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Douglas Avedikian Air Traffic

CAPÍTULO VII
CHAPTER VII

SERVIÇOS E ÓRGÃOS NO SISTEMA DE CONTROLE DO


ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO

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1. NORMAS E MÉTODOS

O Comando da Aeronáutica para fins dos serviços de


tráfego aéreo adota as Normas e Métodos recomendados pela OACI,
ressalvadas as restrições ou modificações apresentadas pelo
Brasil sob forma de diferenças. Estas diferenças relativas às
normas e métodos podem ser encontradas na subseção ENR da AIP
BRASIL.

2. SISCEAB (SISTEMA DE CONTROLE DO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO)

Este sistema tem como órgão central e coordenador o


DECEA, que visa implantar em todo o espaço aéreo brasileiro o
controle através da cobertura radar. O SISCEAB está dividido em
regiões de controle do espaço aéreo (RCEA), cada RCEA ter um
CINDACTA como órgão centralizador.

2.1. CINDACTA (CENTRO INTEGRADO DE DEFESA AÉREA E CONTROLE


DE TRÁFEGO AÉREO)

Atualmente existem:

• CINDACTA I (BRASÍLIA)
• CINDACTA II (CURITIBA)
• CINDACTA III(RECIFE)
• CINDACTA IV (AMAZONAS)

O sistema básico do CINDACTA divide-se:

• detecção radar
• tratamento de dados
• telecomunicações
• processamento de dados
• visualização radar

3. SERVIÇOS NO SISTEMA DE TRÁFEGO AÉREO

3.1. ATS - Serviço de tráfego aéreo (AIR TRAFFIC SERVICE)


3.2. COM - Serviço de telecomunicações aeronáuticas
(COMMUNICATION)

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3.3. MET - Serviço de meteorologia (METEOROLOGY)


3.4. AIS - Serviço de informação aeronáutica
(AERONAUTICAL INFORMATION SERVICE)
3.5. SAR - Serviço de busca e salvamento (SEARCH AND
RESCUE)

3.1. ATS - O serviço de tráfego aéreo divide-se:

3.1.1. ATC - Serviço de controle de tráfego aéreo (AIR


TRAFFIC CONTROL)
3.1.2. FIS - Serviço de informação de voo (FLIGHT
INFORMATION SERVICE)
3.1.3. AS - Serviço de alerta (ALERTING SERVICE)

NOTA: Onde existir o serviço de controle existE o serviço de


informação e alerta.

CONTROLE -> INFORMAÇÃO -> ALERTA

3.1.1. ATC - O serviço de controle de tráfego aéreo


compreende as seguintes partes:

A. Serviço de controle de área - prestado por um ACC


(CENTRO DE CONTROLE DE ÁREA) que tem jurisdição na CTA e UTA.

B. Serviço de controle de aproximação - prestado por um


APP (CONTROLE DE APROXIMAÇÃO) que tem jurisdição na TMA e CTR.

NOTA: Caso seja delegado competência ao APP ele poder executar o


serviço de controle de área em espaço aéreo determinado.

C. Serviço de controle de aeródromo - prestado pela TWR


(torre de controle) que tem jurisdição na ATZ.

NOTA: Caso seja delegado competência a TWR ela executará o


serviço de controle de aproximação na CTR/TMA.

O serviço de controle é caracterizado pela emissão de


autorizações oriundas dos órgãos de controle, tais autorizações
devem prover separação entre:

• todos os voos nos espaços aéreos Classe A


e B;
• os voos IFR nos espaços aéreos Classes
C, D e E;
• os voos IFR e VFR no espaço aéreo Classe C;

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• os voos IFR e VFR especiais; e


• os voos VFR especiais.

Uma aeronave controlada deve estar sob o controle de


somente um órgão de controle de tráfego aéreo.

ILIMITADO

UTA – AWY SUPERIOR


SERVIÇO: ATC 24.500 FT
ÓRGÃO: ACC EXCLUSIVE

24500 FT
FIR CTA – AWY INFERIOR INCLUSIVE
TMA – SERVIÇO: ATC SERVIÇO: ATC
ÓRGÃO: APP ÓRGÃO: ACC

FIR CTR FIR – SERVIÇO: FIS


ÓRGÃO ACC SOLO / ÁGUA

CTR / ATZ SERVIÇO: ATC

3.1.2. FIS - o serviço de informação de voo ser


proporcionado a todas as aeronaves que evoluírem no espaço aéreo
brasileiro, desde que os órgãos ATS tenham conhecimento. O FIS
não exime o piloto de suas responsabilidades e somente a ele
compete tomar qualquer decisão relativa às alterações no plano de
voo. Tal serviço ter como atribuição fornecer às aeronaves as
seguintes informações:

• Sigmet
• relativas a alterações em: . AD
. NAVAIDS
. SVÇ
• condições meteorológicas
• perigo de abalroamento nos espaços aéreos classes C D E
F e G.

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O FIS ser prestado pelos ACC, APP, TWR e rádio. As áreas


de atuação serão a FIR, as aerovias abaixo do FL 145 para os voos
VFR.
O FIS ser prestado as aeronaves em voo VFR e IFR sob
três formas:

A. ATIS
B. AFIS
C. ADRS

A. ATIS (AUTOMATIC TERMINAL INFORMATION SERVICE) SERVIÇO


AUTOMÁTICO DE INFORMAÇÃO DE TERMINAL é a radio difusão contínua
de informações gravadas referidas a um ou mais aeródromos em
áreas de controle terminal selecionadas. Este serviço tem como
objetivo aumentar a eficiência do controle e diminuir o
congestionamento das freqüências de comunicações, pois o ATIS ser
transmitido em freqüência específica. Divide-se em:

• ATIS para aeronaves chegando e para aeronaves saindo;


• ATIS para aeronaves chegando;
• ATIS para aeronaves saindo

A.1. Características do ATIS

• Fará referência a somente um aeródromo da terminal;


• Cada mensagem terá uma letra do alfabeto inerente a ela;
• São elaborados por órgãos ATS

A.2. Detalhamento do ATIS

ATIS para aeronaves chegando e saindo, conter:

• AD, hora da observação, designador;


• Vento (DDDVV);
• Visibilidade, RVR se disponível;
• Condições meteorológicas presentes;
• Teto;
• QNH;
• Temperatura;
• Outras informações MET significativas;
• IAL (designador) se for o caso;
• RWY;
• RWY para DEP, se diferente da de pouso;
• Informações adicionais de interesse à navegação;
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• Uma instrução no sentido de que, ao estabelecer contato


inicial com o órgão pertinente, o piloto acuse o
recebimento do ATIS incluindo o designador.

Exemplo:

(P) Internacional do Rio de Janeiro - 1200Z informação


delta vento uno cinco zero graus oito Kt, visibilidade oito zero
zero metros, RVR uno mil metros, pancada de chuva, quatro
oitavos cumulonimbus uno mil pés, ajuste do altímetro uno zero
uno nove, temperatura dois uno, grandes cúmulos setor sudoeste,
espere procedimento VOR, pouso pista uno cinco, decolagem pista
zero nove, informe que recebeu informação delta.

(I) Rio de Janeiro international airport - 1200Z


information delta wind one five zero degrees eight KT, visibility
eight zero zero meters, RVR one thousand, rain shower, four octas
cumulonimbus at one thousant feet, altimeter setting one zero one
nine, temperature two one, tower cumulos (TCU) southwest bound,
expect VOR procedure, landing runway one five, departure runway
zero nine, advise that you have received information delta.

ATIS para aeronaves chegando, conter:

• AD, hora da observação, designador;


• Vento (DDDVV);
• Visibilidade, RVR se disponível;
• Condições meteorológicas presentes;
• Teto;
• QNH;
• Temperatura;
• Outras informações MET significativas;
• IAL (designador);
• RWY;
• Informações adicionais de interesse navegação;
• Informar ao órgão pertinente o recebimento do ATIS,
incluindo o designador.

Exemplo:

(P) Internacional de Guarulhos - 1700Z informação de


chegada kilo - vento uno zero zero graus uno cinco Kt,
visibilidade três mil metros, névoa úmida, quatro oitavos dois
mil pés, ajuste uno zero uno três, temperatura uno cinco, espere

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procedimento CHARLIE UNO ILS pista zero nove, informe que recebeu
a informação de chegada Kilo.

(I) Guarulhos international airport - 1700Z information


kilo wind one zero zero degrees one five Kt, visibility three
thousand meters, dry haze, four octas two thousand feet,
altimeter setting one zero one three temperature one five, expect
CHARLIE ONE ILS procedure runway zero nine, advise that you have
received information Kilo.

