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net/publication/372523300
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Ruben Manhiça
Eduardo Mondlane University
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All content following this page was uploaded by Ruben Manhiça on 22 July 2023.
FACULDADE DE CIÊNCIAS
MESTRADO EM INFORMÁTICA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
i
AGRADECIMENTOS
Até o mais seguro dos homens e a mais confiante das mulheres já passaram por um momento
de hesitação, por dúvidas enormes e dúvidas pequenas, que talvez nem merecessem ser
chamadas de dúvidas, de tão pequenas.
Desde que abracei o projecto e alguns dos tópicos específicos da minha pesquisa, tenho estado
constantemente a procurar em diversas comunidades online, sites e principalmente para o
Google Scholar, e cada vez que as páginas carregavam, as palavras que ecoam na minha mente
são as que outrora foram citadas por Isaac Newton: “Se vi mais longe, foi porque sempre me
apoiei em ombros de gigantes”.
Gostava de tecer através das próximas linhas, agradecimentos a todos que de alguma forma
contribuíram para a realização deste trabalho.
Começo por agradecer á minha família por me ter ajudado durante todo esse tempo e com
certeza sem eles não teria forças para iniciar e muito menos para terminar este trabalho.
À minha supervisora, Prof. Doutora Gertrudes Macueve, que acréditou em mim; que ouviu
pacientemente as minhas considerações partilhando comigo as suas ideias, conhecimento e
experiências e que sempre me motivou. Quero expressar o meu reconhecimento e admiração
pela sua competência profissional e minha gratidão pela sua amizade, por ser uma profissional
extremamente qualificada e pela forma humana que conduziu minha orientação.
Aos colaboradores da SIMO, Xava, Moovi, OLX, Ola Taxi e MZ NYELETI que de braços
abertos me receberam e me ajudaram fornecendo informações baseadas na sua experiência e
que foram bastante importantes para a realização do presente trabalho. A todos que dedicaram
pelo menos 5 minutos de suas vidas a responder aos longos inquéritos que preparei para a
recolha de dados desta dissertação, o meu muito obrigado.
ii
A Déborah Ventura que muito pacientemente ajudou-me em diversos momentos, mesmo não
entendendo de aspectos técnicos relacionados com o trabalho, mostrou enorme interesse e
empolgação pelo mesmo e seu apoio foi bastante importante para a recolha e organização dos
dados das entrevistas e inquéritos. Aproveito o mesmo parágrafo para agradecer também aos
meus amigos Timóteo Júnior, Herve Muneza e Fátima Albasini, porque com eles tive
oportunidade de debater aspectos técnicos e académicos ligados ao trabalho, e sempre se
mostraram disponíveis e com excelentes ideias para o trabalho.
A todos os meus amigos e familiares que mesmo seguindo caminhos diferentes, sempre se
fizeram presentes em minha vida por palavras de encorajamento através de sua experiência,
vivência pessoal e académica e pelos momentos de lazer que foram essenciais neste percurso.
iii
“O futuro dos dispositivos móveis é o futuro de tudo”
(Matt Galligan)
iv
RESUMO
Nos últimos anos, o dinheiro móvel tem sido reconhecido como uma das melhores
oportunidades de crescimento económico, redução da pobreza e estabelecimento de segurança
financeira em Africa e particularmente em Moçambique. Esses serviços podem se tornar uma
plataforma que transforma toda a economia da sociedade, uma vez que são adoptadas em em
toda a rede comercial, saúde, agricultura e qualquer outro sector. Além disso, enquanto os
telefones celulares se tornaram omnipresentes em todo o mundo, os serviços bancários não
conseguem ter a mesma pujança.
Este trabalho surge da necessidade urgente que se tem sentido na sociedade de fazer-se
pagamentos não presenciais e visa mostrar uma forma operacional de implementar uma solução
que se adeque a realidade Moçambicana. No presente trabalho, se faz uma análise e avaliação
do crescimento do sistema financeiro Moçambicano conjugando com o crescimento da
telefonia móvel e o desenvolvimento dos sistemas de pagamento móvel. Sobre a importância
do uso de uma plataforma integrada para pagamentos online, diversos autores apresentam as
inúmeras vantagens que uma plataforma de apoio ao comércio na Internet pode trazer. Com
base na observação participante, revisão documental, questionários e entrevistas, fez-se a
construção e implementação de um modelo de sistema de pagamento online que se baseia na
banca móvel em Moçambique, incluindo: (i) A análise do domínio Moçambicano, (ii) Os
requisitos funcionais e não funcionais para existência da plataforma, (iii) A análise de
objectivos, (iv) A análise e discussão da situação actual, (v) Avaliação através de um framework
de análise sobre as prespectivas de adopção (Neste caso em concreto a Teoria de Difusão das
Inovações de Rogers) e (vi) A proposta de solução para o problema.
Como principais conclusões deixadas pelo trabalho, destacam-se a necessidade de maior
abertura a soluções de interoperabilidade por parte das instituições financeiras e maior interesse
por parte dos desenvolvedores de sistema em criar soluções que envolvam o pagamento não
presencial. Em relação ao presente trabalho, existe a necessidade de serem conduzidos estudos
em diversas áreas porque o presente trabalho centrou-se apenas na parte tecnológica dos
sistemas de informação, carecendo de uma implementação no terreno, a tempo real, onde se
poderia testar tanto a adequação técnica quanto a usabilidade e aceitabilidade pelo grupo alvo.
This work arises from the urgent need that has been felt in society to make non-presence
payments and aims to show an operational way to implement a solution that fits the
Mozambican reality. In the present work it was possible to analyze and evaluate the growth of
the Mozambican financial system in combination with the growth of mobile telephony and the
development of mobile payment systems. On the importance of using an integrated platform
for online payments, several authors present the numerous advantages that an Internet trading
support platform can bring. Through observation, documental review and interviews, an online
payment system model was developed and implemented based on mobile banking in
Mozambique, including: (i) Analysis of the Mozambican domain, (ii) Functional and non-
functional requirements for the existence of the platform, (iii) The analysis of objectives, (iv)
The analysis and discussion of the current situation, (v) Evaluation through a framework of
analysis on the adoption perspectives (in this case, specifically, the Theory of Diffusion of
Innovations Of Rogers) and (vi) The proposed solution to the problem.
The main conclusions made by the work are the need for greater openness to interoperability
solutions by financial institutions and greater interest on the part of system developers in
creating solutions that involve non-face-to-face payment. Additionally, there is a need to
conduct studies in several areas, since the present study focused only on the technological part
of the information systems, lacking a real-time implementation in the field, where one could
test both the adequacy the usability and acceptability of the target group.
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 2-1: principais intervenientes no trabalho ..................................................................... 10
Figura 3-1 Inclusão e Exclusão Financeira, Adaptado de Banco de Moçambique (2013) ...... 13
Figura 3-2: Benefícios da Inclusão Financeira (Adaptado de Banco de Moçambique (2013)) 14
Figura 3-3 Subscritores de Telefonia Móvel (Por 100 pessoas) até 2015 ................................ 16
Figura 3-4 Utilizadores de Internet (Por 100 Pessoas) fonte: (Banco Mundial, 2016) ............ 18
Figura 3-5: Pilares e Aspectos da Inclusão Financeira. ............................................................ 20
Figura 3-6: Processo actual de pagamento no comércio electrónico em Moçambique............ 22
Figura 3-7: Sistemas de Dinheiro Móvel em Moçambique ...................................................... 24
Figura 3-8: Esquema de Vendas Online (adaptado de Acosta & Heindl (2008)) .................... 30
Figura 3-9: eGifM, retirado de (UTICT, 2010) ........................................................................ 33
Figura 3-10: Níveis de Interoperabilidade – Adaptado de (Veer & Wiles, 2008).................... 35
Figura 3-11 Curva de adopção de Rogers (2003) ..................................................................... 37
Figura 4-1 Sexo dos Participantes ............................................................................................ 39
Figura 4-2 Idade dos Participantes ........................................................................................... 39
Figura 4-3 Nível Académico dos Participantes ........................................................................ 39
Figura 4-4 Província dos Participantes ..................................................................................... 39
Figura 4-5 Sexo dos Participantes ............................................................................................ 40
Figura 4-6 Idade dos Participantes ........................................................................................... 40
Figura 4-7 Nível Académico dos Participantes ........................................................................ 40
Figura 4-8 Experiência dos Participantes ................................................................................. 40
Figura 4-9 Preferências em relação a quem deve fornecer o serviço de pagamento ................ 42
Figura 4-10 Resposta a pergunta se os utilizadores estariam disponíveis a fazer pagamentos
online ................................................................................................................................ 43
Figura 4-11 Razões pelas quais utilizaria a conta móvel para fazer pagamentos online.......... 43
Figura 4-12 Aspectos Importantes em relação ao provedor de serviços .................................. 43
Figura 4-13 Onde os utilizadores se colocam em relação a curva de adopção ........................ 45
Figura 4-14 Onde os desenvolvedores se colocam em relação a curva de adopção ................ 46
Figura 4-15 Onde as pessoas sentem-se mais a vontade para fazer pagamentos ..................... 48
Figura 4-16 – Diagrama de casos de Uso do Modelo proposto................................................ 49
Figura 4-17 Ciclo geral do processo de pagamento online pelo framework proposto ............. 50
Figura 4-18 Processo de Integração por mensagens ................................................................. 52
Figura 4-19 Quantidade de SMS enviadas no processo de testagem do Modelo ..................... 53
Figura 4-20Quantidade de SMS recebidas no processo de testagem do modelo ..................... 53
Figura 4-21 Diagrama Entidade-Relacionamento do diafaan SMS Adapter ........................... 54
Figura 4-22 Fluxo de pagamento através da rede única de pagamentos .................................. 55
LISTA DE TABELAS
Tabela 3-1 Distritos Cobertos Pela Rede de Telefonia Móvel ................................................. 16
Tabela 4-1Análise comparativa da adopção no ponto de vista dos utilizadores ...................... 56
Tabela 4-2 Análise comparativa da adopção no ponto de vista dos programadores ................ 56
vii
LISTA DE ABREVIATURAS
Abreviatura Significado
API Application Programming Interface (Interface de Programação de
Aplicações)
ATM Máquina de pagamento automático
BIM Banco Internacional de Moçambique
BM Banco de Moçambique
BNU Banco Nacional Ultramarino
BPD Banco Popular de Desenvolvimento
CGAP Grupo Consultivo de Assistência aos Países Pobres
COD Cash On Delivery (Dinheiro na Entrega)
CVV Código de verificação do cartão
EDSF Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Sector Financeiro
eGIFM Quadro de Interoperabilidade do Governo de Moçambique
EIF Quadro Europeu de Interoperabilidade
EMOTEL Empresa Moçambicana de Telecomunicações, SARL
ENIF Estratégia Nacional para a Inclusão Financeira
INCM Instituto Nacional de Comunicações de Moçambique
ISO International Standart Organization (Organização Internacional de
Padronização)
ISP Provedor de Serviço de Internet
mCel Moçambique Celular
PRE Programa de reabilitação económica
REST Transferência de Estado Representacional
SGBD Sistema de Gestão de Base de Dados
SMS Serviço de mensagens curtas
TDM Telecomunicações de Moçambique
TI Tecnologia de Informação
TMM Telecomunicações Móveis de Moçambique
UEM Universidade Eduardo Mondlane
USSD Unstructured Supplementary Service Data (serviço de dados
suplementares não estruturados)
UTICT Unidade Técnica de Implementação da Política de Informática
VBV Verified By VISA (Verificado pela VISA)
WB Banco Mundial
viii
GLOSSÁRIO DE TERMOS
O presente glossário apresenta alguns conceitos que são tratados ao longo do trabalho e a
interpretação que o autor tem dos mesmos.
Termo Significado
Pessoa ou negócio que é contratado para facilitar as transacções para os
utilizadores do serviço bancário. As operações mais importantes que estes
Agente Bancário realizam são o cashin e o cashout (Depósitos e Levantamentos); Em muitos
casos, os agentes são também responsáveis pelo registro de novos clientes.
Agentes geralmente ganham comissões para realizar esses serviços.
Acesso a conta bancária através de um dispositivo móvel que tenha associado
Banca Móvel
a este um número de celular; com possibilidades de iniciar transacções.
Uma conta que é primariamente acedida através de um dispositivo móvel que
Conta Móvel
tenha associado a este um número de celular
Um serviço em que um dispositivo móvel é usado para aceder a serviços
financeiros. De onde é possível fazer enumeras operações de pagamento de
bens e serviços usando uma carteira electrónica. Em Moçambique dinheiro
Móvel é tratado como dinheiro electrónico, e de acordo com a alínea f) do
Dinheiro Móvel artigo 3 do aviso 6/GBM/2015 do Banco de Moçambique, este pode ser
definido como “O valor monetário, na acepção dada pelas instituições de
moeda electrónica (Alínea i) artigo 2 da Lei 9/2004 de 21 de Julho) que: Se
encontre armazenado num dispositivo electrónico ; e seja aceite como meio
de pagamento por outras entidades que não a emitente
O saldo do dinheiro electrónico, que um agente pode aceder imediatamente
Float para atender às demandas dos clientes para comprar ou vender dinheiro
electrónico.
Um movimento de dinheiro que é feito de uma conta móvel, ou é iniciado
usando um dispositivo móvel. Às vezes, o termo pagamento móvel é usado
Pagamento Móvel
para descrever apenas transferências para pagar por bens ou serviços através
de celular
É uma forma de pagamento que é usada na Internet em transacções de
comércio electrónico que pode ser feita através de cartões de crédito ou debito,
Pagamento Online
agregadores de pagamento ou qualquer outra forma que o banco determinar
que não obrigue que o vendedor e o comprador estejam no mesmo local físico
Os Stands virtuais são geralmente sites de classificados de diversos tipos de
Stands virtuais productos e serviços que proporciona aos seus utilizadores uma forma mais
rápida, cómoda e eficaz de comprar e vender na Internet.
