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Gilvaldo José Mate Macubanhisse

TEMA:

Prevalência de Factores de Risco de Doenças Cardiovasculares em Atletas de Futebol do


Campeonato de Veteranos e Praticantes de Ginástica nas Ruas da Cidade de Maputo

Mestrado em Educação/Ensino de Educação Física e Desporto

UNIVERSIDADE PEDAGÓGICA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO FISICA E DESPORTO

2017
2

Gilvaldo José Mate Macubanhisse

Prevalência de Factores de Risco de Doenças Cardiovasculares em Atletas de Futebol do


Campeonato de Veteranos e Praticantes de Ginástica nas ruas da Cidade de Maputo

Dissertação apresentada à Faculdade de Educação


Física e Desporto para provas de Mestrado no
ramo de Educação/Ensino de Educação Física e
Desporto sob a supervisão do Prof. Doutor Silvio
Pedro José Saranga

Universidade Pedagógica
Maputo
2017
iii

DECLARAÇÃO

Eu Gilvaldo José Mate Macubanhisse declaro por minha honra que esta Dissertação
de Mestrado é consequência da minha investigação peculiar e dos preceitos do meu orientador,
seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão convenientemente citadas no texto,
nas notas e na bibliografia final.

Declaro ainda que este trabalho não foi publicado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau acadêmica.

Maputo.aos 06 de Agosto de 2017

__________________________________

Gilvaldo José Mate Macubanhisse


iv

DEDICATÓRIA

A minha esposa Zaida Guilhermina Bernardo Naene, pelo apoio integral que tem
facultado ao longo da minha vida académica;

Aos meus filhos Gilvaldo Júnior e Ndlelene Gilvaldo pela solidez que dão a família
resultante da empatia que têm comigo nesta vida;

A minha mãe, meus irmãos, tios e meus sobrinhos pelo estímuloproporcionado


v

AGRADECIMENTOS

A realização do sonho de cursar a pós-graduação (mestrado) em África, e Moçambique,


em particular, ainda é uma acção para uma certa elite, o que requere de nós uma decisão muito
arrojada, pelo esforço que se advinha do próprio mestrando, da sua família e da sociedade em
geral.

Ciente das privações que conjuntamente tivemos que passar em todos ângulos da vida,
chegado a esta fase, que no princípio se afigurava impossível, quero endereçar os meus
profundos agradecimentos a todos que tornaram possível a efetivação deste sonho:

-Ao Prof. Doutor Sílvio Pedro José Saranga, pela amizade e sábia orientação, sempre
manifestando o seu cunho científico e também pela sua calma e preocupação de um produto
final que acima de tudo que revelasse uma qualidade que se pede a este nível e a mesma gratidão
estende-se a sua humilde, e hospitaleira família.

-A todos professores que participaram neste curso de mestrado;

-A minha mãe (Cecília Sebastião Mate), pela força, e apoio que tem demonstrado ao
longo desta vida, com permanente desejo de celebrar o sucesso dos seus filhos;

-A minha (esposa) Zaida Guilhermina Bernardo Naene, pela paciência, força, e apoio
que tem- me proporcionado, crendo nas minhas aventuras académicas;)

-Ao meu (irmão) Sérgio Paulo Cossa, pelo papel de pai que tem desempenhado ao longo
desta caminhada longa/curta (vida), e pela inspiração académica;

-A todos monitores de ginástica na rua que de forma incondicional aceitaram


participarem da pesquisa (Gildo Henriques Francisco e Manuel);

-A Associação de futebol de veterano da Cidade Maputo pela colaboração demonstrada


ao longo da pesquisa;

-Aos atletas de futebol veterano e praticantes de ginástica de rua pelo contributo dado
para pesquisa;

-Aos senhores Alexandre e Augusto Inácio colegas de trabalho (EPC. Trevo) pela
colaboração prestada na área de informática e ao colega Ernestino Maute pela intervenção
gramatical sugerida sempre que suplicada;
vi

A todos colegas de turma (Angélica Munguambe, Anilda Machava, Crimilda Manuel,


Lúcia Nhassengo, Palma Pinto, Raúl Cánovas, Sandra Paticene, Eduardo Joaquim Chirindza,
Henriques Pinito, Jeremias Lárson, Rita Mavunja, Lourenço Mascarenhas Júnior, Domingos
Vírgilio Esquadro, Fernando do Rosário David Cossa, Manuel Tsanzana, Pinto Pereira de
Barros e Rogério Cossa)

A todos o meu muito obrigado


vii

INDICE

CAPÍTULO I ....................................................................................................................................... 14
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 14
1.1. DESCRIÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................................ 16
1.2. JUSTIFICATIVA ................................................................................................................ 18
1.2 OBJECTIVOS ........................................................................................................................... 19
1.3. ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO .................................................................................. 19
2.1. PREVALÊNCIA DE FACTORES DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES .................. 20
2.2. PRINCIPAIS CONCEITOS .................................................................................................... 21
2.2.1. DOENCAS CARDIOVASCULARES ............................................................................. 21
2.2.2. ACTIVIDADE FISICA ..................................................................................................... 22
2.2.3. EXERCÍCIO FÍSICO ....................................................................................................... 22
2.3. ESTUDOS DESCRITIVOS COMPARATIVOS................................................................... 22
3.1. ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................................. 32
3.2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ................................................................................. 32
3.5. PROCEDIMENTO NA RECOLHA DE DADOS ................................................................. 33
3.5. PROCEDIMENTO ESTATÍSTICOS .................................................................................... 34
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ................................ 35
4.1. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS .............................................................................. 35
4.2. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ........................................................................................ 53
CAPÍTULO V ...................................................................................................................................... 57
5. CONCLUSÕES ............................................................................................................................... 57
CAPÍTULO VI .................................................................................................................................... 58
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 58
viii

ÍNDICE DE TABELAS E FIGURAS

TABELA 1: RESPOSTAS AO TESTE PAR-Q EM FUNÇÃO DO SEXO…………………32

TABELA 2: RESPOSTAS AO TESTEPAR-Q EM FUNÇÃO DA MODALIDADE……...34

TABELA 3: RESPOSTAS AO TESTE PAR-Q EM FUNÇÃO DA MODALIDADE DE


GINÁSTICA………………………………………………………………………………….36

TABELA 4: RESPOSTAS AO TESTE DOS FRDCV EM FUNÇÃO DO SEXO…………..38

TABELA 5: RESPOSTAS AO TESTE DOS FRDCV EM FUNÇÃO DA MODALIDADE


PRATICADA…………………………………………………………………………………41

TABELA 6: RESPOSTAS AO TESTE DOS FRDCV EM RELAÇÃO A MODALIDADE


DE GINÁSTICA……………………………………………………………………………...43

TABELA 7: IMC EM FUNÇÃO DO SEXO…………………………………………………44

TABELA 8: IMC EM FUNÇÃO DA MODALIDADE……………………………………...45

TABELA 9: IMC PARA A MODALIDADE DE GINÁSTICA……………………………..46

TABELA 10: NÚMERO DE ATLETAS APTOS E INAPTOS PARA A PRÁTICA DA


ACTIVIDADE FÍSICA PARA O TESTEPAR-Q…………………………………...………47

TABELA 11: NÚMERO DE ATLETAS APTOS E INAPTOS PARA A PRÁTICA DA


ACTIVIDADE FÍSICA PARA O TESTE DOSFRDCV……………………………………48
ix

ÍNDICEDE GRÁFICOS

Gráfico 1: Representação gráfica das respostas ao teste de PAR-Q pelos indivíduos do sexo
Masculino……………………………………………………………………………………..33

Gráfico 2: Representação gráfica das respostas ao teste de PAR-Q pelos indivíduos do sexo
Femenino……………………………………………………………………………………...33

Gráfico3: Respostas ao Teste dePAR-Q parapraticante de Futebol Veterano……………….35

Gráfico4:Respostasao Teste de PAR-Q para Praticante de Ginástica na Rua………………35

Gráfico5: Respostas ao teste de PAR-Q para Ginástica de rua para os homens……………….37

Gráfico6: Respostas ao teste de PAR-Q para Ginástica de rua………………………………37

Gráfico7:Respostasao teste dos FRDCV para os homens……...……………………………39

Gráfico8:Respostasao teste dos FRDCV para as mulheres………………………………….39

Gráfico 9:Respostas ao teste dosFRDCV para praticantes de Futebol Veterano…………….41

Gráfico 10: Respostas ao Teste dosFRDCV para praticantes de Ginástica na Rua…………42

Gráfico 11: Respostas ao teste do FRDCV em relação a Ginástica de rua para os


homens……………………………………………………………………………………..…43

Gráfico 12: Respostas Teste dos FRDCV em relaçãoa Ginástica de rua para as
mulheres………………………………………………………………………………………44

Grafico 13: IMC em função do sexo…………………………………………………………45

Gráfico14: IMC em função da Modalidade……….…………………………………………46

Grafico15: IMC para a Ginástica de rua……………………………………………………..47

Gráfico 16: Representação de número de atletas aptos e inaptos para a prática da actividade
físicapara o teste dePAR-Q…………………………………………………………………...48

Gráfico 17: Representção de número de atletas aptos e inaptos para a prática da actividade
físicapara o teste dos FRDCV………………………………………………………………...49

RESUMO
x

As doenças cardiovasculares são actualmente uma das grandes preocupações dos países
desenvolvidos, assim como em países em desenvolvimento e Moçambique não constituí
excepção. Daí ser premente que todos os indivíduos que pretendem participar em actividades
física ou desportiva realizem uma avaliação da sua condição física quer do ponto de vista de
saúde e ou funcional.Face ao exposto, definimos como objectivos centrais da presente pesquisa,
determinar a prevalência dos factores de riscos cardiovasculares e os factores associados em
praticantes de futebol veterano e de ginástica nas ruas da cidade de Maputo e verificar o nível
de prontidão para a prática de actividade física em praticantes de futebol veterano e de ginástica
nas ruas da cidade de Maputo.Para tanto, foi realizado um estudo descritivo com delineamento
quantitativo, exploratório e Transversal em uma amostra composta por 287 sujeitos (118
praticantes de futebol veterano e 169 praticantes de ginástica na rua) aos quais foi aplicadoo
questionário de prontidão para actividade física “Physical Activity Readiness Questionnaire”—
PAR-Q desenvolvido pelo Bristish Columbia Ministry of Health (1978) e, o teste dos Factores
de Risco para Doença Coronariana FRDCV da American College of Sports Medicine (ACSM).
Os resultados permitiram constatar que 25.4% dos praticantes de futebol veterano e 51.8 de
praticantes de ginástica na rua (actividade física) são inaptos a prática de actividade física, isto
quando recorremos ao teste PAR-Q. Enquanto, o teste de FRDCV, indica que, 40.7% de atletas
de futebol veterano e 53.3% de praticantes de ginástica na rua (actividade física) são inaptos à
prática de actividade física. Conclui-se que as mulheres e os praticantes de ginástica de rua
demonstram maiores níveis de inaptidão para prática de actividade física ou de competição
desportiva e em relação aos factores de risco para as doenças cardiovasculares a maior parte
dos praticantes de futebol veterano e dos praticantes de ginástica na rua demonstram serem
inaptos a prática de AF.Os factores de risco mais prevalecentes quando recorremos ao teste
PAR-Q para as mulheres são problema ósseo ou articular, problema cardíaco e problemas com
a pressão arterial. No entanto, aspectos importantes a considerar como fortes factores de risco
quando recorremos ao teste FRDCV para homens e mulheres são a idade, histórico familiar
positivo de ataque cardíaco, o sedentarismo e o consumo bebidas alcoólicas
Palavras-chave: Doenças cardiovasculares, Factores de risco, atletas, veteranos e Ginástica
xi

ABSTRACT

Cardiovascular diseases are nowadays a major concern in developed countries and in


developing countries as well and Mozambique is not an exception. Therefore, it is urgent that
all persons intending to participate in physical activities or sport activities undergo an
evaluation of their physical condition both from the point of view of health and/or functional
standpoint. In view of the above considerations, we have established as core objectives of this
research the following: determine the prevalence of the risk factors for cardiovascular diseases
and associated factors in veteran soccer and Maputo City Street gymnastics practitioners and
verify the level of readiness for the practice of physical activity amongst these groups. For that
purpose, a descriptive study with a quantitative, exploratory and transversal approach was
conducted comprising a sample 287 subjects (118 veteran soccer practitioners and 169 street
gymnastics practitioners) to whom was applied Physical Activity Readiness Questionnaire –
PAR-Q developed by the British Columbia Ministry of Health (1978) and the test of the risk
factors for the coronary heart disease (RFCHD) of American College of Sports Medicine
(ACSM). The results led us to conclude that 25.4% of the veteran soccer practitioners and 51.8
% of the street gymnastics practitioners (physical activity) are inapt for the practice of physical
activities, when taken into account the PAR-Q test whereas the RFCHD test indicates that
40.7% of the veteran soccer athletes and 53.3% of the street gymnastics practitioners (physical
activity) are inapt for the practice of physical activity. The results also suggest that women and
street gymnastics practitioners show higher levels of unfitness for the practice of physical
activity or for sporting competition and in respect of the risk factors for the cardiovascular
diseases, most of the veteran soccer and street gymnastics practitioners have been found inapt
for the practice of PA. The most prevailing risk factors for women considering the PAR-Q test
are the bone or joint problem, heart condition and blood pressure problems. However, the most
relevant aspects to be considered as strong risk factors when taking into account the RFCHD
test for both men and women are the age, a positive family background of heart attack, sedentary
habits and consumption of alcoholic beverages.

