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TEMA:
UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA
2017
2
Universidade Pedagógica
Maputo
2017
iii
DECLARAÇÃO
Eu Gilvaldo José Mate Macubanhisse declaro por minha honra que esta Dissertação
de Mestrado é consequência da minha investigação peculiar e dos preceitos do meu orientador,
seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão convenientemente citadas no texto,
nas notas e na bibliografia final.
Declaro ainda que este trabalho não foi publicado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau acadêmica.
__________________________________
DEDICATÓRIA
A minha esposa Zaida Guilhermina Bernardo Naene, pelo apoio integral que tem
facultado ao longo da minha vida académica;
Aos meus filhos Gilvaldo Júnior e Ndlelene Gilvaldo pela solidez que dão a família
resultante da empatia que têm comigo nesta vida;
AGRADECIMENTOS
Ciente das privações que conjuntamente tivemos que passar em todos ângulos da vida,
chegado a esta fase, que no princípio se afigurava impossível, quero endereçar os meus
profundos agradecimentos a todos que tornaram possível a efetivação deste sonho:
-Ao Prof. Doutor Sílvio Pedro José Saranga, pela amizade e sábia orientação, sempre
manifestando o seu cunho científico e também pela sua calma e preocupação de um produto
final que acima de tudo que revelasse uma qualidade que se pede a este nível e a mesma gratidão
estende-se a sua humilde, e hospitaleira família.
-A minha mãe (Cecília Sebastião Mate), pela força, e apoio que tem demonstrado ao
longo desta vida, com permanente desejo de celebrar o sucesso dos seus filhos;
-A minha (esposa) Zaida Guilhermina Bernardo Naene, pela paciência, força, e apoio
que tem- me proporcionado, crendo nas minhas aventuras académicas;)
-Ao meu (irmão) Sérgio Paulo Cossa, pelo papel de pai que tem desempenhado ao longo
desta caminhada longa/curta (vida), e pela inspiração académica;
-Aos atletas de futebol veterano e praticantes de ginástica de rua pelo contributo dado
para pesquisa;
-Aos senhores Alexandre e Augusto Inácio colegas de trabalho (EPC. Trevo) pela
colaboração prestada na área de informática e ao colega Ernestino Maute pela intervenção
gramatical sugerida sempre que suplicada;
vi
INDICE
CAPÍTULO I ....................................................................................................................................... 14
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 14
1.1. DESCRIÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................................ 16
1.2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 18
1.2 OBJECTIVOS ........................................................................................................................... 19
1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO .................................................................................. 19
2.1. PREVALÊNCIA DE FACTORES DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES .................. 20
2.2. PRINCIPAIS CONCEITOS .................................................................................................... 21
2.2.1. DOENCAS CARDIOVASCULARES ............................................................................. 21
2.2.2. ACTIVIDADE FISICA ..................................................................................................... 22
2.2.3. EXERCÍCIO FÍSICO ....................................................................................................... 22
2.3. ESTUDOS DESCRITIVOS COMPARATIVOS................................................................... 22
3.1. ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................................. 32
3.2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ................................................................................. 32
3.5. PROCEDIMENTO NA RECOLHA DE DADOS ................................................................. 33
3.5. PROCEDIMENTO ESTATÍSTICOS .................................................................................... 34
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................ 35
4.1. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS .............................................................................. 35
4.2. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................................................ 53
CAPÍTULO V ...................................................................................................................................... 57
5. CONCLUSÕES ............................................................................................................................... 57
CAPÍTULO VI .................................................................................................................................... 58
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 58
viii
ÍNDICEDE GRÁFICOS
Gráfico 1: Representação gráfica das respostas ao teste de PAR-Q pelos indivíduos do sexo
Masculino……………………………………………………………………………………..33
Gráfico 2: Representação gráfica das respostas ao teste de PAR-Q pelos indivíduos do sexo
Femenino……………………………………………………………………………………...33
Gráfico 12: Respostas Teste dos FRDCV em relaçãoa Ginástica de rua para as
mulheres………………………………………………………………………………………44
Gráfico 16: Representação de número de atletas aptos e inaptos para a prática da actividade
físicapara o teste dePAR-Q…………………………………………………………………...48
Gráfico 17: Representção de número de atletas aptos e inaptos para a prática da actividade
físicapara o teste dos FRDCV………………………………………………………………...49
RESUMO
x
As doenças cardiovasculares são actualmente uma das grandes preocupações dos países
desenvolvidos, assim como em países em desenvolvimento e Moçambique não constituí
excepção. Daí ser premente que todos os indivíduos que pretendem participar em actividades
física ou desportiva realizem uma avaliação da sua condição física quer do ponto de vista de
saúde e ou funcional.Face ao exposto, definimos como objectivos centrais da presente pesquisa,
determinar a prevalência dos factores de riscos cardiovasculares e os factores associados em
praticantes de futebol veterano e de ginástica nas ruas da cidade de Maputo e verificar o nível
de prontidão para a prática de actividade física em praticantes de futebol veterano e de ginástica
nas ruas da cidade de Maputo.Para tanto, foi realizado um estudo descritivo com delineamento
quantitativo, exploratório e Transversal em uma amostra composta por 287 sujeitos (118
praticantes de futebol veterano e 169 praticantes de ginástica na rua) aos quais foi aplicadoo
questionário de prontidão para actividade física “Physical Activity Readiness Questionnaire”—
PAR-Q desenvolvido pelo Bristish Columbia Ministry of Health (1978) e, o teste dos Factores
de Risco para Doença Coronariana FRDCV da American College of Sports Medicine (ACSM).
