Você está na página 1de 74

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE RÁDIO

REDES ÓPTICAS PASSIVAS COMO PROPOSTA PARA


IMPLEMENTAÇÃO DO FTTH

VÂNIA HELENA ANDRADE BRITO

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTRÓNICA E DE


TELECOMUNICAÇÕES

Maputo, Maio de 2018


ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS NÁUTICAS

DEPARTAMENTO DE RÁDIO

REDES ÓPTICAS PASSIVAS COMO PROPOSTA PARA


IMPLEMENTAÇÃO DO FTTH

SUPERVISOR:

ENG.ª ROXAN CADIR

REALIZADO POR:

VÂNIA HELENA ANDRADE BRITO

LICENCIATURA EM ENGENHARIA ELECTRÓNICA E DE


TELECOMUNICAÇÕES

Maputo, Maio de 2018


DECLARAÇÃO DE AUTORIA

Eu, Vânia Helena Andrade Brito, declaro por minha honra que o presente trabalho é da
minha autoria e nele observei os requisitos e recomendações da Escola Superior de Ciências
Náuticas, concernentes à elaboração de trabalhos de investigação científica.

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Maputo, Maio de 2018

________________________________________________

Vânia Helena Andrade Brito

i
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho à uma minha querida avó,


Arminda Nicolaça, grande mulher, por quem tenho
grande admiração como ser humano.

ii
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela minha existência e por dar-me forças para concluir mais uma etapa
importante da minha vida.

Agradeço aos meus pais, Américo Nicolaça Brito, Natália A. Rocha Graziano e Alberto
Graziano por garantirem a minha educação e pelos conselhos em relação a vida estudantil.

Agradeço a minha supervisora Eng.ª Roxan Cadir por aceitar supervisionar o meu trabalho
mesmo na última hora. Agradeço pela atenção e orientação na elaboração do presente
trabalho.

O meu obrigado aos colegas e amigos que estiveram comigo na caminhada da turma R12,
em especial ao Paulo Ubisse, Bacar Muhorro, Luís Maria Marcos e Simião Mazive.

À toda a comunidade da Escola Superior de Ciências Náuticas por directa ou indiretamente


influenciar no meu desenvolvimento acadêmico e pessoal. A dona Ilda, um abraço especial.

iii
RESUMO

A variedade de serviços oferecida pelos provedores de serviço e a constante evolução dos


mesmos provoca um aumento na demanda por maior largura de banda. Nas redes de acesso,
ou seja, nas redes usadas para a conexão do usuário ao provedor de serviços, muitas das
vezes são utilizados meios de transmissão como par trançado, cabo coaxial ou conexões
wireless. Estes meios apresentam limitações em relação as taxas de transmissão e alcance
além de estarem sujeitos a interferências electromagnéticas. De modo a proporcionar melhor
experiência aos usuários na utilização dos serviços, os provedores têm apostado cada vez
mais na utilização da fibra óptica devido a elevada largura de banda, maior alcance e
imunidade a interferências electromagnéticas. Apesar de todas as vantagens, a fibra óptica é
considerada um meio de transmissão caro. Na arquitectura de rede FTTH, o provedor de
serviços disponibiliza os seus serviços através da fibra óptica desde a central até a residência
do usuário. Como o presente trabalho pretende-se apresentar as redes GPON como forma de
responder a demanda por maior largura de banda nas redes de acesso com menores custos.
A redução dos custos justifica-se pela ausência de elementos activos na planta externa da
rede e pela partilha da fibra óptica. Através de uma pesquisa exploratória são apresentadas
as vantagens da rede GPON na implementação do FTTH. O trabalho aponta para aquilo que
são as especificações de uma rede GPON, os elementos da rede, assim como os aspectos
básicos a ter em conta no dimensionamento de uma rede GPON. Uma vez que as redes
GPON não são a única forma de implementação do FTTH é realizada uma análise
comparativa entre o GPON, as redes activas e as redes EPON tendo-se chegado a conclusão
que o GPON é a melhor tecnologia para a implementação do FTTH, que entre diversas
vantagens apresenta menores custos e maiores taxas de transmissão.

Palavras-chave: GPON, FTTH, Redes de Acesso, Fibra Óptica.

iv
ABSTRACT

The variety of services offered by service providers and the constant evolution of them
provokes an increase in the demand for greater bandwidth. In the access networks, that is, in
the networks used for the connection of the user to the service provider, transmission media
such as twisted pair, coaxial cable or wireless connections are often used. These media have
limitations on transmission rates and range and are subject to electromagnetic interference.
In order to provide users with a better experience in the use of services, providers have
increasingly focused on the use of fiber optics due to high bandwidth, greater range and
immunity to electromagnetic interference. Despite all the advantages, the optical fiber is
considered an expensive transmission medium. In the FTTH network architecture, the
service provider makes its services available through the optical fiber from the central to the
user's home. The present work intends to present GPON networks as a way of responding to
the demand for greater bandwidth in access networks with lower costs. The reduction of
costs is justified by the absence of active elements in the network's external plant and by the
sharing of optical fiber. Through an exploratory research the advantages of the GPON
network in the implementation of FTTH are presented. The work points to the specifications
of a GPON network, the elements of the network, as well as the basic aspects to take into
account when designing a GPON network. Since GPON networks are not the only way to
implement FTTH, a comparative analysis is performed between GPON, active networks and
EPON networks, and it has been concluded that GPON is the best technology for the
implementation of FTTH, which among several advantages presents lower costs and higher
rates of transmission.

Keywords: GPON, FTTH, Access Networks, Fiber Optics.

v
ÍNDICE

LISTA DE FIGURAS......................................................................................................... ix

LISTA DE TABELAS ........................................................................................................ xi

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ...................................................................... xii

CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO ........................................................................................ 1

I.1 Contextualização ..................................................................................................... 1

I.2 Problema de pesquisa .............................................................................................. 2

I.3 Objectivos ............................................................................................................... 3

I.3.1 Objectivo geral ................................................................................................ 3

I.3.2 Objectivos específicos ..................................................................................... 3

I.4 Perguntas de pesquisa ............................................................................................. 3

I.5 Justificativa ............................................................................................................. 3

I.6 Metodologia ............................................................................................................ 4

I.7 Estrutura do trabalho ............................................................................................... 5

CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................... 6

II.1 Hierarquização das redes de Telecomunicações ..................................................... 6

II.1.1 Redes de Acesso .............................................................................................. 7

II.1.1.1 Meios de transmissão usados nas redes de acesso ................................... 8

II.2 Fibra óptica ........................................................................................................... 11

II.2.1 Princípio de funcionamento ........................................................................... 11

II.2.2 Tipos de fibra óptica ...................................................................................... 14

II.2.2.1 Fibra óptica monomodo ......................................................................... 15

II.2.2.2 Fibra óptica multimodo .......................................................................... 15

II.2.2.3 Fibra óptica de vidro vs. Fibra óptica de plástico ................................... 17

II.2.3 Vantagens e desvantagens da fibra óptica ..................................................... 18

II.3 Arquitecturas de redes FTTx ................................................................................ 19

II.3.1 FTTN/Cab - Fiber To The Node/Cabinet ...................................................... 19


vi
II.3.2 FTTC - Fiber To The Curb ............................................................................ 20

II.3.3 FTTB - Fiber To The Building ...................................................................... 20

II.3.4 FTTH - Fiber to the Home ............................................................................ 21

II.3.4.1 Implementação do FTTH ....................................................................... 22

II.4 Redes Ópticas Passivas - PON.............................................................................. 24

II.4.1 Elementos de uma rede óptica passiva .......................................................... 25

II.4.2 APON/BPON ................................................................................................ 26

II.4.2.1 Protocolo ATM ...................................................................................... 28

II.4.3 EPON ............................................................................................................. 30

II.4.3.1 Estrutura de quadros de uma rede EPON ............................................... 31

II.4.3.2 Multi-Point Control Protocol (MPCP) .................................................. 32

II.4.4 GPON ............................................................................................................ 35

II.4.4.1 Camadas da rede GPON ......................................................................... 36

II.4.4.2 Formato de quadro downstream ............................................................. 37

II.4.4.3 Formato de quadro upstream ................................................................. 39

II.4.4.4 Segmento GEM ...................................................................................... 40

II.4.4.5 Ranging .................................................................................................. 41

II.4.4.6 Segurança nas redes GPON.................................................................... 41

II.4.5 Aspectos básicos a ter em conta no dimensionamento de uma rede PON .... 43

II.5 Comparação entre as redes usadas para implementação do FTTH....................... 45

II.5.1 Taxas de Transmissão .................................................................................... 46

II.5.2 Eficiência das redes ....................................................................................... 46

II.5.3 Segurança/ Encriptação da Informação ......................................................... 46

II.5.4 Custos de implementação e operação ............................................................ 47

II.5.5 Número de usuários suportados ..................................................................... 50

II.5.6 Qualidade de Serviço (QoS) .......................................................................... 51

Conclusões .......................................................................................................................... 53

vii
Recomendações .................................................................................................................. 54

Bibliografia ......................................................................................................................... 55

viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Hierarquização das redes de Telecomunicações. ................................................... 6
Figura 2. Composição da Fibra Óptica. ............................................................................... 11
Figura 3. Esquema explicativo da refração até a ocorrência da reflexão total da luz. ........ 12
Figura 4. Representação da luz guiada na fibra óptica. ....................................................... 13
Figura 5. Janelas de Transmissão da fibra óptica. ............................................................... 14
Figura 6. Comparação entre os tipos de fibra óptica. .......................................................... 17
Figura 7. Fiber To The Node (FTTN)/ Fiber To The Cabinet (FTTCab). .......................... 20
Figura 8. Fiber To The Building. ......................................................................................... 21
Figura 9. Fiber To The Home. ............................................................................................. 22
Figura 10. Arquitecturas de Rede Ponto-a-Ponto (P2P) ...................................................... 22
Figura 11. Arquitecturas de Rede Ponto-Multiponto (P2MP)............................................. 23
Figura 12. Arquitectura ponto-multiponto........................................................................... 23
Figura 13. Modelo de uma rede PON. ................................................................................. 25
Figura 14. Função do splitter. .............................................................................................. 26
Figura 15. Estrutura de uma célula ATM. ........................................................................... 29
Figura 16. Camadas de uma rede EPON. ............................................................................ 30
Figura 17. Formato de quadro Ethernet padrão. .................................................................. 31
Figura 18. Formato de quadro EPON. ................................................................................. 32
Figura 19. Processo de auto-dicovery.................................................................................. 34
Figura 20. Camada da rede GPON. ..................................................................................... 36
Figura 21. Formato de quadro downstream. ........................................................................ 37
Figura 22. Mapa de alocação de largura de banda. ............................................................. 38
Figura 23. Formato de quadro upstream e estrutura de cabeçalho. ..................................... 39
Figura 24. Formato do segmento GEM. .............................................................................. 40
Figura 25. Dimensionamento de uma rede GPON. ............................................................. 44
Figura 26. Redes de acesso ópticas. .................................................................................... 45
Figura 27. Custo Total do CAPEX por cada ONU.. ........................................................... 47
Figura 28. As fibras de distribuição são enterradas até as casas ou edifícios e a instalação só
é feita após a subscrição. ..................................................................................................... 48
Figura 29. As fibras de distribuição apenas são enterradas até as casas ou edifícios que
subescrevem ao serviço. ...................................................................................................... 48

ix
Figura 30. OPEX de uma rede de acesso a ser implementada em uma área com alta densidade
de população. ....................................................................................................................... 49
Figura 31. OPEX de uma rede de acesso a ser implementada em uma área com alta densidade
de população. ....................................................................................................................... 49
Figura 32. Custo Total dos equipamentos de rede. ............................................................. 50

x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Série de Recomendações G.984 para GPON ....................................................... 35
Tabela 2. Taxas de transmissão das redes GPON ............................................................... 36
Tabela 3. Comparação entre as redes AON e PON ............................................................. 51
Tabela 4. Comparação entre as Redes EPON e GPON ....................................................... 52