Key Words: Cardiovascular diseases, risk factors, athletes, veteran e Gymnastics


xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS:

AF - Actividade Física

AVC – Acidente Vascular Cerebral

ACSM- American College of Sports Medicine

CDC-National center for Chronic Disease Prevention and Heath Promotion

DCVs- Doenças Cardiovasculares

DM- Diabetes mellitus

EF- Exercício físico

EPC- Escola Primária Completa

FRDCV- Factores de Risco para Doença Cardiovascular

HTA- Hipertensão Arterial

HDL- Lipoproteina de alta densidade

IMC - Índice de Massa Corporal

INTERHEART –A global case-control study of risk factors for acute myocardial Infarction

LDL-- Lipoproteina de baixa densidade

mg – Miligrama

OMS – Organização Mundial de Saúde

PC- Perimétro da Cintura

PAR-Q- Physical Activity Readiness Questionnaire (questionário de prontidão para actividade

física)
xiii

SPSS – Statistical Package for the Social Sciences

TOTG- Teste oral de tolerância à glicose

USDHHS- US Department Of Health and Human Services

WHO-World heath organization


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CAPÍTULO I

1. INTRODUÇÃO

O Futebol é um jogo que mobiliza a paixão de diversas pessoas a escala planetária.


Tendo ganhoum destaque excepcional no mundo dos desportos, daí que, o campeonato mundial
de Futebol é considerado o maior evento desportivo a escala global. Este facto parece advir do
facto deste desporto colectivo remontar a uma história bastante longínqua, bem mais antiga que
a o tempo em que o britânico Charles Miller veio a ser considerado o inventor deste desporto.
Algumas evidências empíricas referem que o futebol teve as suas primeiras manifestações na
China, a 2500 a.C. De acordo com essa corrente, os soldados se divertiam com o crânio de seus
inimigos decapitados em um animado jogo. Em contrapartida, outros estudiosos atribuem a
invenção do futebol à civilização Maia. Em que duas equipas deveriam acertar um aro fixo. No
final da partida, pelo facto de a disputa ser tão intensa o líder da equipa derrotada era punido.

Face ao exposto, é fácil deprender que o Futebol é um desporto competitivo, o que faz
com que os atletas dêem o máximo de si a fim de promover um maior desempenho da sua
equipa. Muito recentemente, este desporto sofreu fortes mudanças no que tange a exigências
físicas, técnicas e tácticas, concorrendo concomitantemente, para que os atletas trabalhem no
seu limite máximo de exaustão, daí o incremento da prevalência de comorbilidades que lhe são
associados, como as de foro cardiovascular, hipertensão arterial e desordens emocionais, com
consequências nefastas na qualidade de vida e longevidade dos praticantes. Estas doenças
representam actualmente um grave problema de saúde pública nos países desensenvolvidos
(FRISANCHO, 2003; MOKDAD etal., 2003; SARDINHA & TEIXEIRA, 2005e a sua
presença é cada vez crescente nos países de transição sociodemográfica e nutricional
(FRISANCHO, 2003; KRUGER et al., 2003; MONTEIIRO et al., 2004).

Nos tempos contemporâneos, o Futebol mundial sofreu um forte abalo decorrente das
diversas mortes de atletas profissionais causadas por problemas cardíacos, ocorridos em arenas
da prática de Futebol. Como consequência deste quadro preocupante, os clubes profissionais
passaram a intensificar os exames médicos com seus atletas. Daí, vários atletas terem sido
obrigados a abadonarem a prática de Futebol devido aos riscos cardiovasculares que
apresentaram nos seus exames. Outrossim, os atletas que praticam o Futebol amador ou
recreativo, geralmente, não possuem os mesmos recursos referidos aos atletas profissionais,e
15

esse facto concorre para queestes atletas pratiquem a modalidade sem a devida supervisão
médica, esta circunstância apresenta-se como um forte factor de risco para os mesmos.

O Futebol como actividade física proporciona diversos benefícios, se praticado


correctamente. No que se refere a intensidade, a duração, a modalidade e a frequência com que
a actividade é realizada, pois esses factores revelam-se fundamentais para uma prática
desportiva saudável.A prática do Futebol amador geralmente é realizada aos fins-de-semana,
pois a maioria dos atletas possui emprego fixo, e além de jogar por prazer esses atletas recebem
para jogar, o quevem como uma renda adicional para a familiar. Os atletas amadores,
geralmente, não realizam alogamentos, aquecimento, antes das partidas o que aumenta
grandemente as probabilidades de ocorrência de lesões. Na cidade de Maputo, acontece todos
os anos o campeonato de veteranos. Outrossim, assiste-se a um grande movimento de
praticantes de ginástica de rua por homens e mulheres de diversas idades.

A actividade física e/ou o exercício físico pode actuar na prevenção primária de saúde,
para evitar o aparecimento da doença, secundária quando actua ou evita o agravamento ou
mesmo para ajudar na sua recuperação e terciária é o conjunto de acções que actuam na redução
da incapacidade de forma a permitir uma rápida e melhor reintegração do indivíduo na
sociedade.

A práctica regular da actividade física, no seu todo trás muitos benefícios à saúde e pode
ser um meio efectivo de prevenção à ocorrência de doenças futuras (SILVA & COSTA
JÚNIOR, 2011).

No entanto, estudos realizados em Mocambique, com estas populações específicas que


abordam sobre a prevalência de doenças cardiovasculares e de seus factores de risco
apresentam-se escassos ou inexistentes. Os estudos de natureza epidemiológica realizados com
a população adulta moçambicana referem as doenças cardiovasculares como a 4ª causa de morte
e na cidade de Maputo são já a segunda causa de morte depois do HIV-SIDA. Embora
potencialmente relevante na definição do perfil epidemiológico da população moçambicana e,
mais importante, passível de prevenção os factores de risco para as doenças crônicas não
transmissíveis não vêm sendo monitoradas adequadamente no país.
16

1.1.DESCRIÇÃO DO PROBLEMA

Nos últimos anos, o futebol mundial vive momentos muito preocupantes por causa da
fatalidade ocorrida com os altetas profissionais motivada por problemas cardíacos, mesmo no
decorrer da prática da modalidade futebol (NANDI, 2005).Portanto, este fenómeno não enferma
somente a modalidade de futebol, que pelo seu perfil vigoroso e popularidade tende a mostrar
maiores casos, podendo sim, acontecer onde há prática de actividade física sem observância do
mínimo de segurança.

As doenças cardiovasculares podem afectar qualquer um, seja ele na fase embrionário
ou de manutenção do hábito de prática de actividade física, podendo servir de obstáculo para
efectivação com segurança, desse hábito saudável (DAHER et al, 2005:106)

Os motivos cardiovasculares são na sua maioria à grande responsável pelas


MortesSubita. Aliado,a este facto destacam-se os factores de risco predisponentes, como sãoo
caso de: tabagismo; sedentarismo; sobrepeso; dislipidemia; hipertensão; intolerância à glicose;
extremos de temperatura; uso de drogas como anfetaminas, esteróides anabolizantes e cocaína
(KISS, 2003).

VIEIRA (2008) afirma que quando na actividade desportiva são intimados valores
máximos do desempenho físico, a saúde fica comprometida, pois existem indicadores que,hoje,
são improváveis de serem controladas.

O mundo conheceu o registo da primeira fatalidade súbita em 490 a.C.quando o soldado


grego Pheidippides morreu ao chegar a Atenas após ter corrido desde Maratona. Desde então,
seguiram-se tantas mortes, como são os casos do praticante de Hóquei sobre o gelo: em 13 de
outubro de 2008, o atacante russo Alexei, que sofreu uma paragem cardíaca durante o jogo;
Leandro Lima, jogador de basquetebol de Lençóis Paulista, teve um infarto em pleno jogo, na
Maratona de Chicago, sete de outubro de 2007, o polícia americano Chad Schieber, 35 anos,
morreu depois de realizar 19 km dadistância da prova; a necropsia revelou prolapso da valva
mitral. Registou-seque na mesma prova, 11.000 dos 35.867 participantes não completaram a
corrida devido ao excesso decalor, que provocou 300 atendimentos no local e quase 150
hospitalizações.

No Ciclismo: 13 de julho de 1967, o britânico Tom Simpson, 29 anos, perece durante


uma prova da Volta da França por paragem cardíaca por motivos de consumo de anfetaminas;
17

1988, a holandesa Connie Meijer, 25 anos, sofre uma paragem cardíaca durante uma
prova de qualificação; a Cherepanov, 19 anos, sofre paragem cardíaca após se sentar no banco
de suplentes durante um jogo.

Natação: 25 de março de 2006, o japonês Takehiro Miyajima, 20 anos, morre em pelno


treino na cidade de Kunming - China. Triatlo: Thiago Machado dos Santos, 29 anos, vice-
campeão sul-americano em 2004, morre durante treino em Juiz de Fora - MG; ele apresentava
um histórico positivo de síncopes. Vôlei: 30 de agosto de 2007, Cedric Schlienger, 26 anos,
jogador do Chaumont da França, sofre umaparagem cardiorrespiratória no treino.

Basquetebol: 10 de fevereiro de 2004, o letonês Raimonds Jumikismaranhense Dayane


Rita, 20 anos, morre aos60km da 3ª etapa da Bike Race Across no Parque Nacional da Serra da
Capivara em São Raimundo Nonato - PI, a uma temperatura de 45°C.

Ao nível Futebol assitiu-se a quatro de março de 1982, a morte do lateral direito Carlos
Alberto Barbosa, 26anos, que sofreu um infarto em situação de jogo entre Sport e XV de Jaú,
em Recife; 1983, o argentino Trossero, 29anos, jogador do River Plate padecede um infarto nos
balneários após jogo contra o Rosário Central; seis de junho de 2003, taça das Confederações
na França, durante o jogo Camarões e Colômbia o meio-campista camaronês Marc-Vivien Foe,
28 anos, sofre infarto; dois de julho de 2003, o brasileiro Maximiliano Patric Ferreira, 21 anos,
jogador do Botafogo de Ribeirão Preto é atacado por uma paragem cardiorrespiratória durante
treino; 25 de janeiro de 2004, Miklos Fehér, 24 anos, atacante do Benfica - Portugal, perece
devido à paragem cardíaca em situação de jogo; 29 de agosto de 2007, Antonio Puerta, 22 anos,
lateral esquerdo do Sevilla - Espanha; Chaswe Nsofwa, 27 anos, atleta do Hapoel Beersheba -
Israel; Paulo Sérgio de Oliveira Silva, 30 anos, central do São Caetano.

Na população em geral e em atletas, poucos estudos foram conduzidos sobre a relação


entre pratica desportiva e/ou actividade física e o risco cardiovascular.

Estudosobre os factores de risco cardiovascular orientados (WHO, 2005) revelam uma


prevalência de hipertensão em Moçambique em 34,9 por cento, sendo maior nas cidades
(40,6%) que nas zonas rurais (29,8%), e aumentando com a idade.

Se com todo condimento preventivo que rodeia a prática profissional desportiva dos
serviços de prática de actividade física que tem um rigor preventivo assistimos eventos de morte
e ou de paragem cardíaco em altletaou em praticantes de actividade física, então, se olharmos
para atletas amadores ou recreactivos ou mesmo de manunteção física que o fazem sem o
18

mínimo de acompanhamento, isto demonstra de forma inequívoca a exposição ao risco que


estes estão sujeitos, o que eleva de forma exponencial a probabilidade destes sofrerem de
eventos semelhantes ou mesmo de maior amplitude, face ao exposto, as questões de
investigação adoptados são as seguintes:

1. Qual éa prevalência dos factores de risco de doenças cardiovasculares em atletas de


futebol do campeonato de veteranos e dos praticantes de ginástica (actividade física)
nas ruas da cidade Maputo?
2. Quais os factores de risco têm maior incindência em ambos grupos?

1.2.JUSTIFICATIVA

O país assiste nos dias que correm um importante interesse pela prática de actividade
física e ou desportiva e incremento exponencial de ginásios ou academias, com um
concomitante aparecimento de vários grupos nos bairros e nas ruas da cidade que praticam a
actividade física e também de grupos de indivíduos quepráticam futebol amador ou veterano.
No entanto, este importante movimento não é coberto por profissionais de saúde nem de
educação física, o que faz com que estes estejam expostos a maiores riscos para a saúde.

