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UNIVERSIDADE DO PLANALTO CATARINENSE

CURSO DE ENGENHARIA ELÉTRICA

ERIS W. DA SILVA MACEDO JUNIOR

PROJETO E EXECUÇÃO DE REDE FTTH (FIBER TO THE HOME)


PARA ISP

LAGES, SC

2018
ERIS W. DA SILVA MACEDO JUNIOR

PROJETO E EXECUÇÃO DE REDE FTTH (FIBER TO THE HOME)


PARA ISP

Relatório de estágio submetido à


Universidade do Planalto Catarinense para
obtenção dos créditos de disciplina com
nome equivalente no curso de Engenharia
Elétrica.

Orientação: Prof. Felipe A.Camargo


Supervisor de Estágio: Prof. Carlos Eduardo de Liz

LAGES, SC
2018
ERIS W. DA SILVA MACEDO JUNIOR

PROJETO E EXECUÇÃO DE REDE FTTH (FIBER TO THE HOME)


PARA ISP

Este relatório foi julgado pela Universidade do Planalto Catarinense adequado


para obtenção dos créditos da disciplina de Estágio Supervisionado, do 10º semestre,
obrigatório para obtenção do título de Bacharel em Engenharia Elétrica.

Banca Examinadora:

Orientador: ___________________________________
Prof. Felipe A. Camargo

Supervisão de Estágio: __________________________________


Prof. Carlos Eduardo de Liz

Lages (SC), 22 de junho de 2018.


RESUMO

Este tende a relatar a execução de um projeto baseado em um estudo de viabilidade


técnica e econômica sobre redes FTTH (Fiber to the home) para ISPs (internet service provider)
regionais em um município com população relativamente baixa. Demonstrará os princípios
básicos para iniciar o projeto e posteriormente a execução do mesmo até a ativação de clientes
finais. Através dele pode-se observar conceitos básicos de redes ópticas e o funcionamento da
mesma. Contudo a execução deve seguir padrões e normas pré-estabelecidas pela
concessionária de energia da região, que nesse caso é a Celesc Distribuição detentora dos
postes para o compartilhamento da infraestrutura e assim sendo possível a distribuição de
internet via cabos ópticos para domicílios empresas e o comércio do município. O cabo óptico e
a rede óptica em geral necessita de cuidados especiais desde a ancoragem dos cabos nos
postes até a conectorização da ONU (Optical Network Terminal) na casa do cliente final e através
deste é possível acompanhar através de relato como deve ser feito a instalação para ter o menor
índice de chamados técnicos futuramente, fazendo com que o sistema seja ainda mais viável
financeiramente para o ISP.

Palavras-Chave: FTTH, fibra óptica, ISP, projeto, internet


ABSTRACT

This tends to report the execution of a project based on a technical and economic
feasibility study on FTTH (Fiber to the home) networks for regional ISPs (internet service
providers) in a municipality with a relatively low population. It will demonstrate the basic principles
to start the project and later the execution of the project until the activation of final clients. Through
it one can observe basic concepts of optical networks and their operation. However, the
implementation must follow the standards and norms established by the region's energy
concessionaire, which in this case is Celesc Distribuição, which holds the posts for infrastructure
sharing and thus the distribution of the internet via optical cables to companies' homes and
commerce of the municipality. The optical cable and the optical network in general need special
care from the anchoring of the cables on the posts to the ONU (Optical Network Terminal)
connectorization in the home of the final customer and through this it is possible to follow through
a report how the installation should be done to have the lowest number of technical calls in the
future, making the system even more financially viable for the ISP.

Key words: FTTH, Fiber Optic, ISP, Project, Internet.


