Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Fábio Rafael de Almeida (Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN,
Brasil) – fabiorafaelufrn@hotmail.com
ABSTRACT- In recent years, ISPs have invested in their network infrastructure to meet
user demand for higher bandwidth as well as higher quality services. In these FTTH To
The HomeFiber networks, as a solution for high telecommunications companies that sought
to offer higher transmission rates with lower maintenance costs, providing an increase in
download and upload rates rates, with low transmission rates, essential technological
factors for survival in a competitive market. The work described in this article was
deployed an FTTH network for a residential area, based on a passive optical network with
Gigabit capability (GPON). We highlight the stages of better network to serve a residential
area composed of 4 condominiums in the greater Natal region, solutions for a quantity of
1,103 HP's (Home Potential), quality technological technologies for the project of Internet
services, TV and Telephony.
Key Words - FTTH; Internet; GPON, Broadband Services, Multiservice Platform.
1
1. INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, o crescimento da demanda dos usuários por serviços de banda
larga fixa de qualidade, impulsionaram os provedores de conexão para utilização intensiva
de fibras ópticas, em toda sua infraestrutura de redes. Antes do surgimento das redes FTTH,
vale destacar que maior parte das redes existentes no Brasil eram híbridas, baseada na
topologia HFC (Hybrid Fiber Coaxial), que são compostas por fibras ópticas em seus
troncais principais e a outra parte por cabos coaxiais com componentes passivos de RF. No
seu início, a topologia HFC surgiu como solução na melhoria da qualidade do sinal, vez
que na época de seu surgimento, uma solução de rede 100% fibra óptica era inviável devido
ao alto custo financeiro para as empresas (DE CAMPOS e DE RESENDE, 2019).
Redes PON usa divisores ópticos passivos em seus enlaces, sem a necessidade de
fornecer energia elétrica para os componentes passivos entre o gabinete FTTH até o
usuário, onde o sinal óptico em uma fibra única é transmitido de forma bidirecional e pode
ser dividido numa estrutura de rede entre OLT (Optical Line Terminal) e ONT (Optical
Network Terminal) para vários assinantes. Em sua topologia não existem componentes
ativos entre o gabinete (Central com as OLT’s) e a instalação final no usuário (ONT’s),
onde todo o enlace de rede é composto por componentes passivos que proporcionam o
tráfego de sinais ópticos com seus valores específicos de comprimento de onda
(PINHEIRO, 2017).
2
que estão sendo amplamente utilizadas em redes de acesso FTTH, se caracterizando por
dividirem os sinais transmitidos em downstream para muitos usuários, onde a taxa de
transmissão, atualmente, nas interfaces GPON e EPON é na ordem de gigabits por segundo
(JIRACHARIYAKOOL, SRA-IUM et al; 2017).
O artigo está dividido como a seguir. Na Seção II, são apresentados o referencial
teórico com exploração dos conceitos fundamentais que envolvem fibra óptica, arquitetura
FTTH, redes PON, padrão GPON, Multiplexação TDM-PON. Na Seção III são
apresentados a metodologia e o planejamento sistêmico para elaboração do atendimento a
área condominial e expansão do entroncamento para região. Na Seção IV, são apresentados
e discutidos os resultados obtidos. Por fim, a Seção V aborda as principais conclusões do
trabalho.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
A rede PON (Passive Optical Network) é uma rede óptica passiva com capacidade de
transmissão na faixa de Gigabits por segundo. Sua arquitetura é baseada em ponto-
multiponto, conforme figura 2. As redes PON tem maior destaque para modelos que
implementam a topologia de repartição de rede FTTH, pois utilizam apenas uma fibra
óptica com transmissão bidirecional (Upstream/Dowstream) por WDM (Wavelength
Division Multiplexing), ou seja, numa única fibra ocorre a transmissão em Dowstream da
OLT até a ONT e transmissão em Upstream da ONT até a OLT, trabalhando em
comprimentos de ondas diferentes (PINHEIRO 2017). O Alcance físico da transmissão
pela rede óptica, do gabinete gerenciador até o usuário final, recomenda-se atualmente em
até 20km, conforme a norma da ITU-G.984.