xi
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AES Advanced Encryption Standard
Alloc-ID Allocation Identifier
ANSI American National Standards Institute
AON Active Optical Network
APON ATM Passive Optical Network
ATM Asynchronous Transfer Mode
BER Bit Error Rate
BIP Bit Interleaved Parity
B-ISDN Broadband Integrated Services Digital Network
BPON Broadband Passive Optical Network
CAPEX Capital Expenditure
CLP Cell Loss Priority
CRC Cyclic Redundancy Check
CWDM Coarse Wavelength Division Multiplexing
DBA Dynamic Bandwidth Allocation
DBR Dynamic Bandwidth Report
DOCSIS Data Over Cable Service Interface Specification
DSL Digital Subscriber Line
DWDM Dense Wavelength Division Multiplexing
EFM Ethernet in the First Mile
EPON Ethernet Passive Optical Network
FCS Frame check sequence
FEC Forward Error Correction
FSAN Full Service Access Network
FTTC Fiber To The Curb
FTTCab Fiber To The Cabinet
FTTH Fiber To The Home
FTTN Fiber To The Node
FWA Fixed Wired Access
GEM GPON Encapsulation Mode

xii
GFC Generic Flow Control
GFP Generic Framing Procedure
GPON Gigabit-capable Passive Optical Networks
GTC GPON Transmission Convergence
HDTV High Definition Television
HEC Header Error Control
HFC Hybrid Fiber- Coaxial
IEEE Institute of Electrical and Electronic Engineers
IP Internet Protocol
ITU-T ITU Telecommunication Standardization Sector
LLC Logical Link Control
LLID Logical Link Identifier
MAC Medium Access Control
MPCP Multi-Point Control Protocol
MPLS Multiprotocol Label Switching
NGN Next Generation Networks
OLT Optical Line Terminal
OMCI ONU Management and Control Interface
ONT Optical Network Terminal
ONU Optical Network Unit
OPEX Operational Expenditure
P2MP Point-to-Multipoint
PCB Physical Control Block
PDU Packet Data Unit
PLend Payload Length
PLI Payload Length Indicator
PLO Physical Layer Overhead
PLOAM Physical Layer Operation, Administration and Management
PLS Power Leveling Sequence
PMD Physical Media Dependent
POF Plastic Optical Fiber

xiii
PON Passive Optical Network
PT Payload Type
PTI Payload Type Indicator
PVC Policloreto de polivinila
QoS Quality of Service
RF Radiofrequência
SA Source Address
SDH Synchronous Digital Hierarchy
SDU Service Data Unit
SFD Start Frame Delimiter
SLA Service Level Agreement
TC Transmission Convergence
T-CONT Transmission Container
TDM Time Division Multiplexing
TDMA Time Division Multiple Access
TU Tributary Unit
VC Virtual Channel
VCI Virtual Channel Identifier
VoD Video on Demand
VoIP Voice over Internet Protocol
VP Virtual Path
VPI Virtual Path Identifier
WAN Wide Area Network
WDM Wavelength Division Multiplexing

xiv
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
I.1 Contextualização
A conexão entre o usuário e o provedor de serviço é denominada rede de acesso. Em uma
rede de acesso encontramos uma vasta gama de serviços de telecomunicações e também uma
vasta gama de meios de transmissão. Os serviços de telecomunicações evoluíram desde o
simples serviço de telefonia (voz) para serviços como vídeoconferência, vídeo on demand,
TV digital e jogos online.

Os serviços actualmente disponíveis requerem uma maior largura de banda que muita das
vezes não é alcançada através de meios de transmissão como par trançado, cabo coaxial e
conexões via Radio (wireless). Além das baixas taxas de transmissão têm-se também
limitações no que diz respeito ao alcance máximo e perda do sinal devido a interferências.

A fibra óptica é um meio de transmissão com características superiores aos outros meios
usados nas redes de acesso. Das vantagens da fibra pode-se destacar maior largura de banda,
maior alcance e imunidade a interferência electromagnética.

As arquitecturas de redes FTTx (Fiber To The x) surgem como forma de responder a


demanda por maior largura de banda nas redes de acesso levando a fibra óptica até o ponto
mais próximo do usuário. No caso de FTTH (Fiber To The Home) o provedor de serviços
disponibiliza os serviços com recurso a fibra óptica desde a central até a residência do
usuário.

O ponto fraco da fibra óptica é o custo da mesma pois exige cuidados redobrados no seu
manuseio devido a sua fragilidade, uso de equipamento especial para a sua reparação e uso
de conectores de maior precisão devido as dimensões do núcleo.

De modo a reduzir os custos na implementação do FTTH propõe-se a utilização de redes


ópticas passivas de capacidade gigabit (GPON - Gigabit-capable Passive Optical Networks).
Ao contrário das redes activas, dedicadas e Ethernet Activa, a GPON não apresenta
elementos activos na planta externa, reduzindo o consumo de energia eléctrica e o número
de elementos da rede e consequentemente os custos.

A escolha das redes ópticas para a realização do trabalho deve-se ao factos da fibra óptica
ser o meio de transmissão com as melhores características para responder a demanda por
maior largura de banda e maior alcance que se observa nas redes de acesso.

1
O trabalho inclina-se para as redes FTTH por serem compostas completamente de fibra
óptica ao contrário das outras variantes do FTTx que combinam a fibra óptica com outros
meios de transmissão.

I.2 Problema de pesquisa


As redes de acesso baseadas no par trançado e cabo coaxial são redes relativamente mais
baratas. Apesar do baixo custo, estas redes apresentam baixas taxas de transmissão e alcance
reduzido além de estarem sujeitas a interferência electromagnética degradando o sinal
transmitido. Estes factores não são favoráveis para a evolução dos serviços de
telecomunicações actuais que cada vez mais necessitam de redes com maiores capacidades.

O meio de transmissão que melhor se adequa para as redes de forma a superar as limitações
apresentadas é a fibra óptica pois apresenta maior largura de banda, imunidade a
interferência electromagnética e longo alcance. Porém, a fibra óptica é considerada um meio
de transmissão caro pois exige cuidados redobrados no seu manuseio devido a sua
fragilidade, uso de equipamento especial para a sua reparação, devido as dimensões e uso de
conectores de maior precisão devido as dimensões do núcleo.

As arquitecturas de redes FTTx surgem como forma de responder a demanda por maior
largura de banda nas redes de acesso levando a fibra até o ponto mais próximo do usuário e
no caso do FTTH (Fiber To The Home) a fibra óptica chega até a residência do usuário.

O desafio dos provedores de serviços é responder a demanda por maior largura de banda
com menores custos. Uma rede de acesso cara para o provedor de serviço também será uma
rede cara para o usuário e consequentemente o números de usuários abrangidos será menor,
o que não é favorável para o provedor.

A arquitectura de rede FTTH pode ser implementada através de uma rede óptica activa ou
passiva. As redes ópticas activas não representam a melhor opção para a implementação do
FTTH pois os custos das mesmas são maiores devido ao maior número de elementos activos
na planta externa da rede. Em oposição, as redes passivas apresentam menor número de
elementos e menor consumo de energia eléctrica, factos que irão reflectir-se directamente
nos custos totais da rede.

2
I.3 Objectivos
I.3.1 Objectivo geral
Demonstrar que com recurso à GPON é possível fornecer serviços com altas taxas de
transmissão e baixos custos através do FTTH.

I.3.2 Objectivos específicos


 Diferenciar os tipos de redes usadas na implementação do FTTH.
 Explicar o que é uma rede GPON e quais são as suas especificações.
 Apresentar os benefícios técnicos e financeiros que a rede GPON oferece ao FTTH.

I.4 Perguntas de pesquisa


 Qual é o impacto da eliminação de elementos activos na planta externa de uma rede
de acesso?
 De que forma as redes GPON viabilizam a implementação e expansão do FTTH
como forma de suprir a demanda por maior largura de banda com baixos custos?

I.5 Justificativa
Actualmente observa-se uma grande evolução dos serviços de telecomunicações e também
maior volume de tráfego de dados.

A fibra óptica ganha cada vez mais espaço no mercado das telecomunicações devido as suas
vantagens além de ser considerada um meio de transmissão a prova do futuro. Uma rede de
transmissão a prova do futuro é uma rede que facilmente adapta-se a mudanças que possam
ocorrem posteriormente sem grandes alterações na própria rede.

Os custos de soluções tecnológicas que visam a melhoria dos serviços de telecomunicações


é um factor crítico para o investimento nas redes de acesso. Uma solução tecnológica que
envolva grandes custos para o provedor de serviços irá reflectir-se nos custos dos serviços
oferecidos aos usuários por isso a proposta de investimento em redes ópticas passivas.

O maior investimento nas redes de acesso permite a melhoria da qualidade dos serviços para
o usuário e para o provedor permite abranger um maior número de clientes.

3
A motivação para a escolha do tema reside no facto do FTTH ser uma solução tecnológica
relativamente nova no mercado moçambicano e pretende-se demostrar que esta tecnologia
pode ser ainda mais difundida no país usando as redes ópticas passivas que entre diversas
vantagens técnicas apresentam também baixos custos.

I.6 Metodologia
“Método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que devemos empregar
na investigação. É a linha de raciocínio adoptada no processo de pesquisa” (Prodanov &
Freitas, 2013).

Uma pesquisa pode ser classificada mediantes quatro pontos: objectivos, procedimentos
técnicos, abordagem do problema e natureza (Silva & Menezes , 2005).

O problema identificado para a realização da presente monografia são as baixas taxas de


transmissão nas redes de acesso e elevados custos de soluções melhoradas.

O objectivo da pesquisa leva a adopção da pesquisa exploratória.

Estas pesquisas têm como objectivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm
como objectivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu
planeamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais
variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem:
(a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas
com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que "estimulem a compreensão" (Selltiz
et al., 1967, p. 63 cit. por Gil, 2002).
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos a pesquisa realizada classifica-se em pesquisa
bibliográfica, ou seja, a pesquisa baseou-se em material já elaborado, tais como livros,
artigos científicos, revistas electrónicas, teses e dissertações disponíveis em sítios da
internet.

“A pesquisa bibliográfica é um apanhado geral sobre os principais trabalhos já realizados,


revestidos de importância, por serem capazes de fornecer dados actuais e relevantes
relacionados com o tema” (Marconi & Lakatos, 2003).

A pesquisa realizada é de natureza aplicada. A pesquisa aplicada visa a aplicação prática dos
conhecimentos gerados, dirigidos à solução de problemas específicos.

4
Para o tema proposto, existe uma quantidade de informação considerável. Torna-se
necessário uma análise profunda e cuidadosa do material identificado de modo a evitar a
reprodução de informações pouco credíveis.

Após o levantamento bibliográfico segue-se a fase redaccional da pesquisa.

A fase redaccional é a “referente à análise dos dados e informações obtidas na fase


construtiva. É a organização das ideias de forma sistematizada visando à elaboração do
relatório final” (Silva & Menezes , 2005).

I.7 Estrutura do trabalho


O trabalho será estruturado em três capítulos, nomeadamente:

 Capítulo I: será o capítulo introdutório dedicado à contextualização, à justificativa,


ao problema de pesquisa, às perguntas de pesquisa, aos objectivos e à metodologia
do trabalho.
 Capítulo II: será dedicado a fundamentação teórica relacionada as redes GPON.
Neste capítulo será feito uma breve descrição dos meios de transmissão usados nas
redes de acesso; serão abordados conceitos relacionados à fibra óptica, aos
protocolos de redes usados e será feita a descrição das redes GPON.
 Capítulo III: será dedicado as conclusões acerca do trabalho realizado e as
recomendações.

5
CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
II.1 Hierarquização das redes de Telecomunicações
De acordo com Pires (2006), as redes de telecomunicações apresentam a seguinte estrutura
hierárquica:

 Rede de Núcleo;
 Rede Metropolitana;
 Rede de Acesso.

As redes de núcleo são também designados por rede CORE. As redes CORE são
responsáveis pela interligação das redes metropolitanas. As interligações podem ser a nível
nacional ou intercontinental.

Inicialmente eram usados cabos de cobre nas redes CORE que posteriormente foram
substituídos por cabos de fibra óptica. O uso da fibra óptica possibilita melhores taxas de
transmissão e menores taxas de erros.

O tráfego nas redes CORE é agregado, chegando a atingir algumas centenas de gigabits por
segundo à alguns terabits por segundo, o que exige um grande grau de disponibilidade e
fiabilidade destas redes.

As redes metropolitanas ou regionais interligam as redes de acesso e as redes CORE. As


redes metropolitanas (Metro) abrangem áreas de 10 à 100 Km.

Figura 1. Hierarquização das redes de Telecomunicações. Fonte: (Pires, Sistemas e Redes de


Telecomunicações, 2006)

6
II.1.1 Redes de Acesso
As redes de acesso, também conhecidas como local loop ou última milha, são responsáveis
pela interligação do usuário e o último nó da rede. A sua função principal é prover o acesso
aos serviços prestados pelos provedores de serviços.