Os resultados permitiram constatar que 25.4% dos praticantes de futebol veterano e 51.8 de
praticantes de ginástica na rua (actividade física) são inaptos a prática de actividade física, isto
quando recorremos ao teste PAR-Q. Enquanto, o teste de FRDCV, indica que, 40.7% de atletas
de futebol veterano e 53.3% de praticantes de ginástica na rua (actividade física) são inaptos à
prática de actividade física. Conclui-se que as mulheres e os praticantes de ginástica de rua
demonstram maiores níveis de inaptidão para prática de actividade física ou de competição
desportiva e em relação aos factores de risco para as doenças cardiovasculares a maior parte
dos praticantes de futebol veterano e dos praticantes de ginástica na rua demonstram serem
inaptos a prática de AF.Os factores de risco mais prevalecentes quando recorremos ao teste
PAR-Q para as mulheres são problema ósseo ou articular, problema cardíaco e problemas com
a pressão arterial. No entanto, aspectos importantes a considerar como fortes factores de risco
quando recorremos ao teste FRDCV para homens e mulheres são a idade, histórico familiar
positivo de ataque cardíaco, o sedentarismo e o consumo bebidas alcoólicas
Palavras-chave: Doenças cardiovasculares, Factores de risco, atletas, veteranos e Ginástica
xi
ABSTRACT
AF - Actividade Física
INTERHEART –A global case-control study of risk factors for acute myocardial Infarction
mg – Miligrama
física)
xiii
CAPÍTULO I
1. INTRODUÇÃO
Face ao exposto, é fácil deprender que o Futebol é um desporto competitivo, o que faz
com que os atletas dêem o máximo de si a fim de promover um maior desempenho da sua
equipa. Muito recentemente, este desporto sofreu fortes mudanças no que tange a exigências
físicas, técnicas e tácticas, concorrendo concomitantemente, para que os atletas trabalhem no
seu limite máximo de exaustão, daí o incremento da prevalência de comorbilidades que lhe são
associados, como as de foro cardiovascular, hipertensão arterial e desordens emocionais, com
consequências nefastas na qualidade de vida e longevidade dos praticantes. Estas doenças
representam actualmente um grave problema de saúde pública nos países desensenvolvidos
(FRISANCHO, 2003; MOKDAD etal., 2003; SARDINHA & TEIXEIRA, 2005e a sua
presença é cada vez crescente nos países de transição sociodemográfica e nutricional
(FRISANCHO, 2003; KRUGER et al., 2003; MONTEIIRO et al., 2004).
Nos tempos contemporâneos, o Futebol mundial sofreu um forte abalo decorrente das
diversas mortes de atletas profissionais causadas por problemas cardíacos, ocorridos em arenas
da prática de Futebol. Como consequência deste quadro preocupante, os clubes profissionais
passaram a intensificar os exames médicos com seus atletas. Daí, vários atletas terem sido
obrigados a abadonarem a prática de Futebol devido aos riscos cardiovasculares que
apresentaram nos seus exames. Outrossim, os atletas que praticam o Futebol amador ou
recreativo, geralmente, não possuem os mesmos recursos referidos aos atletas profissionais,e
15
esse facto concorre para queestes atletas pratiquem a modalidade sem a devida supervisão
médica, esta circunstância apresenta-se como um forte factor de risco para os mesmos.
A actividade física e/ou o exercício físico pode actuar na prevenção primária de saúde,
para evitar o aparecimento da doença, secundária quando actua ou evita o agravamento ou
mesmo para ajudar na sua recuperação e terciária é o conjunto de acções que actuam na redução
da incapacidade de forma a permitir uma rápida e melhor reintegração do indivíduo na
sociedade.
A práctica regular da actividade física, no seu todo trás muitos benefícios à saúde e pode
ser um meio efectivo de prevenção à ocorrência de doenças futuras (SILVA & COSTA
JÚNIOR, 2011).
1.1.DESCRIÇÃO DO PROBLEMA
Nos últimos anos, o futebol mundial vive momentos muito preocupantes por causa da
fatalidade ocorrida com os altetas profissionais motivada por problemas cardíacos, mesmo no
decorrer da prática da modalidade futebol (NANDI, 2005).Portanto, este fenómeno não enferma
somente a modalidade de futebol, que pelo seu perfil vigoroso e popularidade tende a mostrar
maiores casos, podendo sim, acontecer onde há prática de actividade física sem observância do
mínimo de segurança.
