Você está na página 1de 22

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Curso de Especialização em Automação Industrial

Cabeamento Estruturado

Mauro Lúcio Costa

Pedro Leopoldo

Maio / 2008
2

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................. 3

2. O QUE É O CABEAMENTO ESTRUTURADO?.............................................................4

3. NORMAS......................................................................................................................... 6

4. COMPOSIÇÃO DE UM SISTEMA DE CABEAMENTO ESTRUTURADO......................7

4.1. CABEAMENTO HORIZONTAL (HORIZONTAL CABLING):.........................................7

4.2. CABOS VERTICAIS (BACKBONE CABLING):...............................................................8

4.3. ÁREA DE TRABALHO (WORK ÁREA):...........................................................................8

4.4. ARMÁRIO DE TELECOMUNICAÇÃO:.............................................................................8

4.5. SALA DE EQUIPAMENTOS:.............................................................................................9

4.6. FACILIDADES DE ENTRADA (ENTRANCE FACILITIES):...........................................9

4.7. PAINÉIS DE DISTRIBUIÇÃO OU CROSS-CONNECT:.................................................9

5. RECOMENDAÇÕES SOBRE INSTALAÇOES.............................................................10

5.1. DISTÂNCIAS A SEREM RESPEITADAS.......................................................................10

5.2. TABELA DE CONDUÍTES................................................................................................10

5.3. INFRA - ESTRUTURA......................................................................................................11

6. MATERIAIS EMPREGADOS........................................................................................13

6.1. CABOS METÁLICOS:.......................................................................................................13

6.2. ACESSÓRIOS PARA CABEAMENTO METÁLICO......................................................14

6.3. FIBRAS ÓPTICAS E ACESSÓRIOS..............................................................................16

6.4. RACKS................................................................................................................................17

7. DOCUMENTAÇÃO........................................................................................................18

7.1. ESTRUTURA DA DOCUMENTAÇÃO............................................................................18

7.2. IDENTIFICAÇÃO DOS CABOS.......................................................................................18

7.3. ETIQUETAS DE IDENTIFICAÇÃO.................................................................................19

8. CONCLUSÃO................................................................................................................ 20

9. REFERÊNCIAS............................................................................................................. 21
3

1. INTRODUÇÃO

Edifícios, casas e prédios são construídos tendo em mente várias décadas de uso, senão
séculos, como demonstram igrejas, pontes e palácios na Europa. O projeto arquitetônico
pode ficar desatualizado e o uso da edificação pode mudar com o tempo (escolas
transformadas em bibliotecas, casas transformadas em escritórios), mas a edificação em si
deve resistir à passagem dos anos sem que precise ser reconstruída continuamente.

A estrutura elétrica, entretanto, nem sempre vislumbra estas várias décadas de uso,
especialmente a de comunicação. Isto quando a edificação não é antiga a ponto de possuir
apenas uma estrutura elétrica mínima, com basicamente pontos de iluminação. Mesmo que
o material usado na estrutura da instalação elétrica preveja vários anos de vida útil, o projeto
da instalação em si raramente prevê modificação de uso da edificação, adição de maior
número de equipamentos elétricos, ou mesmo adição de equipamentos elétricos que ainda
nem existem. O que se vê, então, comumente, são dificuldades em instalar novas linhas de
telefone em uma residência ou escritório, ou um aparelho de televisão em um recinto onde
não havia, um aparelho de fax, um ponto de conexão à Internet. Freqüentemente essas
operações necessitam de uma reforma para ampliação do cabeamento, passando por
quebra de paredes e pisos, pintura e troca de cabeamento já existente, gerando custo e
transtorno.

Por outro lado, vários sistemas de comunicação diferentes exigem vários sistemas de
cabeamento diferentes e dedicados. Fios telefônicos para voz, cabos coaxiais para tv, cabos
multivias para dados.