3
Figura 1: Modelo de Repartição 1:64
Fonte: CABO TELECOM, 2020.
4
PON utilizados podem ser descritos na tabela 1. A arquitetura GPON (Gigabit Passive
Optical Network), ou rede óptica passiva gigabit é a segunda geração recomendada pelo
Setor de Normatização das Telecomunicações (ITU-T), conforme protocolo G.984. Esse
padrão é baseado no protocolo GFP (Generic Framing Protocol) onde é realizado o
encapsulamento dos pacotes e transportados por IP (PINHEIRO 2017). Tabela 1 classifica
os tipos de padrões PON utilizados atualmente.
5
Na figura 4 é representada a arquitetura GPON. Pode ser observado que em uma rede
de acesso GPON existem pelo menos 3(três) componentes principais. Os componentes
ativos (OLT’s, ONT’s) e componentes passivos (Splitter’s, repartidores). A OLT GPON é
o gerenciador da rede fica localizado no headend ou gabinete externo. Os splitter’s ópticos
ou repartidores ópticos são localizados no enlace e permitem que uma única fibra se divida
em várias fibras com a mesma potência óptica. Por fim a ONT que realiza a conversão do
sinal óptico recebido de acordo com sua faixa de comprimento de onda.
O trabalho foi desenvolvido com base em uma ampla pesquisa sobre referencial
teórico. Através dessa pesquisa, foi possível contemplar os conceitos fundamentais de
fibra óptica, de redes PON, da arquitetura de redes FTTH, das normas regulamentadoras
e da estrutura de rede FTTH. Em sequência, foram realizadas com fundamento no
referencial teórico, explorado, os fundamentos de soluções de redes FTTH mais atuais,
compatibilizando com as características da região a ser atendida, sendo aplicadas com os
recursos das ferramentas e equipamentos utilizados no projeto. Por fim, após todo um
levantamento prévio da área no campo, de materiais, de equipamentos e ferramentas, foi
realizado o projeto de implantação da estrutura de rede FTTH, do gabinete FTTH
(Headend) até as instalações internas do usuário.
6
Com isso, foi possível dar o primeiro passo na construção do projeto de rede FTTH
com o propósito de obter todos os dados necessários para somar ao memorial descritivo do
projeto, contendo informações como: Objetivo do projeto, caracterização, empresa
executante, meio físico utilizado e previsão de conclusão. Todos esses parâmetros foram
adicionados ao memorial. Foram realizados os cálculos do enlace e para o registro da ART
(Anotação de Responsabilidade Técnica), todas informações necessárias para que fosse
possível utilizar os postes da concessionária de energia para ancoragem dos cabos ópticos.
7
3.3 Quantidade de OLT’s para região atendida
Para fins de cálculos sobre a quantidade de OLT’s para região foi considerado a
quantidade de HP’s da área condominial, oferecendo para atendimento da região uma
quantidade máxima de 1.103 HP’s. Considerando que cada porta PON da rede FTTH
gerencia 64 ONT’s, se faz necessário um valor de 17,23 OLT’s, que na prática representa
o potencial de atendimento a todos os usuários aos serviços do provedor de acesso nessa
região. Na fase inicial do projeto, por decisão do provedor, foram implantados 14 OLT’s
para gerenciar o NODO, vez que a quantidade de CTO’s para esta primeira etapa de
expansão foi 96. Sabendo que as CTO’s não são duplicadas, limitando apenas 8 conexões
por splitter em cada uma das 96 CTO’s, esta configuração garante a conexão de 768
usuários, meta inicial de projeto, contemplando um atendimento de aproximadamente 70%
da quantidade total de HP’s.
Para expansão do enlace da rede FTTH na região, a meta era a ativação dos
seguintes componentes passivos:
• 14 splitter’s de 1:2;
• 28 splitter’s de 1:4;
• 96 splitter’s de 1:8 (Caixa de terminação óptica);
• 9 Caixas de emenda óptica distribuídas no enlace.