As doenças cardiovasculares podem afectar qualquer um, seja ele na fase embrionário
ou de manutenção do hábito de prática de actividade física, podendo servir de obstáculo para
efectivação com segurança, desse hábito saudável (DAHER et al, 2005:106)
VIEIRA (2008) afirma que quando na actividade desportiva são intimados valores
máximos do desempenho físico, a saúde fica comprometida, pois existem indicadores que,hoje,
são improváveis de serem controladas.
1988, a holandesa Connie Meijer, 25 anos, sofre uma paragem cardíaca durante uma
prova de qualificação; a Cherepanov, 19 anos, sofre paragem cardíaca após se sentar no banco
de suplentes durante um jogo.
Ao nível Futebol assitiu-se a quatro de março de 1982, a morte do lateral direito Carlos
Alberto Barbosa, 26anos, que sofreu um infarto em situação de jogo entre Sport e XV de Jaú,
em Recife; 1983, o argentino Trossero, 29anos, jogador do River Plate padecede um infarto nos
balneários após jogo contra o Rosário Central; seis de junho de 2003, taça das Confederações
na França, durante o jogo Camarões e Colômbia o meio-campista camaronês Marc-Vivien Foe,
28 anos, sofre infarto; dois de julho de 2003, o brasileiro Maximiliano Patric Ferreira, 21 anos,
jogador do Botafogo de Ribeirão Preto é atacado por uma paragem cardiorrespiratória durante
treino; 25 de janeiro de 2004, Miklos Fehér, 24 anos, atacante do Benfica - Portugal, perece
devido à paragem cardíaca em situação de jogo; 29 de agosto de 2007, Antonio Puerta, 22 anos,
lateral esquerdo do Sevilla - Espanha; Chaswe Nsofwa, 27 anos, atleta do Hapoel Beersheba -
Israel; Paulo Sérgio de Oliveira Silva, 30 anos, central do São Caetano.
Se com todo condimento preventivo que rodeia a prática profissional desportiva dos
serviços de prática de actividade física que tem um rigor preventivo assistimos eventos de morte
e ou de paragem cardíaco em altletaou em praticantes de actividade física, então, se olharmos
para atletas amadores ou recreactivos ou mesmo de manunteção física que o fazem sem o
18
1.2.JUSTIFICATIVA
O país assiste nos dias que correm um importante interesse pela prática de actividade
física e ou desportiva e incremento exponencial de ginásios ou academias, com um
concomitante aparecimento de vários grupos nos bairros e nas ruas da cidade que praticam a
actividade física e também de grupos de indivíduos quepráticam futebol amador ou veterano.
No entanto, este importante movimento não é coberto por profissionais de saúde nem de
educação física, o que faz com que estes estejam expostos a maiores riscos para a saúde.
Neste concernente, esta pesquisa procura dar respostas a este novo fenómeno, e cobrir
uma lacuna informacional devido a reduzida dimensão de estudos nacionais no sentido de
elevar o nível do conhecimento empírico nesta matéria. Face a esta realidade contextual,
delimitamos como objectivos da presente pesquisa os seguintes:
19
1.2 OBJECTIVOS
1.3.ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Nos últimos anos, àescala planetária, assiste-se a uma cada vez crescente urbanização,
neste atinente, Moçambique em geral ea cidade de Maputo em particulara circunstância não é
diversa. Este fenómeno tem levado à ocupação desordenada de espaços que no passado eram
reservados para prática de AF ou de ocupação sã dos tempos livres, o que tem concorrido para
o desenvolvimento de uma vida menos activa ou sendentária. Para PRISTA (2012) este
processo não é totalmente recente, vem dos tempos primórdios do Homo sapiens acercade 10
mil anos, aquando do holecénio, onde se assistiua mudanças climáticas, o que deu origem a
maior produção de alimentos e, a subistituição do nomadismo pelo sedentarismo. O mesmo
autorrefereque a existência de maiores quantidades de alimento com menor esforço e maior
racionalização animal, acontece naturalmente a substituição da força humana e apar disso
também há maior disponibilidade técnica para produção, o que vai favorecer o desenvolvimento
do sedentarismo, consequência de menor dispêndio energético para caçador-recolector.
O tempo que passa é insuficiente para que provoque algumas adaptações no genótipo e
como consequência há um crescimento de patologias de foro hipocinéticas.
21
idade, nos indivíduos ocorre a rigidez arterial consequência do desgaste imposto ao longo dos
anos levando à ruptura das fibras de elastina na parede das artérias e sua substituição por
colágeno menos distensíveis, resultando na redução da complacência arterial e aumento da
velocidade de propagação das ondas de pressão que por sua vez resulta no retorno mais precoce
das ondas refletidas da periferia à raiz da aorta (WAJNGARTEN, 2010).
