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DEPARTAMENTO DE RÁDIO
DEPARTAMENTO DE RÁDIO
SUPERVISOR:
REALIZADO POR:
Eu, Vânia Helena Andrade Brito, declaro por minha honra que o presente trabalho é da
minha autoria e nele observei os requisitos e recomendações da Escola Superior de Ciências
Náuticas, concernentes à elaboração de trabalhos de investigação científica.
Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.
________________________________________________
i
DEDICATÓRIA
ii
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela minha existência e por dar-me forças para concluir mais uma etapa
importante da minha vida.
Agradeço aos meus pais, Américo Nicolaça Brito, Natália A. Rocha Graziano e Alberto
Graziano por garantirem a minha educação e pelos conselhos em relação a vida estudantil.
Agradeço a minha supervisora Eng.ª Roxan Cadir por aceitar supervisionar o meu trabalho
mesmo na última hora. Agradeço pela atenção e orientação na elaboração do presente
trabalho.
O meu obrigado aos colegas e amigos que estiveram comigo na caminhada da turma R12,
em especial ao Paulo Ubisse, Bacar Muhorro, Luís Maria Marcos e Simião Mazive.
iii
RESUMO
iv
ABSTRACT
The variety of services offered by service providers and the constant evolution of them
provokes an increase in the demand for greater bandwidth. In the access networks, that is, in
the networks used for the connection of the user to the service provider, transmission media
such as twisted pair, coaxial cable or wireless connections are often used. These media have
limitations on transmission rates and range and are subject to electromagnetic interference.
In order to provide users with a better experience in the use of services, providers have
increasingly focused on the use of fiber optics due to high bandwidth, greater range and
immunity to electromagnetic interference. Despite all the advantages, the optical fiber is
considered an expensive transmission medium. In the FTTH network architecture, the
service provider makes its services available through the optical fiber from the central to the
user's home. The present work intends to present GPON networks as a way of responding to
the demand for greater bandwidth in access networks with lower costs. The reduction of
costs is justified by the absence of active elements in the network's external plant and by the
sharing of optical fiber. Through an exploratory research the advantages of the GPON
network in the implementation of FTTH are presented. The work points to the specifications
of a GPON network, the elements of the network, as well as the basic aspects to take into
account when designing a GPON network. Since GPON networks are not the only way to
implement FTTH, a comparative analysis is performed between GPON, active networks and
EPON networks, and it has been concluded that GPON is the best technology for the
implementation of FTTH, which among several advantages presents lower costs and higher
rates of transmission.
v
ÍNDICE
LISTA DE FIGURAS......................................................................................................... ix
II.4.5 Aspectos básicos a ter em conta no dimensionamento de uma rede PON .... 43
Conclusões .......................................................................................................................... 53
vii
Recomendações .................................................................................................................. 54
Bibliografia ......................................................................................................................... 55
viii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1. Hierarquização das redes de Telecomunicações. ................................................... 6
Figura 2. Composição da Fibra Óptica. ............................................................................... 11
Figura 3. Esquema explicativo da refração até a ocorrência da reflexão total da luz. ........ 12
Figura 4. Representação da luz guiada na fibra óptica. ....................................................... 13
Figura 5. Janelas de Transmissão da fibra óptica. ............................................................... 14
Figura 6. Comparação entre os tipos de fibra óptica. .......................................................... 17
Figura 7. Fiber To The Node (FTTN)/ Fiber To The Cabinet (FTTCab). .......................... 20
Figura 8. Fiber To The Building. ......................................................................................... 21
Figura 9. Fiber To The Home. ............................................................................................. 22
Figura 10. Arquitecturas de Rede Ponto-a-Ponto (P2P) ...................................................... 22
Figura 11. Arquitecturas de Rede Ponto-Multiponto (P2MP)............................................. 23
Figura 12. Arquitectura ponto-multiponto........................................................................... 23
Figura 13. Modelo de uma rede PON. ................................................................................. 25
Figura 14. Função do splitter. .............................................................................................. 26
Figura 15. Estrutura de uma célula ATM. ........................................................................... 29
Figura 16. Camadas de uma rede EPON. ............................................................................ 30
Figura 17. Formato de quadro Ethernet padrão. .................................................................. 31
Figura 18. Formato de quadro EPON. ................................................................................. 32
Figura 19. Processo de auto-dicovery.................................................................................. 34
Figura 20. Camada da rede GPON. ..................................................................................... 36
Figura 21. Formato de quadro downstream. ........................................................................ 37
Figura 22. Mapa de alocação de largura de banda. ............................................................. 38
Figura 23. Formato de quadro upstream e estrutura de cabeçalho. ..................................... 39
Figura 24. Formato do segmento GEM. .............................................................................. 40
Figura 25. Dimensionamento de uma rede GPON. ............................................................. 44
Figura 26. Redes de acesso ópticas. .................................................................................... 45
Figura 27. Custo Total do CAPEX por cada ONU.. ........................................................... 47
Figura 28. As fibras de distribuição são enterradas até as casas ou edifícios e a instalação só
é feita após a subscrição. ..................................................................................................... 48
Figura 29. As fibras de distribuição apenas são enterradas até as casas ou edifícios que
subescrevem ao serviço. ...................................................................................................... 48
ix
Figura 30. OPEX de uma rede de acesso a ser implementada em uma área com alta densidade
de população. ....................................................................................................................... 49
Figura 31. OPEX de uma rede de acesso a ser implementada em uma área com alta densidade
de população. ....................................................................................................................... 49
Figura 32. Custo Total dos equipamentos de rede. ............................................................. 50
x
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Série de Recomendações G.984 para GPON ....................................................... 35
Tabela 2. Taxas de transmissão das redes GPON ............................................................... 36
Tabela 3. Comparação entre as redes AON e PON ............................................................. 51
Tabela 4. Comparação entre as Redes EPON e GPON ....................................................... 52
xi
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
AES Advanced Encryption Standard
Alloc-ID Allocation Identifier
ANSI American National Standards Institute
AON Active Optical Network
APON ATM Passive Optical Network
ATM Asynchronous Transfer Mode
BER Bit Error Rate
BIP Bit Interleaved Parity
B-ISDN Broadband Integrated Services Digital Network
BPON Broadband Passive Optical Network
CAPEX Capital Expenditure
CLP Cell Loss Priority
CRC Cyclic Redundancy Check
CWDM Coarse Wavelength Division Multiplexing
DBA Dynamic Bandwidth Allocation
DBR Dynamic Bandwidth Report
DOCSIS Data Over Cable Service Interface Specification
DSL Digital Subscriber Line
DWDM Dense Wavelength Division Multiplexing
EFM Ethernet in the First Mile
EPON Ethernet Passive Optical Network
FCS Frame check sequence
FEC Forward Error Correction
FSAN Full Service Access Network
FTTC Fiber To The Curb
FTTCab Fiber To The Cabinet
FTTH Fiber To The Home
FTTN Fiber To The Node
FWA Fixed Wired Access
GEM GPON Encapsulation Mode
xii
GFC Generic Flow Control
GFP Generic Framing Procedure
GPON Gigabit-capable Passive Optical Networks
GTC GPON Transmission Convergence
HDTV High Definition Television
HEC Header Error Control
HFC Hybrid Fiber- Coaxial
IEEE Institute of Electrical and Electronic Engineers
IP Internet Protocol
ITU-T ITU Telecommunication Standardization Sector
LLC Logical Link Control
LLID Logical Link Identifier
MAC Medium Access Control
MPCP Multi-Point Control Protocol
MPLS Multiprotocol Label Switching
NGN Next Generation Networks
OLT Optical Line Terminal
OMCI ONU Management and Control Interface
ONT Optical Network Terminal
ONU Optical Network Unit
OPEX Operational Expenditure
P2MP Point-to-Multipoint
PCB Physical Control Block
PDU Packet Data Unit
PLend Payload Length
PLI Payload Length Indicator
PLO Physical Layer Overhead
PLOAM Physical Layer Operation, Administration and Management
PLS Power Leveling Sequence
PMD Physical Media Dependent
POF Plastic Optical Fiber
xiii
PON Passive Optical Network
PT Payload Type
PTI Payload Type Indicator
PVC Policloreto de polivinila
QoS Quality of Service
RF Radiofrequência
SA Source Address
SDH Synchronous Digital Hierarchy
SDU Service Data Unit
SFD Start Frame Delimiter
SLA Service Level Agreement
TC Transmission Convergence
T-CONT Transmission Container
TDM Time Division Multiplexing
TDMA Time Division Multiple Access
TU Tributary Unit
VC Virtual Channel
VCI Virtual Channel Identifier
VoD Video on Demand
VoIP Voice over Internet Protocol
VP Virtual Path
VPI Virtual Path Identifier
WAN Wide Area Network
WDM Wavelength Division Multiplexing
xiv
CAPÍTULO I - INTRODUÇÃO
I.1 Contextualização
A conexão entre o usuário e o provedor de serviço é denominada rede de acesso. Em uma
rede de acesso encontramos uma vasta gama de serviços de telecomunicações e também uma
vasta gama de meios de transmissão. Os serviços de telecomunicações evoluíram desde o
simples serviço de telefonia (voz) para serviços como vídeoconferência, vídeo on demand,
TV digital e jogos online.
