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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE RÁDIO

DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA IMPLEMENTAÇÃO


DE OPERADORAS MÓVEIS VIRTUAIS EM
MOÇAMBIQUE

Resmelinda da Fátima Salvador Djedje

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTRÓNICA E DE


TELECOMUNICAÇÕES

Maputo, Março de 2018


ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS
DEPARTAMENTO DE RÁDIO

DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA IMPLETENTAÇÃO


DAS OPERADORAS MÓVEIS VIRTUAIS EM
MOÇAMBIQUE

SUPERVISOR:

ENGº Natalino Manjate

REALIZADO POR:

Resmelinda da Fátima Salvador Djedje

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTRÓNICA E DE


TELECOMUNICAÇÕES

Maputo, Março de 2018


Supervisor:

Nome: _____________________________________________

Data:____/____/2018

Oponente:

Nome:________________________________________________

Data:____/____/2018

DECLARAÇÃO DE AUTORIA
Eu, Resmelinda da Fátima Salvador Djedje, declaro por minha honra que o presente trabalho é
da minha autoria, nele observei os requisitos e recomendações da Escola Superior de Ciências
Náuticas, concernentes à elaboração de trabalhos de investigação científica.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para obtenção
de qualquer grau académico.
Maputo, Março de 2018

____________________________________

Resmelinda da Fátima Salvador Djedje

DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus pela saúde, pelas bênçãos e pela vida que ele me
concedeu.

Aos meus pais que tem sido meu grande pilar nessa vida académica, aos meus tios e irmãos que
sempre foram pacientes. Mesmo sendo deixados para trás pensando sempre naquele trabalho que
deve ser entregue no dia seguinte, ao meus primos, família, amigos e colegas de escola pelo
apoio, força e puxões de orelha a todas as vezes que pensei em renunciar.
AGRADECIMENTO
Ao meu pai Salvador João Djedje, minha mãe Terezinha Macuácua e minha tia Fátima Salvador
Djedje os meus agradecimentos pelo apoio e pela pressão que eles exerceram para que eu
pudesse terminar a minha monografia.

Ao meu supervisor Engenheiro Natalino Manjate vão os meus sinceros e profundos


agradecimentos pela ajuda incontestável na elaboração deste trabalho, que devo salientar que
sem o seu apoio não teria alcançado a qualidade apresentada e que a qualquer hora demonstrou
total disponibilidade para atender às minhas inquietações que foram tantas.
Não poderia deixar de fazer referência aos meus irmãos, primos, amigos, colegas e companheiros
de todos momentos, jovens dedicados incansáveis. Mesmo não estando na carteira a meu lado
durante os anos de faculdade, fizeram-se presente a cada dia da minha formação, ora ajudando,
ora partilhando os meus resultados.

À Direcção da Escola Superior de Ciências Náuticas e aos docentes no geral os meus


agradecimentos por fazerem parte da nova família que ganhei, em especial a minha amiga e irmã
Olinda Dalmásia Matola que por anos suportou-me e compartilhou comigo vários ensinamentos.
Também um especial agradecimento vai ao chefe do departamento de rádio por ter sempre
sabido comunicar-se com a comunidade estudantil.

Aos colegas de turma e em especial ao grupo de estudo o meu muito obrigado por terem estado
comigo nestes anos e por fazerem naturalmente parte da minha família.

Aos amigos que durante o período de faculdade me distanciei deles, pela paciência e
compreensão e a todos que directa ou indirectamente me apoiaram, o meu muito obrigado.

RESUMO
O surgimento das operadoras móveis virtuais vai de encontro com a explosão no mundo, das
tecnologias principalmente nas comunicações móveis. O presente trabalho irá fornecer uma visão
actual e detalhada no que tange aos desafios, riscos e oportunidades da implementação de uma
operadora móvel virtual em Moçambique (MVNO). Neste contexto, vai se analisar a
atractividade desta tecnologia para o mercado de telefonia em Moçambique, as oportunidades de
negócio que essa inovação trará, bem como os benefícios na competitividade entre os operadores
de telefonia móvel, seu impacto na qualidade de serviços (QoS), custos nas tarifas e serviços
diversificados oferecidos aos usuários. Paralelamente, far-se-á menção também aos agentes
operadores, analisando em que ambiente legislativo operam, a evolução do mercado dos serviços
móveis, as diferentes estratégias que podem ser desenvolvidas para implementar um operador
móvel virtual, a situação de algumas das operadoras móveis virtuais a nível internacional e como
elas podem alavancar a economia do país juntamente com os desafios enfrentados por eles.
Recorreu-se á abordagem indirecta conduzida por uma pesquisa documental e na internet
referente ás pesquisas bibliográficas pois realizou-se o levantamento de todos os dados possíveis
sobre as operadoras móveis virtuais a fim de trazer uma informação sólida sobre o tema, onde
vários autores escreveram sobre o tema e ideia pessoal. Assim sendo, conclui-se que é possível a
implementação das operadoras móveis virtuais em Moçambique pois a lei defende um livre
acesso a utilização do espectro e partilha de infra-estrutura mediante negociação e assinatura de
contracto entre a operadora móvel virtual futura e a operadora tradicional, mesmo com os
desafios que poderão enfrentar.

Palavras – Chaves: MVNO (Mobile Virtual Network Operator), OMT (Operadora Móvel
Tradicional), Usuário.

ABSTRACT
The emergence of virtual mobile operators is in line with the explosion in the world of
technology, especially in mobile communications, the present work will provide a current and
detailed view on the challenges, risks and opportunities of implementing a virtual mobile
operator in Mozambique in the which will verify if the market of virtual mobile operators is
attractive to the telephony market in Mozambique or not, analyzing the business opportunities
that this innovation will bring, will increase the competitiveness among the mobile phone
operators favoring the user because it will have more quality in the services offered to them, low
cost in diversified tariffs and services, operators will also be mentioned, analyzing the legislative
environment, the evolution of the mobile services market, different strategies can be developed
to implement a virtual mobile operator, the situation of some of the virtual mobile operators at an
international level and how they can leverage the country's economy together with the challenges
faced by them. We have used the indirect approach conducted by a documentary research and on
the internet referring to the bibliographical researches, since it will be done the survey of all the
possible data about the virtual mobile operators in order to bring solid information on the subject,
where several authors wrote about the subject and personal idea being so it is concluded that it is
possible that virtual mobile operators are implemented in Mozambique since the law advocates
free access to spectrum use and infrastructure sharing through negotiation and signature of the
contract between the future virtual mobile operator and the traditional operator, even with the
challenges they may face.

Keywords: MVNO (Mobile Virtual Network Operator), OMT (Traditional Mobile Operator),
User.