O cabeamento estruturado propõe-se a resolver esses contratempos, provendo padrões


para os cabos e conexões, de modo que, com a adição de equipamento adicional, possam
suportar todos ou praticamente todos os diferentes tipos de sistema de comunicação hoje
em uso, numa mesma instalação.
4

2. O QUE É O CABEAMENTO ESTRUTURADO?

É um sistema de cabeamento cuja infra-estrutura é flexível e suporta a utilização de diversos


tipos de aplicações tais como: dados, voz, imagem e controles prediais. Nos dias de hoje as
empresas estão levando em conta a utilização deste tipo de sistema pelas vantagens que o
mesmo apresenta em relação aos cabeamentos tradicionais, onde as aplicações são
atendidas por cabeamentos dedicados, (ex.: um para dados e outro para voz),
principalmente se as vantagens forem levadas em conta com o passar do tempo

Com o grande crescimento da demanda dos sistemas relacionados às aplicações


mencionadas acima, as empresas e as organizações de padronização passaram a
estabelecer padrões proprietários de cabeamento resultando numa ampla diversidade de
topologias, tipos de cabos, conectores, padrões de ligação, etc.

O conceito de Sistema de Cabeamento Estruturado surgiu como resposta a este avanço das
telecomunicações com o objetivo de criar uma padronização do cabeamento instalado
dentro de edifícios comerciais e residenciais independente das aplicações a serem utilizadas
no mesmo.

Para podermos compreender melhor o assunto vamos fazer uma analogia com um sistema
elétrico de um edifício ou residência, no qual o cabeamento instalado proporciona ao usuário
a possibilidade de utilizar diversos aparelhos tais como rádio, televisor, secador de cabelos,
entre outros; bastando para tanto que o cabo de alimentação destes equipamentos seja
"plugado" na tomada que se encontra na parede ou piso do local. Da mesma maneira o
Sistema de Cabeamento Estruturado proporciona ao usuário a utilização de um computador,
um telefone, uma câmera de vídeo, um alto falante, um sensor de temperatura, presença,
etc. de maneira simples e organizada.

Além de padronizar o cabeamento de forma a atender aos diversos padrões de redes locais,
telefonia e outras aplicações (independente do fabricante ou do tipo de equipamento) o
conceito de Sistema de Cabeamento Estruturado agrega outros benefícios importantes que
solucionam problemas tais como crescimento populacional (o dimensionamento dos pontos
de um Sistema de Cabeamento Estruturado é baseado na área em m² do local a ser
cabeado ao invés do número de usuários), alteração de layout dos usuários (em média 25%
dos funcionários sofrem mudanças dentro da empresa no prazo de um ano), evolução da
tecnologia rumo a aplicações com taxas de transmissão maiores, falhas nos cabos ou nas
conexões, entre outros.
5

É importante lembrarmos que o cabeamento possui a maior expectativa de vida numa rede
(em torno de 15 anos). Percebemos que um mesmo cabeamento irá suportar a troca de
alguns hardwares e vários softwares. Além disso, existem fabricantes do mercado que
proporcionam uma garantia aos seus produtos superior aos 15 anos. No caso em particular
da empresa Lucent Technologies é proporcionada uma Garantia Estendida de produtos e
aplicações de 20 anos para a solução Systimaxâ, desde que todos os produtos sejam
fabricados pela Lucent e os mesmos sejam instalados por canais autorizados de integração
(System Integrators - S.I.s e Systimaxâ Partners – S.P.s). Vale a pena lembrar que a Lucent
Technologies é a única empresa que possui um documento chamado "Performance
Specifications" onde estão descritas todas as aplicações de voz, dados, imagem e controles
prediais garantidas (ex.: Fast Ethernet, Gigabit Ethernet (1000 Mbps), ATM a 155 Mbps, 622
Mbps e 1200 Mbps, CFTV e CATV sobre o cabeamento UTP e controles prediais para
edifícios inteligentes) e em quais condições as mesmas são garantidas.