Na hierarquia das redes de telecomunicações é precisamente neste segmento que


encontramos um maior número de tecnologias, protocolos de comunicação e topologias de
rede devido a diversidade de serviços.

A transmissão nas redes de acesso pode ser feita através do par trançado de cobre, cabo
coaxial, fibra óptica e difusão em espaço livre (wireless). A escolha do meio de transmissão
é afectada por factores como tipo de serviço a ser oferecido, taxas de transmissão desejadas,
número de usuários, mobilidade e distância entre o usuário e a central local.

Os investimentos nas redes de telecomunicações são proporcionais ao número de clientes


que a rede suporta. Deste modo, são realizados muito mais investimentos nas redes CORE e
Metropolitana do que na rede de acesso.

O desenvolvimento dos sistemas de comunicações ópticas nasceu da necessidade de


atendimento ao crescimento exponencial do volume de tráfego. Desta forma, no final do século
XX, novas redes CORE foram maciçamente dispostas, e o uso da tecnologia de multiplexação
por divisão de comprimento de onda (Wavelength Division Multiplexing – WDM) aumentou
a capacidade dessas redes. Com relação às redes metropolitanas, anéis interconectados por
sistemas SDH permitiam um aumento em sua capacidade de tráfego. O resultado que se
observa é que a rede de acesso pode se tornar um ponto de estrangulamento de tráfego nas
comunicações mundiais (Takeuti, 2005).
O tráfego das redes de acesso era maioritariamente de voz, o tráfego de dados era muito
reduzido.

No início da internet, ligações com débitos de 56 kbps eram suficientes, porém, hoje em dia,
os serviços e aplicações disponíveis requerem uma largura de banda na ordem de dezenas
de Mbps. De modo a permitir que os usuários tenham uma boa experiência e possam usufruir
das vantagens que os novos e inovadores serviços possibilitam torna-se necessário uma
ligação de banda larga de melhor qualidade e maior capacidade (ICP-ANACOM, 2011).

O crescente número de usuários e o volume de tráfego gerado pela diversidade de serviços


tornam a evolução, ou seja, o investimento nas redes de acesso algo inevitável.

Actualmente, a fibra óptica é o meio que melhor se adequa para satisfazer as necessidades
das redes de acesso devido as suas diversas vantagens que serão abordadas mais adiante.

7
Apesar de a fibra óptica ser um meio de transmissão com custos elevados, dependendo do
tipo de rede em que esta é aplicada, pode-se ter os custos de manutenção e operação
reduzidos.

O tipo de rede que o trabalho propõe que seja usado nas redes de acesso para implementação
e expansão dos serviços de FTTH é rede óptica passiva GPON.

As redes GPON fazem parte das redes de acesso de próxima geração (NGN – Next
Generation Access Network). Redes de acesso da próxima geração são redes constituídas na
totalidade ou em partes por elementos de fibra óptica, capazes de fornecer serviços de acesso
de banda larga com características avançadas.

Além de a redução dos custos através da partilha da fibra entre os usuários, outro aspecto
importante a ter em conta nas redes GPON é a redução do consumo energético.

“…a transição das tecnologias tradicionais para NGN aumenta a eficiência energética ao
nível das redes, contribuindo para a redução de emissões de CO2…” (UIT, 2008 cit. por
ICP-ANACOM, 2011).

II.1.1.1 Meios de transmissão usados nas redes de acesso


Redes de acesso baseadas no par trançado de cobre

O par trançado de cobre é um meio de transmissão composto por dois fios de cobre isolados
e entrelaçados entre si. Os fios são entrelaçados de modo a minimizar a interferência
electromagnética. A interferência electromagnética surge quando os dois fios percorridos
pela corrente eléctrica são colocados juntos e em paralelo fazendo com que cada fio gere
uma onda electromagnética que irá gerar um sinal interferente no outro. As torções sofridas
pelos fios no par trançado alteram as suas propriedades eléctricas.

O par trançado de cobre é um meio de baixo custo sendo por isso, mundialmente, mais
utilizado. As suas desvantagens passam pelas baixas taxas de transmissão a medida que o
assinante afasta-se da central e a interferência electromagnética a que estão sujeitos.

8
Redes de acesso baseadas no cabo coaxial e cabo de fibra óptica - HFC

O cabo coaxial tem dois condutores, um interior e um exterior. O condutor exterior envolve
o condutor interior, existindo, entre eles, um meio isolador. O condutor externo serve de
blindagem electromagnética e é revestido de uma camada de protecção. A camada de
proteção protege o fio interno de energia electromagnética externa (interferência) e evita que
os sinais do fio interno irradiem energia electromagnética que poderia causar interferência
em outros cabos.

As redes que utilizam cabos coaxiais e cabos de fibra óptica são designadas redes híbridas
(HFC – Hybrid Fiber-Coaxial).

“As redes HFC possibilitam o acesso a uma variedade de serviços que, além da tradicional
difusão de canais de televisão (analógica e digital), podem integrar o serviço telefónico, bem
como outros serviços de dados de alto débito” (Neves).

O cabo coaxial por si só apresenta elevadas perdas quanto maior a frequência do sinal que o
percorre, tornando necessário a utilização de amplificadores de RF (Radiofrequência). Os
amplificadores de RF degradam a qualidade da imagem no receptor do cliente devido ao
ruído e a distorção que introduzem no sinal. Com a utilização da fibra óptica reduz-se o
número de amplificadores, uma vez que a fibra óptica é utilizada nos troços mais longos da
rede e os cabos coaxiais são usados nas redes de distribuição. Com a arquitectura HFC
tornou-se possível aumentar o débito do sistema, a sua fiabilidade e a qualidade do sinal de
TV (Nunes, 2006).

Redes de acesso sem fio

As redes de acesso sem fio utilizam o espectro electromagnético como meio de transmissão.
Estas surgiram com o objectivo de oferecer mobilidade aos usuários e permitir que tenham
acesso a informação independentemente da sua localização.

Existem diversos tipos de comunicação sem fio, a radio difusão, telefonia móvel,
comunicação via micro-ondas, comunicação via satélite.

9
Apesar de garantirem a mobilidade e a facilidade no acesso a informação, a velocidade de
transmissão de uma rede de acesso sem fio é menor que a velocidade de transmissão de uma
rede a cabo.

O sinal de uma rede sem fio é atenuado por edifícios, vegetação, alterações climáticas. Outro
ponto fraco das redes sem fio é a segurança da informação transmitida, uma rede sem fios
exige o uso de técnicas de encriptação do sinal pois o sinal transmitido pode ser facilmente
interceptado.

Redes de acesso baseadas em fibra óptica

Há algum tempo atrás o uso da fibra óptica nas redes de acesso não era viável devido aos
custos, sendo por isso usadas nas redes CORE e Metropolitana, que é onde existe maior
volume de tráfego.

O crescente número de usuários e o aumento de tráfego nas redes de acesso tornou-se


necessário a melhoria das redes, visto que as redes constituídas pelo par trançado de cobre e
o cabo coaxial tornaram-se pouco eficientes para atender aos avanços dos serviços.

As redes FTTx são redes de acesso constituídas total ou parcialmente por fibra óptica e
portanto, são redes com melhores taxas de transmissão e maiores alcances. A designação das
redes de acesso varia de acordo com o ponto de terminação da fibra óptica na rede.

De acordo com os elementos presentes nas redes ópticas, elas dividem-se em Rede Óptica
Activa (AON – Active Optical Network) e Rede Óptica Passiva (PON – Passive Optical
Network).

As redes activas necessitam de equipamentos com alimentação elétrica para distribuir o


sinal, cada sinal é enviado exclusivamente para cada assinante. As redes passivas utilizam
splitters ópticos passivos para que uma única fibra proveniente da central seja dividida e
sirva vários assinantes.
Nas redes activas encontram-se as Redes de Fibra Dedicada e Ethernet Activa. As redes
passivas subdividem-se em Gigabyte-capable Passive Optical Network (GPON) e Ethernet
Passive Optical Network (EPON).

10
II.2 Fibra óptica
A fibra óptica é um meio de transmissão através do qual pode-se atingir taxas de transmissão
na ordem dos 40 Gbps. A informação é transmitida através de feixes de luz que sofrem
sucessivas reflexões. A fibra óptica apresenta diâmetro na ordem de alguns micrómetros.

A fibra óptica é, essencialmente, composta de um dieléctrico (sílica ou plástico) que compõe


um fio cilíndrico transparente, flexível e com uma secção transversal de dimensões
extremamente pequenas. Além disso, existe uma espécie de invólucro de protecção, chamado
de capa de revestimento, geralmente, feito de material de PVC (Policloreto de polivinila). A
casca da fibra óptica é produzida com material de índice de refracção levemente menor ao do
núcleo, oferecendo as premissas necessárias para que ocorra a propagação da luz com reflexão
total, ou seja, uma transmissão aparentemente sem perdas (Amazonas, 2005 cit. por Filgueiras
& Pessoa, 2015).

Figura 2. Composição da Fibra Óptica. Fonte: (Cruz & Konopacki, 2014)

II.2.1 Princípio de funcionamento


O princípio de funcionamento da fibra óptica segue a Lei de Snell.

“Para um raio de luz monocromático que atravesse a superfície de separação de dois meios
transparentes com índices de refração 𝑛1 e 𝑛2 , o ângulo do raio incidente 𝜃1 e o ângulo do
raio transmitido 𝜃2 (ângulo de refração), medidos com respeito à normal, satisfazem a
relação: 𝑛1 . sin (𝜃1 ) = 𝑛2 . sin (𝜃2 )” (Fassarella, 2007).

Para um melhor entendimento da lei de Snell é necessário perceber os fenómenos de


refracção e reflexão.

Refracção é a mudança de direcção e velocidade do feixe de luz quando atravessa de um


meio para o outro. Cada meio é caracterizado por um índice de refracção determinado pela
razão entre a velocidade de propagação da luz no vácuo, c, e a velocidade de propagação no
meio material, 𝑣𝑛 .

O índice de refracção absoluto é definido por:

𝑐
𝑛=
𝑣𝑛

11
Quando um raio de luz atravessa uma interface entre dois meios de índices de refracção
diferentes, ocorre a refracção. Dependendo do ângulo de incidência, quando a luz atravessa
um meio mais denso para um meio menos denso, o fenómeno de refracção deixa de existir
passando-se a verificar o fenómeno de reflexão total da luz (Rodrigues D. M., 2013).

A partir da equação da lei de Snell pode-se determinar o ângulo crítico. O ângulo crítico, 𝜃𝑐 ,
é o ângulo de incidência que determina se haverá ou não reflexão do sinal e
consequentemente a sua propagação.

𝑛2
𝜃𝑐 = arcsin
𝑛1

Para que haja a propagação do feixe de luz é necessário que o feixe de luz incida sobre a
interface núcleo-casca com um ângulo superior ao ângulo crítico. Nos casos em que o feixe
de luz incide sobre a interface núcleo-casca com um ângulo inferior ao ângulo crítico, o feixe
é refratado para a casca e consequentemente fica perdido.

Os feixes de luz propagam-se ao longo da fibra óptica através de múltiplas reflexões na


fronteira entre a casca e o núcleo, devido a diferença nos índices de refracção. A propagação
segue uma direcção paralela ao eixo da fibra óptica.

Figura 3. Esquema explicativo da refração até a ocorrência da reflexão total da luz. Fonte: (Rodrigues
D. M., 2013)

Na figura 3 observa-se os seguintes casos:

 O raio 1 tem incidência normal.


 O raio 2 tem um ângulo de incidência oblíquo e sofre o fenómeno de refracção.

12
 O raio 3 apresenta um ângulo de incidência igual ao ângulo crítico e por esta razão
não é refletido nem refratado.
 O raio 4 sofre o fenómeno de reflexão total.

A existência de um ângulo crítico no interior da fibra reflecte-se na existência de um ângulo


de aceitação na entrada da fibra.

A abertura numérica (NA) representa o ângulo máximo, 𝜃𝑚𝑎𝑥 , de entrada de luz na fibra. O
ângulo 𝜃𝑚𝑎𝑥 , é determinado por:

𝑁𝐴 = 𝑠𝑒𝑛 𝜃𝑚𝑎𝑥 = √(𝑛12 − 𝑛22 )

Valores elevados de abertura numérica facilitam o acoplamento entre a fonte óptica e a fibra.
Porém, com valores elevados de abertura numérica, a dispersão modal também aumenta,
conduzindo a uma redução da largura de banda da fibra (Pires, Fibras Ópticas, 2003).