LISTA DE ABREVIATURAS
1. AUC – Authentication center ou Centro de autenticação

2. BSC – Base Sation Controller ou Controlador de Estações de Radio Base

3. BSS – Base Station System ou Sistema de Estações Base

4. BTS – Base Tranceiver Station ou Estação de Radio Base


5. CCC – Central de Comutação e Controlo

6. CRM - Customer Relationship Management ou Gerência de Relacionamento com Clientes.

7. EIR – Equipment Identify Register ou Registo de Identidade de Equipamento

8. ERB – Estação Rádio Base

9. GHZ – Giga Hertz

10. GSM – Global System Mobile ou Sistema Móvel Global

11. GSMA – GSM Association ou Associação do GSM

12. HLR– Home Location Register ou Registos de Assinantes Locais

13. IMEI – International Mobile Station Equipment Identity ou Identidade Internacional do


Equipamento Móvel

14. IMSI – International Mobile Subscriber Identity ou Identidade Internacional do Assinante


Móvel

15. INCM – Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique

16. MHZ – Mega Hertz

17. MS – Mobile Station ou Estação Móvel

18. MSC – Mobile-Services Switching Center ou Centro de Comutação do Serviço Móvel

19. MVNE - Mobile Virtual Network Enablers ou capacitador de operadora móvel virtual

20. MVNO – Mobile Virtual Network Operator ou Operador Móvel Virtual

21. OMC – Operational and Maintenance Center ou Centro de Manutenção e Operação

22. OMT – Operadora Móvel Tradicional

23. OSS – Operation Support System ou Sistema de Suporte a Operação

24. SGSN - Serving GPRS Support Node ou Nó de Suporte GPRS de Serviço


25. SMP – Serviço Móvel Pessoal

26. SMS – Short Message Service ou Serviço de Mensagens Curtas

27. TI – Tecnologia de Informação

28.UMTS – Universal Mobile Telecommunications Service ou Serviço Universal de


Telecomunicações Móveis

29. VAS – Value Added Services ou Serviços de Valor Adicionado

30.VLR – Visitor Location Register ou Registo de Assinantes Visitantes

31. GGSN – Gateway GPRS Support Node ou Gateway do nó de suporte GPRS


LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Penetração da telefonia móvel celular em Moçambique ................................... 6
Figura 2: Evolução do nível de subscritores 2011 - 2016 ................................................. 7
Figura 3: Estrutura de uma MVNO ................................................................................ 13
Figura 4: Configuração de uma rede celular MVNO...................................................... 14
Figura 5: Diagrama básico da rede GSM ........................................................................ 19
Figura 6: Etapas no estabelecimento de uma chamada ................................................... 22
Figura 7: Chamada de voz móvel - móvel ...................................................................... 23
Figura 8: Tarifação .......................................................................................................... 24
Figura 9: Acesso a dados ................................................................................................ 25

LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Tipo de tecnologia por operador ....................................................................... 8
Tabela 2: Tabela de correspondência de serviços e operadores em Moçambique ........... 8
Tabela 3: Modelos básicos de MVNO com a operadora ................................................ 13
INTRODUÇÃO
O presente trabalho faz uma abordagem sobre a implementação de operadoras móveis virtuais
(MVNO) em Moçambique seus desafios, riscos e oportunidades e, cujo objectivo geral é analisar
a acção de uma operadora móvel virtual em Moçambique. A metodologia usada será a descritiva,
pois com o passar do tempo verificou-se uma crescente evolução no mercado tecnológico
principalmente no ramo das telecomunicações.
No início surgiu o telefone fixo que é um meio de comunicação seguro e instantâneo de
estabelecimento de contacto directo sem a necessidade de intermediários embora com certa
limitação estrutural. Com o passar do tempo surge a telefonia celular sendo portátil e permitindo
não só o serviço de voz mas também o fluxo de dados, vídeos, imagens, áudio, etc.
Como resultado da massificação do mercado de telefonia celular é o surgimento de operadoras
de telefonia móvel, implicando a necessidade de fornecimento de novas bandas de frequências
para a entrada das referidas operadoras móveis virtuais. O espectro radioeléctrico é um recurso
escasso e consequentemente, o seu uso deve ser racionalizado.
As operadoras móveis virtuais são consideradas por muitos reguladores como uma forma de
incentivar a competição através da redução das barreiras de entrada mais críticas, relacionadas à
escassez de recursos físicos (espectro) e económicos (construção de rede de acesso) e surgem
como método de contenção do uso demasiado de frequências.

Uma MVNO é uma operadora do Serviço Móvel Pessoal (SMP) que consiste na prestação do
serviço móvel celular sem possuir uma rede própria, isto é, presta serviços que envolvam
comunicação multimédia, tais como voz, dados, áudio, imagens e vídeo através do uso da rede
de uma operadora tradicional utilizando também o espectro dessa operadora tradicional.
A MVNO deve ter uma marca forte, estrutura de atendimento ao cliente, vendas e marketing
porém, não necessita das áreas técnicas de desenvolvimento, como Engenharia e TI (Tecnologias
de Informação), devendo a mesma ser uma coligada de uma operadora tradicional, ocorrendo
assim uma espécie de “revenda” ou “aluguer” do serviço móvel, com partilha de receitas entre as
empresas envolvidas na parceria.
Este trabalho fala da capacidade de implementação do novo tipo de prestação de serviço público
de telefonia móvel (MVNO), como forma de colmatar alguns problemas criados com a limitação
técnica para entrada de novas operadoras móveis de forma tradicional, que seria a criação de
novas infra-estruturas como as Estações de Rádio Base (ERB), cabos, antenas, um local
específico operacional, etc., para que haja operação da mesma. A operadora móvel virtual tem
como foco aumentar a qualidade dos serviços e a competitividade entre as empresas do sector de
telecomunicações móveis, oferecendo serviço de valor agregado com baixo custo de
implementação e operação, tendo como objectivo alcançar toda a segmentação de usuários desde
as zonas urbanas, periurbanas e rurais através de processos simplificados com eficiência e
eficácia.

Entretanto, este trabalho foi desenvolvido em capítulos da seguinte maneira:

No capítulo I, trata-se da introdução, problema científico, objectivos, justificativa, factores de


motivação na escolha do tema e a metodologia utilizada ao longo do trabalho.

O capítulo II, fala do mercado da telefonia móvel em Moçambique, as operadoras existentes bem
como do surgimento das mesmas.

O capitulo III apresenta um breve historial das MVNO’s no que concerne ao seu surgimento bem
como o desenvolvimento, a sua estrutura, a caracterização das mesmas, suas vantagens e riscos e
as MVNO’s no mundo.

O capítulo VI, trata da partilha de recursos, implementação das MVNO, estabelecimento e


identificação de chamadas assim como a facturação, acesso a dados, operadora coligada,
sinalização móvel-móvel.

O capítulo V, aborda a parte legislativa e a necessidade de regulamentação das MVNOs Por fim,
no capítulo VI apresenta a conclusão e as referências bibliográficas.

I.1.1. Problema científico


O mundo actual está tendo uma explosão significativa no que concerne à área das comunicações
móveis. Actualmente, em Moçambique, existem três operadoras de serviço móvel celular
tradicional, a MCEL, a VODACOM e a MOVITEL sendo que, o surgimento das operadoras
móveis virtuais em Moçambique irá poderá proporcionar uma grande competição entre os
operadores que fornecem serviços móveis.