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 4
1.1. APRESENTAÇÃO ........................................................................................................ 4
1.2. A EMPRESA ................................................................................................................ 4
1.3. PROBLEMA ................................................................................................................. 5
1.3.1. Limites do Projeto ................................................................................................. 5
1.4. JUSTIFICATIVA ........................................................................................................... 5
1.4.1. Viabilidade do Projeto ........................................................................................... 6
1.4.2. Importância do Projeto .......................................................................................... 6
2. OBJETIVOS ........................................................................................................................ 6
2.1. OBJETIVO GERAL ...................................................................................................... 6
2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO ............................................................................................. 6
3. REVISÂO DA LITERATURA ............................................................................................... 7
3.1. FIBRA ÓPTICA ............................................................................................................ 7
3.2. REDES PON ................................................................................................................ 8
3.3. GPON ....................................................................................................................... 9
4. METODOLOGIA ................................................................................................................. 9
4.1. DELINEAMENTO DA PESQUISA ................................................................................ 9
4.2. ALVO DA PESQUISA ................................................................................................ 10
4.3. PLANOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS ........................................... 10
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS ...................................................................................... 10
5.1. DISTRIBUIÇÃO DE CAIXAS ...................................................................................... 12
5.3. PONTO A PONTO ..................................................................................................... 13
5.4. CÁLCULOS DE POTÊNCIA ....................................................................................... 15
5.5. EXECUÇÃO ............................................................................................................... 17
5.6. CERTIFICAÇÃO DA REDE ........................................................................................ 19
5.7. ATIVAÇÃO DO CLIENTE FINAL ................................................................................ 20
6. CONCLUSÃO ................................................................................................................... 21
7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................................. 23
4

1. INTRODUÇÃO

1.1. APRESENTAÇÃO

Este consiste em relatar as atividades no estágio supervisionado de engenharia


elétrica no período de 02/04/18 a 22/05/2018 realizado na empresa Network Digital.

Este relatório apresenta a execução de um projeto de redes FTTH no município de


Palmeira – SC que se baseia no estudo de caso onde viabiliza o investimento da rede
realizado através de formato de um TC do curso de Engenharia Elétrica.

Inicialmente será descrito de forma literária os principais componentes utilizados


para a infraestrutura assim como as principais tecnologias utilizadas na execução da
mesma, logo em seguida a trajetória percorrida até a finalização da rede e assim o início
das ativações dos clientes finais.

1.2. A EMPRESA

A Network Digital foi fundada em 2004 por Jaison Castilho, na cidade de Otacílio
Costa / SC em 2007 foi vendida para o Senhor Eris W. da Silva Macedo e seu sócio e filho
Eris W. da Silva Macedo Junior, ambos com cotas de 50%, neste mesmo período se inicia
o ramo de atividade em telecomunicações oferecendo internet para o município de Otacílio
Costa. A Tecnologia utilizada na época era SpeedSpectrum (Via Rádio) ao se passar os
anos a necessidade dos assinantes por bandas mais altas fez com que a empresa se
especializasse em redes ópticas, cobrindo todo o município de Otacílio Costa e iniciando a
cidade de Palmeira com infra-estrutura FTTH (Fiber to the home) a fibra óptica até a casa
do cliente, com o protocolo de rede GPON, disponibilizando até 2,5Gbps, uma realidade de
banda ainda não presente no país, mas com projeção para o futuro. Para atender bandas
mais altas com custo mais acessível para o cliente a empresa optou por buscar link de
internet no PTT – SP. Através de um contrato de transporte feito com a empresa ALGAR
TELECOM a Network Digital conectou o município de Otacílio Costa ao maior ponto de
troca de tráfico do Brasil localizado na cidade de São Paulo/SP. Hoje a empresa atende
com fibra até a casa do assinante com planos acessíveis e velocidade de até 50mbps.
5

1.3. PROBLEMA

O grande desafio dos ISPs regionais é o aumento crescente na banda oferecida


para o cliente, afim de proporcionar velocidades cada vez mais altas para a exigência de
serviços de stream1 como Netflix, Google TV, Spotify e diversos outros serviços como IPTV,
VoIP e Cursos EAD, o ISP sofre com a defasagem da tecnologia e também como fator
econômico para investimentos em novas tecnologias. Há alguma solução para resolver o
problema de banda final para o cliente? Como projetar uma infraestrutura de rede para um
ISP que não fique defasada tão rapidamente tendo retorno econômico?