ATIS para aeronaves saindo, conter:

• AD, hora da observação, designador;


• Vento (DDDVV);
• Visibilidade ou RVR;
• QNH;
• Temperatura;
• Outras informações MET significativas;
• RWY;
• Informações adicionais de interesse à navegação;
• Informar ao órgão pertinente o recebimento do ATIS,
incluindo o designador.

Exemplo:

(P) Internacional de Congonhas - 0900Z informação de


saída golf - vento três dois zero graus sete Kt, visibilidade
dois mil metros, ajuste do altímetro uno zero uno dois,
temperatura uno nove, fumaça setor noroeste, decolagem pista três
cinco esquerda, informe que recebeu informação de saída golf.

(I) Congonhas international airport - 0900Z information


golf - wind three two zero degrees seven Kt, visibility two
thousand meters, altimeter setting one zero one two, temperature
one nine, fog northwest bound, departure runway three five left,
advise that you have received information golf.

A.3. Particularidades do ATIS

A.3.1. VENTO

a. direção em graus magnéticos;


b. velocidade em Kt;
c. dar-se-á a variação direcional quando a variação total
for de 60 graus ou mais com velocidade superior a 5 Kt, e se
indicarão as direções extremas entre as quais o vento varia.

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A.3.2. VISIBILIDADE

a. quando menor ou igual a 5000 metros será fornecida em


metros com intervalos de 100 metros;
b. quando maior que 5000 metros mas inferior que 10 Km
será fornecida em quilômetros.
c. quando maior ou igual a 10 Km somente será fornecida:
Visibilidade maior do que 10 Km.

A.3.3. TETO

Podemos substituir teto por quantidade, tipo e altura da


base das nuvens para um melhor entendimento.

a. quantidade será proporcionada em oitavos;


b. tipo de nuvem será fornecido o tipo somente se for
cumulonimbus;
c. altura da base será proporcionada em pés.

B. AFIS (AIRDROME FLIGHT INFORMATION SERVICE) SERVIÇO DE


INFORMAÇÃO DE VOO DE AERÓDROMO é o serviço prestado a todas as
aeronaves que evoluam nas proximidades de um aeródromo onde não
exista órgão ATC (que presta controle) e que são homologados ou
autorizados para operações IFR. O AFIS ser prestado por uma
estação de telecomunicações aeronáuticas localizada no aeródromo
e identificada como “rádio”, ser proporcionado a todo tráfego em
operação na área de movimento e a todas as aeronaves em voo no
espaço aéreo inferior num raio de 27 NM (50 Km) do aeródromo.

NOTA 1: A área em que se presta o AFIS‚ denominada AFIZ (AIRDROME


FLIGHT INFORMATION ZONE)é zona de informação de voo de aeródromo.

NOTA 2: Em AD que sediam um APP e não possuírem TWR, o AFIS


será prestado pelo APP.

C. ADRS (ADVISORY SERVICE) SERVIÇO DE ASSESSORAMENTO é o


serviço prestado a todos os voos IFR que evoluam em rotas de
assessoramento. O assessoramento ‚ um serviço mais completo que o
serviço de informação, pois além do controlador emitir uma
informação a respeito do tráfego essencial, por exemplo, ele
também emite soluções de car ter sugestivo para determinada
situação, cabendo ao piloto acatá-las ou não.

NOTA: Em todo o espaço aéreo brasileiro serão prestados, sem


distinção, os serviços de controle, de informação, de

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assessoramento e de alerta a todas as aeronaves desde que os


órgãos ATS tenham conhecimento dos seus voos.

3.1.3. AS o serviço de alerta será prestado a:

• todas aeronaves as quais se proporciona o serviço de


controle de tráfego aéreo;

• a todas demais aeronaves que tenham apresentado um plano


de voo ou que, por qualquer meio, tenham dado conhecimento do
seu voo aos órgãos ATS;

• a todas as aeronaves que se saiba ou se suspeite que


estão sendo objeto de interferência ilícita.

O serviço de alerta assegura a efetivação do acionamento


dos recursos de busca e salvamento.

Todos os órgãos ATS ou o explorador da aeronave


prestarão o serviço de alerta em todo o espaço aéreo.

3.2. COM - O serviço de telecomunicações aeronáutica‚


composto pelos serviços:

• serviço móvel aeronáutico - realizado entre aeronaves e


órgãos em terra, ou entre aeronaves;
• serviço fixo aeronáutico - realizado entre órgãos em
terra para coordenação de tráfego;
• serviço de radionavegação - compreende os auxílios à
navegação;
• serviço de radiodifusão ATIS e VOLMET

NOTA: VOLMET ‚ uma estação meteorológica na qual se transmite,


via freqüência específica, as mensagens meteorológicas
necessárias à eficiência e segurança dos voos. O piloto‚ quem
solicita as informações meteorológicas.

3.3. MET - Divide-se em:

• CPA (centro de previsão de área) emite prognósticos das


FIR’s;
• CMA (centro meteorológico de aeródromo) elabora os
METAR’s, TAF e outras informações inerentes ao aeródromo aonde
estiver localizado;

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CMV (centro meteorológico de vigilância) além de efetuar uma


vigilância meteorológica na FIR na forma de sigmet, este órgão é
o responsável pelo VOLMET.

3.4. AIS - A finalidade deste serviço é reunir e divulgar


informações necessárias à segurança e eficiência dos voos em todo
espaço aéreo. Será detalhado em capítulo específico.

3.5. SAR - Este serviço será prestado por todos os órgãos


que prestam o AS.

As operações de busca e salvamento têm por finalidade


localizar, socorrer e retornar à segurança ocupante de aeronaves
ou de embarcações em situação de perigo.

3.5.1. Missões SAR - algumas das principais missões SAR:

A. missão de busca
B. missão de salvamento
C. missão de interceptação e escolta
D. missão de apoio
E. missão de misericórdia

A. missão de busca (MBU) - é a missão que tem por


finalidade localizar aeronaves ou embarcações desaparecidas.

B. missão de salvamento (MSA) – é a missão que tem por


finalidade retornar à segurança ocupantes de aeronaves abatidas
ou acidentadas, bem como de embarcações em emergência ou perigo.

C. missão de interceptação e escolta (MIE) – é a missão


que tem por finalidade interceptar e escoltar aeronaves em
emergência até um aeródromo e assisti-la em caso de pouso
forçado.

D. missão de apoio (MIA) – é a missão que tem por


finalidade proporcionar todo o apoio cabível a aeronave, unidades
aéreas, embarcações ou equipes terrestres.

E. missão de misericórdia (MMI) – é a missão que têm por


finalidade auxiliar no transporte de enfermos e feridos civis e
militares e daquelas vítimas de acidentes não necessariamente
aeronáuticos.

3.5.2. Órgão SAR - o principal órgão de coordenação SAR é o RCC


(RESCUE COORDENATION CENTER - CENTRO DE COORDENAÇÃO DE

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SALVAMENTO) que tem jurisdição em cada SRR (SEARCH AND RESCUE


REGION - REGIÃO DE BUSCA E SALVAMENTO).

RELAÇÃO ENTRE ÁREA / ÓRGÃO / SERVIÇO

ÁREA ÓRGÃO / FACILITY SERVIÇO / SERVICE

TWR – Torre de Controle Controle de Tráfego


ATZ / Air Control Tower Aéreo / ATC – Air Traffic
Control
APP – Controle de Controle de Tráfego
CTR Aproximação / Approach Aéreo / ATC – Air Traffic
Control Control
APP – Controle de Controle de Tráfego
TMA Aproximação / Approach Aéreo / ATC – Air Traffic
Control Control
ACC – Centro de Controle de Tráfego
CTA – AEROVIAS Controle de Área / Area Aéreo / ATC – Air Traffic
INFERIORES Control Center Control
ACC – Centro de Controle de Tráfego
UTA – AEROVIAS Controle de Área / Area Aéreo / ATC – Air Traffic
SUPERIORES Control Center Control
ACC – Centro de Serviço de Informação de
FIR – REGIÃO DE Controle de Área / Area Voo / FIS – Flight
INFORMAÇÃO DE VOO Control Center Information Region
ADR – ROTA DE ACC – Centro de Serviço de
ASSESSORAMENTO Controle de Área / Area Assessoramento / ADRS
Control Center – Advisory Route
AFIZ – ZONA DE RÁDIO – Estação de Serviço de Informação de
INFORMAÇÃO DE VOO Telecomunicações Voo de aeródromo / AFIS
DE AERÓDROMO Aeronáuticas – Airport Flight
Information Zone

NOTA: Todos os órgãos que prestam o serviço de controle também


prestarão o serviço de informação e alerta.

