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Center Educacional

Nubbi

Sistemas de Telecomunicações

Livro base para os cursos da


Instituição Center Educacional,
correlatos a área de estudos
de Telecomunicações.

Poços de Caldas, MG.

2023
3

Sumário

Introdução à Telecomunicação .................................................. 4


Padronização e Regulação ....................................................................9
Órgãos de Normalização .................................................................... 10
ITU-T ............................................................................................. 11
ITU-R............................................................................................. 12
ITU-D ............................................................................................ 13
IEEE .............................................................................................. 13
IETF .............................................................................................. 14
ANSI .............................................................................................. 14

Planejamento de Telecomunicações......................................... 16
Terminologia e Princípios de Planejamento ............................................ 16
Decibel........................................................................................... 18
Erlang ............................................................................................ 21
Erlang B ......................................................................................... 22
Erlang B Extendido ........................................................................... 25
Erlang C ......................................................................................... 25
Ruído e Interferências....................................................................... 25
Outras Unidades Típicas de Telecomunicações ....................................... 28
Evolução de Redes Móveis ................................................................. 29

Sistemas de Telecomunicação .................................................. 33


Topologias de Rede........................................................................... 36
Ponto-a-Ponto ................................................................................. 38
Bus ............................................................................................... 38
Estrela ........................................................................................... 40
Anel............................................................................................... 41
Redundância ................................................................................... 43
Rede Telefônica ............................................................................... 46
Segurança de Redes ......................................................................... 47
Funções Criptográficas Básicas ........................................................... 47

Bibliografia .............................................................................. 51
4

Introdução à Telecomunicação
Olá alunos! Sejam bem-vindos ao livro de Sistemas de
Telecomunicações da Leveduca!
A ideia principal deste livro é combinar os aspectos teóricos e
práticos de toda a telecomunicação, incluindo sistemas fixos, móveis,
por satélite, de radiodifusão e especiais.

A enfâse deste livro será a descrição dos princípios, detalhes de


sistemas relevantes para a indústria e usuários finais, aplicações em
equipamentos, rádio, redes de transporte, descrições práticas e dicas
úteis para o planejamento, configuração, medições, otimização e
utilização de opções viáveis.
Em geral, o objetivo é fazer com que você entenda as
telecomunicações de uma forma prática.
Figura 1 - Seletor eletromecânico de barra cruzada para centrais telefônicas
analógicas

Na Figura 1, você pode observar um seletor eletromecânico de


barra cruzada para centrais telefônicas analógicas. Este elemento é
5

capaz de lidar com 25 posições de ângulo, o conector do braço pode


ser ajustado para 22 diferentes comprimentos, ou seja, o elemento
poderia entregar 25 × 22 = 550 chamadas telefônicas. Este
equipamento era utilizado na Telecom Finland, em 1970.
Para iniciar o livro será abordado rapidamente os sistemas
analógicos que foram usadas como base na conexão manual das
chamadas de voz.
O comutador de barras foi desenvolvido para utilização
automática de chamadas de voz. O conceito foi mais popular entre
1950 e 1980. A maioria dos interruptores telefônicos nesse período de
tempo baseavam se em alguma variante do sistema de comutação,
juntamente com a tecnologia mais avançada, as soluções de relés
ocorreram conforme a Figura 2.

Figura 2 - Exemplo de conexão telefônica de pequena escala baseada em


chaves mecânicas
6

Na Figura 2 você pode visualizar o modelo TELEVA KAU 2/5


produzido na Finlândia e capaz de executar 5 chamadas internas e 2
externas com base nas matrizes de relé.
Os sistemas de telefonia sem fio surgiram nos mercados no início
dos anos 70. Um dos primeiros sistemas comerciais e publicamente
disponíveis foi o ARP, Auto Radio Phone na Finlândia, entregue para o
público 1971. Ainda era um sistema operado manualmente e pode ser
interpretado para representar o sistema pré-1G.

Os sistemas móveis analógicos automáticos se enquadram na


categoria de sistemas 1G e apareceram nos mercados comerciais a
partir do início dos anos 80. O Nordic Mobile Telephone (NMT) foi um
dos exemplos desta época, juntamente com vários sistemas
semelhantes nos EUA e na Europa, aparecendo nas bandas VHF / UHF.
A 1G-systems começou a preparar o caminho para a era da
tecnologia sem fio e permaneceu nos mercados por várias décadas até
eles serem encerrados no início de 2000 devido à eficiência mais
avançada da nova geração 2G.
O fator comum para 2G é a funcionalidade digital. GSM (Sistema
Global de Comunicações Móveis), definido pelo ETSI / 3GPP, é um dos
sistemas mais difundidos e populares na história das telecomunicações
até agora.
Espera-se que o GSM permaneça nos mercados e ainda evolua,
mesmo com as primeiras redes que surgiram no início dos anos 90.
No mercado dos EUA, o 2G é baseado em CDMA (1x), enquanto
o GSM utiliza o TDMA.

