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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA

DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE ENSACAMENTO PARA


SALINA 1º DE MAIO DE MAROPANHE – DISTRITO DE MACHANGA –
SOFALA

Gil Gabriel Muanido

Beira

2020
Gil Gabriel Muanido

DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE ENSACAMENTO PARA


SALINA 1º DE MAIO DE MAROPANHE – DISTRITO DE MACHANGA –
SOFALA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado na


Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unizambeze
como requisito para obtenção do grau de Licenciatura
em Engenharia Mecatrónica

Orientadora:

MSc Eng.ª Beatriz Reyes Collado

Beira

2020
DECLARAÇÃO

Eu, Gil Gabriel Muanido, declaro que esta Monografia é resultado do meu próprio
trabalho e está a ser submetida para a obtenção do grau de licenciatura em Engenharia
Mecatrónica na Universidade Zambeze, Beira.

Ela não foi submetida antes para obtenção de nenhum grau académico ou para avaliação,
em nenhuma outra Universidade.

Beira, ___ de_________________ de 20___

_______________________________________

(Gil Gabriel Muanido)

II
AVALIAÇÃO FINAL - PARECER DO ORIENTADOR

Beatriz Reyes Collado, adstrita ao departamento de Engenharia Mecatrónica, na


Faculdade de Ciências e Tecnologia, da Universidade Zambeze, vem na qualidade de
orientador do trabalho de licenciatura submetido por Gil Gabriel Muanido com o tema
“DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA DE ENSACAMENTO PARA
SALINA 1º DE MAIO DE MAROPANHE – DISTRITO DE MACHANGA –
SOFALA” declarar que o trabalho de conclusão de curso foi concluído com sucesso.

Beira, ___ de_________________ de 20___

__________________________________________
(Beatriz Reyes Collado)
(Orientadora da Faculdade de Ciências e Tecnologia – Universidade Zambeze)

III
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à toda

minha família Muanido e amigos

IV
Agradecimentos

Em primeiro lugar agradecer a Deus pela vida, em seguida a minha família Muanido que
sempre cuidou, cuida e sempre cuidará de mim, me deu apoio na minha escolha do curso
e mi deu suporte sempre que eu precisei. Agradecer aos meus amigos, colegas e docentes
que sempre acreditaram em mim e me deram força para seguir em frente, coragem para
vencer e nunca desistir e incentivaram a acreditar nos sonhos.

Um agradecimento especial vai para a minha orientadora a MSc. Enga Beatriz Reyes
Collado, por ter tido a paciência de mi acompanhar em toda minha jornada da realização
deste presente trabalho.

Agradecimento especial também a minha amiga de longa data Ilda Sande, que mi ajudou
bastante para a realização deste mi dando hospedagem e alimentação a quando a minha
visita ao distrito de Machanga para a recolha de dados. Agradecer igualmente ao senhor
Francisco Guguba, ele que abriu as portas das Salina para que eu pudesse explorar para o
meu relatório do inquérito para execução deste trabalho.

A todos o meu muito obrigado…

V
RESUMO

Nos últimos anos a produção salineira em Maropanhe tem registado um crescimento


acentuado, um exemplo desse crescimento é a Salina 1º de Maio que produziu cerca de
duas mil toneladas no período de 2018/19, mostrando um aumento de cerca de 70% em
relação ao mesmo período de 2017/18. Com esse incremento na produção a Salina
enfrenta vários problemas, um dos quais no setor de ensacamento visto que o processo de
ensacamento é feito de forma manual e o mesmo não se mostra satisfatório para a
demanda atual, exigindo melhorias, foi pensando nessa melhoria que se dimensionou um
sistema de ensacamento para a Salina. Para alem de atender aos problemas de
ensacamento, o mesmo sistema irá atender também a outros problemas como a
ergonomia, minimização do tempo ocioso e minimização da dependência do homem
neste processo. O sistema será composto por duas tremonhas uma de carga e outra
descarga, um transportador helicoidal para transporte do sal da tremonha de carga para a
de descarga, uma válvula guilhotina para controlar a comporta de enchimento, uma
plataforma de pesagem para o controle do peso em tempo real por meio de um LCD.
Sistema é comandado por Arduino por ser barato e de código aberto em relação ao PLC
que é usado em outros sistemas do género existentes no mercado e o mesmo foi
dimensionado para usar maior parte de material de fácil acesso no mercado nacional,
tornando o sistema de baixo custo.

Palavras-chave: Salina, automação, Arduíno, ensacamento, Machanga

VI
ABSTRAT

In recent years, saline production in Maropanhe has registered a sharp growth, an example
of this growth is Saline 1º de Maio, which produced around two thousand tons in the
period 2018/19, showing an increase of about 70% in relation to the same 2017/18 period.
With this increase in production, Saline faces several problems, one of which in the
bagging sector since the bagging process is done manually and it is not satisfactory for
the current demand, requiring improvements, it was thinking about this improvement that
designed a bagging system for Salina. In addition to addressing bagging problems, the
same system will also address other problems such as ergonomics, minimizing downtime
and minimizing human dependence in this process. The system will consist of two
hoppers one for loading and one for unloading, a helical conveyor for transporting salt
from the loading hopper to the unloading, a guillotine valve to control the filling gate, a
weighing platform for controlling the weight in real time via an LCD. System is controlled
by Arduino for being cheap and open source in relation to the PLC that is used in other
systems of the kind existing in the market and it was dimensioned to use most of the
material of easy access in the national market, making the system low cost.

Keywords: Saline, automation, Arduino, bagging, Machanga

VII
ÍNDICE
RESUMO ....................................................................................................................... VI
ABSTRAT ..................................................................................................................... VII
LISTA DE FIGURAS ......................................................................................................X
LISTA DE TABELAS .................................................................................................. XII
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ..................................................................XIII
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 14
OBJECTIVOS ................................................................................................................ 16
Geral ........................................................................................................................... 16
Específicos .................................................................................................................. 16
METODOLOGIA........................................................................................................... 17
Estrutura geral do trabalho ......................................................................................... 18
CAPITULO 1: ESTADO ATUAL DO PROCESSO DE ENSACAMENTO NA
SALINA 1º DE MAIO ................................................................................................... 19
1.1 Breve historial da Salina 1º de Maio de Maropanhe........................................ 19
1.2 Análise do inquérito ......................................................................................... 21
1.2.1 Resultados do inquérito ............................................................................ 22
CAPITULO 2: REVISÃO LITERÁRIA ................................................................... 29
2.1 Salinas .............................................................................................................. 29
2.2 Produção do sal ................................................................................................ 30
2.3 Transportador helicoidal .................................................................................. 30
2.4 Alimentação em silos ou tremonhas ................................................................ 34
2.5 Ensacadeira existentes ..................................................................................... 35
2.5.1 Ensacadeira do tipo valvulada. ................................................................. 35
2.5.2 Ensacadeira do tipo boca aberta ............................................................... 38
2.6 Escoamento de sólidos a granel ....................................................................... 39
2.7 Componentes elétricos e eletrónicos ................................................................ 39
2.8 Metodologia para a escolha do sistema de ensacamento adequado ................. 45
2.8.1 Antropometria e Ergonomia. .................................................................... 45
2.8.2 Estação de trabalho ................................................................................... 46
CAPITULO 3: DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE ENSACAMENTO ..... 48
3.1 Projeto de componentes e estrutura mecânica ................................................. 48
3.1.1 Projeto da tremonha .................................................................................. 48
3.2 Dimensões do bico de enchimento .................................................................. 55
VIII
3.3 Cálculo do peso da tremonha ........................................................................... 55
3.3.1 Dimensionamento da estrutura de suporte................................................ 56
3.4 Cálculo de perfiles para a estrutura .................................................................. 58
3.5 Dimensionamento do Transportador Helicoidal .............................................. 59
3.5.1 Motor e redutor de velocidade .................................................................. 62
3.6 Dimensionamento e seleção de componentes elétricos e eletrónicos .............. 62
3.6.1 Dimensionamento e escolha de proteção para o motor ............................ 63
3.6.2 Controle da saída ...................................................................................... 64
3.6.3 Escolha de microcontrolador .................................................................... 65
3.7 Monitoramento de nível ................................................................................... 66
3.8 Controlo de peso para o sistema ...................................................................... 66
3.9 Capacidade do sistema ..................................................................................... 67
3.10 Custo do projeto ........................................................................................... 68
Considerações finais ....................................................................................................... 70
Conclusão ................................................................................................................... 70
Recomendações .......................................................................................................... 71
Bibliografias ................................................................................................................... 72
ANEXO A Perguntas do inquérito .............................................................................. 75
ANEXO B Caraterísticas dos materiais escolhido para o projeto.............................. 76
ANEXO C Tabelas para dimensionamento do TH ..................................................... 77
ANEXO D Dimensões dos atuadores escolhidos........................................................ 79
ANEXO E Componentes eletrónicos escolhidos ........................................................ 80
ANEXO F Esquema elétrico do sistema..................................................................... 81
ANEXO G Firmware do sistema ................................................................................ 82
ANEXO H Desenhos técnico do sistema .................................................................... 85

IX
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Alguns edifícios da Salina 1º de Maio ..................................................................... 19


Figura 2: Tanque de armazenamento de água.......................................................................... 20
Figura 3: Colheita do sal nos tanques ...................................................................................... 20
Figura 4: Montes de sal apos a colheita ................................................................................... 21
Figura 5: Sal armazenado......................................................................................................... 21
Figura 6: Recorte da tabela de perguntas no IBM SPSS ......................................................... 22
Figura 7: Recorte dos primeiros 15 dados lançados ................................................................ 22
Figura 8: Relação de género dos funcionários da Salina ......................................................... 23
Figura 9: Faixa etária dos funcionários da Salina .................................................................... 23
Figura 10: Nível de escolaridade dos funcionários da Salina .................................................. 24
Figura 11: Atividade salineira como principal fonte ............................................................... 25
Figura 12: Tempo medio para encher 10 Kg ........................................................................... 26
Figura 13: Sobre a implementação do sistema de ensacamento .............................................. 27
Figura 14: Fluxograma do processo atual de ensacamento ..................................................... 28
Figura 15: Nível de material disposto ao longo do transportador ............................................ 31
Figura 16: Mancal de sustentação para evitar deflexão excessiva ........................................... 32
Figura 17: Composição básica de um TH ................................................................................ 33
Figura 18: Parâmetros para cálculos de um TH ....................................................................... 33
Figura 19: Tipos de roscas mais utilizadas em transportadores helicoidais ............................ 34
Figura 20: Sistema de alimentação direta ................................................................................ 34
Figura 21: Alimentação indireta em ensacadeiras ................................................................... 34
Figura 22: Exemplo de ensacadeira por gravidade .................................................................. 35
Figura 23: Ensacadeira centrífuga e alguns elementos ............................................................ 36
Figura 24: Funcionamento de ensacadeira por Hélice ............................................................. 36
Figura 25: Esquema e exemplo de ensacadeira por rosca........................................................ 37
Figura 26: Exemplo de ensacadora pneumática....................................................................... 38
Figura 27: Ensacadeira do Tipo Boca Aberta .......................................................................... 38
Figura 28: Tipos de escoamentos de sólidos............................................................................ 39
Figura 29: Exemplo de PLC .................................................................................................... 40
Figura 30: Placa de desenvolvimento Arduíno MEGA 2560 .................................................. 41
Figura 31: Display de cristal líquido I2C 16x2 ........................................................................ 42

X
Figura 32: Relé ......................................................................................................................... 42
Figura 33: Efeitos em células de carga .................................................................................... 43
Figura 34: Princípio de funcionamento do sensor ultrassom. .................................................. 44
Figura 35: Esquema do pré-projecto ........................................................................................ 48
Figura 36: Volume de um funil ................................................................................................ 50
Figura 37: Dimensões para a tremonha de carregamento ........................................................ 50
Figura 38: Idealização das paredes trapezoidais ...................................................................... 53
Figura 39: Esquema da tremonha de armazenamento ............................................................. 54
Figura 40: Tremonha de carregamento .................................................................................... 55
Figura 41: Altura ideal de trabalho em indústrias .................................................................... 57
Figura 42: Diagrama de altura ótima de trabalho .................................................................... 57
Figura 43: Diagrama de forcas e dimensões do perfil ............................................................. 58
Figura 44: Diagrama de corpo livre viga de suporte................................................................ 59
Figura 45: Diagrama para seleção do diâmetro do eixo do parafuso ....................................... 61
Figura 46: Alguns componentes elétricos do sistema .............................................................. 63
Figura 47: Circuito de potência e de comando da partida direta do motor .............................. 63
Figura 48: Arduino MEGA 2560 ............................................................................................. 65
Figura 49: Sensor ultrassom HC-SR04 para Arduíno.............................................................. 66
Figura 50: Módulo HX 711...................................................................................................... 67
Figura 51: Módulo HX711....................................................................................................... 80

XI
LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Género dos funcionários da Salina .......................................................................... 23


Tabela 2: Idade média dos funcionários .................................................................................. 24
Tabela 3: Nível de escolaridade ............................................................................................... 24
Tabela 4: Tempo trabalhando na salina 1 de Maio .................................................................. 25
Tabela 5: Dependência da atividade salineira .......................................................................... 25
Tabela 6: Tempo para encher 10kg .......................................................................................... 25
Tabela 7: Quantidade de sacos ensacados por um funcionário/dia.......................................... 26
Tabela 8: Exatidão apos encher o saco .................................................................................... 27
Tabela 9: Comparativo entre características das placas Arduíno. ........................................... 41
Tabela 10: Dimensões da tremonha ......................................................................................... 50
Tabela 11. Relação dos lados das paredes da tremonha com arestas fixas .............................. 53
Tabela 12: Pressão normal média nas paredes da tremonha .................................................... 53
Tabela 13: Características gerais do material a ser transportado ............................................. 59
Tabela 14: Características do material segundo o Manual Continental ................................... 59
Tabela 15: Dimensões e capacidade do transportador ............................................................. 60
Tabela 16: Seleção da potência do motor acionador do transportador .................................... 61
Tabela 17: Características do motor escolhido ........................................................................ 62
Tabela 18: Caraterísticas de Redutor ....................................................................................... 62
Tabela 19: Caraterísticas técnicas do atuador .......................................................................... 64
Tabela 20: Orçamento dos materiais........................................................................................ 68
Tabela 21: Orçamento de contrato de serviços ........................................................................ 69
Tabela 22: Resistências determinísticas da ASTM para aços laminados a quente (HR) ......... 76
Tabela 23: Especificações técnicas do material ....................................................................... 76
Tabela 24: Diâmetros de tubos em aço inoxidável .................................................................. 76
Tabela 25: Código do material a ser transportado ................................................................... 77
Tabela 26: Escolha dos parâmetros para o TH ........................................................................ 77
Tabela 27: Escolha das dimensões da espessura do TH .......................................................... 77
Tabela 28: Dimensões do redutor ............................................................................................ 79
Tabela 29: Dimensões do motor .............................................................................................. 79
Tabela 30: Dimensões do motor .............................................................................................. 79

XII
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

NaCl – Cloreto de Sódio

LCD - Displays de Cristal Líquido

PVC - Policlorecto de polivinila

TH – Transportador Helicoidal

MICOA – Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental

MAE – Ministério da Administração Estatal

INE – Instituto nacional de estatísticas

INNQ – Instituto Nacional de Normalização e Qualidade

XIII
INTRODUÇÃO

O distrito de Machanga está situado a Sul da província de Sofala, tendo como limites, a Sul o
rio Búzi que o separa da província de Inhambane, a Este o Oceano Índico, a Norte os distritos
de Chibabava e Búzi e a Oeste o distrito de Machaze na província de Manica. Ao nível da
província de Sofala, o distrito de Machanga é o maior produtor de sal (MAE 2015).