Figura 4. Representação da luz guiada na fibra óptica. Fonte: (Rodrigues D. M., 2013)

Janela de transmissão óptica

Apesar de todas as qualidades e vantagens, a fibra não é um meio de transmissão perfeito.


Defeitos de fabrico podem provocar a absorção da luz. A atenuação é uma característica

13
que depende do grau de pureza do vidro que constitui a fibra. A atenuação também está
relacionada com comprimento de onda da luz utilizada (Coelho, 2009).

Na figura abaixo é possível identificar três zonas de onde a atenuação da fibra óptica é
menor. Estas são denominadas janelas de transmissão.

Figura 5. Janelas de Transmissão da fibra óptica. Fonte: (Museu das Comunicações, 2017)

Os comprimentos de ondas utilizados nas redes PON estão localizados entre os valores
onde a atenuação da fibra é menor.

II.2.2 Tipos de fibra óptica


De acordo com a teoria do campo electromagnético, a propagação da luz ao longo de um
guia é descrita em termos de um conjunto de ondas electromagnéticas guiadas, denominado
modo (Pires, Fibras Ópticas, 2003).

A classificação da fibra óptica é feita mediante o modo de propagação no seu interior.

“Um modo corresponde a uma trajetória possível de um raio que se pode propagar no
interior da fibra” (Rodrigues M. O., 2013).

De acordo com o modo de propagação podemos distinguir dois tipos de fibra óptica, as
monomodo, que suportam apenas um modo de propagação e as multimodo, que suportam
mais de um modo de propagação.

14
O parâmetro V, denominado frequência normalizada, é usado para o cálculo do número de
modos em uma fibra óptica, o qual depende do raio do núcleo, 𝑎, do comprimento de onda,
𝜆 e da abertura numérica (Rodrigues M. O., 2013).

2 . 𝜋 . 𝑎 . 𝑁𝐴
𝑉=
𝜆

Para as fibras monomodo o valor de V deve ser inferior a 2,405. Para garantir o
funcionamento monomodo as fibras ópticas, normalmente, apresentam um diâmetro de 10
μm ou inferior, enquanto as multimodais apresentam diâmetros entre 50 e 100 μm.

II.2.2.1 Fibra óptica monomodo


Na fibra óptica monomodo, os feixes de luz percorrem o interior da fibra através de um único
caminho, isto é, nessas fibras existe um único modo para a propagação da luz.

Devido as dimensões do núcleo são de fabricação e operação mais complexas e requerem o


uso de conectores de maior precisão, sendo por isso o tipo de fibra com maiores custos.

Apresentam maior largura de banda e menor atenuação por suportarem apenas um único
modo de propagação. Estas características fazem com que sejam mais usadas em
comunicações a longas distâncias.

Uma outra vantagem das fibras monomodo é a ausência da dispersão modal. A dispersão
modal acontece quando os feixes de luz percorrem o interior da fibra a diferentes velocidades
resultando na sua recepção em instantes ligeiramente diferentes.

Dependendo da qualidade, fibras ópticas monomodo podem ultrapassar os 50 km entre os


repetidores.

II.2.2.2 Fibra óptica multimodo


Na fibra óptica multimodo, os feixes de luz propagam-se através de diversos modos.

As fibras multimodo apresentam perdas por acoplamento reduzidas devido às dimensões do


núcleo. Em contrapartida, apresentam dispersão intermodal, que vai contribuir para reduzir
significativamente a largura de banda da fibra óptica. A dispersão modal está associada ao

15
facto de diferentes modos terem tempos de propagação diferentes, conduzindo ao
alargamento dos pulsos injectados (Pires, Fibras Ópticas, 2003).

De acordo com a variação do índice de refracção entre o núcleo e a casca, as fibras


multimodo subdividem-se em:

 Fibra multimodo de índice degrau;

 Fibra multimodo de índice gradual.

As fibras com índice degrau apresentam características inferiores aos outros tipos de fibra,
nomeadamente, largura de banda estreita e alta atenuação. São utilizados em sistemas de
comunicações a curtas distâncias, ligações entre computadores, comunicações entre
subsistemas de automóveis, navios ou aviões.

As fibras com índice gradual são de fabricação mais complexas. O índice de refracção
gradual do núcleo é conseguido pelas dopagens diferenciadas, fazendo com que o índice de
refracção diminua gradualmente dentro do núcleo até a casca.

As fibras multimodo com índice gradual resolvem o problema de largura de banda das fibras
com índice degrau mas não superam a largura de banda da fibra monomodo.

As fibras com índice gradual são indicados para aplicações em redes locais de dados.

16
Figura 6. Comparação entre os tipos de fibra óptica. Fonte: (Keiser, Optical Fiber Communications,
1991)

II.2.2.3 Fibra óptica de vidro vs. Fibra óptica de plástico


Fibras de vidro
Nas fibras ópticas de vidro ou simplesmente fibras de sílica, o núcleo e a casca são fabricadas
através de dióxido de silício (SiO2) ou sílica. GeO2 (dióxido de germânio) e P2O5 (Pentóxido
de difósforo) são dopantes usados para diminuir o índice de refracção do núcleo e B2O3
(óxido de boro) e fluor são usados para diminuir o índice de refracção da casca.

O diâmetro da camada mais externa da casca tem o valor padrão de 125 μm para a
comunicação.

Fibras ópticas de plástico


“O interesse em fibras plásticas (POF − Plastic Optical Fiber) cresceu durante a década de
1990, quando ficou evidente a necessidade de fibras mais baratas capazes de transmitir dados
por curtas distâncias (tipicamente <1 km)” (Agrawal, 2014).

17
As fibras POF utilizam plásticos na forma de polímeros orgânicos para a produção do núcleo
e da casca. O diâmetro do núcleo e da casca variam de 10 μm a 1 mm e de 20 μm a 200 μm,
respetivamente, dependendo da aplicação.

As fibras POF têm núcleo relativamente grande, o que confere maior abertura numérica e
alta eficiência no acoplamento, tais características, na verdade contribuem para maiores
perdas nas fibras POF. Em geral, têm perdas superiores a 20 dB/km e por essa razão são
usados para transmitir taxas de até 10 Gbps por curtas distâncias (1 km ou menos).

Por volta de 1995 já era possível produzir fibras plásticas de índice gradual com largura de
banda relativamente grande.

A maior parte das fibras são fabricadas de sílica. As fibras de plástico são mais indicadas
para aplicações em curtas distâncias e em ambientes onde a resistência mecânica oferece
maior vantagem em relação a fibra de sílica (Keiser, Optical Fiber Communications, 1991).

II.2.3 Vantagens e desvantagens da fibra óptica


No geral, as vantagens que a fibra óptica apresenta são:

 Baixa atenuação;

 Imunidade a interferências electromagnéticas;

 Tamanho e peso reduzidos;

 Maior largura de banda e consequentemente elevadas taxas de transmissão;

 Maior segurança na informação transportada.

Como desvantagens da fibra óptica, pode-se citar:

 Custo elevado.

 Difícil manutenção;

 Dificuldade nas emendas e conectores.

18
II.3 Arquitecturas de redes FTTx
FTTx é um termo genérico utilizado para designar arquiteturas de redes compostas total ou
parcialmente de fibra óptica. As redes FTTx surgiram com o propósito de disponibilizar
maiores taxas de transmissões e maiores áreas de cobertura.

Dependendo do ponto de terminação da fibra óptica, o FTTx recebe as seguintes


designações:

 FTTH (Fiber To The Home);


 FTTB (Fiber To The Building);
 FTTN/Cab (Fiber To The Node/Cabinet);
 FTTC (Fiber To The Curb).

II.3.1 FTTN/Cab - Fiber To The Node/Cabinet


O FTTN/Cab é uma arquitectura de rede híbrida, ou seja, a rede não é constituída totalmente
por fibra óptica.

O provedor de serviço disponibiliza a fibra óptica até um armário de rua e a ligação até ao
usuário é feita através do par entrançado de cobre ou o cabo coaxial. Esta arquitectura atende
áreas de até 1500 metros e são indicadas para áreas com baixa densidade populacional.

Quando a ligação do OLT (Optical Line Terminal) à ONU (Optical Line Unit) do usuário é
feita através do cabo coaxial, utiliza-se o protocolo DOCSIS (Data Over Cable Service
Interface Specification) e no caso do par trançado de cobre utilizam-se as tecnologias xDSl
(Digital Subscriber Line).

19
Figura 7. Fiber To The Node (FTTN)/ Fiber To The Cabinet (FTTCab). Fonte: (Coelho, 2009)

II.3.2 FTTC - Fiber To The Curb


A diferença entre o FTTC e o FTTN/Cab está na área de cobertura. Enquanto o FTTN/Cab
cobre uma área de até 1500 metros, o FTTC apenas cobre uma área de 300 metros. ONU
encontra-se num armário de rua localizado no passeio (curb).

O FTTC e o FTTN/Cab são sujeitos a variações nas taxas de transmissão devido a distância
que separa o usuário da ONU e o protocolo de comunicação usado.

II.3.3 FTTB - Fiber To The Building


Na arquitectura FTTB, a fibra óptica faz a ligação da central e o armário localizado na
entrada de um edifício. O FTTB é usado tanto em edifícios residenciais assim como em
edifícios empresariais. A ligação até ao usuário final é assegurada através do par entrançado
de cobre, cabo coaxial ou através da tecnologia FWA (Fixed Wireless Access).

20
Figura 8. Fiber To The Building. Fonte: (Coelho, 2009)

II.3.4 FTTH - Fiber to the Home


FTTH representa uma topologia de rede que permite levar a fibra óptica até a casa do usuário
final.

Através do FTTH é possível ter acesso a uma variedade de serviços tais como voz, internet
de banda larga, vídeo sob demanda (VoD), voz sobre IP (VoIP), televisão de alta de definição
(HDTV).

Diferentemente, das redes FTTN/Cab e FTTC que fazem o uso de cabos coaxiais e par
entrançado de cobre das redes locais já existentes, o FTTH não faz o uso de outros meios de
transmissão a não ser a fibra óptica, sendo por isso mais dispendioso, embora seja a
arquitectura de rede que oferece a melhor rede de acesso ao usuário.

Na questão de perdas do sinal e taxas de transmissão, as redes FTTH tem maior vantagem
em relação as outras arquitecturas de rede FTTx.

21
Figura 9. Fiber To The Home. Fonte: (Coelho, 2009)

Na arquitectura FTTH, os sinais de voz, dados e vídeo estão, geralmente, todos ligados ao
mesmo dispositivo, a ONU. Dentro da residência do utilizador, os sinais são separados e
convertidos de acordo com o protocolo apropriado através de routers e modems.

II.3.4.1 Implementação do FTTH


As redes FTTH podem ser implementadas através de arquitecturas ponto-a-ponto (P2P) ou
ponto-multiponto.

Figura 10. Arquitecturas de Rede Ponto-a-Ponto (P2P). Fonte: (Veloso, 2016)

22
Figura 11. Arquitecturas de Rede Ponto-Multiponto (P2MP). Fonte: (Veloso, 2016)

Arquitectura Ponto-a-Ponto
A arquitectura ponto-a-ponto é a mais simples do ponto de vista conceptual. Nessa
arquitectura a fibra é dedicada a um único cliente, ou seja, toda largura de banda
disponibilizada pelo OLT é atribuída a um único cliente. As redes ponto-a-ponto permitem
débitos elevados, prestação de um melhor serviço e maior segurança, uma vez que o meio
físico não é partilhado. Em contrapartida requer um maior investimento inicial e na
instalação de fibra óptica adicional para atender a novos clientes, maior ocupação de espaço
físico e maior consumo de energia na central (ICP-ANACOM, 2011).

Arquitectura Ponto-multiponto
A arquitetura ponto-multiponto subdivide-se em Ethernet Activa e PON.

Figura 12. Arquitectura ponto-multiponto. Fonte: (ICP-ANACOM, 2011)

Ethernet activa
Na Ethernet activa, o ponto de derivação é um nó activo, normalmente um comutador
Ethernet, que é usado para agregar tráfego proveniente de diferentes clientes. A função do
comutador é encaminhar para cada um dos utilizadores apenas as tramas Ethernet a si

23
destinadas. Esta arquitectura requer maior investimento na rede exterior, dado que os
comutadores Ethernet devem ser instalados em armários protegidos, envolvendo, por isso,
questões relacionadas a alimentação eléctrica e controlo da temperatura de equipamentos
activos (ICP-ANACOM, 2011).

PON
A arquitectura PON não requer elementos activos na sua rede externa. Esta arquitectura
divide-se em TDM-PON (Time Division Multiplexing Passive Optical Network) e WDM-
PON (Wavelength Division Multiplexed Passive Optical Network).