A actividade física (AF) é definida como todo movimento produzido pelos músculos
esqueléticos com gasto energético acima dos níveis de repouso. Ou por outro lado, é todo
movimento que necessitamos para a nossa sobrevivência, no nosso dia-a-dia, como: nadar, lavar
o carro, passear com o cão, varrer o nosso passeio ou quintal, brincar, entre outros (MEDINA,
2011). Para OGDEN (2004) a actividade física é todo movimento corporal resultante do
trabalho muscular esquelético que culmina com consumo energético.
Os Exercícios Físicos são diferentes da AF pois estes têm objectivos, uma estruturasequenciada
e sistematizada de movimentos de diferentes segmentos corporais, são executados de forma
planificada (MEDINA, 2011).Os Exercícios Físicos requerem um movimento corporal
planificado, estruturado e repetitivo tem como o propósito de melhorar ou manter um ou mais
componentes da boa forma física (OGDEN, 2004).Desde os tempos primórdios a importância
dos exercícios foi referida pelo filósofo Platão que os considerava como fundamentais na
manutenção do equilíbrio do corpo e da mente. O que assenta talvez nas célebres palavras do
romano Juvenal que melhor definia esse conceito: “Mens sana in corpore sano” “mente sã em
corpo são” (GUALANO & TINUCCI, 2011).A prática regular da actividade física, no seu todo
tráz muitos benefícios à saúde e pode ser um meio efectivo de prevenção à ocorrência de
doenças futuras (SILVA & COSTA JÚNIOR, 2011).
Numa pesquisa realizada por EYKEM & MORAES (2009), em que procuram estimar
a prevalência e o grau de simultaneidade do tabagismo, da inactividade física, do sobrepeso ou
obesidade, da pressão arterial limítrofe e da hipertensão arterial em 217 sujeitos do sexo
masculino, com idades compreendidas entre 20 e 49 anos, residente na cidade de Juiz de Fora,
Minas Gerais. Dos resultados ficou evidente que o sobrepeso/obesidade foi o factor de risco
com maior frequência 43,3%, seguindo-se o sedentarismo em 28%, o tabagismo em 25,3%, em
relação a hipertensão arterial 19,4% apresentaram uma pressão arterial limítrofe. A correlação
23
entre dois ou mais factores foi notória em 45,2% dos indivíduos amostrados. Ainda que os
autores não encontrem explicação para os resultados observados, estes sugerem a necessidade
de intensificar as estratégias de promoção de saúde voltadas para a população masculina.
DA GAMA et al., (2012) estudaram a prevalência dos factores de risco para doenças
cardiovasculares em 100 pacientes para tal, aplicaram um questionário semi-estruturado, com
perguntas abertas e fechadas, e avaliaram a pressão arterial, mediram a circunferência
abdominal e, o peso e a altura no cálculo do índice de massa corporal (IMC). Os resultados
obtidos revelaram que os pacientes apresentavam alguns factores de risco, como, a hipertensão
arterial, sedentarismo, stress, valores do IMC elevados e maus hábitos nutricionais. Os autores
referem que os resultados registados não decorrem simplesmente da idade avançada ou da
herança genética, mas sim, de uma ou mais condições evitáveis e são de opinião de que uma
24
acção no sentido da mudança de certos hábitos e estilo de vida pode concorrer positivamente
na alteração do quadro ora observado.
CEOLIN & MARISCO (2011) conduziram uma pesquisa com uma amostra composta
por 48 indivíduos brasileiros de ambos sexos, (38 mulheres e 10 homens) que na sua maioria
apresentavam idade superior a 60 anos. Com recurso a um questionário procuraram investigar
o risco de doenças cardiovasculares. Dos resultados constatou-se que a idade constitui um factor
de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares, principalmente quando associado a um
estilo de vida sedentário. Por outro lado, DO NASCIMENTO et al., (2011), realizaram um
estudo em 88 mulheres, com recurso a um questionário contendo perguntas abertas e fechadas,
abrangendo questões referentes a estilo de vida (stress, alimentação, etilismo, sedentarismo e
tabagismo), ainda foram avaliados indicadores antropométricos peso, altura, circunferência
abdominal e relação cintura-quadril), pressão arterial e indicadores metabólicos. Deste estudo
ficou evidente que dentre os factores de risco modificáveis para as doenças cardiovasculares
em mulheres hipertensas, os mais importantes foram baixo nível de HDL-C e a
inactividadefísica presente e referida por mais de 80% dos pacientes, seguidos de stress,
hipertensão, pré-obesidade e obesidade estes em mais de 70% das pacientes. A intolerância a
glicose diminuída e diabetes também foram significativas, evidenciando um risco potencial para
doenças cardiovasculares. Para os autores, apesar das limitações inerentes a estudos desta
natureza, os resultados mostram a importância da identificação e quantificação dos diferentes
factores de risco para as doenças cardiovasculares, possibilitando assim, desenvolver acções
direcionadas a prevenção e/ou controlo destas. Os resultados reforçam a ideia da relevância
desta temática e permite que os profissionais de enfermagem e da actividade física e desporto
utilizem o instrumento de pesquisa para ampliar seus conhecimentos e passe a ter uma visão
25
Num estudo desenvolvido por CARDOSO et al., (2001) examinaram 151 indivíduos de
ambos os sexos (80 homens e 71 mulheres), com idade igual ou superior a 15 anos. Além dos
indicadores antropométricos, os sujeitos foram submetidos a testes físicos, a avaliação
metabólica e a entrevista. A pesquisa teve como fundamental o propósito avaliar a prevalência
dos factores de risco para doenças cardiovasculares na população adulta do Estado do Rio de
Janeiro, Brasil. Dos resultados ficou evidente uma maior prevalência de factores de risco nas
mulheres e seu incremento com a idade. Os autores referem que a população avaliada encontra-
se sob risco intermediário para as doenças crônicas, o que apela a maiores esforços para controlo
dos factores de risco.