De acordo com pesquisas realizadas nos últimos anos os problemas de gerenciamento da


camada física contabilizam 50% dos problemas de rede e o Sistema de Cabeamento
Estruturado consiste apenas de 2 à 5% do investimento na rede.

Se levarmos em conta o investimento inicial realizado em um Sistema de Cabeamento


Estruturado e notarmos que o mesmo sobreviverá aos demais componentes da rede além
de requerer pouquíssimas atualizações com o passar do tempo, notamos que o mesmo
fornece um retorno do investimento (ROI) excepcional.

Em vista dos fatores apresentados anteriormente, percebemos que a escolha de um


Sistema de Cabeamento Estruturado é uma decisão muito importante, pois influenciará a
performance de toda a rede, assim como a confiabilidade da mesma.
6

3. NORMAS

No Brasil, a norma mais conhecida para cabeamento estruturado é a ANSI/TIA/EIA 568-A,


fruto do trabalho conjunto da TIA (Telecommunications Industry Association) e a EIA
(Electronics Industries Association). Esta norma prevê os conceitos apresentados
anteriormente e é complementada por outras normas. A Tabela 1 contém as normas
observadas na instalação de cabeamento estruturado. A Tabela 2 trás boletins, chamados
TSB’s (Telecommunications Systems Bulletins), que também são usados como diretrizes para os
projetos e instalação.

Norma Tema

ANSI/TIA/EIA 568-A Padrões de Cabeamento

ANSI/TIA/EIA 569-A Infra-estrutura

ANSI/TIA/EIA 570-A Cabeamento Residencial

ANSI/TIA/EIA 606 Administração

ANSI/TIA/EIA 607 Aterramento

Tabela 1: Normas para cabeamento estruturado.

TSB Tema

Testes em campo p/ cabeamento


TSB67
UTP

TSB72 Cabeamento ótico centralizado

TSB75 Cabeamento por zonas

Diretrizes de performance de
TSB95
transmissão de cabos UTP 4P Cat. 5

Tabela 2: Telecommunications Systems Bulletins.


7

4. COMPOSIÇÃO DE UM SISTEMA DE CABEAMENTO


ESTRUTURADO

Com o objetivo de melhorar o entendimento do conceito, a norma ANSI/TIA/EIA-568-A


dividiu a estrutura do sistema de cabeamento estruturado em seis elementos principais que,
em conjunto com a administração abordada na norma ANSI/TIA/EIA 606, formam os sete
elementos descritos a seguir:

Figura 1: Estrutura do Sistema de Cabeamento Estruturado

4.1. CABEAMENTO HORIZONTAL (HORIZONTAL CABLING):

É a parte do sistema de Cabeamento Estruturado que contém a maior quantidade de cabos


instalados. Estende-se da tomada de telecomunicação instalada na área de trabalho até o
armário de telecomunicação. É chamado de horizontal devido aos cabos correrem no piso,
suspensos ou não, em dutos ou canaletas.
8

4.2. CABOS VERTICAIS (BACKBONE CABLING):

Sua função básica é interligar todos os armários de telecomunicação instalados nos andares
de um edifício comercial (backbone cabling) ou vários edifícios comerciais (campus
backbone), onde também serão interligadas as facilidades de entrada (entrance facilities). A
topologia adotada para os cabos verticais é a Estrela. Para o dimensionamento dos cabos
verticais, devem ser considerados alguns fatores:
 Quantidade de área de trabalho;
 Quantidade de armários de telecomunicações instalados;
 Tipos de serviços disponíveis;
 Nível de desempenho desejado.

4.3. ÁREA DE TRABALHO (WORK ÁREA):

É o local onde o usuário começa a interagir com o sistema de cabeamento estruturado. É


neste local que estão situados seu equipamento de trabalho, que podem ser:
 Computador;
 Telefone;
 Sistema de impressão;
 Etc.