Segundo a American Heart Association, a ocorrência de paragem cardiorrespiratória na


população em geral, durante actividade física sem acompanhemento profissional, é, em média,
de 1/565.000 pessoas horas, variando entre 1/375.000 e 1/888.000.

O risco de infarto e de morte súbita é frenquente em indivíduos sedentários que se


subjugam a exercícios vigorosos aos quais não estão adaptados (FILHO et al, 2005.121)

Apesar de escassos, eventos de morte em pleno actividade física ou desportiva, quando


ocorre, causa grande impacto na mídia, devido à visão geral da população de que atletas
ouindivíduos treinados integram o segmento mais saudável da sociedade, com baixos níveis de
factores de risco para as doenças cardiovasculares (Leitão, 2002).

Neste concernente, esta pesquisa procura dar respostas a este novo fenómeno, e cobrir
uma lacuna informacional devido a reduzida dimensão de estudos nacionais no sentido de
elevar o nível do conhecimento empírico nesta matéria. Face a esta realidade contextual,
delimitamos como objectivos da presente pesquisa os seguintes:
19

1.2 OBJECTIVOS

1. Determinar a prevalência dos factores de riscos cardiovasculares e os factores


associados em praticantes de futebol veterano e de ginástica nas ruas da cidade de
Maputo.
2. Verificar o nível de prontidão para a prática de actividade física em praticantes de
futebol veterano e de ginástica nas ruas da cidade de Maputo

Em seguida passa-se a apresentar a estrutura da presente dissertação.

1.3.ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

A dissertação iniciacom os agradecimentos a todas as pessoas e instituições que nos


apoiaram para sua realização, faz a apresentação do respectivo índice, tanto em relação aos
capítulos abordados como em relação as tabelas e gráficos apresentados ao longo do trabalho e
apresenta o seu resumo, listas abreviatura e de símbolos usados.

O IºCapítulo fazexposição da temática a abordar ao longo do estudo, o problema, seus


objectivos e a estrutura do trabalho, o (IIºCapítulo) trazà revisão da literatura relacionada com
o estudo em questão. Posto isto, no (IIIºCapítulo), faz-se a apresentaçãodos métodos ou
metodologia usada neste estudo começando pela definição da amostra e depois as medidas e
instrumentos de recolha de dados e suas variáveis, de forma a descrever como foi concebido o
questionário aplicado. Por fim, neste capítulo apresentam-se os procedimentos usados para a
análise dos dados obtidos através do questionário aplicado.

Feita a apresentação da metodologia aplicada, passa-se à apresentação e análise dos dados


obtidos e respectiva discussão dos resultados (IVºCapítulo). Por fim, concluída toda aanálise,
faremos as respectivas conclusões (VºCapítulo) de todos resultados obtidos ea exposição
detodas as referências bibliográficas que serviram de base para desenvolver este trabalho e seus
respectivos anexos que complementam toda alaboração.
20

CAPÍTULO II: REVISÃO DE LITERATURA

2.1. PREVALÊNCIA DE FACTORES DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES

A obesidade é um problema de origem nutricional e que nos últimos anos temos


assistido uma tendência crescente nas populações. Ao ponto de ser considerada uma epidemia
mundial, que atinge tantos os países desenvolvidos, assim como os países em transicão
sociodemográfica e nutricional. A forma assumida para a transição nutricional derivada da
urbanização e indutrialização que presenciamos no presente século o que concorre para a
ocidentalização da dieta, que lhe é reconhecida uma grande demanda enegértica, com uma
consequente redução de consumo de frutas, cereais, verduras e legumes associada também a
uma redução de prática de Actividade Fisica (AF) o que consequentemente resulta no aumento
do número de casos de obesidade a escala palenetaria (MARIATH et al., 2007:897). Esta
circunstância coloca as pessoas obesas com maior predisposição a desenvolverem várias
doenças de forocardiovascular. Ainda que os factores genéticos envolvidos na causa da
obesidade merecem destaque, os relacionados ao ambiente em que as pessoas vivem revestem
igualmente de grande importância (SOUZA et al., 2008).

Nos últimos anos, àescala planetária, assiste-se a uma cada vez crescente urbanização,
neste atinente, Moçambique em geral ea cidade de Maputo em particulara circunstância não é
diversa. Este fenómeno tem levado à ocupação desordenada de espaços que no passado eram
reservados para prática de AF ou de ocupação sã dos tempos livres, o que tem concorrido para
o desenvolvimento de uma vida menos activa ou sendentária. Para PRISTA (2012) este
processo não é totalmente recente, vem dos tempos primórdios do Homo sapiens acercade 10
mil anos, aquando do holecénio, onde se assistiua mudanças climáticas, o que deu origem a
maior produção de alimentos e, a subistituição do nomadismo pelo sedentarismo. O mesmo
autorrefereque a existência de maiores quantidades de alimento com menor esforço e maior
racionalização animal, acontece naturalmente a substituição da força humana e apar disso
também há maior disponibilidade técnica para produção, o que vai favorecer o desenvolvimento
do sedentarismo, consequência de menor dispêndio energético para caçador-recolector.

O tempo que passa é insuficiente para que provoque algumas adaptações no genótipo e
como consequência há um crescimento de patologias de foro hipocinéticas.
21

2.2. PRINCIPAIS CONCEITOS

2.2.1. DOENCAS CARDIOVASCULARES

As doenças crônicas não transmissíveis, como doenças cardiovasculares (DCVs),


câncer, diabetes mellitus e hipertensão arterial constituem um grupo de enfermidade que têm
características de longo período de latência, tempo de evolução prolongado, lesões irreversíveis
e com consequências que podem levar a inúmeras incapacidade ou óbito (MARTINS et al.,
2011). São actualmente a maior preocupação no mundo causando inúmeras mortes de forma
precoce, comprometendo a qualidade de vida, originando limitações e incapacidade, sendo
responsáveis por impactos económicos para as famílias, comunidades e para a sociedade em
geral (MALTA et al., 2014)

As DCVs são aquelas consideradas responsáveis pelo mau funcionamentodo sistema


cardíaco, que tem a tarefa detransportar oxigênio e nutrientes necessários às células para essas
executarem suas tarefas (MAGALHÃES et al., 2014). Elas são um pré requisito para queum
indivíduo tenha maior risco de desenvolver doenças do coração e dos vasos sanguíneos
(CEOLIN & MARISCO, 2011). As DCVs respondem pela maior taxa de morbidade e
mortalidade na maioria dos países, o que motiva a realização de várias pesquisas de natureza
populacional para além de ser um encargo social e econômico elevado (SIMÃO et al., 2002).
A Organização Mundial da Saúde (OMS), refere que este grupo de doenças são responsáveis
por 30% do total de mortes no mundo. Em Moçambique estudos realizados nas principais
cidades do país mostraram que as (DCVs) constituíam 24% das causas de morte autopsiadas
em 2001 e ocuparam o 2° lugar das dez principais causas de morte na cidade de Maputo em
1995.Os principais factores de risco para as doenças cardiovasculares podem ser divididos em
duas classes: os factores de risco não modificáveis, que incluem o sexo, a idade e a
hereditariedade (genéticos), e os factores de risco modificáveis, que são adquiridos com o
passar do tempo e estão relacionados com hábitos e estilo de vida (DO NASCIMENTO et al.,
2011).

Os indivíduos do sexo masculino são susceptível de sofrer de doenças severas e crônicas


do que as do sexo feminino, o que acarreta uma maior taxa de mortalidade para este género
mesmo quando ambos os sexos apresentam as mesmas predisposições para certas doenças (DA
GAMA, 2012). A idade avançada de forma independente eleva o risco de desenvolvimento de
doenças crônicas, com maior ênfase para as cardiovasculares (PEREIRA et al., 2008). Com a
22

idade, nos indivíduos ocorre a rigidez arterial consequência do desgaste imposto ao longo dos
anos levando à ruptura das fibras de elastina na parede das artérias e sua substituição por
colágeno menos distensíveis, resultando na redução da complacência arterial e aumento da
velocidade de propagação das ondas de pressão que por sua vez resulta no retorno mais precoce
das ondas refletidas da periferia à raiz da aorta (WAJNGARTEN, 2010).

2.2.2. ACTIVIDADE FISICA

A actividade física (AF) é definida como todo movimento produzido pelos músculos
esqueléticos com gasto energético acima dos níveis de repouso. Ou por outro lado, é todo
movimento que necessitamos para a nossa sobrevivência, no nosso dia-a-dia, como: nadar, lavar
o carro, passear com o cão, varrer o nosso passeio ou quintal, brincar, entre outros (MEDINA,
2011). Para OGDEN (2004) a actividade física é todo movimento corporal resultante do
trabalho muscular esquelético que culmina com consumo energético.

2.2.3. EXERCÍCIO FÍSICO

Os Exercícios Físicos são diferentes da AF pois estes têm objectivos, uma estruturasequenciada
e sistematizada de movimentos de diferentes segmentos corporais, são executados de forma
planificada (MEDINA, 2011).Os Exercícios Físicos requerem um movimento corporal
planificado, estruturado e repetitivo tem como o propósito de melhorar ou manter um ou mais
componentes da boa forma física (OGDEN, 2004).Desde os tempos primórdios a importância
dos exercícios foi referida pelo filósofo Platão que os considerava como fundamentais na
manutenção do equilíbrio do corpo e da mente. O que assenta talvez nas célebres palavras do
romano Juvenal que melhor definia esse conceito: “Mens sana in corpore sano” “mente sã em
corpo são” (GUALANO & TINUCCI, 2011).A prática regular da actividade física, no seu todo
tráz muitos benefícios à saúde e pode ser um meio efectivo de prevenção à ocorrência de
doenças futuras (SILVA & COSTA JÚNIOR, 2011).

2.3. ESTUDOS DESCRITIVOS COMPARATIVOS

Numa pesquisa realizada por EYKEM & MORAES (2009), em que procuram estimar
a prevalência e o grau de simultaneidade do tabagismo, da inactividade física, do sobrepeso ou
obesidade, da pressão arterial limítrofe e da hipertensão arterial em 217 sujeitos do sexo
masculino, com idades compreendidas entre 20 e 49 anos, residente na cidade de Juiz de Fora,
Minas Gerais. Dos resultados ficou evidente que o sobrepeso/obesidade foi o factor de risco
com maior frequência 43,3%, seguindo-se o sedentarismo em 28%, o tabagismo em 25,3%, em
relação a hipertensão arterial 19,4% apresentaram uma pressão arterial limítrofe. A correlação
23

entre dois ou mais factores foi notória em 45,2% dos indivíduos amostrados. Ainda que os
autores não encontrem explicação para os resultados observados, estes sugerem a necessidade
de intensificar as estratégias de promoção de saúde voltadas para a população masculina.

Com recurso a um questionário CORREIA et al., (1987) realizaram uma pesquisa em


uma amostra composta por 90 estudantes (75 mulheres e 15 homens) com idades superiores a
18 anos, com o propósito de verificar a existência de factores de risco modificáveis e não
modificáveis em estudantes universitários. Os resultados indicam alguns factores de risco
nomeadamente: histórico familiar, sedentarismo e sobrepeso. No entanto, um pequeno grupo
(2,2%) apresentou níveis considerados de hipertensão. No que concerne a hipertensão, os
resultados encontram explicação no facto destes estudantes terem um histórico familiar de
hipertensão, sedentarismo e sobrepeso.

MARTINS et al., (2011) realizaram um estudo com recurso a um inquérito estabelecido


com base nas variáveis do estudo Framingham Heart Study e INTERHEART Study, com uma
amostra composta por 1060 adultos de ambos sexos, onde 51,4% eram do sexo feminino e 48,6
do sexo masculino, com o objectivo de estimar a prevalência dos principais factores de risco
cardiovascular em adultos de município de Rio de Janeiro. Os resultados revelaram 65% de
hipertensão, 49% tinham histórico familiar de doenças cardiovasculares, 42,8% eram
sedentários, 25,3% com sobrepeso/obesidade, 23% tinham hábitos tabágicos, 22,9% com
dislipídemia e 19,7% eram diabéticos. Do estudo ficou evidente uma elevada prevalência de
factores de risco associados à doença cardiovascular sendo que a hipertensão arterial e o
diabetes mellitus atingiram percentagens acimas das geralmente referidas na literatura. Para os
autores estes resultados sugerem uma intensificação de estratégias de prevenção e promoção de
saúde no âmbito das doenças cardiovasculares, assim como o aprimoramento do atendimento
emergencial ao paciente com risco de doenças coronária.

DA GAMA et al., (2012) estudaram a prevalência dos factores de risco para doenças
cardiovasculares em 100 pacientes para tal, aplicaram um questionário semi-estruturado, com
perguntas abertas e fechadas, e avaliaram a pressão arterial, mediram a circunferência
abdominal e, o peso e a altura no cálculo do índice de massa corporal (IMC). Os resultados
obtidos revelaram que os pacientes apresentavam alguns factores de risco, como, a hipertensão
arterial, sedentarismo, stress, valores do IMC elevados e maus hábitos nutricionais. Os autores
referem que os resultados registados não decorrem simplesmente da idade avançada ou da
herança genética, mas sim, de uma ou mais condições evitáveis e são de opinião de que uma
24

acção no sentido da mudança de certos hábitos e estilo de vida pode concorrer positivamente
na alteração do quadro ora observado.