Os serviços actualmente disponíveis requerem uma maior largura de banda que muita das
vezes não é alcançada através de meios de transmissão como par trançado, cabo coaxial e
conexões via Radio (wireless). Além das baixas taxas de transmissão têm-se também
limitações no que diz respeito ao alcance máximo e perda do sinal devido a interferências.
A fibra óptica é um meio de transmissão com características superiores aos outros meios
usados nas redes de acesso. Das vantagens da fibra pode-se destacar maior largura de banda,
maior alcance e imunidade a interferência electromagnética.
O ponto fraco da fibra óptica é o custo da mesma pois exige cuidados redobrados no seu
manuseio devido a sua fragilidade, uso de equipamento especial para a sua reparação e uso
de conectores de maior precisão devido as dimensões do núcleo.
A escolha das redes ópticas para a realização do trabalho deve-se ao factos da fibra óptica
ser o meio de transmissão com as melhores características para responder a demanda por
maior largura de banda e maior alcance que se observa nas redes de acesso.
1
O trabalho inclina-se para as redes FTTH por serem compostas completamente de fibra
óptica ao contrário das outras variantes do FTTx que combinam a fibra óptica com outros
meios de transmissão.
O meio de transmissão que melhor se adequa para as redes de forma a superar as limitações
apresentadas é a fibra óptica pois apresenta maior largura de banda, imunidade a
interferência electromagnética e longo alcance. Porém, a fibra óptica é considerada um meio
de transmissão caro pois exige cuidados redobrados no seu manuseio devido a sua
fragilidade, uso de equipamento especial para a sua reparação, devido as dimensões e uso de
conectores de maior precisão devido as dimensões do núcleo.
As arquitecturas de redes FTTx surgem como forma de responder a demanda por maior
largura de banda nas redes de acesso levando a fibra até o ponto mais próximo do usuário e
no caso do FTTH (Fiber To The Home) a fibra óptica chega até a residência do usuário.
O desafio dos provedores de serviços é responder a demanda por maior largura de banda
com menores custos. Uma rede de acesso cara para o provedor de serviço também será uma
rede cara para o usuário e consequentemente o números de usuários abrangidos será menor,
o que não é favorável para o provedor.
A arquitectura de rede FTTH pode ser implementada através de uma rede óptica activa ou
passiva. As redes ópticas activas não representam a melhor opção para a implementação do
FTTH pois os custos das mesmas são maiores devido ao maior número de elementos activos
na planta externa da rede. Em oposição, as redes passivas apresentam menor número de
elementos e menor consumo de energia eléctrica, factos que irão reflectir-se directamente
nos custos totais da rede.
2
I.3 Objectivos
I.3.1 Objectivo geral
Demonstrar que com recurso à GPON é possível fornecer serviços com altas taxas de
transmissão e baixos custos através do FTTH.
I.5 Justificativa
Actualmente observa-se uma grande evolução dos serviços de telecomunicações e também
maior volume de tráfego de dados.
A fibra óptica ganha cada vez mais espaço no mercado das telecomunicações devido as suas
vantagens além de ser considerada um meio de transmissão a prova do futuro. Uma rede de
transmissão a prova do futuro é uma rede que facilmente adapta-se a mudanças que possam
ocorrem posteriormente sem grandes alterações na própria rede.
O maior investimento nas redes de acesso permite a melhoria da qualidade dos serviços para
o usuário e para o provedor permite abranger um maior número de clientes.
3
A motivação para a escolha do tema reside no facto do FTTH ser uma solução tecnológica
relativamente nova no mercado moçambicano e pretende-se demostrar que esta tecnologia
pode ser ainda mais difundida no país usando as redes ópticas passivas que entre diversas
vantagens técnicas apresentam também baixos custos.
I.6 Metodologia
“Método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que devemos empregar
na investigação. É a linha de raciocínio adoptada no processo de pesquisa” (Prodanov &
Freitas, 2013).
Uma pesquisa pode ser classificada mediantes quatro pontos: objectivos, procedimentos
técnicos, abordagem do problema e natureza (Silva & Menezes , 2005).
Estas pesquisas têm como objectivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm
como objectivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Seu
planeamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a consideração dos mais
variados aspectos relativos ao fato estudado. Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem:
(a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas
com o problema pesquisado; e (c) análise de exemplos que "estimulem a compreensão" (Selltiz
et al., 1967, p. 63 cit. por Gil, 2002).
Do ponto de vista dos procedimentos técnicos a pesquisa realizada classifica-se em pesquisa
bibliográfica, ou seja, a pesquisa baseou-se em material já elaborado, tais como livros,
artigos científicos, revistas electrónicas, teses e dissertações disponíveis em sítios da
internet.
A pesquisa realizada é de natureza aplicada. A pesquisa aplicada visa a aplicação prática dos
conhecimentos gerados, dirigidos à solução de problemas específicos.
4
Para o tema proposto, existe uma quantidade de informação considerável. Torna-se
necessário uma análise profunda e cuidadosa do material identificado de modo a evitar a
reprodução de informações pouco credíveis.
5
CAPÍTULO II - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
II.1 Hierarquização das redes de Telecomunicações
De acordo com Pires (2006), as redes de telecomunicações apresentam a seguinte estrutura
hierárquica:
Rede de Núcleo;
Rede Metropolitana;
Rede de Acesso.
As redes de núcleo são também designados por rede CORE. As redes CORE são
responsáveis pela interligação das redes metropolitanas. As interligações podem ser a nível
nacional ou intercontinental.