4.4. ARMÁRIO DE TELECOMUNICAÇÃO:

É uma sala destinada para instalação de hardwares de conexão, suas armações, racks e
outros equipamentos. Esta sala é protegida contra manuseio indevido por parte de pessoas
não autorizadas. Um armário de telecomunicações deve ser instalado de acordo com alguns
fatores:
 Quantidade de áreas de trabalho;
 Disponibilidade de espaço no andar;
 Instalação física.
9

4.5. SALA DE EQUIPAMENTOS:

É o espaço reservado dentro do edifício ou área atendida onde está instalado o distribuidor
principal de telecomunicações, que irá prover a interconexão entre os cabos do armário de
telecomunicações, backbone cabling ou campus backbone, com os equipamentos de rede,
servidores e os equipamentos de voz (PABX). Porém, algumas regras devem ser seguidas
quando da instalação da sala de equipamentos:
 Área maior ou igual a 14 m2;
 Instalar tomadas elétricas a cada 1,5m;
 Instalar iluminação com no mínimo 540 lux/m2;
 Deve ser instalado longe de infiltrações;
 Instalar fisicamente a 3m no mínimo de qualquer fonte de interferência
eletromagnética.

4.6. FACILIDADES DE ENTRADA (ENTRANCE FACILITIES):

As facilidades de entrada estão relacionadas com os serviços que estarão disponíveis para
o cliente, como:
 Dados;
 Voz;
 Sistema de segurança;
 Redes corporativas;
 Outros serviços.
4.7. PAINÉIS DE DISTRIBUIÇÃO OU CROSS-CONNECT:

Recebem, de um lado, o cabeamento primário vindo dos equipamentos, e de outro o


cabeamento horizontal, que conecta as tomadas individuais. A ativação de cada tomada é
feita no painel de distribuição, por intermédio dos patch-panels (painéis formados por
conjuntos gêmeos de portas, que recebem a conexão de um cabo por um lado,
conectam este cabo ao painel gêmeo por meio de um patch-cord, e que finalmente
recebe a conexão de outro cabo. Através da manobra com os patch-cords, as
conexões podem ser refeitas e realocadas com velocidade e simplicidade, ver figura
2).
10

Figura 2: Patch-panel. (a) hub; (b) patch-cord; (c) patch-panel; (d) cabo horizontal; (e) espelho de
tomada; (f) conector; (g) placa de rede.

5. RECOMENDAÇÕES SOBRE INSTALAÇOES

Na norma EIA/TIA 569 sobre cabeamento estruturado, existem recomendações sobre as


passagens dos cabos que devem ser respeitadas, para que os mesmos possam ser
certificados no teste final. A seguir algumas recomendações.

5.1. DISTÂNCIAS A SEREM RESPEITADAS.

 Distância de no mínimo 15 cm de linhas de até 2KVA.


 Distância de no mínimo 30 cm de linhas de alta tensão (Lâmpadas Fluorescentes).
 Distância de no mínimo 1m de transformadores e motores.
 Distância máxima entre caixas de passagem menor ou igual a 15m.
 Do teto até a tomada de rede o cabo deverá ser acondicionado em canaletas
sistema X ou similar (não deverá existir cabo aparente). Para o caso de não haver
conduítes internos.