SIMÃO et al., (2002) com o propósito de identificarem o perfil dos trabalhadores do


sexo masculino de uma Destilaria que desenvolvem suas actividades no sector da indústria
amostrou 123 indivíduos, com idades compreendidas entre os 18 e 71. Dos resultados foi
possível observar que, 10,6% dos trabalhadores tinham obesidade do 1° grau, 17,0%
apresentavam obesidade do 2° grau, 11,4% tinham valores de pressão arterial sistólica acima
dos 140mmHg, 12,2% apresentavam uma pressão arterial diastólica acima dos 90mmHg,
40,7% referiram realizar AF, 16,3% tinham hábitos tabágicos, 65,9% referiram consumir
bebidas alcoólicas e, 49,6% relataram ingerir sal em excesso. Quanto aos antecedentes
familiares, 32,5% referiram história familiar positiva de doença hipertensiva, 26,0% para
acidente vascular cerebral e 27,6% para diabetes.

CEOLIN & MARISCO (2011) conduziram uma pesquisa com uma amostra composta
por 48 indivíduos brasileiros de ambos sexos, (38 mulheres e 10 homens) que na sua maioria
apresentavam idade superior a 60 anos. Com recurso a um questionário procuraram investigar
o risco de doenças cardiovasculares. Dos resultados constatou-se que a idade constitui um factor
de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares, principalmente quando associado a um
estilo de vida sedentário. Por outro lado, DO NASCIMENTO et al., (2011), realizaram um
estudo em 88 mulheres, com recurso a um questionário contendo perguntas abertas e fechadas,
abrangendo questões referentes a estilo de vida (stress, alimentação, etilismo, sedentarismo e
tabagismo), ainda foram avaliados indicadores antropométricos peso, altura, circunferência
abdominal e relação cintura-quadril), pressão arterial e indicadores metabólicos. Deste estudo
ficou evidente que dentre os factores de risco modificáveis para as doenças cardiovasculares
em mulheres hipertensas, os mais importantes foram baixo nível de HDL-C e a
inactividadefísica presente e referida por mais de 80% dos pacientes, seguidos de stress,
hipertensão, pré-obesidade e obesidade estes em mais de 70% das pacientes. A intolerância a
glicose diminuída e diabetes também foram significativas, evidenciando um risco potencial para
doenças cardiovasculares. Para os autores, apesar das limitações inerentes a estudos desta
natureza, os resultados mostram a importância da identificação e quantificação dos diferentes
factores de risco para as doenças cardiovasculares, possibilitando assim, desenvolver acções
direcionadas a prevenção e/ou controlo destas. Os resultados reforçam a ideia da relevância
desta temática e permite que os profissionais de enfermagem e da actividade física e desporto
utilizem o instrumento de pesquisa para ampliar seus conhecimentos e passe a ter uma visão
25

mais direcionada a grupos de maior vulnerabilidade dentro da atenção básica, partindo do


princípio que a promoção da saúde e prevenção de agravos são peça fundamental para saúde
dos indivíduos.

Num estudo desenvolvido por CARDOSO et al., (2001) examinaram 151 indivíduos de
ambos os sexos (80 homens e 71 mulheres), com idade igual ou superior a 15 anos. Além dos
indicadores antropométricos, os sujeitos foram submetidos a testes físicos, a avaliação
metabólica e a entrevista. A pesquisa teve como fundamental o propósito avaliar a prevalência
dos factores de risco para doenças cardiovasculares na população adulta do Estado do Rio de
Janeiro, Brasil. Dos resultados ficou evidente uma maior prevalência de factores de risco nas
mulheres e seu incremento com a idade. Os autores referem que a população avaliada encontra-
se sob risco intermediário para as doenças crônicas, o que apela a maiores esforços para controlo
dos factores de risco.

PEREIRA et al., (2009) conduziram um estudo em 9211 sujeitos de ambos os sexos,


com idades compreendidas entre 30 e 69 anos, residentes em 16 cidades capitais, incluídas no
Inquérito Domiciliar sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Associadas a Doenças Não
Transmissíveis, 2002 – 2003. Neste concernente, quatro grupos de variáveis foram analisados:
i) características sociodemográficas: idade, sexo, nível de escolaridade e renda familiar; ii)
factores de risco cardiovascular modificáveis (hipertensão arterial sistêmica, tabagismo,
consumo de álcool considerado de risco, inatividade física, dieta inadequada e obesidade
central); iii) morbidade: relato de diagnóstico médico de doença isquémica do coração e
diabetes; e iv) percepção da própria saúde (excelente/muito boa, boa, regular ou má). A
pesquisa tinha como propósito estimar a prevalência e a agregação de factores de risco para
doenças cardiovasculares (hipertensão, tabagismo, inatividade física, uso excessivo de álcool,
dieta inadequada e obesidade central) e investigar a sua associação com autoavaliação da saúde
ajustada a características sociodemográficas e ao diagnóstico médico de diabetes e a doença
isquémica do coração. Dos resultados ficou evidente uma elevada prevalência de múltiplos
factores de risco para doenças cardiovasculares, o que reforça a importância de políticas
públicas voltadas para a redução desses factores. Para os autores, os resultados dessas
intervenções devem ser monitorados com base em inquéritos periódicos de base populacional,
capazes de detectar mudanças no perfil de risco, identificar subgrupos expostos a maior risco,
nortear e avaliar o impacto de estratégias de prevenção. Outrossim, a associação directa é
significativa entre autoavaliação da saúde e perfil de risco cardiovascular em adultos reforça a
26

aplicabilidade desse indicador em inquéritos populacionais como marcador de saúde e aponta


a necessidade de investigações futuras acerca de outras variáveis que influenciem essa relação.

Ainda no Brasil, DA SILVA et al., (2015) realizaram uma pesquisa em uma população
adulta maior de 18 anos de idade e residente em Cuiabá, Mato Grosso, nos anos de 2006 a 2009.
Para tanto, recorreram a dados obtidos com base em inquéritos telefônicos de base populacional
desenvolvidos entre 2006 e 2009, daí terem sido consideradas as variáveis sociodemográficas
(sexo, idade e escolaridade) e, relacionadas ao estilo de vida: tabagismo, uso de bebida
alcoólica, consumo alimentar e AF, com o objectivo de descrever a variação temporal dos
factores de risco e protecção para doenças cardiovasculares em adultos. Nota-seque os
inqueridos apresentam uma frequência de consumo regular de refrigerantes reduzidas de 23%.
De modo geral, a referência ao consumo de frutas, legumes e verduras aumentou em 19%,
sendo esse incremento mais evidente em homens 49%. Foi observada redução dos níveis de AF
no domicílio e de AF de lazer em mulheres de 14% para 10%. Contudo, foi observado um
incremento na proporção de mulheres e homens com mais de 40 anos de idade que fazem
deslocamento activo diariamente.

DE LIMA MENDES et al., (2006) com o objectivo de verificarem a agregação familiar


de factores de risco para doenças cardiovasculares, observando a frequência de excesso de peso
e obesidade, sedentarismo, tabagismo e hipertensão arterial, avaliaram 421 adolescentes
brasileiros, estudantes nas escolas públicas e seus pais. Para a recolha de dados recorreram a
um protocolo de avaliação, que consistiu de um questionário estruturado, antropometria e
aferição da pressão arterial e também informação ligada ao tabagismo e AF dos pais e dos
filhos. Os resultados revelaram que o excesso de peso e a obesidade rondava em 7,8% nos
adolescentes, 18,8% dos pais e 19,8% das mães. No que se refere ao sedentarismo, 41,5% dos
adolescentes, 61,0% dos pais e 61,7% das mães, são considerados hipoactivas e no que tange a
hábito de fumar foi observada uma prevalência de 7,8% nos adolescentes, 14,7% nos pais e
13,0% nas mães. A hipertensão registada em 11,4% dos adolescentes, 20,3% dos pais e 10,2%
das mães. Outrossim, todos os factores de risco para doenças cardiovasculares registados nos
pais e nas mães estão associadas com maior frequência a sua ocorrência nos filhos, com
excepção da hipertensão arterial. Para os autores, há uma forte correlação familiar para a
obesidade, tabagismo e sedentarismo, o que confirmando a influência da família nesses factores
de risco para as doenças cardiovasculares.
27

Por seu turno, DE FARIAS JÚNIOR et al., (2011) com propósito de determinarem a
prevalência de factores de risco cardiovascular e a relação entre esses factores e indicadores
sociodemográficos em adolescentes, realizaram um estudo com uma amostra constituída de 782
adolescentes com idades compreendidas entre os 14 e os 17 anos de idade, destes, 54,9% eram
do sexo feminino, e frequentavam o ensino médio no município de João Pessoa - PB, Brasil.
Para tal, recorreram as variáveis independentes sexo, idade e condição econômica. E como
variáveis de interesse ou dependentes recorreram aos indicadores como: níveis insuficientes de
AF, hábitos alimentares inadequados, pressão arterial elevada, etilismo, excesso de peso
corporal e tabagismo. Os resultados revelam que foram os factores de risco cardiovascular mais
prevalecentes, níveis insuficientes de AF em 59,5% e hábitos alimentares inadequados em
49,5%. A pressão arterial elevada, etilismo e excesso de peso foram mais prevalecentes nos
indivíduos do sexo masculino, enquanto, níveis insuficientes de actividade física foram
prevalecentes nos indivíduos do sexo feminino. No entanto, é de referir com alguma
preocupação que apenas 10% dos adolescentes não apresentaram nenhum factor de risco para
as doenças cardiovasculares, enquanto, 51,4% dos adolescentes apresentaram dois ou mais
factores de risco para as doenças cardiovasculares simultaneamente. Os adolescentes do sexo
masculino e aqueles que pertenciam aos estratos econômicos baixo revelaram maiores
probabilidades de apresentarem um ou mais factores de risco para a ocorrência de doenças
cardiovasculares. Para os autores, estes factos vem demostrar de forma inequívoca que existe
neste grupo maior prevalência de factores de risco cardiovascular, com destaque para a
exposição simultânea a múltiplos factores de risco.

Dos estudos revisto, ficou evidente que pesquisas que debruçam sobre prevalência de
factores de risco para doenças cardiovasculares em atletas são reduzidos. Os poucos estudos
encontrados foram realizados por autores como (JÚNIOR & GONÇALVES,
2008;GONÇALVES et al., (2008),GOMIDES et al., (2016) ISHIDA et al., (2013) MIRANDA
et al., (2006) WANDERLEY et al., (2010).Com o propósito de analisar a prevalência de
factores de risco para doenças cardiovasculares em atletas amadores da Liga Uberlandense de
Futebol, JÚNIOR & GONÇALVES (2008) estudaram uma população composta por 160 atletas
que disputaram o campeonato de futebol amador de Uberlândia, em que recorreram a uma
amostra aleatória constituída por 40 jogadores, com idades compreendidas entre os 18 e os 37
anos. Os atletas responderam a um questionário sobre histórico familiar de doença
cardiovascular, hábitos de fumo, etilismo e prática de AF. Outrossim, os atletas foram
submetidos a avaliação antropométrica e metabólica em indicadores como: peso, altura, pressão
28

arterial sistólica e pressão arterial diastólica de repouso e circunferência abdominal. Dos


resultados obtidos observou-se que os factores de risco mais prevalecentes entre os atletas
foram o etilismo (55%), a hipertensão (32,5%) e o sedentarismo (25%), sendo que grande parte
dos atletas (22,5%) apresentou uma associação de três ou mais factores de risco. Os autores não
referem nenhuma explicação para os resultados encontrados, no entanto, sugerem que medidas
preventivas devem ser tomadas para se evitar acometimentos cardiovasculares agudos durante
a prática desportiva destes atletas.

GONÇALVES et al., (2008) com o propósito de analisar a prevalência de factores de


risco para ocorrência de doenças cardiovasculares em atletas da Natação Master da cidade de
Uberlândia/MG, estudaram uma população composta por 70 atletas, de ambos os sexos,
praticantes da natação master dentro da cidade de Uberlândia, Brasil. A amostra foi selecionada
de forma aleatória, tendo ficado composta em 50% da população, os sujeitos da amostra tinham
idades acima dos 25 anos, desta amostra era do sexo feminino 48,6% e 18 do sexo masculino,
o que representa 51,4%. Com recurso a um questionário, os atletas responderam sobre o
histórico familiar de ocorrência de doença cardiovascular, hábitos de fumo, etilismo e prática
de AF. Também, foram submetidos à avaliação antropométrica e metabólica nos indicadores
peso, estatura, idade, pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólica de repouso e
circunferência abdominal. Os resultados encontrados indicam que os factores de risco com
maior prevalência entre os atletas da natação master foram circunferência abdominal 71,4%,
índice de massa corporal 45,7%, etilismo 40,0% e hipertensão 20,0%. As mulheres
apresentaram uma maior prevalência de obesidade central 94,1% em relação aos homens 50%.
Para os autores, o observado é explicado pelas diferenças encontradas nas faixas etárias entre
ambos os sexos. A maior parte dos atletas 45,71%, apresentou uma associação de três ou mais
factores de risco.