Inicialmente eram usados cabos de cobre nas redes CORE que posteriormente foram
substituídos por cabos de fibra óptica. O uso da fibra óptica possibilita melhores taxas de
transmissão e menores taxas de erros.
O tráfego nas redes CORE é agregado, chegando a atingir algumas centenas de gigabits por
segundo à alguns terabits por segundo, o que exige um grande grau de disponibilidade e
fiabilidade destas redes.
6
II.1.1 Redes de Acesso
As redes de acesso, também conhecidas como local loop ou última milha, são responsáveis
pela interligação do usuário e o último nó da rede. A sua função principal é prover o acesso
aos serviços prestados pelos provedores de serviços.
A transmissão nas redes de acesso pode ser feita através do par trançado de cobre, cabo
coaxial, fibra óptica e difusão em espaço livre (wireless). A escolha do meio de transmissão
é afectada por factores como tipo de serviço a ser oferecido, taxas de transmissão desejadas,
número de usuários, mobilidade e distância entre o usuário e a central local.
No início da internet, ligações com débitos de 56 kbps eram suficientes, porém, hoje em dia,
os serviços e aplicações disponíveis requerem uma largura de banda na ordem de dezenas
de Mbps. De modo a permitir que os usuários tenham uma boa experiência e possam usufruir
das vantagens que os novos e inovadores serviços possibilitam torna-se necessário uma
ligação de banda larga de melhor qualidade e maior capacidade (ICP-ANACOM, 2011).
Actualmente, a fibra óptica é o meio que melhor se adequa para satisfazer as necessidades
das redes de acesso devido as suas diversas vantagens que serão abordadas mais adiante.
7
Apesar de a fibra óptica ser um meio de transmissão com custos elevados, dependendo do
tipo de rede em que esta é aplicada, pode-se ter os custos de manutenção e operação
reduzidos.
O tipo de rede que o trabalho propõe que seja usado nas redes de acesso para implementação
e expansão dos serviços de FTTH é rede óptica passiva GPON.
As redes GPON fazem parte das redes de acesso de próxima geração (NGN – Next
Generation Access Network). Redes de acesso da próxima geração são redes constituídas na
totalidade ou em partes por elementos de fibra óptica, capazes de fornecer serviços de acesso
de banda larga com características avançadas.
Além de a redução dos custos através da partilha da fibra entre os usuários, outro aspecto
importante a ter em conta nas redes GPON é a redução do consumo energético.
“…a transição das tecnologias tradicionais para NGN aumenta a eficiência energética ao
nível das redes, contribuindo para a redução de emissões de CO2…” (UIT, 2008 cit. por
ICP-ANACOM, 2011).
O par trançado de cobre é um meio de transmissão composto por dois fios de cobre isolados
e entrelaçados entre si. Os fios são entrelaçados de modo a minimizar a interferência
electromagnética. A interferência electromagnética surge quando os dois fios percorridos
pela corrente eléctrica são colocados juntos e em paralelo fazendo com que cada fio gere
uma onda electromagnética que irá gerar um sinal interferente no outro. As torções sofridas
pelos fios no par trançado alteram as suas propriedades eléctricas.
O par trançado de cobre é um meio de baixo custo sendo por isso, mundialmente, mais
utilizado. As suas desvantagens passam pelas baixas taxas de transmissão a medida que o
assinante afasta-se da central e a interferência electromagnética a que estão sujeitos.
8
Redes de acesso baseadas no cabo coaxial e cabo de fibra óptica - HFC
O cabo coaxial tem dois condutores, um interior e um exterior. O condutor exterior envolve
o condutor interior, existindo, entre eles, um meio isolador. O condutor externo serve de
blindagem electromagnética e é revestido de uma camada de protecção. A camada de
proteção protege o fio interno de energia electromagnética externa (interferência) e evita que
os sinais do fio interno irradiem energia electromagnética que poderia causar interferência
em outros cabos.
As redes que utilizam cabos coaxiais e cabos de fibra óptica são designadas redes híbridas
(HFC – Hybrid Fiber-Coaxial).
“As redes HFC possibilitam o acesso a uma variedade de serviços que, além da tradicional
difusão de canais de televisão (analógica e digital), podem integrar o serviço telefónico, bem
como outros serviços de dados de alto débito” (Neves).
O cabo coaxial por si só apresenta elevadas perdas quanto maior a frequência do sinal que o
percorre, tornando necessário a utilização de amplificadores de RF (Radiofrequência). Os
amplificadores de RF degradam a qualidade da imagem no receptor do cliente devido ao
ruído e a distorção que introduzem no sinal. Com a utilização da fibra óptica reduz-se o
número de amplificadores, uma vez que a fibra óptica é utilizada nos troços mais longos da
rede e os cabos coaxiais são usados nas redes de distribuição. Com a arquitectura HFC
tornou-se possível aumentar o débito do sistema, a sua fiabilidade e a qualidade do sinal de
TV (Nunes, 2006).
As redes de acesso sem fio utilizam o espectro electromagnético como meio de transmissão.
Estas surgiram com o objectivo de oferecer mobilidade aos usuários e permitir que tenham
acesso a informação independentemente da sua localização.
Existem diversos tipos de comunicação sem fio, a radio difusão, telefonia móvel,
comunicação via micro-ondas, comunicação via satélite.
9
Apesar de garantirem a mobilidade e a facilidade no acesso a informação, a velocidade de
transmissão de uma rede de acesso sem fio é menor que a velocidade de transmissão de uma
rede a cabo.
O sinal de uma rede sem fio é atenuado por edifícios, vegetação, alterações climáticas. Outro
ponto fraco das redes sem fio é a segurança da informação transmitida, uma rede sem fios
exige o uso de técnicas de encriptação do sinal pois o sinal transmitido pode ser facilmente
interceptado.
Há algum tempo atrás o uso da fibra óptica nas redes de acesso não era viável devido aos
custos, sendo por isso usadas nas redes CORE e Metropolitana, que é onde existe maior
volume de tráfego.
As redes FTTx são redes de acesso constituídas total ou parcialmente por fibra óptica e
portanto, são redes com melhores taxas de transmissão e maiores alcances. A designação das
redes de acesso varia de acordo com o ponto de terminação da fibra óptica na rede.
De acordo com os elementos presentes nas redes ópticas, elas dividem-se em Rede Óptica
Activa (AON – Active Optical Network) e Rede Óptica Passiva (PON – Passive Optical
Network).
10
II.2 Fibra óptica
A fibra óptica é um meio de transmissão através do qual pode-se atingir taxas de transmissão
na ordem dos 40 Gbps. A informação é transmitida através de feixes de luz que sofrem
sucessivas reflexões. A fibra óptica apresenta diâmetro na ordem de alguns micrómetros.
“Para um raio de luz monocromático que atravesse a superfície de separação de dois meios
transparentes com índices de refração 𝑛1 e 𝑛2 , o ângulo do raio incidente 𝜃1 e o ângulo do
raio transmitido 𝜃2 (ângulo de refração), medidos com respeito à normal, satisfazem a
relação: 𝑛1 . sin (𝜃1 ) = 𝑛2 . sin (𝜃2 )” (Fassarella, 2007).