1.3.1. Limites do Projeto

O relatório se limita na descritiva da projeção e execução da rede FTTH do


município de Palmeira se baseando em um estudo de caso anteriormente realizado, tão
bem quanto aos detalhes normativos e regulamentários do processo.

1.4. JUSTIFICATIVA

Ao longo dos anos trabalhando com telecomunicações em um provedor regional,


percebeu-se que a cada dia que passa a demanda por banda e qualidade de conexão é
mais alta, além disso a necessidade de buscar novas tecnologias para suprir tais
necessidades são primordiais para o ISP sobreviver ao futuro.

Sabe-se que o Spread Spectrum, que é a tecnologia para transmissão de dados


via radiofrequência, sobreviveu e sobrevive até hoje devido a grandes investimentos feitos
pelas grandes marcas existentes no mercado, assim construindo novos protocolos de
comunicação. No entanto, esses novos protocolos fazem com que o ISP tenha que investir
em sua infraestrutura por completo.

1 STREAM É UMA TECNOLOGIA QUE ENVIA INFORMAÇÕES MULTIMÍDIA, ATRAVÉS A


TRANSFERÊNCIA DE DADOS, UTILIZANDO REDES DE COMPUTADORES, ESPECIALMENTE A INTERNET,
E FOI CRIADA PARA TORNAR AS CONEXÕES MAIS RÁPIDAS.
6

Como a demanda por banda é cada vez maior, o ISP deve possuir uma
infraestrutura mais inteligente, fazendo com que ao mesmo tempo em que consiga atingir
as expectativas atuais, sobreviva por mais tempo. Deste modo, além da qualidade ficar
sensível aos olhos dos clientes finais, a empresa possa ainda ter um retorno econômico
maior.

1.4.1. Viabilidade do Projeto

Pretende-se com este relatório descrever de forma organizada a análise do estudo


de viabilidade técnica e econômica demonstrando de maneira detalhada a execução do
projeto.

1.4.2. Importância do Projeto

O detalhamento do processo se faz necessário para que a execução do projeto se


torne padronizado, fazendo assim com que aja uma agilidade maior em futuras
implantações de infraestruturas similares.

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Relatar a criação do projeto baseado no estudo de caso realizado no trabalho de


conclusão de curso sobre redes FTTH, e por fim detalhar a execução do projeto no
município de Palmeira – SC.

2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO

Para alcançar o objetivo geral, alguns objetivos específicos foram traçados


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 Seguir uma planilha desenvolvida no TCC sobre viabilidade econômica


para a implantação da rede óptica na cidade de Palmeira;
 Descrever todo o projeto e execução da rede
 Certificar o processo de execução para ter certeza que o mesmo
seguiu as padronizações técnicas e garantir assim a funcionalidade da rede;

3. REVISÂO DA LITERATURA

3.1. FIBRA ÓPTICA

O termo Fibra Óptica foi empregado pela primeira vez em 1956, pelo Dr. Narinder
Singh Kapany. Kapany tamém é conhecido como inventor da fibra óptica, que através dos
estudos realizados pelo físico John Tyndall que a luz poderia percorrer uma trajetória curva
dentro de um meio físico se baseou para a construção do filamento flexível de vidro que
conhecemos por fibra óptica.

Um sistema de transmissão óptica tem três componentes fundamentais: a fonte de


luz, o meio de transmissão e o detector. Por convenção, um pulso de luz indica um bit 1, e
a ausência de luz representa um bit zero. O meio de transmissão é uma fibra de vidro
ultrafina. O detector gera um pulso elétrico quando entra em contato com a luz. Quando
instalamos uma fonte de luz em uma extremidade de uma fibra óptica e um detector na
outra, temos um sistema de transmissão de dados unidirecional que aceita um sinal elétrico,
converte o sinal e o transmite por pulsos de luz; depois, na extremidade de recepção, a
saída é reconvertida em um sinal elétrico (TANENBAUM, 2002).