GOMIDES et al., (2016) com o propósito de verificarem a prevalência dos factores de


risco para doenças cardiovasculares em praticantes de futebol recreativo e comparar o para
doenças cardiovasculares em função da faixa etária desenvolveram um estudo com uma amostra
composta por 201 sujeitos do sexo masculino com idade média de 25.3±6.0 anos. Para tanto,
recorreram a questionário RISKO, contendo 8 factores de risco. O escore médiopara doenças
cardiovasculares observado foi de 18.2±3.5 pontos. É de referir que os sujeitos com (12-29
pontos), são classificados com risco moderado para a ocorrência de doenças cardiovasculares.
Com relação aos grupos etários, o risco médio para doenças cardiovascular foi de 16.58±3.11
pontos para os indivíduos entre 18-20 anos; de 18.2±3.1pontos paraos de idades entre os 21-30
29

anos; 20.6±3.9 pontos para os sujeitos entre 31-40 anos e; de 21.0 ± 4.5 para aqueles comidade
superior a 40 anos. Com relacão a cada factor de risco isoladamente, as prevalências observadas
em ordem decrescente, foram: excesso de peso (44.8%), sedentarismo (38.3%),
hipercolesterolemia (24.38%), tabagismo (17.41%), hereditariedade (12.94%) e hipertensão
(8.46%). Dos resultados conclui-se que os factores de risco de doenças cardiovasculares mais
prevalecentes nos praticantes de futebol recreatctivo foram o excesso de peso, o sedentarismo
e a hipercolesterolemia, apresentando classificação de risco médio e seu incremento com a
idade, particularmente após os 31 anos.

ISHIDA et al., (2013) com o intuito de: i) descrever as características antropométricas


e presença de factores de riscos cardiovasculares e; ii) descrever a presença de lesões em
corredores de rua. Estudaram uma amostra composta por 94 corredores de rua do sexo
masculino, com idade média 39±13 anos. Neste concernente, os atletas foram submetidos uma
anamnese composta por perguntas sobre a condição socioeconômica familiar que foi analisada
conforme o Critério de Classificação Econômica, uso de medicamentos, presença ou não de
doenças, risco coronário segundo a American Heart Association, que continha questões sobre
histórico familiar de doenças cardiovasculares, presença de diabetes, colesterol e pressão
arterial sistólica acima dos níveis de normalidade, AF no trabalho e lazer e tabagismo. A prática
de exercícios físicos no lazer bem como os motivos que o levaram a praticar exercícios e corrida
também foram avaliados pela anamnese. Outrossim, os participantes responderam questões
específicas sobre corrida, tais como tempo de treino, frequência e volume semanal dos treinos,
número e tipo de provas praticadas, existência ou não de acompanhamento profissional. Cada
participante respondeu também a um questionário de lesões adaptado por PASTRE et al.,
(2004). Os resultados evidenciaram entre os auto-referidos problemas de saúde, foram
encontradas alterações na pressão arterial em 42%, na circunferência abdominal acima dos
valores normais em 9,8% e 6% apresentaram risco para as doenças cardiovascular moderado.
Também verificaram que 34% dos sujeitos já sofreram lesão, sendo que 67,7% destas foram
derivadas de treinos ou competições. A idade, a distância da prova e a realização de outras
actividades foram associadas a ocorrência de lesão. Para os autores, estes resultados deixam
transparecer que os practicantes/corredores de rua apresentam uma condição física propícia ao
comprometimento cardiovascular durante uma prova e ao surgimento de lesões, sugerindo
campanhas de consciêncialização sobre a condição de saúde neste público.
30

MIRANDA et al., (2006) com o objectivo de determinar a prevalência dos factores de


risco de doenças coronárias em atletas brasileiros de elite, examinaram 88 atletas no âmbito do
Projecto SEUL/COB/AMIL todos na faixa etária que varia entre os 15 e os 42 anos. Os autores
concentraram-se nos factores de risco como; história familiar de cardiopatia isquémica,
hipercolesterolemia (colesterol-total e subfrações), hipertensão arterial, intolerância à glicose,
tabagismo e hipertrofia ventricular esquerda. Os resultados encontrados sugerem que, mesmo
em atletas de alto nível parece ser necessário pesquisar a existência de factores de risco de
doenças coronárianas. A hipertrofia ventricular esquerda do atleta parece ser resposta
fisiológica ao treinamento, necessitando de estudos prospectivos para que a sua importância
clínica seja compreendida. Sugerindo os autores uma campanha educativa no sentido de
diminuir a prevalência do tabagismo, aliada a uma orientação nutricional constante, nas diversas
fases do treinamento físico, para que haja diminuição da hipercolesterolemia.

Com propósito de i) identificar os factores de risco que podem desenvolver a hipertensão


arterial em atletas; ii) analisar as variações dos níveis pressóricos antes e depois da AF e iii)
observar a relação entre AF e controlo da pressão arterial em atletas de futebol na Paraiba,
Brasil, WANDERLEY et al., (2010) amostraram 25 atletas, recorrendo ao um questionário, que
debruçavam sobre o perfil sociodemográfico do atleta, história de hipertensão, uso de álcool,
tabagismo, hábitos alimentares, medidas antropométricas, pressão arterial e frequência
cardíaca. Dos resultados ficou evidente que os atletas possuem diferentes níveis de
escolaridades e são predominantemente das raças pardas e negra. Pode-se perceber um elevado
número de adeptos de uma alimentação rica em sódio, o que pode desencadear um cenário da
elevação de níveis pressóricos, assim como alimentos gordurosos que por sua vez aumenta o
peso corporal, o qual possui uma inter-relação com a hipertensão arterial. Por outro lado,
verificou-se que um número significativo da população possui sobrepeso, o que se constitui em
um dado de grande relevância, uma vez que são conhecidos os malefícios do peso corporal
aumentado no controle da pressão arterial. Os autores referem, a necessidade de uma
reeducação alimentar, uma vez que a dieta é considerada como um factor de risco modificável.
Outrossim, os indivíduos que apresentaram maiores variações nos níveis das pressões sistólicas
e diastólicas estão na faixa etária acima dos 30 anos. Uma outra constatação revela que grande
parte dos sujeitos da pesquisa referiu o uso de bebidas alcoólicas. Com estes resultados nota-se
a importância do controlo dos níveis pressóricos em todos os indivíduos, sejam eles atletas ou
não, visto que, a hipertensão arterial consiste numa doença na qual diversos factores são
responsáveis pela sua ocorrência, sejam eles ambientais ou hereditários. É preciso à adopção
31

de medidas preventivas para evitar o aumento dos casos desta doença e suas possíveis
complicações.
32

CAPÍTULO III: MATERIAL E MÉTODOS

3.1. ÁREA DE ESTUDO

Maputo - Cidade é a capital e maior cidade de Moçambique. Situa-se no sul do país, na


margem ocidental da Baia de Maputo. Os seus limites são: a norte, o distrito de Marracuene; a
noroeste o Município da Matola; a oeste, o distrito de Boane; a sul, o distrito de Matutuine.
Maputo - Cidade constitui administrativamente um município com um governo eleito e tem
também, desde 1980, o estatuto de Província. O Município tem uma área de 346,77Km² e uma
população de 1.094.315 (Censo de 2007). O Município está dividido em sete distritos
municipais, que se encontram, por sua vez divididos em bairros.

3.2. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

Aamostrafoi constituída por 287 indivíduos adultos de ambos os sexos com idades
compreendidas entre os 31 e 77 anos, sendo 190 homens e 97 mulheres, praticantes de futebol
veterano e ginástica de rua na cidade de Maputo. Os praticantes de futebol veterano tiveram
como amostra 118 atletas com idades entre os 31e 65 anos. Enquanto que os praticantes de
ginástica tiveram como amostra 169 sujeitos (72 homens e 97 mulheres) com idades situadas
entre os 31 e 77 anos, obtida de forma casual simple e aleatória.Como critério de inclusão,todos
os avaliados deveriam praticar futebol veterano ou praticar actividade fisica nas ruas da cidade
de Maputo (ar livre) e que tenha no mínimo 31 anos de idade.

3.3.TIPO DE ESTUDO

Realizou-se um estudo descritivo quantitativo, exploratório e Transversal nos meses de


Fevereiro a Dezembro do ano de 2016 na cidade de Maputo.

3.4. INSTRUMENTO DE RECOLHA DE DADOS

Foi aplicado para o presente estudo um questionário com os seguintes testes: (1) teste
com um questionário simples, conhecido como questionário de prontidão para actividade física
“Physical Activity Readiness Questionnaire” — PAR-Q desenvolvido pelo Bristish Columbia
Ministry of Health (1978), que pode ser utilizado como um padrão mínimo de avaliação de pré-
participação, sendo porém muito útil quando considerada uma avaliação em massa, como
ocorre em alguns eventos desportivos envolvendo grande número de participantes, o qual indica
as doenças, sem diferenciação de campo, que podem agravar-se com a prática de actividade
33

física e, (2) teste dos Factores de Risco para Doença Coronariana FRDCV daAmerican College
of Sports Medicine (ACSM), os dois testes consistem de questionário com perguntas
fechadas.Portanto, o atleta que responder um ou mais Sim no primeiro teste (PAR-Q) e dois ou
mais Sim no segundo (FRDCVs) estará reprovado no teste,isto é, não estando apto a praticar
actividade física, para tal terá antes que passar por um processo de avaliação médica.

3.5. PROCEDIMENTO NA RECOLHA DE DADOS

No primeiro contacto perguntou-se aos atletas se anuiam favoravelmente a sua


participação na pesquisa, caso as respostas fossem positivas era, então, aplicado o questionário
pelo pesquisador. O questionário foi aplicado individualmente e no caso de dúvidas nas
questões, as mesmas eram esclarecidas para melhor entendimento para que as respostas
observassem maior fidelidade.

Para as variáveis: Demográficas - Sexo; idade (onde os participantes mencionavam os


seus anos completos); antropométricas – altura, peso, perimétro abdominal. Os procedimentos
técnicos adoptados para a obtenção destas medidas somáticas foram descritos e padronizados
por Lohman et al., (1988). A obesidade e o sobrepeso foram avaliados mediante o cálculo do
índice de massa corporal (IMC), obtido dividindo-se o peso (kg) pelo quadrado da altura (m).
A Pressão arterial foi aferida por método indireto, utilizando-se tensiométro portátil, feita a
adequação do manguito à circunferência braquial, após 5min de repouso na posição sentada.
Com propósito de aferir as pressões sistólica (PAS) e diastólica (PAD) Cada participante era
submetido a no mínimo duas aferições, com intervalo mínimo de cinco minutos entre elas.
Considerava-se como hipertenso, o indivíduo que apresentou pressão sistólica ≥140mmHg e/ou
pressão diastólica ≥90mmHg, ou aqueles que se encontrassem em estágio de uso regular de
medicação para pressão. Tabagismo, aquele que respondeu positivamente a questão era
considerado fumador. Diabetes para o presente estudo foram considerados diabéticos todos
aqueles que confirmaram serem portadores de qualquer tipo de diabetes. Colesterol todos os
participantes do nosso estudos não foram submetidos à nenhum tipo de exames laboratorial,
por isso, foram portadores de níveis elevados de colesterol todos que mostraram ter passado de
exames e os valores estavam acima de 240mg/l, História familiar de ataque cardíaco, tem um
histórico familiar positivo todo indivíduo que sendo do sexo masculino tem ou teve pai/irmão
que antes dos 55 anos ou do sexo feminino que tem ou teve mãe/irmã antes dos 65 anos de
idade que sofreram de ataque cardíaco. Sedentarismo, foram considerados indivíduos
sedentários todos aqueles que não práticam 30 minutos de actividades físicas pelo menos 3
34

vezes por semana e que as suas actividades profissionais eram sedentárias. Consumo de álcool,
todos atletas respondia (sim ou não) ao consumo de qualquer bebida alcoólica.