Uma entidade que compra dinheiro electrónico de um provedor de serviços
Super-Agente bancários móvel em atacado e, em seguida, revende aos agentes, que, por sua
vez, vendêm aos utilizadores finais.
ix
ÍNDICE
RESUMO ................................................................................................................................... v
ABSTRACT .............................................................................................................................. vi
LISTA DE FIGURAS .............................................................................................................. vii
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................. vii
LISTA DE ABREVIATURAS ................................................................................................viii
GLOSSÁRIO DE TERMOS ..................................................................................................... ix
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 1
1.1 Motivação ...............................................................................................................................3
1.2 Importância do Estudo ............................................................................................................4
1.3 Delimitação do Estudo ............................................................................................................5
1.4 Objectivos ...............................................................................................................................6
1.4.1 Objectivo Geral ..................................................................................................................6
1.4.2 Objectivos Específicos .......................................................................................................6
1.5 Questões de pesquisa ..............................................................................................................6
1.6 Organização da Dissertação ....................................................................................................7
2. METODOLOGIA ............................................................................................................... 8
2.1 Tipologia do Projecto..............................................................................................................8
2.2 Abordagem .............................................................................................................................8
2.3 Recolha de dados ....................................................................................................................9
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................................... 11
3.1 Do Surgimento da Banca a Inclusão Financeira em Moçambique .......................................11
3.2 Historial sobre a Telefonia Móvel em Moçambique ............................................................15
3.2.1 Cobertura ..........................................................................................................................16
3.3 Acesso a Internet ...................................................................................................................17
3.4 Banca Móvel .........................................................................................................................18
3.4.1 Banca Móvel em Moçambique .........................................................................................19
3.4.2 Uso dos serviços financeiros móveis para pagamento de bens e serviços .......................21
3.4.3 Banca Móvel em de Moçambique ....................................................................................23
3.5 Pagamentos Online ...............................................................................................................26
3.5.1 Como são feitos os pagamentos no comércio electronico actualmente? ..........................27
3.6 Gateway de Pagamento .........................................................................................................30
3.7 Segurança em Sistemas de Pagamento Online .....................................................................31
3.8 Interoperabilidade de Sistemas de Informação .....................................................................32
x
3.9 Teoria de difusão das Inovações ...........................................................................................35
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS .......................................................... 39
4.1 Enquadramento da teoria das difusões das inovações de Rogers com o trabalho ................40
4.2 Problemas com o processo actual de pagamentos online .....................................................41
4.3 Sobre o uso de sistemas de pagamento móvel para pagamentos de bens e serviços ............42
4.4 Alternativas usadas localmente para pagamentos online ......................................................44
4.5 Questões no inquérito sobre a adopção de plataformas de pagamento online ......................45
4.5.1 Factores críticos sobre adopção de uma plataforma única de pagamentos online............46
4.6 Proposta de modelo de plataforma única para pagamentos online .......................................47
4.6.1 Proposta de plataforma de Interoperabilidade ..................................................................48
4.7 Discussão de resultados da pesquisa .....................................................................................55
4.7.1 Sobre o ambiente Moçambicano ......................................................................................56
4.7.2 Análise comparativa entre os dois modelos de interoperabilidade propostos ..................56
4.7.3 Principais desafios para o uso da plataforma: ..................................................................57
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ........................................................................ 58
5.1 Conclusões ............................................................................................................................58
5.2 Recomendações e trabalhos futuros ......................................................................................59
6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 60
7. APÊNDICES .................................................................................................................... 64
xi
1. INTRODUÇÃO
Desde tempos remotos o Homem sempre se preocupou em produzir o suficiente para a sua
subsistência e assim que a mesma estava assegurada focava-se em produzir um excedente com
a finalidade de trocar ou vender e desta forma nasce o comércio. De acordo com Barral (2007)
estima-se que conceito de comércio como é conhecido hoje em dia vem desde a altura dos
Homens das cavernas, mas nesse período, ele era feito somente através de trocas de produtos
e mais tarde é que foram inventadas as moedas. Para realizar estas operações mesmo antes da
existência das moedas existiam pessoas que guardavam os excedentes de alguns ou que davam
emprestado a outros para posteriormente cobrarem alguma comissão pelo serviço prestado.
De acordo com Sozinho (2008) existem diversas divergências sobre a história do surgimento
da banca, porém estima-se que o conceito de banco como conhecemos hoje em dia tenha
surgido em 1800 AC na Babilónia. Nessa época agiotas faziam empréstimos para as pessoas e
tendo este conceito sido efectivado com o advento das primeiras moedas, as quais tiveram
origem por volta de 5 séculos AC em diversos países desenvolvidos da antiguidade como na
Lídia (Ásia Antiga) e Argus (Grécia).
O conceito de banco foi amadurecido com os impérios gregos e romanos onde já se faziam
empréstimos e depósitos, aliás a influência disso pode ser vista até em algumas passagens da
narrativa da bíblia judaico-cristã como por exemplo quando Jesus supostamente expulsou os
cambistas do templo em Jerusalém, ficando claro que mesmo no período no qual os livros do
novo testamento da bíblia foram escritos, já havia uma noção sobre o conceito de banca.
Segundo Sozinho (2008) o BNU (Banco Nacional Ultramarino) que era um banco emissor para
as ex-colónias e funcionava como uma dependência do Banco de Portugal (banco central
português) foi a instituição que inicialmente actuou como banco central em Moçambique. Em
17 de Maio de 1975 na sequência dos acordos de Lusaka foi fundado o Banco de Moçambique
(BM) e todo património do BNU foi revertido a favor do BM, e a 16 de Junho de 1980 foi
criado o Metical como moeda oficial da República de Moçambique em substituição do Escudo
Português. De acordo com a Lei nº 1/92 de 3 de Janeiro, chamada de Lei Orgânica do Banco
de Moçambique, o BM tem as seguintes funções: Banco do Estado; Conselheiro do Governo
1
no domínio financeiro; Orientador e controlador das políticas monetária e cambial, gestor das
disponibilidades externas do país, intermediário nas relações monetárias internacionais e;
supervisor das instituições financeiras que operam no território nacional.
Actualmente com o advento da telefonia móvel e com base na sua maior capacidade de
penetração em zonas rurais principalmente, surge a banca móvel que veio fechar um grande
vazio que existia tanto no sector informal assim como no formal no que toca ao acesso a
serviços financeiros.
Apesar do advento da banca (incluindo os serviços bancários móveis) e até com o surgimento
de uma rede única que interliga todos os bancos, segundo entrevistas efectuadas com
desenvolvedores de software, ainda não existem modelos de soluções do nível de integração
de sistemas de pagamento que permitam que seja possível realizar-se pagamentos com
reconciliação automática em serviços de e-commerce. Este é um sector que como consequência
directa da globalização, dia após dia apresenta um número crescente de interessados dentro da
sociedade Moçambicana devido as diversas vantagens que o modelo apresenta.
As soluções que o mercado Moçambicano oferece são em maior parte baseadas em troca de
ficheiro, o que faz com que as reconciliações de pagamentos de serviços oferecidos aos
implementadores de soluções de e-commerce não ocorram em tempo real. As soluções
internacionais como por exemplo o Paypal1 apresentam grandes limitações quanto a
1
Paypal é uma empresa norte-americana que opera um sistema de pagamento online baseado em endereço de
correio electrónico, em todo o mundo que suporta transferências de dinheiro online através de cartão de crédito e
serve como uma alternativa eletrônica aos métodos tradicionais, como cheques e ordens de pagamento.
2
implementação e a custos de transações, moeda usada e demora para que o dinheiro esteja
disponível ao provedor de serviços.
1.1 Motivação
A velocidade dos serviços que permitem aos consumidores realizar operações bancárias e de
pagamento em seus dispositivos móveis tem feito parte da realidade moçambicana na
actualidade, com o advento do e-commerce esta necessidade de poder realizar pagamentos de
forma eficiente e segura tem sido bastante notória na medida em que, a falta de sistemas que
permitam o pagamento de bens e serviços em Moçambique através de sistemas de pagamento
que são de maior acessibilidade aos Moçambicanos, tente a impactar negativamente a qualquer
desenvolvedor de software que pretenda criar algum serviço de e-commerce.
Segundo Aker & Mbiti (2010), o celular é o dispositivo móvel mais acessível a todas as classes
sociais na África Subsaariana e actualmente este tem sido integrado em praticamente todo tipo
de sistemas que interage com as pessoas devido a facilidade de aquisição que o mesmo tem
ganhado na sociedade. Desta forma o trabalho irá se focar no desenvolvimento de um modelo
de solução local que possa resolver o problema de pagamentos online e que permita que
desenvolvedores de software possam acoplar as suas aplicações, mecanismos que permitam
que seja possível efectuar-se pagamentos online. Com o crescimento dos utilizadores dos
serviços de dinheiro móvel, tornasse importante realizar estudos sobre como estes serviços
podem ajudar a flexibilizar os processos de negócios.
2
Gateways de Pagamento são interfaces utilizadas por empresas de e-commerce que servem para a transmissão
de dados entre clientes, comerciantes e seus bancos.
3
este pode continuar a oferecer mais soluções a nível de pagamento de bens e serviços.
Actualmente em Moçambique tem surgido empresas e jovens empreendedores que têm de
alguma forma apresentado soluções de software a diversos problemas que afligem a sociedade.
Porém, segundo entrevistas com estes, um dos maiores entraves que têm encontrado, reflecte-
se nos meios de pagamento disponíveis. De acordo com uma entrevista conduzida no decorrer
desta pesquisa, mais de 300.000 utilizadores acedem diariamente ao site OLX para realizar
compras. Entretanto, apesar dos diversos esforços para a integração de serviços financeiros,
ainda não existe um foco na criação de APIs3 que forneçam serviços de front-end para quem é
desenvolvedor de aplicativos de forma que estes possam ter soluções de pagamento acopladas
internamente aos seus sistemas.
Os meios de pagamento sem dinheiro físico têm-se mostrado bastante eficientes na resolução
destes tipos de problema, porque eles tendem a resolver o problema de gestão por parte de
quem fornece os serviços e ao mesmo tempo se mostram como mais cómodos para os utentes.
Compras online permitem aos consumidores comprar mercadorias de todo o mundo sentados
no conforto de suas casas. Da mesma forma, permite a comerciantes venderem seus produtos
3
Application program interface (API) é um conjunto de rotinas, protocolos e ferramentas para a construção de
aplicativos de software. Uma API especifica como os componentes do software devem interagir.
4
para todo o mundo também a partir de casa. E com vista a aproveitar, as diversas possibilidades
que a Internet e a telefonia móvel têm oferecido, que muitos desenvolvedores de sistemas tem
criado soluções baseadas em eCommerce ou em instituições do estado com o eGovernment
que permitem flexibilizar processos e reduzir as demoras no atendimento. Mas ainda assim, o
grande nó de estrangulamento tem sido a de parte pagamento, que de maneira geral é feita na
base de reconciliação manual. A reconciliação manual não permite que as confirmações de
pagamento sejam feitas imediatamente, é sempre preciso que o comprador faça o pagamento e
que o vendedor, vá a sua conta bancária e verifique se o pagamento efectivamente ocorreu,
posto isso o vendedor confirma o pagamento manualmente.
Este estudo irá contribuir para investigações que serão conduzidas nas áreas de inovação
financeira e intermediação. Também visa fornecer aos empresários, operadores de redes de
telefonia móvel, políticos e outras partes interessadas um framework para a compreensão de
como os serviços bancários móveis podem ajudar a flexibilizar processos de pagamento.
O serviço de dinheiro móvel engloba várias partes interessadas, tais como instituições
financeiras, prestadores de serviços e comerciantes. Este estudo tem como objectivo trazer uma
visão externa em relação instituições que prestam serviços bancários móveis e de que impactos
podem advir na realidade Moçambicana.
Este trabalho irá se focar mais nos serviços financeiros móveis porque, como foi aqui
argumentado a procura constante por maior facilidade de comunicação fez com que
dispositivos móveis se expandissem e fossem cada vez mais alvo das pessoas que querem fazer
o maior aproveitamento do tempo disponível sem ter que se locomover.
O âmbito do presente trabalho é de nível nacional, porém o estudo foi executado na cidade de
Maputo para se poder colher a visão do meio urbano, sendo que alguma informação relacionada
com agentes bancários móveis foi recolhida a nível de distritos da província de Inhambane para
poder-se se ter uma visão do meio rural. Estes dois pontos foram selecionados na base de
conveniência devido a facilidade de acesso aos utilizadores de serviços financeiros móveis,
desenvolvedores de aplicativos.
5
1.4 Objectivos
Propor um Modelo de uma plataforma integrada baseada na banca móvel para pagamento
de bens e serviços no contexto do comércio electrónico em Moçambique.
a) Quais são os modelos de troca de informação entre sistemas que podem ser usados por
desenvolvedores de software que possam permitir o uso de sistemas de pagamento
móvel em transações na Internet em tempo real?
b) Que desafios existem actualmente para implementação da interoperabilidade entre os
diversos sistemas de pagamento móvel?
6
1.6 Organização da Dissertação
7
2. METODOLOGIA
Este capítulo apresenta a arquitectura do trabalho de investigação, fazendo a ligação entre o
desenho, recolha de dados e actividades de análise às questões de investigação e assegura que
a agenda do trabalho seja completamente abordada. Neste capítulo irá se abordar critérios que
trarão a credibilidade, utilidade e viabilidade do estudo, onde de acordo com Hedrick, et al
(1993) estes três factores devem, portanto, ser também considerados para realizar a pesquisa
com qualidade, sendo que:
Devido a sua natureza, classifica-se o presente trabalho como sendo exploratório, porque o
trabalho visa trazer informações sobre como pode ser desenvolvido um modelo pagamento de
bens e serviços na Internet e como este se encaixa no contexto específico de Moçambique.
Segundo Freitas & Jabbour (2011) os estudos exploratórios são todos aqueles que buscam
descobrir ideias e soluções, na tentativa de adquirir maior familiaridade com fenómeno de
estudo, sendo que no presente trabalho, faz-se uma discussão sobre as soluções para o problema
de pagamentos online.