Os splitters são os responsáveis pela partilha da fibra óptica entre os usuários na rede.

“As ONU’s partilham a mesma fibra (de “alimentação”, ligada à central) e o mesmo porto
no OLT, tornando-se necessário usar técnicas de acesso múltiplo para evitar colisões na
comunicação entre o utilizador final e a central” (ICP-ANACOM, 2011).

As redes TDM-PON operam no domínio do tempo e as redes WDM-PON operam no


domínio de comprimento de onda. As redes WDM-PON são subdivididas em CWDM
(Coarse Wavelength Division Multiplexing) e DWDM (Dense Wavelength Division
Multiplexing). As redes TDM-PON são subdividas em EPON e GPON.

No presente trabalho serão abordadas as redes TDM-PON, pois são as mais populares e
encontram-se mais padronizadas que as redes WDM-PON.

II.4 Redes Ópticas Passivas - PON


De acordo com Keiser (2014), citado por Filgueiras & Pessoa (2015), as redes PON são
redes modeladas para utilização de apenas uma fibra óptica, com uma transmissão em duas
direcções (Upstream/Downstream) utilizando componentes passivos ao longo do enlace, ou
seja, sem a necessidade de utilização de componentes que dependem de energia eléctrica ao
longo do enlace óptico. Isso traz o benefício de economia de energia e espaço na instalação
dos equipamentos e, consequentemente, facilita a manutenção da rede.

A necessidade de elementos activos verifica-se apenas na central do provedor de serviço e


na residência do usuário.

24
A tecnologia PON surgiu em 1995. Inicialmente foi desenvolvido o APON (Passive Optical
Network over Asynchronous Transfer Mode), que mais tarde teve o nome alterado para
BPON (Broadband Passive Optical Network) seguido da EPON (Ethernet Passive Optical
Network) até chegar à GPON (Gigabit Passive Optical Network).

II.4.1 Elementos de uma rede óptica passiva


Os elementos de uma rede PON são: OLT (Optical Line Termination), ONU/ONT (Optical
Network Unit/ Optical Network Terminal) e Splitter (Divisor passivo de potência óptica).

Figura 13. Modelo de uma rede PON. Fonte: (Lopes, 2011)

O OLT é o elemento principal da rede e localiza-se dentro da central do provedor de serviços


e controla o fluxo de informações bidirecional para o ONT.

O OLT tem como função distribuir o acesso a cada usuário da rede e realizar tarefas de
gestão, tais como controle de acesso, gestão de largura banda e disponibilização de serviços,
controlo de qualidade de serviço e os SLA (Service Level Agreement). (Furukawa, s.d.)

Além disso, é responsável por processar os sinais GPON, realizar a sincronia entre as ONU’s
e realizar as verificações de segurança.

Normalmente a distância do OLT a ONT/ONU é de 20Km. Um único OLT pode controlar


mais de um ONU.

O ONT fornece a interface para comunicação entre o usuário e a central. É responsável pela
conversão do sinal óptico em eléctrico, para alimentar os dispositivos finais da rede
(computadores, telefones, etc.).

25
A ONU e o ONT são equipamentos semelhantes, a pequena diferença entre eles é que o ONT
é localizado dentro da residência do usuário e a ONU é um equipamento externo, ou seja, o
ONT é usado no FTTH e a ONU é usado no FTTB, FTTC e FTTCab.

Dependendo da arquitectura de rede usada, a ONU conecta-se ao equipamento final do


usuário através de fibra óptica ou através de cabos de cobre.

O splitter localiza-se entre a ONU e o OLT e é responsável por dividir o sinal óptico no
sentido downstream e combinar o sinal originado pelos ONT’s no sentido upstream,
possibilitando a partilha da fibra óptica.

Figura 14. Função do splitter. Fonte: (Ferreira, 2011)

II.4.2 APON/BPON
A rede APON foi desenvolvida no início da década de 90. Este protocolo foi desenvolvido
pela comissão FSAN (Full Service Access Network).

A recomendação ITU-T G.983 define as especificações do APON.

“Quando o grupo FSAN (Full Service Access Network) foi organizado, em 1995, o
Asynchronous Transfer Mode (ATM) era considerado o melhor sistema de transporte (e, até
mesmo, o único) que suportava simultaneamente a transmissão de voz, dados e vídeo”
Takeuti (2005).

As taxas de transmissão em uma rede APON são de 155 Mbps no sentido upstream e de 155
ou 622 Mbps no sentido downstream.

Na rede APON, teoricamente, uma única fibra pode suportar até 64 usuários, com o uso de
splitters com factor de divisão 1:64. Na prática, o que se observa é o uso de uma fibra para
32 ou 48 usuários. A distância máxima entre o OLT e as ONU’s é de 20 km.

Uma rede APON faz o uso dos seguintes comprimentos de ondas:


26
 1260 - 1360 nm no sentido upstream e 1480 - 1500 nm no sentido downstream para
serviços de voz e dados
 1550 nm para serviços de vídeo analógico.
No sentido downstream é utilizado a multiplexação TDM (Time Division Multiplexing) para
a distribuição do sinal e o acesso no sentido upstream é controlado através do TDMA (Time
Division Multiple Access). O uso de três comprimentos de onda é possível através da
multiplexação por comprimento de onda WDM (Wavelength Division Multiplexing) e
permite melhor isolamento óptico.

A estrutura de quadro de uma rede APON é constituída por células ATM e células PLOAM
(Physical Layer Operation, Administration and Management). As células PLOAM são
responsáveis pela alocação de banda, sincronização, controlo de erro, segurança, alcance e
manutenção.

No sentido downstream, para a taxa de transmissão de 155 Mbps, a estrutura de quadro é


composta por 54 células ATM de 53 bytes cada uma e duas células PLOAM. Para a taxa de
622 Mbps, são utilizados 216 células ATM e oito células PLOAM. No sentido upstream, a
estrutura de quadro é composta por 53 células ATM de 56 bytes (três bytes são utilizados
para o cabeçalho) (Takeuti, 2005).

Para a comunicação entre OLT e ONU’s são utilizados VPI/VCI (Virtual Path Identifier/
Virtual Channel Identifier) que se encontram no cabeçalho das células ATM. Todas as
ONU’s recebem a difusão completa do canal de distribuição do OLT. Cada ONU extrai,
somente, as células destinadas para ele, baseando-se no valor do campo VPI/VCI da célula
ATM, que identifica cada ONT.

A sigla APON levava ao erro de que apenas serviços que utilizam o ATM pudessem ser
suportados.
O uso do termo APON pressupunha que somente serviços de ATM poderiam ser atendidos.
Em consequência, o grupo FSAN decidiu lançar então o nome BPON. A proposta do sistema
BPON é oferecer serviços de banda larga incluindo, acesso Ethernet e distribuição de vídeo.
As redes BPON são definidas pela FSAN e pelos comités do ITU-T, compreendendo tanto
fornecedores de equipamento quanto provedores de serviço (Takeuti, 2005).
A recomendação G.983.1 define a alocação de largura de banda de forma estática, facto que
pode resultar em perda e/ou atraso do sinal enviado pela ONU à OLT.

27
A recomendação G.983.4 introduz a alocação dinâmica de largura de banda (Dynamic
Bandwidth Alocation - DBA) nas redes BPON. O DBA objectiva melhorar a eficiência da
rede no sentido upstream.

As células PLOAM são responsáveis pelo transporte de grants. Grant é a permissão


atribuída a uma ONU para a transmissão de uma célula no sentido upstream. Cada ONU
recebe um Grant único. É através dos grants que o OLT gere o tráfego proveniente das
ONU’s.

O DBA apresenta duas principais vantagens: para os provedores de serviço, permite


adicionar mais usuários a rede e para os usuários melhora a qualidade dos serviços.

O DBA possui dois métodos de operação:

 Idle Cell Adjustment – o OLT monitora a utilização de largura de banda por parte das
ONU’s, caso alguma ONU exceda o limite predefinido, é então alocada mais largura
de banda à ONU.

 Buffer Status Reporting – as ONU’s reportam o estado dos seus respectivos buffers
ao OLT através de mini-slots. O OLT aloca a largura de banda à ONU de acordo com
a requisição da ONU.

O DBA é uma função da subcamada TC (Transmission Convergence), da camada de


transporte.

II.4.2.1 Protocolo ATM


A tecnologia ATM foi criada com o objectivo de integrar serviços de dados, vídeo e voz na
mesma rede.

No início da década de 90, grupos de padronização da ITU-T e do ANSI (American National


Standards Institute) iniciaram pesquisas com o objectivo de estabelecer critérios para a
transmissão, comutação, sinalização e técnicas de controlo necessárias para a implementação
de uma tecnologia de rede inteligente baseada em fibra óptica. As pesquisas resultaram na
padronização do ATM como tecnologia para a implementação das redes B-ISDN
(Broadband Integrated Services Digital Network) (Lisboa, 2004).

28
A transmissão das células entre dois pontos é feita através de circuitos virtuais, ou seja, a
tecnologia ATM é orientada a conexão. Cada canal virtual (VC) possui um identificador
denominado VCI. O agrupamento de vários VC’s resulta em um caminho virtual (VP), ao
qual é atribuído um VPI.

Na tecnologia ATM, as informações são transmitidas através de pacotes de tamanho fixo,


denominados por células.

As células ATM têm um tamanho fixo de 53 bytes, sendo cinco bytes reservados para o
cabeçalho e 48 bytes reservados para a carga útil (payload).

O cabeçalho transporta informações necessárias para o roteamento das células e ocupam


quase 10% da carga total das células. O tamanho de cabeçalho pode representar uma
desvantagem quando se trata de conexões de baixa velocidade, porém nas conexões de alta
velocidade o tamanho do cabeçalho não é significativo.

A estrutura de uma célula ATM é representada na figura abaixo:

Figura 15. Estrutura de uma célula ATM. Fonte: (Autor)

 GFC (Generic Flow Control) – controla o fluxo de dados enviados pelo equipamento
do usuário para a rede.
 VPI e VCI – contém informações de endereçamento.
 PT (Payload Type) – indica se a informação contida no campo de payload é
informação do usuário ou informação da rede.
 CLP (Cell Loss Priority) – define os níveis de prioridade das células.

29
 HEC (Header Error Control) – permite detectar erros de bit e corrigir o erro nos
primeiros quatro octetos do cabeçalho e permite realizar o enquadramento da célula.

II.4.3 EPON
Apesar da tecnologia ATM apresentar gestão de tráfego flexível e robustez de QoS (Quality
of Service) ela apresenta limitações que são facilmente superadas com o uso de Ethernet.

Diferentemente da tecnologia ATM, o Ethernet transporta dados em quadros Ethernet, que


são de tamanho variável e permite o transporte de pacotes IP (Internet Protocol) de forma
mais eficiente. Ethernet simplifica a interoperabilidade entre as redes metro e WAN (Wide
Area Network) com as redes locais (reduz custos e a complexidade na conversão de
protocolos que se verifica nas redes BPON).

No ano de 2001, a IEEE formou uma comissão de trabalho denominada Ethernet in the First
Mile (EFM). O objectivo desta comissão era ampliar a aplicação de Ethernet nas redes de
acesso (Chiba, 2009).

Ethernet Passive Optical Network é uma variante das redes ópticas passivas baseada nos
protocolos Ethernet e IP e segue as especificações do padrão IEEE 802.3ah.

Figura 16. Camadas de uma rede EPON. Fonte: (ICP-ANACOM, 2011)

Os comprimentos de onda utilizados em uma rede EPON são:

30
 1480 - 1500 nm no sentido downstream;
 1260 - 1360 nm no sentido upstream;
 1550 nm para a transmissão de vídeo.
A distância máxima entre o OLT e as ONU's é de 10-20 km dependendo da interface física.
A taxa de transmissão de 1,25 Gbit/s é partilhada entre os usuários. O split ratio típico é de
1:16.

A estrutura de quadros Ethernet é de comprimento variável em até 1526 bytes.

II.4.3.1 Estrutura de quadros de uma rede EPON


Um quadro Ethernet padrão tem tamanho variável, entre 72 e 1526 bytes.

A figura que se segue ilustra o formato de quadro Ethernet padrão.