3.5. PROCEDIMENTO ESTATÍSTICOS

O tratamento estatístico aplicado constitui-se da análise discritiva dos dados. As


respostas dos questionários foram analizadas com recurso ao cálculo percentual de ocorrencia
de acordo com a modalidade e por sexo, bem como a distribuição de indivíduos com uma, duas
ou mais respostas afirmativas ao PAR-Q e aos FRDCVs. A análise dos dados foi realizada no
programa estatístico SPSS versão 21.0, e o nível de significância foi fixado em 0.05.
35

CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

Depois de aplicada a metodologia proposta para a pesquisa, os dados são apresentados


em forma de tabelas e gráficos:
Tabela 1: Comporta as respostas ao teste PAR-Q em função do Sexo

Questões Homens Mulheres Total

Sim Não Sim Não Sim Não

1. Seu médico já disse que você 19 171 25 72 44 243


possui um problema cardíaco e (10.0%) (90.0%) (25.8%) (74.2%) (15.3%) (84.7%)
recomendou actividades físicas
apenas sob supervisão médica?
2.Você tem dôr no peito 4 186 3 94 7 280
provocada por actividades físicas (2.1%) (97%) (3.1%) (96.9%) (2.4%) (97.6%)

3. Você sentiu dôr no peito no 6 184 5 92 11 276


último mês? (3.2%) (96.8%) (5.2%) (94.8%) (3.8%) (96.2%)

4. Você já perdeu a consciência 16 174 12 85 28 259


em alguma ocasião ou sofreu (8.4%) (91.6%) (12.4%) (8.67%) (9.8%) (90.2%)
alguma queda em virtude
detontura?
5. Você tem algum problema 22 168 28 69 50 237
ósseo ou articular que poderia (11%) (88.4%) (28.9%) (71.1%) (17.4%) (82.6%)
agravar-se com a prática
deactividades físicas?
6. Algum médico já lhe 15 175 20 76 35 251
prescreveu medicamento para (7.9%) (92.1%) (20.8%) (79.%) (12.2%) (87.8%)
pressão arterial ou para o
coração?
7.Você tem conhecimento, por 15 175 7 90 22 90
informação médica ou pela (7.9%) (92.1%) (7.2%) (92.8%) (7.7%) (92.8%)
própria experiência, de algum
motivo que poderia impedi-lo de
participar de actividades físicas
sem supervisão médica?
36

Homens
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7

Sim Não

Gráfico 1: Representação gráfica das respostas ao testePAR-Q pelos indivíduos do sexo Masculino

Mulheres
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7

Sim Não

Gráfico 2:Representação gráfica das respostas ao teste PAR-Q pelos indivíduos do sexo Femenino
37

Os dados correspondentes as respostas ao teste PAR-Qem funçãodo sexo são


apresentados na Tabela 1 e representados nos Gráficos 1 e 2, onde mostram que 10.0% (n=19)
dos homenspossuem um problema cardíaco, face a circustância, devem praticar AF sob
supervisão médica e 25.8% (n= 25) das mulheres demonstraram o mesmo problema, 2.1%
(n=4) dos homens e 3.1% (n=3) das mulheres referiram dôr no peito provocada pelaAF, 3.2%
(n 6) de homens e 5.2% (n=5) de mulheres referiram terem sentido dôr no peito no mês anterior
a pesquisa, 8.4% (n=16) dos homens e 12.4% (n=12) de mulheres já perderam a consciência
em alguma ocasião e sofreram alguma queda em virtude detontura, 11.6% (n=22) de homens e
28.9% (n=28) de mulheres têm algum problema ósseo ou articular que poderia agravar-se com
a prática deAF, 7.9% (n=15) dos homens e 20.8% (n=20) mulheres têm problemas de pressão
arterial e tomam medicamento por orientação médica, portanto 7.9% (n=15) de homens e 7.2%
(n=7) de mulheres relataramterem conhecimento ou mesmo pela sua experiência de algum
motivo que lhes possam impedir de participar de AF sem supervisão médica. Os dados
referentes as respostas ao teste PAR-Q em função da modalidade são apresentados na tabela 2
e ilustrados nos gráficos 3 e 4 respectivamente.

Tabela 2: Respostas ao Teste PAR-Q em relação a Modalidade


Questões Practicante de Praticante de Total
futebol veterano ginástica na rua
Sim Não Sim Não Sim Não

1. Seu médico já disse que você 5 113 39 130 44 243


possui um problema cardíaco e 4.2% 95.8 23.1% 76.9% 15.3% 84.7%
recomendou actividades físicas
apenas sob supervisão médica?
2.Você tem dôr no peito provocada 1 117 6 163 7 280
por actividades físicas 0.8% 99.2% 3.6% 96.4% 2.4% 97.6%
3. Você sentiu dôr no peito no último 3 115 8 161 11 276
mês? 2.5% 97.5% 4.7.% 95.3% 3.8% 96.2%

4. Você já perdeu a consciência em 8 110 20 149 28 259


alguma ocasião ou sofreu alguma 6.8% 93.2% 11.8% 88.2% 9.8% 90.2%
queda em virtude detontura?
5. Você tem algum problema ósseo 10 108 40 129 50 237
ou articular que poderia agravar-se 8.5% 91.5% 23.7% 76.3% 17.4% 82.6%
com a prática deactividades físicas?
6. Algum médico já lhe prescreveu 4 114 31 137 35 251
medicamento para pressão arterial 3.4% 96.6% 18.5% 81.5% 12.2% 87.8%
ou para o coração?
7.Você tem conhecimento, por 8 110 14 155 22 265
informação médica ou pela própria 6.8% 93.2% 8.3% 91.7% 7.7% 92.3%
experiência, de algum motivo que
poderia impedi-lo de participar de
actividades físicas sem supervisão
médica?
38

Praticantes de Futebol Veterano


140

120

100

80

60

40

20

0
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7

Sim Não

Gráfico 3: Respostas ao Teste PAR-Q para praticante de Futebol Veterano

Praticantes de Ginástica na Rua


180

160

140

120

100

80

60

40

20

0
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7

Sim Não

Gráfico 4: Respostas ao Teste PAR-Q para Praticante de Ginástica na Rua

Os resultados revelam que 4.2% (n=5) dos praticante de futebol veterano e 23.1%
(n=39) dos praticante de ginástica na rua responderam positivamente a questão1 ou seja, que
possuem um problema cardíaco e foram recomendados a praticarem AF apenas sob supervisão
médica, 0.8% (n=1) dos praticantes de futebol veterano e 3.6% (n=6) dos praticantes de
ginástica na rua indicaram terem sentido dôr no peito provocada por AF, 2.5% (n=3) dos
39

praticantes de futebol veterano e 4.7% (n=8) dos praticantes de ginástica na rua afirmaram
terem sentido dôr no peito no último mês, 6.8% (n=8) dos praticante de futebol veterano e
11.8% (n=20) dos praticante de ginástica na rua confirmaram terem perdido a consciência em
alguma ocasião ou sofreram alguma queda em virtude detontura, 8.5% (n=10) dos praticantes
de futebol veterano e 23.7% (n=40) dos praticante de ginástica na rua têm algum problema
ósseo ou articular que poderia agravar-se com a prática de AF, 3.4% (n=4) dos praticantes de
futebol veterano e 18.5% (n=31) dos praticantes de ginástica na rua já tiveram prescrição por
um médico de um medicamento para pressão arterial ou para o coração e 6.8% (n=8) dos
praticantes de futebol veterano e 8.3% (n=14) dos praticantes de ginástica na rua referiram
terem conhecimento, por informação médica ou pela própria experiência, de algum motivo que
poderia impedi-los de participar de actividades físicas sem supervisão médica.

Os resultados dos dados referentes as respostas ao teste PAR-Q para a modalidade de


ginástica são apresentados na tabela 3e ilustrados nos gráficos5 e 6 respectivamente.

Tabela 3: Respostas ao teste do PAR-Q em relaçãoa Ginástica na rua.


Questões Homens Mulheres Total
Sim Não Sim Não Sim Não
1. Seu médico já disse que você possui 14 58 25 72 39 130
um problema cardíaco e recomendou 19.4% 80.6% 25.8% 74.2% 23.1% 76.9%
actividades físicas apenas sob supervisão
médica?
2.Você tem dôr no peito provocada por 3 69 3 94 6 163
actividades físicas 4.2% 95.8% 3.1% 96.9% 3.6% 96.4%
3. Você sentiu dôr no peito no último 3 69 5 92 8 161
mês? 4.2% 95.8% 5.2% 94.8% 4.7% 95.3%
4. Você já perdeu a consciência em 8 64 12 85 20 149
alguma ocasião ou sofreu alguma queda 11.1% 88.9% 12.4% 87.6% 11.8% 88.2%
em virtude detontura?
5. Você tem algum problema ósseo ou 12 60 28 69 40 129
articular que poderia agravar-se com a 16.7% 83.3% 28.9% 71.1% 23.7% 76.3%
prática deactividades físicas?
6. Algum médico já lhe prescreveu 11 61 20 76 31 137
medicamento para pressão arterial ou 15.3% 84.7% 20.8% 79.2% 18.5% 81.5%
para o coração?
7.Você tem conhecimento, por 7 65 7 90 14 155
informação médica ou pela própria 9.7% 90.3% 7.2% 92.8% 8.3% 91.7%
experiência, de algum motivo que
poderia impedi-lo de participar de
actividades físicas sem supervisão
médica?

Deste quadro de resultados ficou evidente que, 19.4% (n=14) dos homens e 25.8%
(n=25) das mulheres referiram terem problema cardíaco e foram recomendados AF apenas sob
40

supervisão médica, 4.2% (n=3) de homens e 3.1% (n=3) de mulheres reportaram terem sentido
dor no peito provocada pelaAF, 4.2% (n=3) dos homens e 5.2% (n=5) das mulheres tiveram
uma dôr no peito no último mês, 11.1% (n=8) dos homens e 12.4% (n=12) das mulheres
perderam a consciência em alguma ocasião ou sofreram alguma queda em virtude detontura,
16.7% (n=12) dos homens e 28.9% (n=28) das mulheres têm algum problema ósseo ou articular
que poderia agravar-se com a prática deAF, 15.3% (n=11) dos homens e 20.8% (n=20) das
mulheres têm problemas com a pressão arterial ou com o coração e que já foram prescritos
medicamento por um médico e 9.7% (n=7) dos homens e 7.2% (n=7) das mulheres mostraram
ter conhecimento, por informação médica ou pela própria experiência, de algum motivo que
lhes poderia impedir de participar de AF sem supervisão médica.

Homens
80

70

60

50

40

30

20

10

0
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7
Sim Não

Gráfico 5: Respostas ao teste PAR-Q na Ginástica de rua para os homens


41

Mulheres
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Q1 Q2 Q3 Q4 Q5 Q6 Q7

Sim Não

Gráfico 6: Respostas ao teste PAR-Q naGinástica de rua para as mulheres

Os resultados das respostas ao teste de FRDCV em função do sexo são apresentados na


Tabela 4 eilustrados nos Gráficos 7 e 8.

Tabela 4: Respostas ao testeFRDCV em função do sexo

Questões Homens Mulheres Total

Sim Não Sim Não Sim Não


8 - Idade: Homem acima de 45 anos ou mulher 56 134 25 72 81 206
acima de 55 anos? 29.5% 70.5% 25.8% 74.2% 28.2% 71.8%
9 - Colesterol - Acima de 240 mg/l ou 3 187 8 89 11 276
desconhecida (não sabe)? 1.6% 98.4% 8.2% 91.8% 3.8% 96.2%
10 – Pressão Arterial -Acima de 140/90 mmHg, 54 136 31 66 85 202
desconhecida ou usa medicamento para pressão? 28.4% 71.6% 32.0% 68.0% 29.6% 70.4%
11 - Tabagismo- fuma? 23 167 5 92 28 259
12.1% 87.9% 5.2% 94.8% 9.8% 90.2%

12 - Diabetes - Tem diabetes de qualquer tipo? 5 185 7 90 12 275


2.6% 97.4% 7.2% 92.8% 4.2% 95.8%
13 – História na familia de ataque cardiaco – Pai/ 20 170 20 77 40 247
irmão antes de 55 anos ou Mãe/irmã antes dos 65 10.5% 89.5% 20.6% 79.4% 13.9% 86.1%
anos
14 - Sedentarismo- Actividade profissional 42 148 9 88 51 236
sedentária e menos de 30 minutos de actividade 22.1% 77.9% 9.3% 90.7% 17.8% 82.2%
física pelo menos 3 vezes por semana.
16. Álcool – bebe? 127 63 57 40 184 103
66.8% 33.2% 58.8% 41.2% 64.1% 35.9%
42

Homens
200
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q16

Sim Não

Gráfico 7: Respostas ao testeFRDCV para os homens

100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Sim Não
Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q16

Gráfico 8: Respostas ao teste dos FRDCV para as mulheres

Do quadro de resultados apresentados, constata-se que 56 homens correspondente a


29.5% tinham uma idade superior a 45 anos e 25 mulheres correspondente 25.8% tinham uma
idade superior a 55 anos, 1.6% (n=3) dos homens e 8.2% (n=8) das mulheres referiram terem o
valor de coleterol acima 240mg/l ou que não tinham informação acerca desses valores, 28.4%
(n=54) dos homens e 32.0% (n=31) das mulheresapresentaram valores da pressão arterial acima
de 140/90mmHg, 23 de homens correspondente a 12.1% e 5 de mulheres correspondente a
5.2% consome tabaco ou fumam, 2.6% (n=5) dos homens e 7.2% (n=7) das mulheres
reportaram terem diabetes, 10.5% (n=20) de homens e 20.6% (n=20) de mulheres têm um
43

historial positivo de familiares com ataque cardíaco isto é, pai/irmão antes de 55 anos ou
mãe/irmã antes dos 65 anos tiveram este problema e 22.1% (n=42) de homens e 9.3% (n=9) das
mulheres estão na categoria de sedentários, pois, as suas actividade profissionais são sedentárias
e têm menos de 30 minutos de AF pelo menos 3 vezes por semana, 66.8% (n=127) dos homens
e 58.8% (n=57) das mulheres referem ter contacto com álcool ou que consomem álcool.

