Você está na página 1de 48

ÍNDICE GERAL

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 1
1.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ........................................................................ 2
1.2. OBJECTIVOS .................................................................................................... 3
1.2.1. OBJECTIVO GERAL: ................................................................................. 3
1.2.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS: ................................................................... 3
1.2.3. JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 3
1.3. METODOLOGIA ................................................................................................ 4
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................................. 5
2.1. REDES DE ACESSO – ÓPTICA........................................................................ 5
2.2. INTRODUÇÃO AS REDES PON ....................................................................... 7
2.2.1. Topologias para Redes Ópticas Passivas .................................................. 9
2.2.2. Topologia em Anel ...................................................................................... 10
2.2.3. Topologia em Barramento ......................................................................... 10
2.2.4. Topologia em Árvore .................................................................................. 11
2.3. Características das Redes Pon ..................................................................... 11
2.3.1. OLT – Terminal de Linha Óptico ................................................................ 12
2.3.2. Divisores Ópticos Passivos – Splitter ....................................................... 12
2.3.3. ONU – Unidade de Rede Óptica ................................................................. 14
2.3.4. ODN – Rede de Distribuição Óptica .......................................................... 14
2.4. GPON – GIGABIT PASSIVE OPTICAL NETWORK ........................................ 15
2.4.1. Comparação entre as Tecnologias usada nas redes PON ...................... 16
2.4.2. Normas das redes GPON ........................................................................... 17
2.4.3. Planejamento e Dimensionamento de redes GPON ................................. 19
3. ESTUDO DE CASO - GPON (FTTH) COMO SOLUÇÃO PARA URBANIZAÇÃO
BOA VIDA – CAMAMA VIA EXPRESSA ................................................................... 21
3.1. ÁREA DE ATENDIMENTO .............................................................................. 21
3.2. ESTRATÉGIAS DE PLANEJAMENTO............................................................ 23
3.2.1. PORTFÓLIO GPON ..................................................................................... 23
3.2.2. Somente Voz ............................................................................................... 23
3.2.3. Voz e Dados ................................................................................................ 24
3.2.4. Voz, dados e vídeo (VoD e IPtv) ................................................................. 25
4. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO ..................................................................... 26
4.1. TOPOLOGIAS ................................................................................................. 26
4.2. CABOS DE FIBRA ÓTICA .............................................................................. 27
4.3. CONCEITOS SOBRE DIVISORES ÓTICOS PASSÍVEIS ................................ 29
4.3.1. Cordão e Extensão Óptica ......................................................................... 32
4.3.2. NIVEIS DE SPLITTAGEM ............................................................................ 33
4.4. EQUIPAMENTOS DA OLT E ONU .................................................................. 36
4.5. VLANS PARA SERVIÇOS TRIPLE-PLAY ...................................................... 37
4.6. ADMINISTRAÇÃO DE LARGURA DE BANDA ............................................... 39
4.7. ORÇAMENTO ÓTICO ..................................................................................... 41
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 47

0
1. INTRODUÇÃO

Dentre as várias tecnologias utilizadas, a utilização de fibra óptica tem se


destacado como a melhor forma de suprir as crescentes demandas.

A utilização em grande escala de PON, principalmente no Japão e nos


EUA, fomentou a adoção da tecnologia na Europa e em países em
desenvolvimento, notavelmente nos países pertencentes ao BRIC (Brasil,
Rússia, Índia e China).

A utilização de fibras ópticas para soluções de acesso são comumente


referenciadas como FTTx, onde “x” pode ser H (home – casa), B (building –
prédio), N (node – nó) ou C (cabinet – armário), notadamente o ponto terminal
da fibra, onde fica localizada a ONT ou ONU.

Para os moradores da Urbanização Boa Vida será uma grande valia a


implementação de uma rede de acesso GPON – FTTH em seus lotes, pois as
redes GPON são uma das alternativas de rede com qualidade de serviço (QoS)
para acesso à banda larga, IPTV (TV via protocolo de internet), VoIP (Voice over
Internet Protocol), transporte de redes existentes das operadoras e serviços
agregados a telecomunicações.

1
1.1. DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

A tecnologia de rede de acesso presente na Urbanização Boa Vida –


Camama Via Expressa, é a Digital Subscriber Line - xDSL e a de modem a cabo
cable modem – CM. Entretanto, essas tecnologias estão se tornando incapazes
de dar suporte ao crescimento exponencial do tráfego e à demanda de serviços
de banda larga como voz sobre IP (voice over IP - VoIP), vídeo sob demanda
(video on demand - VoD), jogos interativos e videoconferências.

Outra grande desvantagem dessas tecnologias é a limitação de distância


para altas taxas de transmissão, acarretando restrições ao acesso.
Consequentemente, as redes de acesso apresentam um gargalo na última milha
de transmissão (ARMSTRONG,2009).

2
1.2. OBJECTIVOS

1.2.1. OBJECTIVO GERAL:

O presente trabalho tem como objetivo implementação de uma rede de


acesso usando a tecnologia GPON (FTTH) na Urbanização Boa Vida – Camama
Via Expressa.

1.2.2. OBJECTIVOS ESPECÍFICOS:

 Apresentar as características e definições das redes óticas passivas


(PON);
 Caracterizar os diversos componentes e equipamentos envolvidos no
sistema de rede PON;
 Apresentar as características e definições das redes de fibra até o cliente
(FTTX);
 Realizar levantamento de maneiras a ter número exato de residências;
 Exemplificar a implementação de uma rede de acesso usando a
tecnologia GPON (FTTH);

1.2.3. JUSTIFICATIVA

É justificável a implementação de uma rede de acesso GPON – FTTH, pois


as redes GPON são uma das alternativas para acesso à banda larga, IPTV (TV
via protocolo de internet), VoIP (Voice over Internet Protocol), transporte de
redes existentes das operadoras e serviços agregados a telecomunicações.

Este modelo de rede tem como objetivo transportar informação através de


uma rede totalmente ótica, ou seja, sem utilização de redes metálicas, micro
ondas e equipamentos eletrônicos para regeneração de sinal (SANCHEZ, 2004).

3
1.3. METODOLOGIA

O trabalho de pesquisa compreende um estudo de caso, que será


desenvolvido para o atendimento de uma Urbanização residencial que irá utilizar
os serviços de uma operadora de telecomunicações no formato Triple Play (Voz,
Dados e Vídeo). Tal serviço visa o crescimento da base de clientes e a oferta de
serviços de próxima geração, através de uma única fibra ótica por meio da
multiplexação da informação. O projeto será desenvolvido a partir da central até
a residência do cliente.

O método utilizado para alcançar os resultados pode ser resumido em duas


partes. A primeira será o levantamento bibliográfico para fundamentação teórica
e conhecimento das tecnologias abordadas, onde serão estudados os modelos
de redes de fibra ótica até o cliente (FTTx), os quais apresentarão diferentes
formas de fornecimento desta tecnologia.

Na segunda etapa será realizado um estudo de caso, identificando a


estrutura atual, incluindo a implantação e disponibilização dos serviços e
tecnologia aplicada, proporcionando conhecimento do processo e limitações
existentes, assim como informando tecnologias que poderão ser implementadas
e agregadas ao condomínio proporcionalizando um melhor aproveitamento do
serviço implantado.

4
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. REDES DE ACESSO – ÓPTICA

As redes de acesso envolvem os elementos tecnológicos que suportam os


enlaces de telecomunicações entre os usuários finais e o último nó da rede. Seus
principais componentes são: os meios de comunicação (par trançado, cabo
coaxial, fibra óptica, canal radioelétrico) e os elementos que realizam a
adequação do sinal aos mesmos.