𝑐
𝑛=
𝑣𝑛
11
Quando um raio de luz atravessa uma interface entre dois meios de índices de refracção
diferentes, ocorre a refracção. Dependendo do ângulo de incidência, quando a luz atravessa
um meio mais denso para um meio menos denso, o fenómeno de refracção deixa de existir
passando-se a verificar o fenómeno de reflexão total da luz (Rodrigues D. M., 2013).
A partir da equação da lei de Snell pode-se determinar o ângulo crítico. O ângulo crítico, 𝜃𝑐 ,
é o ângulo de incidência que determina se haverá ou não reflexão do sinal e
consequentemente a sua propagação.
𝑛2
𝜃𝑐 = arcsin
𝑛1
Para que haja a propagação do feixe de luz é necessário que o feixe de luz incida sobre a
interface núcleo-casca com um ângulo superior ao ângulo crítico. Nos casos em que o feixe
de luz incide sobre a interface núcleo-casca com um ângulo inferior ao ângulo crítico, o feixe
é refratado para a casca e consequentemente fica perdido.
Figura 3. Esquema explicativo da refração até a ocorrência da reflexão total da luz. Fonte: (Rodrigues
D. M., 2013)
12
O raio 3 apresenta um ângulo de incidência igual ao ângulo crítico e por esta razão
não é refletido nem refratado.
O raio 4 sofre o fenómeno de reflexão total.
A abertura numérica (NA) representa o ângulo máximo, 𝜃𝑚𝑎𝑥 , de entrada de luz na fibra. O
ângulo 𝜃𝑚𝑎𝑥 , é determinado por:
Valores elevados de abertura numérica facilitam o acoplamento entre a fonte óptica e a fibra.
Porém, com valores elevados de abertura numérica, a dispersão modal também aumenta,
conduzindo a uma redução da largura de banda da fibra (Pires, Fibras Ópticas, 2003).
Figura 4. Representação da luz guiada na fibra óptica. Fonte: (Rodrigues D. M., 2013)
13
que depende do grau de pureza do vidro que constitui a fibra. A atenuação também está
relacionada com comprimento de onda da luz utilizada (Coelho, 2009).
Na figura abaixo é possível identificar três zonas de onde a atenuação da fibra óptica é
menor. Estas são denominadas janelas de transmissão.
Figura 5. Janelas de Transmissão da fibra óptica. Fonte: (Museu das Comunicações, 2017)
Os comprimentos de ondas utilizados nas redes PON estão localizados entre os valores
onde a atenuação da fibra é menor.
“Um modo corresponde a uma trajetória possível de um raio que se pode propagar no
interior da fibra” (Rodrigues M. O., 2013).
De acordo com o modo de propagação podemos distinguir dois tipos de fibra óptica, as
monomodo, que suportam apenas um modo de propagação e as multimodo, que suportam
mais de um modo de propagação.
14
O parâmetro V, denominado frequência normalizada, é usado para o cálculo do número de
modos em uma fibra óptica, o qual depende do raio do núcleo, 𝑎, do comprimento de onda,
𝜆 e da abertura numérica (Rodrigues M. O., 2013).
2 . 𝜋 . 𝑎 . 𝑁𝐴
𝑉=
𝜆
Para as fibras monomodo o valor de V deve ser inferior a 2,405. Para garantir o
funcionamento monomodo as fibras ópticas, normalmente, apresentam um diâmetro de 10
μm ou inferior, enquanto as multimodais apresentam diâmetros entre 50 e 100 μm.
Apresentam maior largura de banda e menor atenuação por suportarem apenas um único
modo de propagação. Estas características fazem com que sejam mais usadas em
comunicações a longas distâncias.
Uma outra vantagem das fibras monomodo é a ausência da dispersão modal. A dispersão
modal acontece quando os feixes de luz percorrem o interior da fibra a diferentes velocidades
resultando na sua recepção em instantes ligeiramente diferentes.
15
facto de diferentes modos terem tempos de propagação diferentes, conduzindo ao
alargamento dos pulsos injectados (Pires, Fibras Ópticas, 2003).
As fibras com índice degrau apresentam características inferiores aos outros tipos de fibra,
nomeadamente, largura de banda estreita e alta atenuação. São utilizados em sistemas de
comunicações a curtas distâncias, ligações entre computadores, comunicações entre
subsistemas de automóveis, navios ou aviões.
As fibras com índice gradual são de fabricação mais complexas. O índice de refracção
gradual do núcleo é conseguido pelas dopagens diferenciadas, fazendo com que o índice de
refracção diminua gradualmente dentro do núcleo até a casca.
As fibras multimodo com índice gradual resolvem o problema de largura de banda das fibras
com índice degrau mas não superam a largura de banda da fibra monomodo.
As fibras com índice gradual são indicados para aplicações em redes locais de dados.
16
Figura 6. Comparação entre os tipos de fibra óptica. Fonte: (Keiser, Optical Fiber Communications,
1991)
O diâmetro da camada mais externa da casca tem o valor padrão de 125 μm para a
comunicação.
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As fibras POF utilizam plásticos na forma de polímeros orgânicos para a produção do núcleo
e da casca. O diâmetro do núcleo e da casca variam de 10 μm a 1 mm e de 20 μm a 200 μm,
respetivamente, dependendo da aplicação.
As fibras POF têm núcleo relativamente grande, o que confere maior abertura numérica e
alta eficiência no acoplamento, tais características, na verdade contribuem para maiores
perdas nas fibras POF. Em geral, têm perdas superiores a 20 dB/km e por essa razão são
usados para transmitir taxas de até 10 Gbps por curtas distâncias (1 km ou menos).
Por volta de 1995 já era possível produzir fibras plásticas de índice gradual com largura de
banda relativamente grande.
A maior parte das fibras são fabricadas de sílica. As fibras de plástico são mais indicadas
para aplicações em curtas distâncias e em ambientes onde a resistência mecânica oferece
maior vantagem em relação a fibra de sílica (Keiser, Optical Fiber Communications, 1991).
Baixa atenuação;
Custo elevado.
Difícil manutenção;
18
II.3 Arquitecturas de redes FTTx
FTTx é um termo genérico utilizado para designar arquiteturas de redes compostas total ou
parcialmente de fibra óptica. As redes FTTx surgiram com o propósito de disponibilizar
maiores taxas de transmissões e maiores áreas de cobertura.
O provedor de serviço disponibiliza a fibra óptica até um armário de rua e a ligação até ao
usuário é feita através do par entrançado de cobre ou o cabo coaxial. Esta arquitectura atende
áreas de até 1500 metros e são indicadas para áreas com baixa densidade populacional.
Quando a ligação do OLT (Optical Line Terminal) à ONU (Optical Line Unit) do usuário é
feita através do cabo coaxial, utiliza-se o protocolo DOCSIS (Data Over Cable Service
Interface Specification) e no caso do par trançado de cobre utilizam-se as tecnologias xDSl
(Digital Subscriber Line).
19
Figura 7. Fiber To The Node (FTTN)/ Fiber To The Cabinet (FTTCab). Fonte: (Coelho, 2009)
O FTTC e o FTTN/Cab são sujeitos a variações nas taxas de transmissão devido a distância
que separa o usuário da ONU e o protocolo de comunicação usado.
20
Figura 8. Fiber To The Building. Fonte: (Coelho, 2009)
Através do FTTH é possível ter acesso a uma variedade de serviços tais como voz, internet
de banda larga, vídeo sob demanda (VoD), voz sobre IP (VoIP), televisão de alta de definição
(HDTV).