O 3G representa mais sistemas eficientes, que são claramente


capazes de trabalhar com multimídia.
O UMTS (Universal Mobile Telecommunications System),
baseado em CDMA, pavimentou o caminho para esta era, e vários
outros sistemas. A evolução trouxe, por exemplo, o HSPA (High Speed
7

Packet Access), fornecendo taxas de dados consideravelmente mais


altas em comparação com as primeiras redes 3G lançadas no início dos
anos 2000.
As gerações de sistemas móveis apareceram uma vez por década
e a 4G não é exceção.
É possível encontrar diversos livros de telecomunicações no
mercado, porém eles são um pouco limitados. Além disso, eles
tipicamente têm uma abordagem teórica e são direcionados para redes
de rádio ou centrais IP.
O campo das telecomunicações está evoluindo tão rapidamente
que parte do conteúdo dos livros está desatualizado. Além disso, livros
tendem a dar apresentações globais dos sistemas em um nível um
pouco mais alto do que é realmente necessário na indústria e institutos
educacionais, e o ponto de vista mais prático está faltando. Há,
portanto, uma falta da descrição prática, mas suficientemente
profunda dos sistemas modernos.
Aqui você irá ter uma imagem completa, bem como detalhes
práticos, com exemplos de redes operacionais, para serem usados
por você como um manual e uma fonte centralizada de diretrizes em
estudos completos deste campo, e no planejamento e operação de
redes.
Cada rede é descrita em um nível suficientemente profundo para
fins de implantação. A descrição e planejamento dos sistemas de
comunicações móveis 3GPP, GSM, UMTS e LTE são enfatizados neste
estudo.
E, finalmente, serão oferecidas orientações para a área de
telecomunicações, que está em constante desenvolvimento, com a
visão de sistemas de telecomunicações relevantes e é, portanto, útil
em operações globais de sistemas de telecomunicações.

O mercado de telecomunicações é sem dúvida um dos mais


importantes a nível global.
8

Ambas comunicações, fixas e móveis, criam a base para grande


parte da população mundial de serviços de voz e dados.
A importância dos serviços de dados tem aumentado muito, e a
tendência geral de desenvolvimento é em direção de utilizar endereços
de IP, em todos celulares.
É evidente que o papel das comunicações móveis já assumiu as
comunicações de linha fixa em vários países nos últimos anos. De
acordo com um número crescente de assinantes que substituiu as
linhas de telefonia fixa por serviços de voz móveis, ou voz sobre IP.

Segundo as estatísticas o tráfego de voz móvel superou tráfego


de voz fixo, pela primeira vez em 2009, com 52% do tráfego total.
Essa evolução pode ser vista claramente por outras estatísticas
que afirmam que apenas 9% das famílias na Europa têm acesso a
telefone fixo.
De acordo com dados da ITU divulgados em junho de 2012, havia
quase 6 bilhões de assinaturas de comunicações móveis em 2011.
Referindo-se a uma penetração global de assinaturas móveis de
aproximadamente 86%.
De acordo com esse número é possível supor que muitos usuários
tenham duas ou mais assinaturas, esse número indica que o
crescimento nas comunicações móveis tem sido substancial nos
últimos anos e o principal. Lembrando que este aumento é encontrado
principalmente nos países em desenvolvimento.
Nos anos 90, era muito raro que um único país tivesse mais de
100% de penetração de assinaturas móveis. No final de 2011, já havia
mais de 100 países que atingiram esse marco. Especialmente para
banda larga móvel, que apresentou mais de 1 bilhão de assinaturas em
nível global no ano de 2011. Em comparação com a banda larga fixa,
havia 590 milhões de assinaturas ativas em nível global em 2011.
9

As redes e serviços baseados em IP desencadearam uma grande


mudança na área de telecomunicações. Os dados, incluindo serviços
de voz, multimídia, áudio, vídeo, mensagens e transferência de
arquivos, são entregues através dos princípios das redes por padrão
IP.
Pode-se estimar que o IP com sua variante desenvolvida IPv6 vai
assumir as comunicações em todo o mundo. O IPv6 está avançando
rapidamente em muitas áreas do mundo, especialmente na China e no
Japão. As atividades são implantadas com base no IPv6, com
portabilidade de endereços IP. É lógico que essa transição acontece de
forma paralela tanto nos sistemas fixos como móveis, de tal forma que
a convergência de serviços, contínuo de conexões e transferência
transparente de dados está se desenvolvendo em grandes saltos.
Pode-se afirmar que a tendência mundial atual indica que a
preferência da indústria está mudando para dispositivos móveis.
Como o conteúdo, aplicativos e serviços estão se tornando
móveis, os preços e os serviços de acesso tradicionais estão em
declínio.

Padronização e Regulação

Sem regras comumente acordadas para comunicações dentro e


entre sistemas de telecomunicações, com funcionalidades e interfaces,
as chamadas Ponto-a-Ponto entre dispositivos de operadores e países
não seriam possíveis.

Os padrões são, portanto, projetados em todos os níveis, tanto


nacional como internacionalmente. Além dos sistemas, dentro de
comunidades mais amplas como a União Europeia, há também
processos para unificar definições a fim de fornecer funcionalidade e
desempenho fluentes de ponta a ponta.
10

Órgãos de Normalização

A UIT (União Internacional de Telecomunicações) é uma


organização mundial que cuida dos requisitos das telecomunicações
em todo mundo. A UIT pertence à Organização das Nações Unidas
(ONU).
A UIT é especializada em informação e tecnologias de
comunicação (TIC).
As tarefas da UIT incluem a alocação global de espectro de rádio
e órbitas de satélites, além do de desenvolvimento de padrões. A UIT
também abriu caminho para melhorar o acesso global às TICs em
comunidades carentes.