Muitos meios de transmissão diferentes podem ser usados em uma rede


de acesso, incluindo fios trançados de cobre, cabo coaxial, fibras ópticas e links
de rádio. As redes de distribuição ópticas que não exigem quaisquer
componentes óptico-eletrônico ativos na região de acesso oferecem uma série
de vantagens de funcionamento sobre os outros meios (altas taxas, maior
alcance, baixa atenuação etc.).

Em termos de arquitectura a rede de acesso óptica pode ser:

 Ponto-a-ponto (P2P):

Um porto OLT (conversão O/E+E/O) na central local por cada cliente.

 Ponto-Multiponto (P2MP):

Um porto OLT na central por cada N clientes, com N tipicamente entre 8 e 64.

Figura 1: Arquitecturas de Rede (P2P – P2MP)

5
Ponto a ponto:

 Duas fibras (Ex: IEEE 802.3z 1000BASE-LX)

Uma fibra por cada direção de transmissão (10 km @ 1 Gbps)

 Uma fibra (IEEE 802.3ah, 1000BASE-BX10-D e BX10-U)

Figura 2: Fonte: Cisco SFP Optics for Gigabit Ethernet Applications

Ponto - Multiponto

 Estrela Activa (Ethernet Activa)

O ponto de derivação é um nó activo, normalmente um switch Ethernet, que é


usado para agregar tráfego proveniente de diferentes ONUs/ONTs: Ethernet
comutada+ ponto-a-ponto.

 Estrela Passiva (PON)

O ponto de derivação é passivo, ou seja é constituído por um


splitter/combinador óptico passivo: Passive Optical Network (PON).

Uma grande vantagem também da redes ópticas é ser transparente aos


serviços. O utilizador pode enviar informação digital a qualquer débito (dentro de
certos limites), usando qualquer formato, ou qualquer tipo de protocolo. Pode
também transmitir informação analógica.

Associada à transparência está o conceito de rede totalmente óptica. Nesta


rede a informação é transmitida da fonte para o destino num formato óptico, sem
qualquer conversão O/E, ou E/O dentro da rede. Estas redes designam-se por
totalmente transparentes.

Estas rede totalmente transparentes não usam regeneração e por isso


comportam-se como rede analógicas onde os factores degradadores (ruído,
distorção, interferência, etc.) são acumulados, o que limita a sua extensão.

6
2.2. INTRODUÇÃO AS REDES PON

A transmissão via fibra óptica oferece virtualmente largura de banda


ilimitada, e é amplamente considerada como a solução fundamental para
fornecer acesso de banda larga à última milha, onde se encontra principalmente
o ponto de gargalo provocado pelo envio de serviços de alta velocidade, ainda
que novas tecnologias como as xDSL, conseguiram aumentar a largura de banda
disponível na infraestrutura de cobre existente.

As topologias que estendem a fibra óptica através da arquitetura de acesso


de última milha são: FTTH: Fibra até a casa (Fiber To The Home), FTTB: Fibra
até o prédio (Fiber To The Building), FTT Cab: Fibra até o gabinete (Fiber To The
Cabinet), e FTTC: Fibra até a calçada (Fiber To The CURB). Todas essas
topologias oferecem um mecanismo que habilita suficiente largura de banda para
o envio de novos serviços e aplicações. APON–Passive Optical network) pode
incluir-se em todas estas arquiteturas e é a base para as instalações de redes
FTT-x.

Figura 3: Representação de uma rede PON

7
Uma rede óptica passiva (PON) usa a arquitetura ponto-multiponto, em que
divisores ópticos, também chamados de splitters são usados para permitir que
uma única fibra óptica possa servir múltiplos locais, tipicamente 4, 8, 16 - 128.

Figura 4: Splitter ponto-multiponto de 1/4

A rede PON simplificada consiste de um terminal de linha óptica (OLT), no


escritório central do provedor de serviço e um número de unidades de rede óptica
(ONUs), perto de usuários finais.

Figura 5: Rede PON simplificada

Essa estrutura de rede, em comparação com arquitetura ponto-a-ponto


reduz a quantidade de equipamentos na rede.

As redes PON são caracterizadas por possuir elementos ativos apenas na


central telefônica e no usuário. Ou seja, toda a rede externa, desde a central até
o usuário final é totalmente passiva.

8
2.2.1. Topologias para Redes Ópticas Passivas

Uma distribuição otimizada de divisores de potência tem início com a


escolha da topologia a ser empregada. Essa topologia indicará o comprimento
(em quilômetros) e a metragem de cabos que farão a ligação entre a OLT e cada
uma das ONUs. Posteriormente, devemos definir as quantidades e os tipos de
divisores a serem utilizados.

Uma limitação muito grande é o alcance físico e lógico das redes ópticas.
No caso da primeira, o alcance depende fortemente da topologia e distribuição
dos elementos ópticos. Os divisores ópticos podem ainda introduzir uma
atenuação adicional nos comprimentos de ondas utilizados, além da redução de
potência devida à divisão da mesma por elevado número de ONUs ligadas a
cada OLT.

Além disso, a baixa sensibilidade dos receptores também limita o


comprimento dos enlaces.

Figura 6: Topologia básica para redes ópticas

Para a escolha da topologia que tenha maior margem de potência e menor


custo, devemos garantir a acessibilidade e uma mínima margem de potência
positiva para cada uma das ONUs.

9
2.2.2. Topologia em Anel

Na topologia em anel, a OLT interconecta as ONUs, através de um link


óptico, que cria uma segmentação de redes ONUs, na forma de barramento, até
a OLT novamente, dando a ideia de um anel óptico, onde as ONUs funcionam
como um divisor ótico ativo.

Figura 7: Topologia em Anel

A topologia em Anel torna os links ópticos entre as ONUs um caminho com


propriedades de redundância, podendo enviar e receber sinais nos dois sentidos.
No entanto, se não tiver nenhum mecanismo de segurança e o link for cortado,
todo tráfego downstream será prejudicado.

2.2.3. Topologia em Barramento

Na topologia em barramento as interconexões em fibra óptica entre a OLT


e as ONUs utilizam vários divisores ópticos de potência (splitters) com a razão
de divisão de 1:2, sendo uma conexão com a ONU e a outra como canal até o
próximo splitter, existindo várias outras ONUs entre a OLT e última ONU. Ao
contrário da topologia em árvore é mais utilizada nas redes de acesso ṔON.

Figura 8: Topologia em Barramento

10
2.2.4. Topologia em Árvore

Na topologia em árvore, um único segmento com origem no OLT


interconecta diversas ONUs, onde são utilizados divisores ópticos de potência
passiva (splitters), para ligação com fibra desde a origem OLT até o usuário final
na ONU.

Figura 9: Topologia em Árvore

A topologia de uma rede PON baseada em árvore, forma um esquema


ponto a multiponto, onde se liga a OLT (Optical Line Termination), que fica na
Central Local ou CO (Center Office), com os terminais ONUs (Optical Network
Units).

São aplicadas duas diferenciações, pela IEEE ONT (Optical Network


Termination) e pela ITU-T o ODN (Optical Distribuition Network).

2.3. Características das Redes Pon

Redes PON (Passive Optical Network) são redes com topologias ponto-
multi-ponto, empregadas em arquitetura de redes, consideradas última milha
(last mile). Consiste em um canal de linha óptica entre o prestador de serviços e
as inúmeras unidades de redes óticas. A rede PON é uma forma de levar a fibra
o mais próximo possível do usuário final (FRANCISCO CARLOS DE LIMA
PEREIRA - 2003).