Diferentemente, das redes FTTN/Cab e FTTC que fazem o uso de cabos coaxiais e par
entrançado de cobre das redes locais já existentes, o FTTH não faz o uso de outros meios de
transmissão a não ser a fibra óptica, sendo por isso mais dispendioso, embora seja a
arquitectura de rede que oferece a melhor rede de acesso ao usuário.
Na questão de perdas do sinal e taxas de transmissão, as redes FTTH tem maior vantagem
em relação as outras arquitecturas de rede FTTx.
21
Figura 9. Fiber To The Home. Fonte: (Coelho, 2009)
Na arquitectura FTTH, os sinais de voz, dados e vídeo estão, geralmente, todos ligados ao
mesmo dispositivo, a ONU. Dentro da residência do utilizador, os sinais são separados e
convertidos de acordo com o protocolo apropriado através de routers e modems.
22
Figura 11. Arquitecturas de Rede Ponto-Multiponto (P2MP). Fonte: (Veloso, 2016)
Arquitectura Ponto-a-Ponto
A arquitectura ponto-a-ponto é a mais simples do ponto de vista conceptual. Nessa
arquitectura a fibra é dedicada a um único cliente, ou seja, toda largura de banda
disponibilizada pelo OLT é atribuída a um único cliente. As redes ponto-a-ponto permitem
débitos elevados, prestação de um melhor serviço e maior segurança, uma vez que o meio
físico não é partilhado. Em contrapartida requer um maior investimento inicial e na
instalação de fibra óptica adicional para atender a novos clientes, maior ocupação de espaço
físico e maior consumo de energia na central (ICP-ANACOM, 2011).
Arquitectura Ponto-multiponto
A arquitetura ponto-multiponto subdivide-se em Ethernet Activa e PON.
Ethernet activa
Na Ethernet activa, o ponto de derivação é um nó activo, normalmente um comutador
Ethernet, que é usado para agregar tráfego proveniente de diferentes clientes. A função do
comutador é encaminhar para cada um dos utilizadores apenas as tramas Ethernet a si
23
destinadas. Esta arquitectura requer maior investimento na rede exterior, dado que os
comutadores Ethernet devem ser instalados em armários protegidos, envolvendo, por isso,
questões relacionadas a alimentação eléctrica e controlo da temperatura de equipamentos
activos (ICP-ANACOM, 2011).
PON
A arquitectura PON não requer elementos activos na sua rede externa. Esta arquitectura
divide-se em TDM-PON (Time Division Multiplexing Passive Optical Network) e WDM-
PON (Wavelength Division Multiplexed Passive Optical Network).
Os splitters são os responsáveis pela partilha da fibra óptica entre os usuários na rede.
“As ONU’s partilham a mesma fibra (de “alimentação”, ligada à central) e o mesmo porto
no OLT, tornando-se necessário usar técnicas de acesso múltiplo para evitar colisões na
comunicação entre o utilizador final e a central” (ICP-ANACOM, 2011).
No presente trabalho serão abordadas as redes TDM-PON, pois são as mais populares e
encontram-se mais padronizadas que as redes WDM-PON.
24
A tecnologia PON surgiu em 1995. Inicialmente foi desenvolvido o APON (Passive Optical
Network over Asynchronous Transfer Mode), que mais tarde teve o nome alterado para
BPON (Broadband Passive Optical Network) seguido da EPON (Ethernet Passive Optical
Network) até chegar à GPON (Gigabit Passive Optical Network).
O OLT tem como função distribuir o acesso a cada usuário da rede e realizar tarefas de
gestão, tais como controle de acesso, gestão de largura banda e disponibilização de serviços,
controlo de qualidade de serviço e os SLA (Service Level Agreement). (Furukawa, s.d.)
Além disso, é responsável por processar os sinais GPON, realizar a sincronia entre as ONU’s
e realizar as verificações de segurança.
O ONT fornece a interface para comunicação entre o usuário e a central. É responsável pela
conversão do sinal óptico em eléctrico, para alimentar os dispositivos finais da rede
(computadores, telefones, etc.).
25
A ONU e o ONT são equipamentos semelhantes, a pequena diferença entre eles é que o ONT
é localizado dentro da residência do usuário e a ONU é um equipamento externo, ou seja, o
ONT é usado no FTTH e a ONU é usado no FTTB, FTTC e FTTCab.
O splitter localiza-se entre a ONU e o OLT e é responsável por dividir o sinal óptico no
sentido downstream e combinar o sinal originado pelos ONT’s no sentido upstream,
possibilitando a partilha da fibra óptica.
II.4.2 APON/BPON
A rede APON foi desenvolvida no início da década de 90. Este protocolo foi desenvolvido
pela comissão FSAN (Full Service Access Network).
“Quando o grupo FSAN (Full Service Access Network) foi organizado, em 1995, o
Asynchronous Transfer Mode (ATM) era considerado o melhor sistema de transporte (e, até
mesmo, o único) que suportava simultaneamente a transmissão de voz, dados e vídeo”
Takeuti (2005).
As taxas de transmissão em uma rede APON são de 155 Mbps no sentido upstream e de 155
ou 622 Mbps no sentido downstream.
Na rede APON, teoricamente, uma única fibra pode suportar até 64 usuários, com o uso de
splitters com factor de divisão 1:64. Na prática, o que se observa é o uso de uma fibra para
32 ou 48 usuários. A distância máxima entre o OLT e as ONU’s é de 20 km.
A estrutura de quadro de uma rede APON é constituída por células ATM e células PLOAM
(Physical Layer Operation, Administration and Management). As células PLOAM são
responsáveis pela alocação de banda, sincronização, controlo de erro, segurança, alcance e
manutenção.
Para a comunicação entre OLT e ONU’s são utilizados VPI/VCI (Virtual Path Identifier/
Virtual Channel Identifier) que se encontram no cabeçalho das células ATM. Todas as
ONU’s recebem a difusão completa do canal de distribuição do OLT. Cada ONU extrai,
somente, as células destinadas para ele, baseando-se no valor do campo VPI/VCI da célula
ATM, que identifica cada ONT.
A sigla APON levava ao erro de que apenas serviços que utilizam o ATM pudessem ser
suportados.
O uso do termo APON pressupunha que somente serviços de ATM poderiam ser atendidos.
Em consequência, o grupo FSAN decidiu lançar então o nome BPON. A proposta do sistema
BPON é oferecer serviços de banda larga incluindo, acesso Ethernet e distribuição de vídeo.
As redes BPON são definidas pela FSAN e pelos comités do ITU-T, compreendendo tanto
fornecedores de equipamento quanto provedores de serviço (Takeuti, 2005).
A recomendação G.983.1 define a alocação de largura de banda de forma estática, facto que
pode resultar em perda e/ou atraso do sinal enviado pela ONU à OLT.
27
A recomendação G.983.4 introduz a alocação dinâmica de largura de banda (Dynamic
Bandwidth Alocation - DBA) nas redes BPON. O DBA objectiva melhorar a eficiência da
rede no sentido upstream.
Idle Cell Adjustment – o OLT monitora a utilização de largura de banda por parte das
ONU’s, caso alguma ONU exceda o limite predefinido, é então alocada mais largura
de banda à ONU.