Em geral, o foco de alto nível da UIT é facilitar o direito das


pessoas de se comunicar, o que aumenta funções fundamentais do
estilo de vida humano, incluindo serviços de emergência,
abastecimento de água, redes de energia, cuidados de saúde,
educação, serviços governamentais, mercados financeiros, sistemas de
transporte e gestão, através das comunicações .

A UIT tem membros do setor público e privado, incluindo 193


Estados-Membros, reguladores das TIC, instituições acadêmicas de
renome e cerca de 700 empresas privadas.
A organização da ITU está dividida em três partes principais:
1. UIT-T: Padronização da área de telecomunicações.
2. ITU-R: Padronização da área de rádio.
3. UIT-D: Desenvolvimento da área de telecomunicações.

O trabalho na UIT é normalmente executado em grupos de


estudo de especialistas. Os grupos de estudo têm um certo foco a fim
de garantir a competência dos participantes.
11

A tarefa dos grupos de estudo é planejar estruturas que


proporcionam o funcionamento ideal dos serviços de
telecomunicações.
O resultado concreto do trabalho é formar padrões técnicos ou
diretrizes, isto é, recomendações da UIT.
O princípio fundamental da UIT é trabalhar independentemente
dos interesses comerciais. Isso pode ser notado pelos métodos de
trabalho dos especialistas do grupo.
A tomada de decisões neutras e democráticas é garantida pela
UIT, de modo que os grupos fornecem uma plataforma neutra de
consenso global.
A ITU oferece assim um serviço eficiente à indústria de
telecomunicações, que é de fato o principal motor do desenvolvimento
social e econômico.

ITU-T

O Setor de Padronização de Telecomunicações da UIT (ITU-T)


produz padrões, ou seja, “Recomendações” que funcionam como um
bloco de construção essencial para a operação de redes modernas de
TIC. Padrões UIT fornecem uma forma compatível de se comunicar em
nível global, e assim, por exemplo, a interoperabilidade das funções da
rede telefônica pública em todo o mundo, bem como a utilização da
Internet, são igualmente uma forma compatível de uso em todos os
pontos do globo. Isto é facilitado por protocolos de transporte comuns
e de compressão compatíveis de voz e vídeo, entre outros aspectos
das TIC, através dos padrões da UIT.
A UIT produz ativamente novo padrões em todas as áreas de
telecomunicações.
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ITU-R

O Setor de Radiocomunicações da UIT (UIT-R) coordena um


importante conjunto de serviços de radiocomunicações.
O ITU-R também gerencia globalmente o espectro de
radiofrequência e as órbitas dos satélites. O desenvolvimento de novos
sistemas de rede em radiocomunicações resultou em uma procura
crescente do espectro e na atribuição dos recursos que são gerenciados
no nível mais alto pelo ITU-R.
Um dos métodos de trabalho da ITU-R é a organização de
conferências e atividades de grupos de estudo que executam
planejamento de alto nível de tecnologias de comunicação e difusão
em banda larga móvel. A importância dessas atividades está
crescendo, juntamente com a introdução de novos sistemas no
ambiente comercial.
Como exemplo, para as definições de UMTS, o grupo mais
importante da ITU-R foi o ITU-R TG 8/1. O trabalho deste grupo
juntamente com outras áreas técnicas tem sido relacionado aos
regulamentos de rádio que são tratadas no WRC (World Radio
Conference) aproximadamente a cada dois anos.
No momento, a área de foco mais importante da ITU-R é o
desenvolvimento da International Mobile Sistemas de
Telecomunicações Avançados (IMT-Advanced).

A definição de IMT-A é que eles são sistemas móveis, incluindo


novos recursos para o conjunto de requisitos definidos anteriormente
do IMT-2000.

Os sistemas desenvolvidos fornecem acesso a vários serviços de


telecomunicações por meio de redes móveis e fixas. A característica
comum destes sistemas é a técnica de comutação de pacotes, que tem
sido uma das mudanças mais fundamentais na história das técnicas de
circuitos de sistemas de telecomunicações. Os sistemas pertencentes
ao conjunto de sistemas IMT-Advanced estão em conformidade com
13

uma variedade de cenários de mobilidade, com aplicativos e uma


variedade de taxas de dados que estão alinhadas com as demandas de
usuários e serviços em vários ambientes.
O foco especial do IMT-Advanced é fornecer recursos para
multimídia de alta qualidade, aplicações que podem ser feitas através
de vários serviços e plataformas. Em geral, os requisitos do IMT-
Advanced foram projetados para fornecer melhorias significativas para
o desempenho e a qualidade dos sistemas de serviço.

ITU-D

O Setor de Desenvolvimento de Telecomunicações da UIT (UIT-


D) está ativo em várias iniciativas importantes em todo o mundo
relacionadas a funções como os eventos do ITU Connect ou Connect a
School, Connect a Community. Além do que, a ITU publica ativamente
as estatísticas de TIC do campo. Existem vários subgrupos no ITU-T
que produzem, por exemplo, requisitos relacionados ao IMT-2000.