Figura 17. Formato de quadro Ethernet padrão. Fonte: (Keiser, FTTX Concepts and Applications,
2006)

 Preâmbulo (Preamble) – tem sete bytes e serve para sinalizar a chegada de um quadro
e permite que o receptor sincronize o seu tempo com o início do quadro.
 Start frame delimiter (SFD) – tem um byte, consiste na sequência 10101011. Os dois
últimos dígitos indicam o começo do quadro, o que permite ao receptor, encontrar o
primeiro bit do quadro.
 Destination Address (DA) – tem seis bytes, contém o endereço físico de destino do
quadro.
 Source Address (SA) – tem seis bytes, contém o endereço físico de origem do quadro.
 Length field – tem dois bytes, indica o tamanho do campo reservado para a
informação.

31
 Packet Data Unit (PDU) – pode ter o tamanho de até 1500 bytes, contém dados do
LLC (Logical Link Control) e informações de tamanho variável.
 Pad – contém bytes que são adicionados aos quadros de modo a garantir que tenham
o tamanho mínimo de 64 bytes (tamanho necessário para a detecção de colisões).
 Frame check sequence (FCS) – contém informações para a detecção de erro no
quadro. É baseado no processo CRC (Cyclic Redundancy Check).

Em uma rede EPON, o preâmbulo não é necessário uma vez que a rede funciona em modo
full-duplex. Os campos do preâmbulo e SFD de um quadro Ethernet padrão são substituídos
por quatro campos próprios de uma rede EPON mas mantendo o tamanho do quadro.

Figura 18. Formato de quadro EPON. Fonte: (Keiser, FTTX Concepts and Applications, 2006)

 Start-of-Packet Delimiter (SPD) – contém informações de relógio.


 Reserved – é um campo reservado para utilizações futuras.
 Logical Link Identifier (LLID) – identificador único para cada ONU.
 FCS – contém informações para a detecção de erros no quadro EPON.

II.4.3.2 Multi-Point Control Protocol (MPCP)


O MPCP é um protocolo baseado em TDMA usado para controlar a comunicação entre
ONU’s e OLT. Este protocolo opera na subcamada MAC (Media Access Control),
pertencente a camada de enlace de dados.
32
No sentido downstream, os quadros Ethernet são transmitidos pelo OLT e são recebidos por
todos os ONT’s. É através do campo LLID do quadro Ethernet que cada ONT identifica
quais são os quadros a ele destinados.

Devido às características inerentes ao sistema, os ONT's partilham a capacidade e os recursos


do canal da fibra óptica, facilitando a ocorrência de colisões dos quadros em uma rede EPON
e a consequente perda da informação caso diferentes ONT's transmitam quadros
simultaneamente.

Por intermédio do protocolo MPCP, o OLT se comunica individualmente com cada ONU,
na topologia ponto-multiponto, através da emulação de um caminho ponto-a-ponto único. O
MPCP reduz assim a colisão de pacotes.

O protocolo MPCP é utilizado para controlar o tráfego upstream e downstream de uma rede
EPON, sendo responsável pela atribuição de largura de banda, processo de auto-discovery e
ranging. Utiliza cinco mensagens de controlo de 64 bytes:

 GATE e REPORT são mensagens utilizadas no processo de alocação de largura de


banda.
 REGISTER_REGUEST, REGISTER, REGISTER_ACK, são utilizadas no processo
de auto-discovery e ranging.

Alocação de largura de banda

A largura de banda para upstream é dividida em timeslots. Os timeslots podem ser alocados
dinamicamente ou reservados previamente.

Na alocação dinâmica, quando um determinado timeslot não é utilizado pelo ONT ao qual
foi alocado, o OLT realoca-o para outro ONT. O ONT usa a mensagem REPORT para
indicar a largura de banda que necessita. Quando o OLT recebe a mensagem REPORT,
repassa a mesma para o algoritmo DBA que por sua vez cria uma escala para a transmissão
de todos os ONT’s e depois transmite uma mensagem GATE atribuindo grants para as
ONT’s (Keiser, FTTX Concepts and Applications, 2006).

33
Processo de auto-discovery
O processo de auto-discovery é realizado através de mensagens GATE especiais chamadas
de Discovery GATE que são enviadas periodicamente em broadcast para toda a rede.

As mensagens Discovery GATE contém as capacidades do OLT.

Um ONT recém-introduzido na rede interpreta a mensagem Discovery GATE e responde


com uma mensagem REGISTER_REQUEST contendo as suas próprias capacidades e mais
um eco das capacidades propagadas pelo OLT. O OLT responde com uma mensagem
REGISTER destinada ao novo ONT, designando a ele um LLID e também uma mensagem
GATE, conferindo à nova ONU uma janela de transmissão. O processo de auto-discovery é
finalizado e o canal de comunicação estabelecido com o envio de uma mensagem
REGISTER_ACK pelo ONT para o OLT contendo um eco do LLID registrado (Portnoi &
Moraes, 2005).

Figura 19. Processo de auto-dicovery. Fonte: (Gaglianello cit. por Portnoi & Moraes, 2005)

Por ser baseado nos protocolos Ethernet e IP, tem menor custo de implementação. O
processamento de tramas Ethernet é muito mais simples e barato que o processamento de
pacotes ATM, que requer um controlo de tempo preciso e sincronizado, elevando os custos
dos circuitos a implementar (Lopes, 2011).

34
II.4.4 GPON
A demanda por maior largura de banda e a expansão tanto do Ethernet assim como do ATM
levaram ao desenvolvimento de uma rede PON com as capacidades tanto das redes EPON
assim como das redes APON.

Com o objectivo de desenvolver uma rede versátil com a capacidade de suportar múltiplos
serviços e com taxas de transmissão na ordem de gigabits por segundo, no ano 2001 o grupo
FSAN iniciou estudos que resultaram na padronização das redes GPON segundo a série de
recomendações G.984 da ITU-T.

Tabela 1. Série de Recomendações G.984 para GPON

Recomendação Designação
Gigabit-capable passive optical networks (GPON): General
G.984.1
characteristics
Gigabit-capable Passive Optical Networks (GPON): Physical Media
G.984.2
Dependent (PMD) layer specification
Gigabit-capable passive optical networks (G-PON): Transmission
G.984.3
convergence layer specification
Gigabit-capable Passive Optical Networks (G-PON): ONT
G.984.4
management and control interface specification
Gigabit-capable passive optical networks (GPON): Enhancement
G.984.5
band
G.984.6 Gigabit-capable passive optical networks (GPON): Reach extension
G.984.7 Gigabit-capable passive optical networks (GPON): Long reach
Fonte: (Autor)

Uma rede GPON deve suportar todo o tipo de serviços, desde o legado serviço telefónico
analógico até serviços de vídeo digital. A capacidade de suportar múltiplos serviços deve-se
ao GPON Encapsulation Method (GEM). O GEM é um método de encapsulamento baseado
no Generic Framing Procedure (GFP, recomendação G.7041 da ITU-T).

A distância máxima entre um OLT e um ONT varia de 10 a 20 km. 10 km é a distância


máxima para transmissões iguais ou superiores a 1,25 Gbps usando um FP-LD (Fabry Perot-
Laser Diode) na ONU.

As taxas de transmissão no sentido upstream variam de 155 Mbps a 2,5 Gbps e no sentido
downstream de 1,25 a 2,5 Gbps.

35
Tabela 2. Taxas de transmissão das redes GPON

Direcção de transmissão Taxa de transmissão


1244.16 Mbit/s
Downstream
2488.32 Mbit/s
155.52 Mbit/s
622.08 Mbit/s
Upstream
1244.16 Mbit/s
2488.32 Mbit/s
Fonte: (Autor)

Com a excepção da combinação 2,5 Gbps no sentido upstream e 1,25 Gbps no sentido
downstream, todas as outras combinações são possíveis. A combinação mais frequente é de
1,25 Gbps upstream e 2,5 Gbps downstream. A transmissão downstream é em broadcast e
no sentido upstream o tráfego é regulado através do TDMA.

II.4.4.1 Camadas da rede GPON

Figura 20. Camada da rede GPON. Fonte: ( ITU-T, 2014)

O GPON Transmission Convergence layer (GTC layer) corresponde a camada dois do


modelo OSI.

36
As funções da camada GTC TC são resumidas em controlo de acesso ao meio e registro dos
ONT’s.

O GTC TC layer é composto por duas subcamadas:

 GTC framing sublayer.


 GTC adaptation sublayer.

O GTC framing sublayer “vê” toda a informação transmitida e apresenta três


funcionalidades, nomeadamente:

 Multiplexação e desmultiplexação da carga útil e das mensagens PLOAM;


 Criação e descodificação do cabeçalho do quadro GTC;
 Roteamento das informações de/para o GEM TC adapter baseado no Alloc-ID.

O GTC adapatation sublayer é responsável pela conversão de SDU (Service Data Unit)
de/para GEM PDU. GEM PDU’s transportam informações de OMCI (ONU Management
and Control Interface).

OMCI faz parte dos serviços de OAM e permite gerir e controlar as ONU’s, assim como
determinar as capacidades das mesmas.

II.4.4.2 Formato de quadro downstream


Um quadro GPON tem a duração fixa de 125 μs. O quadro é dividido em três partes: Physical
Control Block (PCB), um segmento ATM e um segmento GEM.

Figura 21. Formato de quadro downstream. Fonte: (Keiser, FTTX Concepts and Applications, 2006)

O PCB contém informações para controlo e gestão da rede. No sentido downstream recebe
a designação de PCBd e contém as seguintes informações:

37
 Psynch (Physical synchronization) – para a sincronização.
 Ident – fornece informações estáticas sobre a utilização ou não de FEC (Forward
Error Correction) no quadro downstream.
 PLOAMd – transporta mensagens necessárias a configuração e gestão dos ONT’s e
da rede PON no geral.
 Bit Interleaved Parity (BIP) – usado para estimar a taxa de erro de bit (BER – Bit
Error Rate).
 PLend (Payload Length) – indica o tamanho do mapa de largura de banda
(Bandwidth Map) e do segmento ATM. É enviado duas vezes por redundância.
 US BW Map (Upstream Bandwidth Map) – transporta o mapa de alocação de largura
de banda.

O formato do US BW Map é apresentado na figura seguinte:

Figura 22. Mapa de alocação de largura de banda. Fonte: (ITU-T, 2014)

 Alloc-ID (Allocation Identifier) – identifica a ONU para o qual a largura de banda é


atribuída.
 Flag – determina as mensagens de controlo quem devem ser enviadas pelo ONT.
 StartTime – indica o início da janela de transmissão.
 StopTime – indica o fim da janela de transmissão.
 CRC – serve para detecção e correcção do erro no campo de alocação de largura de
banda.

38
II.4.4.3 Formato de quadro upstream

Figura 23. Formato de quadro upstream e estrutura de cabeçalho. Fonte: (Keiser, FTTX Concepts and
Applications, 2006)

 Physical Layer Overhead (PLOu) – contém o cabeçalho da camada física, através do


qual se pode identificar a ONU.
 Physical Layer Operation, Administration and Management (PLOAMu) –
responsável por funções de gestão tais como ranging, activação de ONT e notificação
de alarmes.
 Power Leveling Sequence (PLSu) – contém informações do nível de potência do laser
do ONT.
 Dynamic Bandwidth Report (DBRu) – informa ao OLT o tamanho da fila de espera
de cada Alloc-ID em um ONT.

Transmission Container (T-CONT)


O tráfego upstream é gerido através dos Transmission Container (T-CONT). Os T-CONT’s
são identificados por um Alloc-ID e são constituídos por um grupo de conexões lógicas
(GEM port).
T-CONT indica quantos pacotes estão na fila de espera no buffer do ONT. O OLT faz a
atribuição de largura de banda através dos relatórios de estado e da monitoria do fluxo de
dados dos T-CONT’s.
O número de T-CONT suportados por uma ONU é fixo. De forma autónoma, a ONU cria
todas as instâncias T-CONT que suporta durante a sua activação. O OLT usa o OMCI para
saber o número de instâncias T-CONT’s suportadas por determinada ONU e para geri-las.
Os T-CONT’s são divididos em cinco tipos:

39
 T-CONT 1 – garante alocação de largura de banda fixa e tem a prioridade mais alta.
É indicado para o transporte de tráfego sensível a atrasos temporais e não permite a
partilha da largura de banda excedente.
 T-CONT 2 – É indicado para o transporte de tráfego que não seja tão sensível a
atrasos temporais, não permite a partilha da largura de banda excedente.
 T-CONT 3 – permite a partilha de largura de banda e é indicado para o transporte de
tráfego com taxas de transmissão variáveis.
 T-CONT 4 – a atribuição de largura de banda é do tipo best-effort e tem a prioridade
mais baixa. É indicado para o transporte de tráfego com taxas de transmissão
variáveis que não sejam sensíveis a atrasos temporais.
 T-CONT 5 – é uma combinação de dois ou mais tipos de T-CONT, acima referidos.