O distrito de Machanga possui varias salinas artesanais que na sua maioria estão situadas ao
longo da costa, aproximadamente a 2 km do litoral, empregando cerca de 30 pessoas em
período permanente e cerca de 10 trabalhadores em período sazonal principalmente durante as
campanhas de produção que têm lugar entre os meses de agosto e novembro, na época seca.
Algumas dessas salinas, que não está registada no Ministério da Industria e Comércio, são
operadas por famílias ou pescadores numa área de 40 a 50 hectares cada, sendo o sal usado
para o consumo e também para comercialização nos mercados locais (IMPACTO LDA, 2011
citado por (MICOA 2014)).

No distrito existem algumas empresas salineiras registadas dedicadas à produção de sal, das se
destaca a Salina 1º de Maio de Maropanhe (Antiga Sociedade Mercantil de Maropanhe),
localizada na localidade de Maropanhe no posto administrativo de Devinhe a 40 km da Vila
Sede do distrito de Machanga, funciona atualmente com uma motobomba e emprega mais de
25 trabalhadores efetivos e 19 sazonais que produz sal para comercialização local e para
exportação. Também existem outras duas associações salineiras que são a Sociedade Mercantil
de Chiloane, com duas salinas na zona de Manaze, e a Salina Samurai/Machuri, localizada em
Chingune (MICOA 2014).

A Salina 1º de Maio de Maropanhe é uma cooperativa comunitária que já existe desde o período
colonial português em Moçambique, a mesma possui atualmente um universo de 37
colaboradores efetivos. A salina 1º de Maio de Maropanhe é uma das maiores produtoras de
sal grosso e tendo produzido cerca de 1300 toneladas de sal na época de 2017/2018 e na época
2018/2019, a produção foi crescendo atingindo uma quantidade de 2200 toneladas e as
perspetivas para a nova época eram de mais incremento porem poderá não alcançar as metas
que foram traçadas de atingir 3000 toneladas devido a pandemia da Covid-19 que assola o
mundo e o país (Guguba 2020).

14
As salinas artesanais no distrito de Machanga enfrentam vários problemas, um dos quais no
sector de ensacamento, assim sendo a Salina 1º de Maio de Maropanhe, também enfrenta os
mesmos problemas. Isto porque o método usado neste processo de ensacamento é um método
manual tradicional, pois não é um processo mecanizado ou automatizado.

Atualmente esse processo de ensacamento é feito de forma manual, com apoio a pás manuais
ou também usando outros materiais que auxiliam no processo de ensacamento manual na
empresa. O problema inicia no momento de enchimento dos sacos até depois de enchidos,
porque não é sempre que se poder determinar mentalmente o peso do mesmo. E isso faz com
que os operários da área sejam obrigados a diminuir ou acrescentar o sal, dependendo do
resultado mostrado na balança. Com esse problema no setor de ensacamento, concretamente
na falha da pesagem, faz com que haja muitos erros na quantidade exata que esteja nos sacos e
tais erros ocorrem por vários motivos dentre eles o cansaço, falha na leitura dos valores na
balança e nalgum momento negligência do operário.

Portanto, esse processo exige esforço físico dos colaboradores, logo capacidade produtiva está
muito abaixo da demanda, devido à ineficiência deste setor. A produção diária fica restrita ao
rendimento dos colaboradores e as salineiras arcam com um custo desnecessário de horas
extras. Para além dos problemas ergonómicos, há também os problemas de não padronização
na pesagem, visto que tudo depende inteiramente da capacidade dos homens que estão
envolvidos no setor de ensacamento.

Após identificado o problema no setor do ensacamento, surge a seguinte questão: de que forma
se pode melhorar o processo de ensacamento do Sal Marinho na Salina 1° de Maio de
Maropanhe?

Da questão anterior surgiu uma hipótese de que com o dimensionamento de um sistema de


ensacamento automatizado, o processo de produção da salina 1º de Maio de Maropanhe poderá
ser otimizado.

A pesquisa irá apenas ser feita na salina 1º de Maio de Maropanhe, distrito de Machanga,
província de Sofala. Sobre os serviços prestados/exercidos na Salina, destaca-se o ensacamento
de sal em sacos de 10 quilogramas, os demais processos e serviços prestados pelas salineiras,
como receção, armazenamento, comercialização, coleta, tratamento do sal, não serão estudados
nesta pesquisa.

15
Justificativa: A contribuição da Engenharia Mecatrónica na divulgação da importância da
Mecanização e Automatização em processos específicos e outros fatores que afetam a
produtividade e eficiência dos processos nas industrias de produção. Visto que o processo de
ensacamento é uns dos fundamentais, o uso de um sistema para auxiliar nesse processo, a
empresa terá eficiência e segurança e sem muitos desperdícios de tempo. A mudança no setor
de ensacamento, além de gerar um ganho considerável para a produção, pode agregar certo
valor devido à qualidade externa do produto final e a sua conservação no período de escassez.

Com a implantação do sistema em proposta, a Salina poderá ensacar os sacos usando normas
e padrões do INNQ (Instituto Nacional de Normalização e Qualidade) com o sistema
automatizado, deixando de usar as técnicas rudimentares, tais como o volume do saco por
exemplo.

Além disso, o foco na ergonomia da força de trabalho presente no processo demonstrará a


relevância de um projeto adequado do trabalho para aumentar a produtividade. Com o processo
manual (atualmente existente na salineira) é muito cansativo para os envolvidos, o empregue
de um automatizado se faz necessário para diminuir e prevenir lesões por esforços repetitivos
e aumentará a capacidade de produção e lucros por parte dos produtores e sobrará mais tempo
para os envolvidos poderem realizar outras atividades.

OBJECTIVOS

Geral

Propor um sistema de ensacamento para salina 1º de Maio de Maropanhe, distrito de Machanga,


província de Sofala.

Específicos

✓ Analisar o processo atual de ensacamento do sal na Salina 1º de Maio de Maropanhe;

✓ Determinar a metodologia de dimensionamento de Sistema de ensacamento adequada


a partir do estado atual da arte;

✓ Dimensionar o sistema de ensacamento.

16
METODOLOGIA

Por tratar-se de transferência de tecnologia, usou-se vários métodos de pesquisa, desde a


pesquisa bibliográfica, usando plataformas de Internet, Repositórios institucionais, para se
inteirar sobre as tecnologias existentes que desenvolvem este mesmo tipo de processo de
ensacamento de forma automatizada. Foi realizado um inquérito com os operários e uma
entrevista com um dos responsáveis da Salina. Além disso, também se fez consultas em
publicações periódicas tais como jornais, revistas, relatórios etc. sobre assuntos relacionados à
pesquisa. Para o processamento dos dados acima referidos foram usados os softwares IBM
SPSS Estatística.

Por ter abrangido diversas áreas do conhecimento, no mesmo foram colocados em prática as
aptidões teóricas adquiridas no decorrer do curso de licenciatura em Engenharia Mecatrônica.
Conceitos mecânicos, eletroeletrônicos e computacionais foram utilizados para o
desenvolvimento e alcance dos objetivos do projecto proposto. Foram utilizados conceitos
básicos de Mecânica dos Sólidos, Elementos de Máquinas, Projeto Mecatrónico, para
desenvolvimento dos mecanismos da maquina e de apoio para a entrada do produto e para
desenvolvimento o transportador do produto. Os conhecimentos em Desenho Técnico e
Desenho Assistido por Computador foram necessários para o desenho do sistema, para tal
contou-se com ajuda dos softwares AutoCAD 2016 e Microsoft Visio 2016. Alem das áreas
acimas, também se fez o uso dos softwares Microsoft Office (Excel, Word) e Microsoft Project
para auxiliarem nos cálculos, na organização e no planeamento/organização do orçamento do
projecto respetivamente. No que se refere a automação e simulação do sistema, foram usados
os softwares Proteus 8.9 da LabCenter para simulação e programação do microcontrolador
Arduíno e o esquema elétrico e de conexão foi desenvolvido usando o software Fritzing.

17
Estrutura geral do trabalho

O projeto está dividido em introdução, conclusão e mais três capítulos que são: Estado atual
do processo de ensacamento na Salina 1º de Maio, revisão bibliográfica e dimensionamento do
sistema de ensacamento.

Capítulo 1: Estado atual do processo de ensacamento na Salina 1º de Maio: Este capítulo


foi apresentado nele, um breve historial da salina e depois fez-se uma análise do inquérito
colhido na Salina para poder se perceber a realidade do processo de ensacamento na mesma.

Capítulo 2: Revisão Bibliográfica: neste capítulo constará a visão geral do projecto


descrevendo todo contexto teórico tendo em conta o enquadramento contextual do tema em
estudo e o final do mesmo capitulo, foi dedicado a escolha de um método adequado para a
escolha do sistema ideal para a Salina.

Capitulo 3: Dimensionamento do sistema de ensacamento: neste capítulo, foram


apresentados cálculos das tremonhas do sistema de ensacamento, a escolha dos materiais,
escolha de componentes elétricos e de automação, a programação para monitoramento do
sistema em tempo real incluindo as conexões, componentes, forma de utilização e
funcionamento. E por fim, foi apresentado o orçamento projeto e uma breve análise do mesmo.

18
CAPITULO 1: ESTADO ATUAL DO PROCESSO DE
ENSACAMENTO NA SALINA 1º DE MAIO

1.1 Breve historial da Salina 1º de Maio de Maropanhe

O sal é um produto muito utilizado no mundo todo. Há muito tempo que a humanidade o utiliza
para diversos fins, dentre eles pode-se citar o uso para a conservação de alimentos,
principalmente da carne. Além disso, o corpo humano necessita de sal. Essa substância é
responsável por auxiliar no transporte de oxigênio pelo corpo e na manutenção dos impulsos
nervosos.

Assim que os portugueses chegaram a Moçambique, eles ainda não tinham o conhecimento de
que nestas terras era possível encontrar sal, dessa forma todo o sal consumido em Moçambique
era trazido pelos portugueses de outras partes do mundo (Guguba 2020).

Devido à limitação do transporte de sal, esse alimento era utilizado apenas para conservação
de carnes e de animais.

Após um tempo de estudos e exploração das terras moçambicanas, foram descobrindo que
principalmente em quase todo litoral do país, formavam-se salinas naturais devido ao depósito
da água marinha em certas localidades e a consequente precipitação do sal.

Com essa descoberta e devido à importância do sal na época, deu-se início a exploração com
fins de produção do sal marinho, tendo como iniciativa principalmente os habitantes da região
das salinas, principalmente até a década de 60, mas ainda em baixa escala e foi nessa altura que
também surgiu a cooperativa da Sociedade Mercantil de Maropanhe (Guguba 2020), na figura
1 pode-se observar alguns dos edifícios da salina.

Figura 1: Alguns edifícios da Salina 1º de Maio


Fonte: Autor, 2020

A Salina 1º de Maio de Maropanhe opera desde a época colonial, apos a nacionalização passou
para a gestão nacional e começou a ser gerido como uma cooperativa denominada Sociedade
Mercantil de Maropanhe e em 2015 passou a ser designada de Salina 1º de Maio de Maropanhe.

19
Em uma breve conversa com um dos responsáveis, disse que atualmente a Salina possui um
total de 37 funcionários a tempo inteiro e que todos esses funcionários trabalham em várias
áreas de atividades da salina, desde a escoação do sal até ao ensacamento e armazenamento do
mesmo. Nos últimos anos a Salina tem vindo a incrementar a sua produção anual, como por
exemplo na época de 2017/2018 a Salina produziu cerca de 1300 T e na época 2018/2019 a
produção foi crescendo quase 70% atingindo uma quantidade de 2200 T e as perspetivas para
a nova época são de mais incremento para alcançar 3000 T/ano.

A principal forma de obtenção do sal é através da extração do mesmo da água marinha. A


mesma é captada para os tanques evaporadores e concentradores como mostrado na Figura 2 a
seguir. Nesses tanques a água do mar fica armazenada por um tempo determinado até que os
tanques ficam saturados de cloreto de sódio.

Figura 2: Tanque de armazenamento de água.


Fonte: Autor, 2020

Como esses tanques são abertos propositalmente, a lâmina de água fica exposta ao sol e aos
ventos fortes presentes na região. As altas temperaturas e as correntes de ar corroboram
significativamente para a evaporação da água. Com a evaporação da água, os tanques possuem
aproximadamente 10% de quantidade de água captada, fazendo com que haja uma grande
concentração de sal.

Figura 3: Colheita do sal nos tanques


Fonte: Autor, 2020

O processo de evaporação funciona também como uma forma natural de purificação do sal.
Devido à água salgada permanecer estática nos tanques, ocorre a precipitação de algumas
substâncias como sulfato de cálcio. Devido a alta salinidade, também há a purificação em

20
relação a eliminação de matéria orgânica como os micro crustáceos, que são afetados devido a
alta salinidade ocasionada pela evaporação da água.

Após a solução de água e sal atingir a concentração desejada pela indústria, a água presente
nos evaporadores juntamente com o sal é bombeada para os tanques cristalizadores. Novamente
ocorre a evaporação devido a exposição da água ao sol e aos fortes ventos. Como a quantidade
de água é baixa, devido a grande parte ter sido evaporada nos tanques evaporadores, o sal inicia
o processo de cristalização, formando um piso chamado de “laje”. Após a formação desse piso
a água restante é eliminada para o mar a fim de evitar que compostos de magnésio cristalizem
juntamente com o sal. Com o sal cristalizado e a água restante totalmente drenada, inicia o
processo de colheita. A Figura a seguir apresenta o cristalizador e a armazenagem do sal em
montes.

Figura 4: Montes de sal apos a colheita


Fonte: Autor, 2020

Após a lavagem o sal é empilhado e exposto ao ar livre, sendo esse processo determinado de
cura a fim de extrair a umidade presente no mesmo e purificá-lo ainda mais. Após o processo
de cura o sal pode ser vendido com sal grosso, sem adição de elementos como iodo, enriquecido
com substâncias determinadas pelo ministério da saúde (Guguba 2020).

Figura 5: Sal armazenado


Fonte: Autor, 2020

1.2 Análise do inquérito

O inquérito realizado serviu para analisar o estado atual do processo de ensacamento e o mesmo
serviu para decidir qual seria melhor sistema ou tecnologia a ser aplicada no sistema em estudo

21
na Salina 1º de Maio de Maropanhe. Para a análise dos dados obtido através do inquérito, foi
usado o software IBM SPSS versão 25.0 e Python 3.7, tendo sido possível processar os dados
colhido no inquérito realizado, onde foi também possível achar todos parâmetros estatísticos
necessários que serão utilizados para analisar o processo atual de ensacamento na Salina 1º de
Maio de Maropanhe. Se fez uma tabela de dados obtidos no inquérito realizado aos operadores
que participam no processo de ensacamento, para tal se usou o Software Estatístico IBM SPSS
versão 25.0. Primeiro se lançou as informações de cada pergunta com os respetivos valores ou
alternativas, os tipos de medida da variável, assim como as etiquetas e os nomes das variáveis,
posteriormente, se lançam as respostas obtidas no inquérito, como mostra a Figura 6 abaixo.

Figura 6: Recorte da tabela de perguntas no IBM SPSS


Fonte: Autor, 2020 (IBM SPSS v25.0)

Após o lançamento das questões, vai-se lançar os dados colhidos no inquérito, como mostrado
na Figura 7, abaixo

Figura 7: Recorte dos primeiros 15 dados lançados


Fonte: Autor, 2020 (IBM SPSS v25.0)

1.2.1 Resultados do inquérito


Para analisar o processo atual de ensacamento na Salina, foi feito um inquérito, contendo 10
questões e teve a participação de 30 operários dos 37 existentes na Salina 1º de Maio de

22
Maropanhe, cujo questionário está em Error! Reference source not found., dos quais 21
foram homens e 9 mulheres, como ilustra a tabela 1 de frequência a seguir.

Tabela 1: Género dos funcionários da Salina


Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem
válida acumulativa
Válido Masculino 21 70.0 70.0 70.0
Feminino 9 30.0 30.0 100.0
Total 30 100.0 100.0
Fonte: O Autor, 2020

Através do software IBM SPSS, também foi possível gerar o gráfico de piza relacionado com
a tabela anterior, em que a cor rosa mostra a percentagem dos funcionários do género feminino
que é de 30% e a cor azul foi adotada para representar a quantidade e a percentagem do género
masculino que ocupa 70% da mão-de-obra da Salina, como pode ser visto no gráfico da Figura
8 a seguir.