11
Figura 10: Estrutura Básica das redes PON

2.3.1. OLT – Terminal de Linha Óptico

A OLT, localizado na central da operadora de serviços (CO-Center Office),


conecta à rede de acesso. O Sinal óptico é transmitido pela OLT e distribuído
para diversos usuários através dos divisores ópticos passivos (splitters), que são
responsáveis pela divisão com combinação do sinal óptico no sentido
downstream e upstream. Os principais serviços prestados por uma OLT é o
fornecimento de VoIP, HDTV e Internet. A distância de transmissão de uma OLT
pode chegar a 20 km através do ODN (Optical Distribution Network).

2.3.2. Divisores Ópticos Passivos – Splitter

Os divisores ópticos possuem três ou mais portas, posicionado entre a


ligação da OLT com as diversas ONUs ao longo da rede PON. A conectividade
ponto-multi-ponto entre OLT e as múltiplas ONUs é obtida através de um ou mais
dispositivos passivos de ramificações no caminho da fibra. Nas redes PONs, os
valores dos divisores ópticos são na razão de uma porta de entrada para X porta
de saída, onde X=2, 4, 8, 16, 32, 64, 128.

Figura 11: Divisor Óptico Passivo

12
Para os divisores ópticos normalmente, o número de saídas é dado por:
NS=2N. Para N=1,2,4,8,16,32,64,128, a potência óptica é dividida igualmente
entre as saídas, sofrendo assim, perdas na divisão de acordo com a razão
utilizada. Como regra geral, a potência óptica em cada saída é reduzida em
relação à entrada por um fator de N x 3,5 dB sendo verificado por: 10Log(N)
(FRANCISCO CARLOS DE LIMA PEREIRA 2003).

O Splitter é um divisor óptico bidirecional, onde o sinal óptico é atenuado


pela mesma quantidade de perdas para ambos os sentidos. No entanto, o splitter
é o componente que oferece menos perdas e atenuação. Por exemplo, uma taxa
de divisão óptica na escala de 1:32 pode variar entre 15dB e 18dB.

A arquitetura da divisão óptica depende da localização geográfica dos


clientes na planta externa. Do ponto de vista de gestão, o custo no
gerenciamento de múltiplos divisores, é maior que a utilização de um único
divisor óptico. A figura abaixo, tem as representações por divisão de potência.
Sendo (a) a representação da divisão em um único estágio, e (b) a representação
em cascata, alcançando assim uma relação maior na utilização da divisão óptica.
No entanto, para cada subdivisão há uma perda de potência, prejudicando o
alcance entre a OLT e as ONUs. Em (c), temos a representação mais extrema
de utilização dos divisores de potência, onde as ONUs estão conectadas ao
longo do caminho na razão 1:2.

Figura 12: Distribuição óptica com divisores de potência

13
Nas redes PON, quando a taxa de divisão óptica é maior, o custo existente
na planta para a OLT será subdivida entre todas as ONUs. No caso de utilização
de altas taxas de divisão, há uma necessidade de transmissores com maior
potência e receptores de alta sensibilidade. Alguns estudos apontam que a
relação ideal de divisão é algo entorno de 1:40, essa relação da divisão óptica
está diretamente ligada na largura de banda de cada ONU. Quanto maior a taxa
de divisão menor será a largura de banda dedicada a cada cliente ou ONUs.
Atualmente a potência de transmissão está ligada diretamente à limitação
das tecnologias de laser utilizadas e aos requisitos de segurança normatizados
pelas autoridades de regulação.

2.3.3. ONU – Unidade de Rede Óptica

A ONU está diretamente localizada próximo do usuário final. Concentra


buffers [4] de todo tráfego até que a OLT possa receber os pacotes de dados.
As ONUs recebem apenas as mensagens destinadas a elas, ignorando as
demais. Além do mais, as ONUs fazem a conversão dos sinais ópticos em
elétricos para os demais dispositivos, como telefones, computadores, TVs e
outros equipamentos de aplicação do usuário final.

2.3.4. ODN – Rede de Distribuição Óptica

A ODN constitui o meio de transmissão óptica entra a OLT e a conexão


com as diversas ONUs e apresenta algumas características que devem ser
consideradas: utilização de fibra óptica monomodo, conectores de fibra óptica,
componentes passivos de ramificação, atenuadores ópticos passivos e
emendas. Todos estes elementos são associados a perdas no caminho. A tabela
1 apresenta os valores correspondentes às perdas associadas à ODN de acordo
com o comprimento de onda utilizado.

Tabela 1: Estimativa de perdas no ODN

14
2.4. GPON – GIGABIT PASSIVE OPTICAL NETWORK

Em termos de tecnologias, as redes ópticas vêm sofrendo uma evolução o


que tem proporcionado o surgimento de redes com maiores taxas e com maior
número de usuários. GPON e EPON são as versões mais populares de redes
ópticas passivas. Essas redes de fibra óptica são utilizadas para acesso à
Internet, voz sobre protocolo de Internet (VoIP), telefonia fixa e entrega de TV
digital em áreas metropolitanas.

A GPON representa a evolução da APON não sendo dependente direto da


tecnologia ATM, pois insere um novo protocolo intermediário para encapsulação
de células ATM, TDM e pacotes de dados (KRAMER, 2002). Outros serviços
incluem conexões backhaul para bases dedados celulares, hotspots Wi-Fi e até
mesmo sistemas distribuídos de antena. As principais diferenças entre elas
estão nas taxas de transmissão e nos protocolos usados para comunicações.

Essa tecnologia permite operar com as taxas de 1,25 Gbps e 2,5 Gbps na
direção do downstream e 155 Mbps, 622 Mbps, 1,5 Gbps e 2,5 Gbps na direção
upstream com um par de fibra ótica ou somente com uma fibra utilizando dois
comprimentos de ondas diferentes, 1490nm para o canal de descida e 1310nm
para o canal de subida e com a possibilidade de um segundo comprimento de
onda de 1550nm de downstream para a distribuição do sinal de TV (TAKEUTTI,
2005). O alcance físico do GPON é de até 20 km, porém ele tem um alcance
lógico de 60 km, permitindo assim um suporte futuro de sistemas de longo
alcance, com uma elevada largura de banda para todos os clientes (FUJITA,
2011).

Nas redes GPON, apesar de suportar até 128 utilizadores, é indicado a


utilização de apenas 32 terminais de rede (ONTs) por cada porta do terminal de
linha ótica (OLT). Isso devido à transmissão de vídeo por RF Overlay. Para o
alcance de 20 km e 32 utilizadores na rede, a potência máxima de luz que a fibra
irá aceitar é de cerca de 20 dBm (GONÇALVES, 2009).

O GPON suporta dois métodos de encapsulamento: O ATM e/ou GEM


(GPON Encapsulation Method). Com o GEM é possível o envio de frames
Ethernet, assim como o transporte de tráfego TDM, além de também trabalhar
com o serviço de ATM (OLIVEIRA, 2010).

15
De acordo (LAM, 2007) a estrutura de uma rede que utiliza o meio de
transmissão com fibra ótica pode utilizar várias tecnologias, desde a central de
telecomunicações até a residência do usuário final. Isso se deve a grande
variedade de redes encontradas até a entrega do serviço na casa do usuário. Os
benefícios da utilização da tecnologia GPON estão na solução para serviços
residenciais de triple-play, que permite a entrega de internet de alta velocidade,
Video – on – Demand, VOIP e serviços de IPTV.