Com o presente trabalho, pretende-se por um lado analisar as diferentes estratégias que podem
ser desenvolvidas para a implementação de um operador móvel virtual em Moçambique no que
diz respeito a sua relevância bem como analisar o que poderá ser a operação no âmbito
legislativo.

A criação de uma operadora móvel virtual em Moçambique poderá conduzir à entrada de novos
agentes no mercado dos serviços de telefonia móvel, sendo assim será que o mercado das
operadoras móveis virtuais é atraente para o mercado de telefonia em Moçambique?

I.1.2.Objectivos

I.1.2.1.Objectivo Geral
- Analisar a implementação e impacto de uma operadora móvel virtual em Moçambique.

I.1.2.2.Objectivos Específicos
• Estudar e descrever o ambiente MVNO, com ênfase no ambiente do mercado móvel
moçambicano, destacando seu funcionamento e principais características;

• Descrever o impacto de uma operadora móvel virtual no mercado da telefonia móvel


moçambicana;

• Mostrar as possíveis dificuldades do funcionamento das MVNO´s em Moçambique,


tendo em conta os factores concorrenciais e questões regulamentares.

I.1.3.Justificativa
A evolução no mundo das telecomunicações é extremamente evidente nos anos actuais e a busca
constante no que diz respeito a qualidade nos serviços oferecidos aos vários usuários tem sido a
grande aposta dos operadores móveis, implicando na competição entre os operadores móveis. A
proposta de implementação das operadoras móveis virtuais irá aumentar essa competitividade
entre os operadores de telefonia móvel e proporcionará desta forma mais qualidade nos serviços
oferecidos, baixo custo e além do mais, um mercado diversificado e inovador favorecendo a
coesão e/ou o trabalho em equipa da operadora tradicional que será escolhida ou se oferecerá a se
tornar a operadora coligada da MVNO.
A implementação de uma operadora móvel virtual em Moçambique é um projecto inovador pois,
até a data não existe ainda nenhuma no mercado nacional oferecendo serviços do género e é mais
uma oportunidade de negócio, visto que o mercado das telecomunicações tem sido aberto. A
acontecer, irá agregar valor através dos inúmeros benefícios e ademais, tornará mais atraente o
mercado moçambicano de telefonia móvel.

I.1.4.Factores de motivação na escolha do tema


Suedan (2004) afirma que o futuro das telecomunicações apresenta desafios evolucionais, na
medida em que os avanços nas funcionalidades das plataformas de redes e na fabricação de
dispositivos cada vez mais simples e intuitivos por detrás de sistemas complexos de
telecomunicações, exigirão o desenvolvimento de novas tecnologias de componentes, software e
redes.

Segundo Advisor (2011) é importante notar que um dos grandes desafios das operadoras é
atender diferentes segmentos de mercado de forma personalizada.

Com o andar do tempo verificou-se que a base de clientes cresceu e um novo plano de serviços
pode significar melhoria na qualidade de atendimento aos clientes, o custo dos serviços, serviços
de valor agregado, etc.

Com a massificação no uso da telefonia móvel e consequentemente crescimento constante no


volume de tráfego de dados, disseminação dos telefones inteligentes, limitação de espectro
verifica-se certa dificuldade das operadoras tradicionais, empresas tais como provedores de
aplicações, fabricantes de aparelhos e integradores de soluções corporativas e o assinante que é o
cliente final possibilitando assim a entrada das MVNOs que poderão minimizar ou resolver esses
problemas.

Os operadores móveis virtuais conseguem actuar de forma especializada em um segmento


específico de mercado, beneficiando as operadoras tradicionais permitindo com que essa tenha
uma receita recorrente eliminando uma série de despesas com marketing, vendas, serviço de
atendimento, cobrança e logística, etc., sendo deste modo bastante lucrativas.
Em jeito de súmula as operadoras móveis virtuais, poderão oferecer seus serviços de forma
diferenciada no mercado moçambicano, atraindo clientes específicos e actuando como se fossem
operadoras móveis tradicionais, mesmo sem possuírem infra-estrutura própria para tal.

I.1.5.Metodologia
A metodologia é conceituada por Gil (1999), como sendo o conjunto de métodos e técnicas
adoptadas para a realização de uma pesquisa científica. Em relação ao método de abordagem, a
pesquisa será feita utilizando o método indutivo visto que parte do particular para o geral, isto é,
tem como objectivo um carácter descritivo através de estudo bibliográfico baseado de livros,
artigos científicos, internet e artigos do INCM usando desta forma objectos bibliográficos.
Foi usada também uma abordagem indirecta isto, porque fez-se o levantamento de todos os
dados possíveis sobre as operadoras móveis virtuais Assim para o presente trabalho, será
conduzida:
• Pesquisa documental: a qual colectar-se-á dados no que concerne á documentos como:
arquivos públicos, arquivos particulares (operadoras móveis tradicionais), fontes
estatísticas (fornecidos pelo INCM), etc. A pesquisa documental, difere da pesquisa
bibliográfica por utilizar material que ainda não recebeu tratamento analítico,
conservados em arquivos de Instituições.
• Pesquisa na Internet: consistiu na consulta de páginas na Internet que versam sobre o
tema em estudo de modo a recolher informações que poderão contribuir para o
aprofundamento do estudo, visto que existem poucas abordagens já editadas em obras
que abordam sobre o tema.
No ponto de vista dos objectivos far-se-á a pesquisa descritiva que tem como finalidade
observar, registar e analisar os fenómenos ou sistemas técnicos buscando a resolução de
problemas, melhorando as práticas através de entrevistas com peritos para a padronização de
técnicas e validação de conteúdo (Thomas, Nelson, Siverman, 2009). Após a colecta de dados,
realizou-se uma análise das relações entre as variáveis para uma posterior determinação dos
efeitos resultantes em uma empresa, sistema de produção ou produto.

O material documentado bem como as respectivas análises serão organizadas e apresentadas ao


longo da monografia.
CAPITULO II

II.1.O mercado de telefonia móvel moçambicano


Em Moçambique existem as seguintes companhias de telefonia móvel: a Mcel (Moçambique
Celular), a Vodacom e a Movitel.

Segundo DAI and Nathan Associates (2012) nos últimos anos tem havido um crescimento
notável no sector das telecomunicações em Moçambique. Em 1997 a introdução da telefonia
móvel pela empresa Mcel resultou num aumento significativo do acesso aos serviços de
telecomunicações com abertura da concorrência no sector de telecomunicações e atraiu novos
operadores a Vodacom e Movitel estando a operar as redes 2G e 3G.