Figura 8: Relação de género dos funcionários da Salina


Fonte: Autor, 2020

Quanto a faixa etária dos funcionários, o resultado do inquérito mostrou que mais da metade
dos funcionários são jovens com díade abaixo dos 35 anos, conforme mostra o gráfico da
Figura 9 a seguir.

Figura 9: Faixa etária dos funcionários da Salina


Fonte: Autor, 2020

23
A Salina apresenta 43,3% operários estão na faixa que varia de 15 a 25 anos, como mostram
os dados colhidos no inquérito, na Tabela 2, a seguir.

Tabela 2: Idade média dos funcionários


Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem
válida acumulativa
15 a 25 Anos 13 43.3 43.3 43.3
25 a 35 Anos 8 26.7 26.7 70.0
Válido 35 a 45 Anos 7 23.3 23.3 93.3
Mais de 45 Anos 2 6.7 6.7 100.0
Total 30 100.0 100.0
Fonte: Autor, 2020

O perfil do nível de escolaridade dos operários da Salina, também foi um ponto a ser analisado,
para melhor escolher o sistema a ser implementado, e dos resultados do inquérito, conclui-se
que, a maior parte dos operadores tem um mínimo de escolaridade, na sua maioria possui o
nível de básico, como mostra a figura 10 seguinte.

Figura 10: Nível de escolaridade dos funcionários da Salina


Fonte: Autor, 2020

Como mostra a Tabela 3 seguinte, a maior parte dos operários tem um mínimo de escolaridade,
isto mostra que têm noções básicas do alfabeto e dos números este dado é muito fundamental
para escolha da tecnologia a ser aplicada no sistema em causa.

Tabela 3: Nível de escolaridade


Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem
válida acumulativa
Válido Não estudou 5 16.7 16.7 16.7
Nível Básico (1ª a 7ª classe) 18 60.0 60.0 76.7
Nível médio (8ª a 12ª classe) 7 23.3 23.3 100.0
Total 30 100.0 100.0
Fonte: Autor, 2020

Segundo os dados do inquérito, a maior parte dos operários/funcionários trabalham na salina


já há 5 anos, como mostra a tabela 4 a seguir. Isso mostra que a maioria dos funcionários já
possuem experiencia suficiente com a prática da atividade salineira, principalmente também
no que diz respeito ao ensacamento.

24
Tabela 4: Tempo trabalhando na salina 1 de Maio
Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem válida acumulativa
Válido Menos de 1 ano? 7 23.3 23.3 23.3
Entre 1 a 5 anos? 17 56.7 56.7 80.0
Entre 5 a 10 anos? 4 13.3 13.3 93.3
Mais de 10 anos? 2 6.7 6.7 100.0
Total 30 100.0 100.0
Fonte: Autor, 2020

No mesmo inquérito foi possível saber que mais da metade dos funcionários da salina tem a
atividade salineira como a principal fonte de renda e a tempo inteiro, realizam essa atividade
na salina, variando entre o escoamento do sal até ao seu armazenamento, o gráfico da figura 11
abaixo, mostram claramente o ponto levantado acima.

Figura 11: Atividade salineira como principal fonte


Fonte: Autor, 2020

Este ponto de atividade salineira como principal fonte de renda, deve ser levado em conta para
que no âmbito da implementação do sistema de ensacamento ninguém possa perder seu posto
ou seja o seu “ganha pão”.
Tabela 5: Dependência da atividade salineira
Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem
válida acumulativa
SIM 19 63.3 63.3 63.3
Válido Não 11 36.7 36.7 100.0
Total 30 100.0 100.0
Fonte: Autor, 2020

Em relação ao tempo que levam para encher um saco de 10 kg, a maior dos operários demora
ente 1 a 2 minutos, como mostram a Tabela 6 seguinte e o gráfico a seguir.

Tabela 6: Tempo para encher 10kg


Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem
válida acumulativa
Válido Menos de 1 minuto? 6 20.0 20.0 20.0
Entre 1 a 2 minutos? 16 53.3 53.3 73.3
Entre 2 a 3 minutos? 6 20.0 20.0 93.3
Mais de 3 minutos? 2 6.7 6.7 100.0
Total 30 100.0 100.0
Fonte: Autor, 2020

25
Figura 12: Tempo medio para encher 10 Kg
Fonte: Autor, 2020

Pode-se concluir que a maioria demora mais de 1 minuto para encher um saco de 10 kg.

Da Tabela 6 anterior, pode se concluir que, se os funcionários trabalham 8 horas ao dia e sem
interrupção apenas no ensacamento, cada um iria encher cerca de 240 sacos ao dia e perfazendo
um total de 7200 sacos ao dia, isto usando como base 2 minutos para cada saco. Segundo os
dados colhidos, todos os funcionários entrevistados trabalham em praticamente todas áreas do
processo de produção do sal, desde o escoamento do sal até ao armazenamento, passando pelo
ensacamento, ou seja, são polivalentes. Daí que por serem polivalentes e por não serem
maquinas, nem sempre eles estão aptos para realizarem o ensacamento, por isso que o
rendimento das atividades depende dos colaboradores, assim sendo, para o processo de
ensacamento, sobre a quantidade de sacos que podem ensacar diariamente, num horário normal
de atividade de 8 horas, a maior dos inqueridos responderam que diariamente é possível ensacar
entre 20 a 30 sacos, isto dando uma media de 25 sacos ao dia útil, como mostra a tabela a
seguir.

Tabela 7: Quantidade de sacos ensacados por um funcionário/dia


Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem
válida acumulativa
Menos de 20 sacos 9 30.0 30.0 30.0
Entre 20 a 30 sacos 11 36.7 36.7 66.7
Válido
Entre 30 a 50 sacos 10 33.3 33.3 100.0
Total 30 100.0 100.0
Fonte: Autor, 2020

Após o enchimento dos sacos, segue-se a fase da medição do produto, na Salina 1º de Maio
usam dois métodos de medição o peso do produto, porem todos métodos são manuais, um por
meio de uma balança mecânica e outro por meio de um saco graduado. Nesses dois, o método
de saco graduando é o menos usado devido a sua morosidade, isto é, deve-se encher primeiro
o saco graduando até a medida necessária depois virar para o saco final e isso leva mais tempo
para a atividade. E sobre o método da balança mecânica, os inqueridos na sua maioria, disseram

26
que nem sempre que depois de encher os sacos conseguem acertar no valor do peso desejado
isso pode ser observado na tabela abaixo. E por conta do cansaço/negligência, alguns sacos são
deixados assim mesmo, uns com pesos acima do desejado e outros abaixo do peso desejado.

Tabela 8: Exatidão apos encher o saco


Percentagem Percentagem
Frequência Percentagem
válida acumulativa
Sim, sempre 2 6.7 6.7 6.7
Sim, às vezes 10 33.3 33.3 40.0
Válido
Não 18 60.0 60.0 100.0
Total 30 100.0 100.0
Fonte: Autor, 2020

Após a análise de todos os dados colhidos e em conversa com um dos colaboradores da salina
1º de Maio de Maropanhe, viu-se que em um processo de produção de sal, envolve vários
fatores para a sua implementação e que esses fatores no processo atual dependem meramente
dos colaboradores e ou funcionários, dai que a produção poderá não ser daquela esperada.

Em relação a implementação de um sistema de ensacamento, todos os colaboradores e


funcionários são unanimes em afirmarem que o sistema poderá trazer mais rentabilidade no
processo, como um dos colaboradores disse: “Uma máquina para auxiliar no ensacamento seria
uma boa valia, porque facilitará o processo, além disso, todos trabalhadores já não estarão mais
focados no escoamento do sal, mas sim no aumento da nossa produção, e a máquina e alguns
operários irão se encarregar no ensacamento” (Guguba 2020)

Os inqueridos também comungam a ideia dos colaboradores, como mostra o gráfico da Figura
13.

Figura 13: Sobre a implementação do sistema de ensacamento


Fonte: Autor, 2020

Concluindo, o processo de ensacamento na Salina pode ser resumido como no fluxograma da


Figura 14.

27
Início

Encher o saco
Manualmente, com
ajuda de prato

Não

Saco cheio Sim Levar Para Balança

Aumentar a
Não Peso>10? Não Peso = 10 Kg Sim Ir Costurar
quantidade

Sim

Diminuir a
quantidade do sal

Fim

Figura 14: Fluxograma do processo atual de ensacamento


Fonte: Autor, 2020 (Visio 2016)

28
CAPITULO 2: REVISÃO LITERÁRIA

Neste capítulo serão apresentados alguns conceitos básicos de principais componentes


necessários para o desenvolvimento do projeto e no final do capítulo há um título dedicado a
análise de alguns parâmetros para a decisão da escolha de um melhor sistema e adequado para
a Salina.

2.1 Salinas

Salinas solares são ecossistemas artificiais formados por tanques (evaporadores e


cristalizadores) conectados entre si, com finalidade de extração do sal marinho (cloreto de
sódio). Os primeiros indícios sobre a atividade salineira realizada pelo homem ocorreram da
China, cerca de 2.500 A.C., incidiram com a descoberta e exploração das reservas naturais e
em seguida, por volta do século XIX, com a produção do sal marinho nas salinas artesanais
(COSTA, 2013).

As salinas têm sido utilizadas pelo homem há milênios, onde as primeiras referências sobre a
extração de sal a partir da água do mar foram da China, durante a dinastia do Imperador Huang,
há 2.500 A.C. O procedimento usado era o mesmo utilizado nas salinas tradicionais de algumas
partes da África, América do Sul e Oceânia, consistindo em represar a água do mar em diques
de argila e aguardar a precipitação de sal, com uma predominância de NaCl e alto conteúdo de
sais de cálcio, magnésio, etc. (COSTA 2013)

Atualmente, as salinas solares constituem ecossistemas artificiais de supramaré explorados


para a extração de sal marinho. Este sistema é composto por uma série de tanques rasos (20 a
200 cm) e interconectados, nos quais a água do mar/estuário é captada e transferida de um
tanque para outro por gravidade ou por bombeamento.

Ao longo desse circuito, esta água vai evaporando gradativamente, o que aumenta a saturação
de sais até se atingir uma salmoura com saturação de 240 g/l de sal, já no estágio final de
cristalização do cloreto de sódio (COSTA 2013)

As salinas solares têm sido estudadas extensivamente ao longo do globo, com ênfase na
Austrália, França, Grécia, Índia, Itália, Israel, México, Espanha e outros países. Todavia, as
salinas moçambicanas são muito pouco estudadas em nível de dinâmica dos processos
ecológicos e mesmo as características hidrogeo-químicas das salmouras ainda não foram
suficientemente caracterizadas.

29
2.2 Produção do sal

Atualmente, a água do mar é a principal fonte de produção de sal em pontos situados na área
litorânea e que tenham condições climáticas e topográficas favoráveis e economicamente
rentáveis (Silva 2016).

O sal para consumo humano tem que ser extraído de fontes naturais, sendo obrigatório a
iodação. Para garantia de uma boa produção, a matéria-prima, o sal bruto, não pode ter passado
por nenhum outro processo senão o de lavagem, e também deve ser protegida de contaminantes
químicos, físicos, microbiológicos e de qualquer tipo de praga que venha agir como
contaminante. Desde a obtenção de matéria-prima até a distribuição do produto final devem se
seguir todos os padrões higiênicos sanitários, para garantir a boa qualidade do sal para consumo
humano.

Segundo ISAL (2012) apud (Silva 2016), o sal pode ser produzido de três formas:

Mineração subterrânea: É feita como qualquer outra extração de minerais, através de


câmaras de acesso até grandes depósitos de sal, que ficaram presos no fundo do mar, devido o
movimento das placas tectônicas. Depois de removido ele é triturado e levado para a indústria
onde passara pelo processo de refinamento e adição de aditivos.

Mineração por solução: Com o movimento das placas tectônicas alguns depósitos de sal são
empurrados para fora, facilitando assim o trabalho das mineradoras que não precisam extraí-
lo, apenas iram dissolver esse sal em água para transportar até a indústria, onde essa solução
passará pelo processo de evaporação para extração do sal e assim estará pronto para ser
refinado.

Evaporação solar: É feita através de presas, onde a água fica exposta ao sol durante dias para
completa evaporação, restando apenas sal para ser lavado, seco e refinado.

2.3 Transportador helicoidal

O transportador helicoidal ou como também chamado de parafuso helicoidal, que é o seu


principal mecanismo, é um dos mais antigos meios de transporte de material particulado,
principalmente de grãos. Esse sistema consiste em uma rosca transportadora e uma calha,
normalmente em forma de U. O material adicionado na calha é transportado ao longo do seu
eixo. Esse transporte pode ser na horizontal, como é mais comumente utilizado, como também
pode ser feito na diagonal, com alguma inclinação (GUALBERTO 2019).

30
Comumente, a rosca transportadora é oriunda da união de um eixo soldado com vários
helicoides. O eixo não deve apresentar nenhum desalinhamento, pois isso compromete o
transporte de grãos, a partir do momento em que haverá pontos de transporte efetivo, pontos
em que o helicoide deixará material acumulado e pontos de atrito extremo entre a calha e a
rosca. Já a rosca normalmente é constituída de seções que têm comprimentos entre 3 m e 4 m.
Para o transporte horizontal, as distâncias entre as cristas mais próximas se equivalem ao
diâmetro do helicoide (GUALBERTO 2019).

Para um transporte eficiente, o nível do produto dentro de uma calha em U não deve ultrapassar
o nível do eixo, como mostrado na figura 15 abaixo.

Figura 15: Nível de material disposto ao longo do transportador


Fonte: (Continental 1986)

Logo, recomenda-se que o material ocupe cerca de 45% da área da seção transversal da calha.
Com essas configurações de rosca a inclinação máxima que o transportador pode atuar é 20°.
Caso a inclinação a ser utilizada seja maior do que os 20º, a capacidade de carga do
transportador deve ser reduzida e a rosca deve ter um espaço menor, para evitar retorno de
material e excesso de peso em cada seção do helicoide, tendo em vista que terá uma
componente da força peso agindo no parafuso (Continental 1986)

Para que não haja danos ao produto transportado, a folga entre a rosca e a calha em U deve ser
maior do que o diâmetro do grão, pois dessa forma evita-se quebra ou esmagamento do grão,
garantido a integridade do produto (GUALBERTO 2019).

Em uma análise estática, o transportador helicoidal funciona como uma viga V apoiada. No
caso dos transportadores helicoidais, esse apoio é feito por mancais de rolamento. Mesmo que
não haja nenhuma força perpendicular ou que tenha uma componente perpendicular ao eixo do
transportador, devido ao seu próprio peso o eixo está sujeito há flexão. Para evitar deformações
excessivas e tensões de flexão elevadas, é aconselhado instalar em um espaçamento de 3 m a
4 m um mancal de rolamento, como mostrado na Figura 16, a seguir.

31
Figura 16: Mancal de sustentação para evitar deflexão excessiva
Fonte: (GUALBERTO 2019)
Em relação ao selamento superior, pode-se usar uma chapa para tampar a parte aberta da calha
em U ou uma chapa convexa, quando utilizada em ambientes externos para permitir o
escoamento da água.

A utilização de uma tampa é aconselhada, pois protege o produto contra poeiras, contaminação
por outras substâncias, insetos e até mesmo acidentes de trabalho (Continental 1986).

A seguir são listadas algumas vantagens e desvantagens da utilização do transportador


helicoidal.

I. Vantagens:

✓ Em relação a transportadores de correias e corrente, o transportador helicoidal apresenta


menor investimento inicial;
✓ Bastante aplicável e eficiente quando o fluxo de material é até 25 (T/h) e distância de
transporte de 25m;
✓ Menor espaço ocupado em relação a um transportador por esteira.
II. Desvantagens:

✓ Mesmo com a folga estabelecida, há risco de danos aos materiais, pois como o diâmetro
de alguns caroços varia bastante a depender da produção, alguns grãos podem sofrer quebras e
esmagamentos.
✓ Alto valor de potência consumida, variando de 3 vezes em relação a um transportador
de esteira e 2,5 vezes em relação a um transportador de correias;
✓ Mesmo com a utilização de calha em U, há dificuldades na limpeza do sistema de
transporte, dificultando a higienização e aumentando as possibilidades de contaminação do
produto com o tempo de uso da máquina.