IEEE

O IEEE fornece uma ampla gama de publicações e padrões que


fazem a troca de conhecimento técnico e informações possíveis entre
profissionais de tecnologia. O conteúdo desses resultados é entregue
através da Biblioteca Digital IEEE Xplore. Uma das áreas mais
importantes dos padrões do IEEE é a série IEEE 802. Confira a seguir.
• IEEE 802: Visão Geral e Arquitetura.
• IEEE 802.1: Bridging & Management.
• IEEE 802.2: Controle de link lógico.
• IEEE 802.3: Ethernet.
• IEEE 802.11: LANs sem fio.
• IEEE 802.15: PANs sem fio.
• IEEE 802.16: MANs sem fio de banda larga.
14

• IEEE 802.17: Anéis de pacote resilientes.


• IEEE 802.20: Acesso sem fio de banda larga móvel.
• IEEE 802.21: Serviços de transferência independentes de mídia.
• IEEE 802.22: Redes de área regional sem fio.

IETF

A Força-Tarefa de Engenharia da Internet (IETF) é uma


comunidade internacional e aberta de operadores de rede,
fornecedores, designers e pesquisadores. A tarefa do IETF é estar
ativamente envolvida na evolução da arquitetura da Internet e garantir
que a Internet funcionará sem problemas. O resultado do trabalho do
IETF é documentado como recomendações, que são numeradas como
RFC n, onde n é um número inteiro que se refere a uma definição de
área específica.

ANSI

O objetivo de alto nível do American National Standards Institute


(ANSI) é fortalecer a posição do EUA na economia global. Também
cuida das importantes questões de segurança e saúde dos
consumidores, bem como a proteção do ambiente.
O ANSI está envolvido na criação de normas e diretrizes de várias
áreas diferentes. Alguns exemplos da grande variedade de padrões
incluem dispositivos acústicos, equipamentos de construção, produção
leiteira e pecuária, bem como distribuição de energia.
Além disso, o ANSI está envolvido nos programas de
credenciamento para melhorar a conformidade dos padrões.
Alguns exemplos dessas atividades são o padrão de qualidade
ISO 9000 e o padrão ambiental Sistemas de gestão ISO 14.000.
15

Embora o ANSI não esteja envolvido diretamente no


desenvolvimento de Padrões Nacionais, uma das suas tarefas é
promover o uso dos padrões dos EUA no ambiente internacional.
E por outro lado, ele também facilita a adoção de padrões
internacionais para o ambiente dos EUA.
Importante, o ANSI é o único representante dos EUA da
Organização Internacional de Normalização (ISO) e da International
Electrotechnical Comissão (IEC), a última conexão criada pelo Comitê
Nacional dos EUA (USNC).
ANSI é, na verdade, um membro fundador da ISO e tem um peso
importante em seu trabalho.
Em nível nacional, o ANSI fornece um fórum para mais de 200
desenvolvedores de padrões acreditados por ele.
16

Planejamento de Telecomunicações

Nesse segundo capítulo do livro de Sistemas de


Telecomunicações será discutida como a terminologia difere com base
nos padrões de operadores e equipamentos dos fabricantes.
Este capítulo também traz visões sobre a evolução dos sistemas
e aplicativos, além de identificar as necessidades que impulsionam
ainda mais a evolução das telecomunicações.
Também serão estudadas as diretrizes essenciais sobre a
distribuição do espectro de frequências, identificando as regiões,
princípios da UIT e mostrando também os aspectos de regulação de
frequência em geral.

Terminologia e Princípios de Planejamento

Na área de tecnologia de telecomunicações, é essencial entender


e ser entendido tão uniformemente quanto possível. A necessidade
surge do caráter substancialmente do campo internacional, devido ao
fato que basicamente todos os sistemas de telecomunicações precisam
de algum tipo de interoperabilidade nas operações domésticas e
internacionais.

Um bom exemplo disso é o usuário da rede celular visitando


diferentes países estrangeiros, utilizando o mesmo dispositivo portátil.
17

Figura 3 - Exemplo da interconexão dos nós nas redes de telecomunicações

A terminologia é um desafio para unificar, no entanto.

Existem normas internacionais para os sistemas que seriam


bastante compatíveis com a terminologia, mas há diferentes empresas
como operadoras de telecomunicações, fabricantes de equipamentos e
equipamentos de rede, fornecedores de serviços e assim por diante;
cada um criou sua própria terminologia para descrever os mesmos
tópicos que são chamados por outros nomes em outro lugar.
A importância de uma terminologia uniforme surge, por exemplo,
da necessidade de concordar indicadores de redes. Estes indicadores-
chave de desempenho podem ser chamados por dezenas, senão
centenas de nomes, e eles normalmente se sobrepõem, causando mal-
entendidos.

O funcionamento das redes de telecomunicações é baseado em


conexões físicas e fluxo de dados transferidos em várias interfaces,
utilizando protocolos. As conexões físicas podem ser baseadas em
métodos fixos e sem fio, cada um com características especiais que
afetam a confiabilidade e o desempenho da conexão de ponta a ponta,
bem como na terminologia.
18

A Figura 3 mostra um exemplo de alto nível da hierarquia de


conexão.