CONTROLE -> INFORMAÇÃO -> ALERTA

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RESUMO DOS SERVIÇOS

COM

MET

AIS

SAR

ATS -> ATC -> Controle de AD


-> Controle de aproximação
-> Controle de área

-> FIS -> ATIS


-> AFIS
-> ADRS
-> FIS

-> AS

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ABREVIATURAS INERENTES AO CAPÍTULO

ACC - Centro de controle de área (origem no inglês AREA CONTROL


CENTER)
ADR - Rota de assessoramento (origem no inglês ADVISORY ROUTE)
ADRS - Serviço de assessoramento (origem no inglês ADVISORY
SERVICE)
AFIS - Serviço de informação de voo de aeródromo (origem no
inglês AIRDROME FLIGHT INFORMATION SERVICE)
AFIZ - Zona de informação de voo de aeródromo (origem no inglês
AIRDROME FLIGHT INFORMATION ZONE)
AIS - Serviço de informação aeronáutica (origem no inglês
AERONAUTICAL INFORMATION SERVICE)
APP - Controle de aproximação/Centro de controle de aproximação
(origem no inglês APPROACH CONTROL)
ATC - Controle de tráfego aéreo (origem no inglês AIR TRAFFIC
CONTROL)
ATIS - Serviço automático de informação de terminal (origem no
inglês AUTOMATIC TERMINAL INFORMATION SERVICE)
ATS - Serviço de tráfego aéreo (origem no inglês AIR TRAFFIC
SERVICE)
AS - Serviço de alerta (origem no inglês ALERTING SER VICE)
COM - Serviço de comunicação (origem no inglês COMMUNICATION)
FIS - Serviço de informação de voo (origem no inglês FLIGHT
INFORMATION SERVICE)
MET - Serviço de meteorologia (origem no inglês METEOROLOGY)
TWR - Torre de controle (origem no inglês CONTROL TOWER)
SAR - Serviço de busca e salvamento (origem no inglês SEARCH AND
RESCUE)

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CAPÍTULO VIII
CHAPTER VIII

REGRAS DE VOO VISUAL

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1. CONCEITO

As regras foram criadas para permitir ao piloto manter-se


separado de formações meteorológicas, obstáculos, outras
aeronaves, regiões habitadas, utilizando a visão e mantendo
sempre a segurança que é primordial no sistema da aviação. Também
foram criados requisitos básicos para que se possa manter-se em
condições visuais:

a. voar abaixo do nível de voo 150 (FL 150)


b. voar com velocidade inferior a:
b.1. 380 Kt no espaço classe B
b.2. 380 Kt se voando acima do FL 100 nos espaços
classes C D E F G
b.3. 250 Kt se voando abaixo do FL 100 nos espaços
classes C D E F G
c. manter-se em condições meteorológicas de voo visual
(VMC)

NOTA: VMC (VISUAL METEOROLOGICAL CONDITIONS)

• visibilidade em voo maior ou igual a 5 Km;


• distância das nuvens: l500 m horizontalmente e 1000 pés
verticalmente;
• manter referência com o solo ou água, de modo que as
formações meteorológicas abaixo do nível de voo não obstruam mais
da metade da área de visão do piloto.

2. CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS NOS AD ENVOLVIDOS

Devem ser:
• visibilidade maior ou igual a 5 Km
• teto maior ou igual a 1500 pés

NOTA: TETO - altura acima do solo ou água, da base da mais baixa


camada de nuvens abaixo de 20.000 pés (6000 m) que cobre mais da
metade do céu.

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3. ALTURAS MÍNIMAS PARA O VOO VFR

Exceto em operação de ARR e DEP, o voo VFR não ser


efetuado:
a. sobre cidades, povoados, lugares habitados ou sobre
grupo de pessoas ao ar livre, em altura inferior a 1000 pés acima
do mais alto obstáculo existente em torno da aeronave num raio
de 600 m.
b. em lugares não citados anteriormente, em altura não
inferior a 500 pés acima do solo ou água.

4. VOO VFR DIURNO

É o voo VFR que se realiza entre o nascer e o pôr do


sol.

4.1. CONDIÇÕES PARA REALIZAÇÃO DO VFR DRNO

a. os aeródromos envolvidos (partida, destino e


alternativa) deverão estar registrados ou homologados para
operação VFR.
b. as condições meteorológicas predominantes nos
aeródromos envolvidos deverão ser iguais ou superiores aos
mínimos para operação VFR.

5. VOO VFR NOTURNO

É o voo VFR que se realiza entre o pôr e o nascer do sol.

5.1. CONDIÇÕES PARA REALIZAÇÃO DO VFR NOTURNO

a. os aeródromos envolvidos deverão estar registrados ou


homologados para a operação VFR.
b. as condições meteorológicas predominantes nos
aeródromos envolvidos deverão ser iguais ou superiores aos
mínimos para operação VFR.
c. o piloto deve estar habilitado para IFR.
d. a aeronave deve estar homologada para IFR.
e. os aeródromos envolvidos deverão dispor:
1 - balizamento luminoso nas pistas de pouso
2 - farol de aeródromo em funcionamento
3 - indicador de direção de vento iluminado ou órgão
ATS em operação

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f. a aeronave dever dispor de transceptor de VHF em


funcionamento para estabelecer comunicações bilaterais com
órgãos ATS apropriados.

NOTA: Os voos VFR noturnos realizados inteiramente, em ATZ, CTR,


TMA e AFIZ não necessitarão o cumprimento dos itens C e D
anterior.

6. VOO VFR ESPECIAL

O voo VFR ESPECIAL será realizado quando as aeronaves


desejarem manterem-se em condições visuais e as condições
meteorológicas para VFR estiverem abaixo dos mínimos
regulamentados, deve-se no entanto verificar as condições para o
voo VFR ESPECIAL.

6.1. CONDIÇÕES PARA REALIZAÇÃO DO VFR ESPECIAL

• poderão ser autorizados voos VFR especiais, para que


aeronaves entram ou saiam de uma CTR ou TMA, com ARR ou DEP em
aeródromos situados dentro dos limites destes espaços aéreos.
Adicionalmente, o APP poderá autorizar voos VFR especiais para
operação local dentro de uma CTR e com DEP e ARR no mesmo
aeródromo.
• somente poderão ser realizados voos VFR especiais no
período diurno.
• as acft´s deverão estar equipadas com transceptor de VHF
em funcionamento.
• as condições meteorológicas predominantes nos aeródromos
envolvidos deverão ser iguais ou superiores ao:

TETO - 1000 pés (300 m)


VISIBILIDADE - 3000 m ou valor constante da SID, o que
for maior.

7. VOOS VFR CONTROLADOS

Serão controlados os seguintes voos VFR:

A. VFR realizado na ATZ


B. VFR ESPECIAL
C. Qualquer voo VFR realizado nos espaços aéreos classes
B, C e D

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8. ALTIMETRIA

8.1 - ALTURA - distância vertical do solo ou água a um


ponto situado no espaço.
8.2 - ALTITUDE - distância vertical de um ponto situado
no espaço com relação ao nível médio do mar.
8.3 - ALTÍMETRO - equipamento medidor da distância
vertical da aeronave relacionado com uma pressão de referência
que é inserida manualmente no altímetro visualmente observada
através da janela de Kolsman.
8.4 - QNH – pressão da pista em uso reduzida ao nível
médio do mar. Quando a aeronave pousar estará indicada no
altímetro a elevação do campo (pista).
8.5 - QNE - é a pressão hipotética padrão de 1013.2 Hpa.
Toda aeronave que tenha inserido no altímetro a pressão 1013.2
Hpa, estará voando referenciada ao nível de voo (FL).

9. NÍVEL DE CRUZEIRO

É o nível que se mantém por um maior período durante o


voo. Exceto quando autorizados pelo órgão ATC, os voos VFR em
nível de cruzeiro, quando realizados acima de 3000 pés (900 m) em
relação ao solo ou água, serão efetuados em um nível apropriado à
rota de acordo com a tabela de níveis de cruzeiro. Se abaixo de
3000 pés serão efetuados em altitudes, neste caso constar no
plano de voo item 15 a sigla VFR.

ABAIXO DE 3000 PÉS -> ALTITUDE


ACIMA DE 3000 PÉS -> NÍVEL DE VOO (FL)

180 graus 000 graus


ATÉ ATÉ
359 graus 179 graus

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10. NÍVEL DE VOO VFR

Poderá ser nível ímpar ou par:

ÍMPAR - o voo é realizado entre os rumos magnéticos 000


graus e 179 graus.

Ex.: FL 135
FL -> FLIGHT LEVEL / NÍVEL DE VOO
135-> o nível em questão

NOTA 1: Nível VFR termina em 5

NOTA 2: É ímpar pois o dígito da dezena é ímpar (3).