2.2 Abordagem
Classifica-se o presente trabalho como sendo uma pesquisa qualitativa, pois de acordo com
Menezes (2005) a abordagem qualitativa apresenta como características principais, o facto de
o investigador ser o instrumento-chave da pesquisa; o ambiente é a fonte dos dados, tem caráter
descritivo, o resultado não é o foco da abordagem, mas sim o processo e seu significado, ou
seja, o principal objectivo é a interpretação do fenómeno objecto de estudo. O presente trabalho
não se fundamenta em dados e análises estatísticas, hipóteses e nem de experimentos para
validação do modelo construído, se focando mais na parte da construção do modelo com base
em comparações de desempenho baseadas em modelos teóricos.
8
2.3 Recolha de dados
Durante o presente trabalho, foram usados os seguintes métodos para a recolha de dados:
Observação Participante: A observação, foi participante que de acordo com Zanelli
(2002) a observação é realizada em contacto directo, frequente e prolongado do
investigador, com os actores sociais, sendo assim o próprio investigador o instrumento
de pesquisa. Requer a necessidade de eliminar deformações subjectivas para que possa
haver a compreensão e interacções entre sujeitos em observação. A escolha deste
método se deve em grande parte pelo facto de combinar com a abordagem qualitativa,
e também como forma de melhor aproveitar e gerir todos conhecimento que o autor
tem à priori sobre o domínio do caso em estudo.
Questionários: De acordo Tuckman (2000) o questionário é um método que permite a
recolha de informação directamente de um interveniente através de um conjunto de
questões organizadas segundo uma determinada ordem. Estas podem ser apresentadas
ao respondente de forma escrita ou oral.
Entrevistas: considera-se entrevista como sendo uma espécie de intercâmbio entre
duas pessoas, com o intuito de obter uma determinada informação relacionada com
processos. No presente trabalho foram feitas entrevistas a 2 tipos de intervenientes:
intervenientes no sistema bancário que de alguma forma trabalhem com banca móvel e
desenvolvedores de aplicativos relacionados com o comércio electrónico.
De acordo com o tipo de pesquisa realizada e com a finalidade de responder alguns dos vários
aspectos relacionados ao uso dos serviços de pagamento móvel foram desenhados dois
questionários, e foi usada a amostragem não probabilística por conveniência pois a população
do estudo não pode ser claramente enumerada e a presente pesquisa não ser quantitativa.
9
Bancos
Desenvolvedor
Utilizadores Intervenientes
es de Software
Comércio
Electrónico
10
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Neste capítulo procura-se apresentar todos os marcos teóricos que fazem este tema ter a
importância que a ele é dado no presente trabalho. Este capítulo começa mostrando o marco
teórico sobre a origem da telefonia móvel no país e como a mesma evolui até abraçar serviços
financeiros, depois é feita uma avaliação de outros estudos que foram efectuados sobre este
tipo de tema e faz-se as escolhas dos frameworks de pesquisa que serão usados na pesquisa.
Antes da independência onde o país contava com cerca de dez bancos comerciais que
tinha como banco central o BNU (Banco Nacional Ultramarino) que na verdade
funcionava como uma dependência do Banco de Portugal (banco central português),
portanto sem nenhuma autonomia;
Desde a independência até 1987 foram criados o Banco de Moçambique (BM) que
nessa altura funcionava como banco regulador e banco central e o Banco Popular de
Desenvolvimento (BPD);
O período após a introdução do Programa de Reabilitação Económica (PRE) que dentre
várias acções destaca-se o facto de o Banco de Moçambique ter passado a exercer única
e exclusivamente as funções de Banco Central de Moçambique e deixar de ser um
banco comercial.
De acordo com Gove (2013) um dos marcos fundamentais na evolução do sistema bancário
Moçambicano foi a separação institucional das funções comercial e de banco central que
vinham sendo assumidas pelo Banco de Moçambique (BM), com a aprovação da Lei n.º 1/92,
de 03 de Janeiro. Com a regulamentação da constituição e funcionamento das instituições de
11
crédito através da Lei n.º 28/91, de 31 de Dezembro, foi possível o surgimento de mais
instituições de crédito.
Depois, o sistema financeiro passou por um período de bancarização, onde o banco central
passou a assumir o papel de regulador e os bancos comerciais adoptaram estratégias de
expansão de maneira a estarem em todo o país.
Desta forma a Figura 3-1 adaptada de Banco de Moçambique (2013) mostra as formas de
exclusão ou inclusão financeira que a população pode sofrer.
12
Não precisam
Discriminação
Ausência de uso
dos serviços
financeiros formais
Aspectos contratuais
informação
Exclusão
Involuntária
Preço/Características dos
produtos
Os benefícios da inclusão financeira não são significativos apenas para os indivíduos, mas para
as economias também. A inclusão financeira está ligada ao desenvolvimento económico e
social de um país, e desempenha um papel na redução da pobreza extrema (CGAP, 2016). A
Figura 3-2 mostra os benefícios que a inclusão financeira pode trazer na sociedade, fazendo
uma interligação entre 4 dimensões nomeadamente: Acesso, em que o foco é o nível de
disponibilidade de serviços e productos financeiros formais a sociedade; Uso em que o foco é
a continuidade do uso dos serviços por parte das pessoas; Bem-estar com enfoque no impacto
directo que os serviços tem no quotidiano das pessoas; e Qualidade que interrelaciona a
relevância dos serviços nas necessidades dos consumidores.
• Disponibilidade de • Usufruto e
serviços e produtos permanencia no uso
financeiros formais de serviços
(CGAP, AFI e WB) financeiros (CGAP
e AFI)
Acesso Uso
Bem-Estar Qualidade
O debate sobre as estratégias para a expansão da bancarização e inclusão financeira ficou ainda
mais interessante com o surgimento da telefonia móvel no país, a secção 3.2 apresenta a história
da telefonia móvel no país, e na secção 3.4 apresenta-se como esta telefonia móvel apresenta
um solução que tem contribuído muito para a inclusão financeira de muitos Moçambicanos.
14
3.2 Historial sobre a Telefonia Móvel em Moçambique
A telefonia móvel surge em Moçambique em Setembro de 1997 com uma empresa designada
Telecomunicações Móveis de Moçambique, Ltd (TMM), esta empresa era uma joint venture
entre a empresa Moçambicana Telecomunicações de Moçambique (TDM) e a empresa alemã
Detecon International GmbH.
Segundo Chutumia (2010) nesta parceria, a empresa Moçambicana TDM ficou com 74% da
joint venture de onde esta estava responsabilizada pela infrastrutura e a Detecon com os
restantes 26%, responsabilizada pela gestão da empresa por um período de 3 anos.
Posteriormente a Detecon vendeu a sua participação à TDM em 2001. Mais tarde, esta por sua
vez alterou sua denominação comercial para Moçambique Celular (mCel) (Constantino, 2006).
Com a criação do INCM, a ainda TMM passa a ter administração independente a TDM, isto
como uma forma de tornar a TDM uma operadora não comprometida com o mercado da
telefonia móvel e poder dessa forma acomodar a entrada de outras operadoras de telefonia
movél no País. Em 2004, a mCel foi transformada em uma sociedade anónima detida de forma
independente em 74% pela TDM e em 26% pelo Instituto de Gestão das Participações do
Estado (IGEPE) (Constantino, 2006).
Em 2002, a Vodacom Moçambique entra como segunda operadora de telefonia móvel tendo
como accionistas a Vodacom International Limited com uma participação de 85%, a Empresa
Moçambicana de Telecomunicações, SARL (EMOTEL) com uma participação de 1.99999%,
a Intelec Holdings, Ltda com uma participação de 6.5%, a Whatana Investments, Limitada com
uma participação de 6.5% e outros pequenos accionistas com 0.00001%.
Em 2010 surge a terceira operadora de telefonia móvel, a Movitel Moçambique, uma empresa
que é um consórcio constituído pela empresa vietnamita VIETEL e a moçambicana SPI Gestão
e Investimentos (Portal do Governo de Moçambique, 2010). Totalizando desta forma a lista de
operadoras de telefonia móvel que se encontram actualmente no mercado moçambicano.
15
3.2.1 Cobertura
16
Um dos grandes ganhos da expansão da telefonia celular por todo o país foi o facto que a
mesma trouxe diversos serviços como o acesso a Internet através da rede 3G de dados, o que
permite que mais pessoas tenham acesso a Internet. A secção 3.3 irá abordar a expansão do
acesso a Internet no país, sendo que este é um dos factores de maior importância no contexto
do presente trabalho.
Segundo Banco Mundial (2016) em 2015 somente 9% da população Moçambicana tinha acesso
a Internet onde de acordo com Zita (2012) maior parte acede a Internet em locais de trabalho e
instituições de ensino, como escolas e universidades. Estes números são baixos se comparados
com os números de outros países da região Austral de África como Angola que tem 19.1%,
África do Sul com 49% e Zimbabwe com 18.5%. Apesar de o número de utilizadores
Moçambicanos com acesso a Internet ser relativamente pequeno, o mesmo tem vindo a
aumentar linearmente, como se pode ver pela Figura 3-4.
O número de utilizadores de Internet tem crescido bastante nos últimos anos isso devendo-se
ao facto das companhias de telefonia móvel terem passado a operar como Provedores de
Serviços de Internet (ISP), desta forma garantindo que em teoria passemos a ter 74.24% da
população Moçambicana com possibilidade de aceder a Internet mas somente 9% da população
efectivamente a fazer uso da possibilidade de acesso que tem.
Um dos factores que se pode associar com esta discrepância percentual é o facto de dispositivos
móveis com capacidades de acesso a Internet estarem actualmente a custos relativamente
elevados para o padrão de vida dos Moçambicanos. Com o crescente interesse de diversas
fabricantes de celulares em mercados como o Moçambicano, dia após dia tem surgido diversas
soluções de telefones que permitem o acesso a Internet com custos relativamente mais
acessíveis para o mercado.
17
Utilizadores de Internet (Por 100 pessoas)
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Figura 3-4 Utilizadores de Internet (Por 100 Pessoas) fonte: (Banco Mundial, 2016)
Com o crescimento dos utilizadores da telefonia móvel e com o rápido crescimento da Internet
associado as grandes reformas que o sistema bancário trouxe a Moçambique surgiu o conceito
de banca móvel que será apresentada e enquadrada no trabalho ao longo da secção 3.4.
i. Deposito em um agente (ou seja, a troca de dinheiro físico para a moeda electrónica
utilizável no telefone celular);
18
ii. A transferência de dinheiro para outro número de telefone celular;
iii. Pagamento de produtos ou serviços em lojas que recebem dinheiro electrónico;
iv. Levantamento (ou seja, a troca de dinheiro electrónico em dinheiro físico através
de um agente).
Em Moçambique foi inicialmente aprovada a lei nº 09/2004, de 21 Julho que actualizava a Lei
nº 15/99, de 1 Novembro que permitia que os operadores móveis pudessem firmar parcerias
com instituições financeiras, a fim de fornecer serviços de dinheiro móvel, isto permitiu que
instituições bancárias criassem serviços baseados em telefonia móvel como o Mobile Ponto 24
(da extinta Interbancos e actual rede SIMO) e o IZI do Millenium BIM.
Ao abrigo desta legislação, juntamente com uma licença de exploração emitida em 2010, a
mCel estabeleceu uma nova empresa, Carteira Móvel, que começou a oferecer serviços de
dinheiro móvel, com a marca Mkesh, em Janeiro de 2011 com o acompanhamento do
regulador, o Banco de Moçambique bem como do International Growth Centre.
De acordo com Batista e Vicente (2013) a Carteira Móvel apresentou um grande esforço inicial
para recrutar agentes, estima-se que até Setembro de 2011 tinham cerca de 1000 agentes. Estes
agentes foram baseados principalmente em locais urbanos, em particular na cidade de Maputo.
Mais tarde, sensivelmente em junho de 2013 a Vodacom introduziu o seu serviço de dinheiro
móvel em Moçambique denominado por Mpesa que ao contrário da abordagem utilizada pela
Carteira Móvel, teve como local de foco as zonas rurais. De acordo com o Jornal Noticias
(2013) três meses e meio depois da sua criação o M-Pesa contava com cerca de 17 mil utentes
em Moçambique, e o crescimento e aceitação deste serviço deveu-se ao facto de nas zonas
rurais não existirem bancos nem agências e o serviço mostrava-se como sendo uma alternativa
bastante útil, ademais nas cidades, onde existem enormes filas para efectuar transacções
financeiras, o serviço mostrou-se também útil.
4
Em termos legislativos e segundo o Aviso no 6/GBM/2015 o conceito de dinheiro Móvel é tratado como dinheiro
electronico, e de acordo com a alínea f) do artigo 3 do mesmo aviso, este pode ser definido como “O valor
monetário, na acepção dada pelas instituições de moeda electrónica (Alínea i) artigo 2 da Lei 9/2004 de 21 de
19
províncias e algumas (mas poucas) capitais de distrito. Desta forma os métodos que a
população rural usa para guardar dinheiro são muitas vezes limitados a esconder o dinheiro em
suas casas, mantendo o dinheiro com comerciantes ou as autoridades locais e participando em
actividades como os “Xitiques5” familiares.
INCLUSÃO FINANCEIRA
PILAR:
(I) Acesso e penetração dos serviços financeiros;
(II) Segurança e eficiência dos serviços financeiros;
(III) Fortalecimento do ambiente Institucional
(IV) Interoperabilidade
(V) Protecção do Consumidor e educação financeira
ASPECTOS:
Jurídico-legais (Ambiente regulatório compatível)
Tecnológicos e Infraestruturais
Económicos e Institucionais
Neste contexto, os serviços de telefonia móvel podem ser um vector através do qual se pode
melhorar o acesso aos serviços financeiros não apenas devido a quantidade de pessoas com
acesso a serviços de telefonia móvel mas também pelo facto destes serviços estarem
Julho) que: Se encontre armazenado num dispositivo electronico; e seja aceite como meio de pagamento por
outras entidades que não a emitente.