Decibel

Uma das unidades básicas mais importantes em


telecomunicações é o decibel (dB).
Ele é adequado para medir o desempenho relativo de incontáveis
fenômenos, por exemplo, para a potência do áudio. Um nível de ruído
que dificilmente é possível ouvir, como o movimento das folhas das
árvores, pode causar um nível de 10 a 20 dB, enquanto o trabalho de
escritório típico pode gerar cerca de 50 dB.
Ruídos de 85 dB já requer protetores para ouvido para o ser
humano, e perto de uma turbina de um jato o nível já excede 120 dB,
que é o nível que potencialmente pode prejudicar os ouvidos humanos.
O decibel é um padrão comumente utilizado para medir o
desempenho básico em eletrônica, como corrente elétrica, tensão e
níveis de potência, que são blocos de construção essenciais nas
telecomunicações.
A tensão utiliza logaritmos de base 10:

Nesta equação, U é o nível de tensão (volts) e Uref é a tensão de


referência. Como pode ser visto na equação, o dB apenas informa a
diferença relativa de dois valores. Também a corrente em ampères (I
e Iref) pode ser calculada da seguinte forma:
19

Deve-se notar que tanto a tensão quanto a corrente utilizam o


valor 20 na fórmula. Em vez disso, ao nível de energia elétrica é
utilizado o valor 10, como pode ser visto na seguinte fórmula:

Esta diferença entre as fórmulas pode ser vista a partir da


dependência de P, U e I, eles se comportam na seguinte maneira:

O quadrado I e U resultam no termo adicional 2 para as fórmulas


de tensão e corrente, e assim o coeficiente dessas fórmulas é 2 ⋅ 10 =
20.

O decibel oferece uma maneira prática de calcular os níveis de


sinais nas telecomunicações simplesmente adicionando e extraindo os
valores sem conversões complicadas.
Ao comparar o nível de potência com um mW, a unidade para o
resultado é dBm. Isso pode ser utilizado tanto para níveis de potência
transmitidos quanto recebidos, quando o nível de potência medido é
informado em watts:

Ao aplicar regras matemáticas simples para logaritmos, a


maneira inversa produz o valor de potência em Watt, quando o valor
da potência é medido é obtido em dBm:
20

O valor de dBm é amplamente utilizado no equipamento de


medição de campo, então é possível comparar facilmente resultados
de desempenho diferentes do mesmo tipo de redes de diferentes
partes do mundo. A Tabela 1 apresenta um exemplo do sistema GSM
900, com níveis de potência expressos em dBm e W.
Uma unidade igualmente importante e amplamente utilizada é o
dBμV (decibéis comparados ao microvolt) para a força de campo.
Além disso, pode ser informado em dBμV / m (decibéis
comparados a um microvolt em uma área de um metro). Essa é uma
maneira comum de expressar a força de campo útil e interferente, por
exemplo, em redes de transmissão sem fio como os sistemas de TV e
rádio.
A base para este valor é o nível de tensão recebido dBμV, que
depende do valor de impedância. Por exemplo, 0 dBm corresponde a
um valor de 108,7 dBμV quando a carga de 75 ohms é utilizada. O
mesmo exemplo resultaria em 107,0 dBμV com a carga de 50 ohms.

Tabela 1 - Exemplos dos níveis de energia em W e dBm

Nível de Potência Nível de Potência Nível de Potência Nível de Potência


(mW) (dBm) (mW) (dBm)

1995 33 31,6 15

1000 30 15.8 12

501 27 7,94 9

251 24 3.98 6

126 21 2.00 3

63.1 18 1.00 0
21

Erlang

Em redes de telecomunicações, as medições e


dimensionamentos de capacidade utilizam tipicamente unidades Erlang
(Erl).

Essa unidade indica a capacidade média oferecida da rede,


quando ela é dimensionada aceitando uma certa probabilidade média
de bloqueio. Na prática, até mesmo a forma básica do Erlang pode ser
utilizada como base para dimensionar o serviço de voz em redes de
comutação de circuitos fixos e sem fio.
Em telefonia comutada por circuitos, Erlang refere-se ao uso
contínuo de uma única conexão de voz.
Ele é usado para descrever o volume total de tráfego de uma
hora. Como exemplo, suponha um grupo de usuários de chamadas de
voz que estabelecem 50 chamadas comutadas por circuito durante um
período de uma hora completa.
Assumindo que, em média, a duração de cada chamada é de 5
minutos, o valor de Erlang para este caso pode ser obtido da seguinte
maneira:

• O total de minutos de tráfego durante um período de uma hora


é o número de chamadas multiplicado pela duração média de
cada chamada, ou seja, 50 chamadas por 5 minutos, resultando
em um total de 250 minutos.
• A quantidade de horas de tráfego durante o período de uma hora
é o total de minutos por 60, resultando em 250/60 = 4.17.
• Este resultado indica o número de tráfego em Erlangs, isto é,
4.17 Erl.