Comparado com outras tecnologias PON, o GPON possui um maior nível


de eficiência (em torno de 93%), pois possui o conceito de encapsulamento
(payload) mais flexível, uma manutenção do suporte TDM original, o que o torna
ideal para uso na infraestrutura ótica também para serviços voltados para o
mercado residencial e para acesso corporativo e uma solução de segurança de
rede padrão incorporada. Veremos a sua evolução na figura abaixo.

Figura 13: Evolução das redes PONs

2.4.1. Comparação entre as Tecnologias usada nas redes PON

Tabela 2: Comparações nas redes PONs

16
A tecnologia GPON é baseada na norma ITU-T G.984, que por sua vez, foi
criada para atender as demandas de crescimento de demandas e padronizar
PONs com capacidade de Gigabit: Gigabit PON – GPON.

A norma ITU-T G.984 apresenta uma visão em alto nível sobre os


componentes e estrutura do GPON, o que permite diferentes implementações
pelos fabricantes, dificultando a interoperabilidade de equipamentos.

Este ponto é um dos maiores empecilhos atuais para a disseminação da


tecnologia: as operadoras brasileiras estão exigindo, em suas RFPs que os
fabricantes possuam equipamentos interoperáveis.

Isto está forçando a uma padronização mais detalhada da tecnologia.

2.4.2. Normas das redes GPON

A família de recomendações ITU-T G.984 são divididas em:


 G.984.1 – Características gerais
 G.984.2 – Especificação da camada do PMD (Physical Media
Dependent)
 G.984.3 – Especificação da camada de convergência da transmissão
 G.984.4 – Especificação da interface de controle e gerenciamento da
ONU (OMCI)
 G.984.5 – Otimização de banda
 G.984.6 – Extensão de alcance
 G.984.7 – Longo alcance

Estas normas ditam as principais características e especificações do


GPON. No GPON, as taxas de transmissão definidas são:

 Downstream: 2488.32 Mbps operando em 1490nm


 Upstream: 1244.16 Mbps operando em 1310nm.

Para estas taxas de transmissão, o alcance máximo entre OLT e ONU é de


60km, e para funcionamento do protocolo GTC a distância máxima entre ONUs
é de 20km. A transmissão de pacotes no sentido de Downstream é feita de forma
TDM.

17
O tráfego de Downstream é recebido por todas as ONUs. A ONU filtra os
dados, descartando aqueles que não são destinados à ela.

O tráfego de informações downstream é transmitido em modo


broadcasting, ou seja, a informação é transmitida a todos os elementos da rede.
A mesma informação chega a todos os usuários por isso é necessário se utilizar
um sistema de criptografia das informações para manter privacidade na
comunicação (OLIVEIRA, 2010).

Figura 14: Tráfego downstream

Já no sentido de Upstream, o método utilizado é o TDMA em que a OLT


controla o espaço de tempo de acesso de cada ONU, evitando colisões de
pacotes.

Figura 15: Tráfego upstream

18
2.4.3. Planejamento e Dimensionamento de redes GPON

Para GPON necessário é deve considerar as restrições das redes de


acesso PON em alguns pontos como: a distância máxima de transmissão, a
distância diferencial máxima, e taxa de divisão óptica. Normalmente, os
intervalos de separação óptica têm uma razão de 1:4, 1:8, 1:16, 1:32, 1:64, até
1:128. Onde 1: n divisor óptico significa que até u número de ONUs n pode ser
conectada ao divisor, dado uma razão de divisão óptica específica. Cada usuário
tem garantido uma taxa média de determinados dados.

Por exemplo, em um EPON 1:16 cada ONU pode obter uma média de 60
Mbps de taxa de dados. Assim, com o controle da razão de divisão máxima, é
possível controlar a banda oferecida para cada usuário ONU. No seu modelo, os
autores atribuem que o número total de divisores ópticos não pode ser
determinado antecipadamente. Primeiro deve-se verificar todos os padrões em
cada ONU, formatando o cluster e grupos de tamanhos iguais de acordo com
suas posições geométricas, onde o tamanho de cada grupo é igual à razão de
separação óptica máxima.

Após a segmentação, o algoritmo de Weiszfeld é aplicado para encontrar


a posição ideal para cada divisor PON. Todas as ONUs no mesmo grupo
apresentam um divisor comum. Se o número total de ONUs não é um múltiplo
inteiro da razão de separação, o número de ONUs no último grupo é menor do
que a razão de separação.

Conforme o planejamento de rede com base no comportamento dos


usuários deve considerar a diferença de utilização da rede e dos diferentes tipos
de clientes. Podemos atribuir de forma eficiente, diferentes comprimentos de
onda, obtendo uma melhoria em relação ao método tradicional.

Considera que o tráfego é naturalmente elevado e os usuários tendem a


se comportar de maneira muito diferente uns dos outros com relação à demanda
por largura de banda. Embora os provedores de serviços de Internet (ISP)
ofereçam largura de banda 24/7 a todos os usuários, a maioria só utiliza a rede
fortemente por uma pequena porção de tempo.

19
Usuários comerciais exigem alta largura de banda durante o dia e pouco à
noite. Usuários residenciais, por outro lado, a procura de banda larga, é mais à
noite, e pouca durante o dia.

Assim, o planejamento com base no comportamento do usuário, nas


diferenças por necessidades de banda e o tipo de perfis de tráfego diário dos
clientes residenciais e comerciais, reflete no projeto de uma LR-PON com menor
número de comprimentos de ondas e mantém a rede funcionando com uma alta
taxa de utilização durante todo o tempo.

Para a capacidade de dimensionamento das redes GPON tomou como


base a utilização do link no sentido upstream. No entanto, o tráfego gerado pelos
clientes residenciais ocorre principalmente em direção downstream. Essa
capacidade deve ser cuidadosamente dimensionada para acomodar HDTV,
VoD, VoIP e outros serviços básicos, de acordo com a precisão e a capacidade
necessária requerida pelos clientes, e a e escolha da melhor taxa de divisão
óptica.

No caso de serviços residenciais estes podem ser implantados sem a


disponibilidade de proteção, já no caso de serviços comerciais deve ser prevista
a utilização de proteção (Link).

O algoritmo proposto em viabiliza a disposição e o número de divisores


ópticos. O planejamento de redes com base no comportamento dos clientes
apresentado em, e a capacidade de dimensionamento das redes GPON
mostrado em serão subsídios para a definição das premissas necessárias ao
objeto de estudo desta pesquisa, como:

O valor da atenuação máxima atribuída ao enlace óptico, o cálculo da


largura de banda disponível, o cálculo da largura de banda mínima, o cálculo da
largura de banda assegurada para todas as ONUs, a largura de banda
necessária para suprir as necessidades de todos os serviços e aplicações dos
clientes de acordo com seu perfil de tráfego. A partir destas premissas, torna-se
possível definir no projeto proposto a potência média do transmissor e a
sensibilidade do receptor, de forma que seja possível assegurar uma taxa de
erro admissível na transmissão óptica.

20
3. ESTUDO DE CASO - GPON (FTTH) COMO SOLUÇÃO PARA
URBANIZAÇÃO BOA VIDA – CAMAMA VIA EXPRESSA

É considerável realçar que os condomínios e urbanizações possuem


grandes vantagens em relação a outros tipos de moradias, pois eles estão muito
mais equipados em termos de segurança e tecnologias. Muitos deles possuem
área coletivas como parques, cinemas, academia, quadras de esporte e
concentram grandes números de moradores em uma mesma localidade.

A maior parte das urbanizações actualmente são atendidos através de uma


rede metálica ou cabo coaxial, tais serviços são limitados pois são vulneráveis a
interferência eletromagnética, além de sua banda passante ser bastante
limitada, esse tipo de acesso não possui uma variedade de serviços de
telecomunicações e garantias de taxas de transmissão, requisitos esses que são
cada vez mais exigido pelos usuários, devido também ao seu limite de
velocidade.