5
Termo de origem Tsonga que significa sistema de empréstimo ou de poupança praticada entre membros de uma
determinada comunidade onde o valor da contribuição é fixado por mútuo consentimento entre os membros e
entregue em períodos igualmente fixos e de modo rotativo a cada membro. O xitique ou xitike é praticado
informalmente e não implica juros ou qualquer outra forma de obrigações financeiras e fiscais geralmente
praticadas pelos bancos formais.
20
disponíveis na grande maioria dos distritos do país incluindo àqueles que ainda não estão
cobertos por serviços bancários.
Todas estas alternativas envolvem custos consideráveis, e serviços de dinheiro móvel oferecem
a possibilidade de guardar dinheiro de forma segura e de fazer-se transferência de dinheiro
muito mais rápido, com custos consideravelmente mais baixos do que os canais alternativos
existentes.
3.4.2 Uso dos serviços financeiros móveis para pagamento de bens e serviços
Conforme as secções anteriores, podemos perceber que nos últimos anos, a evolução das
ferramentas digitais e a globalização do acesso à Internet permitiram-nos optimizar o tempo e
executar tarefas remotamente sem necessidade de nos deslocarmos fisicamente a um local.
Uma das áreas onde esta tendência é mais notória é no comércio electrónico, onde são
efectuadas várias transacções financeiras entre o consumidor e o vendedor.
Assim, como forma de assegurar que os serviços prestados por estas entidades acontecem de
forma online, os implementadores destas plataformas tem recorrido a algumas técnicas para os
pagamentos de bens e serviços através dos serviços de pagamento móvel. No geral os
paamentos acontecem da seguinte maneira (Vide Figura 3-6):
1) O cliente faz uma requisição ao vendedor de forma que este disponibilize os preços dos
produtos;
2) O Vendedor disponibiliza ao Cliente o preço dos produtos e o seu código de agente ou
número de celular;
21
3) O Cliente aceita o preço e abre a aplicação do banco para fazer o pagamento, o banco
realiza um ciclo de autenticação;
4) O banco notifica o cliente e o vendedor sobre a transacção;
5) O vendedor entrega os produtos;
Comprador
Vendedor
3
4
4
Para a realidade moçambicana, actualmente torna-se muito complicado e caro para provedores
de serviços ou vendedores que pretendem implementar soluções para pagamento online
utilizando sistemas de pagamento internacionais como o Paypal que é um sistema de
pagamento que utiliza cartão de crédito. A primeira desvantagem é clara, pois o cartão de
crédito é inacessível a maior parte dos Moçambicanos porque as taxas envolvidas na aquisição
e manutenção de cartões de crédito ainda são elevadas. A outra desvantagem do Paypal é que
os pagamentos são feitos em dólares norte-americanos, a taxa aplicada pelo Paypal no
recebimento de um pagamento é de 4.9% mais 0.30 USD fixos, onde segundo entrevista com
diversos gestores de serviços de comércio electrónico em Moçambique, é um problema porque
eles são obrigados a diariamente terem de rever os preços de suas montras virtuais porque
apesar dos preços serem publicados em metical, no momento da transacção os mesmos são
convertidos para dólares, o que faz com que flutuações no câmbio os afectem directamente.
22
com um dispositivo móvel como celular tirando vantagem de redes sem fio e outras tecnologias
de comunicação.
Podemos considerar como sistemas de dinheiro móvel provenientes de bancos, aqueles cuja
sua origem esta relacionada com a necessidade que os bancos tiveram de alargar a sua base de
clientes e nela incluir serviços financeiros móveis, fornecendo meios de pagamento que usem
aplicativos para celular, SMS e USSD. Nesta categoria podemos ter em Moçambique as
aplicações Tako Móvel e Millenium IZI. Estes serviços vieram em resposta por parte dos
bancos em relação a ascensão dos serviços financeiros móveis em diversos países africanos
como forma de acompanhar a tendência. A literatura geralmente trata este tipo de casos por
Mobile Banking, porque considera Mobile Banking como o uso do celular para fazer operações
bancárias em sua conta bancária convencional, porém os serviços aqui mencionados
ultrapassam o mobile banking (de acordo com GSMA (2010) é a capacidade que utilizadores
tem de realizar operações bancarias com o celular) chegando até ao conceito de dinheiro móvel
(De acordo com GSMA (2010), dinheiro móvel é um serviço em que o celular é a única forma
23
de acesso ao serviço financeiro) pelo facto de que é possível os usar sem ter uma conta bancária
vinculada a estes.
Considera-se um sistema como sendo proveniente de uma operadora de telefonia móvel quando
este tem origem em uma empresa de telefonia móvel com o objectivo de fornecer aos seus
clientes serviços bancários, onde os grandes intervenientes em Moçambique são o mKesh e o
mPesa6. Esta abordagem tem tido bastante aceitação principalmente no sector informal porque
os bancos tradicionais têm uma abordagem restritiva quando se trata de expansão e atracção de
novos clientes.
mKesh
Millenium IZI
Quando se aborda um banco com um pedido, seja abertura de conta nova ou um pedido de
empréstimo, os clientes são geralmente submetidos a rigorosos controlos e processos que no
geral podem ser vistos como frustrantes. Esta é abordagem do tipo "quem é elegível para ser
meu cliente" que resulta em uma taxa de aderência baixa para os bancos.
Os serviços financeiros móveis por outro lado usam uma abordagem do tipo "por favor, seja
meu cliente", abordagem esta que prova ser um sucesso em países em vias de desenvolvimento,
porque tem se tido novos assinantes diariamente. Por esta razão, os operadores de telefonia
6
A operadora Movitel também possui um sistema denominado e-Mola, porém ele não é considerado ao longo do
presente trabalho devido a falta de informação relacionada com o mesmo)
24
estão mais inclinados a explorar os sectores formal e informal da economia, enquanto os bancos
concentram-se no sector formal. Os sectores informais revelam-se mais rentáveis do que os
sectores formais, porque impulsionam operações de alto volume e baixo valor.
Até este ponto do trabalho, foram abordadas questões sobre pagamentos usando a banca móvel,
e os benefícios que este modelo traz, porém, ainda não se olhou a fundo o que é realmente
pagamento online, e quando consideramos um pagamento como sendo online; A secção 3.5 irá
dentre outras, trazer uma fundamentação acerca deste conceito, e como o mesmo pode ser
enquadrado na pesquisa.
25
3.5 Pagamentos Online
Segundo Montague (2011), Pagamento Online é uma forma de pagamento que é usada na
Internet em transacções de comércio electrónico que pode ser feita através de cartões de crédito
ou débito, agregadores de pagamento ou qualquer outra forma que o banco determinar que não
obrigue que o vendedor e o comprador estejam no mesmo local físico. Por outro lado Pant
(2011) afirma que um sistema de pagamento online permite que um cliente faça um pagamento
a um comerciante ou a um provedor de serviços através da Internet.
Desta forma pode-se ver que métodos de pagamento online podem ser considerados como
mecanismos reais que permitem que efectivamente se transfira dinheiro de comprador para
vendedor de produtos e serviços comercializados através da Internet. Nesta definição de
métodos de pagamento online, a palavra "online" refere-se apenas à condição de que o método
de pagamento deve ser iniciado e terminado na loja do comerciante ou dentro do aplicativo do
comerciante.
O conceito de pagamento online, não pode de igual modo ser confundido com o conceito de
pagamento electrónico que é um termo mais genérico que se refere a pagamentos feitos usando
qualquer meio de pagamento electrónico como POS, transferências bancárias, débito directo
e outros que não precisam necessariamente de envolver o uso da Internet (SecurionPay, 2016).
Compras/Pagamentos online permitem aos consumidores comprar mercadorias de todo o
mundo sentados no conforto de suas casas. Da mesma forma, permite a vendedores vender seus
produtos para todo o mundo também a partir de casa.
De forma a garantir que não haja ambiguidades em volta deste conceito, nesta dissertação
vamos considerar pagamento online como sendo quando o cliente ou comprador faz suas
transacções de pagamento de bens ou serviços adquiridos com o uso da Internet, usando um
mecanismo oferecido pelo comerciante que permita a reconciliação do pagamento em tempo
real. Este tipo de pagamento reduz os custos para as empresas porque quanto mais pagamentos
feitos electrónicamente menos têm problemas de gestão de dinheiro físico e menos ficam
sujeitas a riscos provenientes da gestão de dinheiro físico.
Com o pagamento online, não é necessário que o pagador esteja em uma longa fila porque o
pagamento é feito em apenas um clique de um mouse.
26
A seguir mostramos alguns métodos de pagamento online mais utilizados no mundo de acordo
com Acosta & Heindl (2008):
27
transacção de compra e pagamento (através de cartão de crédito) é feita online, bem como a
explicação do processo passo a passo na Figura 3-8, que é descrito da seguinte maneira segundo
Acosta & Heindl (2008):
1) Cartão emitido: o cliente tem um cartão de crédito emitido pelo seu banco com o limite
de crédito e um saldo disponível.
2) Botão de compra: o cliente visita uma loja online usando o navegador da Web e
começa a fazer compras e adicionar o (s) produto (s) ao seu carrinho de compras. No
momento do checkout7, ele é obrigado a enviar suas informações de cartão de crédito,
data de validade, endereço de facturação. Depois disso, ele também seleciona o método
de envio, e clica no botão enviar para iniciar a transacção. As informações são então
transmitidas para a loja online do comerciante onde o serviço de pagamento por
terceiros é configurado. O serviço de pagamento por terceiros recebe as informações
criptografadas da loja online, efetua uma verificação de fraude e inicia o processo de
comunicação das informações de facturação.
3) Pedido de autorização: o serviço de pagamento terceirizado criptografa as
informações de compra ou os dados e os transmite ao processador de terceiros, que
encaminhará as informações ou dados para a associação de cartão ou ao emissor do
cartão para autorização e verificação.
4) Resposta de autorização: a instituição financeira emissora verifica as informações do
cartão de crédito e determina se o cliente tem crédito suficiente disponível para pagar
pela compra. É gerado um número de autorização e o crédito disponível é reduzido pela
quantidade autorizada. Se acontecer de tal forma que as informações do cartão de
crédito não estejam corretas ou se não houver crédito disponível suficiente, então uma
mensagem declinando a transacção é gerada. Durante esse curto período de tempo, o
banco emissor também executa outras operações, como o serviço de verificação de
endereço (AVS), onde as informações de facturação inseridas online são comparadas
com a entrada na base de dados do banco emissor e essa é a parte de autenticação.
Depois disso, uma mensagem de autorização é retornada para a associação de cartões e
encaminhada para o processador de terceiros.
7
Estrangeirismo, Checkout é uma palavra em inglês, que remete para o ato de sair, fechar uma conta ou dar baixa
em algum tipo de processo
28
5) Notificação ao comerciante: o processador de terceiros recebe a mensagem de
autorização e outras informações pertinentes da associação ou do emissor do cartão e
inicia o processo de comunicação da mensagem de autorização ao comerciante. O
processador de terceiros criptografa a mensagem de autorização e transmite as
informações criptografadas para o servidor seguro do comerciante.
6) Notificação ao comprador: o servidor do comerciante recebe as informações e é
programado para enviar imediatamente a aprovação da compra ou mensagem de
declínio para o titular do cartão / cliente. Normalmente, quando o cartão de crédito é
recusado, algumas informações pertinentes, como uma sugestão para verificar a
precisão das informações fornecidas ou para usar um cartão de crédito diferente é
enviada. Assim que o cliente recebe estas informações de aprovação, ao mesmo tempo
recebe um número de confirmação. Este processo leva apenas alguns segundos a partir
do momento em que o cliente clica o botão de compra até receber a mensagem de
autorização de volta. O processo de autorização geralmente leva alguns segundos,
dependendo do aplicativo de pagamento do comerciante, o tráfego da Internet e outros
factores.
7) Cumprimento: o comerciante começa o processo de cumprir a ordem do cliente com
o produto / serviço.
8) Pedido de liquidação: o comerciante compila um lote de pedidos que foram
completados e inicia o processo de transmissão de lote para o processador de terceiros
para a liquidação. O comerciante primeiro transmite o lote para seu serviço de
pagamento que criptografa as informações de compra e transmite as informações
criptografadas para o processador de terceiros. O processador terceirizado recebe essas
informações e envia as instruções de liquidação à instituição financeira apropriada para
transferir os valores das contas dos titulares dos cartões para a conta do comerciante.
9) Liquidação: para cada transacção de cartão de crédito no lote, a instituição financeira
apropriada é debitada e a declaração do cartão de crédito do titular do cartão é
actualizada. O banco adquirente recebe os fundos e faz um depósito na conta bancária
do comerciante.
10) Resposta de liquidação: o comerciante recebe a notificação de que os fundos foram
depositados em sua conta bancária. Em uma base periódica, o comerciante recebe
relatórios que ele pode usar para reconciliar com seus pedidos de liquidação de lote
com sua actividade de depósito.
29
11) Fundos disponíveis: o intervalo entre a emissão por um comerciante de um pedido de
liquidação, transferência de fundos e disponibilidade de fundos pode levar vários dias,
dependendo do banco emissor, do banco adquirente e do processador terceirizado. O
tempo do ciclo de liquidação é afectado pelo período de detenção do banco adquirente
em depósitos, bem como outros procedimentos e políticas estabelecidos pelos bancos
adquirentes e processadores terceirizados.