PAR - o voo é realizado entre os rumos magnéticos 180


graus e 359 graus.

Ex.: FL 085
FL -> FLIGHT LEVEL / NÍVEL DE VOO
085-> o nível em questão
NOTA 1: Nível VFR termina em 5

NOTA 2: É par pois o dígito da dezena é par (8).

Deve-se notar que o primeiro nível de voo VFR é o FL 035


e o último é o FL 145

NOTA: Para se voar em níveis de voo é necessário que o altímetro


esteja ajustado para a pressão padrão de 1013.2 Hpa (QNE).

11. CONVERSÃO DE NÍVEL DE VOO PARA ALTITUDE

Um nível de voo (FL) é igual a uma altitude dividida por


100.
Ex.:
FL 145 = 14500 / 100

A recíproca também é válida.


Ex.:
9500 = FL 095 x 100

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12. SUSPENSÃO DAS OPERAÇÕES VFR

Quando as condições meteorológicas estiverem abaixo dos


mínimos prescritos para a operação VFR, todas as operações VFR em
um aeródromo serão suspensas por iniciativa da TWR que tomar as
seguintes providências:

a. suspender todas as partidas VFR;


b. suspender todos os voos locais VFR ou obter
autorização para operação VFR especial;
c. notificar o ACC e o APP das medidas tomadas;
d. notificar à sala AIS, à administração do aeroporto e
através desta, aos exploradores das aeronaves as razões que
motivaram a suspensão, sempre que necessário.

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ABREVIATURAS INERENTES AO CAPÍTULO

FL - Nível de Voo (origem no inglês FLIGHT LEVEL)


VFR - Regras de voo visual (origem no inglês VISUAL FLIGHT RULES)
VHF - Freqüência muita alta (origem no inglês VERY HIGH
FREQUENCY)
VMC - Condições meteorológicas visuais (origem no inglês VISUAL
METEOROLOGICAL CONDITION)

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CAPÍTULO IX
CHAPTER IX

SERVIÇOS ATS PRESTADOS NOS AERÓDROMOS

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1. CONCEITO

Os serviços prestados nos aeródromos são:


a. serviço de controle
b. serviço de informação
c. serviço de alerta

Existem três tipos de aeródromos relacionados com os


serviços prestados. Podemos classificá-los em:

A. Aeródromo controlado com órgão ATC (TWR) – será


prestado o serviço de controle de aeródromo e a área de atuação
será a ATZ. Exemplo: SBGR, SBCG, SBSP, SBPA, SBBR, SBGL, etc.

B. Aeródromo não controlado com órgão ATS (RÁDIO) - será


prestado o serviço de informação de voo de aeródromo (AFIS) e a
área de atuação será a AFIZ. Exemplos: SBPP, SBVH, SBPC, SBGW,
etc.

C. Aeródromo não controlado e sem órgão ATS - não será


prestado nenhum tipo de serviço, pois não existe nenhum órgão
ATS. Exemplos: SSIE, SSKG, SWKC, SSDO, SDCO, SDUB, etc.

A. AERÓDROMO CONTROLADO COM ÓRGÃO ATC

1. ÓRGÃO - Torre de controle (TWR - TOWER)

2. ÁREA DE JURISDIÇÃO - Zona de tráfego de aeródromo (ATZ


AIRDROME TRAFFIC ZONE)

3. FUNÇÕES DA TWR

As torres transmitirão informações e autorizações às


aeronaves sob seu controle para conseguir manter ordenado, seguro
e rápido o fluxo de tráfego aéreo no aeródromo e em suas
imediações com o objetivo de evitar abalroamento entre:

• as aeronaves voando no circuito de tráfego


• as aeronaves operando na área de manobras
• as aeronaves pousando e decolando
• as aeronaves operando na área de manobras e os
obstáculos existentes nesta área.

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As torres são, também, responsáveis em alertar os serviços de


segurança e de notificar imediatamente o APP, o ACC e os pilotos,
de toda falha e irregularidade no funcionamento de qualquer
equipamento, bem como tomar providências para que tal falha ou
irregularidade seja sanada.

As torres deverão informar ao APP e ao ACC se as aeronaves que


lhe foram transferidas não efetuaram o contato inicial, ou se
efetuaram somente o contato inicial, e em ambos os casos não
pousaram dentro de cinco minutos após a hora prevista.

A torre de controle é o órgão oficial para prestar informações


das horas de saída e de chegada das aeronaves e encaminhá-las ao
ACC ao qual estiver subordinada.

4. AUTORIZAÇÕES E INFORMAÇÕES

As autorizações e informações emitidas pela TWR se


baseiam em condições conhecidas do tráfego em evolução na área de
jurisdição, bem como veículos e pessoas na área de manobras.
Se alguma autorização não for conveniente ao piloto, este
poderá solicitar uma nova autorização que, será atendida na
medida em que não venha causar prejuízo ao tráfego.
Não será autorizada a evolução de aeronaves sem
transceptor de VHF na área da TWR, exceto:
• planadores e aeronaves pertencentes a aeroclubes
sediados no aeródromo em questão;
• voo de translado

NOTA: Em ambos os casos deverá existir uma prévia coordenação.

5. ÁREAS DO AERÓDROMO

5.1. ÁREA DE POUSO - Parte de uma área de movimento que


está destinada ao pouso e a decolagem das aeronaves.

5.2. ÁREA DE MANOBRAS - Parte do aeródromo destinada ao


pouso, decolagem e táxi de aeronaves, o pátio de estacionamento
está excluído.

5.3. ÁREA DE MOVIMENTO - É a área de manobras mais o pátio


de estacionamento.

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PÁTIO DE ESTACIONAMENTO

6. CIRCUITO DE TRÁFEGO PADRÃO / TRAFFIC PATTERN

São as trajetórias especificadas que devem ser seguidas


pelas aeronaves que evoluam nas imediações de um aeródromo.
Os elementos básicos do circuito de tráfego são:

a. PERNA CONTRA O VENTO / UPWIND LEG - trajetória de voo


paralela à pista em uso, no sentido do pouso.

b. PERNA DE TRAVÉS / CROSSWIND LEG - trajetória de voo


perpendicular à pista em uso, compreendida entre a perna contra o
vento e a perna do vento.

c. PERNA DO VENTO / DOWNWIND LEG - trajetória de voo


paralela à pista em uso, no sentido contrário ao do pouso.

d. PERNA BASE / BASE LEG - trajetória de voo


perpendicular à pista em uso, compreendida entre a perna do vento
e a reta final.

e. RETA FINAL / FINAL - trajetória de voo no sentido do


pouso e no prolongamento do eixo da pista, compreendida entre a
perna base e a cabeceira da pista em uso.

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Douglas Avedikian Air Traffic

O circuito de tráfego padrão será efetuado a uma altura


de:
• 1000 pés para aeronaves a hélice;
• 1500 pés para aeronaves a jato sobre a elevação do
aeródromo, com todas as curvas realizadas pela esquerda.

Compete ao piloto em comando ajustar a velocidade para


cada segmento do circuito, segundo a performance da aeronave.

NOTA: piloto informar a situação do trem de pouso (LANDING GEAR)


na perna base.

A expressão RETA FINAL LONGA / LONG FINAL será


caracterizada quando a aeronave numa aproximação direta estiver a
8NM (15 Km) do ponto de toque.

8 NM

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7. POSIÇÕES CRÍTICAS

Os operadores da TWR deverão manter constante vigilância


sobre os voos à sua vista que evoluam no aeródromo ou em suas
proximidades, inclusive sobre as aeronaves, pessoas e veículos
que se encontram nas áreas de manobras, e no pátio de
estacionamento desde que estabeleçam contato com a TWR.

As posições críticas são aquelas em que as aeronaves no


circuito de tráfego ou no táxi recebem autorizações da TWR por
rádio ou sinais luminosos.

NOTA: Sempre que seja possível, todas as autorizações deverão ser


dadas sem aguardar que a aeronave as solicite.

Deve-se observar as aeronaves que se aproximam das


posições críticas para poder dar-lhes, sem demora, as
autorizações correspondentes.

As posições críticas são:

POSIÇÃO 1 - a aeronave, no pátio de estacionamento, pede


autorização para taxiar para a decolagem ou para dirigir-se a
outro local do aeródromo. Serão dadas as autorizações e
informações correspondentes e pista em uso, quando for o caso.
O transponder estará na posição STAND BY após o
fornecimento do código se for o caso.

POSIÇÃO 2 (PONTO DE ESPERA)– é nesta posição que a


aeronave receber a autorização para decolar.