3.1. ÁREA DE ATENDIMENTO

Neste projeto o cliente a ser atendido é a Urbanização Boa Vida (UBV), o


maior projeto imobiliário privado de Angola. Situado no Camama, do lado oposto
da Via Expresso em relação à Estrada Lar do Patriota, o empreendimento tem
uma área total de 722.000 m² e é composto por 5 condomínios independentes,
com 4 tipos de moradias 2 tipos de moradias T3, e moradias T4 e T5 e uma rede
de infraestruturas extremamente completa.

O empreendimento começou a ser construído em 2014, a sua conclusão


integral está prevista para 2020, e as primeiras casas foram entregues a 17 de
Julho de 2018.

As infraestruturas da UBV são mais próprias de uma cidade, do que de um


condomínio tradicional, dado que além da área de lazer, amplas áreas sociais
verdejadas, nomeadamente com:

 Piscinas
 Campos poliesportivos
 Ginásios
 Hotel de luxo

21
 Escola de padrão internacional
 Centro comercial - com 112 lojas, onde poderá encontrar todo o tipo de
comércio e serviços (restaurantes, boutiques, lavandaria, farmácia,
perfumarias, ourivesarias, etc.).

O UBV tem também uma área reservada a escritórios denominados Centro


de Escritórios Boa Vida preparados para acolher tanto empresas de grande
como de pequena dimensão, com escritórios com áreas a partir dos 32 m². Além
dos fatos mencionados, o alto padrão das residências da UBV, levam a uma
maior exigência por serviços de telecomunicações com qualidade de
transmissão, eficiência e serviços convergentes.

Diante disso, a utilização da fibra ótica como meio de transmissão, até a


residência do cliente, é fundamental para a entrega dos produtos e serviços,
dentro dos padrões exigidos pelos usuários.

As moradias da urbanização Boa Vida dispõem de áreas úteis entre os 150


e os 459 m², e de terrenos entre os 360 e os 1080 m².

Tipos de moradias:

 Casa “Keve” T3 com 150 m² e um pé direito de 4,5 metros;


 Casa “Zambeze” T3 com 186 m² e um amplo quintal;
 Casa “Bengo” T4 com 269 m², 3 suítes e um amplo quintal;
 Casa “Kwanza” T5 com 459 m², 3 suítes (incluindo uma King Suíte) e a
possibilidade de ser padronizada pelo proprietário, em conjunto com os
arquitetos da UBV, anteriormente à sua construção.

A área pretendida para o estudo de caso, foi escolhida tendo em conta o


crescimento habitacional, aproveitando o fato da construção de novas moradias,
potencialmente favorável a novos clientes.

O projeto visa interligar os condomínios, entre ele residências, escritórios,


restaurantes, boutiques, lavandaria, farmácia, perfumarias, ourivesarias, etc.
utilizando tecnologia Gigabit Ethernet PON, aplicando a configuração FTTH.

O dimensionamento da rede visa abranger todos os lotes da urbanização


de modos a fornecer serviços de telecomunicações de qualidade.

22
3.2. ESTRATÉGIAS DE PLANEJAMENTO

3.2.1. PORTFÓLIO GPON

A rede GPON deverá disponibilizar todos os serviços que a rede metálica


atualmente disponibiliza aos usuários. Os clientes têm a opção de escolher qual
o serviço que será contratado. A seguir uma descrição dos possíveis cenários
que serão utilizados no usuário final.

3.2.2. Somente Voz

Nesse cenário, de entrega de telefonia para os clientes, utilizar-se-á um


ONT “simples” após o splitter. Deve-se considerar que um mesmo cliente poderá
requisitar de 1 (uma) até 20 (vinte) linhas de voz. O protocolo que será utilizado
para entrega do serviço de voz é protocolo SIP.

Figura 16: Exemplo para entrega de somente serviço de voz

O SIP (Protocolo de Iniciação de Sessão) é um protocolo de controle para


criação, modificação e finalização de sessões multimídia e chamadas telefônicas
com um ou mais participantes (RODRÍGUEZ, 2009). Os participantes podem ser
convidados para sessões do tipo unicast e multicast, seu principal objetivo é a
comunicação entre dois dispositivos multimídia.
Esta comunicação é possível graças a dois protocolos no protocolo SIP:
RTP/RTCP (Real-Time Transport Protocol/Real-Time Transport Control
Protocol) e o SDP (Session Description Protocol) (MARQUES, 2008). Segundo
Marques (2008), o protocolo RTP é usado no transporte de voz em tempo real e
o protocolo SDP é usado para a negociação entre ambas as partes das

23
características de comunicação (exemplo: tipos de codificação, taxa de
amostragem, entre outros).

3.2.3. Voz e Dados

Nesse cenário, de entrega de serviços de voz e dados, será utilizado um


ONTs com portas LAN Giga ethernet, conforme a Figura 17. As velocidades de
entrega são de 5, 10 Mbps e serão utilizados ONTs sem Wi-Fi.

Figura 17: Representação para entrega de serviço de voz + dados (sem wi-fi)

Para velocidade de 15 Mbps serão utilizados, conforme a Figura 18, ONTs


com entrega de serviços de voz e dados, com Wi-Fi.

Figura 18: Representação para entrega de serviço de voz, dados (com Wi-Fi)

Para velocidades de 35, 50 e 100 Mbps serão utilizados ONTs juntamente


com um Home Gateway.

24
Figura 19: Cenário para entrega de dados integrado com home gateway

3.2.4. Voz, dados e vídeo (VoD e IPtv)

Nesse cenário será utilizado um ONT com porta giga-ethernet e este estará
conectado a um home gateway, conforme a figura 20. O home gateway fará a
administração dos serviços e as características da ONT para suportar os
serviços triple-play.

Figura 20: Representação para serviços triple-play

Cada serviço possui variadas opções de pacotes com o objetivo de atender


todas as necessidades e expectativa de cada morador. Os custos de
manutenção da rede não serão cobrados, pois já estão inclusos na cobrança de
cada serviço.

25
4. IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO

Foi devido à crescente procura por serviços de telecomunicações, com


qualidade e eficiência, que foi indicado o atendimento aos clientes da
Urbanização Boa Vida (UBV) o serviço de fibra ótica, utilizando a tecnologia
GPON, a fim de atender a demanda da procura de serviços de
telecomunicações.

4.1. TOPOLOGIAS

Através do Google Maps vemos a imagem da Urbanização Boa Vida, e é


através dela que vamos definir os pontos estratégicos para abordar o maior
número de clientes, com as definições dos equipamentos da rede GPON.

Figura 21: Imagem aérea UBV

Com o objetivo de atender a demanda da procura de serviços, a topologia


de rede escolhida foi a do tipo árvore, onde os sinais óticos são transmitidos
através de um ponto de concentração (central), a partir de cabos óticos.

Os custos são um fator chave para a introdução da fibra nas redes de


acesso, portanto o planejamento da rede ótica é necessário para reduzir gastos
com o uso dos cabos, divisores de potência e mão de obra, maximizando a
quantidade de usuários, com o mínimo de equipamentos possíveis, tudo isso
sem perda na qualidade da transmissão.

26
4.2. CABOS DE FIBRA ÓTICA

Neste projecto foi definido o lançamento de dois trechos de cabo de fibra


ótica com doze fibras. Esses cabos entrarão na rede subterrânea e irá interligar
a OLT a todos os O lance do cabo menor possui aproximadamente 1.2 km e o
outro trecho com cerca de 2,9 km de cabo (já considerando as folgas técnicas
nos cabos). Isso já considerando que a instalação da OLT em frente a
urbanização, com a rede Backbone chegando nessa estação.