8
Figura 6: Esquema de fibra do Nodo.
Fonte: CABO TELECOM, 2020.
9
Figura 8: Esquema de Fibra da segunda caixa de derivação.
Fonte: CABO TELECOM, 2020
Para fins de cálculos de atenuação numa rede FTTH, deve ser levado em
consideração inicialmente os critérios para dimensionamento em enlaces ópticos. Para
tanto, foram consideradas as recomendações de PINHEIRO 2017 com vistas as
necessidades de que o enlace atenda aos padrões de perdas (em dB) com menores
tolerâncias. No caso de uma rede FTTH, deve-se levar em consideração que existem
componentes passivos como splitter’s, adaptadores, conectores, tipo de fibra óptica, além
10
de que existe também uma faixa de potência mínima para que os componentes ativos (OLT
e ONT) operem normalmente.
Outro fator importante é atender também aos critérios de sensibilidade mínima para
garantir o funcionamento do enlace. A rede de acesso apresenta nos splitter’s as subdivisões
do sinal até o cliente final. Quanto mais divisões forem feitas, maior será a queda de
potência do sinal até o cliente final.
11
Com base nessas referências, podemos garantir que a potência que chegue a ONT
esteja dentro da sua faixa de funcionamento (Sensibilidade). Para isso, a diferença entre a
potência de saída e a perda do sinal deve ser maior que a sensibilidade do receptor,
devendo, portanto, ser cumprido, conforme PINHEIRO 2017, o orçamento de potência
seguindo a equação:
Onde:
Ptx = Potência de saída (Tx), em dBm;
At = Atenuação total;
Srx = Sensibilidade (Rx), em dBm.
Em que:
Afo = Atenuação total da fibra óptica, em dB
Pc= Perda total dos conectores, em dB
Pe = Perda total nas emendas, em dB
Pp = Perda total nos elementos passivos, em dB
Ms = Margem de segurança, em dB
Desde modo:
Ptx – At > Srx
+5dBm – 25,28dB > -27dBm
-20,28dBm (valor do sinal óptico previsto na ONT) > -27dBm (valor em um enlace viável)
12
Estão disponibilizados nas figuras 10 e figura 11, que se seguem, respectivamente,
o diagrama com as configurações com todos os componentes passivos da região e o trajeto
dos cabos e distribuição das caixas de terminação óptica.
Figura 10: Configuração com todos os componentes passivos do nodo e o trajeto dos
cabos.
Fonte: CABO TELECOM, 2020.
Figura 11: Distribuição das caixas de terminação óptica nas ruas dos condomínios.
Fonte: CABO TELECOM, 2020.
13
denominadas de chassi’s ópticos. Além de existir toda a parte de gerenciamento por parte
das OLT’s, existe também o esquema de ligação de energia que recebe da concessionária.
A ideia de manter um padrão de organização dos cabos ópticos se dar pelo fato
que os componentes ativos e passivos de uma rede óptica devem ser montados em uma
estrutura adequada, de forma a garantir uma boa capacidade de gerenciamento da rede
física para realização de manutenções preventivas.
Pode ser verificado na figura 13 que existem módulos retificadores digitais onde
sua principal função no sistema é retificar a corrente alternada em 220VAC, tornando ela
continua e adequada para alimentação dos equipamentos do gabinete FTTH. Outro fator
importante é que tensão de entrada é 220VAC e sai para os equipamentos (54VDC). Na
figura 14, vemos um banco composto por 8 baterias de 93Ah e tensão nominal de 12V
ligadas em série, onde elas só serão acionadas na ausência de fase da rede elétrica no
circuito inversor, sendo mais um mecanismo de segurança para o gabinete.
14
Figura 13: Dispositivos de proteção e Slot’s de DIO do Gabinete FTTH .
Fonte: Autor, 2020.
.