Buffer Status Reporting – as ONU’s reportam o estado dos seus respectivos buffers
ao OLT através de mini-slots. O OLT aloca a largura de banda à ONU de acordo com
a requisição da ONU.
28
A transmissão das células entre dois pontos é feita através de circuitos virtuais, ou seja, a
tecnologia ATM é orientada a conexão. Cada canal virtual (VC) possui um identificador
denominado VCI. O agrupamento de vários VC’s resulta em um caminho virtual (VP), ao
qual é atribuído um VPI.
As células ATM têm um tamanho fixo de 53 bytes, sendo cinco bytes reservados para o
cabeçalho e 48 bytes reservados para a carga útil (payload).
GFC (Generic Flow Control) – controla o fluxo de dados enviados pelo equipamento
do usuário para a rede.
VPI e VCI – contém informações de endereçamento.
PT (Payload Type) – indica se a informação contida no campo de payload é
informação do usuário ou informação da rede.
CLP (Cell Loss Priority) – define os níveis de prioridade das células.
29
HEC (Header Error Control) – permite detectar erros de bit e corrigir o erro nos
primeiros quatro octetos do cabeçalho e permite realizar o enquadramento da célula.
II.4.3 EPON
Apesar da tecnologia ATM apresentar gestão de tráfego flexível e robustez de QoS (Quality
of Service) ela apresenta limitações que são facilmente superadas com o uso de Ethernet.
No ano de 2001, a IEEE formou uma comissão de trabalho denominada Ethernet in the First
Mile (EFM). O objectivo desta comissão era ampliar a aplicação de Ethernet nas redes de
acesso (Chiba, 2009).
Ethernet Passive Optical Network é uma variante das redes ópticas passivas baseada nos
protocolos Ethernet e IP e segue as especificações do padrão IEEE 802.3ah.
30
1480 - 1500 nm no sentido downstream;
1260 - 1360 nm no sentido upstream;
1550 nm para a transmissão de vídeo.
A distância máxima entre o OLT e as ONU's é de 10-20 km dependendo da interface física.
A taxa de transmissão de 1,25 Gbit/s é partilhada entre os usuários. O split ratio típico é de
1:16.
Figura 17. Formato de quadro Ethernet padrão. Fonte: (Keiser, FTTX Concepts and Applications,
2006)
Preâmbulo (Preamble) – tem sete bytes e serve para sinalizar a chegada de um quadro
e permite que o receptor sincronize o seu tempo com o início do quadro.
Start frame delimiter (SFD) – tem um byte, consiste na sequência 10101011. Os dois
últimos dígitos indicam o começo do quadro, o que permite ao receptor, encontrar o
primeiro bit do quadro.
Destination Address (DA) – tem seis bytes, contém o endereço físico de destino do
quadro.
Source Address (SA) – tem seis bytes, contém o endereço físico de origem do quadro.
Length field – tem dois bytes, indica o tamanho do campo reservado para a
informação.
31
Packet Data Unit (PDU) – pode ter o tamanho de até 1500 bytes, contém dados do
LLC (Logical Link Control) e informações de tamanho variável.
Pad – contém bytes que são adicionados aos quadros de modo a garantir que tenham
o tamanho mínimo de 64 bytes (tamanho necessário para a detecção de colisões).
Frame check sequence (FCS) – contém informações para a detecção de erro no
quadro. É baseado no processo CRC (Cyclic Redundancy Check).
Em uma rede EPON, o preâmbulo não é necessário uma vez que a rede funciona em modo
full-duplex. Os campos do preâmbulo e SFD de um quadro Ethernet padrão são substituídos
por quatro campos próprios de uma rede EPON mas mantendo o tamanho do quadro.
Figura 18. Formato de quadro EPON. Fonte: (Keiser, FTTX Concepts and Applications, 2006)
Por intermédio do protocolo MPCP, o OLT se comunica individualmente com cada ONU,
na topologia ponto-multiponto, através da emulação de um caminho ponto-a-ponto único. O
MPCP reduz assim a colisão de pacotes.
O protocolo MPCP é utilizado para controlar o tráfego upstream e downstream de uma rede
EPON, sendo responsável pela atribuição de largura de banda, processo de auto-discovery e
ranging. Utiliza cinco mensagens de controlo de 64 bytes:
A largura de banda para upstream é dividida em timeslots. Os timeslots podem ser alocados
dinamicamente ou reservados previamente.
Na alocação dinâmica, quando um determinado timeslot não é utilizado pelo ONT ao qual
foi alocado, o OLT realoca-o para outro ONT. O ONT usa a mensagem REPORT para
indicar a largura de banda que necessita. Quando o OLT recebe a mensagem REPORT,
repassa a mesma para o algoritmo DBA que por sua vez cria uma escala para a transmissão
de todos os ONT’s e depois transmite uma mensagem GATE atribuindo grants para as
ONT’s (Keiser, FTTX Concepts and Applications, 2006).
33
Processo de auto-discovery
O processo de auto-discovery é realizado através de mensagens GATE especiais chamadas
de Discovery GATE que são enviadas periodicamente em broadcast para toda a rede.
Figura 19. Processo de auto-dicovery. Fonte: (Gaglianello cit. por Portnoi & Moraes, 2005)
Por ser baseado nos protocolos Ethernet e IP, tem menor custo de implementação. O
processamento de tramas Ethernet é muito mais simples e barato que o processamento de
pacotes ATM, que requer um controlo de tempo preciso e sincronizado, elevando os custos
dos circuitos a implementar (Lopes, 2011).
34
II.4.4 GPON
A demanda por maior largura de banda e a expansão tanto do Ethernet assim como do ATM
levaram ao desenvolvimento de uma rede PON com as capacidades tanto das redes EPON
assim como das redes APON.
Com o objectivo de desenvolver uma rede versátil com a capacidade de suportar múltiplos
serviços e com taxas de transmissão na ordem de gigabits por segundo, no ano 2001 o grupo
FSAN iniciou estudos que resultaram na padronização das redes GPON segundo a série de
recomendações G.984 da ITU-T.
Recomendação Designação
Gigabit-capable passive optical networks (GPON): General
G.984.1
characteristics
Gigabit-capable Passive Optical Networks (GPON): Physical Media
G.984.2
Dependent (PMD) layer specification
Gigabit-capable passive optical networks (G-PON): Transmission
G.984.3
convergence layer specification
Gigabit-capable Passive Optical Networks (G-PON): ONT
G.984.4
management and control interface specification
Gigabit-capable passive optical networks (GPON): Enhancement
G.984.5
band
G.984.6 Gigabit-capable passive optical networks (GPON): Reach extension
G.984.7 Gigabit-capable passive optical networks (GPON): Long reach
Fonte: (Autor)
Uma rede GPON deve suportar todo o tipo de serviços, desde o legado serviço telefónico
analógico até serviços de vídeo digital. A capacidade de suportar múltiplos serviços deve-se
ao GPON Encapsulation Method (GEM). O GEM é um método de encapsulamento baseado
no Generic Framing Procedure (GFP, recomendação G.7041 da ITU-T).
As taxas de transmissão no sentido upstream variam de 155 Mbps a 2,5 Gbps e no sentido
downstream de 1,25 a 2,5 Gbps.