Algumas restrições são impostas pela norma da ITU-T G.984 que afetam
diretamente nessas questões, uma delas é que cada ONU pode estar a no
máximo a 20 km da OLT. Outra restrição é que cada OLT pode gerenciar no
máximo 128 ONU (ITU-T, 2004).

A arquitetura de fibra compartilhada permite que uma simples fibra seja


compartilhada por várias dezenas de usuários. Esta fibra é instalada o mais perto
possível dos usuários e, a partir deste ponto, é dividida em fibras individuais até
os usuários.

A fibra ótica que foi planejada para ser lançada é da Furukawa, do tipo
monomodo (G-652) e “Totalmente Seco”.

"Totalmente Seco" porque em todo o seu processo de


construção elimina-se por completo a presença de
compostos de gel de petróleo nos espaços intersticiais do
núcleo e dentro das unidades óticas (loose tube). A
inovação tecnológica traz mais vantagens e menor preço de
venda ao produto, em comparação aos cabos geleados.
Dependendo do modelo do cabo ótico é, por exemplo, até
20% menor em diâmetro externo e até 40% mais leve que
um cabo similar geleado. Esta otimização dimensional
significa uma consequente redução de custos com
transporte e manuseio das bobinas de cabos (CRUZ, 2012).

27
Além dos trechos já mencionados de cabos projetados, para esse projeto
teremos mais cabos interligando os splitters com as Caixas de Terminação Ótica,
para isso antes se faz necessário o planejamento da alocação dos splitters aos
longos dos cabos, a fim de “cobrir” o atendimento, de uma área maior de clientes.

Para este projecto teremos as seguintes especificações:

 OLT: Fiberlink 10000S da fabricante Parks.


 Cada porta GPON atenderá 128 Usuários.
 Da OLT serão usados 12 portas GPON. E cada cabo de 12 FO utilizará
6 portas.
 Para o primeiro nível GPON serão usados 12 Splitters 1/64.
 Para o segundo nível serão usados as caixas NAPs que serão
conectorizadas a entrada de cada edifício.
 Para o último ramo do splitter 1/64 será usado apenas 28 fibras de
modos a completar os 732 lotes pretendidos por FTTH.

Figura 22: Planejamento dos cabos

28
4.3. CONCEITOS SOBRE DIVISORES ÓTICOS PASSÍVEIS

Os divisores óticos passivos chamados de splitters, são componentes que


ramificam a potência incidente em duas ou mais portas. Essas divisões
distribuem a potência em um sentido pré-determinado e a potência de entrada é
dividida igualmente entre as portas de saída, e as razões de divisão podem ser:
1:2, 1:4, 1:8, 1:16, 1:32, 1:64 e 1:128 (FUJITA, 2011). Quanto maior a razão de
divisão, evidentemente teremos uma menor potência em cada porta de saída.
Por exemplo, em um divisor 1:2, cada saída seria idealmente 3 dB menor que a
potência da entrada. Para o caso do splitter Fujita, resulta em 3,5 dB de perda.
A perda de inserção naquele caso é de 0,5 dB. Na Tabela 3 é mostrada a perda
de potência no sinal de saída em relação ao sinal de entrada para os diversos
coeficientes de divisão do splitter Fujita.

Tabela 3: Potência dissipada no splitter

Importante é fazer o cascateamento dos splitters, de maneira a estender os


ramos de uma rede PON. A boa prática indica um cascateamento planejado de
divisores por ramo PON, respeitando-se a potência ótica necessária para
alcançar a ONT, e um número máximo de 64 pontos atendidos por ramo PON.
De acordo a Figura 23 vemos ilustração de uma situação de cascateamento.

29
Figura 23: Cascateamento de Splitter

Atendendo a vários fatores que foram levados em consideração, no projeto


para atendimento a Urbanização Boa Vida foi indicado a utilização, no primeiro
nível de splitter 1/64 distribuídos ao longo do cabo.

Figura 24: Distribuição dos Splitter

30
A acomodação e abrigo dos splitters são realizados na caixa de emenda.
As caixas de emenda utilizadas são do tipo FIST, da Furukawa, que também são
utilizadas para a proteção dos splitters na rede subterrânea. Em termos de
continuidade e ampliação de um enlace o uso de emenda óptica é essencial, as
emendas ópticas são acomodadas dentro da caixa de emenda, juntamente com
os divisores ópticos passivos.

Figura 25: Caixa de emenda externa

A caixa de terminação óptica é um dispositivo que atua como meio de


ligação entre o cabo óptico principal e os cabos drop. Ou seja, nada mais é que
uma caixa de emenda próxima dos assinantes que é preparada para ter a
entrada de vários cabos do tipo DROP.

Figura 26: Caixa de emenda ótica ou terminação óptica (CTO)

31
4.3.1. Cordão e Extensão Óptica

Os cordões ópticos são utilizados para manobra dentro do armário de


telecomunicações entre a OLT e o distribuidor interno óptico, também são
usados para manobra entre a ONU e a extensão óptica.

Já a extensão óptica é usada para fazer a fusão com a fibra que vem da
rede externa e interligar ao cordão óptico que é conectado na ONU.

Neste projeto foi utilizado cordão óptico com conector SC-APC e extensão
óptica com conector SC-APC.

Figura 27: Cordão óptico

Figura 28: Extensão óptica

32
4.3.2. NIVEIS DE SPLITTAGEM

Para o segundo nível de componentes foi indicado à instalação dos das


caixas NAPs (Network Access Point), que estão alocados entre, 500 a 700
metros do splitter de primeiro nível, com cabo de fibra ótica interligando os
componentes.

As NAPs são caixa de terminação óptica conectorizada. Esta caixa


acomoda um splitter ótico 2:8 com as saídas conectorizadas, de onde partem os
drops até os clientes. O cabo drop é conectorizado em uma das pontas para ser
ligado à caixa NAP, não sendo necessário baixar a caixa e realizar fusões para
a sua instalação. No lado do cliente, o cabo pode ser preparado para ser fundido
a um pig-tail, que por sua vez será ligado na ONU.

É mostrado na figura abaixo o funcionamento de alguns elementos da rede


mencionados até agora, com a opção de redundância parcial até o cabo ótico,
com a utilização da caixa NAP com o splitter 2:8, cabo drop, conector SC/APC,
o cabo alimentador e a instalação do cliente.

Figura 29: Detalhes dos elementos da rede

33
Para atender a UBV foi considerado que cada splitter 1:64 de primeiro nível
é um ramo PON novo, a fim de evitar grandes atenuações e falta de posição
disponível para entroncamentos dos clientes nas caixas. Pelo mesmo motivo a
distância máxima entre a o splitter e a Caixa NAP foi em média de 00 metros.

A Figura 30, mostra como ficou o projeto da distribuição dos cabos entre os
splitters 1/64 e as Caixas NAPs, alocadas estrategicamente a cada 700 metros,
a fim de aumentar a quantidade de atendimento por ramo PON.

Figura 30: Exemplo de distribuição dos splitters 1/64 e as caixas Naps

34
Nota: Na imagem acima mostrada, vemos como foram distribuídos os
splitters 1/64 e os pontos azuis que representam as caixas Naps. Porém, pelo
número de lotes (732), foram representadas apenas algumas caixas Naps, que
foram instaladas à entrada de cada lote da UBV.