Producto
2
5
Loja Online
8
6
Comprador
Vendedor
8 3
10
Rede de Processamento de
11
Pagamentos
Organização 4
Independente de Vendas
Associação de Cartões (Visa/
MasterCard) 1
Figura 3-8: Esquema de Vendas Online (adaptado de Acosta & Heindl (2008))
30
fornecido por um banco a seus clientes, mas pode ser fornecido por um provedor de serviços
financeiros especializados como um serviço separado.
a) PayPal: a PayPal Holdings, Inc. é uma empresa americana que opera na área de
pagamentos online em todo o mundo e tem um sistema que suporta transferências de
dinheiro online e serve como uma alternativa electrónica aos métodos de papel
tradicionais, como cheques e ordens de pagamento. De acordo com a revista Forbes
(2014) PayPal é uma das maiores empresas de pagamento online do mundo e segundo
o portal da PayPal (2016) o sistema conta com mais de 192 milhões de contas activas e
28% dos 4.6 biliões de transacções que foram processadas em 2015, foram feitas a
partir de dispositivos moveis.
b) NETSHOP: de acordo com o Millenium BIM (2016) o NETSHOP é um Gateway de
pagamentos moçambicano fornecido pelo Millenuim BIM, direccionado a Empresas
que pretendem efectuar a venda de produtos e serviços via online, e que disponibiliza,
aos seus clientes, uma plataforma de pagamento. Os pagamentos são efectuados com
recurso a cartão de crédito VISA/MASTER CARD.
31
do cartão de crédito e o código de verificação para verificar a identidade do titular do cartão e
as transacções fraudulentas estão sempre ao redor. Desafios comuns que os comerciantes têm
de enfrentar são a fraude na Internet, devoluções de produtos, reivindicações de não entrega,
disputas que levam a gastos.
No que diz respeito aos clientes, esses sofrem roubos de cartões, roubo de identidade e assim
por diante. Geralmente existe a ideia de que os clientes são os que estão em maior perigo de
serem vítimas de operações fraudulentas, porém a verdade é de que os comerciantes também
são alvo da fraude. Portanto, um sistema de segurança pode abordar estas questões que são
muito cruciais para a aceitação de pagamento online. A VISA, por exemplo, desenvolveu uma
lista de melhores práticas a serem usadas pelos comerciantes ao realizar transacções de cartão
de crédito. A lista inclui a implementação de um firewall, uso de criptografia, software
antivírus e a incorporação de práticas de segurança e alguns protocolos também são
obrigatórios e se a VISA pode a posteriori verificar e atribuir uma certificação de verificação
denominada VBV (Verificado pela Visa, traduzido do inglês “Verified by VISA”).
32
Comunicação (TIC) no Governo, estabelecendo as condições de interacção com os demais
poderes e esferas de governo e com a sociedade em geral onde de acordo com a extinta UTICT
(2010) a Interoperabilidade é definida como sendo a capacidade de (dois ou mais) sistemas
para trocar dados, informação e conhecimento de forma transparente, e ainda o mesmo autor
defende que alcançar a interoperabilidade é um marco importante para melhorar a eficiência e
eficácia dos serviços e é um factor chave para mudar o governo para uma abordagem centrada
no cidadão, que é um objectivo estratégico do país.
33
A necessidade de interoperabilidade na área de SI não é uma novidade, porém tornou-se uma
necessidade à medida que a Internet reduziu barreiras organizacionais, permitindo conexão
entre diversos sistemas previamente isolados. No entanto, os problemas relacionados com as
fontes de informação tratadas pelo sistema, que podem apresentar diferenças sintácticas,
estruturais e semânticas, podem impedir a interoperabilidade entre SI diferentes. Nesse sentido,
a interoperabilidade está ligada à cooperação, normalizada por especificações, políticas e
padrões que possibilitam o intercâmbio integrado de informações. A interoperabilidade entre
sistemas só é possível quando as linguagens utilizadas para criar modelos têm
conceitualizações que se sobrepõem em certa medida. De acordo com Veer & Wiles (2008) a
interoperabilidade pode ser classificada em 4 níveis que são:
Interoperabilidade Técnica
É geralmente associado com componentes de hardware / software, sistemas e plataformas que
permitem comunicação máquina-a-máquina. Esse tipo de interoperabilidade é frequentemente
centrado em protocolos (de comunicação) e na infraestrutura necessária para que esses
protocolos operem.
Interoperabilidade Sintática
É geralmente associado com formatos de dados, certamente, as mensagens transferidas por
protocolos de comunicação precisam ter uma sintaxe bem definida e codificação, mesmo que
seja apenas na forma de bit-tables. No entanto, muitos protocolos carregam dados ou conteúdo,
e isso pode ser representado usando sintaxes de transferência de alto nível, como HTML, XML
ou ASN.
Interoperabilidade semântica
É geralmente associado com o significado do conteúdo e diz respeito à interpretação humana
do conteúdo em vez de máquina. Assim, a interoperabilidade neste nível significa que há um
entendimento comum entre as pessoas do significado do conteúdo (informação) que está sendo
trocado. De acordo com o quadro europeu de interoperabilidade (EIF), o nível de
interoperabilidade assegura que o significado preciso das informações trocadas seja
compreensível por qualquer outra aplicação que não tenha sido desenvolvida inicialmente para
este fim. A interoperabilidade semântica permite aos sistemas combinar informações recebidas
com outros recursos de informação e processá-las de maneira significativa.
Interoperabilidade organizacional
Como o nome indica, é a capacidade das organizações para efectivamente comunicar e
transferir dados, embora possam estar a usar uma variedade de diferentes sistemas de
34
informação em infraestruturas muito diferentes, possivelmente em diferentes regiões
geográficas e culturais. A interoperabilidade organizacional depende do sucesso técnico,
sintático e Interoperabilidade semântica.
Interoperabilidade Organizacional
Interoperabilidade Sintáctica
Interoperabilidade Técnica
Interoperabilidade Semântica
Rogers (2003), através da sua teoria difusão de inovação, afirma que uma inovação não é não
deve ser vista como sendo algo novo como um todo, mas sim algo que representa uma novidade
para um individuo ou sistema existente na sociedade.
35
No presente contexto de investigação conduzida neste trabalho, a inovação se apresenta como
esta novidade de forma que os indivíduos envolvidos, passam a usar uma tecnologia/método
relativamente diferente para pagamento de bens e serviços através da Internet mas ela não pode
ser vista como sendo uma inovação porque este modelo já vem sendo explorado a anos nos
sistemas de comércio electrónico. Por meio deste trabalho procura-se um modelo que se
enquadre e se adapte a realidade Moçambicana.
De acordo com Rogers (2003), deve-se olhar a difusão como sendo um processo pelo qual uma
inovação é comunicada através de certos canais de comunicação durante determinado tempo
entre os membros de um sistema social.
Por outro lado o próprio Rogers vê uma inovação como sendo uma idéia prática ou projecto
que é percebido como novo por um indivíduo ou outra unidade de adopção. Uma inovação
pode ter sido inventada há muito tempo, mas se as pessoas a percebem como nova, então ela
pode ainda ser uma novidade para elas.
Numa visão geral, a teoria permite um estudo da estrutura conceitual que emerge dos elementos
envolvidos no processo de difusão de uma inovação no qual estão presentes quatro elementos
principais:
i. Inovação,
ii. Canais de comunicação;
iii. Tempo;
iv. Sistema social.
Rogers (2003) ao se referir, à inovação afirma ela como sendo novidade de uma inovação, e
suas características estão relacionadas com as etapas de conhecimento, de persuasão e de
decisão do processo de adopção de uma inovação. No mesmo estudo Rogers (2003), dá um
exemplo sobre este aspecto ao afirmar que telefone celular foi adoptado em pouco tempo, o
cinto de segurança nos carros precisou de décadas para tal, o que mostra que a inovação é
percebida pelo indivíduo como tendo as seguintes características:
Vantagem relativa: o grau pelo qual uma inovação é percebida como sendo melhor do
que a ideia que a precede (conveniência, satisfação, prestígio social). Quanto maior a
vantagem relativa é percebida, mas rápida ela será adoptada;
Compatibilidade: é o nível de percepção consistente com os valores pessoais, as
experiências passadas e as necessidades dos adoptantes em potencial;
Complexidade: é o grau de percepção de dificuldade para entender e usar a inovação;
Experimentação (Testagem): nível ao qual é testada uma inovação, o que determinará
a intensidade do grau incerteza para o indivíduo que está a considerar a possibilidade
de adopção da inovação;
Observabilidade: a facilidade de se observar os resultados da inovação.
36
Rogers (2003) olha o canal de comunicação como sendo um processo no qual os participantes
criam e compartilham informações entre si, para chegar a um entendimento mútuo (Rogers,
2003). Essa comunicação deve ocorrer entre as pessoas por meio de canais interpessoais,
constituídos de uma comunicação em via dupla entre dois ou mais indivíduos envolvidos,
sendo este um importante meio para criar ou alterar atitudes tomadas pelos indivíduos. Rogers
defende que a difusão é um processo social que envolve muito mais relações de comunicação
interpessoal.
Sobre o tempo, o autor se refere que está envolvido em todo processo de difusão no qual um
indivíduo passa do conhecimento inicial da existência e funcionamento de uma inovação, para
a persuasão, ou seja, a formação de uma atitude de decisão de adoptar ou rejeitar a inovação,
implementação e utilização da nova ideia e, por fim, confirmar esta decisão e reforçar a decisão
tomada.
Sobre o sistema social, Rogers define como sendo o conjunto de unidades inter-relacionadas
que estão engajadas na resolução de um problema em comum. Tal estrutura social é composta
por indivíduos, grupos informais, organizações ou subsistemas e pode afetar a difusão de várias
maneiras porque se constitui como uma fronteira dentro do próprio processo afectando a
difusão e consequentemente a relação entre os adoptantes.
37
Os inovadores são pessoas que buscam informações activamente sobre novas ideias e possuem
um alto nível de exposição em mídia de massa e sua rede interpessoal se estende por uma vasta
área, fora de alcance de seu sistema local. Estão dispostos a experimentar novas ideias e estão
preparados para lidar com inovações bem e mal sucedidas e por isso, são capazes de lidar com
altos níveis de incertezas sobre uma inovação mais do que outras categorias de adoptante.
Comparado com os inovadores, os adeptos iniciais são mais limitados embora, mais do que
qualquer outra categoria, são mais propensos a realizar funções de liderança no sistema social
e os outros membros recorrem a eles para obter informações ou conselhos sobre a inovação.
Segundo o autor, os adeptos iniciais exercem liderança na adopção da inovação e diminui a
incerteza sobre a inovação no processo de difusão, ou seja, os adeptos iniciais colocam seu selo
de aprovação de uma nova ideia ao adoptá-la.
Embora a categoria maioria inicial tenha uma boa interacção com os outros membros do
sistema social, ela não têm o papel de liderança que os adeptos iniciais têm. No entanto, as suas
redes interpessoais são ainda importantes no processo de difusão da inovação, porque a maioria
adopta o início da inovação pouco antes da outra metade de seus pares. Esta categoria é
cautelosa na adopção de uma inovação e sua decisão de inovação geralmente leva mais tempo.
A maioria tardia adopta novas ideias apenas após a média dos membros de um sistema.
Embora sejam cépticos sobre a inovação e seus resultados, a necessidade económica e a pressão
de seus pares, podem levá-los à adopção da inovação. Para reduzir a incerteza da inovação, as
redes interpessoais de pares próximos devem persuadir a maioria tardia para adoptá-la.
A categoria dos retardatários têm uma visão tradicional e são mais cépticos sobre as
inovações e os agentes de mudança que a maioria tardia. Configura-se como a maior parte do
sistema social e suas relações interpessoais se restringem quase que totalmente, aos outros
membros do sistema social da mesma categoria. Pelos recursos limitados e pela falta de
conhecimento este grupo quer ter certeza de que uma inovação é boa antes de adoptá-la e
tendem a tomar decisão de verificar se a inovação é adoptada com sucesso por outros membros
do sistema social.
38
4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Neste capítulo são abordados os principais resultados desta pesquisa, eles foram compilados
de acordo com os resultados que foram extraídos das diversas abordagens para recolha de dados
desta dissertação. No presente trabalho foram realizados 2 inquéritos, sendo que o primeiro foi
endereçado aos diversos utilizadores (com 285 participantes) de serviços bancários e o segundo
com desenvolvedores de software (com 30 participantes), ambos inquéritos tiveram como alvo
utilizadores de serviços bancários móveis. O objectivo do inquérito foi o de recolher a
sensibilidade que os utilizadores tem em relação ao uso de sistemas de pagamento no comércio
electrónico no contexto de Moçambique.
Sexo: Idade:
Figura 4-1 Sexo dos Participantes Figura 4-2 Idade dos Participantes
Nível Académico: Província:
Sobre o primeiro inquérito tem-se os seguintes dados quanto aos dados da população que foi
questionada, onde em sua maioria era do sexo Masculino, entre os 18 anos a 23 anos, residentes
39
na cidade de Maputo e com o grau de licenciatura e com entre 1 e 3 anos de experiencia na
área de desenvolvimento de software.
Sexo: Idade:
Figura 4-5 Sexo dos Participantes Figura 4-6 Idade dos Participantes
Nível Académico: Experiencia:
Figura 4-7 Nível Académico dos Participantes Figura 4-8 Experiência dos Participantes
4.1 Enquadramento da teoria das difusões das inovações de Rogers com o trabalho
A difusão da teoria da inovação de Rogers poderia ser considerada como uma das teorias mais
populares que tentaram explorar os factores que afectam um indivíduo a adoptar uma inovação
ou uma nova tecnologia. Esta é uma teoria que procura explicar como, porquê e qual é a taxa
de propagação de novas ideias e tecnologia de através de culturas. Rogers identificou vários
atributos de uma inovação que são as principais influências sobre o comportamento de
adopção.
De acordo com Rogers e conforme mencionado na secção anterior desta dissertação, esses
atributos são: vantagem relativa, complexidade, compatibilidade, testagem e observabilidade.
Uma série de estudos anteriores, como por exemplo: Vijayasarathy (2004), Park & Chen
(2007), Papies & Clement (2008), Liu & Li (2010) e Koenig-Lewis, et al. (2010) examinaram
esses factores em adopção e difusão de tecnologias baseadas na Internet e de acordo com Al-
Jabri & Sohail (2012) pode-se concluir que esses atributos são importantes, particularmente a
vantagem relativa, facilidade de uso e compatibilidade, como os factores mais frequentes para
adopção de tecnologias de Internet e móveis.