Quando uma aeronave atinge esta posição, ela deverá


permanecer neste ponto a 90º com o sentido do pouso, caso duas ou
mais aeronaves cheguem nesta posição, elas deverão manter-se a
45º com o sentido do pouso. Esta inclinação angular é necessária
para se evitar que a aeronave de trás sofra danos pelo arremesso
de pedras e objetos ocasionado pelo check de motores da aeronave
à frente. As aeronaves após atingirem a posição 2, deverão
aguardar a autorização para decolagem na marca do ponto de
espera, caso estas marcas não existirem ou não forem visíveis as
aeronaves deverão:

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Douglas Avedikian Air Traffic

• manter-se a uma distância não inferior a 30 m da


lateral da pista em uso, quando o comprimento da pista
for menor que 900 m.

• manter-se a uma distância não inferior a 50 m da
lateral da pista em uso, quando o comprimento da pista
for maior ou igual a 900 m.

POSIÇÃO 3 - a autorização para decolagem ser dada nesta


posição, se não foi possível fazê-la na posição 2.

NOTA: O transponder será ligado (ON ou NORMAL) no início da


rolagem para a decolagem.

POSIÇÃO 4 - será fornecido o número na seqüência para o


pouso, ou a autorização para o pouso. Esta posição esta
compreendida entre o ponto médio da perna do vento e o ponto
médio da perna base.

POSIÇÃO 5 - nesta posição será dada a hora de pouso e a


autorização para o táxi até o pátio de estacionamento, ou uma
instrução para chamar o controle solo.

NOTA: O transponder será desligado (OFF) nesta posição.

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POSIÇÃO 6 - quando for necessário, será dada nesta


posição a informação para o estacionamento.

NOTA: A fim de se evitar situação de duplo entendimento a


numeração das posições críticas NÃO deve ser utilizada nas
comunicações “terra avião” durante uma autorização de controle de
tráfego aéreo.

8. POSIÇÕES OPERACIONAIS DE CONTROLE DA TORRE

Antes da partida, o piloto em comando deverá contactar


uma das seguintes posições de controle, na ordem de precedência
apresentada, para obtenção da autorização do plano de voo e
posterior acionamento dos motores:

8.1. AUTORIZAÇÃO DE TRÁFEGO / CLEARANCE DELIVERY


8.2. CONTROLE SOLO / GROUND CONTROL
8.3. TORRE / TOWER

8.1. AUTORIZAÇÃO DE TRÁFEGO - é a posição que fornece a


autorização do plano de voo, bem como, instruções de saída,
alternativas para falha de comunicação e qualquer restrição que
se faça necessário em função do sequenciamento de tráfego. O
piloto deve contactar esta posição antes do acionamento.
Na fonia o indicativo de chamada desta posição ser
“TRÁFEGO”. Exemplo:

(P) Tráfego Guarulhos, Clipper 201!

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(I)Guarulhos Clearance Delivery, Clipper 201!

8.2. CONTROLE SOLO - esta posição é responsável pela


evolução de aeronaves no pátio de estacionamento e nas pistas de
táxi, bem como, pelo movimento de veículos autorizados na área
de manobras do aeródromo. O piloto deve contactar esta posição
para obter autorização para o acionamento e para o táxi.

NOTA: A autorização para acionar ser cancelada se a aeronave não


o fizer dentro de, no máximo, 5 minutos após a hora do
recebimento da autorização do plano de voo.

O início do táxi deverá ocorrer dentro de, no máximo, 5


minutos após a hora do recebimento da autorização para acionar,
caso contrário, as autorizações serão canceladas.

Na fonia o indicativo de chamada do controle solo será


“SOLO”.
Exemplo:

(P) Solo Campo Grande, VSP 3383!

(I) Campo Grande Ground, VSP 3383!

8.3. TORRE - Esta posição será responsável pelos pousos e


decolagens, bem como, pelas aeronaves no circuito de tráfego e na
ATZ.
Na fonia o indicativo de chamada será ‘TORRE”. Exemplo:
( P ) Torre Brasília, TBA 4401!
( I ) Brasília Tower, TBA 440l!

9. RESPONSABILIDADE DOS PILOTOS

Quando em voo VFR, nas proximidades de um aeródromo ou


durante o táxi, será responsabilidade do piloto em comando:

1. manter escuta na freqüência apropriada, a partir do


acionamento para DEP até a parada total após o pouso;
2. ter condições de transmitir, a qualquer momento, na
freqüência da TWR;
3. cumprir as autorizações emitidas pela TWR;
4. fazer chamada inicial e informar ao atingir as
posições críticas;
5. prestar quaisquer informações úteis ao controle e à
segurança do tráfego aéreo.

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As aeronaves deverão observar a orientação do sinalizador


de pátio, a partir da entrada no pátio de estacionamento ou a
partir de um ponto especificado pelo controle solo.

10. INFORMAÇÕES RELATIVAS À OPERAÇÃO DAS AERONAVES ANTES DA


DECOLAGEM

Antes de iniciar o táxi para decolagem, a TWR deverá


transmitir às aeronaves as seguintes informações:

• RWY
• Vento (direção e intensidade)
• Ajuste do altímetro (QNH)
• Temperatura do ar na pista
• Visibilidade no setor da DEP, ou o RVR
• Hora certa
• A autorização relativa ao plano de voo

Antes de entrar no circuito de tráfego, a aeronave deverá


receber:
• RWY
• Vento (direção e intensidade)
• Ajuste do altímetro (QNH)

NOTA 1: O ajuste do altímetro (QNH) será sempre arredondado para


o Hectopascal inferior inteiro mais próximo caso na leitura
inicial se obtenha uma pressão fracionada. Exemplo: 1014.8 será
arredondado para 1014 Hpa. Vale ressaltar que 1 Hpa é
aproximadamente igual a 9 m, logo, se for inserida uma pressão
diferente da real teremos uma diferença vertical que poderá ser
prejudicial as aeronaves chegando e/ou saindo.

NOTA 2: Quando as aeronaves receberem a informação ATIS, será


compulsório ao piloto que acuse o recebimento da mesma tão logo
passe a escuta do órgão apropriado. Não será necessário incluir
nas transmissões dirigidas às aeronaves as informações contidas
no ATIS cujo recebimento tenha sido acusado pela aeronave, exceto
o ajuste do altímetro que deverá ser informado sempre.

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Douglas Avedikian Air Traffic

11. TRÁFEGO ESSENCIAL LOCAL

Devido ao espaço restrito nas áreas de manobras e ao seu


redor, são indispensáveis as informações sobre o tráfego
essencial a fim de evitar colisões. Será considerado tráfego
essencial local:

• Toda aeronave, veículo ou pessoas que se encontrem na


área de manobras ou próximo dela;
• Todo tráfego em voo nas proximidades do aeródromo, que
possa constituir perigo para as aeronaves consideradas.

A TWR deverá informar sobre o tráfego essencial local,


quando a seu critério, tal informação for necessária para a
segurança, ou por solicitação do piloto.
A TWR deverá advertir os pilotos, sempre que possível, a
respeito de riscos inerentes a esteira de turbulência.

12. INFORMAÇÕES SOBRE AS CONDIÇÕES DO AERÓDROMO

A informação sobre as condições do aeródromo deverá ser


dada a todas as aeronaves, exceto quando se saiba que a aeronave
já tenha recebido de outras fontes (NOTAM, ATIS e exibição de
sinais adequados). Tal informação é aquela necessária à segurança
da operação na área de manobras ou às instalações com ela
relacionadas:

1. Obras de construção ou da manutenção na área de


manobras ou em áreas adjacentes à mesma;
2. Partes irregulares das RWY ou TWY (pista de táxi),
quer estejam sinalizadas ou não;
3. Água na pista;
4. aeronaves estacionadas;
5. outros perigos ocasionais, incluindo bando de pássaros
no solo ou no ar;
6. avaria ou funcionamento irregular no sistema de
iluminação do aeródromo;
7. qualquer outra informação pertinente.

A TWR deverá receber da administração do aeroporto as


informações relativas às condições gerais do mesmo.

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13. CONTROLE DAS AERONAVES QUE SAEM E QUE CHEGAM

13.1. AERONAVES QUE SAEM - A uma aeronave partindo não será


autorizado decolar até que a aeronave a sua frente tenha cruzado
o final da pista em uso, ou tenha iniciado uma curva para livrar
a pista, ou até que todas as aeronaves que tenham
pousado anteriormente tenham livrado a pista. Em resumo, para se
decolar é necessário que a RWY esteja livre.

As aeronaves que partirem com plano VFR, salvo instruídas


ao contrário, deverão manter escuta no órgão ATC responsável até
o limite da TMA ou CTR se não existir TMA.