Figura 1: Penetração da telefonia móvel celular em Moçambique

Fonte: www.incm.gov.mz

Em Moçambique, verifica-se uma subida significativa no que concerne á penetração da telefonia


móvel celular, principalmente no ano 2004 com a entrada de uma nova operadora, estendendo-se
até o presente ano. Onde existe uma aceleração no crescimento do mundo da telefonia móvel
com relação aos subscritores, a tendência das operadoras é a competitividade a fim de garantir
um crescimento acentuado no que diz respeito as suas receitas fazendo com que de uma forma
automática a economia do país cresça.
Associando esse conceito ao âmbito das telecomunicações extrai-se que quando há essa
expansão no mercado, a tendência é que as tarifas de telefonia móvel venham a sofrer uma
significante redução, podendo acentuar-se com o passar dos anos, devido ao maior nível de
competição. Exemplo das modificações na política das operadoras se dá no comportamento da
Mcel, que de forma ousada passou a cobrar de seus usuários o valor de 6MT para cada chamada
estabelecida para números de sua rede, independente da quantidade de minutos utilizados.
Segundo INCM (2016) houve uma significativa evolução no nível de subscritores como ilustra a
figura 2.

Figura 2: Evolução do nível de subscritores 2011 - 2016

Fonte:www.incm.gov.mz

A presença de novos operadores no mercado tem resultado na redução dos custos das chamadas
e também num maior acesso da população aos serviços e, consequentemente os níveis de
qualidade do serviço prestado por estes operadores são percebidos como não satisfatórios as
necessidades dos seus clientes, principalmente nas grandes cidades e nas horas de pico. Assim,
torna-se num desafio providenciar bons níveis de qualidade de serviço (QoS) e qualidade de
experiência (QoE) no ecossistema móvel sendo uma das principais prioridades do sector de
telecomunicações.

O Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique (INCM), sendo a autoridade reguladora


nacional, levou a cabo um estudo com vista no desenvolvimento de uma metodologia de trabalho
para avaliar numa base comparativa e equitativa, a qualidade dos serviços prestados pelas três
operadoras móveis no que concerne aos serviços de voz e de ligações inter-redes bem como de
intra-redes de SMS. Para implementação de MVNO em Moçambique primeiramente será feita
uma análise da evolução do mercado de telefonia móvel Moçambicano para que se possa
identificar janelas de oportunidade e eventuais riscos a serem mitigados.

Para isso, serão realizadas análises referentes ao potencial crescimento do mercado,


posicionamento das operadoras, tecnologias disponíveis, etc.

O quadro abaixo segue o tipo de tecnologia usada por cada operador e o número de estações de
base dos operadores móveis até 2016.

Tabela 1: Tipo de tecnologia por operador

Fonte:
www.incm.gov.mz

Segundo o INCM (2012), Moçambique além de possuir telefonia celular possui, serviços de
telefonia fixa, serviço de transmissão de dados e internet, serviço de transmissão por cabo e
serviço de valor acrescentado, como mostra a tabela 2.

Tabela 2: Tabela de correspondência de serviços e operadores em Moçambique

Serviços Operadores
Serviço fixo de telefone 1
Serviço de telefonia celular 3
Serviço de transmissão de dados e internet 21
Serviço de televisão por cabo 4
Serviço de valor acrescentado 15
Fonte: www.incm.gov.mz

CAPÍTULO III

III.1. MVNO – Breve Historial


(“As mudanças no mercado da telefonia móvel com a entrada das MVNO´s”, 2010, p.10) a
primeira tentativa das operadoras móveis virtuais surge na Escandinávia, onde três trabalhadores
do Service Provider Talkline juntaram-se e formaram a SENCE nos finais de 1997.
A SENCE inicia negociações com os principais operadores escandinavos para ter acesso às suas
redes, onde obteve um fracasso notável pois esses não favoreceram o aparecimento de um novo
entrante que directa ou indirectamente “roube” as suas posições no mercado alegando que a
regulação não estimulava directamente a isso, e sem um acordo de interconexão a SENCE não
podia fornecer os seus serviços.
A SENCE concluiu que os operadores móveis virtuais não podem operar sem a permissão dos
operadores móveis tradicionais ao acesso através das suas redes.
Em 1998 depois de muitas tentativas fracassadas a SENCE Communication também chamada de
Netsystem International conseguiu uma interconexão com as operadoras móveis na Escandinávia
pese embora não tivesse sucesso nos acordos comerciais que consideram a MVNO como uma
ameaça mesmo com o apoio do órgão regulador e a SENCE Communication faliu. Esse é um dos
riscos que os fornecedores de MVNO correm mas, retornou novamente ao mercado como um
provedor de serviços sem tentar novamente estender as fronteiras regulatórias.

III.1.1. Caracterização da MVNO


Uma MVNO usa a faixa de frequência de uma operadora tradicional de telefonia móvel
estabelecida no mercado. Em Moçambique temos as seguintes faixas de frequência na banda do
GSM de 900 MHz, 1800 MHz e UMTS/3G de 1900 MHz e 2100 MHz. Para os operadores de
telefonia móvel cujas bandas são licitadas pelo órgão regulador das telecomunicações, o Instituto
Nacional das Comunicações de Moçambique, são adquiridas através do preenchimento do
requerimento de radiocomunicações, anexação da cópia dos estatutos da entidade publicados no
Boletim da República (entidade legalmente estabelecida em Moçambique), anexação da cópia da
certidão de contribuição para a segurança social e a cópia de certidão negativa.
Segundo a Telecom (2016), em diversos países do mundo a penetração de celulares na população
começa a atingir a saturação. Em alguns deles, como Moçambique, esse número já ultrapassa a
metade da população, ou seja, existem mais celulares habilitados que habitantes.

Em África e em particular em Moçambique é notório o nível elevado de aderência ao serviço de


telefona celular, e cuja aderência poderá causar de certa forma, uma saturação fazendo com que
as operadoras tradicionais tenham de oferecer atractivos adicionais que gerem valor para os
usuários para que não vejam suas bases de clientes diminuírem devido a uma possível
ineficiência na gestão de seus clientes.

Por outra, as operadoras tradicionais com suas enormes bases de clientes não têm condições de
oferecer soluções específicas para diferentes tipos de usuários já que isso implicaria em altos
custos de marketing que vão contra o princípio de operar com ganhos de escala.

O aparecimento de MVNOs em todo mundo vem atender uma demanda por serviços mais
customizados e por uma maior identificação entre o usuário e a prestadora de serviços móveis.
Essa tendência parece um movimento natural de um mercado que em muitos países vem
atingindo a saturação.

Devido a essa saturação, fica ao critério das entidades regulatórias de alguns países, criar
condições legais para impedir que empresas de outros sectores possam operar serviços de
telecomunicações.