35
Tabela 2. Taxas de transmissão das redes GPON
Com a excepção da combinação 2,5 Gbps no sentido upstream e 1,25 Gbps no sentido
downstream, todas as outras combinações são possíveis. A combinação mais frequente é de
1,25 Gbps upstream e 2,5 Gbps downstream. A transmissão downstream é em broadcast e
no sentido upstream o tráfego é regulado através do TDMA.
36
As funções da camada GTC TC são resumidas em controlo de acesso ao meio e registro dos
ONT’s.
O GTC adapatation sublayer é responsável pela conversão de SDU (Service Data Unit)
de/para GEM PDU. GEM PDU’s transportam informações de OMCI (ONU Management
and Control Interface).
OMCI faz parte dos serviços de OAM e permite gerir e controlar as ONU’s, assim como
determinar as capacidades das mesmas.
Figura 21. Formato de quadro downstream. Fonte: (Keiser, FTTX Concepts and Applications, 2006)
O PCB contém informações para controlo e gestão da rede. No sentido downstream recebe
a designação de PCBd e contém as seguintes informações:
37
Psynch (Physical synchronization) – para a sincronização.
Ident – fornece informações estáticas sobre a utilização ou não de FEC (Forward
Error Correction) no quadro downstream.
PLOAMd – transporta mensagens necessárias a configuração e gestão dos ONT’s e
da rede PON no geral.
Bit Interleaved Parity (BIP) – usado para estimar a taxa de erro de bit (BER – Bit
Error Rate).
PLend (Payload Length) – indica o tamanho do mapa de largura de banda
(Bandwidth Map) e do segmento ATM. É enviado duas vezes por redundância.
US BW Map (Upstream Bandwidth Map) – transporta o mapa de alocação de largura
de banda.
38
II.4.4.3 Formato de quadro upstream
Figura 23. Formato de quadro upstream e estrutura de cabeçalho. Fonte: (Keiser, FTTX Concepts and
Applications, 2006)
39
T-CONT 1 – garante alocação de largura de banda fixa e tem a prioridade mais alta.
É indicado para o transporte de tráfego sensível a atrasos temporais e não permite a
partilha da largura de banda excedente.
T-CONT 2 – É indicado para o transporte de tráfego que não seja tão sensível a
atrasos temporais, não permite a partilha da largura de banda excedente.
T-CONT 3 – permite a partilha de largura de banda e é indicado para o transporte de
tráfego com taxas de transmissão variáveis.
T-CONT 4 – a atribuição de largura de banda é do tipo best-effort e tem a prioridade
mais baixa. É indicado para o transporte de tráfego com taxas de transmissão
variáveis que não sejam sensíveis a atrasos temporais.
T-CONT 5 – é uma combinação de dois ou mais tipos de T-CONT, acima referidos.
O tamanho da carga útil pode chegar a 1500 bytes. Quando o pacote ultrapassa esse tamanho,
deve ser fragmentado. O equipamento receptor fica responsável por reagrupar os fragmentos
no pacote original.
40
Payload Type Indicator (PTI) – especifica se o fragmento é o fim do pacote de um
usuário, se o tráfego está congestionado ou se a carga útil (payload) contém
informação OAM.
Header Error Control (HEC) – tem a função de detectar e corrigir erros do cabeçalho
do segmento GEM.
II.4.4.5 Ranging
Diferentes ONU’s possuem diferentes distâncias em relação ao OLT, porém todas as ONU’s
devem estar sincronizadas de modo a evitar colisões durante a transmissão upstream.
Ranging é um procedimento usado para determinar o atraso que cada ONT deve inserir
relativamente ao quadro downstream recebido.
O ranging é utilizado também nas redes BPON e EPON. No caso das redes GPON, devido
as altas taxas de transmissão, o processo de ranging tem precisão limitada, o que faz com
que seja adicionado um tempo de guarda entre os quadros provenientes dos ONT (Keiser,
FTTX Concepts and Applications, 2006).
41
O GPON faz o uso do Advanced Encryption Standard (AES) para proteger a informação do
quadro downstream.
O AES é um método de criptografia que usa chaves de 128, 192 ou 256 bits. A recomendação
G.984.3 especifica que as redes GPON devem suportar chaves de 128 bits. Chaves maiores
poderão ser suportadas no futuro.
Quando solicitado pelo OLT, a ONU cria, armazena e envia uma chave três vezes por
redundância.
O envio da chave ocorre sem criptografia, supondo que o tráfego upstream é seguro (Silva
G. E.).
O Forward Error Correction é uma técnica usada na camada de transporte. Através do FEC,
informação redundante é adicionada à informação original.
FEC usa o código Reed Solomon (RS) para codificar a informação. O código mais comum
é o RS (255,239) em que 16 bytes de paridade são adicionados a informação de 239 bytes,
totalizando 255 bytes.
A técnica de FEC permite detectar e corrigir erros nas transmissões com baixa taxa de erros
e evitar a retransmissão da informação. O FEC não é eficiente para altas taxas de erros.
O OLT deve ser capaz de comunicar-se simultaneamente com ONT’s que suportam e ONT’s
que não suportam o FEC. O campo Ident do quadro downstream é usado pelo OLT para
informar a ONU sobre o uso ou não do FEC.
O FEC resulta no aumento do link budget de aproximadamente 3 a 4 dB. Isto faz com que
maiores taxa de transmissão e distância entre OLT e ONU possam ser suportadas.
42
II.4.5 Aspectos básicos a ter em conta no dimensionamento de uma rede PON
“Os principais requisitos para a construção de uma rede de acesso PON são: Previsão de
demanda, definição de serviços, take rate1, extensão da rede, ambiente do cliente,
escalabilidade e os aspectos de instalação, manutenção e a operação” (Schwingel, 2009 cit.
por Silva E. d., 2012).
O fluxograma abaixo apresenta os principais passos a ter em conta no projecto de uma rede
GPON.
1
Take Rate é a relação entre o número de usuários que se pretende atender num período de 3 a 4 anos e o
número de usuários para o final da vida útil da rede. (Silva E. d., 2012)
43
Pesquisa
de Campo
Mapeamento
das localidades
O design Não
é válido?
Sim
Custo Total
O custo de
Não implementaçã Sim
Aprovação do
o enquadra-se
design
no orçamento?
Figura 25. Dimensionamento de uma rede GPON. Fonte: Adaptado de (Al-Quzwini, 2014)
44
II.5 Comparação entre as redes usadas para implementação do FTTH
Para a análise entre as redes usadas para a implementação do FTTH serão consideradas as
redes activas de fibra dedicada e Ethernet e as redes passivas EPON e GPON.
De um modo geral as redes de fibra óptica dedicada são as mais simples do ponto de vista
conceptual. Para cada usuário existe uma única fibra que é conectada a central do provedor
de serviços. Porém o que parece ser simples na verdade representa a maior desvantagem
desse tipo de rede. O número de fibras é maior quanto maior for o número de usuários,
acarretando a utilização de um maior número de equipamentos na central de modo a atender
todos os usuários.
Nas redes Ethernet activa (ou comutadas), existe uma fibra que conecta a central e um
comutador, que por sua vez serve como elo de ligação entre os usuários e a central. O uso
do comutador reduz a necessidade de um maior número de equipamentos na central, em
relação as redes de fibra dedicada. A grande desvantagem que se observa nesse tipo de rede
é a necessidade de consumo energético. O comutador é um elemento de rede activo.