As aeronaves com plano IFR, somente poderão decolar após


o recebimento da respectiva autorização do plano de voo emitida
pelo ACC ou APP e transmitidas às aeronaves através da TWR, ou
pela autorização de tráfego, ou pelo controle solo. Caso a
aeronave necessite decolar antes de receber a devida autorização
do plano, poderá fazê-la somente no período diurno, devendo, no
entanto, manter-se em VMC até receber a devida autorização.

Devido a inúmeras atribuições as quais o piloto em


comando deve atentar no início da decolagem, todas as
autorizações de tráfego aéreo que tenham que ser emitidas após a
decolagem, nunca deverão ser transmitidas antes de “l MINUTO E
MEIO” após o início da corrida para a decolagem.

13.2. AERONAVES QUE CHEGAM - Não será permitido a uma


aeronave na aproximação final para pouso, cruzar o início da
pista, antes que a aeronave que está decolando e que a precede,
tenha cruzado o final da pista, ou tenha iniciado uma curva, ou
até que todas as aeronaves que tenham pousado anteriormente e
aquelas que estejam prestes a partir, estejam fora da pista em

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Douglas Avedikian Air Traffic

uso. Em resumo, para se autorizar o pouso é necessário que a


pista esteja livre.

14. COTEJO DE AUTORIZAÇÕES

A expressão cotejar significa repetir.


O piloto em comando deverá repetir, totalmente todas as
autorizações ou instruções contidas nas mensagens emanadas dos
órgãos ATC:

1. autorização para entrar, regressar ou cruzar a RWY em


uso;
2. autorização para DEP e ARR;
3. autorização condicional;
4. autorizações de níveis de voo ou altitudes;
5. instruções de proas e velocidades;
6. instruções de ajuste de altímetro;
7. instruções de código transponder.

15. CONTROLE DAS AERONAVES NO CIRCUITO DE TRÁFEGO

Todas as aeronaves evoluindo no circuito de tráfego e na


área de pouso serão controladas para que se mantenha a devida
separação. Excetuam-se a esta regra:

• aeronave em operação militar


• voos em formação
• operação em pistas paralelas ou diferentes áreas de
pouso.

Quando for emitida uma autorização para entrada no


circuito, será também fornecida a informação da pista em uso ou a
direção do pouso para que o piloto possa ajustar-se à entrada no
circuito de tráfego.

As aeronaves voando VFR, que não conseguiram estabelecer


contato com o APP, deverão contactar a TWR pelo menos a 5 minutos
de voo do aeródromo para receberem a autorização de entrada no
circuito de tráfego ou cruzamento do aeródromo.
Poderá ser fornecida uma autorização especial para o uso
da área de manobras:

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Douglas Avedikian Air Traffic

• a toda aeronave que preveja será obrigada a pousar


(falha no motor, escassez de combustível, etc.),
• às aeronaves que levam enfermos ou feridos graves, que
necessitem de atendimento médico urgente.

As autorizações especiais também incluem pousos e


decolagens em pista não homologada para o tipo da aeronave.

16. PRIORIDADE PARA POUSO E PARA DECOLAGEM

16.1. DECOLAGEM - independente da seqüência em que


iniciarem o táxi ou chegarem à posição dois, a seguinte
prioridade deverá será observada na sequência de decolagem:
1 - Reservado (Defesa Aérea Rojão de Fogo)
2 - Reservado (Defesa Aérea Rojão)
3 - Aeronave em operação militar (guerra ou segurança
interna)
4 - Aeronave transportando enfermo, ou órgão vital, ou
ferido grave (ou indo buscar)
5 - Aeronave em missão SAR
6 - Aeronave conduzindo o Presidente da República
7 - Aeronave em operação militar (manobras)
8 - Demais aeronaves na sequência estipulada pelo órgão
de controle

16.2. POUSO excluindo-se o caso de Emergência que terá


prioridade sobre as demais, deve-se observar a seguinte
prioridade:
1 - Planador
2 - Aeronave transportando enfermo, ou órgão vital, ou
ferido grave (ou indo busca)
3 - Aeronave em operação SAR
4 - Aeronave em operação militar (guerra ou segurança
interna)
5 - Aeronave conduzindo o Presidente da República
6 - Aeronave em operação militar (manobras)
7 - Demais aeronaves, na seqüência estipulada pelo órgão
de controle

17. SELEÇÃO DA PISTA EM USO

É de competência da TWR a seleção da pista mais adequada


para pouso e decolagem, considerando-se outros fatores além da
direção e intensidade do vento:
• os circuitos de tráfego;

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• comprimento das pistas e


• os auxílios para a aproximação e pouso

NOTA 1: Quando o vento for de intensidade menor do que 10 Km/h (6


Kt), as aeronaves serão normalmente instruídas a utilizarem a
pista que oferecer maior vantagem.

NOTA 2: Considerando a performance da aeronave e o comprimento da


pista em uso, o piloto decidir quanto ao pouso e de colagem em
outro ponto da pista que não seja a cabeceira. Se o piloto
considerar uma pista em uso não apropriada, poderá solicitar
autorização para utilizar outra pista.

NOTA 3: A TWR sempre manter informado o APP a respeito da pista


em uso. Durante uma aproximação IFR, a TWR não poderá mudar a
pista sem coordenação com o APP.

18. PISTAS (RUNWAY)

A pista (RWY) é orientada para um rumo tomando como


referência o norte magnético, o rumo possui três algarismos e a
pista utilizar apenas dois algarismos deste rumo que estará
representado na cabeceira. Além do rumo devemos lembrar que a
pista em um aeródromo foi orientada levando em consideração os
ventos predominantes na região, pois as aeronaves pousam e
decolam contra o vento.

18.1. NUMERAÇÃO DAS PISTAS

A pista é numerada em rumos de 10 em 10 graus abandonando


o zero final.
Exemplo: Uma pista orientada para o rumo 150 graus tira-
se o zero final, logo a pista terá cabeceira 15.

Se o rumo for fracionado, ou seja, não for múltiplo


inteiro de 10, teremos:

• último algarismo igual ou superior a cinco (5 a 9): o


rumo será arredondado para a dezena superior.
Exemplo: Rumo 155 -> arredonda-se para 160 e a
cabeceira será 16.

• último algarismo inferior a cinco (0 a 4): o rumo será


arredondado para a dezena inferior.
Exemplo: Rumo 154 -> arredonda-se para 150 e a
cabeceira será 15.

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NOTA 1: Existem 36 cabeceiras possíveis.

NOTA 2: Uma pista terá duas cabeceiras diferentes em 180 graus


uma da outra.

18.2. TIPOS DE PISTA

Os pisos das pistas podem ser:

-aço aço -asph asfalto -conc concreto -piç piçarra


-are areia -bar barro -grass grama -sai saibro
-arg argila -cin cinza -grvl cascalho -sil sílica
-ter terra -mac macadame

As siglas dos pisos estão representadas no ROTAER.

18.3. RESISTÊNCIA DAS PISTAS

A resistência dos pisos das pistas será determinada pela


classificação da aeronave relacionada com o seu peso, divide-se
em duas categorias:

A. Aeronaves com peso até 5700 Kg (12.500lb), será


notificada no ROTAER da seguinte forma:
• Massa admissível da aeronave
• Máxima pressão de pneus admissível (a unidade de pressão
será Pa pascal e PSI libras força por polegadas)
Ex.: 4000 Kg/0.50 MPa 8820 Lb/72.5 PSI

B. Aeronaves com mais de 5700 Kg de peso será notificada


através do método ACN/PCN (Número de classificação da aeronave /
Número de classificação de pavimentos).

18.4. DISTÂNCIA PARA A UTILIZAÇÃO DAS PISTAS

A. LDA
B. TORA
C. ASDA
D. TODA

A. LDA - Distância utilizável para pouso (LANDING


DISTANCE AVAILABLE) inicia-se na cabeceira e em geral vai até o
final do pavimento da pista.

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Douglas Avedikian Air Traffic

B. TORA - Piso disponível para decolagem (TAKEOFF RUN


AVAILABLE) é em geral o comprimento do pavimento da pista.

C. ASDA - Distância utilizável para parada da decolagem


(ACCELERATE STOP DISTANCE AVAILABLE) é o comprimento do piso
disponível para decolagem mais a zona de parada (STOP WAY), se
houver.

D. TODA - Distância utilizável para decolagem (TAKEOFF


DISTANCE AVAILABLE) é o comprimento do piso disponível para
decolagem mais a área desimpedida (CLEARWAY), se houver.

18.5. PISTAS PARALELAS

São pistas, em um mesmo aeródromo, orientadas para um


mesmo rumo magnético. Os números das cabeceiras seguem a regra
geral, entretanto, deve-se acrescentar uma letra à direita do
número.