No que diz respeito a aspectos regulatórios, existem duas formas comuns para a implantação de
uma operadora móvel virtual MVNO: a negociação voluntária entre operadoras móveis
tradicionais e outras empresas interessadas em bases previamente definidas pela autoridade local
(órgão regulador do país, nesse caso o INCM) ou uma obrigatoriedade às operadoras de oferecer
acesso a interessados, como foi recomendado pelo órgão europeu (Telecom). Quando há
obrigatoriedade, é usual se definir uma percentagem de tráfego total a ser direccionado aos
terceiros.
Em caso citado por Dewenter e Haucap (2006), a Comissão Europeia pela primeira vez elaborou
uma directriz local aos órgãos reguladores no sentido de que as operadoras de um determinado
país abrissem acesso a sua rede para terceiros, como forma de intensificar a concorrência
(EUROPA, 2006), uma das recomendações de implementação de MVNO.
Segundo Sirat et al (2007), a GSMA vê os benefícios de iniciativas MVNO inclusive para as
operadoras, mas é contrária ao acesso forçado às redes dos licenciados. A GSMA (GSM
Association) é uma associação internacional de representação das operadoras tradicionais. Ela
representa mais de 500 operadoras e fornecedores de equipamentos e serviços de
Telecomunicações.
A directiva da Comissão Europeia no sentido de forçar a abertura de espectro de rádio, trouxe
vigor aos investimentos em MVNO na Europa embora essa determinação sofresse uma
resistência, na qual a GSMA foi a mais expressiva.
Criou-se deste modo, motivações para que as operadoras móveis tradicionais negociassem
voluntariamente com MVNOs. Pontuam três grupos de estratégias (Sirat et al., 2007):
• As direccionadas em segmentação - quando as MVNOs atendem clientes não atendidos
pelas operadoras tradicionais;
• As de utilização da rede - onde se busca economia de escala a um custo de aquisição
menor;
• As de produtos complementares - que não são oferecidos originalmente pela operadora.

Para manter um bom nível de competição, o regulador deve considerar os seguintes elementos
chaves a fim de manter uma boa competição a nível do mercado:

• Custo de Troca: esforços para reduzir este custo, principalmente através da portabilidade
numérica permitindo assim que mais usuários possam migrar livremente de operadoras
tradicionais para MVNOs;

• Compatibilidade: desincentivar a utilização de padrões tecnológicos ou de serviços que


não sejam práticas comuns no mercado local, pois este é outro elemento que gera
insegurança dos consumidores quanto à interoperabilidade dos serviços e sua
aplicabilidade aos aparelhos disponíveis;
• Intervenção: acompanhar de perto os movimentos entre operadoras tradicionais e
MVNOs e permitir actuação dos órgãos reguladores buscando controlos de preços entre
as partes ou mesmo obrigando as operadoras tradicionais a comercializar parte de seu
tráfego;

• Comunicação: mitigar a insegurança dos consumidores através de campanhas de


comunicação que demonstrem que as MVNOs fazem parte do mercado da mesma forma
que as operadoras tradicionais convencionais e que sua entrada promove maior
concorrência e melhor qualidade.

Banerjee e Dippon (2009) trazem uma abordagem que demonstra a natureza cooperativa das
MVNOs, ao defini-las como empresas que usam seus recursos para atingir os seus próprios
objectivos. Eles argumentam que as MVNOs não podem ser consideradas substitutas perfeitas
para as operadoras tradicionais pelo facto de endereçarem segmentos e serviços ignorados pelas
operadoras tradicionais. Eles consideram ainda dois factores críticos para levar a uma relação
voluntária entre MVNOs e operadoras tradicionais sem que haja necessidade de obrigação
regulatória que é: a reputação da marca da MVNO e a tarifa de atacado praticado pela operadora
tradicional.

III.1.2. Estrutura de uma MVNO


Para que uma MVNO funcione é necessário que contenha os seguintes componentes:

• OSS (Operation Support System – Sistema de Suporte a Operação) – é um conjunto de


sistemas que dá suporte a operação de uma prestadora de serviços de telecomunicações,
ou seja, eles dão suporte aos processos de interface com o cliente e costume care,
operação e desenvolvimento de serviços e gestão e redes e sistemas.

• VAS (Value Added Services – Serviços de Valor Acrescentado) – é a actividade que


acrescenta a um serviço de telecomunicações que lhe dá suporte e com o qual não se
confunde novas utilidades relacionadas ao acesso, ao armazenamento, á apresentação, á
movimentação ou á recuperação de informações. VAS não constitui serviço de
telecomunicações, classificando se seu provedor como usuário do serviço de
telecomunicações que lhe dá suporte. É assegurado aos interessados o uso das redes de
serviço de telecomunicações para prestação de serviços de valor adicionado;

• CRM (Customer Relationship Management) – é um sistema integrado de gestão com


foco no cliente, constituído por um conjunto de procedimentos ou processos organizados
e integrados num modelo de gestão de negócios, ou por outra é uma abordagem que
coloca o cliente no centro do desenho dos processos do negócio, sendo desenhado para
perceber e antecipar as necessidades dos clientes actuais e potenciais com o intuito de
supri-las da melhor forma.

• Billing (Facturação) – é acto de geração da nota fiscal e da factura telefónica, reúnem-se


todas as informações dos clientes como dados pessoais, uso dos serviços, dados ficais,
etc., para servirem de base para a consolidação da factura telefónica e nota fiscal. Este
processo deve garantir a disponibilização da factura aos clientes tanto para consulta de
seu uso quando para execução do pagamento pelos serviços prestados.

• Conteúdo e Aplicações - consistem em serviços e aplicações de informações,


assistências, conteúdos, predições e transacções.

• Marca e Distribuição – é um valor não mensurável que reflecte a história, percepção de


valor, vinculação de posse, lealdade aos princípios e uma relação pessoal.

Figura 3: Estrutura de uma MVNO

Fonte: www.teleco.com.br

Existem modelos diferentes que a MVNO pode adoptar, a tabela 3 apresenta três modelos
básicos de MVNO com a operadora.
Tabela 3: Modelos básicos de MVNO com a operadora

Modelo Rede OSS, VAS, Conteúdo Marca


CRM, Billing Aplicações Distribuição
1 Operadora Operadora Operadora MVNO
2 Operadora Operadora MVNO MVNO
3 Operadora MVNO MVNO MVNO
Fonte: www.teleco.com.br

Modelo 1: A MVNO actua como revenda colocando sua marca e distribuição e as demais
funções ficam com a operadora

Modelo 2: a MVNO actua como revenda colocando sua marca e distribuição e também oferece o
conteúdo e aplicações, a operadora fica por conta do OSS, VAS, CRM e Billing da operadora

Modelo 3: A MVNO se responsabiliza por toda a cadeia deixando apenas a rede e compra
minutos, SMS e dados da operadora. Esse modelo permite a operadora virtual móvel maior
flexibilidade porem faz necessário montar uma boa infra-estrutura que por sua vez reivindica
maior investimento.

A figura 4, mostra de forma clara a relação contractual entre o usuário móvel, a MVNO e a
operadora tradicional. O que distingue um operador móvel virtual de uma operadora tradicional
no que tange o cliente, seria a oferta de serviços.

Figura 4: Configuração de uma rede celular MVNO

Fonte: Tutorialmvno
III:2. Vantagens das MVNO´s e riscos para as operadoras móveis tradicionais

Uma das vantagens da MVNO para a operadora móvel tradicional é a possibilidade de aumentar
a receita e base de clientes com menor custo de aquisição, isto é, praticamente ampliar a base de
clientes a custo zero.