5.2. TABELA DE CONDUÍTES.

Esta tabela apresenta o número de cabos que podem passar em uma tubulação em função
do diâmetro nominal. Cabe ressaltar que os cabos devem ser amarrados em espaços de
aproximadamente 3 a 5 m, introduzidos nas tubulações todos ao mesmo tempo, para evitar
tensionamento indevido em um determinado cabo e para melhor passagem nas curvas.
11

 
Conduíte Número de cabos
Diâmetro Interno O.D mm (pol.)
mm. pol. Trade 3.3 4.6 5.6 6.1 7.4 7.9 9.4 13.5 15.8 17.8
Size (.13) (.18) (.22) (.24) (.29) (.31) (.37) (.53) (.62) (.70)
15.8 0.62 1/2 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
20.9 0.82 3/4 6 5 4 3 2 2 1 0 0 0
26.6 1.05 1 8 8 7 6 3 3 2 1 0 0
35.1 1.38 1 1/4 16 14 12 10 6 4 3 1 1 1
40.9 1.61 1 1/2 20 18 16 15 7 6 4 2 1 1
52.5 2.07 2 30 26 22 20 14 12 7 4 3 2
62.7 2.47 2 1/2 45 40 36 30 17 14 12 6 3 3
77.9 3.07 3 70 60 50 40 20 20 17 7 6 6
90.1 3.55 3 1/2 - - - - - - 22 12 7 6
102.3 4.02 4 - - - - - - 30 14 12 7
 
Tabela 3: numero de cabos em conduítes.

O.D = Diâmetro externo – Típico = 5.6mm

 
Obs.: No dimensionamento da tubulação, deve-se considerar expansão de pontos de pelo
menos 30%.
 
5.3. INFRA - ESTRUTURA.

A infra-estrutura é toda a parte por onde irá passar o cabeamento, é constituída por:
 Tubulações internas e externas.
 Calhas de piso.
 Eletrocalhas.
 Canaletas.
 Obras Civis.

As tubulações internas são aquelas construídas internamente nos prédios. Para este tipo de
tubulação as recomendações da norma é que sejam construídas em eletroduto de PVC
12

rígido anti-chama e que possuam caixas de passagem a cada 15 metros, e que tenham no
máximo 2 curvas de 90o entre suas extremidades.

As caixas de passagem facilitam a passagem dos cabos pelos técnicos e estando a 15m
uma da outra garantem menor esforço nos cabos, conseqüentemente não se danificam os
mesmos.

As tubulações externas são construídas externamente aos prédios. Podem ser instaladas
percorrendo paredes, enterradas no chão, embutidas em paredes e em alguns casos
suspensa sustentada por cabo de aço. As recomendações são que sejam construídas em
tubos de ferro galvanizado do tipo pesado e que seja pintada, demais recomendações são
as mesmas citadas para as tubulações internas.

As calhas de piso geralmente são instaladas no momento da construção do prédio, pois são
embutidas na laje. Para estas calhas existem diversas soluções de mercado. O indicado é
que no dimensionamento procure-se por empresa especializada. Existem soluções, por
exemplo, de calhas com divisões para cabos elétricos correrem na mesma calha que os
cabos de dados e de voz.

As eletrocalhas também conhecidas como leito para cabos possuem a mesma função das
tubulações, ou seja, correr cabos. Estas são instaladas com fixação no teto através de
tirantes fixados com sistema de tiro ou parafuso. A instalação destes dispositivos tem custo
bem convidativo e facilitam bastante no momento da instalação dos cabos, pois são abertas.
O único inconveniente é que se deve ter uma solução para que elas não fiquem aparentes,
teto com forro por exemplo.

As canaletas são construídas geralmente em PVC ou alumínio e utilizadas com o intuito


também de correr os cabos, porém são utilizadas mais próximas do usuário. Ao construir-se
tubulações ou sistemas de leito, o cabo deve sair destes sistemas e chegar até a tomada de
rede, para isto necessitamos de um melhor acabamento, então se utiliza canaletas. São
geralmente fixadas em paredes ou divisórias.
13

Figura 3 – Canaletas de superfície Panduit PAN WAY

6. MATERIAIS EMPREGADOS

6.1. CABOS METÁLICOS:

 Cabos coaxiais: Apesar de não serem recomendados pelas normas Americanas e


ABNT, ainda são encontrados em redes ultrapassadas. O cabo coaxial mais comum
em LANs possui um fio central para transmissão de sinais e uma blindagem que
envolve este fio sem tocá-lo. A blindagem serve de referência para o sinal e atua
também na proteção deste contra interferências eletromagnéticas (Figura 4).