-duas pistas -letras L R


-três pistas -letras L C R
-quatro pistas -letras L R L R
-cinco pistas -letras L C R L R

Exemplo: Um aeródromo possui três pistas paralelas


orientadas para o rumo magnético 158 graus. Quais serão as
cabeceiras das pistas?
Rumo 158 -> 160 -> cabeceira 16, logo as pistas serão
16Lé 16C e 16R:

19. ESTEIRA DE TURBULÊNCIA/ WAKE TURBULENCE

A esteira de turbulência é causada pelo deslocamento de


ar (turbilhonamento) na ponta das asas. Os três efeitos básicos
que a esteira causa sobre as aeronaves são:

• balanço violento
• a perda de altura ou velocidade ascensional
• esforços de estruturas

Dos três, o mais perigoso é o balanço violento, pois a


aeronave que penetra na esteira de turbulência terá excedida a
sua capacidade de comando. Se isto acontecer na área da
aproximação final, o risco será maior, pois a aeronave se

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Douglas Avedikian Air Traffic

encontra em situação crítica com velocidade, empuxo, altitude e


tempo de reação.

19.1 CATEGORIA DAS AERONAVES

As categorias serão especificadas de acordo com o peso


máximo de decolagem certificado. Serão:

• Leve (L) - 7000 Kg (15.500 libras) ou menos


• Média (M) - menor que 136.000 Kg (300.000 libras) e
maior que 7000 Kg (15.500 libras)
• Pesada (H) - 136.000 Kg (300.000 libras) ou mais

NOTA: Como a esteira de turbulência é invisível, sua localização


exata não pode será determinada, logo os controladores e pilotos
devem entender quais são as situações prováveis em que podem
ocorrer uma esteira perigosa.

19.2. MÍNIMOS DE SEPARAÇÃO

A. Aeronaves pousando 3 minutos Leve/média -> pesada

B. Aeronaves decolando 2 minutos Leve/média -> pesada,


quando as aeronaves utilizarem:
• a mesma pista;
• pistas paralelas, separadas em menos de 760m;
• pistas transversais se as trajetórias de voo
projetadas se cruzarem;
• pistas paralelas separadas em 760 m ou mais e
trajetórias de voo projetadas se cruzarem

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C. Aeronaves que decolam a partir da parte intermediária


da pista 3 minutos Leve/média -> pesada, a partir de:
• uma parte intermediária da mesma pista;
• uma parte intermediária de uma pista paralela separada
em menos de 760 m.

D. Pousos e decolagens 2 minutos Leve/média -> pesada,


quando:

• uma DEP segue o pouso de uma aeronave pesada;


• uma ARR segue uma decolagem de uma aeronave pesada
se a trajetória de voo projetada se cruzar.

19.3 AVISOS DE PRECAUÇÃO

Os controladores de voo deverão advertir as aeronaves da


possível existência da esteira, quando:

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Douglas Avedikian Air Traffic

• na aproximação:

-> Leve/média seguir uma pesada, ou


-> Leve seguir uma média que utiliza uma pista
transversal se as trajetórias de voo se cruzarem
(FIG 4).

• na aproximação:

-> Leve/média seguir uma pesada, ou


-> Leve seguir uma média se a aproximação se fizer
para:
• a mesma pista;
• uma pista paralela, separada menos de 760 m;
• uma pista transversal, se as trajetórias de
voo se cruzarem (FIG 5).

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Douglas Avedikian Air Traffic

20. LUZES AERONÁUTICAS DE SUPERFÍCIE

As luzes instaladas nos aeródromos ou em suas vizinhanças


deverão estar em condições de serem ligadas, pelo menos, 15
minutos antes da chegada prevista de uma aeronave.
Atentando-se para o exposto acima e excetuando-se a
iluminação de aproximação, todas as luzes aeronáuticas de
superfície serão ligadas:

• continuamente durante o período compreendido entre o pôr


e o nascer do sol;
• e em todo outro momento relacionado com as condições
meteorológicas.

As luzes aeronáuticas dividem-se em:

A. Iluminação de aproximação
B. Iluminação da pista
C. Iluminação da zona de parada
D. Iluminação da pista de táxi
E. Barras de parada
F. Iluminação de obstáculo
G. Farol rotativo

A. Iluminação de aproximação divide-se em:

A.1 - ALS (APPROACH LIGHT SYSTEM) Sistema de luzes de


aproximação é um conjunto de luzes brancas consistidas de luzes
que formam uma linha central com o eixo da pista, e várias barras
transversais de luzes brancas ou vermelhas.

A.2. VASIS (VISUAL APPROACH SLOPE SYSTEM) Sistema visual


indicador de rampa de aproximação é o conjunto de dispositivos
colocados em ambas as laterais da pista, emitindo feixe de luz
branca ou vermelha, fornecendo ao piloto o ângulo em que se
encontra com relação à aproximação.
Se a aeronave estiver abaixo do ângulo ideal de
aproximação, as luzes apresentar-se-ão vermelhas; se estiver
acima do ângulo ideal, as luzes apresentar-se-ão brancas; no
ângulo ideal as luzes de trás apresentar-se-ão vermelhas e as da
frente brancas.

A.3. PAPI (PRECISION APPROACH PATH INDICATOR) Indicador


de trajetória de aproximação de precisão idêntico sistema ao

100
Douglas Avedikian Air Traffic

VASIS, a disposição das luzes ser somente na lateral esquerda da


cabeceira (duas vermelhas e duas brancas).

A.4. FARÓIS DE APROXIMAÇÃO - formam no prolongamento da


pista em uso uma fileira de luzes que emitem flashes indicando o
sentido do pouso fornecendo uma noção de alinhamento.

NOTA: Além do exposto acima, a iluminação de aproximação também


deverá ser ligada:

• durante o dia, quando solicitado pelo piloto ou,


• quando estiver funcionando a iluminação de pista
correspondente.

Todas as vezes em que estiver sendo utilizada a pista, os


correspondentes VASIS e PAPI deverão ser ligados tanto de dia
como de noite.

B. Iluminação da pista divide-se em:

B.1. Luzes de cabeceira verdes


B.2. Luzes laterais amarelas ou brancas
B.3. Luzes de eixo de pista embutidas na pista, serão
brancas e no último 1/3 vermelhas
B.4. Luzes de zona de contato brancas

NOTA: A iluminação de pista deverá permanecer ligada até que a


aeronave livre a área do aeródromo (CTR).

C. Iluminação da zona de parada - estas luzes


permanecerão ligadas enquanto estiverem acesas as luzes de pista.

D. Iluminação da pista de táxi - serão de cor azul, e


darão uma indicação contínua do trajeto que a aeronave deve
seguir.

E. Barras de parada - as luzes de barra de parada serão


ligadas para indicar que todo o tráfego deverá parar e serão
desligadas para indicar que o tráfego pode continuar.

F. Iluminação de obstáculos - esta iluminação localizada


na área de aproximação e de decolagem de uma pista poderá ser
ligada ou desligada ao mesmo tempo que as luzes de pista, somente
quando o obstáculo não ultrapasse a superfície horizontal
interna do aeródromo.

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Douglas Avedikian Air Traffic

G. Farol de aeródromo ou farol rotativo (AIRDROME BEACON


ou ROTATING BEACON) - será verde e branco ou somente branco.
Deverá ser ligado:

• entre o pôr e o nascer do sol nos AD com operação


contínua;
• entre o nascer e o pôr do sol quando as condições
meteorológicas do AD possibilitarem somente as
operações IFR e VFR ESPECIAL.

21. SINAIS PARA O TRÁFEGO DO AERÓDROMO

Estes sinais serão emitidos às aeronaves com falha de


comunicação ou que não possuam equipamento rádio, e que
necessitam de alguma aprovação de evolução na área de jurisdição
da TWR
Para tal emissão, a TWR utiliza a pistola de sinais que
emite feixes luminosos na cor selecionada pelo controlador de voo
(vermelha, branca ou verde).
O alcance da pistola‚ de:

-2.7 NM (5 Km) durante o dia


-8 NM (15 Km) durante a noite

21.1. DESVANTAGENS DOS SINAIS

• o piloto da aeronave pode não estará olhando para a TWR


no momento da emissão;
• as autorizações são muitos limitadas, podendo somente
emitir aprovações e desaprovações

21.2. NOTIFICAÇÃO POR PARTE DO PILOTO

A. Em voo:

A.1. durante o dia balançando as asas da aeronave


A.2. durante a noite emitindo sinais intermitentes, duas
vezes, com os faróis de pouso da aeronave ou, se não os possuir,
com as luzes de navegação

B. No solo:

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Douglas Avedikian Air Traffic

B.1. durante o dia movendo os ailerons ou o leme de


direção
B.2. durante a noite o mesmo que A.2

SINAIS LUMINOSOS

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22. NÍVEIS DE ALERTA

São determinadas situações que o piloto em comando


interpreta como emergência, informando à torre a classificação da
emergência em forma de níveis. Podem ser:

• Alerta branco
• Alerta amarelo
• Alerta vermelho

Em resumo podemos entender que esta classificação está


restrita à área de aeródromo
O piloto em comando, em função da gravidade da
emergência, classificar em um dos níveis acima.