Segundo a telemoveis.com, os primeiros telemóveis chegaram ao continente africano, em 1989,


através da África do Sul que, nesse ano, era o único país a albergar uma empresa de telemóveis.
Na altura, apenas 4 mil pessoas possuíam telefonia celular, sendo que foi necessário passarem
sete anos para o mercado dos telemóveis em África atingir um milhão de utilizadores.

O próximo grande desafio para as empresas africanas de serviços de telemóveis reside na


capacidade de chegar às zonas rurais, onde milhões de pessoas ainda não possuem serviços
básicos, como a electricidade e a água corrente.

A introdução de uma certa portabilidade, e a chegada em 2006 do Virgin Mobile em África


especificamente em Angola, um fornecedor de serviços de rede virtual a operar em conjunto com
a Cell C, tem contribuído para aumentar ainda mais a concorrência e dinamizar o sector.
No continente africano, a África do Sul assume a liderança e posiciona-se como o quarto
mercado mundial com maiores taxas de crescimento desta indústria.
CAPÍTULO IV

IV.1. Partilha de infra-estruturas


De acordo com Vieira (2016) partilha de infra-estrutura é a utilização partilhada por dois ou mais
operadores de infra-estruturas, elementos ou recursos de redes de telecomunicações, cumprindo
objectivos de interesse público e visando a prestação de serviços ao utilizador final. Onde pode
ser a partilha de elementos de construção civil e não electrónicas de uma rede de
telecomunicações incluindo torres, postes, condutas, espaço em telhados, estruturas de apoio,
abrigos, fontes de fornecimento de energia, alarmes, ar condicionado, equipamento de
transmissão e/ou recepção ou outro equipamento utilizado ou útil para suportar ou melhorar a
prestação de serviços de comunicações tais como: linhas, cabos de transmissão, cabos de fibra,
de cobre e outros, equipamento de distribuição, transmissores, receptores, software, espectro.
A partilha para novos operadores é considerada um direito fundamental, devendo ser imposta e
com condições reguladas (ao nível dos preços).
Uma forma de partilha que tem sido incentivada para permitir uma alocação o mais eficiente
possível de um recurso escasso é a partilha do espectro que usualmente envolve a utilização do
mesmo tipo de espectro para a prestação de diversos serviços, aplicações ou tecnologias,
realizada na maioria das vezes via aluguer de espectro ou transmissão de espectro seja através de
licenças ou mesmo contractos entre operadores móveis.
Existem operadores que apresentam uma certa resistência no que diz respeito a partilha. Por isso,
existe uma forma que praticamente obriga-os a fazê-lo, que é a desagregação que está geralmente
associada a medidas de carácter impositivo que obrigam um operador a partilhar parte da sua
rede com outros operadores, no entanto, também poderá associar-se à construção de rede para
esta ser partilhada. Ela permite que operadores que entrem no mercado possam prestar os seus
serviços com muito menos investimento afundado, por exemplo, um operador pode começar por
alugar componentes de rede para prestar serviços em áreas nas quais nunca faria tal investimento
é o caso de um operador móvel virtual.
O INCM é também favorável a que operadores de telefonia móvel partilhem os seus recursos
pois trás consigo inúmeras vantagens.
Segundo a (“Partilha de infra-estruturas”, 2017), a partilha de recursos tem as seguintes
vantagens:
• Redução de custos de capital;
• Redução do time-to-market – a diminuição de barreiras à entrada aumenta a concorrência;
• Redução de despesas operacionais até 80% do custo estimado (partilha de custos de
manutenção, segurança e energia);
• Possível redução dos preços dos serviços (caso do Gana e da Nigéria, onde a entrada de
prestadores de serviços apenas dedicados à construção de infra-estruturas reduziu os
preços em 45% e 82%);
• Menor duplicação de infra-estruturas ;
• Menor impacto ambiental e
• Potencial de criar um mercado especialmente dedicado à construção de infra-estruturas.

E tem como desvantagens:


• Menor potencial de diferenciação;
• Maior potencial de acordos de divisão de mercado entre operadores (potencial
consequente exclusão de pequenos operadores);
• Riscos de abuso de posição dominante;
• Menor incentivo ao investimento;
• Maior potencial de litígio entre operadores e
• Risco de acesso a informação técnica sigilosa do outro operador.

IV.2.A implementação de uma operadora móvel virtual em Moçambique


Moçambique tem um forte potencial no ramo das telecomunicações onde tem–se verificado uma
disputa renhida por parte dos operadores de telefonia móvel. Sem que existam somente
operadoras tradicionais e nenhuma virtual a entrada de uma MVNO seria o pico no que concerne
a diversificação de serviços móveis, embora por ser algo novo pode ter um impacto negativo e
positivo dependendo da maneira em que os serviços serão promovidos aos clientes ou seja o “a
primeira impressão conta”.
O valor diferencial de um MVNO no mercado pode ser: oferecer um pacote completo de
serviços, incluindo serviços fixos e móveis, a marca se representa um valor diferencial para o
cliente, a personalização do serviço e os terminais ou a capacidade de oferecer um serviço mais
barato ao oferecido pelos operadores tradicionais.

Uma vez estabelecido o acordo com uma operadora tradicional, que fornece ao MVNO acesso à
infra-estruturas e recursos de rádio, o resto das actividades associadas à prestação do serviço
celular para o cliente final pode ser assumido pela MVNO.

Uma MVNO ao firmar contracto perante uma operadora tradicional para a utilização de sua rede
poderia ser capaz de baratear a cobrança de chamadas, a partir do momento em que adquire um
percentual elevado do tráfego da operadora tradicional, a tendência é que a MVNO o faça por
um preço inferior ao cobrado ao usuário comum. E por essa redução, poder-se-ia ofertar o
serviço de forma mais atractiva financeiramente aos destinatários finais.
Alguns aspectos cruciais para a estruturação de uma MVNO são:

• Proposição de valor atraente – estabelecer estratégias para que o público da MVNO


reconheça assim como valorize o serviço comercializado isto é, não estipular preços
muito acima dos do mercado sob risco de não correspondência das espectativas e
automática falência. O sucesso de um novo operador deve basear-se na sua capacidade de
oferecer aos seus clientes-alvo serviço de qualidade que atenda às suas necessidades em
termos de preço e / ou disponibilidade de valores adicionais (serviço ao cliente,
identidade de marca ou serviços de valor agregado) que fazem com que o cliente opte
pela contratação do serviço através de um operador.