32
Os parâmetros e condições de transporte de produtos são de alta importância para garantir um
transporte eficiente e qualidade do produto.

A depender da configuração do transporte e do tipo de equipamento utilizado pode trazer danos


ao produto e prejuízo quanto à própria máquina, em termos de falhas de componentes, até perda
no facturamento da indústria usuária do transportador (J. d. SILVA, et al. 2017).

Em uma indústria, o movimento do produto pode ser classificado em três grupos. São eles
transportes verticais, horizontais e por deslizamento ou inclinados.

No caso deste trabalho o foco principal é no transporte inclinado através do transportador


Helicoidal. Os transportadores helicoidais podem ser utilizados para transportar um material
ou podem também serem utilizados como um misturador de tipos de materiais diferentes (J. d.
SILVA, et al. 2017).

Figura 17: Composição básica de um TH


Fonte: (J. d. SILVA, et al. 2018)

Sete parâmetros são básicos para a descrição de um helicoide de qualquer tipo. São eles o passo,
diâmetro da calha ou duto, diâmetro do helicoide, exposição, diâmetro do eixo, diâmetro da
descarga, comprimento do helicoide (J. d. SILVA, et al. 2018). A Figura 18 a seguir, monstra
melhor a disposição e a representação desses parâmetros.

Figura 18: Parâmetros para cálculos de um TH


Fonte: (J. d. SILVA, et al. 2018)

Para o tipo de aplicação e transporte é possível utilizar diferentes tipos de roscas. Existem
roscas específicas para transporte com mistura de materiais (c), transporte horizontal (a),
inclinado (b) e para transporte de produtos picados. A Figura 19 a seguir mostra os quatro tipos
de roscas.

33
Figura 19: Tipos de roscas mais utilizadas em transportadores helicoidais
Fonte: (J. d. SILVA, et al. 2017)
2.4 Alimentação em silos ou tremonhas

O sistema de alimentação deve permitir sempre um fluxo contínuo e constante do produto,


podendo ser: alimentação direta ou indireta.

I. Alimentação direta.

Utilizado em equipamentos de ensacamento cujo sistema de pesagem é do tipo pesagem direta,


conforme ilustra a Figura a seguir. Adequado para produtos granular e em pó de fácil
escoamento, no qual o mesmo é transferido por gravidade de um silo pulmão para a
ensacadeira, com fluxo controlado através de uma válvula borboleta (CAPELLI 2008)

Figura 20: Sistema de alimentação direta


Fonte: (CAPELLI 2008)

II. Alimentação indireta

Utilizados em equipamentos de ensacamento cujo sistema de pesagem é do tipo pré-pesagem,


podendo ser conforme figura 21 seguinte: Turbina (A), adequada para produtos em pó que não
se misturam com o ar; Rosca (B), adequada para produtos em pó de difícil escoamento, Esteira
(C), adequada para produtos frágeis ou irregulares e Esteira Vibratória (D), adequada para
produtos especiais com características muitos variáveis (CAPELLI 2008)

Figura 21: Alimentação indireta em ensacadeiras


Fonte: Adaptado de (CAPELLI 2008)

34
2.5 Ensacadeira existentes

Para cada estilo e tamanho de saco de papel existe uma gama variada de tipos de equipamentos
apropriados para pesagem e ensacamento do produto. Os principais tipos de equipamento de
ensacamento para saco de papel são: ensacadeira do tipo valvulado e ensacadeira do tipo boca
aberta

2.5.1 Ensacadeira do tipo valvulada.


O aparecimento da ensacadeira, do tipo valvulada, deu-se junto com saco de papel valvulado.
Em 1899, nos EUA, Adelmer Bates desenvolveu o conceito no qual a válvula foi incorporada
inicialmente ao canto de um saco de algodão para o enchimento de sal. Segundo HAVER &
BROECKER, (2018), em 1902 John Cornell, trabalhando com Bates, desenvolveu e patenteou
a ensacadeira do tipo valvulada para saco de papel existem cinco tipos básicos de ensacadeira
para saco de papel do tipo valvulado:

Gravidade, Centrífuga, Rosca, Turbina e Pneumática. Em todos, os tipos o posicionamento do


saco para iniciar o ciclo de ensacamento e a retirada após enchimento podem ser manuais, ou
automático, feitos por equipamentos mecânicos ou pneumáticos

I. Ensacadeira por gravidade

A ensacadeira por gravidade é adequada para produtos de fácil escoamento e quando não há
necessidade de alta capacidade. É considerado como o mais simples sistema de ensacamento,
o qual, utiliza o princípio da aceleração da gravidade para enchimento do saco. Através de uma
comporta doseadora, o fluxo do produto para o interior do saco é controlado, dependendo da
densidade e do nível de escoamento do produto, conforme ilustra a Figura 22 seguinte.

Figura 22: Exemplo de ensacadeira por gravidade


Fonte: (Haver & Boecker 2018)

II. Ensacadeira centrifuga

35
A ensacadeira centrífuga é adequada para produtos granulados frágeis que podem vir a ser
danificados quando utilizados nas ensacadeiras do tipo Rosca ou Turbina, como pode ser
observado na figura 23.

Utiliza o princípio da aceleração centrífuga, onde um volante e uma esteira giram


simultaneamente em alta velocidade, transferindo o produto para o interior do saco, conforme
ilustra a Figura abaixo. Conforme BAYLIS (1997) citado por (Pires 2015) este sistema produz
uma grande quantidade de ar, e o saco de papel deve ter a capacidade para resistir a uma grande
pressão no ensacamento.

Figura 23: Ensacadeira centrífuga e alguns elementos


Fonte: (Haver & Boecker 2018)

III. Ensacadeira por hélices

A ensacadeira por hélices, também conhecida por empacotadora de turbina, é um elemento


mecânico formado por um conjunto de sub-elementos chamados pás, que se encontram
incrustados de forma concêntrica em redor de um eixo e giram em seu torno. Sua função é
transmitir através das pás sua própria energia cinética (adquirida ao girar) a um fluido,
baseando-se neste princípio, a ensacadora por hélice tem como essencialidade a velocidade e
durabilidade das pás

Figura 24: Funcionamento de ensacadeira por Hélice


Fonte: (HAVER & BROECKER 2018)

IV. Ensacadeira por rosca

36
A ensacadeira por rosca é adequada para produtos em pó de difícil escoamento. A operação de
ensacamento é obtida através de uma rosca sem-fim que transfere o produto para o interior do
saco, conforme ilustra a figura 25Error! Reference source not found.. Este sistema comprime
o produto quando a caminho do saco, reduzindo a quantidade de ar no interior do mesmo. Um
suporte vibrador se ocupa em sustentar o saco durante a fase de enchimento, assegurando a
acomodação e compactação do produto.

Figura 25: Esquema e exemplo de ensacadeira por rosca


Fonte: (GOLPACK 2018) e (Continental 2011)

V. Ensacadeira pneumática

A ensacadeira pneumática é adequada para produtos granular e em pó fino de difícil


escoamento. É tido como um sistema mais moderno, se comparado aos anteriores, e trabalha
baseado no conceito de fluidização do ar no produto, como pode ser observado na figura 26 a
seguir (Pires 2015).

O produto a ser ensacado é transferido por gravidade para dentro da câmara da ensacadeira,
onde então, é fluidizado com ar gerado em um soprador, e introduzido pelos poros na base da
câmara da ensacadeira. Após o posicionamento do saco, o ar pressurizado contido no interior
da câmara tende a sair, levando consigo o produto, através do bico de enchimento da
ensacadeira, para dentro da embalagem. Quando o produto, no caso, atinge o peso pré-
determinado, a balança é acionada e consequentemente, um sistema automático de corte
interrompe o fluxo do produto. O saco, é então, retirado automaticamente do bico de
enchimento e inicia-se novamente o ciclo.

37
Figura 26: Exemplo de ensacadora pneumática
Fonte: (EMBRAPAC 2018)

2.5.2 Ensacadeira do tipo boca aberta


De acordo com BAYLIS (1997) citado por (Pires 2015), as ensacadeiras antigas do tipo boca
aberta continham uma balança, um tubo de alimentação vertical e um sistema de fechamento.
Atualmente modernos equipamentos de alta capacidade contêm balanças automáticas de alta
precisão, sistema automático de posicionamento da embalagem, e finalmente, fechamento
automático do saco, conforme ilustra a figura a seguir. Existem dois tipos básicos de
ensacadeira para saco de papel do tipo boca aberta: Gravidade e Rosca.

Na ensacadeira por Gravidade, utilizada para produtos de fácil escoamento, o material cai por
gravidade para dentro do saco utilizando seu próprio peso. Este equipamento normalmente é
de baixa capacidade de produção. Na ensacadeira por Rosca, utilizada para produtos em pó de
difícil escoamento, o material é empurrado através de um sistema de rosca sem-fim para dentro
do saco. O ensacamento inicia-se com o posicionamento do saco no tubo de enchimento, que
pode ser manual ou automático. Posicionado o saco, um sistema de braçadeira fixa-o no tubo
de enchimento, suportando-o para transferência total do produto via tubo de enchimento, para
o interior da embalagem. A pesagem do produto é feita tanto pelo sistema de pré-pesagem,
como pelo sistema de pesagem direta. Após o enchimento o saco cai em uma esteira
transportadora que transfere a embalagem para uma estação de fechamento.

Figura 27: Ensacadeira do Tipo Boca Aberta


Fonte: (HAVER & BROECKER 2018)

38
2.6 Escoamento de sólidos a granel

Segundo Janike (1964) citado por (Pires 2015), “o escoamento de um qualquer material
realiza-se quando as pressões presentes são tais que o corte ocorre sem destruir as propriedades
do produto armazenado.” As pressões presentes em silos são muito diferentes das encontradas
num tanque que contém um fluido, e são dominadas por fenómenos de atrito. “No escoamento
de materiais sólidos a granel poucas analogias podem ser feitas sobre o armazenamento de
materiais líquidos. As pressões que se desenvolvem num sólido armazenado podem ter um
impacto importante sobre o escoamento livre por gravidade a partir de um silo”.

A descarga por gravidade de um produto armazenado pode realizar-se mediante dois tipos de
escoamento: escoamento de massa e escoamento de funil figura 28. A diferença entre o
escoamento ocorre devido a diferenças entre as propriedades físicas do produto, a geometria, e
as características da superfície da tremonha.

Figura 28: Tipos de escoamentos de sólidos


Fonte: (Pires 2015)

2.7 Componentes elétricos e eletrónicos

Serão apresentados conceitos de alguns componentes elétricos e ou eletrónicos que servirão de


comparação para a escolha dos mesmos para o sistema em causa, além dos conceitos, serão
apresentados também as caraterísticas dos mesmos.

I. Controlador lógico programável

O controlador lógico programável (CLP) nasceu praticamente dentro da indústria


automobilística americana, especificamente na Hydronic Division da General Motors, em
1968, devido a grande dificuldade de mudar a lógica de controle de painéis de comando a cada
mudança na linha de montagem. Tais mudanças implicavam em altos gastos de tempo e
dinheiro. Sob a liderança do engenheiro Richard Morley, foi preparada uma especificação que

39
refletia as necessidades de muitos usuários de circuitos à reles, não somente na indústria
automobilística, como de toda a indústria manufatureira. Desde o seu aparecimento muita coisa
evoluiu nos controladores lógicos, como a variedade de tipos de entradas e saídas, o aumento
da velocidade de processamento, a inclusão de blocos lógicos complexos para tratamento das
entradas e saídas e principalmente o modo de programação e a interface com o usuário
(MORGADO 2008).

Figura 29: Exemplo de PLC


Fonte: (ALFACOMP 2018)
II. Arduíno
O surgimento da plataforma de desenvolvimento Arduíno foi concebido em 2005 e, desde
então, foram fabricados e vendidos milhares de exemplares no mundo todo. Por se tratar de um
projeto de fonte aberta e de fácil programação, o número de placas não oficiais provavelmente
supera 1 milhão de unidades (MCROBERTS, 2013).
O Arduíno é uma placa de desenvolvimento que consiste na utilização de um microntrolador
para controlar e comandar diversas atividades, como por exemplo, ler entradas (sensores
elétricos, sinal de sensores mecânicos, sinais analógicos, comunicação de envio, entre outros)
e controlar saídas (acionamento de motores, válvulas, cargas resistivas, instrumentos,
comunicação de recebimento, entre outros).

A Wikipédia afirma que “Um Arduíno é um microcontrolador de placa única e um conjunto de


software para programá-lo. O hardware consiste em um projeto simples de hardware livre para
o controlador, com um processador Atmel AVR e suporte embutido de entrada/saída. O
software consiste de uma linguagem de programação padrão e do bootloader que roda na
placa”, um exemplo de Arduino pode ser visto na figura 29 abaixo.

40
Figura 30: Placa de desenvolvimento Arduíno MEGA 2560
Fonte: Autor, 2020 (Através de Fritzing 1.09)

O Arduíno é o que chamamos de plataforma de computação física ou embarcada, ou seja, um


sistema que pode interagir com seu ambiente por meio de hardware e software. O Arduíno
pode ser utilizado para desenvolver objetos interativos independentes, ou pode ser conectado a
um computador, a uma rede, ou até mesmo à internet para recuperar e enviar dados do Arduíno
e atuar sobre eles. Em outras palavras, ele pode enviar um conjunto de dados recebidos de
alguns sensores para um site, dados estes que poderão, assim, ser exibidos na forma de um
gráfico.

As instruções são programadas através do Software Arduíno IDE (Integrated Drive


Electronics) utilizando uma linguagem de programação específica da marca, semelhante a
linguagem C/C++ (ARDUINO, 2017). A tabela 9 seguinte, apresenta um comparativo entre as
placas mais conhecidas e comercializadas.

Tabela 9: Comparativo entre características das placas Arduíno.


Nome da Placa UNO MEGA LEONARD DUE 101 ZERO
Entradas/Saídas Digitais 14 54 20 54 14 20
Saídas PWM 6 15 7 12 4 18
Entradas Analógicas 6 16 12 12 6 6
Tensão de Operação (V) 5 5 5 3,3 3,3 3,3
Corrente Máxima (mA) 50 50 50 800 280 140
Velocidade (MHz) 16 16 16 84 32 48
Processador (bits) 8 8 8 32 32 32
Memória flash (kB) 32 256 32 512 196 256
Memória SRAM (kB) 2 8 2,5 96 24 32
Fonte: Arduíno (2017).

III. Display LCD

O display LCD, nada mais é que um painel onde é possível mostrar informações como texto e
imagens. Neste projeto será utilizado o LCD para apresentar o peso em tempo real. Essa
informação no LCD é muito importante para o sistema, visto que atualmente para obter essas
informações eles se deslocam de um ponto (de enchimento) ao outro (balança mecânica) para
analisar. O código de interface é simples e se encontra gratuitamente na internet.

41
Figura 31: Display de cristal líquido I2C 16x2
Fonte: (ARDUINO 2017)
IV. Módulo de relé

O módulo de relé nada mais é que um switch eletrônico, e quando conectado a um Arduíno é
utilizado para diversas tarefas como acionar lâmpadas, equipamentos eletrônicos, entre outros.
Suas principais características são:

✓ Corrente dos contatos de 10A em 250V AC ou 30V DC;


✓ Tensão de alimentação de 5V;
✓ Controle AC/DC;
✓ Contato normal aberto e normal fechado.

Figura 32: Relé


Fonte: (ARDUINO 2017)
No projeto o relé será utilizado para realizar todo o controle de acionamento ou desligamento
do motor da transportadora. Isso será possível, pois o relé está ligado diretamente ao Arduíno,
onde é executada a programação do projeto.