A. ALERTA BRANCO - nível de alerta em que são remotas


as possibilidades de se consumar o acidente aeronáutico,
havendo, contudo, indícios de perigo latente que requerem
atitudes de sobreaviso.
Exemplo: Após a DEP, a aeronave informa à TWR que vai
retornar, devido ao trem de pouso não estar recolhido, mas com
a certeza de que está travado.

B. ALERTA AMARELO - nível de alerta em que são iminentes


as possibilidades de um acidente aeronáutico, requerendo o

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Douglas Avedikian Air Traffic

acionamento de meios de salvamento e de prestação de socorro.


Enquadra-se neste nível a situação de suspeita de explosivos a
bordo.
Exemplo: Após a DEP a aeronave reporta à TWR que o trem
de pouso se chocou com um objeto estranho na pista, ocasionando
avaria no mesmo, e que vai alijar combustível e pousar dentro de
alguns minutos.

C. ALERTA VERMELHO - nível de alerta em que o acidente


aeronáutico é inevitável ou já está consumado.

DICAS:
Alerta branco -> REMOTAS
Alerta amarelo -> IMINENTES
Alerta vermelho -> INEVITÁVEL/CONSUMADO

Em função de cada nível de alerta, solicitado pelo piloto


em comando de uma aeronave em emergência, a TWR deverá adotar as
providências que as circunstâncias exigirem de acordo com o plano
de emergência previsto para o aeródromo. Caberá ao controlador de
voo solicitar ao piloto em comando a classificação da emergência
em que se encontra a aeronave.
Para os casos de ALERTA BRANCO a TWR deverá informar ao
COE (Centro de Operações de Emergências):

• tipo da ocorrência
• tipo da aeronave
• POB
• autonomia remanescente
• tipo de carga transportada, se for o caso

Para os casos de ALERTA AMARELO a TWR deverá informar ao


COE os mesmos itens do alerta branco e mais algumas informações
complementares.
Para os casos de ALERTA VERMELHO a TWR deverá informar ao
COE:
• características e local do acidente
• tipo de aeronaves
• POB
• tipo de carga transportada, se for o caso informações
complementares

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23. INTERFERÊNCIA ILÍCITA (SEQUESTRO)

No caso de interferência ilícita ou de suspeita, a TWR


conduz a aeronave para um ponto de estacionamento isolado. A
autorização de táxi para este ponto deverá ser detalhada e o
trajeto até o ponto de estacionamento deverá ser escolhido de
modo que se reduzam, ao mínimo, os riscos às pessoas, outras
aeronaves e instalações do aeródromo.

B. AERÓDROMO NÃO CONTROLADO E COM ÓRGÃO ATS (ESTAÇÃO DE


TELECOMUNICAÇÕES AERONÁUTICAS RÁDIO)

O serviço de informação de voo de aeródromo (AFIS) será


prestado por uma estação de telecomunicações identificada como
rádio, cuja área de jurisdição é a zona de informação de voo de
aeródromo (AFIZ com limites lateral de 27 NM de raio do AD, e
vertical do solo ou água até FL 245 inclusive).
A finalidade do AFIS é proporcionar informações que
assegurem a condução eficiente do tráfego nos aeródromos
homologados ou autorizados para operação IFR e que não disponham
de órgão de controle (TWR).

NOTA: Nos aeródromos não controlados que cederiam um APP,


o AFIS será prestado pelo APP.
Exemplo: SBCR Corumbá-MS.

1. CIRCUITO DE TRÁFEGO

Não serão permitidas:

• curvas pela direita após a DEP, salvo publicada na VAL;


• pouso direto;
• circuito de tráfego pela direita, salvo publicada na
VAC.

1.1. DESCRIÇÃO DO CIRCUITO

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Douglas Avedikian Air Traffic

1. entrada padrão, próxima ao través do ponto médio da


RWY, na altitude padrão (1000 pés AGL - recomendada a menos que
haja outra estabelecida);
2. manter a altura padrão na perna base até o través da
reta final da pista em uso;
3. completar a curva para a reta final pelo menos a 300 m
da RWY;
4. continuar em frente além da pista em uso, na
decolagem;
5. se permanecer no tráfego padrão, iniciar curva a
esquerda além do final da RWY, a 500 pés AGL, entrar na perna do
vento a 1000 pés de altura;
6. se abandonar o tráfego padrão continuar em frente, ou
livrar com uma curva a esquerda de 45 graus além da pista, após
atingir a altitude padrão (1000 pés AGL).

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2. OPERAÇÃO DE AERONAVE SEM RÁDIO

É proibida a evolução de aeronaves sem rádio nas


imediações de aeródromos com o AFIS, exceto mediante prévia
coordenação:

• planadores e aeronaves pertencentes a aeroclubes


sediados no aeródromo;
• voo de translado e
• aeronave agrícola.

3. RESPONSABILIDADES DOS PILOTOS

Durante as operações de aproximação e pouso, movimento de


superfície e de saídas, é de responsabilidade do piloto em
comando reportar ao órgão AFIS:

a. a SID ou IAL que ser executada, bem como as fases


sucessivas do procedimento, altitudes ou níveis de vão
que for atingido.;
b. a RWY escolhida antes de entrar no circuito de tráfego
ou iniciar o táxi;
c. as posições críticas;
d. as horas de ARR e DEP;
e. a situação do trem de pouso na perna base para VFR ou
na aproximação final para IFR.

C. AERÓDROMO NÃO CONTROLADO E SEM ÓRGÃO ATS (ESTAÇÃO DE


TELECOMUNICAÇÕES AERONÁUTICAS - RÁDIO)

Nos aeródromos onde não existem nenhum órgão de controle


ou de informação, as aeronaves devem:

• no táxi, observar o movimento de outras aeronaves


• em vão, observar o tráfego e ajustar-se ao circuito.

NOTA: O circuito de tráfego nestes AD obedece aos mesmo padrões


do circuito de AD com estações rádio:

• prover sua própria separação segundo as regras


• observar os sinais fixos no solo
• manter escuta na freqüência adotada, em Campo Grande
utiliza-se a 123.45 (LAVADEIRA).

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1. SINAIS VISUAIS NO SOLO

Os sinais visuais utilizados no Brasil, faz parte dos


sinais adotados pela OACI/ICAO.

• Quadrado vermelho com diagonais amarelas -> POUSO


PROIBIDO

• Quadrado vermelho com uma diagonal amarela -> PRECAUÇÕES


ESPECIAIS DURANTE A APROXIMAÇÃO PARA O POUSO OU DURANTE
O POUSO

• Halter branco -> POUSO, DECOLAGEM E TÁXI EM PISTAS


PAVIMENTADAS OU COMPACTAS

• Halter branco com duas listras pretas -> POUSO E


DECOLAGENS EM PISTAS COMPACTAS, PORÉM AS DEMAIS MANOBRAS
NÃO PRECISAM.

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Douglas Avedikian Air Traffic

• Cruz de cor branca ou amarela -> ÁREA IMPRÓPRIA PARA O


MOVIMENTO DE AERONAVES (somente no local aonde ela se
encontrar)

• “T” branco ou laranja -> SENTIDO DE POUSO OU DECOLAGEM

• Grupo de dois algarismos, poderá também ser utilizado em


aeródromos controlados, colocados verticalmente na TWR
ou próximo dela, indicará às aeronaves que estão na área
de manobras -> A DIREÇÃO DA DEP EXPRESSA EM DEZENAS DE
GRAUS, ARREDONDADOS PARA O NÚMERO INTEIRO MAIS PRÓXIMO
DO RUMO MAGNÉTICO INDICADO.

• Seta com haste quebrada colocada na área de sinalização


ou no final pista -> CURVAS ANTES DO POUSO E DEPOIS DA
DECOLAGEM DEVEM SER FEITAS PELA DIREITA.

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• “C” em preto sobre um fundo amarelo, somente em


aeródromos com órgãos ATS -> SALA AIS

• Cruz branca dupla -> AD É UTILIZADO POR PLANADORES E QUE


ESTÃO SENDO REALIZADOS VÓOS DESTA NATUREZA.

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