Figura 4: Cabo coaxial

 Cabo par trançado não blindado (UTP – unshilded twisted pair): São compostos
de pares de fios trançados não blindados de 100 Ohms (Figura 5). Em geral, podem
ter 4, 25 ou 50 pares, de acordo com a sua aplicação. Por não serem protegidos
contra intempéries não podem ser empregados em redes externas.
14

Figura 5: Cabo UTP

 Cabo par trançado blindado (STP – shilded twisted pair): Os cabos STP (Figura 6)
são compostos por fios em pares trançados (150 Ohms) blindados, isto é, revestidos
por uma capa um malha metálica que os protege contra interferências
eletromagnéticas externas. O emprego de cabos blindados exige que todos os demais
acessórios (conectores, tomadas, etc) sejam também blindados, garantindo a efetiva
proteção dos sinais contra interferências e ruídos externos. Também não podem ser
empregados em redes externas pelo mesmo motivo do cabo UTP.

Figura 6: Cabo STP

6.2. ACESSÓRIOS PARA CABEAMENTO METÁLICO

 Conectores: Os cabos coaxiais (já em desuso) empregam como terminação mecânica


principalmente os conectores BNC (Figura 7). Os cabos par trançado empregam os
conectores modulares de 8 vias (RJ-45), ilustrados na Figura 8.

Figura 7: conector BNC Figura 8: conector RJ45

 Tomadas (outlets): Comercialmente conhecidas como tomadas RJ-45, são


empregadas na terminação de cabos par trançado, podendo ser blindadas ou não,
conforme mostrado na Figura 9. Os pares UTP são conectados nas tomadas através
15

de contatos do tipo IDC (Insulation Displacement Connection), que dispensam o


trabalho de descascá-los.

Figura 9: Tomadas RJ-45

 Painéis de conexão (patch panels): Os painéis de conexão são empregados para


terminação dos cabos em pontos de concentração do cabeamento. São construídos
no padrão 19’’ de largura para permitir a instalação em racks de comunicação de
dados. A Figura 10 ilustra um patch panel de 96 portas. Comercialmente encontram-se
painéis com 12, 16, 24, 32, 48, 64 ou 96 portas.

Figura 10: Painéis de conexão

 Blocos de conexão: Permitem a conexão dos blocos primários (backbone) com os


cabos secundários (cabeamento horizontal) e podem ser empregados na
concentração, consolidação ou transição de cabos. Empregam o sistema IDC para
conectorização de cabos. São utilizados com cabos telefônicos (cabos CI) ou cabos
par trançado e apresentam maior economia se comparados com o uso do patch panel.
A figura 11 ilustra um bloco de conexão.
16

Figura 11: Bloco de conexão

 Cordões de conexão (patch cords): São cabos par trançado conectorizados em


ambas as extremidades (conectores RJ-45) Figura 12. São usados para fazer
conexões entre: os painéis de conexão e os equipamentos ativos dentro do rack;
tomadas nas áreas de trabalho e os computadores; blocos de conexão entre as redes
primárias e secundárias.

Figura 12: Cordão de conexão

6.3. FIBRAS ÓPTICAS E ACESSÓRIOS

 Fibras Ópticas: são condutores de sinais de luz que podem ser emitidos por um diodo
laser ou um diodo emissor de luz. As fibras ópticas são imunes a interferências
eletromagnéticas. Além disso, possuem maior largura de banda e permitem
implantação de links mais extensos que os cabos de cobre.