V. Célula de carga

Uma célula de carga é um transdutor que converte energia mecânica em energia elétrica, ou
seja, é um dispositivo que produz um sinal elétrico de saída proporcional à força aplicada em
sua superfície de carga. Os sensores utilizados em uma célula de carga utilizam-se dos pontos
de deformação dos materiais podem ser vistos na figura abaixo, para medir o quanto o material
está se deformando. As células de carga mais comuns são baseadas nos princípios de
deformação por compressão e tração, porém podem também ser encontradas células de carga
para medição de torção e flexão (DUARTE 2012).

O princípio básico de medição da deformação em uma célula de carga baseia-se em sensores


do tipo extensómetro de resistência elétrica ou também chamados de Strain Gage, esse sensor

42
é aplicado para medição de deformação em qualquer corpo rígido. Seu princípio de
funcionamento baseia-se na variação da resistência elétrica de um fio ou lâmina condutora
devido à variação de suas dimensões. A resistência elétrica de um material condutor é
determinada por três fatores básicos: tipo de material utilizado para fabricação do condutor
(cobre, alumínio, níquel etc.), seção transversal (espessura do fio) e comprimento (em metros).

Figura 33: Efeitos em células de carga


Fonte: (DUARTE 2012)

As células de carga são dispositivos com vasta aplicação em diversos ramos. Dentre as
principais razões para a sua utilização estão a resposta confiável, baixo custo e dimensões
reduzidas. Sendo assim, este dispositivo pode ser utilizado na medição dos produtos que serão
dosados no sistema proposto neste trabalho.

O princípio de funcionamento baseia-se na piezoresistividade, ou seja, na variação da


resistência elétrica de um componente quando submetido a qualquer deformação. O sensor que
tem essa característica é denominado extensómetro, também conhecido mundialmente por
Strain Gage (GARCÍA VILCHEZ 2016).

Para tanto, utiliza-se uma Ponte de Wheathstone que é considerado o meio de medição de
resistência simples e preciso. O dispositivo é composto por três resistores padrões, com valores
fixos ligados em paralelo. O quarto e último resistor por sua vez é variável de acordo com o
dispositivo conectado, podendo ser um sensor resistivo ou um potenciômetro. A resultante
dessa variação em um único ponto desequilibra o sistema, como consequência, gerando uma
diferença de potencial elétrico entre os terminais de saída.

Sendo assim, quando o extensómetro é esticado ou comprimido, ocorre uma variação da


resistência proporcional no próprio extensómetro, ocorrendo o desbalanceamento entre os
resistores da ponte de Wheathstone. Com isso, é gerada uma diferença de potencial que pode
ser medida em “mV” na saída da célula de carga, necessitando de um circuito para condicionar
e amplificar o sinal.

VI. Sensores

43
Segundo Pires (2007), um sensor é um dispositivo que recebe um sinal ou estímulo e o converte
em um sinal elétrico que seja compatível com circuitos eletrônicos. O sinal de entrada pode ser
uma quantidade, uma propriedade ou um estado, a qual o sensor converte em tensão ou
corrente, podendo ser amplificada e modificada por circuitos eletrônicos de aquisição.

Em sistemas automatizados, o principal objetivo de um sensor é comandar eventos, como por


exemplo, detetar a chegada de um objeto em uma determinada posição, informar ao controlador
que o nível desejado foi atingido, fornecer a medida instantânea da temperatura, entre inúmeras
outras funcionalidades (DUARTE 2012).

VII. Ultrassom

Os dispositivos do tipo ultrassônicos são amplamente utilizados em aplicações industriais,


residenciais e comerciais. A utilização deste sensor em medição contínua de nível vem se
tornando cada vez mais frequente. Na prática, estes sensores utilizam um emissor e um recetor
de ondas sonoras, fixados no mesmo dispositivo ou separados. O princípio de funcionamento
consiste de um circuito eletrônico fornecer um trem de pulsos para excitar o sensor
piezoelétrico (emissor). Este, por sua vez, gera uma onda sonora que se propaga no ar até atingir
o alvo ou objeto. Neste momento, parte da energia acústica do pulso retorna para a origem em
forma de eco. O sensor recetor capta o sinal após certo intervalo de tempo. A figura 33 seguinte
apresenta o diagrama de funcionamento do sensor ultrassom (GARCÍA VILCHEZ 2016).

Figura 34: Princípio de funcionamento do sensor ultrassom.


Fonte: (GARCÍA VILCHEZ 2016)
A maioria dos instrumentos ultrassônicos calcula a distância percorrida pela onda de som no
ar. Como o som se propaga em velocidade constante de 340 m/s em uma determinada
temperatura, o tempo de emissão e recepção da onda refletida é proporcional à distância entre
o sensor e objeto que ocasionou a reflexão (GARCÍA VILCHEZ 2016).

Segundo o padrão IEC 60947-5-2, sensores ultrassônicos são preferencialmente aplicados em


locais com pouca variação de temperatura e utilizando objetos metálicos, com espessura
mínima de 1 mm.

44
Conforme Bega (2011) apud Garcia (2016), além da medição de nível em reservatórios, os
sensores ultrassônicos podem assumir várias outras funcionalidades, como medições de
distâncias e detecção de objetos ou obstáculos. Sendo assim, os sensores ultrassônicos podem
ser utilizados para medição do nível de ração em silos, como proposto neste trabalho.

2.8 Metodologia para a escolha do sistema de ensacamento adequado

O projeto será desenvolvido mediante um enfoque empírico/analítico, complementado com


uma prévia busca, seleção e adequação dos elementos necessários para o projeto final.
Orientando-se nos requisitos da empresa, foram estudadas as tecnologias existentes para ter
uma comparação e assim juntando com os conhecimentos teóricos/práticos no campo da
engenharia, serão desenhados os elementos mecânicos necessários para um sistema
empacotador adequado para a Salina 1º de Maio de Maropanhe e o seu sistema de transporte
sem fim para o material (no caso o sal) ate a ensacadeira, entre os estudos a serem analisados
se destacam a ergonomia, os esforços cortantes de alguns elementos, a seleção de elementos
eletrónicos, tais como: motor, sensores, controlador, válvulas, entre outros elementos mesários
para o projeto final e adequado a empresa.

2.8.1 Antropometria e Ergonomia.


Segundo a OIT (1996) citado por (GARCÍA VILCHEZ 2016), a ergonomia é responsável pelo
estudo do fator humano para sua segurança e fornece dados para projetar uma estação de
trabalho. Seu objetivo é o bem-estar humano, criando condições adequadas em seu local de
trabalho para sua otimização das capacidades fisiológicas e psicológicas. A ergonomia fornece
técnicas para estudar os fatores que influenciam a eficiência e a economia de qualquer processo,
a fim de implementar uma melhoria. Da mesma forma, estuda a relação entre a pessoa e as
atividades realizadas em um determinado trabalho.

Antropometria é a ciência que lida com medidas do corpo humano, como peso, volume e
dimensões. As medidas antropométricas são classificadas em:

Estático: são as medidas feitas ao homem quando ele está em uma posição fixa, sem movimento
como peso, altura, entre outros.

Estes aspectos ergonómicos e antropometria, irão ajudar a determinar melhor como deverá ser
o novo sistema de ensacamento, para garantir que sejam minimizados os problemas
relacionados com a ergonomia, ou seja, um sistema que envolva o trabalho do homem porem
sem muitos riscos ergonómicos (GARCÍA VILCHEZ 2016).

45
As medidas obtidas pela antropometria são muito úteis para o estudo de ergonomia e redesenho
de uma estação de trabalho.

2.8.2 Estação de trabalho


GARCÍA VILCHEZ, (2016) menciona princípios a serem considerados para o redesenho físico
da estação de trabalho, como:

✓ Evite cargas estáticas e posturas fixas. A altura sugerida é de 50 mm abaixo do cotovelo


até a altura de trabalho, tanto para tarefas de sentar quanto de pé.
✓ Fornecer uma cadeira ajustável, de acordo com o colaborador, reduz a carga fisiológica
que o trabalhador suporta, quando está sentado, em vez de ficar em pé.
Dar apoio aos membros refere-se ao apoio da cabeça, braços e pernas. Usar os pés e as mãos
sugere que o redesenho considere o uso de ambos os membros igualmente, se possível
aproveite a gravidade, evite usar movimentos verticais, pois exigem mais esforço do que os
horizontais. Mantenha o momento. Preferindo movimentos com as duas mãos para
movimentos com uma mão, otimizando assim o uso de recursos humanos.

Um individuo de estatura relativamente pequena deve ser capaz de alcançar o topo da área de
trabalho, isso se refere ao redesenho do trabalho que pode ser ajustado a qualquer
funcionário/operário da empresa (Melo 2011).

A seguir se presenta uma ponderação para a seleção de um tipo de sistema que será adequado
para a salina, cabe ressaltar os aspetos a tomar em conta para a seleção já que são de vital
importância no ensacamento de material, estes aspetos são:

Exatidão: para a empresa 1º de Maio de Maropanhe, este conceito é de muita importância, já


que no processo de pesagem a exatidão se tem como fator a quantificar o desperdício de produto
no ensacamento, agora, se a ensacadora gerar um erro de pesagem não admissível não
contribuirá positivamente para a renda final, pelo contrário irá gerar um inconveniente
adicional na medição; por esse motivo que este valor é de maior importância na máquina.

Velocidade: Este é um fator essencial a considerar nas ensacadoras de qualquer que seja o tipo,
é o valor pelo qual se mede a produtividade da máquina, visto que para uma empresa produtora,
quanto mais produto for ensacado, maior é a sua eficiência, não obstante, o projeto realizado
tem outro propósito que não é apenas de gerar uma produção industrial de sacos embalados,
mas sim de um fator importante para dar confiabilidade o processo de ensacamento.

Adicionalmente se consideraram aspetos importantes em sua elaboração tais como:

46
Montagem: Baseando-se, basicamente na complexidade das partes do transportador este fator
tem una importância media, considerando tecnologias que descrevem uma montagem e
condições de operação específicas.

Assim sendo, a empresa requer uma máquina de movimentação fácil e funcionamento simples,
porém eficaz.

Custo: Um aspeto não menos importante que os mencionados, esclarecendo que a empresa
arcará com os custos necessários para o projeto, compra de elementos, e montagem da máquina
serão recursos económicos a serem levado em conta neste projeto.

Alimentação elétrica: uma das condições do projeto é a possibilidade de se desenvolver uma


máquina que ofereça uma dependência humana reduzida, por isso a condição de ter neste
sistema a disposição de uma conexão elétrica comum e de fácil acesso, dai que se estabelece
que o sistema será alimentado por uma conexão de baixa tensão de 110/220 V e de 5 a 24 V.

Tecnologia aplicada: visto anteriormente que na salina, a maior parte dos operários têm um
nível de escolaridade básico, que os possibilita ter noção do alfabeto e dos números, isso faz
com que eles também com apenas umas simples capacitações possam operar um sistema
elétrico do tipo ligar e desligar através de um botão.

Concluindo, o sistema de ensacamento adequado para a Salina 1º de Maio, deve atender os


critérios acima mencionados. Dai que a maquina deve possuir uma boa exatidão na pesagem
dos sacos, possuir uma tecnologia de fácil manejo para que os operários não tenham muitas
dificuldades em opera-la. O sistema de ensacamento também deve atender a questões de
ergonomia, para tal deve ter um transportador para poder alimentar a máquina de ensacamento.
O dimensionamento de dito sistema será apresentado no próximo capítulo.

47
CAPITULO 3: DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA DE
ENSACAMENTO

Neste capítulo se presenta o dimensionamento e a seleção dos componentes mecânicos e


instrumentação eletrónica, para dar cumprimento aos objetivos propostos no projeto;

Figura 35: Esquema do pré-projecto


Fonte: Autor, 2020 (AutoCAD 2017)

O processo começa com o enchimento manual do sal na tremonha de carregamento (1), daí
através do painel de controle (5) é acionado o motor elétrico (2) que por sua vez produz a força
motriz para o eixo da transportadora helicoidal (3) que transporta o sal para a tremonha de
descarga/ensacamento (4). Após armazenado o sal na tremonha de ensacamento (4), através do
controle de ensacamento (válvula guilhotina) (8) é aberta a saída por meio do atuador linear,
feito isso, o sal por gravidade caí no saco (9), por meio do bico de saída (6), que será colocado
manualmente pelo operador, enquanto o sal enche o saco, a plataforma de pesagem (7) registra
o peso atual e quando atingir os 10 kg, ele mandará um sinal para o Arduíno fechar a saída.

3.1 Projeto de componentes e estrutura mecânica

Os cálculos matemáticos a serem considerados no projeto mecânico e estrutural da máquina


estão detalhados a baixo elementos como: caçamba de armazenamento e saída prismática,
bocal de enchimento do saco, parafuso sem-fim, transmissão de força e estrutura.

3.1.1 Projeto da tremonha


Para projetar a tremonha, é vital iniciar o dimensionamento pelo ponto de partida inicial do
processo, pois isso pode garantir o controle e conhecimento de variáveis que serão essenciais
no desenho de elementos subsequentes; neste caso, o estudo e desenho da tremonha de
armazenamento resultará no cálculo de pressões, tensões e momentos, causados pelo peso do

48
material e pela geometria da tremonha, isso como também para determinar o material de
construção da tremonha, as dimensões gerais de espessura. Além disso, esses cálculos servirão
como um ponto iniciando no projeto do parafuso sem-fim, também contribuirá para o projeto
final do suporte que constituirá a estrutura mecânica da máquina.

I. Dimensões das tremonhas

A tremonha atenderá a necessidade de sal com densidade aparente de 2165𝑘𝑔/𝑚3 . Também


o volume que esse elemento mecânico terá por sugestão da salina, será o necessário para
armazenar em média 500 kg deste produto e a tremonha de carregamento com o tamanho
reduzido a metade na sua altura; A tremonha atenderá as condições de transporte fácil,
econômico, resistente e não ser pesado no armazenamento.

A densidade aparente do material a ensacar é de 2165 𝑘𝑔/𝑚3, e sabe-se que o volume é dado
por:
m
δ= (1)
v
m
v= v = 0,230947 m3
δ

Este é o volume necessário para armazenar 500 kg de material.

Uma geometria de forma de pirâmide truncada invertida é escolhida, porque, dada a requisitos
está mais de acordo com os pedidos mencionados, se é verdade que a tremonha cilíndrica é
mais eficiente que o tipo prismático em quanto mais frágil é o seu fluxo, sua elaboração é mais
complicada e seu custo é maior, comparado com o prismático para esses volumes. Para uma
pirâmide truncada invertida, a equação do volume armazenado é descrita por:

h
v = 3 × (A1 + A2 + √A1 × A2 ) (2)

Se tomam estas medidas nos lados da tremonha pensando para que seja fácil a sua transladação,
razão pela qual se optou por 1 metro e 0.5 metros respetivamente.

Sendo que, 𝐴1 − área da parte superior, tem-se:

𝐴1 = 0.5𝑚 × 1 𝑚 = 0.5𝑚2

E 𝐴2 − área da parte inferior, tem-se:

𝐴2 = 0,24𝑚 × 0,15𝑚 = 0,036 𝑚2

49
Figura 36: Volume de um funil
Fonte: (ITEA 2012)

Com os resultados anteriores, pode se determinar a altura necessária para o volume requerido.
Assim sendo da equação 2, tem-se: ℎ = 1.031013393 ≅ 1 𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜

Figura 37: Dimensões para a tremonha de carregamento


Fonte: Autor, 2020
Tabela 10: Dimensões da tremonha
Dimensões (mm)
Base superior 1000 × 500
Base inferior 240 × 150
Altura 1000
Fonte: Autor, 2020

II. Cálculo da pressão na tremonha

Para o cálculo destas pressões se utilizou como referencia os dados colhidos na revisão literária
sobre o sal marinho e sobre cálculo de tremonhas.