45
Nas redes ópticas passivas, a central conecta-se aos divisores de potência óptica e este por
sua vez conectam-se aos usuários através de uma fibra dedicada. Os divisores de potência
óptica são elementos passivos da rede, ou seja, não necessitam de alimentação eléctrica.
A taxa de transmissão nas redes EPON é simétrica com o valor de 1,25 Gbps. A taxa de
transmissão das redes GPON normalmente é de 2,5 Gbps no sentido downstream e 1,25
Gbps no sentido upstream. Em ambas as redes a taxa de transmissão é partilhada entre os
diversos usuários. Um maior número de usuários na rede reduz a taxa de transmissão
disponível para cada usuário.
As redes EPON apresentam menor eficiência em relação as redes GPON. Um dos factores
que contribui para isso é a codificação de linha 8b/10b, ou seja, para cada grupo de oito bits,
é codificado um sinal de dez bits. A codificação 8b/10b implica num aumento de 20% do
cabeçalho das redes EPON, o que resulta em uma taxa de transmissão real de 1.0 Gbps.
As redes GPON foram projectadas de modo que apresentem menor overhead na transmissão
do sinal e consequentemente maior eficiência.
Nas redes ópticas EPON e GPON, o meio de transmissão é partilhado entre os diversos
usuários da rede tornando necessário o uso de mecanismo de encriptação da informação.
46
Para as redes EPON não esta previsto nenhum mecanismo de encriptação embora o AES
possa ser usado.
Nas redes GPON, o AES e FEC são mecanismos utilizados de modo a garantir maior
segurança na rede. Estes mecanismos só são utilizados no sentido downstream, pois a
comunicação é realizada em modo broadcast. No sentido upstream a comunicação é
considerada ponto-a-ponto através da emulação de um caminho lógico entre as ONU’s e o
OLT, sendo que por isso não esteja previsto mecanismo de segurança de informação.
Um estudo2 realizado por Chen, Wosinska, Machuca e Jaeger sobre as redes de acesso
ópticas, obteve os seguintes resultados em relação ao CAPEX (Capital Expenditure) das
redes activas P2P, AON e PON:
Caso I: Variação dos custos equipamentos ao longo do tempo e 100% de take rate.
Figura 27. Custo Total do CAPEX por cada ONU. Fonte: (Chen et al. 2010).
2
O estudo não representa a realidade de Moçambique, apenas foi usado como base para o trabalho realizado.
47
Caso II: Variação do take rate.
Figura 28. As fibras de distribuição são enterradas até as casas ou edifícios e a instalação só é feita
após a subscrição. Fonte: (Chen et al. 2010)
Figura 29. As fibras de distribuição apenas são enterradas até as casas ou edifícios que subescrevem ao
serviço. Fonte: (Chen et al. 2010)
O estudo incluiu os custos relativos dos componentes (fibra, instalação, housing e chassis).
Nas redes AON, os custos de housing influenciam em 50% do custo total dos componentes.
48
Para o estudo foram consideradas as seguintes condições: a vida útil da rede é de 20 anos e
cada rede suporta 32 ONU’s.
Figura 30. OPEX de uma rede de acesso a ser implementada em uma área com alta densidade de
população. Fonte: (Chen et al. 2010)
Figura 31. OPEX de uma rede de acesso a ser implementada em uma área com alta densidade de
população. Fonte: (Chen et al. 2010)
Não existe uma classificação padrão sobre quais custos devem ser considerados mas a
definição mais aceite é que CAPEX inclui custos de infraestrutura (componentes de rede,
instalação de equipamentos, etc.) enquanto OPEX inclui custos relacionados a operação de
49
toda a rede (equipamento de backup, reparação de falhas, estabelecimento e manutenção dos
serviços, etc.) (Chen et al. 2010).
Figura 32. Custo Total dos equipamentos de rede. Fonte: (Yakhlef, Abusaeeda, & Sherina, 2015)
A redução significativa nos custos de uma rede GPON é o resultado da simples redução do
número de OLT’s devido ao maior split ratio e eficiência da largura de banda (Yakhlef et al,
2015).
A rede GPON suporta até 64 usuários. Futuramente está previsto o atendimento para até 128
usuários. A desvantagem de ter um elevado número de usuários é que a taxa de transmissão
disponível fica reduzida. A distância máxima da rede fica entre os 10 a 20 km.
50
Nas redes passivas EPON e GPON, a dispersão geográfica dos usuários influência no
planeamento da rede assim como a sua expansão posteriormente.
A rede EPON não define prioridades para o tráfego, todas as ONU’s concorrem para a
atribuição de largura de banda de igual modo.
51
Tabela 4. Comparação entre as Redes EPON e GPON
EPON GPON
Padrão IEE 802.3 ah ITU-T G.984.x
Taxa de Upstream: 1,25 Gbps Upstream: 1,25 Gbps
transmissão Downstream: 1,25 Gbps Downstream: 2,5 Gbps
Alcance 10 – 20 km 10 – 20 km
Split ratio 1:32 1:64
Comprimento de Upstream: 1260 – 1360 nm Upstream: 1260 – 1360 nm
onda Downstream: 1480 – 1500 nm Downstream: 1480 – 1500 nm
Eficiência 72 % 92 %
Codificação 8b/10b NRZ (scrambling)
Encriptação do AES (opcional) AES (definido no standard)
tráfego downstream
Protocolos Ethernet ATM, Ethernet
Aplicações Serviços de dados Multi-serviços
Fonte: (Autor)
52
CONCLUSÕES
As redes de acesso representam o segmento de uma rede de telecomunicações com maior
diversidade de serviços, tecnologias e meios de transmissão. Dentre os meios de transmissão,
a fibra óptica destaca-se pela elevada largura de banda, imunidade a interferências
electromagnéticas e maior alcance. Nos últimos tempos têm-se observado um maior uso da
fibra óptica e a redução dos custos da mesma.
O presente trabalho permitiu compreender o que são a redes PON, as suas especificações e
arquitectura e quais são as vantagens que trazem ao FTTH.
A eliminação de elementos activos na planta externa da rede faz com que as redes PON
apresentem vantagens no que diz respeito a redução do consumo de energia eléctrica,
redução de equipamentos e consequentemente redução de custos de instalação, operação e
manutenção.
Nas redes PON encontramos as redes EPON e GPON, cada uma tem vantagens para
aplicações em determinados ambientes. Para um provedor de serviço que pretende entrar no
mercado do FTTH, as redes EPON tem baixo custo para o início de operação, porém, em
relação as redes GPON, tem menores taxas de transmissão, menor diversidade de serviço e
menor eficiência de transmissão.
Findo o trabalho pode-se concluir que as redes ópticas passivas de capacidade Gigabit são a
melhor opção para a implementação do FTTH em relação as outras tecnologias de rede de
acesso, pois apresentam as seguintes vantagens: baixo custo de instalação, operação e
manutenção, maiores taxas de transmissão, suporte a uma variedade de serviço através do
GEM e facilidade de expansão.
53
RECOMENDAÇÕES
O trabalho apresenta o GPON como solução para a implementação do FTTH. O trabalho é
meramente teórico, o que permite deixar as seguintes recomendações para questões mais
práticas em relação ao tema:
54
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Engenharia. Guimarães, Portugal. Obtido em 19 de Abril de 2017
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Estudo da Topologia ponto a multiponto.
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Dissertação de Metrado. São Carlos: Universidade de São Paulo. Obtido em 24 de
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