40
4.2 Problemas com o processo actual de pagamentos online
No mundo o método mais usado para pagamentos online é o método que foi descrito no
capitulo 3.5.1, porém em Moçambique esta abordagem tem se mostrado bastante infeliz porque
de acordo com a experiência recolhida através da entrevista com Tsamba (2016), fundador do
xava.co.mz, uma das primeiras lojas online a ganhar notoriedade no mercado moçambicano o
grande problema que faz não ser comum o pagamento por cartão é o facto de este ser muito
susceptível a actos fraudulentos, segundo o que o entrevistado apresentou, quando a empresa
apresentou esta alternativa de pagamentos online usando como plataforma exemplo o
NETSHOP, muitos roubavam os namorados, familiares e outros, porque somente precisavam
do número do cartão e do CVV para poderem realizar pagamentos online. E outro aspecto
importante esta relacionado com a possibilidade de perdas do cartão de crédito/débito porque
quem rouba o cartão facilmente pode usar o mesmo para fazer compras. Alguns bancos que
ofereciam gateways para pagamento online, optaram por limitar este tipo de serviço devido aos
problemas que foram aqui citados. Devido a inúmeros problemas de segurança no uso dos
cartões de débito, através de um processo rápido de observação participante, foi possível
constatar que os bancos em Moçambique de maneira geral não aceitam pagamentos online
feitos através de cartões de débito porque consideram não seguro a exposição da conta corrente
do cliente, e em casos de fraude a conta corrente pode correr riscos de ficar exposta, alguns
bancos aceitam que o cliente active a opção de realizar pagamentos online por cartão de debito
O Paypal é uma alternativa bastante usada para pagamentos em sites com ebay, e tem se
mostrado bastante seguro, porque oferece muitos métodos de autenticação, porém os
desenvolvedores moçambicanos não têm apostado no paypal pelos seguintes factos:
De acordo com Mungoi (2016), co-fundador do aplicativo para celulares MOOVI, usado para
compra e reserva de bilhetes de cinema, um dos grandes problemas que tem sido enfrentado é
o facto de muitas instituições bancárias se fecharem a oferecerem serviços online, porque
41
muitos destes não gostariam de sair do domínio que rege o comercio tradicional e explorar
novos modos de implementar o comercio. Segundo um dos desenvolvedores de software
questionado, existe ainda um grande receio por parte das pessoas em efectuar pagamento online
com contas bancárias. Daí que o mesmo sustenta a opinião de que serviços de conta móvel
como m-pesa, mkesh, etc, surgem como alternativas que se adequam a realidade de
Moçambique, porém as mesmas não são exploradas como alternativas viáveis para efectuar-se
pagamentos pela Internet.
4.3 Sobre o uso de sistemas de pagamento móvel para pagamentos de bens e serviços
Através dos inquéritos, pode-se apurar quais são as tendências actuais para o pagamento de
bens e serviços a partir da Internet, e obteve-se os seguintes resultados:
8
O Stand virtual são geralmente sites de classificados de diversos tipos de productos e serviços que proporciona
aos seus utilizadores uma forma mais rápida, cómoda e eficaz de comprar e vender na Internet.
42
Os principais argumentos utilizados para as escolhas foram: Segurança; Rapidez com que
a operação é realizada; Comodidade (no sentido de não necessitar movimentar avultadas
quantias de dinheiro em mãos); Recuperabilidade (em caso de acontecer algo errado
durante a transacção, poder recuperar o valor perdido ou ser compensado); e em alguns
casos existe preferência por serviços que não necessitem de dados móveis;
d) Utilizariam a conta móvel para fazer pagamentos adoptada:
Figura 4-10 Resposta a pergunta se os utilizadores estariam disponíveis a fazer pagamentos online
e) Razões pelas quais utilizaria a conta móvel para fazer pagamentos online:
Figura 4-11 Razões pelas quais utilizaria a conta móvel para fazer pagamentos online
43
4.4 Alternativas usadas localmente para pagamentos online
Muitas lojas online em Moçambique têm usado algumas alternativas para poder realizar as suas
operações no dia-a-dia, e de acordo com as entrevistas e inquéritos tivemos as seguintes
alternativas:
44
celulares, que podem servir a diversos propósitos dentro daquilo que quem fornece os
serviços estabelece. Durante o trabalho foram entrevistados 2 desenvolvedores de
aplicações que descreveram que este mecanismo é bastante eficiente porque tem-se o
controlo sob a moeda transaccionada. Geralmente o cliente para poder ter a moeda
virtual, deve comprá-la usando moeda física (Usualmente através de deposito
bancário), e uma vez o depósito confirmado, o mesmo poderá usar o dinheiro virtual
para realizar todas as operações que desejar no domínio de quem oferece a moeda. O
grande problema relacionado com a moeda virtual é sempre a sua legalidade dentro de
um território soberano, porque segundo a Constituição da Republica no número 1 do
artigo 300, como sendo o metical a moeda, e no artigo 139 onde de maneira clara
mostra-se que é de exclusiva competência do banco central a emissão de moeda.
Conforme foi verificado na secção anterior, a abordagem actualmente usada, não pode ser
considerada de forma restrita como método de pagamento online, porque a transacção não é
feita electronicamente em tempo real. Desta forma, foram questionados os utilizadores e
desenvolvedores para ter a sua sensibilidade de onde é que os mesmos se colocavam em relação
a curva de adopção mostrada no capítulo 3, e tivemos os seguintes resultados:
Um dos grandes argumentos que foi usado pelos diversos utilizadores, assumirem a postura de
acordo com o inquérito efectuado é o facto de que uma plataforma para pagamentos online é o
facto de a mesma ter potencialidade de facilitar aos utentes a aquisição de bens e serviços. Os
programadores foram sujeitos a mesma análise para ver, qual era também o seu sentimento em
relação ao uso de uma plataforma de pagamentos online para receber pagamentos em suas
aplicações/sistemas e tivemos os seguintes resultados:
45
Figura 4-14 Onde os desenvolvedores se colocam em relação a curva de adopção
E os desenvolvedores de acordo com o inquérito, tomam posição pelo facto de que actualmente
se têm visto muitos colegas a desenvolverem aplicações de e-commerce e aplicações que de
alguma forma necessita de formas de pagamentos local, e que a disponibilização de soluções
locais pode ajudar e muito a catapultar algumas acções de empreendedorismo.
4.5.1 Factores críticos sobre adopção de uma plataforma única de pagamentos online
46
pagamentos online através de uma plataforma baseada na banca móvel;
e) Testagem: testagem terá um efeito positivo sobre a adopção de pagamentos online
através de uma plataforma baseada na banca móvel. Se os utilizadores e principalmente
os desenvolvedores de software tiverem possibilidade de testar o modelo, vão-se sentir
mais confortáveis com as tecnologias, tornando-os mais propensos a adotá-las.
f) Percepção de risco: a percepção de risco terá um efeito negativo sobre a adopção de
pagamentos online através de uma plataforma baseada na banca móvel. Sendo comum
e amplamente reconhecido que a falta de segurança e privacidade na internet são um
dos principais obstáculos à adopção do comércio electrónico, os utilizadores são
também de alguma forma confrontados com algum grau de risco ou receio no uso de
tecnologia móvel.
De acordo com Rogers (2003), no geral as inovações que são percebidas pelos indivíduos como
tendo maior compatibilidade, observabilidade, vantagem relativa, testagem e também menor
complexidade serão adoptadas mais rapidamente do que outras inovações, desta forma durante
o desenvolvimento de um modelo, e para garantir que este modelo de interoperabilidade seja
efectivamente usado deverá ter-se em conta estas questões relacionadas com a difusão das
inovações.
A pesquisa apurou que bancos são geralmente fechados e extremamente conservadores no que
toca áreas de inovação, utilização de tecnologia e adopção. Um banco típico geralmente irá
rever a arquitectura de seu sistema bancário uma vez a cada 5 anos, enquanto se o serviço vier
de terceiros estes irão empregar arquitectura de solução que trabalha lado a lado com seu
mercado no desenvolvimento de produtos para entregar soluções eficientes e relevantes que
atendam às necessidades do mercado.
47
Os fornecedores de sistemas bancários centrais mantiveram o sistema ecológico tão complexo
quanto a ciência de foguetes, o que torna a integração em outros sistemas um pesadelo. Isso
está em oposição à abordagem de API aberta adoptada que pode ser entregue por terceiros. Os
bancos precisam tomar uma mudança radical de seu modus operandi actual a fim oferecer
melhores hipóteses no campo de pagamentos online usando sistemas de pagamento móvel.
Aqui se propõe um framework de pagamentos online através de uma API que permite que
desenvolvedores se integrem a ela e façam pagamentos online de forma personalizada. Esta foi
usada no trabalho para fornecer uma infraestrutura tecnológica que permitisse que
desenvolvedores integrassem seus sistemas aos métodos de pagamento móvel de forma
integrada e sem a necessidade de várias manobras para a integração. De acordo com a pesquisa,
existem 2 possibilidades de implementação do framework que serão descritas nas secções que
vem a seguir.
Um factor que se teve em conta através do inquérito efectuado, é que no geral, as pessoas
sentem-se mais a vontade quando fazem o pagamento através de um sistema intermediário
(Geralmente a Base de USSD) do que quando tem plataformas automáticas de pagamento,
como quando é o caso de cartões de crédito.
Figura 4-15 Onde as pessoas sentem-se mais a vontade para fazer pagamentos
A plataforma deve permitir que seja possível fazer reconciliação online dos pagamentos
efectuados, através de uma API RestFul9 que será disponibilizada aos desenvolvedores de
websites.
Algumas premissas:
a) Comprador: individuo que deseja realizar uma compra online;
b) Vendedor: individuo que deseja vender online;
9
API que obedece ao protocolo REST
48
c) Plataforma de Pagamento de dinheiro Móvel: Sistema financeiro móvel
A proposta de sistema irá funcionar da seguinte maneira (Vide diagrama de Casos de Uso,
Figura 4-16):
1) O comprador entra no website/aplicativo e vai adicionando os produtos/serviços que
necessita em um carrinho de compras e faz o checkout;
2) Na página de checkout, o comprador deverá escolher um método de pagamento, com
base nas plataformas disponíveis;
3) Uma vez escolhido o método, será redireccionado a uma página do framework para
fazer confirmação dos dados de pagamento;
4) O framework informa ao cliente os procedimentos que tem a seguir para efectuar o
pagamento através de sua conta móvel;
5) O comprador faz o pagamento através de sua conta móvel;
6) O sistema faz a reconciliação do pagamento, mostra uma mensagem de confirmação,
envia um token de confirmação a aplicação que fez o pedido de pagamento e por fim
redirecciona o utilizador para o local em que estava, conforme mostrado na Figura 4-
16.
Conforme explicado, a integração entre as aplicações e o framework será feito através de uma
API RestFul, que deverá ser disponibilizada aos desenvolvedores de aplicações, basicamente
para cada pedido, deverá haver um handshake inicial, conforme mostrado na figura a seguir:
49
Figura 4-17 Ciclo geral do processo de pagamento online pelo framework proposto
Até este ponto, o grande calcanhar de aquiles em relação ao modelo proposto esta no ponto
que toca a comunicação com o sistema de pagamento, e como é que os pagamentos são
efectivamente confirmados. As secções 4.6.1.1 e 4.6.1.2 apresentam 2 abordagens distintas que
podem ser utilizadas para contornar este problema.
50
4.6.1.1 Interoperabilidade por mensagens
i. Tako Móvel: “Informamos que XXX transferiu YYY MZN para a sua conta móvel.
Ligue *124# para aceder a conta movel. Ponto24”
ii. M-PESA: “Confimado ZZZ. Recebeste YYY MT de XXX aos DD/MM/YY as HH.
O novo saldo M-PESA e de NNN MT”
iii. Millenium IZI: “Millennium mobile Trf. BIM/BIM Estimado Cliente O seu número
AAA recebeu de XXX o valor de YYY Atraves da Operação No. ZZZ”
Onde:
YYY: Valor transferido XXX: Nome da pessoa ZZZ: Número único da
em meticais; que efectuou a operação;
transferência;
NNN: Novo saldo AAA: Número de celular; DD: Dias
disponível na conta;
MM: Mês; YY: Ano HH: Hora
A ideia que a presente proposta apresenta é de usar a semântica das mensagens enviadas,
trataremos doravante as siglas acima apresentadas por Tokens. Através da análise da
mensagem recebida, poder-se-á fazer a reconciliação do pagamento enviado em tempo real.
Para que isto seja possível uma terceira entidade deverá fornecer uma plataforma que irá fazer
a reconciliação financeira por envio de mensagens. Depois de analisar os diversos sistemas de
pagamento móvel actualmente existentes, ficou claro, que todos compartilham de algumas
caracteristicas comuns como:
10
Infelizmente, durante a pesquisa não foi possível abrir uma conta mKesh, o serviço encontrava-se por diversas
vezes não operacional, tendo também se tentado abrir a conta através de diversas lojas incluindo a sede.
51
i. Data e hora da tansacção;
ii. Valor;
iii. Estado (Representando sucesso ou falha)
iv. Número da operação;
v. Nome de quem faz a emissão/pedido da operação
FRAMEWORK PROPOSTO
Gateway de Tratador de
SMS SGBD Mensagens
O comprador irá iniciar fazer envio do dinheiro publicado através da plataforma de fornecida
pelo aplicativo do vendedor. O comprador deverá escolher um método de envio através de
dinheiro móvel e de seguida seguindo todos procedimentos normais de transferência de
dinheiro da plataforma escolhida, fazer o envio para o código ou número de telefone fornecido
pelo framework. O serviço de dinheiro móvel irá notificar o gateway de SMS e este irá
armazenar a mensagem num SGBD compartilhado entre o gateway e o framework. O utilizador
irá introduzir o código de confirmação que lhe foi enviado pelo serviço de dinheiro móvel e o
framework através do tratador de mensagens11 irá notificar a aplicação sobre o sucesso ou falha
11
O tratador de mensagens deve implementar rotinas de tratamento de identificação dos Tokens da mensagem
enviada
52
da aplicação. De maneira geral, a aplicação irá tentar varias vezes (Com separação de 1 minuto)
reconciliar a operação em caso de alguma falha.
