600 (falha de comunicação); código 7700 (emergência).
§ Quando acionado em modo C, permanecer durante todo o voo até nova orientação do controle.
§ Quando acionado em modo S, a aeronave deverá sinalizar sua identificação de acordo com o plano de
voo ou com a matrícula.
§ Em voos de formação, apenas o líder estará com o transponder acionado. As demais aeronaves
permanecerão com o equipamento em STANDBY, salvo em momentos de dispersão.
§ Caberá ao piloto a iniciativa de desligar o equipamento imediatamente após o pouso.
Em suma, o sistema de vigilância ATS além de contribuir para a segurança de voo, otimiza o fluxo do
tráfego aéreo, reduz o tempo dos procedimentos a serem realizados, evita possíveis conflitos e auxilia os
pilotos na navegação aérea.
Fonte: LINK.
Fonte: LINK.
Veja o vídeo!
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EMPREGO DO RADAR NOS SERVIÇOS DE TRÁFEGO AÉREO
Você observou no tópico anterior os tipos de radares e equipamentos necessários para o serviço de
controle de tráfego prestado pelo controlador. Nesse tópico, enfatizaremos os tipos de serviços prestados
que poderão ocorrer por vigilância radar ou por vetoração radar.
VIGILÂNCIA RADAR
Condição na qual o controlador identifica uma aeronave, sinaliza na fonia “contato radar estabelecido” e
inicia um serviço de controle. Durante a vigilância o controlador aplicará as separações previstas, auxiliará
no trajeto da rota e autorizará procedimentos relacionados. Porém, a responsabilidade da navegação será
da tripulação técnica, especificamente do piloto em comando.
VETORAÇÃO RADAR
Meu caro (a) aluno (a), quando por determinada característica o controlador se torna o responsável pela
navegação da aeronave, inicia-se a condição vetoração radar. O controlador sinaliza pela fonia o termo
“início da vetoração” já repassando as orientações devidas. No momento que o serviço de vetoração
encerrar, o controlador sinalizará na fonia o termo “reassuma navegação”.
Além de contribuir para a segurança de voo, o serviço de vetoração orienta os pilotos na execução de
procedimentos específicos, auxilia nas separações, otimiza os procedimentos, desvia aeronaves de
condições meteorológicas adversas e corrige desvios de rota consideráveis. Geralmente a vetoração
parte da orientação do controlador, porém o piloto poderá solicitar o serviço ao julgar necessidade de
orientação especial.
§ Separação: a separação baseada no radar terminal será de 5NM. Na condição de uma decolagem e
uma aproximação final, a separação mínima será de 3NM. Já baseada em radar de rota, a separação
será entre 5 e 10NM, sendo necessário considerar as características técnicas do radar, as qualificações
dos controladores atuantes, os rumos e as velocidades das aeronaves envolvidas.
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§ Posição: caberá ao controlador informar ao controlador a posição em que a aeronave se encontra,
sendo a tripulação técnica dispensadas de reportar sob pontos de notificação, fixos de espera ou
entrada de procedimentos de saída.
Fique atento!
A de vigilância será baseada na proa e altitude emitidas pelo controlador radar e pelo
radar de vigilância. Nessa condição o controlador de voo reporta:
ü Distância a altitude para a pista;
ü Ponto de início de descida;
ü Proa.
Fonte: LINK.
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INFORMAÇÕES FORNECIDAS PELO RADAR
Em geral, são elas: tráfego essencial; condições meteorológicas; esteiras de turbulência e presença de
aves. Para aeronaves em vigilância ou vetoração: posição da aeronave, distância, direção e altitude. Para
aquelas que estão sob vetoração acrescenta-se distância e direção de outras aeronaves.
Leitura complementar
Para que você aprofunde o conhecimento, sugiro a leitura completa do item 10 ICA 100-
37. O item trata de todas as características do serviço de vigilância ATS com o uso do
radar. Para acessar clique no link: LINK.
Palavras Finais
Prezado(a), aluno(a)!
Lembre-se que o tutor da disciplina está disponível para te auxiliar nesse processo e
esclarecer qualquer dúvida que surgir. Você o encontrará no Fórum Dúvidas de Conteúdo.
Vale ressaltar, que as web conferências também serão uma ótima oportunidade para
interagir, praticar e tirar dúvidas com o professor executor da disciplina. Observe as datas
e horários que serão disponibilizados pelo seu tutor, no mural de avisos da disciplina.
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Referências Bibliográficas
BILCK, E. Cartas de voo e aproximações com os diversos detalhes. Disponível em: http://www.voovirtual.
com/t11119-cartas-de-voo-e-aproximacoes-com-os-diversos-detalhes. Acesso em setembro de 2018.
ICAO. Annexes 1 to 18. The Convention on International Civil Aviation. Disponível em: https://www.icao.
int/Documents/annexes_booklet.pdf. Acesso em setembro de 2018.
Instituto para ser piloto. Piloto no Controle: Vigilância e Vetoração. Disponível em: https://paraserpiloto.
org/blog/2017/11/16/piloto-no-controle-8-vigilancia-e-vetoracao/. Acesso em setembro de 2018.