15
Na figura 15, observa-se que os cordões ópticos que saim das OLT’s chegam aos
slot’s de DIO’s, e deles partem para o enlace. Na figura 16 vemos todas as portas PON
ativas e prontas para funcionamento, onde em cada placa do chassi óptico existem 8 portas
PON, o que na prática nos remetem que uma porta PON é para gerenciar 64 ONT’s, já que
a arquitetura é 1:64. Assim considerando cada placa temos um valor de até 512 ONT’s
sendo gerenciadas por placa. O chassi óptico para o projeto foi considerado com um valor
de 64 portas PON, 8 placas com 8 slot’s para OLT’s.
Figura 16: Chassi Óptico com suas portas PON e OLT’s em funcionamento
Fonte: Autor, 2020.
16
4.2 Instalação final no usuário e aspectos do gerenciamento
Após todo o processo de expansão e também a adesão dos usuários aos serviços
comercializados, o provedor de conexão passa a gerenciar a largura de banda alocada ao
usuário através do sistema de gerenciamento dos equipamentos, onde nele contém os
pacotes com os serviços aderidos e cada serviço é gerenciado pelo headend. Através de
gerenciamento de rede, a ONT obtém IP através das VLAN’s (Virtual Local Area Network)
em um mesmo domínio de broadcast. Já a OLT centraliza e distribui o sinal óptico para
ONT, tendo a função de distribuir dados, VOIP e IPTV para rede PON. Para o projeto,
necessitou apenas de 14 portas PON.
Na figura 17 para fins de representação, segue alguns parâmetros de gerência da
ONT que um provedor de acesso utiliza em uma rede FTTH baseada em GPON
.
Destacamos que a rede foi projetada para gerenciar uma quantidade de 64 ONT’s
por porta PON, porém se a quantidade de ONTs conectadas aumentar, a largura d e banda
diminui tanto no upstream (1,2Gbps por porta PON) quanto no downstream (2,5Gbps por
ponta PON).
Portanto, referente a taxa média de transferência em Dowstream e Upstream por
interface GPON, quem faz são os setores de Tecnologia da Informação (T.I) dos
provedores. Tudo vai depender da taxa de transferência ou banda passante nas OLT’s,
17
sendo possível, eventualmente, a necessidade de realizar manobras por parte do T.I, para
assegurar o conveniente equilíbrio de banda por porta PON na rede.
5 CONCLUSÃO
Deste modo, após ser realizado várias pesquisas sobre o tema, pudemos observar
que a demanda de usuários por uma largura de banda maior aumentou, permitindo que
muitos provedores de acesso investissem em redes ópticas baseadas em arquitetura FTTH.
O padrão GPON, de acordo com a pesquisa realizada, atualmente vem sendo a solução para
os provedores, pois permite melhor qualidade nos serviços de banda larga como dados de
voz, vídeo, aumento de largura de banda e suporte para longas distâncias com uma latência
reduzida.
De antemão, após a conclusão deste projeto, foi possível ver inúmeras vantagens de
uma rede FTTH comparado as redes tradicionais (HFC e DSL). A tecnologia em FTTH
mais vantajosa atualmente é a GPON, pois permite criar uma infraestrutura de rede com
menos componentes, menor custo, maior alcance, além de propor ao usuário um aumento
18
considerável em capacidade de tráfego em downstream e upstream. Além disso, GPON
também permite ter um maior controle de banda, segurança e gerenciamento de rede.
6 REFERÊNCIAS
COUTO, R. Código de Cores em Fibras Ópticas. Infra News Telecom, 2020. Disponível
em: https://infranewstelecom.com.br/codigo-de-cores-em-fibras-opticas/. Acesso em: 28
de Junho de 2022.
HORVATH, T; MUNSTER, P; BAO, N-H. Lasers in Passive Optical Networks and the
Activation Process of an End Unit: A Tutorial. Eletronics, v.9, p. 1114, 2020.
LAM, C. F.; YIN, S. Evolution of fiber access networks. In: Optical Fiber
Telecommunications VII. Academic Press, p. 827-865, 2020.
19
https://www.ifsc.usp.br/~strontium/Teaching/Material20202%207600035%20Eletroavan
cado/SeminarBooklet.pdf#page=24. Acesso em: 24 de junho de 2022
20