✓ Densidade aparente do material: 2165 𝑘𝑔/𝑚3


✓ Dimensões da tremonha: Superior (1000 𝑚𝑚) 𝑋 (500 𝑚𝑚);
✓ Inferior (240 𝑚𝑚) 𝑋 (150 𝑚𝑚) 𝑒 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 1000 𝑚𝑚.
✓ Ângulo de atrito (∅𝑤 ) = (27𝑜 − 38𝑜 )
✓ Angulo de atrito interno I (∅𝑖 ) = 30𝑜
✓ Aceleração de gravidade: 9,81 𝑚/𝑠 2
✓ Coeficiente de atrito (𝜇) = 0.4)

50
Se procede com a determinação da constante de Janssen, para poder determinar-se os esforços
nas paredes da tremonha como sugere (ITEA 2012, 30).

1−sen (∅ )
k j = 1+sen (∅i ) × tan(∅w ) (3)
i

Onde: kj – constante de Janssen

Assim sendo, tem-se:

1 − sen 30
k j1 = × tan 27
1 + sen 30
Logo, 𝑘𝑗1 = 0,1698

1 − sen 30
k j2 = × tan 38
1 + sen 30
Logo, 𝑘𝑗2 = 0,2604

Pressão vertical (Pv):

μU
δ×A
t (−h×kj × )
Pv = U×μ×k × [(1 − e At )] (4)
j

𝑘𝑔 𝑘𝑁
Convertendo, 𝛿 = 2165 𝑚3 = 21,23 𝑚3

Logo, 𝑃𝑣 = 15,79 𝑘𝑁/𝑚2

Pressão horizontal:

Ph = k j × Pv (5)
Ph = 4,11 kN/m2
Pressão normal:

Neste caso, como a tremonha tem uma secção retangular, irá tomar-se as paredes de maior área
para efeitos de cálculos.

Pn1 = Pv0 (1,2 × (cos a)2 + 1,5 × (sin a)2 ) (6)


Pn1 = 15,79 kN/m2 (1,2(cos 20,800 )2 + 1,5(sin 20,800 )2 )
𝑘𝑁
Assim sendo, tem-se: 𝑃𝑛1 = 19,55 𝑚2

pn2 = 1,2 × Pv × (cos a)2 (7)


𝑃𝑛2 = 1,2 × 15,79 𝑘𝑁/𝑚2 × (cos 20,800 )2

Logo, 𝑃𝑛2 = 16,56 𝑘𝑁/𝑚2

51
At ×δ×kj
Pn3 = 3 × (8)
U×√μ

𝑘𝑁
0,5 𝑚2 × 21,23 × 0,2604
𝑃𝑛3 = 3 × 𝑚3
3 𝑚 × √0,4

𝑃𝑛3 = 4,37 𝑘𝑁/𝑚2

Daí tem-se a pressão normal total, que é dada por:

x
Pn = Pn3 + Pn2 + (Pn1 − Pn2 × lh) (9)
𝑘𝑁 𝑘𝑁 𝑘𝑁 𝑘𝑁 0,5345 𝑚
𝑃𝑛 = 4,37 + 16,56 + (19,55 − 16,56 × )
𝑚2 𝑚2 𝑚2 𝑚2 1,069 𝑚

𝑃𝑛 = 32,20 𝑘𝑁/𝑚2

III. Material para a tremonha

O material para a construção da tremonha, deve ser um material resistente, económico,


acessível para dar fiabilidade no processo.

O material selecionado é uma lâmina HR (Hot Rolled) - ASTM – A36, cujas propriedades se
podem ser encontradas em Error! Reference source not found..

IV. Espessura da parede da tremonha

Para o cálculo da espessura da lâmina se deve achar os momentos gerados pelo peso do material
sobre as paredes, e junto com as características do aço selecionado se calcula uma espessura
mínima necessária para suportar essas forças.

V. Momento fletor máximo

É necessário conhecer o momento fletor máximo do qual é submetido as placas da tremonha,


neste caso a placa de maiores dimensões onde se apresenta o maior momento; o momento fletor
máximo é dado pela seguinte expressão:

MmaxT = φ × P × a2eq × beq (10)


Onde:
𝑎𝑒𝑞 ; 𝑏𝑒𝑞 são as dimensões mais curta e mais longa da parede da tremonha, respetivamente.

𝑃 − pressão normal média


𝜑 − é a relação de lados, calculados experimentalmente e pode ser visto na

52
Tabela 11.

Tabela 11. Relação dos lados das paredes da tremonha com arestas fixas

Fonte: (ITEA 2012)


A expressão anterior para a solução do momento fletor máximo, está baseada na aproximação
idealizada da lâmina da tremonha em forma trapezoidal, desta maneira, projeta-se uma
idealização retangular desta lâmina, conforme a figura 37 seguinte.

Figura 38: Idealização das paredes trapezoidais


Fonte: (ITEA 2012, 45)
2a2 (2a1 +2a2 )
aeq = (11)
3(a1 +a2 )
a2 (a2 −a1 )
beq = h − (12)
6(a1 +a2 )

Então tem-se:

𝑏𝑒𝑞 0,897
𝑎𝑒𝑞 = 1,33 e 𝑏𝑒𝑞 = 0,897 Daí que a relação 𝑎 = = 0,69
𝑒𝑞 1,33

Tabela 12: Pressão normal média nas paredes da tremonha


Distancia (m)
conversoes
Pressao (KN/m^2)
x (0,1m -1m) 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Pressao normal 53.7218 48.7468 43.8718 39.0968 34.4218 29.9468 25.5718 21.2968 17.1218 13.0468

Pressao normal media 32.68430

Fonte: Adaptado de (ITEA 2012)


Da

Tabela 11, anterior, escolheu-se o valor aproximado a relação que é de 0,0513, assim sendo,
tem-se: 𝜑 = 0,0513 e da Tabela 12, tem-se a pressão normal média que é de 32,6843 𝑘𝑁/𝑚2.

Achando o momento: 𝑀𝑚𝑎𝑥𝑡 = 2.6604𝑘𝑁𝑚

53
VI. Cálculo de espessura

O cálculo da espessura das lâminas da tremonha estará dado pela lâmina de maiores dimensões
como se havia mencionado anteriormente, dado que os esforços estão condicionados pela área
em que se aplica a força, agora dos dados anteriores achou-se o momento exercido sobre as
lâminas do aço escolhido para a construção da tremonha. A espessura é dada pela seguinte
fórmula:

6×Mmaxt
e2 = (13)
σfmat

Onde:
𝑒 − é a espessura a ser calculada
𝜎𝑓𝑚𝑎𝑡 − Resistencia a flexão do material

Esta última variável é o produto entre a resistência da tração (𝜎𝑡𝑚𝑎𝑡 ) e o fator de segurança. O
fator de segurança escolhido para esta análise será de 3, segundo as recomendações do ITAE
para este tipo de projeto e trabalho, depois da análise, elabora-se com o sistema aproximado as
condições reais.

σfmat = σtmat × 3 (14)


kg kg
σfmat = 41 mm2 × 3 = 123 mm2

Então calculando a espessura tem-se:

6×Mmaxt
e2 = (15)
σfmat

𝑒 = 0,0033573𝑚 = 3,36 𝑚𝑚

Da tabela de espessuras de lâminas comerciais em , escolheu-se a espessura de 1/8” =


3,175 𝑚𝑚, por ser económica e muito comercializada no mercado nacional.

Figura 39: Esquema da tremonha de armazenamento


Fonte: Autor, 2020

54
Dimensões da tremonha de carregamento

A tremonha de carregamento será dimensionada baseando-se nos dados da tremonha de


armazenamento, já dimensionado, como foi disto anteriormente que a mesma terá a capacidade
reduzida e também tamanho reduzido. Dai que a tremonha de carregamento terá as seguintes
dimensões:

Figura 40: Tremonha de carregamento


Fonte: Autor, 2020

3.2 Dimensões do bico de enchimento

Para a determinação deste elemento levou-se em conta o tamanho da abertura da boca de um


saco de sal usado na Salina, isto é, a saída do bico não deve ser superior que a boca do saco
para evitar que o produto não possa cair fora do saco. Para tal tomou-se como dimensões de
partida as seguintes:
𝐶𝑜𝑚𝑝𝑟𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝐶) = 500 𝑚𝑚; 𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 (𝐿) = 150 𝑚𝑚; 𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 (ℎ) = 100 𝑚𝑚
Das medidas acima e com a densidade do sal que é igual a 2165 kg/m3, pode-se determinar a
a quantidade do sal que pode ser armazenada no bico de enchimento. Sabe-se que:
𝑘𝑔
𝛿 = 2165 𝑚3 ;

𝑉𝑏𝑖𝑐𝑜 = 𝐶 × 𝐿 × ℎ = 0.0075 𝑚3
𝑚
𝛿= → 𝑚 = 𝛿 × 𝑉𝑏𝑖𝑐𝑜 = 16,24 𝑘𝑔
𝑉𝑏𝑖𝑐𝑜
O bico pode armazenar ate 16,24 kg do sal a cada abertura do controle.

3.3 Cálculo do peso da tremonha


Da qual geometricamente divide-se as paredes da tremonha para poder se calcular a área total
da estrutura e determinar o seu peso, que será:

Na Figura 37, se pode observar as dimensões da tremonha.

55
Daí que:

𝐴𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑛ℎ𝑎 = (2 × 𝐴𝑙𝑎𝑑𝑜1 ) + (2 × 𝐴𝑙𝑎𝑑𝑜2 ) (16)


Onde:
𝐴𝑙𝑎𝑑𝑜1 −lado de maior extensão das paredes
𝐴𝑙𝑎𝑑𝑜2 −lado de menor extensão das paredes
1
𝐴𝑙𝑎𝑑𝑜1,2 = 2 (ℎ × (𝑙 + 𝑏)) (17)

Então:

𝐴𝑙𝑎𝑑𝑜1 = 0,62 𝑚2 𝐴𝑙𝑎𝑑𝑜2 = 0,16 𝑚2 𝐴𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑛ℎ𝑎 = 1,565 𝑚2

O volume da tremonha é achado pela seguinte equação:

𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑛ℎ𝑎 = 𝐴𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑛ℎ𝑎 × 𝑆𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑛ℎ𝑎 (18)


𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑛ℎ𝑎 = 0,004968874 𝑚3
Sabendo que:

𝑤 =𝑣×𝛿 (19)
𝑤𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑛ℎ𝑎 = 𝑣𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑛ℎ𝑎 × 𝛿𝑎𝑐𝑜 = 38,75 𝑘𝑔
As bordas superior e inferior: 𝑤 = 4,318 𝑘𝑔 e 𝑤 = 2,4697 𝑘𝑔

Somando tem-se um peso total de: 𝑤 = 45.5377 𝑘𝑔

3.3.1 Dimensionamento da estrutura de suporte


A estrutura será dimensionada atendendo aos critérios estabelecido no capítulo anterior,
levando em conta a ergonomia e a postura de uma pessoa e o lugar de trabalho. Com base
nestas considerações as dimensões correspondentes a estrutura da ensacadeira tem a finalidade
de proporcionar um melhor desempenho ao operário e a facilidade de retirar um saco de até 50
kg de sal apos o ensacamento. Abaixo na figura 40, está mostrada a distância ótima de trabalho
de uma pessoa de altura normal.

56
Figura 41: Altura ideal de trabalho em indústrias
Fonte: (Melo 2011)

A partir da figura 40 anterior vê-se que para o projeto atual, pode se considerar a altura ótima
de operação indicada pelo ponto D.

Figura 42: Diagrama de altura ótima de trabalho


Fonte: (Melo 2011, 6)

Dos dados do diagrama acima na Figura 42, se obtém que o intervalo de operação adequado
para uma pessoa de estatura media, é de [700 mm a 900 mm]; de onde pode se exercer desde
o levantamento de elementos pesados, até a realização de movimentos rápidos. Adicionalmente
se consideram dimensões que abrangem em sua totalidade os componentes da máquina.

Dai que, a mesa suporte da ensacadora terá aproximadamente as seguintes dimensões:


𝐴𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 1200 𝑚𝑚
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑚𝑎𝑖𝑜𝑟 𝑑𝑒 1000 𝑚𝑚
𝐿𝑎𝑟𝑔𝑢𝑟𝑎 𝑚𝑒𝑛𝑜𝑟 𝑑𝑒 920 𝑚𝑚

57
3.4 Cálculo de perfiles para a estrutura

Para a construção da estrutura será necessário saber que tipo de perfil e material a ser usado
para tal, isto deverá suportar as cargas estáticas exercidas pelos pesos dos componentes, e, por
conseguinte se deve avaliar a flexão exercida pelas cargas estáticas e assim determinar o grau
de deflexão nos perfiles.

A parte da tremonha/tremonha e o bico de saída estarão suportados em quatro perfiles, para tal
será usado uma estrutura de aço estrutural ASTM-A36.

Levando em conta que a tremonha terá a capacidade de cerca de 500 kg do produto sal grosso,
e adicionando o peso da tremonha aproximado de 50kg do peso do material de que será feito a
tremonha, tem-se:

𝐹 = (𝑊𝑡𝑟𝑒𝑚𝑜𝑛ℎ𝑎 + 𝑊𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 ) × 𝑔 (20)


𝐹 = 5395.5 𝑁

Figura 43: Diagrama de forcas e dimensões do perfil


Fonte: Autor

Para o qual as reações dos pontos A e B são iguais:

𝑅𝐴 + 𝑅𝐵 = 5395,5 𝑁

𝐹 5395,5𝑁
𝐹𝐴 = 𝐹𝐵 = = = 2697.75 𝑁
2 2

Por tanto se pode supor que:

𝑌 = 0, 𝑞𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑥 = 720 𝑚𝑚

𝑌 = 0, 𝑄𝑢𝑎𝑛𝑑𝑜 𝑥 = 0 𝑚𝑚

Do diagrama de corpo livre:

58
Figura 44: Diagrama de corpo livre viga de suporte
Fonte: Autor, 2020

3.5 Dimensionamento do Transportador Helicoidal

A metodologia utilizada nesse ponto para o dimensionamento do transportador foi baseada no


manual de transportadores da empresa canadense Continental®. Através de tabelas e gráficos
foi possível obter as dimensões do transportador segundo os critérios adequados para a salina.

Para a demanda de produção foi estipulado por uma quantidade de 200𝑓𝑡 3 /ℎ,
aproximadamente 5,66 𝑚3 /ℎ este valor foi na base de algumas pesquisas, análises e
recomendações de funcionários da Salina.

A metodologia utilizada pela Continental® se baseia na escolha do material a ser transportado.


De acordo com o material, seguindo um código é possível extrair características do material e
com base nelas, as dimensões do transportador.
Segundo a Tabela 2 do manual da Continental, é possível obter características gerais do
material. A Tabela abaixo mostra as características do sal grosso.
Tabela 13: Características gerais do material a ser transportado
Material Densidade Código Grupo Carta Fator de Potencia
Sal grosso 45 – 60 (𝑙𝑏𝑠/𝑓𝑡 3 ) C36TU 3D 7 1
Fonte: (Continental 1986, 25)
O material a ser transportado é o sal grosso. Através da tabela do manual, o material que mais
se aproxima é o sal seco e grosso. O seu código é C36TU como pode ser visto em anexo C
O código funciona da seguinte forma: O primeiro caractere, acompanhado ou não de número,
representa o tamanho do grão. O segundo caractere representa a fluidez do material. O terceiro
caractere representa a abrasividade. Os últimos caracteres restantes representam outras
características do material. A Tabela 14 abaixo apresenta as características do material segundo
o manual.
Tabela 14: Características do material segundo o Manual Continental
Tipo Caractere Caraterísticas
Granulometria (in) C ½”
Fluidez 3 Média
Abrasividade 6 Abrasivo Médio
T Corrosivo
Outras caraterísticas
U Hidroscópico
Fonte: (Continental 1986)

59
Em posse das características do material, a partir da característica moderada de abrasividade, é
selecionada a carta de número 7 do manual, fazendo com que seja selecionado um grupo de
transportadores helicoidais onde o nível do material não ultrapasse 30% do diâmetro da hélice.

As dimensões obtidas segundo a carta de número 7 do manual da Continental, para um material


de (45 − 60)𝑙𝑏𝑠/𝑓𝑡 3 é apresentada na Tabela 15 abaixo.