SMS Enviadas
SMS Recebida
3166 3567
2385 2855
180 759 2239 2160 2329 2161 2328 2341
Como gateway de mensagens foi usado o Diafaan SMS Server12; O Diafaan SMS Server é um
gateway SMS que permite enviar/receber mensagens do tipo SMS de/para um navegador web,
servidor web, e-mail, base de dados SQL ou script C#/Visual Basic .NET. Este gateway possui
12
https://www.diafaan.com/
53
um software integrado e fácil de usar para manter contactos, adicionar grupos e gerir
mensagens SMS. A integração que foi feita foi usando MYSQL e crio-se um pequeno esquema
de Integração, atraves de uma pequena API que chamanos de diafaan SMS adapter13
apresentado no seguinte modelo entidade-relacionameno usado para a gestão do fluxo de SMS:
Nesta proposta de integração, uma terceira entidade fornece uma plataforma que irá fazer a
reconciliação financeira através de pagamentos de referências de serviços com auxílio de uma
rede de pagamentos electrónicos. Após entrevistas com a SIMO, foi possível também apurar
um segundo método de reconciliação de pagamentos online através da banca móvel, a partir
dos seguintes pressupostos:
Desta forma, para realizar-se pagamentos online pode-se efectuar um pagamento de serviço
numa referência que é especificada pelo framework, e o framework fazer a reconciliação e em
seguida notificar as partes (no caso da aplicação que consome o serviço, através da API REST
mostrada no início desta secção). Assim teremos como fluxo, o mostrado na figura a seguir:
13
O diaafaan SMS adapter implementa todos os princípios para particionamento das mensagens que são enviadas
54
2- Envio de Dinheiro seguindo as
instruções de pagamento de serviço
Servidor do
Serviço de
dinheiro móvel
5 – Notifica sobre o sucesso da
operação
6 – Notifica sobre o
sucesso da operação
a aplicação
FRAMEWORK 1- Gera uma referência única
3 – Envia Informação para para pagamento de serviços
validação
Foi igualmente possível, através da revisão de literatura, obter, analisar e elucidar sobre os
aspectos técnicos ligados ao desenvolvimento de plataformas com as características discutidas.
Os resultados obtidos tanto os do estudo quanto os da criação e implementação parcial do
modelo, bem como dos testes efectuados corresponderam ao esperado dentro dos limites
definidos no trabalho.
55
4.7.1 Sobre o ambiente Moçambicano
Ficou patente é que pela dificuldade existente para realizar-se pagamentos online, tem se
optado bastante por stands virtuais, como é o caso do OLX associada com a modalidade de
pagamento Cash On Delivery, essa é uma preferência mais do que natural, porque em muitos
casos ainda existem algum receio entre os fornecedores e os clientes. Das propostas de
integração discutidas na secção 4.6.1 do trabalho, a integração através do uso da plataforma da
rede única, seria a mais recomendável.
As matrizes a seguir fazem uma análise comparativa entre os dois modelos apresentados no
capítulo anterior para a adopção de uma plataforma de pagamentos online baseada em dinheiro
móvel com base nos factores críticos para adopção propostos por Rogers. Faz-se a análise a
partir de dois pontos de vista, o primeiro é em função dos utilizadores no geral e o segundo é
em função dos desenvolvedores sistemas. Utiliza-se a cor verde para indicar se a variável afecta
positivamente e a cor vermelha para dizer que a variável afecta negativamente, o sentido da
seta (para cima ou para baixo) indica se esta variável terá um crescimento ou diminuição:
a) Utilizadores/Compradores Online
Modelo Interoperabilidade por Mensagens Integração através da plataforma da
Variável Rede Única
Vantagem relativa ↑ ↑
Complexidade ↑ ↓
Compatibilidade ↑ ↑
Observabilidade ↑ ↑
Testagem ↑ ↓
Percepção de risco ↑ ↓
Tabela 4-1Análise comparativa da adopção no ponto de vista dos utilizadores
b) Desenvolvedores de Sistemas
Modelo Interoperabilidade por Mensagens Integração através da plataforma da
Variável Rede Única
Vantagem relativa ↑ ↑
Complexidade ↓ ↓
Compatibilidade ↑ ↑
Observabilidade ↑ ↑
Testagem ↑ ↑
Percepção de risco ↑ ↑
Tabela 4-2 Análise comparativa da adopção no ponto de vista dos programadores
56
4.7.3 Principais desafios para o uso da plataforma:
a) Legislação: em Moçambique existe muito pouca legislação referente a pagamentos
online e sobre a banca móvel existem alguns avisos do banco central, porém muito
ainda tem sido adaptado aos processos já existentes. Um marco legislativo bastante
importante é a lei no 3/2017 de 9 de Janeiro também chamada de lei das Transacções
Electrónicas, no artigo 41 prevê o uso de instrumentos de pagamento electrónico, mas
remetendo ao Banco de Moçambique a responsabilidade de elaborar normas que
forneçam garantias de segurança a todos pagamentos efectuados.
b) Segredo como ponto mais forte de segurança: muitas instituições financeiras têm
ainda como base nas suas políticas financeiras o segredo como ponto mais forte de
segurança, desta forma temendo que interoperabilidade possa de alguma forma os
colocar em risco. Esse é um argumento legitimo, porém actualmente a nível mundial
muitas instituições tem conseguido contornar este factor e existem diversos standarts
para o efeito;
c) Uso de Internet: para certo nicho de comércio, a Internet ainda não é o melhor sitio
para realizar-se operações de comércio online, porque como foi mostrado no terceiro
capítulo do presente trabalho, muita gente ainda não tem acesso a Internet.
d) Suporte dos desenvolvedores: uma plataforma de pagamentos somente poderá ter
algum andamento se tiver suporte dos desenvolvedores e comunidades de software
moçambicana
57
5. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1 Conclusões
Conforme os objectivos estabelecidos no capítulo 1, conclui-se que o trabalho possibilitou a
avaliação dos desafios para o uso de uma plataforma única de pagamentos online baseada na
banca móvel em Moçambique. A utilização de processos de desenho de trabalhos académicos,
permitiu e facilitou a construção de um modelo de sistema de pagamento online que se baseia
na banca móvel em Moçambique, incluindo: (i) A análise do domínio moçambicano, (ii) Os
requisitos funcionais e não funcionais para existência da plataforma, (iii) A análise de
objectivos, (iv) A análise e discussão da situação actual, (v) Avaliação através de um
framework de análise sobre as prespectivas de adopção e (vi) A proposta de solução para o
problema.
Pela pesquisa se pode apurar que um dos grandes desafios que existem para a existência deste
tipo de soluções, é o facto de quem pode as prover geralmente usar padrões fechados e baseiam-
se no princípio de segredo como ponto mais forte de segurança (daí em muitos casos a falta de
abertura até para fornecimento de dados para pesquisas como esta). Para contribuir para
solucionar parcialmente este problema o trabalho apresentou como proposta de framework que
é um modelo para serviço de pagamento online baseado na banca móvel para Moçambique,
que irá potencialmente permitir que desenvolvedores de software possam integrar as suas
aplicações com sistemas de pagamento e permitirem reconciliações automáticas em seus
sistemas. Foi possível fazer um estudo sobre o sistema financeiro moçambicano, onde com o
suporte de documentos foi possível apresentar um pouco da evolução do sistema financeiro até
chegar-se á banca móvel. Foi também possível apurar os desafios da implementação de
serviços baseados em serviços financeiros móveis.
No trabalho é mostrada a estrutura de funcionamento dos principais sistemas de pagamento
móvel existentes em Moçambique e os mesmos são caracterizados e enquadrados no trabalho.
Através de inquéritos e entrevistas (vide anexos 1,2,3 e 4) foi possível recolher dados sobre a
sensibilidade de utilizadores moçambicanos da Internet e de sistemas de pagamentos sobre o
impacto que tem sentido com a facilidade de pagamentos que os sistemas de pagamento móveis
trouxeram e que aspectos que mais os preocupam, e os resultados são apresentados ao longo
do capítulo 4. Na secção 4.6, foram apresentadas duas propostas de modelo de arquitectura
tecnológica baseada em interoperabilidade de sistemas que responde as necessidades para
pagamento através da Internet e as mesmas são avaliadas e caracterizadas.
Neste sentido, nos limites de domínio e de tempo definidos para a realização do trabalho, foram
alcançados de forma integral os objectivos inicias colocados no capítulo 1.
58
5.2 Recomendações e trabalhos futuros
Apesar dos diversos esforços que o Governo e o Banco central têm realizado, ainda existe uma
ausência profunda de legislação e documentação relacionada com sistemas de pagamento para
comércio electrónico, meios e/ou sistemas de pagamento e tecnologias relacionadas, urge a
necessidade de maior trabalho na elaboração de políticas e legislação relacionada com os
sistemas e meios de pagamentos em Moçambique.
59
6. REFERÊNCIAS
Acosta, K. K., & Heindl, E. (2008). Online Payment Process. White Paper: E-Business
Technologies – SS2008.
Aker, J. C., & Mbiti, I. M. (2010). Mobile Phones and Economic Development in Africa.
Journal of Economic Perspectives, 24(3), 207-232.
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de The World Bank: http://data.worldbank.org/indicator/IT.NET.USER.P2/countries
Banco Mundial. (2016). Mobile cellular subscriptions (per 100 people). Obtido em 12 de
Dezembro de 2016, de The World Bank:
http://databank.worldbank.org/data/table/source/2?country=&series=IT.CEL.SETS.P
2&period=
Batista, C., & Vicente, P. C. (2013). Introducing Mobile Money in Rural Mozambique: Initial
Evidence from a Field Experiment. Obtido em 12 de Abril de 2016, de novaafrica:
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60
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63
7. APÊNDICES
Nesta secção serão apresentados os apêndices do trabalho.
64
Apêndice 1
(Inquérito sobre uso de Mobile Money para pagamentos)
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços
Antes de tudo gostava de agradecer pelo tempo que disponibiliza para responder ao presente
questionário.
Este inquérito tem por objectivo entender o impacto dos serviços de pagamento movél em
Moçambique. Este é parte integrante de um estudo sobre o uso do dinheiro móvel na sociedade
moçambicana. O Inquérito é composto por 8 Secções e poderá ser respondido em 5 minutos.
Os resultados não serão identificados individualmente. No final deste estudo, teremos o gosto em
facultar uma síntese dos resultados obtidos.
Melhores Cumprimentos
Informação do Pessoal
1. Sexo
Marcar apenas uma oval.
Masculino
Femenino
https://docs.google.com/forms/d/1OCO9gCRwirejQAb2bIB3NbaAdcA4QzcLKZEsBiQkYT4/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços
.
2 Idade
Marcar apenas uma oval.
11 - 15
16 - 17
18 - 20
21 - 30
30 - 60
Mais de 60
Outro:
Maputo Cidade
Maputo Província
Gaza
Inhambane
Manica
Sofala
Tete
Zambézia
Nampula
Cabo-Delegado
Niassa
Primário
Secundário (10a Classe) / Básico
Secundário (12a Classe) / Medio
Bacharel
Licenciado
Mestrado
Doutorado
Outro:
Estudante
Trabalhador (Formal)
Trabalhador (Informal)
Sem Emprego
Outro:
https://docs.google.com/forms/d/1OCO9gCRwirejQAb2bIB3NbaAdcA4QzcLKZEsBiQkYT4/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços
.
Sobre o uso de telefone celular
Sim
Não
Outro:
mCel
Vodacom
Movitel Outro:
10. Se
respondeu que possui um celular positivamente. esse
celular é um smartphone? Marcar apenas uma oval.
Sim
Não
Outro:
1 2 3 4 5
https://docs.google.com/forms/d/1OCO9gCRwirejQAb2bIB3NbaAdcA4QzcLKZEsBiQkYT4/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços
.
Informação sobre uso de serviços Bancários
Nesta secção pretende-se saber se o participante possui alguma conta bancaria formal!
12 Possui Conta Bancaria? Marcar
apenas uma oval.
Sim
Não
14 Porque razões não possui conta bancaria? Marcar apenas uma oval.
Outro:
15 Quais são as chances de abrir uma conta nos próximos 12 meses? Marcar apenas uma
oval.
1 2 3 4 5
Sim
Não
17. A quanto tempo possui conta Móvel? Marcar
apenas uma oval.
https://docs.google.com/forms/d/1OCO9gCRwirejQAb2bIB3NbaAdcA4QzcLKZEsBiQkYT4/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços
.
18 Porque razões não possui conta Móvel?
Marque todas que se aplicam.
Outro:
19. Dos
Serviços Abaixo, quais já usou para conta
móvel? Marque todas que se aplicam.
mPesa
mKesh
.24 (Tako Movél)
Millenium IZI
Outro:
20. Dos Serviços Abaixo, qual é o seu favorito?
Marcar apenas uma oval.
mPesa
mKesh
.24 (Tako Movél)
Millenium IZI
Outro:
Outro:
https://docs.google.com/forms/d/1OCO9gCRwirejQAb2bIB3NbaAdcA4QzcLKZEsBiQkYT4/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços
.
A conta foi criada e associada automaticamente ao meu numero quando recebi um
valor.
Curiosidade
Conveniência
Melhores taxas
Mais seguro
Facilidade em controlar as minhas actividades
Negócios
Outro:
23 Quais são as chances de abrir uma conta nos próximos 12 meses?
Marcar apenas uma oval.
1 2 3 4 5
26. Das horas que já passou na Internet, alguma vez já fez uma das
seguintes actividades: Marque todas que se aplicam.