A taxa de transmissão total possível ainda não foi alcançada através da tecnologia
dos equipamentos ativos (emissor e receptor) encontrados no mercado, mas um conjunto
de pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Eindhoven, nos Países Baixos, e da
Universidade da Flórida Central, nos Estados Unidos, resultou em um recorde: o grupo
conseguiu transferir dados à velocidade de 255 Tb/s (terabits por segundo) em uma
conexão de fibra óptica (NATURE, 2014).
8

3.2. REDES PON

Redes ópticas passivas (Passive Optical Networks - PON) são redes


de comunicação, ao nível de acesso, que utilizam fibras ópticas interligadas na topologia
em estrela e configuração ponto-multiponto, sendo constituídas apenas por componentes
ópticos que não requerem alimentação elétrica (componentes passivos) entre o Terminal
de Linha Óptica (Optical Line Termination - OLT) e a Unidade de Rede Óptica (Optical
Network Unit - ONU) (PROJETO DE REDES, 2016).

3.2.1. REDES FTTX

FTTx (Fiber to the “X”) é um termo utilizado para designar arquitetura de redes de
acesso de alto desempenho, que conectam os usuários a um ponto central chamado de
POP (Point of Presence), também conhecido como nó de acesso ou ponto de presença da
operadora. Usualmente essa rede FTTx se conecta a uma grande quantidade de usuários
(TELECO, 2013).

FIGURA 1 - Exemplos de redes fttx

Fonte: ZTE (2017)


9

3.2.2. REDES FTTX

FTTH (Fiber to the Home) é uma das várias topologias do FTTX, e também uma
das mais utilizadas pelo mundo. Nesta variação o atendimento é efetuado com a utilização
de fibras ópticas diretamente no cliente final, possibilitando acesso a vários serviços
utilizando apenas um equipamento.

O FTTH já se faz presente em todo o mundo e, de acordo com a pesquisa de


LATAM (2015), para possível dimensionamento foram comparados dados dos anos de
2013 e 2014 e verificou-se o crescente aumento de usuários que se beneficiam desta
transmissão. Na América do Norte, o número de casas passadas cresceu 20% de um ano
para o outro, e no número de assinantes o crescimento como um todo foi 16%, sendo
grande concentração nos EUA. A pesquisa aponta que na América Latina no final de 2014
alcançou-se o número de aproximadamente 15 milhões de casas por onde passa a
tecnologia e 2,7 milhões de assinantes que estão conectados a essas redes (LATAM,
2015).

3.3. GPON

A rede Gigabit PON (GPON) combina as características de uma rede ATM com
características da rede Ethernet visando proporcionar uma utilização mais eficiente e
flexível. A GPON oferece velocidades no downstream de 2,5 Gb/s e velocidades no
upstream de 1,25 Gb/s. A rede baseia-se nas recomendações G.984.1 e G.984.6 da ITU-T
(International Telecomunication Union – Telecomunication Setor) fornecendo serviços de
Internet de banda larga, tráfego ATM, TDM e Ethernet. Normalmente, a largura de banda é
compartilhada por até 128 usuários, dependendo do tipo de equipamento escolhido
(KEISER, 2014).

4. METODOLOGIA

4.1. DELINEAMENTO DA PESQUISA

Quanto ao delineamento da pesquisa, o desenvolvimento deste relatório foi


realizado com base em um estudo de caso, que segundo Gil (2008, p. 57-58), “é
10

caracterizado pelo estudo profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a


permitir o seu conhecimento amplo e detalha a tarefa praticamente impossível mediante os
outros tipos de delineamentos considerados”.