Tabela 15: Dimensões e capacidade do transportador


Diâmetro da Diâmetro dos Velocidade Capacidade (𝑓𝑡 3 /ℎ) Toneladas por hora
Hélice(in) acoplamentos(in)
6 1 ½’ 60 90 2,25
Fonte: (Continental 1986)

Com o valor do diâmetro da hélice, é possível encontrar o tipo de hélice, segundo código da
empresa Continental®. O parafuso disponível pela Continental® para a demanda é o de código
6H304 como pode ser visto no anexo e a calha a ser utilizada deve possuir uma espessura de
16 ga1, que equivale a 0,163 polegadas conforme anexo C. Em posse desses valores é possível
calcular o valor da potência necessária para realizar o transporte desejado. A potência
necessária para realizar o transporte pode ser calculada pela Equação abaixo:

𝐿(𝐷𝑆+𝑄𝐹)
𝑃= (21)
1000000
Onde:
𝑃 − é a potenciaa [HP];
𝐿 − é o comprimento [pol] = 236, 22 pol;
𝐷 − é o fator de fricção devido ao tipo de rolamento utilizado = 18;
𝑆 − é a velocidade [RPM] = 60 rpm;
𝑄 − é a vazão [lbs/h] = 5600;
𝐹 − é o “Horse Power Factor” =1
Dai tem-se:
236,22 × (18 × 60 + 5600 × 1)
𝑃= = 1.58 𝐻𝑃
1000000
O valor da Potência calculada foi de 1,58 HP. Através da Tabela 9 do manual da Continental é
possível selecionar o motor necessário para suprir a potência necessária para a realização do
transporte.

1
ga – Gauge é uma unidade de medida de padronização da Continental que equivale 0,0102 pol

60
Tabela 16: Seleção da potência do motor acionador do transportador
Conversor HP Motor HP Conversor HP Motor HP
Até 0.45 1 9,1 a 13,5 15
0,46 a 0,67 1 ½’ 13,6 a 18,0 20
0,68 a 0,90 2 18,1 a 22,5 25
0,91 a 1,80 3 22,6 a 27,0 30
1,81 a 3,61 5 27,1 a 36,0 40
3,62 a 5,75 7 ½’ 36,1 a 45,0 50
6,76 a 9,0 10 45,1 a 54,0 60
Fonte: Adaptado de (Continental 1986, 22)

Como a potência resultou em 1,58 HP, o motor mais adequado para aplicação é o de 3 HP,
segundo a tabela 16 anterior. Como a potência é aplicada no eixo do transportador, as
dimensões e o material do eixo são fatores influenciados diretamente pelo torque, já que ele é
o elemento transmissor de potência e torque ao longo do transportador. Através do catálogo é
possível selecionar um eixo adequado. O Catálogo utiliza um diagrama, onde através da
potência do motor e da rotação, é possível encontrar o valor mais adequado do diâmetro do
eixo. A Figura a seguir apresenta esse diagrama disponível no manual da empresa
Continental®.

Figura 45: Diagrama para seleção do diâmetro do eixo do parafuso


Fonte: (Continental 1986)

Com isso o diâmetro selecionado é o de 2 polegadas, tendo em vista que o objetivo deste
trabalho consiste no projeto de um sistema de ensacamento de sal e o transportador helicoidal
para o transporte de sal, é importante levar em consideração a oxidação de peças devido ao
contato do sal com os componentes de transporte, como eixo e helicoide.

61
Seria simples fabricar um tubo para o eixo motriz em material inoxidável, porém tal escolha
seria bastante onerosa para a Salina 1º de Maio de Maropanhe, e não atenderia um ponto crucial
na salineira, que seria utilização de materiais de baixo custo.

Foi levantada a possibilidade de fabricação do eixo motriz totalmente em polímero, no caso,


seria utilizado o nylon, entretanto os esforços os quais o eixo é submetido são elevados e o
nylon não atenderia com eficácia a demanda de resistência na operação. Com isso, o eixo deve
ser fabricado em aço carbono 1045, de fácil acesso no mercado.

O transportador helicoidal também deve apresentar uma tampa, devido ao sal ser um material
higroscópico, ou seja, absorve umidade. Com o objetivo de não reduzir a qualidade do sal
fabricado, deve ser inserido, segundo as recomendações do manual, uma tampa de nylon ao
longo do transportador, a fim de reduzir o contato deste com a atmosfera onde o transportador
está instalado e também reduzir a umidade absorvida pelo mesmo.

3.5.1 Motor e redutor de velocidade


O motor elétrico é o elemento encarregado para gerar a força motriz para o funcionamento do
transportador helicoidal através do eixo de transmissão, assim transportando o produto para a
tremonha da Ensacadeira. Como visto anteriormente, a potência mínima necessária para o
transporte do material é de 3 𝐻𝑃 com uma velocidade de 60 rpm. Assim sendo, foi feita a
seleção do motor adequado no catálogo dos motores da WEG, com seguintes caraterísticas:

Tabela 17: Características do motor escolhido


Grau de proteção IP55
Carcaça 90S
Potência 3 cv
Velocidade nominal 3465 rpm
Corrente nominal 8,43 A
Tensão 110/220 V
Fonte: (WEG - Motores 2020)
Tabela 18: Caraterísticas de Redutor
Tipo/Modelo ERV/EMRV 090
Carcaça 90S
Relação de redução 1:24
Velocidade nominal 72,08 rpm
Acoplamento Direto
Forma construtiva WN2
Fonte: (LiLO 2019)

3.6 Dimensionamento e seleção de componentes elétricos e eletrónicos

Nesta secção se descreverá a seleção e o dimensionamento de alguns componentes eletrónicos


e elétricos, necessários para o funcionamento do sistema ensacador.
62
Monitoramento Senor Ultrasonico

Pesagem

Reles
Atuador

Motor

Figura 46: Alguns componentes elétricos do sistema


Fonte: Autor, 2020

O esquema da figura acima mostra os componentes elétricos e eletrónicos a serem utilizados


para o funcionamento automático do processo. Em esquema PI&D de conexão, se apresenta o
esquema de instrumentação utilizados como: sensor de peso, visualizador, transdutor de célula
de carga, controlador, motor elétrico, entre outros, e esses componentes serão descritos a
seguir.

3.6.1 Dimensionamento e escolha de proteção para o motor


Antes de decidir sobre a proteção é indispensável escolher o tipo de partida que será usada no
motor, consoante as condições de operacionalidade do sistema. Para o caso atual, visto que o
sistema pode partir com ou sem carga e a o motor necessário para o sistema tem uma potência
menor que 10 HP, a Siemens Ltda, (2017) recomenda a partida direta, comandada com
disjuntor.

Figura 47: Circuito de potência e de comando da partida direta do motor


Fonte: Autor, 2020 (CadeSimu 3.0)

63
Dimensionamento do contactor
𝐶1 → 𝐼𝑁𝐶 ≥ 1,15 × 𝐼𝑁𝑀 (22)
Sendo,
𝐼𝑁𝐾 − Corrente nominal do contactor 𝐶1
𝐼𝑁𝑀 − Corrente nominal do Motor
Logo, 𝐼𝑁𝐶 ≥ 1,15 × 8,43 𝐴 = 𝟗, 𝟔𝟗 𝑨

Dimensionamento do relé térmico


𝑰𝑵𝑹𝑻 = 1,15 × 𝐼𝑁𝑀 para T< 40º C (23)
𝐼𝑁𝑅𝑇 = 1,25 × 𝐼𝑁𝑀 para 𝑇 = 40º 𝐶 (24)
Do pressuposto acima, tendo os dados da potência do motor que é de 3 HP e uma tensão de
220V, da tabela de escolha disjuntor da (Siemens Ltda 2017), escolheu-se o disjuntor com o
código 3RV10 11-1JA10, faixa de ajuste 7 a 10 A, contactor 3RT 16-1A1.

3.6.2 Controle da saída


Para controlar a saída no enchimento apos atingir a quantidade de peso desejada, será usado
um mecanismo baseado na válvula do tipo guilhotina, que é de abrir e fechar na forma de
gaveta. Esse mecanismo será acionado por um atuador elétrico linear.

Para especificação do atuador foi levada em conta a força que ele teria que exercer sobre a
correnteza do sal em gravidade no ato de encher o saco. É preciso percorrer cerca de 250 mm,
que é o trajeto a ser vencido pela bandeja até a outra parte da superfície. Estima-se um tempo
de 2s para realizar esse ciclo. Portanto, o atuador a ser escolhido deve possuir uma velocidade
máxima v exercida em um peso de 98,1 N:

0,250 𝑚
𝑣= = 0.125 𝑚/𝑠
2𝑠

Do catálogo da Thomson - Movimento Linear. Otimizado, escolheu-se o seguinte atuador:

Tabela 19: Caraterísticas técnicas do atuador


Carga máxima 75 lbs
Velocidade máxima 3 pol/s
Tensão de alimentação 24 V (DC)
Comprimento de curso 6 pol

Índice de proteção IP66

Fonte: (Thomson - Movimento Linear. Otimizado s.d.)

64
Escolhe-se o atuador acima por ser muito leve e compacto, por possuir interruptores de limite
de fim de curso integrados, tem uma carcaça resistente à corrosão

3.6.3 Escolha de microcontrolador


As caraterísticas básicas a se ter em conta para a escolha deste dispositivo na automação do
sistema de ensacamento, são os seguintes:

✓ Acessibilidade no preço ✓ Número de saídas digitais


✓ Programação ✓ Entradas e saídas analógicas
✓ Número de entradas digitais ✓ Robustez

Será utilizado o Arduíno Mega 2560, que é baseado no microprocessador ATMEL ATMEGA
2560 e possui 54 entradas/saídas digitais e 16 entradas analógicas (podem ser utilizadas
também como PWM). Alguns pinos possuem funções especializadas, especificadas a seguir:

✓ Serial (pino 0 e 1; 14 e 15; 16 e 17; 18 e 19): Aplicabilidade para receber e transmitir


dados seriais. São conectados ao circuito conversor USB/Serial;

✓ Interrupções externas (pinos 2, 3, 18, 19, 20 e 21): podem ser configurados para disparar
uma interrupção toda vez que ocorrer a mudança de estado nível alto (5V) para nível baixo
(0V), ou vice-versa, priorizando a execução de um determina função no código.

✓ PWM (pinos 2 a 13 e 44 a 46): fornecem saída analógica com resolução de 8 bits;

✓ SPI (pinos 50, 51, 52 e 53): conexão utilizada para comunicação.

A figura 47 apresenta uma imagem da placa Arduíno MEGA descrita anteriormente.

Figura 48: Arduino MEGA 2560


Fonte: (ARDUINO 2017)

As principais vantagens da plataforma Arduíno são:

✓ Open hardware e open software: tanto o hardware quanto o software estão abertos na
internet para quem quiser utilizá-los ou modifica-los;

65
✓ Custo/benefício: o valor de aquisição é inferior quando comparado a outras plataformas
de desenvolvimento, e ainda pode ser montada pelo próprio usuário;

✓ Possibilidade de alimentação externa na ordem de 7 VCC a 12 VCC;

✓ Multiplataforma: o software foi elaborado para ser compatível com vários sistemas
operacionais (Windows, Macintosh, OSX e Linux);

✓ Praticidade: ferramenta de fácil interface com o usuário e independente do tipo de


microcontrolador/microprocessador utilizado, a forma de programar e transferir os
dados para a placa é a mesma.

Sendo assim, a placa Arduíno demonstra ser uma solução prática e viável para a implementação
do controle proposto neste trabalho, tendo em vista o baixo custo e a disseminação deste
produto no mercado, com a possibilidade de implementações futuras.

3.7 Monitoramento de nível

Para monitorar o nível de ração presente em cada compartimento dos silos de armazenagem,
foram instalados dois sensores ultrassônicos no topo de cada compartimento. Em aplicações
com Arduíno, o sensor ultrassônico HC-SR04 é uma solução viável.

Conforme dados do fabricante, o componente é alimentado com 5 Vcc, dotado de um recetor


e um emissor, instalados um ao lado do outro. A faixa de 43 alcance varia de 2 cm a 420 cm,
com precisão de medição de até 3 mm (ARDUINO, 2017). A figura 48 a seguir apresenta o
módulo do sensor ultrassônico para Arduíno.

Figura 49: Sensor ultrassom HC-SR04 para Arduíno.


Fonte: (ARDUINO 2017)

3.8 Controlo de peso para o sistema

Como o descrito nas secções anteriores sobre a metodologia adequada para o projeto, chegou-
se a conclusão de que o controle do sistema deverá ser prático, de fácil manejo para operários
e que permita a estes realizarem futuras mudanças se necessário. E diante disto, se determinou
que se deve usar um controlo de tipo sequencial alternativo, já que o processo de ensacamento

66
será linear unidirecional que usará um saco de cada vez, controlando a variável peso, por meio
de um sinal analógico gerado pelo transdutor de carga da célula de carga.

O sinal oriundo da balança, na ordem de 2 mV/V é amplificado pelo Shield conversor e


amplificador operacional, conhecido como HX 711.

O módulo possui um conversor analógico/digital de 24 bits, tendo por característica compensar


as mudanças de temperatura. O dispositivo pode operar entre -20ºC até 85ºC, na faixa de tensão
de 4,8 a 5,5 Vcc. Em sua saída é gerado um sinal compatível com o Arduíno. A figura apresenta
o módulo HX 711.

Figura 50: Módulo HX 711


Fonte: (ARDUINO 2017)

I. Indicador de peso

A seleção deste dispositivo se fez tendo em conta os requisitos do projeto planeado para a
Salina, anteriormente foi descrito o problema de não exatidão na medição, sendo que haverá
uma observação do valor do peso exato e em tempo real no ato de ensacamento, neste caso foi
proposto um LCD de 20X4 com módulo I2C.

Quanto ao controle automatizado do sistema, foi desenvolvido um firmware no Proteus 8.9


usando a linguagem C++ e fluxogramas com a plataforma de código livre Arduino Mega 2560,
cujo código está em ANEXO G.

3.9 Capacidade do sistema

Para determinar a capacidade do sistema, é importante salientar que descarga do material será
por gravidade do produto armazenado mediante escoamento de massa como mostra a figura
28, anterior. Uma vantagem deste tipo de escoamento é a renovação do material armazenado,
pois o tempo de permanência é idêntico para todas as partículas dentro do silo/tremonha,
anulando a probabilidade de deterioração do sólido a granel. A possibilidade da descarga ser
apenas executada devido à força gravítica, sem a ajuda de nenhum dispositivo externo, permite
a utilização de toda a capacidade de carga do silo/tremonha.

67
Recorre à função first-in first-out, dado que o material que entra no silo em primeiro lugar sai
em primeiro lugar.

𝑄 = ℎ×𝑙×𝑔×𝜌 (25)
Tendo dimensões do bico de descarga, largura 𝑙 = 150 𝑚𝑚, 𝑎𝑙𝑡𝑢𝑟𝑎 ℎ = 100𝑚𝑚, e a
densidade aparente do material 𝜌 = 2165 𝑘𝑔/𝑚3, pode se determinar a vazão mássica para
determinar a quantidade que sera descarregada por minuto.

3.10 Custo do projeto

A consideração de custo é tão importante no processo de projeção e concepção de uma máquina


ou sistema, que poderíamos facilmente despender tanto tempo no seu estudo quanto no do
assunto integral de projeto. Nada pode ser afirmado em um sentido absoluto, quando se trata
de custos. Materiais e mão-de-obra geralmente apresentam um custo crescente a cada ano. Foi
se ao mercado para se pesquisar e selecionar os materiais adequados para o projeto, daí que se
fez a tabela seguinte contendo os preços e os respetivos fornecedores.