Os dados das respostas ao teste do FRDCV em função da modalidade são apresentados


na Tabela 5 e ilustrados no Gráfico 9 e 10. Destes resultados pudemos verificar que 18 (15.3%)
dos praticantes de futebol veterano e 63 (37.3%) dos praticantes de ginástica na rua são homens
acima de 45 anos ou mulheres acima de 55 anos, nenhum dos atletas praticantes de futebol
veterano revelou ter colesterol acima de 240mg/l ou desconhece os seus valores e 6.5% (n=11)
de praticantes de ginástica de rua, diferentemente do outro grupo têm colesterol acima de
240mg/l, 20.3% (n=24) dospraticantes de futebol veterano e 36.1% (n=61) dos praticantes de
ginástica na rua mostraram valores acima de 140/90mmHg de PA, 10.2% (n=12) dospraticantes
de futebol veterano e9.5% (n=16) dos praticantes de ginástica na rua são fumantes, dos
praticantes de futebol veterano ninguém revelou ter diabetes de qualquer tipo e 7.1% (n=12)
dos praticantes de ginástica na rua revelaram terem diabetes, 6.8% (n=8) dospraticantes de
futebol veterano e 18.9% (n=32) dos praticantes de ginástica na rua referiram terem uma
história familiar de ataque cardíaco isto é,pai/ irmão antes de 55 anos ou mãe/irmã antes dos 65
anos, 22.0% (n=26) dos praticantes de futebol veterano e 14.8% (n=25) dos praticantes de
ginástica na rua têm actividades profissionais sedentária e menos de 30 minutos de AF pelo
menos 3 vezes por semana e 75.4% (n=89) de praticante de futebol veterano e 56.2% (n=95)
de praticantes de ginástica na rua consomem álcool.
44

Tabela 5: Respostas testeFRDCVem função da modalidade praticada

Questões Practicantes de Practicantes de Total


futebol veterano ginástica na rua

Sim Não Sim Não Sim Não


8 - Idade: Homem acima de 45 anos 18 100 63 106 81 206
ou mulher acima de 55 anos? 15.3% 84.7% 37.3% 62.7% 28.2% 71.8%
9 - Colesterol - Acima de 240mg/l ou 0 118 11 158 11 276
desconhecida (não sabe)? 0.0% 100.0% 6.5% 93.5% 3.8% 96.2%

10 – Pressão Arterial -Acima de 24 94 61 108 85 202


140/90mmHg, desconhecida ou usa 20.3% 79.7% 36.1% 63.9% 29.6% 70.4%
medicamento para pressão?
11 - Tabagismo - fuma? 12 106 16 153 28 259
10.2% 89.8% 9.5% 90.5% 9.8% 90.2%
12 - Diabetes - Tem diabetes de 0 118 12 157 12 275
qualquer tipo? 0.0% 100.0% 7.1% 92.9% 4.2% 95.8%
13 - História Familiar de Ataque 8 110 32 137 40 247
Cardíco – Pai/ irmão antes de 55 6.8% 93.2% 18.9% 81.1% 13.9% 86.1%
anos ou Mãe/irmã antes dos 65 anos
14 - Sedentarismo - Actividade 26 92 25 144 51 236
profissional sedentária e menos de 30 22.0% 78.0% 14.8% 85.2% 17.8% 82.2%
minutos de actividade física pelo
menos 3 vezes por semana.
16. Álcool – bebe? 89 29 95 74 184 103
75.4% 24.6% 56.2% 43.8% 64.1% 35.9%

Praticantes de Futebol Veterano


140
120
100
80
60
40
20
0
Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q16

Sim Não

Gráfico 9: Respostas ao testeFRDCV para praticantes de Futebol Veterano


45

Praticantes de Ginástica na Rua


180

160

140

120

100

80

60

40

20

0
Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q16

Sim Não

Gráfico 10: Respostas ao Teste FRDCV para praticantes de Ginástica na Rua

A Tabela 6 e os Gráficos 11 e 12,representam os resultados concernentes as respostas


ao teste dos FRDCV para os praticantes da modalidade de ginástica, foi possivel observar que
52.8% (n=38) dos homens têm idade superior aos 45 anos e 25.8% (n=25) mulheres têm idade
superior a 55 anos, 4.2% (n=3) dos homens e 8.2% (n=8) das mulheres têm níveis de
colesterolacima de 240mg/l ou deconhecem os seus valores, 41.7% (n=30) dos homens e 32.0%
(n=31) das mulheres têm pressão arterial acima 140/90mmHg, 15.3% (n=11) de homens e (n=5)
5.2% de mulheres são fumantes, 6.9% (n=5) dos homens e 7.2% (n=7) das mulheres têm
problemas com diabetes, 16.7% (n=12) de homens e 20.6% (n=20) de mulheres afirmaram
terem um parente com historial de ataque cardíaco, isto é, pai/ irmão com este problema antes
de 55 anos ou mãe/irmã antes dos 65 anos com mesmo problema, 22.2% (n=16) dos homens e
9.3% (n=9) das mulheres têm actividades profissionais sedentárias e menos de 30 minutos de
AF pelo menos 3 vezes por semana e 52.8% (n=38) de homens e 58.8% (n=57) de mulheres
revelaram serem consumidores de álcool.
46

Tabela 6: Respostas ao teste FRDCV em relação aGinásticade rua


Questões Homens Mulheres Total
Sim Não Sim Não Sim Não
8 - Idade: Homem acima de 45 anos 38 34 25 72 63 106
ou mulher acima de 55 anos? 52.8% 47.2% 25.8% 74.2% 37.3% 62.7%

9 - Colesterol - Acima de 240mg/l ou 3 69 8 89 11 158


desconhecida (não sabe)? 4.2% 95.8% 8.2% 91.8% 6.5% 93.5%

10 - Pressão Arterial -Acima de 30 42 31 66 61 108


140/90mmHg, desconhecida ou usa 41.7% 58.3% 32.0% 68.0% 36.1% 63.9%
medicamento para pressão?
11 - Tabagismo - fuma? 11 61 5 92 16 153
15.3% 84.7% 5.2% 94.8% 9.5% 90.5%
12 - Diabetes- Tem diabetes de 5 67 7 90 12 157
qualquer tipo? 6.9% 93.1% 7.2% 92.8% 7.1% 92.9%

13 - História Familiar de Ataque 12 60 20 77 32 137


Cardíaco – Pai/ irmão antes de 55 16.7% 83.3% 20.6% 79.4% 18.9% 81.1%
anos ou Mãe/irmã antes dos 65 anos

14 - Sedentarismo - Actividade 16 56 9 88 25 144


profissional sedentária e menos de 30 22.2% 77.8% 9.3% 90.7% 14.8% 85.2%
minutos de actividade física pelo
menos 3 vezes por semana.

16.Álcool – bebe? 38 34 57 40 95 74
52.8% 47.2% 58.8% 41.2% 56.2% 43.8%

Homens
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q16

Sim Não

Gráfico 11:Respostas ao teste FRDCV em função da Ginástica de rua para os homens


47

Mulheres
100
90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
Q8 Q9 Q10 Q11 Q12 Q13 Q14 Q16

Sim Não

Gráfico 12:Respostas ao Teste FRDCV em relação da Ginástica de rua para as mulheres

Os resultados apresentados na Tabela 7 e ilustrados no Gráfico 13referem-se ao IMC


em função ao sexo onde observamos que 1.1% (n= 2) dos homens têm baixo peso e nenhum
indivíduo nas mulheres apresenta o mesmo problema, 51.1% (n= 97) dos homens e 19.6% (n=
19) das mulheres têm um peso adequado, 34.2% (n= 65) dos homens e 35.1% (n= 34) das
mulheres estão na situação de sobrepeso, enquanto 13.7% (n= 26) dos homens e 45.4% (n= 44)
das mulheres estão na situação de obesidade.

Tabela 7: IMC em função do Sexo


IMC Homens Mulheres Total
Baixo peso 2 0 2
1.1% 0.0% 0.7%
Peso adequado 97 19 116
51.1% 19.6% 40.4%
Sobrepeso 65 34 99
34.2% 35.1% 34.5%
Obesidade 26 44 70
13.7% 45.4% 24.4%
48

IMC em função do Sexo


60

50

40

30

20

10

0
Baixo Peso Peso Adequado Sobrepeso Obesidade

Homens Mulheres

Grafico 13: IMC em função do sexo

A Tabela 8 e o Gráfico 14 representam os resultados dos dados referentes ao IMC em


função da modalidade, onde constata-se que 0.8% (n=1) dos praticantes de futebol veterano e
0.6% (n=1) dos praticantes de ginástica na rua têm baixo peso, 62.7% (n=74) dos praticantes
de futebol veterano e 24.9% (n=42) dos praticantes de ginástica na rua têm peso adquado, 27.1%
(n=32) dos praticantes de futebol veterano e 39.6% (n=67) dos praticantes de ginástica na rua
estão na condição de soprbepeso e 9.3% (n=11) de praticantes de futebol de veteranos e 34.9%
(n= 59) praticantes de ginástica na rua são obesos.

Tabela 8: IMC em função a Modalidade


IMC Praticantes de Praticantes de Total
futebol veterano ginástica na rua
Baixo peso 1 1 2
0.8% 0.6% 0.7%
Peso adequado 74 42 116
62.7% 24.9% 40.4%
Sobrepeso 32 67 99
27.1% 39.6% 34.5%
Obesidade 11 59 70
9.3% 34.9% 24.4%
49

IMC em função da Modalidade


70

60

50

40

30

20

10

0
Baixo Peso Peso Adequado Sobrepeso Obesidade

Futebol Veterano Ginastica na Rua

Gráfico 14: IMC em função da Modalidade

Os resultados dos dados do IMC em função da modalidade de ginástica estão


representados na Tabela 9 e iluustrados no Gráfico 15, onde podemos observar que a situação
de baixo peso tem uma representação de 1.4% (n=1) nos homens e nenhuma mulher apresenta
esta circusntância, na situação de peso adequado temos 31.9% (n=23) dos homens e 19.6% (n=
19) das mulheres, para sobrepeso temos 45.8% (n=33) dos homens e 35.1% (n=34) das
mulheres, enquanto 20.8% (n=15) dos homens e 45.4% (n= 44) das mulheres foram
classificados como obesos.

Tabela 9: IMC para a Ginástica de rua


IMC Homens Mulheres Total
Baixo peso 1 0 1
1.4% 0.0% 0.6%
Peso adequado 23 19 42
31.9% 19.6% 24.9%
Sobrepeso 33 34 67
45.8% 35.1% 39.6%
Obesidade 15 44 59
20.8% 45.4% 34.9%
50

IMC para Ginástica de rua


50
45
40
35
30
25
20
15
10
5
0
Baixo Peso Peso Adequado Sobrepeso Obesidade

Homens Mulheres

Gráfico 15: IMC para a Ginástica de rua

A Tabela 10 com ilustração no Gráfico 16 faz referência aos dados de atletas aptos e inaptos
nos praticantes de futebol veterano e da ginástica na rua para o teste PAR-Q, onde podemos
observar que 74,6% (n=88) dos praticantes de futebol veteranos e 48,2% (n= 81) dos praticantes
de ginástica na rua estão aptos a prática de AF ou seja, não mostraram nenhuma patologia que
poderá agravar-se com a prática de AF enquanto,25.4% (n=30) dos praticantes de futebol
veterano e 51,8% (n=87) dos praticantes de ginástica na rua são inaptos ou referem alguma
patologia que pode agravar-se com a prática de AF.

Tabela 10: Número de atletas aptos e inaptos para a prática da actividade física para o teste PAR-Q.
Atletas Aptos Inaptos Total
Futebol Veterano 88(74,6%) 30(25.4%) 118
Ginástica na rua 81(48,2%) 87(51.8%) 168
51

PAR-Q
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Futebol Veterano Ginástica na rua

Aptos Inaptos Total

Gráfico 16: Representação de número de atletas aptos e inaptos para a prática da actividade física para
o teste PAR-Q.

A Tabela 11 com ilustração no Gráfico 17 faz referência aos dados de atletas aptos e inaptos
nos praticantes de futebol veterano e da ginástica na rua para o teste FRDCV, onde podemos
observar que 59,3% (n=70) dos praticantes de futebol veteranos e 46,7% (n= 76) dos praticantes
de ginástica na rua estão aptos a prática de AF ou seja, não mostram nenhuma patologia que
poderá agravar-se com a prática de AF enquanto, 40,7% (n=48) dos praticantes de futebol
veterano e 53,3% (n= 90) dos praticantes de ginástica na rua são inaptos ou referem alguma
patologia que pode agravar-se com a prática de AF.