4.2. ALVO DA PESQUISA

Tendo com este alcançar provedores regionais que estejam com dúvidas sobre
qual tecnologia escolher para que tenham uma infraestrutura que dure um tempo
relativamente alto fazendo com que o retorno desse investimento seja viável.

4.3. PLANOS E INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Os dados serão retirados de acordo com o parecer técnico dos executores do


projeto, bem como a análise e acompanhamento a campo.

4.4. PLANO DE ANÁLISE DE DADOS

A análise dos dados levantados servirá para esclarecer técnicas utilizadas em


campo e aprimora-las no sentido de estabelecer a execução dos processos de modo seguro
e dentro das normas e diretrizes da concessionária.

Esta análise será realizada em conjunto com a equipe técnica de campo para que
através do conhecimento adquirido possa estabelecer um projeto adequado dentro dos
padrões profissionais exigidos.

5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Baseado no estudo de viabilidade técnica e econômica para rede FTTH feita para
Trabalho de Conclusão do curso de Engenharia elétrica no ano de 2017 que por sua vez
11

demonstrou viável economicamente e atende à demanda necessária de banda para o


cliente final ali residente foi iniciado as etapas para a execução do projeto na cidade de
Palmeira - SC. O projeto estende a área urbana da cidade que possui 1737,05 metros de
extensão.

O estudo de viabilidade já buscou informações necessárias para a execução como


número de habitantes, banda requerida, infraestrutura necessária, custo de implantação e
projeto tão bem como custos operacionais e de ativação dos clientes. Como se demonstrou
altamente viável iniciamos de fato a parte regulamentatória do projeto.

Primeiramente o trajeto da rede é desenhado e enviado para a detentora de


infraestrutura que nesse caso é a Celesc Distribuição para a solicitação do arquivo em um
formato editável com informações sobre a rede de energia e a localização georeferênciada
de cada poste, transformador, sistema de proteção de energia etc... Este denominado como
plano de ocupação.

O projeto deve seguir as normas de compartilhamento de infraestrutura da


ANEEL/ANATEL/ANP nº 001/99 e 004/14.

FIGURA 2 - Desenho Trajeto

Fonte: Google Earth (2018)


12

5.1. DISTRIBUIÇÃO DE CAIXAS

Além do trajeto em que o cabo irá percorrer foi analisado os possíveis locais de
maior concentração de clientes para definir o local de instalação das caixas de atendimento,
também denominadas CTO (caixa de terminação óptica). No projeto as caixas foram
posicionadas para que no momento das ativações dos clientes se utilize o mínimo possível
de cabos até a casa do mesmo, assim fazendo com que o custo da ativação se mantenha
em um valor aceitável.

FIGURA 3 - Desenho trajeto com CTOs

Fonte: Projeto Network Digital (2018)

5.2. PROJETO ENCAMINHADO CELESC

Após todos os dados terem sidos coletados foi desenhado a rede no autoCad
inserindo todos os dados, como pontos de ancoragem das caixas, do cabo, das caixas de
emenda etc. (ANEXO 1)

Foi necessário também como uma das etapas do projeto para a Celesc elaborar
um formulário com as especificações técnicas do cabo, para a detentora saber a tração que
esse irá exercer em seus postes. (ANEXO 2)
13

Uma ART assinada pela empresa e pelo engenheiro responsável deve ser elabora
definindo a quantidade de metros de cabo passado e nome das ruas por onde o cabo irá
passar. (ANEXO 3)

5.3. PONTO A PONTO

O maior desafio para conexão com a internet no município de Palmeira ao atender


a demanda de banda exigida que é superior a 10Mbps (Megabites por segundo) é que a
cidade não possuía revendedores de link pelo munícipio e então seria necessário lançar
cerca de 6km de cabo entre o município de Otacílio Costa e Palmeira. Esses 6km
inviabilizaria o projeto pois o payback se estenderia.