A cobertura de uma caixa NAP é determinada por um raio de 800 metros,


pois é limitada pelo comprimento máximo do drop que é de 1.000 metros (estima-
se que 20% do enlace seja composto de reservas técnicas mais uma
penalização no fato de que o cabo ótico não é lançado em linha reta). Deforma
semelhante o cabo alimentador máximo que deve ser utilizado nos projetos é de
1.000 metros com alcance de 800 metros.

Toda a distribuição de cabos foi construída em rede subterrânea para assim


garantir uma ocupação mais equilibrada e a preservação estética e ambiental.
Estas fibras são dimensionadas para chegarem até a caixa de distribuição, NAP,
localizada na iluminação pública onde o sinal é distribuído para os clientes ao
redor, através da arquitetura de rede de acesso ótica FTTH, conforme a Figura
abaixo.

Figura 31: Trajeto dos cabos através da NAP

35
4.4. EQUIPAMENTOS DA OLT E ONU

A OLT é a placa que contém portas GPON para as aplicações FTTx, que
será instalada em um shelf (como qualquer outra placa). O equipamento indicado
é o da linha Fiberlink 10000S da fabricante Parks, ele apresenta uma solução
para redes que necessitem de serviços com alta velocidade.

A chave para a adoção generalizada do GPON é a sua


notável flexibilidade, que permite o fornecimento de serviços
de vídeo em broadcast, IPTV, VOIP, E1 e Ethernet com
portas 4 ou 8 portas de 2,5 Gbps de Downstream e 1,2 Gbps
de upstream por porta (TIBAHIA, 2012).

Figura 32: OLT da Linha Fiberlink

A arquitetura GPON representa uma significativa redução de custos em


relação à tecnologia ponto-a-ponto, já que cada porta GPON possibilita atender
até 64 equipamentos ONT. Toda a rede de distribuição óptica é baseada em
equipamentos passivos que apresentam uma vida útil elevada e um custo de
manutenção muito baixo.

36
As ONT’s indicadas para as residências da UBV, os equipamentos são da
Parks, modelo Fiberlink 4000S, conforme mostrado na Figura 33.

Figura 33: ONT

Essas ONTs foram desenvolvidas para aplicações de acesso ethernet de


banda larga, operando em camadas 2 e 3, com taxa efetiva de dados de até 1
Gbps (ONT Fiberlink, 2013).

A linha Fiberlink 4000S permite a utilização simultânea de serviços de


dados, voz, VOD (Vídeo On Demand), VoIP (Voice Over IP), On-line Gaming,
além de acesso à internet de alta velocidade.

4.5. VLANS PARA SERVIÇOS TRIPLE-PLAY

As VLANs (Virtual LAN) permitem fazer a divisão de uma mesma rede física
em diferentes domínios. Elas funcionam como se fossem redes independentes.
Assim temos um único equipamento que se conecta a todos os outros, porém o
administrador do sistema informa ao equipamento quais OLTs se falam
diretamente e quais não podem se falar. (PRIOR, 2012).

A Figura 34 mostra as definições para atribuição de VLANs para cada


serviço oferecido a Urbanização Boa Vida: dados, voz e a possibilidade de VoD
e multicast.

37
Figura 34: Atribuições das Vlans

Para autenticação do serviço de dados será utilizado duas vlans: C-VLAN


(Customer VLAN) e S-VLAN (Service Virtual Local Area Network). Cada shelf
(que contém várias placas GPON e OLTs) tem um valor, esse valor é equivalente
ao S-VLAN do serviço de dados para os clientes daquele shelf. O valor da C-
VLAN será igual ao número da porta lógica GPON do usuário.

Para o serviço de voz também serão utilizadas as duas VLANs: C-VLAN e


S-VLAN. O valor de shelf é equivalente ao S-VLAN + 1000 do serviço de voz
para os clientes daquele shelf. O valor da C-VLAN será igual ao número da porta
lógica GPON do usuário.

No serviço de VoD, cada shelf tem um valor RIN, esse valor é equivalente
ao S-VLAN + 3000 do serviço de VoD para os clientes daquele shelf. O valor da
C-VLAN será igual ao número da porta lógica GPON do usuário.

E no serviço de multicast será utilizado somente uma VLAN, e o valor de


todas as conexões são a mesma, 4000.

38
Figura 35: Esquema de VLANs, C-VLAN e S-VLAN

4.6. ADMINISTRAÇÃO DE LARGURA DE BANDA

Com o portfólio de serviços triple-play a OLT deverá administrar a banda


GPON configurada para cada cliente baseado na banda contratada. Os planos
atualmente disponíveis, para atendimento a UBV, são demostradas na tabela
abaixo.

Tabela 5: Planos de LB para a UBV

39
A banda entre OLT e ONT deverá ser configurada de acordo com a banda
contratada pelo cliente e os serviços contratados pelo cliente estarão limitados a
esta banda. A priorização desta banda será como indicada no tabela 6, abaixo.

Tabela 6: Priorização da Banda

Se pensarmos em um cliente que contratou uma banda de 10/1 Mbps e


serviço triple-play (voz, dados e vídeo), teremos o seguinte resultado, conforme
a figura 36:

Se cliente estiver usando apenas internet ele poderá usufruir dos 10 Mbps
disponíveis de download e 1 Mbps de upload.

Se cliente estiver utilizando internet e ao mesmo tempo assistindo um vídeo


(VoD) HD de 8Mbps, o tráfego de vídeo tem maior prioridade sobre a banda de
internet, portanto, o tráfego de internet baixará para 2Mbps e o vídeo será
assistido sem interrupções ou falhas.

Se cliente estiver utilizando serviço de voz, dados e vídeo, o tráfego de voz


será o mais prioritário e o tráfego de vídeo terá prioridade maior que o de dados.

40
Figura 36: Exemplo de serviço Triple-Play

Se a banda estiver disponível para um determinado serviço, ele poderá


utilizar toda essa banda, se necessário. E se outro tráfego de maior prioridade
surgir este terá prioridade de utilização da banda necessária.

4.7. ORÇAMENTO ÓTICO

Em uma rede GPON o orçamento ótico é essencial. Orçamento ótico é o


cálculo da perda de luz ao longo do trajeto entre OLT e ONT garantindo que
estes estejam dentro dos padrões adequados. É importante saber que, para que
a ONT consiga se comunicar com a OLT, existe um valor mínimo de atenuação
e um valor máximo. Esses valores são medidos em dB (decibéis).

O valor padrão indicado pela maioria dos fabricantes de equipamentos que


trabalham com GPON é que a perda máxima ao longo do trajeto OLT-ONT seja
de, no máximo, 28 dB.

Para o cálculo da atenuação do enlace deverão ser utilizados os seguintes


parâmetros.

41
Tabela 7: Atenuação

O balanço de potência é definido como a soma de todas as perdas de um


enlace de telecomunicações, em dB. Aplicando esta definição ao projeto GPON,
o balanço de potência seria a somatória de todas as perdas do enlace ótico, que
compõe o site, a ODN e o cliente. A expressão para cálculo do balanço de
potência (BP) é mostrada na equação(1):

BP[dB] = Ps[dB] + C*Pc[dB] + F*Pf[dB] + FO*Pfo[dB/km] + Psp1[dB] +


Psp2[dB] (1)

Onde:

 Ps[dB] = Perda no site


 C = Número de conectores
 Pc[dB] = Perda por conector
 F = Número de fusões
 Pf[dB] = Perda por fusão
 FO = Enlace de fibra ótica, em km
 Pfo[dB/km] = Perda na fibra ótica
 Psp1[dB] = Perda no splitter de primeiro nível

42
Para a Urbanização Boa Vida, consideremos que o ramo GPON, de maior
distância entre OLT e ONT é de 3 quilômetros. Nesse ramo, temos 2 fusões
(processo que é realizado através de uma máquina de emenda ótica) e 2
conectores para conexão dos trechos de fibra.