Ainda no Brasil, DA SILVA et al., (2015) realizaram uma pesquisa em uma população
adulta maior de 18 anos de idade e residente em Cuiabá, Mato Grosso, nos anos de 2006 a 2009.
Para tanto, recorreram a dados obtidos com base em inquéritos telefônicos de base populacional
desenvolvidos entre 2006 e 2009, daí terem sido consideradas as variáveis sociodemográficas
(sexo, idade e escolaridade) e, relacionadas ao estilo de vida: tabagismo, uso de bebida
alcoólica, consumo alimentar e AF, com o objectivo de descrever a variação temporal dos
factores de risco e protecção para doenças cardiovasculares em adultos. Nota-seque os
inqueridos apresentam uma frequência de consumo regular de refrigerantes reduzidas de 23%.
De modo geral, a referência ao consumo de frutas, legumes e verduras aumentou em 19%,
sendo esse incremento mais evidente em homens 49%. Foi observada redução dos níveis de AF
no domicílio e de AF de lazer em mulheres de 14% para 10%. Contudo, foi observado um
incremento na proporção de mulheres e homens com mais de 40 anos de idade que fazem
deslocamento activo diariamente.
Por seu turno, DE FARIAS JÚNIOR et al., (2011) com propósito de determinarem a
prevalência de factores de risco cardiovascular e a relação entre esses factores e indicadores
sociodemográficos em adolescentes, realizaram um estudo com uma amostra constituída de 782
adolescentes com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos de idade, destes, 54,9% eram
do sexo feminino, e frequentavam o ensino médio no município de João Pessoa - PB, Brasil.
Para tal, recorreram as variáveis independentes sexo, idade e condição econômica. E como
variáveis de interesse ou dependentes recorreram aos indicadores como: níveis insuficientes de
AF, hábitos alimentares inadequados, pressão arterial elevada, etilismo, excesso de peso
corporal e tabagismo. Os resultados revelam que foram os factores de risco cardiovascular mais
prevalecentes, níveis insuficientes de AF em 59,5% e hábitos alimentares inadequados em
49,5%. A pressão arterial elevada, etilismo e excesso de peso foram mais prevalecentes nos
indivíduos do sexo masculino, enquanto, níveis insuficientes de actividade física foram
prevalecentes nos indivíduos do sexo feminino. No entanto, é de referir com alguma
preocupação que apenas 10% dos adolescentes não apresentaram nenhum factor de risco para
as doenças cardiovasculares, enquanto, 51,4% dos adolescentes apresentaram dois ou mais
factores de risco para as doenças cardiovasculares simultaneamente. Os adolescentes do sexo
masculino e aqueles que pertenciam aos estratos econômicos baixo revelaram maiores
probabilidades de apresentarem um ou mais factores de risco para a ocorrência de doenças
cardiovasculares. Para os autores, estes factos vem demostrar de forma inequívoca que existe
neste grupo maior prevalência de factores de risco cardiovascular, com destaque para a
exposição simultânea a múltiplos factores de risco.
Dos estudos revisto, ficou evidente que pesquisas que debruçam sobre prevalência de
factores de risco para doenças cardiovasculares em atletas são reduzidos. Os poucos estudos
encontrados foram realizados por autores como (JÚNIOR & GONÇALVES,
2008;GONÇALVES et al., (2008),GOMIDES et al., (2016) ISHIDA et al., (2013) MIRANDA
et al., (2006) WANDERLEY et al., (2010).Com o propósito de analisar a prevalência de
factores de risco para doenças cardiovasculares em atletas amadores da Liga Uberlandense de
Futebol, JÚNIOR & GONÇALVES (2008) estudaram uma população composta por 160 atletas
que disputaram o campeonato de futebol amador de Uberlândia, em que recorreram a uma
amostra aleatória constituída por 40 jogadores, com idades compreendidas entre os 18 e os 37
anos. Os atletas responderam a um questionário sobre histórico familiar de doença
cardiovascular, hábitos de fumo, etilismo e prática de AF. Outrossim, os atletas foram
submetidos a avaliação antropométrica e metabólica em indicadores como: peso, altura, pressão
28
anos; 20.6±3.9 pontos para os sujeitos entre 31-40 anos e; de 21.0 ± 4.5 para aqueles comidade
superior a 40 anos. Com relacão a cada factor de risco isoladamente, as prevalências observadas
em ordem decrescente, foram: excesso de peso (44.8%), sedentarismo (38.3%),
hipercolesterolemia (24.38%), tabagismo (17.41%), hereditariedade (12.94%) e hipertensão
(8.46%). Dos resultados conclui-se que os factores de risco de doenças cardiovasculares mais
prevalecentes nos praticantes de futebol recreatctivo foram o excesso de peso, o sedentarismo
e a hipercolesterolemia, apresentando classificação de risco médio e seu incremento com a
idade, particularmente após os 31 anos.