FIGURA 4 - Trajeto ponto a ponto

Fonte: Google Earth (2018)

Foi então buscado para viabilizar novamente o investimento desse projeto uma
parceria entre uma operadora regional para SWAP (troca) de fibra com a Network Digital,
pois os mesmos já tinham um cabo que interliga as cidades de Lages e Rio do Sul para um
anel de sua rede no estado e passa por esse trajeto. No acordo de SWAP a Network então
14

detêm uma fibra do cabo AS120-24FO. Com esse acordo além de se tornar novamente
viável o projeto diminuiu o custo de implantação da rede já que a empresa não necessitará
implantar um POP (central) no município de Palmeira, pois conseguirá conectar os clientes
através de sua OLT (Optical Line Terminal) da central de Otacílio Costa. Pois a mesma usa
tecnologia GPON e tem capacidade de atender clientes a 20Km de distância com banda de
2,5Gbps divididos em 128 Clientes. Ou seja, além de atender a demanda por banda e
clientes pré-estabelecidos no estudo que eram 128, houve uma economia de R$24.890,00
referente ao orçamento anteriormente analisado no TC. Sem falar dos custos operacionais
como aluguel e energia elétrica para um novo POP.

Tabela 1 – Quantitativo Pré-Projeto Rede FTTH GPON


Item Qtde Descrição Unid. Preço Unitário Preço Total
1 Central Office
Rack 19"
1.1 1 CJ R$ 1.500,00 R$ 1.500,00
- Altura de 44Us
1.2 3 DIO 12 FO CJ R$ 450,00 R$ 1.350,00
OLT
- GPON 8 Portas (OLT encontrada
no mercado possui no mínimo 8
1.4 1 CJ R$ 22.000,00 R$ 22.000,00
portas)
- DEVE POSSUIR HOMOLOGAÇÃO
ANATEL
Cordão óptico
- SC/PC - SC/APC
1.5 2 UN R$ 20,00 R$ 40,00
- DEVE POSSUIR HOMOLOGAÇÃO
ANATEL

Sub-total Central Office R$ 24.890,00

Fonte: ESTUDO DE CASO DE REDES FTTH para um provedor de internet (ISP) (2017)

Enquanto esses tramites contratuais do swap estavam sendo concretizados o


projeto encaminhado para a Celesc Distribuição foi aprovado e a execução então poderia
ser iniciado.
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5.4. CÁLCULOS DE POTÊNCIA

Em redes FTTH existe um nível aceitável de sinal para a sincronização da ONU


com a OLT, na tecnologia GPON e nas especificações técnicas da OLT utilizada o sinal
deve ficar entre -16 a -26dBm de potência. Ao medir o sinal na porta de saída da OLT
através de um Power Meter foi de +4dBm.

Porém o sinal iria percorrer um trajeto de cerca de 7Km até chegar na caixa de
distribuição da rede. O sinal atenua em razão da distância, e lá no município de palmeira a
perca total foi de 1,6dB. Chegando ainda em um nível aceitável para a distribuição de
+2,4dBm.

Inicialmente o número pretendido de atendimento foi 128 clientes. Para atender


essa quantidade de clientes foi optado por uma divisão da rede balanceada onde o primeiro
Spliter tem razão de 1 para 16 ou seja a luz vinda de Otacílio Costa é dividia em 16 vezes.

FIGURA 5 - Diagrama distribuição Splitter 1:16

Fonte: Network Digital (2018)

Todo splitter possui uma tabela de percas normatizadas e o splitter 1:16 tem uma
perca teórica de 13,7dB.
16

+2,4dBm
-13,7dBm
-11,3dBm

O sinal que resta para atender as CTOs, caixas de atendimento é de -1,3dBm. Para
então totalizar 128 clientes as 16 CTOs terão mais um Splitter com razão 1:8 que possui
uma perca teórica de 10,5dB.