• Controlo rígido dos custos operacionais – visto que uma MVNO pode passar anos para
que tenha retorno do investimento (ROI) empreendido devido a margem apertada em
relação a receita é necessário que a MVNO proporcione ofertas diferenciadas e
direccionadas ou seja identificar uma parte de usuários que não está sendo atendida pelas
operadoras tradicionais e focar se nela como forma de atingir o sucesso financeiro da
operação.
• Definição clara do alvo – sem a definição clara do alvo, haverá maior dificuldade na
concorrência com as operadoras tradicionais sendo assim é necessário que a MVNO
defina o público específico (Ex: camada juvenil) e oferecendo um serviço diferenciado
com planos de preços atraentes (Ex: promoção de chamadas de voz em um determinado
tempo).

• Excelência no atendimento ao cliente – quando há competitividade é indispensável á


uma operadora oferecer melhor atendimento possível aos seus clientes, isso está
relacionado aos pesados investimentos relacionados ao atendimento ao consumidor e,
deve haver muita inovação e criatividade.

• Cuidadosa elaboração de prestação de serviço com a operadora tradicional É


imprescindível a análise cuidadosa das condições do contracto para que se possa garantir
uma margem para uma operação rentável, a definição do preço a ser pago a operadora
tradicional pela capacidade da rede fornecida ou seja, de entre a Retail Plus e Cost Plus a
qual o modelo de tarifa a aderir sendo que, Retail Plus estabelece preços baseando no
usuário final isto é, preços de serviço final prestado pelo operador de rede da operadora
tradicional e a Cost Plus os preços são estabelecidos calculando os custos incrementais de
provisionamento dos serviços.

Sabendo que a MVNO usa a faixa de frequência de uma operadora móvel tradicional,e sendo
usado o sistema GSM dar-se-á a conhecer o diagrama básico da rede GSM.
IV.3. Diagrama básico rede GSM

Figura 5: Diagrama básico da rede GSM

Fonte: www.livrogratis.com

• Authentication Center (AUC) ou centro de autenticação é responsável pela autenticação


dos assinantes no uso do sistema. Ele está associado a um HLR e armazena uma chave de
identidade para cada assinante móvel registrado naquele HLR possibilitando a
autenticação do IMSI do assinante, e é também responsável por gerar a chave para
criptografar a comunicação entre MS e BTS;

• Home Location Register (HLR) ou registro de assinantes Locais é simplesmente a base


de dados que contém informações sobre os assinantes de um sistema celular;

• Visitor Location Register (VLR) ou registro de assinantes visitantes é a base de dados


que contém a informação sobre os assinantes em visita (roaming) a um sistema celular;

• Equipment Identity Register (EIR) ou registro de identidade do equipamento é a base de


dados que armazena os IMEIs dos terminais móveis de um sistema GSM.
• Mobile - Services Switching Centre (MSC) ou central de comutação e Controlo (CCC) é
a central responsável pelas funções de comutação e
sinalização para as estações móveis localizadas em uma área geográfica designada como
a área do MSC. O MSC encarregado de rotear chamadas para outros MSCs é chamado de
Gateway MSC;

• Mobile Station (MS) ou estação móvel é o terminal utilizado pelo assinante quando
carregado com um cartão inteligente denominado de SIM Card ou módulo de identidade
do assinante (Subscriber Identity Module), pois sem o SIM Card a MS não está associada
a um usuário e não pode fazer nem receber chamadas.

Segundo Cota (2000) para o usuário dispor do SIM Card é necessário que contracte os serviços
junto a uma operadora no qual, ao ser inserido em qualquer terminal GSM faz com que este
passe a assumir a identidade do proprietário do SIM Card. Ele armazena informações e um
número de 15 dígitos que identifica unicamente uma dada MS denominado IMSI ou Identidade
Internacional do Assinante Móvel (International Mobile Subscriber Identity). O terminal é
caracterizado por um número com 15 dígitos, mas atribuído pelo fabricante com a denominação
IMEI ou Identidade Internacional do Equipamento Móvel (International Mobile Station
Equipment Identity).

• Operational and Maintenance Center (OMC) ou centro de operação e manutenção é a


entidade funcional na qual a operadora monitora e controla o sistema.

• Base Station System (BSS) é o sistema encarregado da comunicação com as estações


móveis em uma determinada área. Formado por várias Base Transceiver Station (BTS)
que constituem uma célula e um Base Station Controller (BSC) que controla estas BTS´s.

IV.4. Estabelecimento de chamada para uma estação móvel


Passo 1: MSC/ VLR envia paging command para todas as BSCs pertencentes área local onde o
MS está locado.

Passo 2: BSC encaminha o paging command para todas as BTSs naquela área local de modo a
buscar o MS através do PHC
Passo 3: O MS responde á BTS via RACH e a BTS encaminha uma resposta w posteriormente á
MSC/VLR.

Passo 4: A BSC verifica se a BTS tem SDCCH disponível, se a resposta é sim a BTS concede o
canal de sinalização ao MS via AGCH.

Passo 5: Depois da conexão entre o MS e BTS por meio da sinalização do SDCCH3, a BSC
decide qual TCH deverá ser utilizado pelo transmissor para a comunicação, onde a conexão de
TCH é estabelecida entre o MS e BTS.

Figura 6: Etapas no estabelecimento de uma chamada

Fonte: www.livrogratis.com

IV.4.1. Identificação de chamadas e ou sinalização nas MVNO


A explicação abaixo, elucida a forma na qual serão feitas as chamadas, tarifadas , identificadas e
tráfego de dados.

IV.4.2.Sinalização Móvel-Móvel
Segundo tutorialgsm (2012) o assinante da MVNO inicia uma chamada para um assinante da
OMT (Operadora Móvel Tradicional), ao aceder a rede o assinante da MVNO é identificado e
verifica-se que o número de destino é um assinante da OMT então o MSC encaminha a
solicitação da chamada para a VMSC a qual consulta o V-HLR para saber se o assinante pode
executar uma chamada, quais serviços foram contractados, existência de créditos, etc e sinaliza
para o MSC para fazer a localização do mesmo, solicita ao terminal mudar do canal de controle
para um canal de conversação. Quando há uma confirmação o estabelecimento da chamada com
o atendimento da ligação pelo assinante da OMT, o VMSC informa o Billing Center para iniciar
a tarifação da mesma.
O monitoramento da chamada é feito pelos MSCs quando a chamada é finalizada, o terminal do
assinante da OMT envia um sinal de desligamento para o MSC, que encaminha este sinal de
desligamento à VMSC para que o canal inicialmente alocado seja liberado.