de medidas preventivas para evitar o aumento dos casos desta doença e suas possíveis
complicações.
32
Aamostrafoi constituída por 287 indivíduos adultos de ambos os sexos com idades
compreendidas entre os 31 e 77 anos, sendo 190 homens e 97 mulheres, praticantes de futebol
veterano e ginástica de rua na cidade de Maputo. Os praticantes de futebol veterano tiveram
como amostra 118 atletas com idades entre os 31e 65 anos. Enquanto que os praticantes de
ginástica tiveram como amostra 169 sujeitos (72 homens e 97 mulheres) com idades situadas
entre os 31 e 77 anos, obtida de forma casual simple e aleatória.Como critério de inclusão,todos
os avaliados deveriam praticar futebol veterano ou praticar actividade fisica nas ruas da cidade
de Maputo (ar livre) e que tenha no mínimo 31 anos de idade.
3.3.TIPO DE ESTUDO
Foi aplicado para o presente estudo um questionário com os seguintes testes: (1) teste
com um questionário simples, conhecido como questionário de prontidão para actividade física
“Physical Activity Readiness Questionnaire” — PAR-Q desenvolvido pelo Bristish Columbia
Ministry of Health (1978), que pode ser utilizado como um padrão mínimo de avaliação de pré-
participação, sendo porém muito útil quando considerada uma avaliação em massa, como
ocorre em alguns eventos desportivos envolvendo grande número de participantes, o qual indica
as doenças, sem diferenciação de campo, que podem agravar-se com a prática de actividade
33
física e, (2) teste dos Factores de Risco para Doença Coronariana FRDCV daAmerican College
of Sports Medicine (ACSM), os dois testes consistem de questionário com perguntas
fechadas.Portanto, o atleta que responder um ou mais Sim no primeiro teste (PAR-Q) e dois ou
mais Sim no segundo (FRDCVs) estará reprovado no teste,isto é, não estando apto a praticar
actividade física, para tal terá antes que passar por um processo de avaliação médica.
vezes por semana e que as suas actividades profissionais eram sedentárias. Consumo de álcool,
todos atletas respondia (sim ou não) ao consumo de qualquer bebida alcoólica.
Homens
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7
Sim Não
Gráfico 1: Representação gráfica das respostas ao testePAR-Q pelos indivíduos do sexo Masculino
Mulheres
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7
Sim Não
Gráfico 2:Representação gráfica das respostas ao teste PAR-Q pelos indivíduos do sexo Femenino
37
120
100
80
60
40
20
0
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7
Sim Não
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7
Sim Não
Os resultados revelam que 4.2% (n=5) dos praticante de futebol veterano e 23.1%
(n=39) dos praticante de ginástica na rua responderam positivamente a questão1 ou seja, que
possuem um problema cardíaco e foram recomendados a praticarem AF apenas sob supervisão
médica, 0.8% (n=1) dos praticantes de futebol veterano e 3.6% (n=6) dos praticantes de
ginástica na rua indicaram terem sentido dôr no peito provocada por AF, 2.5% (n=3) dos
39
praticantes de futebol veterano e 4.7% (n=8) dos praticantes de ginástica na rua afirmaram
terem sentido dôr no peito no último mês, 6.8% (n=8) dos praticante de futebol veterano e
11.8% (n=20) dos praticante de ginástica na rua confirmaram terem perdido a consciência em
alguma ocasião ou sofreram alguma queda em virtude detontura, 8.5% (n=10) dos praticantes
de futebol veterano e 23.7% (n=40) dos praticante de ginástica na rua têm algum problema
ósseo ou articular que poderia agravar-se com a prática de AF, 3.4% (n=4) dos praticantes de
futebol veterano e 18.5% (n=31) dos praticantes de ginástica na rua já tiveram prescrição por
um médico de um medicamento para pressão arterial ou para o coração e 6.8% (n=8) dos
praticantes de futebol veterano e 8.3% (n=14) dos praticantes de ginástica na rua referiram
terem conhecimento, por informação médica ou pela própria experiência, de algum motivo que
poderia impedi-los de participar de actividades físicas sem supervisão médica.