As fibras mais empregadas em LANs são as multimodo e as monomodo. As fibras


multimodo (MM) possuem um maior diâmetro do núcleo, o que faz com que existam
nele muitos modos de propagação da luz (Figura 13), causando atrasos nesta
propagação e perdas por dispersão. O sinal luminoso nas fibras monomodo (SM),
devido o seu reduzido diâmetro do núcleo, possui apenas um único modo de
propagação (Figura 14), garantindo maior eficiência nas transmissões e permitindo um
alcance maior.

Figura 13: Fibra monomodo Figura 14: Fibra multimodo


17

 Conectores ópticos: Conforme a Figura 15 tem-se no mercado os conectores


cilíndricos (ST) e os conectores retangulares (SC).

Figura 15: Conectores ópticos SC e ST

 Terminadores ópticos (TO) e Distribuidores Ópticos (DIO): As fusões das


extensões ópticas com as fibras dos cabos ópticos devem ser acomodadas e
protegidas em TO’s ou DIO’s. Estas peças possuem também espaço para
acomodação de uma reserva de fibras para a necessidade eventual de realização de
novas fusões.

Figura 16: Distribuidor Óptico

 Caixas de emenda óptica: são utilizadas para alojamento e proteção de emendas


ópticas.

6.4. RACKS

A especificação de racks para telecomunicações deve explicar claramente se ele é


aberto ou fechado, sua largura, profundidade e altura. Podem ser empregadas
também réguas de tomadas universais guias de cabos e bandejas, de acordo com a
aplicação do rack.

 Rack fechado: O rack fechado padrão 19’’ é utilizado para o acondicionamento de


equipamento de equipamentos e acessórios que necessitem ficar protegidos.
18

 Rack aberto: para acomodação de equipamentos e acessórios padrão 19’’.

 Bracket articulado (wall rack): acessório aberto de fixação em parede para


acondicionamento de acessórios e equipamentos padrão 19’’, com articulação em uma
das laterais para facilitar a instalação e/ou manutenção.

 Guia de cabos: acessório padrão 19’’ utilizado para organizar cabos em racks e
gabinetes, especialmente em instalações de maior porte e facilitando a operação e
manutenção.

7. DOCUMENTAÇÃO

Todas as recomendações feitas até aqui são importantes para a especificação e instalação
de redes. Porém, uma rede bem documentada proporciona um melhor controle sobre os
pontos de rede. Conforme recomendado pela norma EIA/TIA 606.

7.1. ESTRUTURA DA DOCUMENTAÇÃO.

A documentação sobre o cabeamento de rede deverá conter:

1. Tabela de identificação dos pontos.


2. Relatório de testes e relatório de certificação para categoria 5.

3. Relação de material utilizado, como modelo, marca, part number, etc.

4. Planta com plotagem dos pontos.

5. Diagrama de tubulações.

7.2. IDENTIFICAÇÃO DOS CABOS.

A norma EIA/TIA-606 ébaseada em três conceitos de administração de cabos:


19

 Identificadores Únicos
 Registros

 Ligações

Cada componente da infra-estrutura de telecomunicações atribui uma única etiqueta


vinculando o componente ao seu registro correspondente.

Registros contêm informações ou relatórios sobre um componente específico. Todos os


registros contêm as informações exigidas, as ligações exigidas, informações adicionais e
outras ligações.

Ligações são consideradas conexões "lógicas" entre identificadores e registros bem como
vínculos entre um registro e outro.

A codificação por cores dos campos de terminação pode simplificar a administração do


sistema de cabeamento de telecomunicações. A codificação por cores é baseada nos dois
níveis hierárquicos da configuração estrela do cabeamento do backbone.

O primeiro nível inclui o cabeamento da conexão cruzada principal ao armário de


telecomunicações (TC) no mesmo edifício ou de uma conexão cruzada intermediária a um
edifício remoto, como em um ambiente de campus.

O segundo nível inclui o cabeamento entre dois TCs em um edifício contendo a conexão
cruzada principal ou entre uma conexão cruzada intermediária e um TC em um edifício
remoto.