Definindo de forma mais simpels, o ERLANG é a


unidade que mede o tráfego telefônico, útil para
dimensionamento de sistemas de telefonia.
22

A razão para usar o Erlang é avaliar a carga de tráfego nas redes


de telecomunicações.
O planejamento da capacidade oferecida é feito com base na
utilização esperada da rede.
O princípio de Elrang é adequado para telefonia comutada por
circuito, que se refere à quantidade fixa de recursos disponíveis. No
entanto, para redes e serviços comutados por pacotes, o Erlang, como
tal, não é adequado. A capacidade oferecida para dados de pacote pode
ser estimada, por exemplo, mapeando a capacidade de circuito para
os intervalos de tempo ou canais para o fluxo de dados em bits por
segundo.
Existem várias maneiras de fazer isso, mas a ideia básica é
investigar a média de utilização de dados dos usuários, observando a
taxa de transferência bem-sucedida, ambos sendo avaliados sob
condições de rede carregadas. O desafio nesta abordagem é que o
tráfego de redes de dados por pacotes é intermitente, com taxas de
dados variáveis e, portanto, o mapeamento exato não é direto.

Erlang B

Para sistemas de circuito comutados, a fórmula de Erlang pode


ser apresentada da seguinte forma:

Nessa fórmula, t é o tamanho da chamada média em minutos e


n é o número das chamadas em período de tempo de uma hora. Desta
forma, assumindo que existe apenas um canal disponível no sistema e
um único usuário ocupando este canal durante toda a hora, o tráfego
neste único canal é de fato 1 Erl. Igualmente, se houver duas
23

chamadas separadas, consecutivas de meia hora cada, o resultado é


novamente 1 Erl.
Na prática, esta é uma situação em média altamente improvável,
exceto durante picos de utilização. Caso contrário, a probabilidade
média de bloqueio seria de 100%, o que significa que a rede ficaria
totalmente congestionada em todos os momentos.

Um valor muito mais típico e realista poderia ser, por exemplo,


150 mErl (milli Erlangs), o que efetivamente significa uma ocupação
média da linha durante 0,150 ⋅ 60 = 9 minutos durante um período de
uma hora.
O Erlang pode ser utilizado para informar a utilização média de
uma única linha ou canal, um grupo de linhas ou canais, ou mesmo
uma rede total, enquanto o número total de linhas ou canais é
conhecido. Também é possível criar uma razão para o Erlang, isto é,
comparando o valor sobre o número de usuários do sistema. Este
indica o tráfego em mErl.

A suposição para o sistema básico Erlang é um grupo de canais


que o novo usuário pode acessar ou não acessar, caso todos estejam
ocupados. Em outras palavras, não há filas assumidas nesta forma de
sistema Erlang, que é chamado Erlang B.
Esta equação indica a probabilidade de bloqueio para as novas
chamadas bem como para o tempo de duração da chamada, isto é, ela
define a probabilidade de que todos os canais estejam ocupados em
determinado momento:
24

Esta equação tem N, que indica a quantidade total de canais do


sistema que podem ser acessados, e A é o produto da taxa média das
chamadas e do tempo médio que as chamadas ocupam o canal. Em
outras palavras, esta é a carga oferecida. Esta equação pode ser
expressa também na forma recursiva que é mais adequado para
cálculos computacionais:

É comum que as redes de telecomunicações celulares sejam


dimensionadas de acordo com a probabilidade de 2% durante a maior
utilização da rede, isto é, durante o horário de pico.
Como a equação mostrada acima indica a carga oferecida, o
efeito do bloqueio deve ser levado em consideração ainda para obter o
tráfego entregue real, isto é, o tráfego que pode ser servido depois que
o restante é bloqueado.
O tráfego entregue é obtido da seguinte maneira:

Da mesma forma, o tráfego bloqueado pode ser obtido pela


equação:

Deve-se notar que também existem outras variantes para a


fórmula de Erlang. Aquele que leva em conta o enfileiramento durante
um certo período de espera máximo até que a tentativa de chamada
falhe é chamada Erlang C.
25

Erlang B Extendido

A variante estendida de Erlang B é semelhante ao modelo básico


de Erlang B, mas leva em conta os esforços de repetição. O modelo
tem como uma variável a porcentagem de repetição.

Erlang C

O modelo Erlang C baseia-se no comportamento das chamadas


que possibilitam que todas as chamadas bloqueadas permaneçam no
sistema até serem manipuladas. Esse modelo é útil, por exemplo, para
o serviço de call center, de atendimento ao cliente, que coloca as
chamadas recebidas na fila, enquanto o pessoal atende a clientes
anteriores.
Em redes de telecomunicações, o Erlang B está dando indicação
suficientemente precisa de carga na rede, por isso é amplamente
utilizado, mesmo nos casos em que a rede oferece certas
funcionalidades de filas.

Ruído e Interferências

A capacidade das redes de telecomunicações é ditada, além da


carga oferecida e da carga fornecida, pela potência de ruído N que é
adicionada a potência de sinal útil S.
Existem vários métodos para estimar níveis de potência, por
exemplo, através da distribuição gaussiana, dependendo das
circunstâncias.
Uma base importante para toda transmissão de sinal é o limite
teórico que possivelmente pode ser transferido através do canal. Isso
é chamado de teorema de Shannon.
A capacidade máxima é assim:
26

Nesta equação, C representa a capacidade máxima para a


informação (b / s) quando é transferida dentro de uma largura de
banda de W (Hz). S representa a potência do sinal (W) e a potência do
ruído N (W).