Deste quadro de resultados ficou evidente que, 19.4% (n=14) dos homens e 25.8%
(n=25) das mulheres referiram terem problema cardíaco e foram recomendados AF apenas sob
40
supervisão médica, 4.2% (n=3) de homens e 3.1% (n=3) de mulheres reportaram terem sentido
dor no peito provocada pelaAF, 4.2% (n=3) dos homens e 5.2% (n=5) das mulheres tiveram
uma dôr no peito no último mês, 11.1% (n=8) dos homens e 12.4% (n=12) das mulheres
perderam a consciência em alguma ocasião ou sofreram alguma queda em virtude detontura,
16.7% (n=12) dos homens e 28.9% (n=28) das mulheres têm algum problema ósseo ou articular
que poderia agravar-se com a prática deAF, 15.3% (n=11) dos homens e 20.8% (n=20) das
mulheres têm problemas com a pressão arterial ou com o coração e que já foram prescritos
medicamento por um médico e 9.7% (n=7) dos homens e 7.2% (n=7) das mulheres mostraram
ter conhecimento, por informação médica ou pela própria experiência, de algum motivo que
lhes poderia impedir de participar de AF sem supervisão médica.
Homens
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7
Sim Não
Mulheres
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7
Sim Não
Homens
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q16
Sim Não
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Sim Não
Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q16
historial positivo de familiares com ataque cardíaco isto é, pai/irmão antes de 55 anos ou
mãe/irmã antes dos 65 anos tiveram este problema e 22.1% (n=42) de homens e 9.3% (n=9) das
mulheres estão na categoria de sedentários, pois, as suas actividade profissionais são sedentárias
e têm menos de 30 minutos de AF pelo menos 3 vezes por semana, 66.8% (n=127) dos homens
e 58.8% (n=57) das mulheres referem ter contacto com álcool ou que consomem álcool.
Sim Não
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q16
Sim Não
16.Álcool – bebe? 38 34 57 40 95 74
52.8% 47.2% 58.8% 41.2% 56.2% 43.8%
Homens
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q16
Sim Não
Mulheres
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q16
Sim Não
50
40
30
20
10
0
Baixo Peso Peso Adequado Sobrepeso Obesidade
Homens Mulheres
60
50
40
30
20
10
0
Baixo Peso Peso Adequado Sobrepeso Obesidade
Homens Mulheres
A Tabela 10 com ilustração no Gráfico 16 faz referência aos dados de atletas aptos e inaptos
nos praticantes de futebol veterano e da ginástica na rua para o teste PAR-Q, onde podemos
observar que 74,6% (n=88) dos praticantes de futebol veteranos e 48,2% (n= 81) dos praticantes
de ginástica na rua estão aptos a prática de AF ou seja, não mostraram nenhuma patologia que
poderá agravar-se com a prática de AF enquanto,25.4% (n=30) dos praticantes de futebol
veterano e 51,8% (n=87) dos praticantes de ginástica na rua são inaptos ou referem alguma
patologia que pode agravar-se com a prática de AF.
Tabela 10: Número de atletas aptos e inaptos para a prática da actividade física para o teste PAR-Q.
Atletas Aptos Inaptos Total
Futebol Veterano 88(74,6%) 30(25.4%) 118
Ginástica na rua 81(48,2%) 87(51.8%) 168
51
PAR-Q
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Futebol Veterano Ginástica na rua
Gráfico 16: Representação de número de atletas aptos e inaptos para a prática da actividade física para
o teste PAR-Q.
A Tabela 11 com ilustração no Gráfico 17 faz referência aos dados de atletas aptos e inaptos
nos praticantes de futebol veterano e da ginástica na rua para o teste FRDCV, onde podemos
observar que 59,3% (n=70) dos praticantes de futebol veteranos e 46,7% (n= 76) dos praticantes
de ginástica na rua estão aptos a prática de AF ou seja, não mostram nenhuma patologia que
poderá agravar-se com a prática de AF enquanto, 40,7% (n=48) dos praticantes de futebol
veterano e 53,3% (n= 90) dos praticantes de ginástica na rua são inaptos ou referem alguma
patologia que pode agravar-se com a prática de AF.
Tabela 11: Número de atletas aptos e inaptos para a prática da actividade física para o teste FRDCV
Atletas Aptos Inaptos Total
Futebol Veterano 70 (59.3%) 48(40.7%) 118
Ginástica na rua 79 (46.7%) 90(53.3%) 169
52
FRDCV
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Futebol Veterano Ginástica na rua
Gráfico 17: Representção de número de atletas aptos e inaptos para a prática da actividade física para
o teste FRDCV.