FIGURA 6 - Diagrama Splitters

Fonte: Network Digital (2018)

Após conclusão dos cálculos de potência pôde-se analisar que o sinal teórico que
chegará no cliente final será de -21,8dBm. Sinal que está dentro das especificações
técnicas de sensibilidade óptica da ONU. Também tivemos que analisar que a ONU envia
um sinal óptico de volta para a OLT pois a comunicação depende de Transmissão e
Recepção de ambos os lados também denominados de TX e RX. O sinal que a ONU envia
novamente para a OLT está entre +1,5dBm a +2,5dBm de potência. Então foi necessário
fazer o cálculo de volta do sinal.

+1,5 dBm
- 10,5dB
-13,7dB
17

-1,6dB
-24,3dBm

Totalizando o sinal positivo de 1,5dBm junto com as percas dos slitters mais a perca
de atenuação pela distância de 1,6dB o sinal óptico que chegará na OLT das ONUs dos
clientes será de -24,3dBm. Sinal que também está dentro das especificações técnicas da
OLT.

5.5. EXECUÇÃO

Seguindo todas as diretrizes de segurança os cabos foram lançados através de


uma empresa terceira. Os cabos foram ancorados nos postem seguindo a normatização da
Celesc Distribuição.

FIGURA 7 - Conjunto ancoragem

Fonte: Network Digital (2018)

Junto com o lançamento do cabo e as ancoragens foi deixado reservas técnicas


para que a nossa equipe fizesse as fusões e montagens de caixas de atendimento, caixas
de distribuição e emenda.

Para as reservas técnicas e organizações de cabos drops (cabos de atendimento


ao cliente) foram utilizadas reservas técnicas de ABS. A utilização da cruzeta em ABS para
reserva de cabos ópticos além de diminuir o custo não sofrem oxidação/ corrosão com as
mudanças climáticas por serem de plástico, possuem 10 anos de vida útil segundo
fabricante, e também faz com que a empresa desenvolva sua responsabilidade social com
o meio ambiente já que o mesmo é produzido de materiais reciclados.
18

FIGURA 8 - Ancoragem reserva e caixa

Fonte: Network Digital (2018)

As CTOs (caixa de terminação óptica) são as caixas de atendimento do cliente final.


Elas acomodam o cabo backbone (principal) que transpassa por todas as caixas e o splitter
de atendimento com razão de 1:8. Foram instaladas um total de 16 CTOs com totalizando
a possibilidade de atender 128 Clientes com fibra óptica.
19

FIGURA 9 - Caixa de Atendimento

Fonte: Network Digital (2018)

5.6. CERTIFICAÇÃO DA REDE

Após a rede estar completa e documentada foi então necessário fazer a certificação
para ter certeza que estava operacional e dentro das normativas de especificações técnicas
exigidas pelo fabricante da OLT e ONUs utilizadas na rede. Para a certificação da rede foi
utilizado um Power Meter na saída de cada caixa para ter certeza que o cálculo de sinal
bateu com a prática. O sinal calculado na documentação deveria ser de -21,8dBm após ter
passado por 7Km de distância e os splitters de distribuição e atendimento. Após a análise
de todas as caixas foi confirmado o que os cálculos já diziam e o Sinal fechou nessa média.
20

FIGURA 10 - Certificação caixa

Fonte: Network Digital (2018)

Também foi utilizado para uma certificação detalhada e mais precisa um OTDR. O
OTDR, reflectómetro óptico no domínio do tempo, é uma ferramenta de rede que serve para
analisar a transmissão da fibra óptica. Ele utiliza o princípio da dispersão de Rayleigh esse
princípio trata da dispersão de luz quando ocorre mudança no índice de refração. Quando
esta ocorre, a luz emitida pelo OTDR é refletida de volta para o equipamento e pelo
momento em que a reflexão é recebida, o OTDR calcula o valor da atenuação do cabo
óptico. (CIANET, 2018)