II.4.4.4 Segmento GEM


O segmento GEM é baseado no Generic Framing Procedure (GFP). O GFP é um mecanismo
que permite o encapsulamento de informações do usuário para o subsequente transporte.

O tamanho da carga útil pode chegar a 1500 bytes. Quando o pacote ultrapassa esse tamanho,
deve ser fragmentado. O equipamento receptor fica responsável por reagrupar os fragmentos
no pacote original.

Figura 24. Formato do segmento GEM. Fonte: ( ITU-T, 2014)

 Payload Length Indicator (PLI) – indica o tamanho da carga útil (payload).


 Port-ID – número atribuído a um ONT para o estabelecimento de conexões lógicas
individuais com o OLT.

40
 Payload Type Indicator (PTI) – especifica se o fragmento é o fim do pacote de um
usuário, se o tráfego está congestionado ou se a carga útil (payload) contém
informação OAM.
 Header Error Control (HEC) – tem a função de detectar e corrigir erros do cabeçalho
do segmento GEM.

O GEM providencia meios eficientes para encapsular e fragmentar os pacotes de informação


dos usuários. A encapsulação permite melhor gestão dos mais variados serviços de diferentes
ONT que partilham a mesma fibra. A fragmentação permite o envio de pacotes de forma
eficiente independentemente do tipo (Keiser, FTTX Concepts and Applications, 2006).

“O uso do GEM (GPON Encapsulation Method) permite um empacotamento muito eficaz


do tráfego do utilizador, pois faz segmentação dos frames para permitir maior qualidade de
serviço (QoS) para tráfego sensível a atrasos (voz e vídeo)” (Lopes, 2011).

II.4.4.5 Ranging
Diferentes ONU’s possuem diferentes distâncias em relação ao OLT, porém todas as ONU’s
devem estar sincronizadas de modo a evitar colisões durante a transmissão upstream.

Ranging é um procedimento usado para determinar o atraso que cada ONT deve inserir
relativamente ao quadro downstream recebido.

O ranging é utilizado também nas redes BPON e EPON. No caso das redes GPON, devido
as altas taxas de transmissão, o processo de ranging tem precisão limitada, o que faz com
que seja adicionado um tempo de guarda entre os quadros provenientes dos ONT (Keiser,
FTTX Concepts and Applications, 2006).

II.4.4.6 Segurança nas redes GPON


Advanced Encryption Standard (AES)

Uma vez que o tráfego downstream é em broadcast, torna-se necessário o uso de


mecanismos de segurança que garantam que os usuários tenham acesso apenas à informação
que lhes é destinada.

41
O GPON faz o uso do Advanced Encryption Standard (AES) para proteger a informação do
quadro downstream.

O AES é um método de criptografia que usa chaves de 128, 192 ou 256 bits. A recomendação
G.984.3 especifica que as redes GPON devem suportar chaves de 128 bits. Chaves maiores
poderão ser suportadas no futuro.

Quando solicitado pelo OLT, a ONU cria, armazena e envia uma chave três vezes por
redundância.

O envio da chave ocorre sem criptografia, supondo que o tráfego upstream é seguro (Silva
G. E.).

Forward Error Correction (FEC)

O Forward Error Correction é uma técnica usada na camada de transporte. Através do FEC,
informação redundante é adicionada à informação original.

FEC usa o código Reed Solomon (RS) para codificar a informação. O código mais comum
é o RS (255,239) em que 16 bytes de paridade são adicionados a informação de 239 bytes,
totalizando 255 bytes.

A técnica de FEC permite detectar e corrigir erros nas transmissões com baixa taxa de erros
e evitar a retransmissão da informação. O FEC não é eficiente para altas taxas de erros.

O OLT deve ser capaz de comunicar-se simultaneamente com ONT’s que suportam e ONT’s
que não suportam o FEC. O campo Ident do quadro downstream é usado pelo OLT para
informar a ONU sobre o uso ou não do FEC.

O FEC resulta no aumento do link budget de aproximadamente 3 a 4 dB. Isto faz com que
maiores taxa de transmissão e distância entre OLT e ONU possam ser suportadas.

42
II.4.5 Aspectos básicos a ter em conta no dimensionamento de uma rede PON
“Os principais requisitos para a construção de uma rede de acesso PON são: Previsão de
demanda, definição de serviços, take rate1, extensão da rede, ambiente do cliente,
escalabilidade e os aspectos de instalação, manutenção e a operação” (Schwingel, 2009 cit.
por Silva E. d., 2012).

A previsão da demanda, isto é, a densidade de usuários, é o ponto-chave no


dimensionamento de uma rede GPON. Através da previsão da demanda é que se pode
determinar qual é a melhor configuração da rede, os serviços a oferecer, a dimensão e as
taxas de transmissão.

Ao projectar uma rede GPON deve-se sempre levar em consideração a possibilidade de


expansão da mesma. Uma rede mal dimensionada acarreta mais custos ao provedor de
serviço no momento da sua expansão.

O fluxograma abaixo apresenta os principais passos a ter em conta no projecto de uma rede
GPON.

1
Take Rate é a relação entre o número de usuários que se pretende atender num período de 3 a 4 anos e o
número de usuários para o final da vida útil da rede. (Silva E. d., 2012)

43
Pesquisa
de Campo

Mapeamento
das localidades

Design da Planta externa


(alimentação e distribuição)

Cálculo do power budget óptico

O design Não
é válido?
Sim

Determinação Determinação do trabalho Determinação


dos civil necessário dos
componentes componentes
activos passivos

Custo Total

O custo de
Não implementaçã Sim
Aprovação do
o enquadra-se
design
no orçamento?

Figura 25. Dimensionamento de uma rede GPON. Fonte: Adaptado de (Al-Quzwini, 2014)

44
II.5 Comparação entre as redes usadas para implementação do FTTH
Para a análise entre as redes usadas para a implementação do FTTH serão consideradas as
redes activas de fibra dedicada e Ethernet e as redes passivas EPON e GPON.

Figura 26. Redes de acesso ópticas. Fonte: (Takeuti, 2005)

De um modo geral as redes de fibra óptica dedicada são as mais simples do ponto de vista
conceptual. Para cada usuário existe uma única fibra que é conectada a central do provedor
de serviços. Porém o que parece ser simples na verdade representa a maior desvantagem
desse tipo de rede. O número de fibras é maior quanto maior for o número de usuários,
acarretando a utilização de um maior número de equipamentos na central de modo a atender
todos os usuários.

Nas redes Ethernet activa (ou comutadas), existe uma fibra que conecta a central e um
comutador, que por sua vez serve como elo de ligação entre os usuários e a central. O uso
do comutador reduz a necessidade de um maior número de equipamentos na central, em
relação as redes de fibra dedicada. A grande desvantagem que se observa nesse tipo de rede
é a necessidade de consumo energético. O comutador é um elemento de rede activo.

45
Nas redes ópticas passivas, a central conecta-se aos divisores de potência óptica e este por
sua vez conectam-se aos usuários através de uma fibra dedicada. Os divisores de potência
óptica são elementos passivos da rede, ou seja, não necessitam de alimentação eléctrica.

II.5.1 Taxas de Transmissão


Nas redes de fibra dedicada toda a largura está disponível para um único usuário e as taxas
de transmissão estão entre 100 Mbps e 1Gbps.

A taxa de transmissão nas redes EPON é simétrica com o valor de 1,25 Gbps. A taxa de
transmissão das redes GPON normalmente é de 2,5 Gbps no sentido downstream e 1,25
Gbps no sentido upstream. Em ambas as redes a taxa de transmissão é partilhada entre os
diversos usuários. Um maior número de usuários na rede reduz a taxa de transmissão
disponível para cada usuário.

II.5.2 Eficiência das redes


A eficiência da rede corresponde a quantidade de cabeçalho necessário para transportar a
carga útil de um pacote.

As redes EPON apresentam menor eficiência em relação as redes GPON. Um dos factores
que contribui para isso é a codificação de linha 8b/10b, ou seja, para cada grupo de oito bits,
é codificado um sinal de dez bits. A codificação 8b/10b implica num aumento de 20% do
cabeçalho das redes EPON, o que resulta em uma taxa de transmissão real de 1.0 Gbps.

As redes GPON foram projectadas de modo que apresentem menor overhead na transmissão
do sinal e consequentemente maior eficiência.

II.5.3 Segurança/ Encriptação da Informação


As redes de fibra óptica dedicada são as mais seguras. Uma vez que a fibra é dedicada, não
existe o risco de um usuário aceder informações que não lhe sejam destinadas. A encriptação
da informação não se faz necessária.

Nas redes ópticas EPON e GPON, o meio de transmissão é partilhado entre os diversos
usuários da rede tornando necessário o uso de mecanismo de encriptação da informação.

46
Para as redes EPON não esta previsto nenhum mecanismo de encriptação embora o AES
possa ser usado.

Nas redes GPON, o AES e FEC são mecanismos utilizados de modo a garantir maior
segurança na rede. Estes mecanismos só são utilizados no sentido downstream, pois a
comunicação é realizada em modo broadcast. No sentido upstream a comunicação é
considerada ponto-a-ponto através da emulação de um caminho lógico entre as ONU’s e o
OLT, sendo que por isso não esteja previsto mecanismo de segurança de informação.

II.5.4 Custos de implementação e operação


Uma rede activa, dedicada (P2P) ou Ethernet Activa, apresenta maiores custos tanto na
instalação assim como na operação devido ao maior número de elementos activos.

Um estudo2 realizado por Chen, Wosinska, Machuca e Jaeger sobre as redes de acesso
ópticas, obteve os seguintes resultados em relação ao CAPEX (Capital Expenditure) das
redes activas P2P, AON e PON:

Caso I: Variação dos custos equipamentos ao longo do tempo e 100% de take rate.

Figura 27. Custo Total do CAPEX por cada ONU. Fonte: (Chen et al. 2010).

2
O estudo não representa a realidade de Moçambique, apenas foi usado como base para o trabalho realizado.

47
Caso II: Variação do take rate.

Figura 28. As fibras de distribuição são enterradas até as casas ou edifícios e a instalação só é feita
após a subscrição. Fonte: (Chen et al. 2010)

Figura 29. As fibras de distribuição apenas são enterradas até as casas ou edifícios que subescrevem ao
serviço. Fonte: (Chen et al. 2010)

O estudo incluiu os custos relativos dos componentes (fibra, instalação, housing e chassis).
Nas redes AON, os custos de housing influenciam em 50% do custo total dos componentes.

48
Para o estudo foram consideradas as seguintes condições: a vida útil da rede é de 20 anos e
cada rede suporta 32 ONU’s.

Em relação ao OPEX (OPEX - Operacional Expenditure), o mesmo estudo apresenta os


seguintes resultados:

Figura 30. OPEX de uma rede de acesso a ser implementada em uma área com alta densidade de
população. Fonte: (Chen et al. 2010)

Figura 31. OPEX de uma rede de acesso a ser implementada em uma área com alta densidade de
população. Fonte: (Chen et al. 2010)

Não existe uma classificação padrão sobre quais custos devem ser considerados mas a
definição mais aceite é que CAPEX inclui custos de infraestrutura (componentes de rede,
instalação de equipamentos, etc.) enquanto OPEX inclui custos relacionados a operação de

49
toda a rede (equipamento de backup, reparação de falhas, estabelecimento e manutenção dos
serviços, etc.) (Chen et al. 2010).

Em relação as redes EPON e GPON, segundo um artigo publicado no International Journal


of Engineering and Innovative Technology (IJEIT), para um universo de 10 000 subcritores
com 100 % de take rate, a comparação resulta no seguinte:

Figura 32. Custo Total dos equipamentos de rede. Fonte: (Yakhlef, Abusaeeda, & Sherina, 2015)

A redução significativa nos custos de uma rede GPON é o resultado da simples redução do
número de OLT’s devido ao maior split ratio e eficiência da largura de banda (Yakhlef et al,
2015).

II.5.5 Número de usuários suportados


Uma vez que para cada usuário é destinada uma única fibra, a dispersão geográfica dos
mesmos não afecta a rede de fibra dedicada e podem atender usuários que distam até 100
km.

As redes EPON suportam até 32 usuários a uma distância de 10 a 20 km.

A rede GPON suporta até 64 usuários. Futuramente está previsto o atendimento para até 128
usuários. A desvantagem de ter um elevado número de usuários é que a taxa de transmissão
disponível fica reduzida. A distância máxima da rede fica entre os 10 a 20 km.