Essa equação também pode ser apresentada em um formato


mais prático:

Esta equação é válida para casos em que S / N ≫ 1 e, ao mesmo


tempo, o termo (1 + S/N) pode ser simplificado para o formato S / N.
Na prática, C pode ser apresentado com precisão suficiente pela
seguinte equação:

Em sistemas práticos, o desempenho é frequentemente


informado pelo número de bits por segundo que pode ser transferido
dentro da banda de 1 Hz. Em teoria, a fórmula de Shannon estabelece
os limites da maneira mostrada na Figura 4 quando as unidades
investigadas são o sinal para a proporção de ruído e capacidade de
informação.
27

Figura 4 - Capacidade de informação de acordo com o limite de Shannon.

Na prática, existem vários componentes além do nível de ruído


teórico que afetam o desempenho.
Este é o caso especialmente no ambiente sem fio. Assim, os
sistemas práticos resultam em desempenho que é sempre menor do
que o limite teórico indicado por Shannon.
A transmissão de rádio inclui componentes como sinais
multipropagados que possuem várias fases e amplitudes diferentes,
bem como intermodulação e interferências do mesmo canal e
adjacentes, que diminuem o desempenho das redes celulares.
A codificação da transmissão de dados determina finalmente os
limites de capacidade.
Quando a proteção de sinal mais pesada é utilizada, menos
capacidade útil pode ser obtida.
Por outro lado, a capacidade de proteção de sinal mais leve pode
ser aumentada, mas o aumento da retransmissão reduz o throughput
de dados úteis.
O balanceamento da codificação de erro é, portanto, uma das
importantes tarefas de otimização em telecomunicações.
Normalmente, a codificação de erro é adaptativa, portanto,
dependendo do ambiente, o sistema pode ajustar o nível de correção
28

automaticamente a um certo limite, o que produz uma certa


quantidade de taxa de erro que ainda é considerada útil para a
experiência fluente do usuário.
A codificação do line dita o valor final de eficiência que pode ser
tipicamente 1−5 bits / Hz para a interface de rádio.
A relação entre a eficiência espectral, que determina a taxa de
transferência de dados para o usuário final, e distância da conexão
pode ser observada, por exemplo, medindo as comunicações móveis
de redes modernas. Quanto mais o usuário estiver utilizando o serviço
da estação base, mais fraca será a proporção C / I, o que resulta em
codificação mais pesada e, portanto, menor taxa de transferência de
dados.

Outras Unidades Típicas de Telecomunicações

A qualidade das telecomunicações pode ser descrita através de


inúmeras unidades.
Algumas essencialmente incluem BER (taxa de erro de bit), FER
(taxa de erro de quadro) e PER (taxa de erro de pacote).
Todos eles indicam a proporção de partes erradas em
comparação com o tráfego total transmitido.
Os erros podem ser medidos com vários equipamentos, incluindo
analisadores de rede, equipamentos de medição de campo e assim por
diante, ou utilizando métodos da rede e seus elementos. Alguns
exemplos deste último são as medições de rede para os principais
indicadores de desempenho (KPI) que podem ser obtidos nos centros
de operações e das redes.
Outros indicadores para as investigações de qualidade de rede
são, por exemplo, a queda da taxa de chamadas rede e C / I (portadora
por interferência) para a rede de rádio. Juntamente com a introdução
29

dos dados de pacote de redes, tanto em sistemas centrais quanto em


sistemas de rádio, muitas novas formas de medições foram adotadas.
A qualidade das redes de telecomunicações também pode ser
investigada por meio de medições subjetivas.
Exemplo de medições relacionadas é MOS (pontuação de opinião
média), que consiste em uma escala de 1 a 5 que foi projetada com
base em opiniões de usuários para a qualidade da conexão de voz
recebida:
• 5 referindo-se a excelente;
• 4 bom;
• 3 médio;
• 2 fraco;
• 1 referindo-se a má qualidade.

Evolução de Redes Móveis

A popularidade das comunicações móveis cresceu de forma


exponencial desde as primeiras implantações das primeiras redes
analógicas. A ideia de cobertura de rádio disponível publicamente para
comunicações sem fio independentemente da localização e do tempo,
elevaram os números de crescimento da penetração da telefonia móvel
e resultaram em mais assinaturas do que em linha fixa.
As redes de primeira geração mostraram o caminho para uma
era totalmente nova, onde os usuários não são mais pressionados pela
localização ditadas pelas linhas de telefonia fixa.
No entanto, já existiam alguns sistemas implantados na década
de 1950 até a década de 1970. Por exemplo, havia um sistema
chamado MTA na Suécia, já implantado em 1956, e operante em
Estocolmo e Göteborg. Naquela época a tecnologia do equipamento era
grande e adequada apenas para um ambiente montado em carros.
30