Através da análise feita pelo OTDR tivemos claramente os pontos onde foram
realizadas emendas e a atenuação por km, certificando e documentando a rede para futuros
e eventuais problemas por atenuação ou rompimento. (ANEXO 4)

5.7. ATIVAÇÃO DO CLIENTE FINAL

Após termos certeza que a rede estava operacional e longe de problemas, iniciou-
se então a ativação dos clientes finais. Os planos oferecidos estão entre 10Mbps a 50Mbps
e com capacidade para dobrar os planos futuramente pois a tecnologia oferece esse
suporte.
21

FIGURA 11 - Padrão de instalção

Fonte: Network Digital (2018)

6. CONCLUSÃO

Conclui-se que após um ano de estudo baseado na viabilidade técnica e econômica


para implementar uma rede eficiente, as redes PON, mais especificamente a rede FTTH é
a rede mais indicada para oferecer a demanda exigida pelos clientes finais. E após a
conclusão da rede com iniciativa privada sem investimentos ou programas do governo
pode-se de fato ter a certeza que municípios com a mesma característica podem ser
contemplados através de ISPs regionais por redes de fibra óptica com um custo
relativamente baixo, porém altamente rentável.

Através do projeto de execução da rede, tivemos dificuldades ao se tratar do ponto


a ponto entre os municípios, onde talvez inviabilizaria o projeto aumentando o custo de
implantação da rede. Mas que através de parcerias o custo acabou se tornando ainda
menor, pois tivemos uma economia de cerca de R$25.000,00 ao não ter que implantar um
POP no município de Palmeira, sem falar dos custos operacionais como energia elétrica,
aluguel e link.

Ficando claro que para um futuro promissor no país em geral parcerias devem ser
formadas por ISPs regionais para que se leve conexão de qualidade as mais diversas
22

localidades. No Brasil 18% das novas conexões com a internet são feitas através de redes
de fibra óptica e por provedores regionais. Isso demonstra que mais e mais provedores
regionais levam internet de qualidade interligando todo o país. Esse valor é relativamente
alto lembrando que no país há somente 4 empresas que operam em nível nacional.
23

7. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

CIANET. Redes GEPON: características, aplicações e o futuro da tecnologia.


2016. Disponível em: https://goo.gl/gVZHKp. Acesso em: 06 mai 2018.

GIL, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. - 6. ed. - São Paulo
: Atlas, 2008.

KEISER, Gerd. Comunicações Por Fibras Ópticas. Quarta Edição. Brasil. Editora
McGraw Hill Brasil, 2014.

LATAM Chapter. Latinoamérica a la velocidad de la luz! Edición 2015. 51p.

NATURE. Ultra-high-density spatial division multiplexing with a few-mode


multicore fibre. 2014. Disponível em: https://goo.gl/ZM1ser. Acesso em: 12 mai 2018.

PROJETO REDES. Redes Opticas Passivas. 2016. Disponível em:


https://goo.gl/ft41P3. Acesso em: 2 jun 2018.

TANENBAUM, Andrew S; “Computer Networks”, Quarta Edição. Brasil.


EDITORA CAMPUS, 2014.

TELECO. Rede GPON: Comparativo entre Tecnologias. 2016. Disponível em


http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialgpontec/pagina_5.asp. Acesso em: 08 jun 2018.

TELECO. Redes PON I: Arquitetura e Características. 2013. Disponível em


http://www.teleco.com.br/tutoriais/tutorialpontec1/pagina_2.asp. Acesso em: 08 jun 2018.
24

ANEXOS
25

ANEXO 1 – PROJETO EXECUTIVO ENLACE ÓPTICO GEORREFERENCIADO


26

ANEXO 2 – Formulário de Cadastramento de Cabos


27

ANEXO 3 – ART DE REDE DE COMUNICAÇÃO POR FIBRA ÓPTICA


28

ANEXO 4 – CERTIFICAÇÃO DA REDE OTA/PALMEIRA

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