Comprar Produtos
Vender Produtos
Comprar Serviços
Vender Serviços
Outro:
https://docs.google.com/forms/d/1OCO9gCRwirejQAb2bIB3NbaAdcA4QzcLKZEsBiQkYT4/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços
.
27. Quantas vezes comprou productos pela Internet no Ultimo
mês? Marcar apenas uma oval.
Nenhuma vez
Entre 1 a 3 vezes
Entre 3 a 8 vezes
Entre 8 a 12 vezes
Mais de 12 vezes
28 Em que sites geralmente faz compras Online?
Marque todas que se aplicam.
Outro:
Nenhuma vez
Entre 1 a 3 vezes
Entre 3 a 8 vezes
Entre 8 a 12 vezes
Mais de 12 vezes
Outro:
Pagar os serviços no próprio website de quem fornece o serviço (Ex: Televisão, Agua,
etc)
Pagar o serviço através de algum serviço bancário intermediário (como os *000#)
Pagar o serviço através de um intermediário reconhecido (Ex: Sites de
vendas de productos, etc) Outro:
https://docs.google.com/forms/d/1OCO9gCRwirejQAb2bIB3NbaAdcA4QzcLKZEsBiQkYT4/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços
Dinheiro vivo
Cheque
Cartão de Credito/Debito
Envio de Dinheiro por western union ou semelhante
Conta Móvel
Outro:
Dinheiro vivo
Cheque
Cartão de Credito/Debito
Envio de Dinheiro por western union ou semelhante
Conta Móvel
Outro:
Dinheiro vivo
Cheque
Cartão de Credito/Debito
Envio de Dinheiro por western union ou semelhante
Conta Móvel
Outro:
Sim
Não
https://docs.google.com/forms/d/1OCO9gCRwirejQAb2bIB3NbaAdcA4QzcLKZEsBiQkYT4/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços
.
37. Porque razões utilizaria
Marque todas que se aplicam.
Segurança
Disponibilidade
Questões de logística em relação ao uso da conta móvel
Confiança com o Serviço
Outro:
38 Porque razões não utilizaria
Marque todas que se aplicam.
Segurança
Disponibilidade
Questões de logística em relação ao uso da conta móvel
Confiança com o Serviço
Outro:
Outro:
Considerações Finais
41. Pedimos para que deixe uma opinião sobre o que pensa da possibilidade de realizar
operações online com a conta móvel da mesma maneira que faz com cartão de
credito/debito
https://docs.google.com/forms/d/1OCO9gCRwirejQAb2bIB3NbaAdcA4QzcLKZEsBiQkYT4/edit
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Apêndice 2
(Inquérito sobre uso de Mobile Money para pagamentos)
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços (Para Programadores)
Este inquérito tem por objectivo entender o impacto dos serviços de pagamento móvel em
Moçambique. Este é parte integrante de um estudo sobre o uso do dinheiro móvel na
sociedade moçambicana.
Os resultados não serão identificados individualmente. No final deste estudo, teremos o gosto
em facultar uma síntese dos resultados obtidos.
Melhores Cumprimentos
Dados
Nesta seccão procuramos os dados basicos do inquirido
1 Sexo
Marcar apenas uma oval.
Masculino
Feminino
2. Idade
Marcar apenas uma oval.
https://docs.google.com/forms/d/1V6wC_dSrkHa2dOc108zM4h62jRw22uUnWtRusT8wNzlkc/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços (Para Programadores)
entre 0 a 10 anos
entre 11 e 17 anos
entre 18 e 23 anos
entre 24 e 30 anos
mais de 30 anos
3. Formação Académica Marcar apenas uma oval.
Básica
Media
Licenciado
Mestre
Doutor
Outro:
Menos de 1 ano
Entre 1 e 3 anos
Entre 3 e 5 anos
Mais de 5 anos
5. Actualmente desenvolve para que
Plataformas? Marque todas que se aplicam.
Web
Desktop
Mobile
Outro:
Dinheiro (Cash)
Cheque
Transferência Bancaria
Pagamento de Serviços
Outro:
https://docs.google.com/forms/d/1V6wC_dSrkHa2dOc108zM4h62jRw22uUnWtRusT8wNzlkc/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços (Para Programadores)
manual ou por ficheiro, para efeitos desta
pesquisa não consideraremos como Online)
Marcar apenas uma oval.
Sim
Não
9. Como faz a reconciliação dos pagamentos?
Marque todas que se aplicam.
Outro:
11 Nesta seccão, poderia partilhar algum aspecto em relação a sua experiencia com
pagamentos usando as plataformas que foram aqui mostradas?
https://docs.google.com/forms/d/1V6wC_dSrkHa2dOc108zM4h62jRw22uUnWtRusT8wNzlkc/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços (Para Programadores)
Muito trabalhoso de implementar
Capacidade técnica
Nunca estive perante uma situação onde fosse necessário
Somente desenvolvo Freewares e OpenSource
Outro:
Outro:
14 Se tivesse que desenvolver, com quais dos seguintes bancos integraria? Marque todas
que se aplicam.
Millenium BIM
BCI
Standart Bank
MozaBanco
ABC
FNB
mPesa
mKesh
Barclays
Nosso Banco
Banco Único
Outro:
15 Quais são factores que determinaram a escolha da resposta na alinea anterior?
https://docs.google.com/forms/d/1V6wC_dSrkHa2dOc108zM4h62jRw22uUnWtRusT8wNzlkc/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços (Para Programadores)
17. Caso tenha respondido "Sim", na pergunta anterior, poderia resumidamente
contar-nos a sua experiencia? NB: Esteja livre de escrever, Não precisa citar
nomes
18. Na sua opinião, quais são actualmente as maiores barreiras para o uso do dinheiro
movel para pagamento de serviços online Marque todas que se aplicam.
Segurança
Confiabilidade
Limitações nas transacções
Não haver pacotes empresarias
Burocracia criada pelas instituições financeiras
Outro:
19. Integraria a sua aplicação com o tako móvel da rede SIMO (da rede .24)? Marcar
apenas uma oval.
1 2 3 ….4 …5
não usaria usaria com certeza
20 Poderia em poucas palavras justificar a sua resposta anterior?
https://docs.google.com/forms/d/1V6wC_dSrkHa2dOc108zM4h62jRw22uUnWtRusT8wNzlkc/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços (Para Programadores)
Neste ponto, tentamos extrair quais são as características que acha que um bom sistema de
pagamentos deveria ter, de forma com que integra-se alguma de suas aplicações nele.
28. Segurança
Marcar apenas uma oval.
1 2 3 4 5
https://docs.google.com/forms/d/1V6wC_dSrkHa2dOc108zM4h62jRw22uUnWtRusT8wNzlkc/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços (Para Programadores)
Sim
Não
https://docs.google.com/forms/d/1V6wC_dSrkHa2dOc108zM4h62jRw22uUnWtRusT8wNzlkc/edit
Inquérito Sobre o Uso de Dinheiro Móvel para Pagamento de Serviços (Para Programadores)
Seria um dos primeiros a adoptar
Iria deixar que alguns amigos adoptassem e só depois adoptaria
Somente iria adoptar depois que o mercado estivesse estabilizado
Seria dos últimos a adoptar
Considerações Finais
37 Gostaria de acrescentar algum comentário em relação aos pontos apresentados
neste inquérito, provenientes de opinião pessoal e experiencia no mercado de trabalho?
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https://docs.google.com/forms/d/1V6wC_dSrkHa2dOc108zM4h62jRw22uUnWtRusT8wNzlkc/edit
Apêndice 3
(Guião de Entrevista – Empresas que trabalham com Comercio
Electrónico )
Guião de Entrevista
NB: Para empresas que fazem vendas Online
1) PROTOCOLO DA ENTREVISTA
Saudações Académicas!
Chamo-me Ruben Manhiça estudante do curso de Mestrado em Informática na Especialidade de Sistemas de
Informação na Universidade Eduardo Mondlane.
Antes de tudo gostava de agradecer pelo tempo que disponibiliza para participar da presente entrevista.
Conforme referido na carta de pedido de entrevista, ela tem como objectivo de fazer um estudo sobre as
perspectivas do uso de uma plataforma integrada baseada na banca móvel para pagamento de bens e serviços
online.
Sendo que a vossa empresa é um dos principais actores no que tange ao comércio electrónico, onde aplicam
diversos conceitos relacionados com o comércio, gostaríamos de através desta entrevistas extrair algumas das
suas percepções sobre o mercado Moçambicano.
A entrevista tem finalidade académica, mas gostaria antes de avançarmos, de procurar saber se sente-se a
vontade que eu grave a entrevista, para posteriormente poder organizar a informação recolhida? Caso não
esteja a vontade podemos prosseguir que irei-me esforçar para anotar tudo.
2) Dados da empresa
Nome:
Ano de fundação:
Segmento de actuação:
Localização:
3) Dados do entrevistado
Nome:
Cargo:
Tempo de empresa:
Data:
4) Apresentação da Instituição
d) Neste período que esta a realizar esta actividade cá em Moçambique, qual é a avaliação que faz da
trajetória do comércio eletrônico em Moçambique? Quais foram os maiores avanços e os principais
obstáculos?
e) Poderia fornecer uma media de quantos utilizadores tem ou qual é em media o seu trafego diário? É
possível me fornecer uma estatística por província?
f) Qual é a comparação que fazem entre o mercado Moçambicano e os outros mercados (outros países)
a) Actualmente a vossa plataforma, suporta pagamentos online? (Justificar, caso sim, explicar como é
feito o pagamento e como são feitas as reconciliações, por exemplo, se é por ficheiro do banco)
b) Com a vossa experiência, poderia citar 5 dicas para uma transacção online segura?
c) Já ouviu falar em dinheiro móvel? Alguma vez já tentaram fazer alguma integração com uma dessas
plataformas? Na sua opinião, quais são actualmente as maiores barreiras para o uso do dinheiro móvel
para pagamento de serviços online?
d) Acharia conveniente integrar a vossa plataforma a um dos 4 principais agentes que fornecem
mecanismos de pagamentos móvel em Moçambique (mPesa, mKesh, Tako Movél e Millenium IZI)?
a) Integrariam a vossa aplicação com uma API de terceiros, que permitisse receber o dinheiro a partir de
qualquer uma das formas de pagamento aqui discutidas? (Da mesma forma por exemplo que funciona
o Paypal)
b) Quais são as condições que acha que devem ser satisfeitas para que integre a uma plataforma de
terceiros? (Falar de aspectos como Segurança, Disponibilidade de Serviços, Compatibilidade
Tecnológica, Escalabilidade, Questões de Legislação)
c) Se esta plataforma implementar um serviço de reembolsos automático em caso de conflitos com
compradores após mediação, com base na realidade Moçambicana, sentir-se-ia confortável?
d) Como se posicionaria no processo de adopção desse tipo de API (Seria um dos primeiros a adoptar/
Iria deixar que alguns amigos adoptassem e só depois adoptaria/ Somente iria adoptar depois que o
mercado estivesse estabilizado/ Seria dos ultimos a adoptar)
1) Considerações Finais
a) Gostaria de acrescentar algum comentário em relação aos pontos apresentados neste inquérito,
provenientes de opinião pessoal e experiencia?
Apêndice 4
(Guião de Entrevista – Bancos que trabalham com Comercio
Electrónico )
Guião de Entrevista
NB: Para Bancos
1) PROTOCOLO DA ENTREVISTA
Saudações Académicas!
Chamo-me Ruben Manhiça estudante do curso de Mestrado em Informática na Especialidade de Sistemas de
Informação na Universidade Eduardo Mondlane.
Antes de tudo gostava de agradecer pelo tempo que disponibiliza para participar da presente entrevista.
Conforme referido na carta de pedido de entrevista, ela tem como objectivo de fazer um estudo sobre as
perspectivas do uso de uma plataforma integrada baseada na banca móvel para pagamento de bens e serviços
online.
Sendo que a vossa empresa é um dos principais actores no que tange ao comércio electrónico, onde aplicam
diversos conceitos relacionados com o comércio, gostaríamos de através desta entrevistas extrair algumas das
suas percepções sobre o mercado Moçambicano.
A entrevista tem finalidade académica, mas gostaria antes de avançarmos, de procurar saber se sente-se a
vontade que eu grave a entrevista, para posteriormente poder organizar a informação recolhida? Caso não
esteja a vontade podemos prosseguir que irei-me esforçar para anotar tudo.
2) Dados da empresa
Nome:
Ano de fundação:
Segmento de actuação:
Localização:
3) Dados do entrevistado
Nome:
Cargo:
Tempo de empresa:
Data:
4) Apresentação da Instituição
a) Actualmente a vossa plataforma, suporta pagamentos online? (Justificar, caso sim, explicar como é
feito o pagamento e como são feitas as reconciliações, por exemplo, se é por ficheiro do banco)
b) Poderia falar como os pagamentos online são feitos por tecnologia Móvel?
c) Porque actualmente não existem soluções para pagamentos online em Moçambique? Porque não se
investe neste tipo de soluções?
d) Actualmente os desenvolvedores de aplicações tem se queixado de falta de abertura por parte dos
bancos e regulares em termos de API’s que possam permitir que se faça pagamentos de modo online
cá em Moçambique. Porque é que o sistema é fechado?
f) Quais são os principais desafios técnicos para o estabelecimento de uma plataforma Moçambicana que
permita pagamentos online?
g) Achariam conveniente criar-se uma plataforma de pagamentos online por parte de terceiros? Se sim
que requisitos um terceiro precisa alcanças (Terceiros são serviços bancários oferecidos em outras
partes do mundo como Paypal, PagSeguro, Moip, etc)
h) Quais são as condições que acha que devem ser satisfeitas para que integre a uma plataforma de
terceiros? (Falar de aspectos como Segurança, Disponibilidade de Serviços, Compatibilidade
Tecnológica, Escalabilidade, Questões de Legislação)
6) Considerações Finais
a) Gostaria de acrescentar algum comentário em relação aos pontos apresentados neste inquérito,
provenientes de opinião pessoal e experiencia?