Tabela 20: Orçamento dos materiais


Caraterística Quantidade Preço/unid Preço
Categoria Fornecedor
s (U) (MZN) (MZN)
Eletrónica do
LEDES Diversos 3 50 150
Indico
Eletrónica do
Relay 2 canais 1 500 500
Indico
Eletrónica do
Push-Buton 3 50 150
Indico
Botoeiras
Eletrónica do
Swith 1 75 75
Indico
Transdutor HX711 1 500 Allibaba.com.br 500
C. Carga 100Kg 4 200 Allibaba.com.br 800
Display LCD 20X4 1 250 Allibaba.com.br 250
Eletrónica do
Motor WEG 3Hp 1 8500 8500
Indico
Atuador Linear Thomson 1 3500 Allibaba.com.br 3500
Arduino Mega 2560 1 1000 Allibaba.com.br 1000
Sensor Nível Ultrason 2 150 Allibaba.com.br 300
Tubo Quadrado 40x40mm 2 2200 FEROX-Beira 4400
Lamina HR 1/8" 2X1m 2 5250 FERPINTA 10500
Rolamentos SKF 2 750 Ferragem Chiveve 1500
Rosca Transportadora Aço inox 1 9500 Allibaba.com.br 9500
Diversos e Imprevistos 20% do total 0.2 8325
Subtotal 49950
Fonte: Autor, 2020

68
Da tabela 20 anterior pode ser visto que a maior parte dos materiais serão adquiridos no
mercado nacional, com excepção do fornecedor Allibaba.com.br.
O material do projeto está orçado em cerca de 50.000 MZN, salientar que os matérias a serem
importados, os seus preços seus foram encontrados em dólar americano e outros em real
brasileiro e foram convertido ao cambio do dia da pesquisa2.
Tabela 21: Orçamento de contrato de serviços
Serviço ou Equipamento Preço/unidade Duração Preço (MZN)
Mecânico de serrilharia civil 100 10 Horas 1000
Aluguel de Equipamentos
Maquina de solda 600 2 Dias 1200
Rebarbadora 250 3 Dias 750
Alojamento 200 10 Dias 2000
Transporte 2000 __ 1 2000
Corrente elétrica 1000 __ 1 1000
Imprevistos 20% __ 1350
Subtotal 9300
Fonte: Autor

Em relação a mão-de-obra, houve uma variedade de fatos analisados, tais como


deslocamento, facilidade de pagamento, inclusão da mão-de-obra local e qualidade de
serviços do género já prestados em outras circunstâncias. Daí que em conversa com alguns
mecânicos serrilharia civis locais, por dia o aluguel de máquina de solda por exemplo custa
aproximadamente 600 a 1000 MZN, e o elétrodo por conta do proprietário. Em espectativas,
estimou-se cerca de 2 dias para a utilização desta máquina.
Contando com alguns imprevistos que poderão ocorrer ao longo da instalação, acrescenta-se
uma margem de cerca de 20% do valor total (, logo o projeto total será orçado em
aproximadamente 71150,00 meticais.
Em relação aos sistemas já existentes no mercado, o projeto atual mostrou-se mais acessível
para a Salina, visto por exemplo a maquina ensacadeira da ENSACA Ltd, que apresenta
algumas caraterísticas similares no que diz respeito a capacidade, no mercado internacional
custa aproximadamente R$ 10000, que no cambio do dia da pesquisa 2 estava dando cerca de
128300 MZN, uma diferença de quase 80% a mais do valor que o projeto atual mostrou.

2
Data 21 de Junho de 2020, R$1 = 12.83 MZN

69
CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclusão

Chegado a esse ponto, dizer que foram alcançados os objetivos estabelecidos neste projeto. De
forma que se concluiu que, no que diz respeito a análise do processo de ensacamento existente
na salina 1º de Maio, é feito de forma manual, que o mesmo envolve todos os géneros e maior
parte dos funcionários da Salina são jovens e possuem um nível de escolaridade aceitável para
operar um sistema de liga/desliga. Pelo inquérito feito também se chegou a conclusão que todos
os funcionários são da opinião de que um sistema de ensacamento iria melhorar o processo
para a Salina e redução do tempo ocioso.

Fazendo-se uma revisão literária em vários tipos de fontes, concluiu-se que há vários tipos de
sistemas de ensacamento e fez-se análises da ergonomia, da tecnologia a aplicar para a escolha
de um sistema adequado para a Salina e escolheu-se um sistema de ensacamento por gravidade
e com alimentação indireta por meio de uma rosca transportadora.

O dimensionamento mecânico do sistema foi baseado em várias obras literárias e em catálogos


de sistemas do género, como por exemplo, o transporte helicoidal foi dimensionado consoante
as recomendações do catálogo da empresa Continental, e a estrutura de suporte do sistema foi
baseado nas normas ITEA 2012, tambem teve-se em conta o tipo de material a ser usado para
o projeto visto que o mesmo vai entrar em contacto directo com o produto.

Após o dimensionamento mecânico do sistema, para garantir a ergonomia, foi proposta uma
automação básica para que o sistema não dependesse totalmente do homem e para tal foi
escolhido o Arduino MEGA que foi tida como melhor alternativa em relação ao PLC. No que
diz respeito ao custo, foi levado em conta o preço acessível e a facilidade de encontrar os
materiais no mercado nacional e o custo total foi estimado em 72 mil meticais e este valor é
mais barato que a maioria das máquinas existentes no mercado.

Em relação ao processo já existente na Salina, o atual apresenta melhorias significantes no


ensacamento visto que a sua capacidade será de 20 sacos por minuto, contrariando a 1 saco por
dois minutos.

70
Recomendações

Para projetos futuros relacionados com o tema, recomenda-se:

✓ Adicionar um sensor na plataforma de pesagem, para detetar o saco e abrir a válvula


guilhotina.
✓ Adicionar uma esteira rolante na saída e uma máquina para coser os sacos após serem
enchidos;

71
BIBLIOGRAFIAS
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2018.
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atividade salineira no estado do Rio Grande do Norte (Brasil).” Revista Sociedade e
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GOLPACK.” GOLPACK, 2018.
14. GUALBERTO, VICTOR SOARES. PROJETO PRELIMINAR DE
TRANSPORTADOR HELICOIDAL APLICADO À INDÚSTRIA SALINEIRA DE
MOSSORÓ E REGIÃO. MOSSORÓ-RN: UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO
SEMI-ÁRIDO, 2019.
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16. Haver & Boecker. Solucoes em Ensacagem. Monte Mor - SP: Haver & Boecker, 2018.
17. HAVER & BROECKER. “Ensacadores para sacos valvulados.” 2018.
www.haverbrasil.com.br/pdf/esp/ensacaderias/Ensacadoras_para_sacos_de_valvula.p
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24. Martin. Stock y MTO Screw Conveyor Components. Vol. Sección H. Chicago, 2017.
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Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, 2017.
26. Melo, Jorge Luis. Ergonomía desde el punto de vista de la higiene y seguridad
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28. MOOG, Industria. SISTEMAS DE ATUA!;AO LINEAR DE ALTA PERFORMANCE.
Sao paulo: Moog Industria, 2018.
73
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Universidade de São Paulo, 2008.
30. Pino, Eduardo Paúl. Software para Diseño de transportadores de tornillo. Guayaquil,
Ecuador: Escuela Superior Politécnica del Litoral, 2005.
31. Pires, Alexandre Correia. Estudo do escoamento de sólidos a granel em silos. Coimbra:
FCT - Universidade de Coimbra, 2015.
32. Shigley, Richard G. Budynas, J Keith Nisbett, Mc Graw Hill. Projeto de Engenharia
Mecanica. Mexico, 2005.
33. Siemens Ltda. Automation&Control - Metodos de Partida. Sao Paulo: Siemens LTDA,
2017.
34. Silva, Abigail Rute da. “PRODUÇÃO ARTESANAL DE SAL MARINHO NO
LITORAL SETENTRIONAL DO RIO GRANDE DO NORTE .” Monografia
(Bacharel em Geografia). Caicó – RN: Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
2016.
35. SILVA, Juarez de Sousa e, Adílio Flauzino de Lacerda FILHO, Roberta Martins
NOGUEIRA, e Gilmar VIEIRA. MANUSEIO DE GRÃOS. 2. Sao Paulo, 2018.
36. SILVA, Juarez de Sousa, Adílio Flauzino de Lacerda FILHO, Roberta Martins
NOGUEIRA, e Gilmar VEIRA. MANUSEIO DE GRÃOS. Sao Paulo, 2017.
37. Thomson - Movimento Linear. Otimizado. Atuadores Lineares. THOMSON, s.d.
38. ULMA, Conveyor Components. Catalogo Tecnico. BizKaia-Espanha: ULMA, 2018.
39. VENTEC, AMBIENTAL EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES LTDA . Manual
Técnico de Instalação, Operação e Manutenção - Transportador Helicoidal . São
Paulo: VENTEC , 2017.
40. WEG - Motores. W12 - Motor elétrico monofásico e trifásico - Catálogo Técnico.
Jaraguá do Sul - SC: WEG, 2020.

74
ANEXO A Perguntas do inquérito

75
ANEXO B Caraterísticas dos materiais escolhido para o projeto

Tabela 22: Resistências determinísticas da ASTM para aços laminados a quente (HR)

Fonte: (Shigley 2005)


Tabela 23: Especificações técnicas do material

Fonte: (DUARTE 2012)


Tabela 24: Diâmetros de tubos em aço inoxidável

Fonte: (DUARTE 2012)

76
ANEXO C Tabelas para dimensionamento do TH

Tabela 25: Código do material a ser transportado

Fonte: (Continental 1986)

Tabela 26: Escolha dos parâmetros para o TH

Fonte: (Continental 1986)

Tabela 27: Escolha das dimensões da espessura do TH

Fonte: (Continental 1986)

77
78
ANEXO D Dimensões dos atuadores escolhidos

Tabela 28: Dimensões do redutor

Fonte: (LiLO 2019)


Tabela 29: Dimensões do motor

Fonte: (WEG - Motores 2020)


Tabela 30: Dimensões do motor

Fonte: (Thomson - Movimento Linear. Otimizado s.d.)

79
ANEXO E Componentes eletrónicos escolhidos

Figura 51: Módulo HX711


Fonte: (ARDUINO 2017)

80
ANEXO F Esquema elétrico do sistema

81
ANEXO G Firmware do sistema

1 //Direitos autorais 32 AlphanumericLcd LCD2 = AlphanumericLcd (17, 16,


2 //Feito por: Gil Gabriel Muanido 33 15, 14, 18, 19);
3 //Revisão: Gil Gabriel Muanido 34 RelayBoards CRS1 = RelayBoards (30, 31);
4 //Orientação: Engª Beatriz 35 GroveUltrasonic UR1 = GroveUltrasonic ();
5 //TCC Engenharia Mecatrónica 2020 36 GenericButton Encher = GenericButton (29);
6 // Peripheral Configuration Code (Do Not Edit) 37 void peripheral_setup () {
7 //---CONFIG_BEGIN--- 38 LCD2.begin (20, 4);
8 #pragma GCC push_options 39 UR1.begin (7);
9 #pragma GCC optimize ("Os") 40 }
10 #include <core.h> // Required by cpu 41 void peripheral_loop() {
11 #include <cpu.h> 42 }
12 #include <Generic.h> 43 //---CONFIG_END---
13 #include <HX711_adc.h> 44 // Definicao de variaveis
14 #include <Core.h> // Required by LCD2 45 long var_PesoDesejado;
15 #include <LiquidCrystal.h> // Required by LCD2 46 float var_escala;
16 #include <AlphanumericLcd.h> 47 float var_PesoMedido;
17 #include <relayboards.h> 48 long var_NivelMedido;
18 #include <Ultrasonic.h> // Required by UR1 49 long var_NivelDesejado;
19 #include <Grove_Ultrasonic.h> 50 long var_NivelBaixo;
20 #pragma GCC pop_options 51 // Rotinas do programa
21 // Contrutores de perifericos 52 void chart_SETUP() {
22 CPU &cpu = Cpu; 53 var_PesoDesejado=10,var_escala=18029.57,
23 GenericButton Mais = GenericButton (23); 54 var_NivelDesejado=100;
24 GenericButton Menos = GenericButton (25); 55 LED1.off();
25 GenericButton LIGA = GenericButton (27); 56 LED2.on();
26 GenericButton DESLIGA = GenericButton (26); 57 HXADC1.writeScale(var_escala);
27 GenericSwitch SW1 = GenericSwitch (28); 58 HXADC1.writeTare(10);
28 GenericLED LED1 = GenericLED (9); 59 LCD2.clear();
29 GenericLED LED2 = GenericLED (8); 60 chart_creditos();
30 GenericLED LED3 = GenericLED (10); 61 delay(1000);
31 HX711_adc HXADC1 = HX711_adc (3, 2); 62 }
63 void chart_LOOP() {

82
64 LCD2.clear(); 98 CRS1.relayOn(1);

65 chart_Nota(); 99 LCD2.print().arg("PESO

66 var_PesoDesejado=10,var_escala=18029.57,var_NivelD 100 ATUAL:").arg(var_PesoMedido).arg("KG").end();


67 esejado=100,var_NivelBaixo=10; 101 }

68 var_NivelMedido=UR1.readCentimeters(); 102 CRS1.relayOff(1);

69 chart_LigaTransport(); 103 LED3.off();

70 var_PesoMedido=HXADC1.readUnits(1); 104 } else {


71 chart_Ajuste_Peso(); 105 LCD2.print().arg("SILO COM NIVEL

72 if(Encher()) { 106 BAIXO").end();


73 chart_Enche(); 107 }
74 } else { 108 }
75 LCD2.print().arg("PRECIONE ENCHER").end(); 109 //Funcao de ecra ocioso
76 } 110 void chart_Nota() {
77 } 111 LCD2.print().arg("SALINA 1 DE MAIO").end();
78 //Funcao dos creditos e Direitos autorais 112 LCD2.setCursor(0,3);
79 void chart_creditos() { 113 LCD2.print().arg("GIL GABRIEL
80 LCD2.print().arg("GIL GABRIEL 114 MUANIDO").end();
81 MUANIDO").end(); 115 LCD2.setCursor(0,1);
82 LCD2.setCursor(0,1); 116 LCD2.print().arg("PESO
83 LCD2.print().arg("Ori-MCs.Eng. BEATRIZ").end(); 117 DESEJADO:").arg(var_PesoDesejado).arg("KG").end();
84 LCD2.setCursor(0,2); 118 LCD2.setCursor(0,2);
85 LCD2.print().arg(" SISTEMA 119 }
86 ENSACAMENTO").end(); 120 //funcao de ajuste de peso
87 LCD2.setCursor(0,3); 121 void chart_Ajuste_Peso() {
88 LCD2.print().arg("UNIZAMBEZE-FCT- 122 if(Mais()) {
89 2020").end(); 123 var_PesoDesejado=var_PesoDesejado+5;

90 } 124 } else {
91 //Funcao encher 125 if(Menos()) {

92 void chart_Enche() { 126 var_PesoDesejado=var_PesoDesejado-5;

93 if(var_NivelBaixo<var_NivelMedido) { 127 }

94 LED3.on(); 128 }
95 for (var_PesoMedido=0; 129 }
96 var_PesoMedido<=var_PesoDesejado; 130 //Funcao para ligar transporte
97 var_PesoMedido+=5) { 131 void chart_LigaTransport() {

83
132 if(LIGA()) { 152 LED2.on();

133 if(SW1()) { 153 }

134 while (SW1()) { 154 } else {


135 LED1.off(); 155 if(DESLIGA()) {

136 LED2.on(); 156 LED1.off();

137 delay(600); 157 LED2.on();

138 LED2.off(); 158 CRS1.relayOff(0);

139 LCD2.clear(); 159 }

140 LCD2.print().arg("EMERGENCIA!!!").end(); 160 }


141 } 161 }
142 } else { 162 // Entry Points and Interrupt Handlers
143 For(var_NivelMedido=5; 163 void setup () {
144 var_NivelMedido<=var_NivelDesejado; 164 peripheral_setup();
145 var_NivelMedido+=5) { 165 chart_SETUP();
146 LED1.on(); 166 }
147 LED2.off(); 167 void loop() {
148 CRS1.relayOn(0); 168 peripheral_loop();
149 } 169 chart_LOOP();
150 CRS1.relayOff(0); 170 }
151 LED1.off();

84
ANEXO H Desenhos técnico do sistema

85

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