53
Pesquisas que utilizam o teste PAR-Q como ferramenta para recolha de dados são
referenciados por CHAVES et al., (2004); em indivíduos fisicamente activos; por VELOSO et
al., (2001b) em mulheres da terceira idade praticantes de ginástica; SIMÃO et al., (2001b) em
homens e mulheres fisicamente activos e por SIMÃO et al., (2001a), em sujeitos activos
fisicamente.No entanto, estas pesquisas não utilizaram o questionário como alvo de estudo e
nem têm uma prespectiva epidemiológica, pois trata-se de estudos realizados com amostras de
dimensões limitadas, servindo apenas como uma ferramenta de selecção. A esta circunstância,
acresce-se a dificuldade em encontrar referências que versem sobre esta temática, o que
constitui numa lacuna informacionalpara uma análise comparativa e discussão dos resultados
provenientes dos estudos realizados com recurso a este questionário.
Ao analisaros resultados em função do sexo o teste PAR-Q, revelou-se que (25%) das
mulheres foram recomendadas a práticar AF sob à supervisão médica;a percentagem de
mulheres que já tiveram problemas ósseos ou articulares que poderia agravar com a prática da
AF foi de (28.9%) e (20.8%) destas esta a cumprir medicação médica.
Estes resultados apontam para uma elevada prevalência de falta de prontidão entre as mulheres,
quando comparadas aos homens. Resultados semelhantes foram mencionados no estudo de
MOREIRA et al., (2010) que referem uma prevalência de inaptidão das mulheres superior aos
dos homens. Esses resultados divergem dos valores de prevalência de falta de prontidão
reportados no estudo de MOREIRAet al., (2007a) em que as mulheres apresentaram uma maior
prevalência.Este facto parece estar relacionado à tendência das mulheres se cuidarem e se
preocuparem mais com a sua saúde, também as mulheres frequentam mais os serviços de saúde
o que favorece o diagnóstico das doenças mais precocemente (SANTOS & RUIZ, 2007).
Foi registada uma prevalência significativa para falta de prontidão no que diz respeito
as matérias abordadas no questionário FRDCV, sendo esta de maior incidência entre as
mulheres, quando comparadas aos homens. Níveis elevados de colesterol LDH e níveis
55
reduzidos de colesterol HDL são dos principais factores de risco para o desenvolvimento de
doenças cardiovasculares (STEVEN et al., 1994). A importância desses dois colesterois basea-
se na função dos mesmos ou seja, cabe ao HDL evitar a deposição do LDL nas paredes dos
vasos sanguíneos e, em níveis celular, o HDL pode inibir a migração de monócitos indutores
de oxidação de LDL, bem como a adesão de monócitos nas células do sub-endotelio arterial
induzida por LDL oxidado, além de ter papel modulador na produção de óxido nítrico,
importante factor anti-aterogênico nas células endoteliais. Portanto, o HDL é considerado factor
de protecção contra a instalação das doenças cardiovasculares quando se encontra com valores
superiores a 60mg/dl.
No que concerne a pressão arterial, por se tratar de uma população africana os aspectos
genéticos parecem contribuir fortemente para alta prevalência da hipertensão arterial
encontrada neste estudo. Estes resultados não são diferentes dos obtidos em estudos realizados
com população portuguesa por autores como (SANTOS et al., 2003; SANTOS et al., 2005),
assim como em outros estudos por nós visitados, a HTA foi mais frenquente nas mulheres com
excesso de peso ou obesidade (KRAUSS et al.,1998; OKOSUN et al., 2001).
Nos últimos anos, a inatividade física tem conquistado espaço na literaturra como um
dos principais factores de risco para o desenvolvimento de diversas doenças crónicas, facto esse
que actualmente, e considerado um grande problema em termos de saúde publica (CDC, 2002;
WHO, 2004). Estudos epidemiológicos têm demonstrado de forma bastante objectiva e clara o
risco que a inatividade física pode provocar a saúde, especialmente, quando associada a outros
factores de risco como o uso de tabaco, dieta inadequada, níveis elevados de colesterol
sanguíneo, presssão arterialelevado, sobre peso e obesidade. Por outro lado, os resultados
científicos têm demonstrado de forma bastante convincente a relação existente entre a prática
regular de actividade física e seus benefícios para saúde em pessoas de todas idades, etnias e
classes sociais (MATSUDOet al.,2001; PARDIN et al., 2001; PATE et al., 2002; BlAIR et al.,
2004; YUSUF et al., 2004; HALLAL et al., 2005; WHO, 2005; STRONG et al., 2005).
Evidências empíricas (WHO, 1998; WHO, 2002; USDHHS, 2008) apontam que
comportamentos associados ao estilo de vida dos indivíduos têm uma forte correlação com a
saúde.Conforme os resultados da presente pesquisa mais da metade dos sujeitos são fisicamente
activos. No entanto, os homens na condição de sedentários revelaram uma maior percentagem
relativamente as mulheres. Os nossos resultados no que concerne ao sedentarismo corraboram
com os obtios por HALLAL et al., (2005) em que os homens monstraram-se mais sedentários
que as mulheres. Entretanto, um quadro diferente foi registado nos estudos realizados por
56
CAPÍTULO V
5. CONCLUSÕES
CAPÍTULO VI
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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