A rede foi construída com 2 níveis de splitter, sendo o primeiro nível 1:64 e
o segundo já com a utilização das NAPs. A potência de saída do sinal ótico da
porta OLT é de +4,5 dB e o comprimento de onda é de 1310 nm.

A potência ótica calculada que estará chegando à residência do cliente é


definido abaixo:

Somando todas as atenuações do Ramo PON mais longo


3 Km de Fibra ótica e comprimento de onda de 1310 nm_ 3 x 0,36dB 1,08 dB

2 Fusões _ 2 x 0,087 dB 0,174 dB

2 Conectores _ 2 x 0,507 1,014 dB

1 Splitter 1:64 _ 1 x 20,900 dB 20,900 dB

Total de atenuação 23,168 dB

Tabela 7: Atenuação

Feitos os cálculos da atenuação que chega à casa do cliente, conforme a


tabela 8, verificamos que a atenuação do sinal calculado (-23,168 dB) está dentro
dos parâmetros aceitáveis, conforme a Figura 37, no cenário “pior caso”, onde o
cliente que irá receber o serviço está no ponto mais distante da rede PON.
Portanto, haverá conexão entre OLT e ONT.

Calculando a atenuação chegando à casa do cliente

Sinal ótico no cliente = Sinal de saída do OLT – Total de atenuação

Sinal ótico no cliente = 4,5dB – 23,168

Sinal ótico no cliente = -18,668 dB

Tabela 8: Atenuação que chega à casa do cliente

43
Figura 37: Referência de atenuação Óptica

Em um projecto de FTTH é muito importante e obrigatório fazer o cálculo


de atenuação é obrigatório, alguns fabricantes de equipamentos já fornecem
programas para fazer esse controle de atenuação. Mas esse fator pode ser um
problema na utilização da rede GPON, já que se o cliente estiver fora dos
parâmetros ele não poderá ser atendido.

O fato de possuir elementos passivos, na rede, é uma vantagem, mas


também traz algumas desvantagens como, por exemplo, esses elementos não
podem ser gerenciados diretamente, fazendo-se necessário à utilização de
sistemas de gestão que permitam a operação e manutenção dessas redes.

Os principais desafios para esse tipo de atendimento estão em localizar


uma falha na rede que possui alta complexidade e capilaridade e, por se tratar
de uma rede que suportará a venda direta para clientes, manter o inventário
atualizado e prover a ativação dos serviços de forma mais automática possível.

Figura 38: Maquete do projecto UBV

44
5. CONCLUSÃO

Este trabalho foi realizado no âmbito da cadeira de Laboratório de


Telecomunicações, como requisito para avaliação final. Para o trabalho realizou-
se uma análise da tecnologia GPON, com objetivo de demonstrar através de um
projeto de FTTH implementado na Urbanização Boa Vida – Camama Via
Expresso, como solução para serviços de telecomunicações. Apresentou-se
como problema a necessidade de oferecer serviços de uma rede convergente,
que oferece aos clientes a possibilidade de entrega de dados, voz e vídeo em
uma mesma transmissão, e também foram definidos os objetivos a serem
atingidos para a solução.

Foi realizado o levantamento bibliográfico dos tipos de redes PON, como


APON, BPON, EPON e GPON, bem como os componentes que formam a rede.
Foram levantadas as especificações das fibras óticas. Nas topologias de FTTX,
no FTTA, FTTB e FTTH foi constatado que estes modelos podem ser
considerados muito semelhantes, devido a todos atenderem a ONU ou ONT com
rede PON, a diferença é na abordagem até o usuário final, pois cada topologia
possui suas características de abordagem. Por fim foram apresentados os tipos
de serviços que serão entregues para os usuários e as atividades que devem
ser executadas para a entrega dos serviços propostos.

No projeto foi indicado um, possível, atendimento, através da solução


GPON, aos moradores da Urbanização Boa Vida. A escolha do local foi por estar
em um ponto estratégico, que concentra e concentrará uma grande procura de
serviços de telecomunicações.

Através da topologia, com imagem área do programa Google Earth e


Google Maps, foi indicado o local para passar os cabos. Foi definido o
atendimento a no máximo 384 clientes por ramo PON, e projetado cabos de 12
fibras por cada ramo PON, pois cada ramo utiliza 6 fibras. Através da mesma
topologia foi indicado ao longo do cabo de fibra ótica as caixas de emenda
subterrâneas e as caixas NAPs, que já vem pré-conectorizadas com saídas SC-
APC, facilitando a ativação do usuário.

45
Não foi necessária a utilização de amplificadores óticos, uma das principais
características das reses PON, observa-se uma limitação de distância em torno
de 20 km, para as redes GPON, de forma a atender ao orçamento de potência.

Potência que foi calculada no ramo PON mais distante da rede, no cenário
“pior caso”, e atende aos parâmetros estabelecidos, dentro das margens de
atenuação.

Após então o término desse projecto, acredita-se que o presente trabalho


poderá ser muito útil na determinação da estratégia de crescimento e migração
de tráfego das operadoras, fornecendo dados para a aplicação de uma rede
GPON em um condomínio residencial.

46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] ANDRINE MARIANA VARELA DA CRUZ, MAURICIO RICARDO KONOPACKI:


Redes GPON Como Solução Para FTTH. Curitiba 2014.

[2] CRUZ, A. M. V; KONOPACKI, M. R.: Rede GPON como solução para FTTH.
Tecnológica Federal do Paraná, 2014.

[3] EMANUEL DOS SANTOS NUNES: Projeto de Redes de Fibra Ótica. Leiria,
Setembro de 2016.

[4] FRANCISCO CARLOS DE LIMA PEREIRA: Proposta de um Método Para [1]


Otimização e Dimensionamento de Redes GPON. Curitiba – PR 2013.

[5] FUJITA, E. Treinamento FTTX Projeto e Planta Externa. FURUKAWA, 2011.

[6] FURUKAWA. Fundamentos em Fibras Óticas. FURUKAWA, 2010

[7] GLAUCO SALINO DA CUNHA ARAUJO: FIBER-TO-THE-HOME (FTTH) Estudo


sobre aumento de banda passante nas redes de acesso com uso de redes
ópticas passivas. Rio de Janeiro 2016.

[8] LEONARDO BORGES DE MELO, ANDRÉ LUIS NUNES: Projeto de Rede Via Fibra
Ópticas – FTTH. Palhoça 2011.

[9] LUIZ GUSTAVO VILLELA LOEPPER: GPON Uma Abordagem Prática. Curitiba
2013.

[10] OLIVEIRA, Patrícia Beneti de. Seção: Tutoriais Redes Opticas. Soluções de
Atendimento em Fibra Ótica I. 2010.

[11] RODRIGO ALVES CARDOSO: Proposta, simulação e testes de arquitetura para


redes ópticas passivas GPON e XG-PON. Campinas 2015.

[12] TANY VILLALBA VILLALBA: Distribuição de Divisores de Potência em Redes


Ópticas Passivas Utilizando Algoritmos Genéticos. São Carlos, SP Dezembro
de 2009.

[13] TIAGO ALEXANDRE VIEIRA GONÇALVES: Sistema de Suporte à Operação de


Redes de Acesso de Fibra Óptica. Funchal, Setembro 2014.

[14] Urbanização Boa Vida - Camama: https://www.angocasa.com/condominios/boa-


vida/.

47

Você também pode gostar