Tabela 11: Número de atletas aptos e inaptos para a prática da actividade física para o teste FRDCV
Atletas Aptos Inaptos Total
Futebol Veterano 70 (59.3%) 48(40.7%) 118
Ginástica na rua 79 (46.7%) 90(53.3%) 169
52

FRDCV
180
160
140
120
100
80
60
40
20
0
Futebol Veterano Ginástica na rua

Aptos Inaptos Total

Gráfico 17: Representção de número de atletas aptos e inaptos para a prática da actividade física para
o teste FRDCV.
53

4.2. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Pesquisas que utilizam o teste PAR-Q como ferramenta para recolha de dados são
referenciados por CHAVES et al., (2004); em indivíduos fisicamente activos; por VELOSO et
al., (2001b) em mulheres da terceira idade praticantes de ginástica; SIMÃO et al., (2001b) em
homens e mulheres fisicamente activos e por SIMÃO et al., (2001a), em sujeitos activos
fisicamente.No entanto, estas pesquisas não utilizaram o questionário como alvo de estudo e
nem têm uma prespectiva epidemiológica, pois trata-se de estudos realizados com amostras de
dimensões limitadas, servindo apenas como uma ferramenta de selecção. A esta circunstância,
acresce-se a dificuldade em encontrar referências que versem sobre esta temática, o que
constitui numa lacuna informacionalpara uma análise comparativa e discussão dos resultados
provenientes dos estudos realizados com recurso a este questionário.

Ao analisaros resultados em função do sexo o teste PAR-Q, revelou-se que (25%) das
mulheres foram recomendadas a práticar AF sob à supervisão médica;a percentagem de
mulheres que já tiveram problemas ósseos ou articulares que poderia agravar com a prática da
AF foi de (28.9%) e (20.8%) destas esta a cumprir medicação médica.

Estes resultados apontam para uma elevada prevalência de falta de prontidão entre as mulheres,
quando comparadas aos homens. Resultados semelhantes foram mencionados no estudo de
MOREIRA et al., (2010) que referem uma prevalência de inaptidão das mulheres superior aos
dos homens. Esses resultados divergem dos valores de prevalência de falta de prontidão
reportados no estudo de MOREIRAet al., (2007a) em que as mulheres apresentaram uma maior
prevalência.Este facto parece estar relacionado à tendência das mulheres se cuidarem e se
preocuparem mais com a sua saúde, também as mulheres frequentam mais os serviços de saúde
o que favorece o diagnóstico das doenças mais precocemente (SANTOS & RUIZ, 2007).

No entanto, quando a análise éfeita em função da modalidade desportiva praticada


verifica-se que (23%) dos praticantes de ginástica de rua foram recomendados a prática de AF
sob a supervisão medica; (23.7%) dos praticantes de ginástica de rua já apresentaram problemas
ósseos ou articulares que poderiam agravar-se com a prática de AF e que (18.5%) dos
praticantes de ginástica de rua estão sujeitos a medicação medica. Resultados semelhantes aos
do presente estudo, foram observados no estudo de realizado por MOURA et al., (2008) com
40% de prevalência de falta de prontidãoem praticantes de exercícios aeróbicos, por
MOREIRAet al., (2008) com 35% de prevalência da falta de prontidão em membros de uma
comunidade universitária e por MORREIRAet al., (2007b) em professores e técnicos
54

administrativos. Contudo, o facto de encontrarmos maior prevalência de falta de prontidão para


PAR-Q entre as mulheres e praticantes de ginástica de rua, quando comparadas aos homens e
aos praticantes de futebol veterano, talvez possa ser explicado pelo facto dos homens terem sido
na sua maioria antigos práticantes de futebol federado, por outro lado, não terem a cultura de
fazer um diagnóstico médico prévio para conhecerem o seu estado de saúde, assim como uma
preparação física adequada, a fim deixar seus sistemas orgânicos em condições óptimas para
suportar a intensidade de esforço durante as competições, aumentado a possibilidade de ter no
exercício uma possibilidade do desencadeamento de um evento cardiovascular grave
(POLLOCK & WILMORE, 1993). Estes sujeitos enquadram-se num grupo de risco, visto que
são submetidos a grandes esforços físicos frequentemente em suas rotinas de treinamento e
competição. Assim, devem serem orientados a realizarem um diagnóstico médico, com vista a
despistar algum problema que possa no futuro, limitar ou mesmo impedir a realização de
exercícios de carácter competitivo, de lazer ou de saúde. Num estudo de revisão realizado por
BILLE et al., (2006), a partir de uma revisão sistemática da literatura, observou que os
desportos que apresentam maior incidência de casos de complicações cardiovasculares são o
futebol, o basquetebol e provas de corrida. Como esses desportos apresentam grande
popularidade, o número elevado de casos não significam que são necessariamente as
modalidades mais perigosas, com o maior risco, contudo, sinaliza uma maior preocupação na
avaliação pré-participação.

No que concerne aos factores de risco de doenças cardiovasculares com recurso ao


questionário de FRDCV pudemos observar que 29.5% dos homens tinham uma idade superior
a 45 anos e 25.8% das mulheres tinham idades superiores a 55 anos, 1.6% dos homens e 8.2%
das mulheres referiram terem valores de colesterol acima 240mg/l, 28.4% dos homens e 32.0%
das mulheres apresentaram valores da pressão arterial acima de 140/90mmHg, 12.1% dos
homens e 5.2% das mulheresfumam, 2.6% dos homens e 7.2% das mulheres reportaram terem
diabetes, 10.5% de homens e 20.6% de mulheres têm um historial positivo de familiares com
ataque cardíaco e 22.1% de homens e 9.3% das mulheres estão na categoria de sedentários,
pois, as suas actividade profissionais são sedentárias e têm menos de 30 minutos de AF pelo
menos 3 vezes por semana, 66.8% dos homens e 58.8% das mulheres referem ter contacto com
álcool ou que consomem álcool.

Foi registada uma prevalência significativa para falta de prontidão no que diz respeito
as matérias abordadas no questionário FRDCV, sendo esta de maior incidência entre as
mulheres, quando comparadas aos homens. Níveis elevados de colesterol LDH e níveis
55

reduzidos de colesterol HDL são dos principais factores de risco para o desenvolvimento de
doenças cardiovasculares (STEVEN et al., 1994). A importância desses dois colesterois basea-
se na função dos mesmos ou seja, cabe ao HDL evitar a deposição do LDL nas paredes dos
vasos sanguíneos e, em níveis celular, o HDL pode inibir a migração de monócitos indutores
de oxidação de LDL, bem como a adesão de monócitos nas células do sub-endotelio arterial
induzida por LDL oxidado, além de ter papel modulador na produção de óxido nítrico,
importante factor anti-aterogênico nas células endoteliais. Portanto, o HDL é considerado factor
de protecção contra a instalação das doenças cardiovasculares quando se encontra com valores
superiores a 60mg/dl.

No que concerne a pressão arterial, por se tratar de uma população africana os aspectos
genéticos parecem contribuir fortemente para alta prevalência da hipertensão arterial
encontrada neste estudo. Estes resultados não são diferentes dos obtidos em estudos realizados
com população portuguesa por autores como (SANTOS et al., 2003; SANTOS et al., 2005),
assim como em outros estudos por nós visitados, a HTA foi mais frenquente nas mulheres com
excesso de peso ou obesidade (KRAUSS et al.,1998; OKOSUN et al., 2001).

Nos últimos anos, a inatividade física tem conquistado espaço na literaturra como um
dos principais factores de risco para o desenvolvimento de diversas doenças crónicas, facto esse
que actualmente, e considerado um grande problema em termos de saúde publica (CDC, 2002;
WHO, 2004). Estudos epidemiológicos têm demonstrado de forma bastante objectiva e clara o
risco que a inatividade física pode provocar a saúde, especialmente, quando associada a outros
factores de risco como o uso de tabaco, dieta inadequada, níveis elevados de colesterol
sanguíneo, presssão arterialelevado, sobre peso e obesidade. Por outro lado, os resultados
científicos têm demonstrado de forma bastante convincente a relação existente entre a prática
regular de actividade física e seus benefícios para saúde em pessoas de todas idades, etnias e
classes sociais (MATSUDOet al.,2001; PARDIN et al., 2001; PATE et al., 2002; BlAIR et al.,
2004; YUSUF et al., 2004; HALLAL et al., 2005; WHO, 2005; STRONG et al., 2005).

Evidências empíricas (WHO, 1998; WHO, 2002; USDHHS, 2008) apontam que
comportamentos associados ao estilo de vida dos indivíduos têm uma forte correlação com a
saúde.Conforme os resultados da presente pesquisa mais da metade dos sujeitos são fisicamente
activos. No entanto, os homens na condição de sedentários revelaram uma maior percentagem
relativamente as mulheres. Os nossos resultados no que concerne ao sedentarismo corraboram
com os obtios por HALLAL et al., (2005) em que os homens monstraram-se mais sedentários
que as mulheres. Entretanto, um quadro diferente foi registado nos estudos realizados por
56

autores como (MATSUDO et al., 2002; ELIZONDO-ARMENDÁRIZ et al., 2005; BARRETA


et al., 2007).
57

CAPÍTULO V

5. CONCLUSÕES

A intrepretação destes resultados requer alguma parcimónia, na medida em que pouca


informação está disponível na literatura com recurso aos questionários PAR-Q e FRDCV.
Outrossim, a prática de actividade física ou participação em competições desportiva demanda
um esforço físico que é imprescindível a realização de uma avaliação de pré-participação como
forma de se evitar um agravamento de patologias existentes ou o aparecimento de novos casos
patológicos.

Portanto, os resultados encontrados neste estudo leva-nos a concluir o seguinte: (1) as


mulheres e os praticantes de ginástica de rua demonstram maiores níveis de inaptidão para
prática de actividade física ou de competição desportiva; (ii). No que tange a factores de risco
para as doenças cardiovasculares a maior parte dos praticantes de futebol veterano e dos
praticantes de ginástica na rua demonstram serem inaptos a prática de AF; (iii) os factores de
risco mais prevalecentes quando recorremos ao teste PAR-Q para as mulheres são problema
ósseo ou articular, problema cardíaco e problemas com a pressão arterial. No entanto, aspectos
importantes a considerar como fortes factores de risco quando recorremos ao teste FRDCV para
homens e mulheres são a idade, histórico familiar positivo de ataque cardíaco, o sedentarismo
e o consumo bebidas alcoólicas. Estes resultados sugerem um trabalho de monitoria virado a
população em geral e aos grupos desta pesquisa em particular de modo a proporcional uma
prática desportiva segura e saudável.
58

CAPÍTULO VI

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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7.0. ANEXOS

QUESTIONÁRIO PARA CORRELACIONAR O RISCO DE DOENÇAS


CARDIOVASCULARES EM PRATICANTES DE ACTIVIDADE FÍSICA
NÃOMONITORIZADOS FREQÜENTEMENTE.

Teste 1 : PAR-Q: teste de


1 - Seu médico já disse que você possui um problema cardíaco e recomendou atividades
físicas
apenas sob supervisão médica?
Sim_______ Não__________
2 - Você tem dor no peito provocada por atividades físicas?
Sim________ Não_________
3 - Você sentiu dor no peito no último mês?
Sim__________Não_________
4 - Você já perdeu a consciência em alguma ocasião ou sofreu alguma queda em virtude de
tontura?
Sim ________ Não___________
5 - Você tem algum problema ósseo ou articular que poderia agravar-se com a prática de
atividades físicas?
Sim___________ Não__________
6 - Algum médico já lhe prescreveu medicamento para pressão arterial ou para o coração?
Sim___________ Não___________
7 - Você tem conhecimento, por informação médica ou pela própria experiência, de algum
motivo que poderia impedí-lo de participar de atividades físicas sem supervisão médica?
Sim________ Não_____________
68

Teste 2: Fatores de Risco para Doença Coronariana (ACSM 1998a)

8 - IDADE: Homem acima de 45 anos ou mulher acima de 55 anos?


Sim________ Não_________
9 - COLESTEROL - Acima de 240 mg/l ou desconhecida (não sabe)?
Sim ________ Não_______
10 - PRESSÃO ARTERIAL -Acima de 140/90 mmgHg , desconhecida ou usa medicamento
para
a pressão?
Sim___________ Não__________
11 - TABAGISMO - fuma?
Sim___________ Não__________
12 - DIABETES - Tem diabetes de qualquer tipo?
Sim__________ Não_____________
13 - HISTÓRIA FAMILIAR DE ATAQUE CARDÍACO - Pai ou irmão antes de 55 anos ou
Mãe
ou irmã antes dos 65 anos.
Sim__________ Não____________
14 - SEDENTARISMO - Atividade profissional sedentária e menos de 30 minutos de
atividade
fisica pelo menos 3 vezes por semana.
Sim___________ Não_______________
15 - OBESIDADE - excesso de peso comparar tabela IMC (peso/altura²).
Sim_________ Não_________________
16.ALCOOL – bebe?
Sim___________ Não__________

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