Figura 7: Chamada de voz móvel - móvel

Fonte: Tutorialmvno adaptada pelo autor

IV.4.3.Facturação
Segundo tutorialmvno (2012) assim que ocorre o completamento de uma chamada entre o
assinante da MVNO e outro assinante qualquer, o VMSC informa o Charging Gateway para dar
início a Facturação como ilustra a figura abaixo. A OMT também faz a facturação da mesma
chamada para ter o controlo do uso de sua rede, ao final de um período definido em contracto
pelas duas operadoras é feito o acerto financeiro através de um departamento criado por eles.
Figura 8: Tarifação
Fonte: Tutorialmvno adaptada pelo autor

IV.4.4.Acesso à Dados
De acordo com tutorialmvno (2012) quando o usuário da OMT faz acesso à dados temos como
exemplo a internet, a RNC sinaliza para a SGSN que cria uma conexão com o VGGSN
(Gateway GPRS Support Node) o qual estabelece o acesso entre o backbone da rede de pacotes e
o core da rede celular tal como ilustrado na figura abaixo. O VHLR é consultado para verificar o
perfil do assinante isto é, quais serviços foram contratados por ele.
Figura 9: Acesso a dados

Fonte: Tutorialmvno adaptada pelo autor

IV.4.5.Operadora Coligada
De acordo com turorialmvno (2012) a área de cobertura da MVNO também será igual à área de
cobertura oferecida pela rede da OMT, pois a rede de acesso será a mesma. Neste caso quanto
maior for a cobertura e a capacidade da rede de acesso da OMT maior também será a da MVNO.
Em jeito de súmula os clientes que irão aderir aos serviços da MVNO poderão ser atendidos com
qualidade e a redução de custos para chamadas de voz e acesso a rede de dados.
CAPÍTULO V

V.1. A necessidade de regulação das operadoras móveis virtuais


Segundo a Comissão de Mercado de Telecomunicações (2008) no que diz respeito ao acesso,
cada operador com poder de mercado significativo (OPS) possui a obrigação de fornecer a
terceiros devendo assim conceder acesso gratuito as interfaces técnicas ou outras tecnologias
indispensáveis para a interoperabilidade dos serviços, facilita as modalidades de
compartilhamento instalações, bem como fornecer os serviços necessários para assegurar a
interoperabilidade de os serviços de ponta a ponta oferecidos aos usuários de serviços de
telefonia móvel de operadores móveis virtuais bem como acesso a elementos e recursos
específicos da sua rede de rádio.

Os preços oferecidos a terceiros por operadores com poder de mercado significativo não podem
ser excessivos ou assumir para o agente envolvido pois, tal impacto em suas margens de
operações pode impedir a entrada da mesma como um operador eficiente.

As MVNOs não possuem direitos de utilização de frequências para a prestação do serviço


telefónico móvel, pelo que não estão sujeitos ao pagamento de taxas de utilização do espectro
sendo estas taxas pagas pela operadora tradicional.

Segundo o INCM, em Moçambique não existe ainda uma propostas nem material no que
concerne às MVNO’s, porém se houver um projecto de implementação de uma operadora móvel
virtual estarão preparados para monitorar as negociações com as operadoras móveis tradicionais
existentes em Moçambique sensibilizando a mesma á partilha voluntária dos recursos.

Segundo INCM as operadoras tradicionais devem adquirir Licença de âmbito nacional que serve
para o estabelecimento e operação de uma rede e fornecer serviços públicos de telecomunicações
móveis na qual é adquirida mediante o preenchimento de um formulário fornecido pelo INCM e
o pagamento de uma taxa, onde são atribuídas frequências no qual é oferecida a utilização
exclusiva do espectro de frequência na banda do GSM de 900 MHz, 1800 MHz e UMTS/3G de
1900 MHz e 2100 MHz ;

No seio das telecomunicações em Moçambique a legislação em vigor para a telefonias

é a seguinte:
• Lei n. º 8/04 de 21 de Julho (Lei de Telecomunicações);
• Resolução n.º 54/2006 (Estratégia das Telecomunicações);
• Decreto n.º 32/01 de 06 de Novembro (Estatuto orgânico);
• Decreto n.º33/01 de 06 de Novembro (Licenciamento e Registo);
• Decreto n. º 34/01 de 06 de Novembro (Interligação);
• Decreto n. º 35/03 de 09 de Setembro (Numeração);
• Decreto n.º 43/04 de 29 de Setembro (Infracção e Multas na Interligação);
• Decreto n. º 44/04 de 29 de Setembro (Altera o licenciamento e registo)
• Decreto n.º 63/04 de 29 de Dezembro (Taxas de radioeléctricas);
• Decreto n.º64/04 de 29 de Dezembro (Taxas telecomunicações;
• Decreto n.º 69/06 de 26 de Dezembro; (Regulamento do Fundo de Acesso Universal);
• Interligação - Lei nº. 8/2004, de 21 de Julho,
CONCLUSÃO
O presente trabalho teve como objectivo analisar a acção de uma operadora móvel virtual em
Moçambique.

A operadora móvel virtual utilizará a infra-estrutura da operadora móvel tradicional para atingir
um segmento de mercado que não é foco da operadora tradicional, onde a sua entrada no
mercado irá melhorar sensivelmente a diversidade de serviço e preços. Permitindo assim que o
cliente final seja favorecido pelos novos e específicos serviços prestados, que será mais adequada
às suas necessidades e desejos, sendo um investimento de grande potencial além das mudanças
profundas no sector das telecomunicações em Moçambique. Elas deverão tomar decisões
estratégicas e desenvolver propostas focadas nas necessidades do seu público-alvo a ser
atendido, de forma inovadora e convincente que lhes permitam responder da melhor maneira à
ascensão dos novos utilizadores no mercado, podendo para isso basear-se em experiências das
outras MVNO´s em outros países.

As operadoras móveis virtuais terão um impacto significativo por não existir nenhuma em
Moçambique até os dias de hoje e por ser algo novo que irá mexer com o mercado das
telecomunicações onde existem outros operadores de telefonia móvel embora não virtuais,
poderá enfrentar grandes dificuldades na sua implementação pois é dependente de infra-estrutura
de terceiros. Por sua vez, as operadoras tradicionais devem encarar a entrada das MVNO´s como
uma oportunidade para estimular o seu negócio.

Os agentes reguladores (no caso de Moçambique, o INCM) deverão mitigar e favorecer a entrada
das operadoras móveis virtuais, fazendo-se cumprir a lei de obrigatoriedade de partilha de
recursos. Um dos riscos da operação da operadora virtual é a não conseguir fechar um contracto
vantajoso com a operadora tradicional sob consequência de uma possível falência por falta de
rendimento fazendo com que esse ponto seja um dos factores críticos para o sucesso do
empreendimento e dessa forma deve ser realizada com cuidados adicionais.

PROPOSTAS DE CONTINUIDADE
Com a experiência obtida neste trabalho, foi possível perceber a necessidade de um levantamento
profundo no que diz respeito às MVNO´s existentes a nível no mundo e em particular no
mercado africano como ponto de partida para a escolha do modelo que mais se adequaria para o
actual mercado de telefonia moçambicano. Ademais, é de recomendar um estudo detalhado sobre
os vários indicadores (económicos, valor acrescentado, QoS,…) que tal implementação traria ao
mercado moçambicano Moçambique e um inquérito a uma amostra de usuários para se aferir
sobre a sua aceitabilidade com relação à entrada das MVNO´s neste mercado.

Uma das limitações encontradas foi a falta de dados para realização de uma parte do estudo,
documentos de pesquisa e a falta de informação junto da instituição de regulamentação em
Moçambique, acredita-se, por se tratar de um conceito novo no país.
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