Todos os componentes do sistema de cabeamento precisam ser identificados e etiquetados.


Há uma quantia mínima de informações a serem coletadas e registradas por cada
componente com as informações exigidas e ligações a outros registros.

7.3. ETIQUETAS DE IDENTIFICAÇÃO.

Usadas para identificação dos cabos e rotas de cabos. 

Devem ser auto-adesivas para os cabos e do tipo de fixação para os feixes de cabos e/ou
rotas.

Nelas devem conter todas as informações relativas ao cabo, como explicado anteriormente.
20
21

8. CONCLUSÃO

A demanda por serviços de comunicação, tais como voz, imagem, dados e controles
prediais tem apresentado um crescimento constante. Esta demanda é verdadeira tanto em
empresas como em residências, com a instalação de mais de uma linha telefônica, ou a
instalação de telefones em vários cômodos e pontos de interligação de computadores (rede
de computadores) em vários cômodos e entre residências num mesmo condomínio, etc.

Para as empresas, a comunicação é vital para a operação dos negócios, seja voz ou dados.
Os novos prédios comerciais têm freqüentemente adotado métodos de controle predial
(edifícios inteligentes), como forma de aperfeiçoar e melhorar a segurança e uso racional de
eletricidade, bem como o conforto.

Assim sendo, o sistema de cabeamento estruturado surge como opção óbvia para o projeto
de edificações, em lugar do cabeamento convencional, onde cada sistema ou tecnologia
exige seu cabeamento próprio. Podem-se citar alguns benefícios proporcionados pela
utilização de cabeamento estruturado, em lugar de cabeamento convencional:

Flexibilidade: permite mudanças de layout e aplicações, sem necessidade de mudar o


cabeamento.

Facilidade de Administração: as mudanças de aplicações, manutenção e expansão são


feitas por simples trocas de patch-cords ou instalação de poucos equipamentos adicionais.

Vida Útil: o cabeamento tipicamente possui a maior expectativa de vida numa rede, em torno
de 15 anos. O cabeamento estruturado permite a maximização dessa vida útil, utilizando-se
do mesmo cabo para transportar várias tecnologias de comunicação ao mesmo tempo, e
também prevê a implementação de tecnologias futuras, diferentes das utilizadas no período
da instalação.

Controle de Falhas: Falhas em determinados ramos do cabeamento não afetam o restante


da instalação.

Custo e Retorno sobre Investimento (ROI – Return of Investment): O Sistema de


Cabeamento Estruturado consiste em cerca de 2 a 5% do investimento na confecção de
uma rede. Levando em conta a vida útil do sistema, este certamente sobreviverá aos demais
componentes dos serviços providos, além de requerer poucas atualizações com o passar do
tempo. Ou seja, é um investimento de prazo de vida muito longo, o que o torna vantajoso.
22

REFERÊNCIAS

DCWARE CABEAMENTO ESTRUTUTADO CABLING, disponível em:


http://djmeucci.sites.uol.com.br/docssite/menucabeamento.htm, acessado em 03/05/2008.

MARCOS, PORTNOI - CABEAMENTO ESTRUTURADO EM RESIDÊNCIAS E


ESCRITÓRIOS - Artigo elaborado para a disciplina de Projetos Elétricos em Edificações no
curso de Engenharia Elétrica pela UNIFACS – Universidade Salvador – 12/05/2002.

ANSI/TIA/EIA-568-A. Commercial Building Telecommunications Standard. Disponível


em: http://www.policom.com.br. Acessado em 03/05/2008.

ANSI/TIA/EIA-606. Administration Standard for the Telecommunications Infrastructure


of Commercial Buildings. Disponível em: http://www.policom.com.br. Acessado em
03/05/2008.

ALVARO, ANDRÉ – Cabeamento Estruturado – Disponível em:


http://www.abusar.org/cab_estrut.htm. Acessado em 03/05/2008.

Você também pode gostar