50
Nas redes passivas EPON e GPON, a dispersão geográfica dos usuários influência no
planeamento da rede assim como a sua expansão posteriormente.

II.5.6 Qualidade de Serviço (QoS)


A rede GPON fornece mecanismos de controlo de qualidade de serviço através do uso dos
T-CONT’s que permitem atribuir prioridades ao tráfego do usuário. Através dos T-CONT
faz-se a distribuição de largura de banda através da atribuição de prioridades ao tráfego ou
serviços.

A rede EPON não define prioridades para o tráfego, todas as ONU’s concorrem para a
atribuição de largura de banda de igual modo.

Tabela 3. Comparação entre as redes AON e PON

Característica Rede Óptica Activa Rede Óptica Passiva


Número de fibras Grande Pequeno (porém com custo
ópticas adicional dos splitter)
Transceivers Maior quantidade, com maior Menor quantidade, reduzindo o
ópticos consumo de energia e espaço consumo de energia e espaço
físico físico
Potência dos Baixa potência Alta potência, por conta da perda
Transceivers de potência do sinal ótica causada
ópticos pelos splitter.
Largura de banda Dedicada Partilhada
Pontos de Activos gerando custo com Passivos, reduzindo custo de
concentração energia, climatização e energia e com manutenção
manutenção
Fonte: (Azevedo & Castro, 2013).

51
Tabela 4. Comparação entre as Redes EPON e GPON

EPON GPON
Padrão IEE 802.3 ah ITU-T G.984.x
Taxa de Upstream: 1,25 Gbps Upstream: 1,25 Gbps
transmissão Downstream: 1,25 Gbps Downstream: 2,5 Gbps
Alcance 10 – 20 km 10 – 20 km
Split ratio 1:32 1:64
Comprimento de Upstream: 1260 – 1360 nm Upstream: 1260 – 1360 nm
onda Downstream: 1480 – 1500 nm Downstream: 1480 – 1500 nm
Eficiência 72 % 92 %
Codificação 8b/10b NRZ (scrambling)
Encriptação do AES (opcional) AES (definido no standard)
tráfego downstream
Protocolos Ethernet ATM, Ethernet
Aplicações Serviços de dados Multi-serviços
Fonte: (Autor)

52
CONCLUSÕES
As redes de acesso representam o segmento de uma rede de telecomunicações com maior
diversidade de serviços, tecnologias e meios de transmissão. Dentre os meios de transmissão,
a fibra óptica destaca-se pela elevada largura de banda, imunidade a interferências
electromagnéticas e maior alcance. Nos últimos tempos têm-se observado um maior uso da
fibra óptica e a redução dos custos da mesma.

O presente trabalho permitiu compreender o que são a redes PON, as suas especificações e
arquitectura e quais são as vantagens que trazem ao FTTH.

A eliminação de elementos activos na planta externa da rede faz com que as redes PON
apresentem vantagens no que diz respeito a redução do consumo de energia eléctrica,
redução de equipamentos e consequentemente redução de custos de instalação, operação e
manutenção.

Nas redes PON encontramos as redes EPON e GPON, cada uma tem vantagens para
aplicações em determinados ambientes. Para um provedor de serviço que pretende entrar no
mercado do FTTH, as redes EPON tem baixo custo para o início de operação, porém, em
relação as redes GPON, tem menores taxas de transmissão, menor diversidade de serviço e
menor eficiência de transmissão.

Na comparação entre as redes activas e redes passivas, há um porém, no caso em que há


grande dispersão entre os usuários, há que considerar a utilização das Redes dedicadas ou
Ethernet Activa, pois a densidade de usuários influencia directamente no dimensionamento
de uma rede GPON pois permite determinar a dimensão da rede, o split ratio e a
configuração da mesma.

Findo o trabalho pode-se concluir que as redes ópticas passivas de capacidade Gigabit são a
melhor opção para a implementação do FTTH em relação as outras tecnologias de rede de
acesso, pois apresentam as seguintes vantagens: baixo custo de instalação, operação e
manutenção, maiores taxas de transmissão, suporte a uma variedade de serviço através do
GEM e facilidade de expansão.

53
RECOMENDAÇÕES
O trabalho apresenta o GPON como solução para a implementação do FTTH. O trabalho é
meramente teórico, o que permite deixar as seguintes recomendações para questões mais
práticas em relação ao tema:

 Estudo de viabilidade financeira para uma rede GPON local;


 Dimensionamento de uma rede GPON a ser implementado em um condomínio
residencial.

54
BIBLIOGRAFIA
1. Agrawal, G. P. (2014). Sistemas de comunicação por fibra óptica (4ª ed.). (J. R.
Souza, Trad.) Elsevier Editora Ltda.

2. Al-Quzwini, M. M. (Abril de 2014). Design and Implementation of a Fiber to the


Home FTTH Access Network based on GPON. International Journal of Computer
Applications (0975 – 8887), 92. nº 6, 30-42. Obtido em 20 de Fevereiro de 2018, de
http://research.ijcaonline.org/volume92/number6/pxc3895050.pdf

3. Azevedo, H. Á., & Castro, M. S. (2013). Ánalise de Redes Óticas Passivas. Anais do
Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão - CONPEEX, pp. 11707-11711.

4. Chen, J., Wosinska, L., Machuca, C. M., & Jaeger, M. (Fevereiro de 2010). Cost vs.
Reliability Performance Study of Fiber Access Network Architectures. IEEE
Communications Magazine, 56-65. Obtido em 02 de Maio de 2018, de
https://pdfs.semanticscholar.org/297a/704dbb0eff3f0bb1a4959d917d632fdda82c.p
df

5. Chiba, A. T. (Dezembro de 2009). Redes Ópticas até o Assinante. Campinas, São


Paulo, Brasil: Universidade São Francisco. Obtido em 20 de Janeiro de 2018, de
http://lyceumonline.usf.edu.br/salavirtual/documentos/1729.pdf

6. Coelho, S. C. (2009). Fibra Óptica na Rede de Acesso: Tecnologias e Soluções.


Dissertação de Mestrado. Aveiro: Universidade de Aveiro. Obtido em 20 de
Novembro de 2017, de https://ria.ua.pt/bitstream/10773/7435/1/245167.pdf

7. Cruz, A. M., & Konopacki, M. R. (2014). Redes GPON como solução para FTTH.
Trabalho de Conclusão de Curso. Curitiba, Brasil: Universidade Tecnológica
Federal do Paraná. Obtido em 10 de Abril de 2017, de
http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3412/1/CT_COTEL_2014_1_0
5.pdf

8. Fassarella, L. (15 de Janeiro de 2007). Lei de Snell generalizada . Revista Brasileira


de Ensino de Física, v. 29, n. 2, pp. 215-224.

9. Ferreira, R. J. (7 de Abril de 2011). Redes Ópticas Passivas I: Multiplexação por


Divisão no Tempo (TDM-PON). Obtido em 8 de Março de 2018, de Teleco:
http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialropassiva1/pagina_3.asp

55
10. Filgueiras, G. M., & Pessoa, C. R. (2015). FTTH em redes ópticas passivas.
Engenharia On-line, V.1 , n. 2. Obtido em 04 de Abril de 2017, de
http://www.fumec.br/revistas/eol/article/view/3366/1909

11. Furukawa. (s.d.). Produtos: OLT GPON STANDALONE FK-OLT-G4S. Obtido em


14 de Abril de 2017, de Furukawa Electric:
http://portal.furukawa.com.br/ao/produtos/equipamentos/olt-gpon-standalone-fk-
olt-g4s-882.html

12. Gil, A. C. (2002). Como Elaborar Projectos de Pesquisa (4ª ed.). São Paulo, Brasil:
Atlas.

13. ICP-ANACOM. (2011). A Evolução das NGA. Obtido em 20 de Abril de 2017, de


https://www.anacom.pt/streaming/estudoNGN_Janeiro2011.pdf?contentId=106931
7&field=ATTACHED_FILE

14. ITU Telecommunication Standardization Sector (ITU-T). (2014). Recommendation


ITU-T G.984.3: Gigabit-capable passive optical networks (G-PON): Transmission
convergence layer specification.

15. Keiser, G. (1991). Optical Fiber Communications (2ª ed.). McGraw-Hill.

16. Keiser, G. (2006). FTTX Concepts and Applications. New Jersey: John Wiley &
Sons, Inc.

17. Lisboa, F. O. (2004). Redes ATM de Alto Desempenho. Revista UNIARA, n.15, pp.
135-146. Obtido em 20 de Janeiro de 2018, de
https://ria.ua.pt/bitstream/10773/2122/1/2010001040.pdf

18. Lopes, S. C. (2011). Fibra Óptica na Rede de Acesso: Cenários de Evolução.


Dissertação de Mestrado. Portugal: Universidade de Aveiro.

19. Marconi, M. d., & Lakatos, E. M. (2003). Fundamentos de Metodologia Científica


(5 ª ed.). São Paulo, Brasil: Atlas.

20. Museu das Comunicações. (2017, Junho 29). Transmissão: Fibra Óptica. Retrieved
Março 8, 2018, from Museu das Comunicações:
http://macao.communications.museum/por/exhibition/secondfloor/MoreInfo/2_8_3
_OpticalFibres.html

56
21. Neves, J. e. (s.d.). Integração de sistemas de comunicação: caracterização funcional
de novos serviços digitais da rede de acesso. Universidade do Minho, Escola de
Engenharia. Guimarães, Portugal. Obtido em 19 de Abril de 2017

22. Nunes, M. S. (Setembro de 2006). Redes de acesso. Universidade Técnica de Lisboa:


Instituto Superior Técnico . Lisboa. Obtido em 19 de Abril de 2017

23. Pires, J. (2003). Fibras Ópticas. Em J. Pires. Lisboa. Obtido em 30 de Novembro de


2017, de
https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/3779571277600/SCO_Cap2_03.pdf

24. Pires, J. (2006). Sistemas e Redes de Telecomunicações. Instituto Superior Técnico.

25. Portnoi, M., & Moraes, P. S. (2005). Ethernet na primeira milha (IEEE 802.3ah):
Estudo da Topologia ponto a multiponto.

26. Prodanov, C. C., & Freitas, E. C. (2013). Metodologia do trabalho Científico:


Métodos e Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico (2ª ed.). Novo Hamburgo,
Rio Grande do Sul, Brasil.

27. Rodrigues, D. M. (2013). Desenvolvimento e caracterização de sensores a fibra


óptica plástica para refratometria baseados em modulação de amplitude. Dissertação
de Mestrado. Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro. Obtido em 20
de Novembro de 2017, de http://www.pee.ufrj.br/index.php/pt/producao-
academica/dissertacoes-de-mestrado/2013-1/2013040801-2013040801/file

28. Rodrigues, M. O. (Novembro de 2013). Fibras Óticas de Plástico em Redes de


Acesso. Dissertação de Mestrado. Lisbooa: Instituto Superior de Engenharia de
Lisboa. Obtido em 30 de Novembro de 2017, de
http://repositorio.ipl.pt/bitstream/10400.21/3163/1/Disserta%C3%A7%C3%A3o.pd
f

29. Silva , E. L., & Menezes , E. M. (2005). Metodologia da Pesquisa e Elaboração de


Dissertação. (4). Florianópolis, Brasil.

30. Silva, E. d. (2012). Implantação de uma rede de acesso GPON. Curitiba:


Universidade Tecnológica Federal do Parana. Obtido em 20 de Janeiro de 2018

31. Silva, G. E. (s.d.). Problemas de Segurança em Redes TDM-PON.

57
32. Takeuti, P. (2005). Projecto e Dimensionamento de e Redes Ópticas Passivas (PON).
Dissertação de Metrado. São Carlos: Universidade de São Paulo. Obtido em 24 de
Abril de 2017, de http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18133/tde-
22092005-205226/pt-br.php

33. Veloso, B. V. (2016). Evolução ADSL para GPON e 4G - Aspectos de Planeamento


e Dimensionamento. Dissertação de Mestrado. Aveiro, Portugal: Universidade de
Aveiro.

34. Yakhlef, S. K., Abusaeeda, O., & Sherina, I. (Janeiro de 2015). A Comparison of
Dynamic Bandwidth Allocation and Costs for EPON and GPON Technologies.
International Journal of Engineering and Innovative Technology (IJEIT), 4(7), 31-
35. Obtido em 2 de Maio de 2018, de
http://www.ijeit.com/Vol%204/Issue%207/IJEIT1412201501_05.pdf

58

Você também pode gostar