A discagem foi feita via placa de discagem, e as chamadas


podiam ser entregues de forma automática. De qualquer forma, havia
apenas algumas centenas de clientes na rede, e como a tecnologia foi
um pouco limitada para apoiar a ideia de maior escala, a iniciação era
apenas uma tentativa inicial do conceito sem sucesso comercial.
Os mesmos tipos de ensaios no ambiente móvel também foram
realizados, por exemplo, na Finlândia em 1952, novamente sem
continuidade comercial naquela época.
A tecnologia foi finalmente amadurecida o suficiente na Finlândia,
em 1971, para a abertura comercial do ARP (Auto Radio Phone), que
funcionou até 2000 em banda de frequência de 160 MHz. Em outros
países nórdicos, os sistemas paralelos foram adotados na faixa de 450
MHz. Todas essas iniciações ainda podem ser referidas como geração
0, com bases de usuários relativamente pequenas.
A evolução começou a decolar juntamente com o primeiro
sistema de comunicações móveis totalmente automático, e também a
variante mais internacional da rede de comunicações móveis de
primeira geração implantada naquela época nos países nórdicos, que
era NMT 450 (Nordic Mobile Telephone, o número indicando o banda
de frequências em MHz). Esse sistema foi comercializado no início dos
anos 80. Ainda era destinado apenas para serviços de voz analógicos
em um ambiente veicular.
Uma versão avançada, NMT 900, foi implantada nos países
nórdicos no final da década de 1980, com terminais portáteis desde o
início do lançamento. O sistema foi também adotado posteriormente
na Suíça, na Rússia e em algumas outras partes. Entre NMT, havia
vários tipos semelhantes de redes móveis na Europa, Américas e
Japão.
A capacidade foi relativamente limitada em sistemas de segunda
geração e independentemente da funcionalidade internacional
especialmente via NMT, o conceito de roaming ainda era bastante
31

limitado. Estas foram algumas das razões para acionar sistemas de


comunicação móvel de segunda geração.
O GSM (Sistema Global para Comunicações Móveis) tem sido até
então a variante mais popular da segunda geração. Ele foi projetado
pelo ETSI (Instituto Europeu de Normalização das Telecomunicações)
e apresentava uma tecnologia totalmente digital.

Entre os benefícios do serviço digital em qualidade, a separação


do terminal e do módulo de assinante (SIM, Módulo de Identidade do
Assinante) oferecia pela primeira vez independência do número do
assinante e do dispositivo.

Os dados de Circuit Switched (CS) do GSM foram introduzidos


alguns anos após os primeiros lançamentos comerciais. Os serviços de
Dados CS foram incluídos na segunda.
O Short Message Service (SMS) tem sido uma plataforma de
muito sucesso para vários serviços. Depois da evolução inicial dos
serviços de dados comutados por circuito, também os dados
comutados por pacote entraram em cena.

O GPRS (Geral Packet Radio Service) e sua extensão, EDGE


(Enhanced Data Rates for Global Evolution) foram o caminho para o
desenvolvimento de serviços globais de dados sem fio. Também outros
sistemas de segunda geração apareceram no mercado, como o
Baseado em CDMA IS-95.
O GSM é padronizado em 3GPP (3rd Generation Partnership
Project) desde 1999. Sua evolução inclui DHR (Dual Half Rate), que
oferece quatro vezes mais capacidade de voz em comparação com o
codec de taxa total original, e DLDC (Downlink Dual Carrier), que utiliza
duas frequências separadas para os canais de dados de downlink,
fornecendo taxas de dados em torno de 500-600 kb / s com
configuração de 5 + 5 slots de tempo em Uplink / Downlink.

No ETSI, e depois na fase posterior, quando as atividades de


padronização foram transferidas para o 3GPP, a padronização do 2G
32

foi executado sob o termo GERAN (GSM / GPRS / EDGE). GERAN é


representado no organismo de normalização como um Grupo de
Especificação Técnica (ETG) completo.
As SMGs (Special Mobile Group) da padronização GSM logo
identificaram as potenciais limitações da plataforma GSM básica.
Por essa razão, foi iniciado o desenvolvimento do sistema de
comunicação móvel de terceira geração. A padronização do UMTS
(Universal Mobile Telecommunications System) foi iniciada no ETSI,
primeiro sob o nome FPLMTS (Sistema de Telecomunicações Móveis
Terrestres Públicas do Futuro).

A padronização foi transferida para 3GPP junto com a evolução


do GSM em 1999. Atualmente, outras melhorias do HSPA são indicadas
pelo termo HSPA +.
A definição de 3G está alinhada com as capacidades técnicas das
redes em comparação com as redes 2G e 1G anteriores, de acordo com
os princípios aceitos.
Como conclusão, o termo para 4G parece ser um pouco confuso.
Existem várias interpretações, as versões rigorosas provenientes do
regulamento que admite apenas as versões evoluídas de LTE e WiMAX
para o Categoria 4G, e os mais flexíveis, que surgem das
interpretações de mercado que também aceitam sistemas 3G evoluídos
como o HSPA + para ser representado como tecnologias 4G devido a
suas taxas de dados consideravelmente mais altas do que alcançado
anteriormente em 3G.
Estritamente falando, conforme definido no ITU, o LTE definido
pelo 3GPP no Release 10, ou seja, LTE-Advanced, seria o primeiro
sistema a cumprir a definição 4G. No entanto, o setor de
telecomunicações móveis interpretou que o LTE já está dentro do
desempenho de 4G.
33

Sistemas de Telecomunicação

Seja bem-vindo ao terceiro capítulo de Sistemas de


Telecomunicações, cujo tema será a implantação de redes de sistemas
de telecomunicações.
Como já mencionado anteriormente, as telecomunicações
constituem o ramo da engenharia elétrica que trata do projeto, da
implantação e manutenção dos sistemas de comunicações e têm por
objetivo principal atender à necessidade do ser inteligente de se
comunicar a distância.

É comum omitir-se o prefixo tele e usar apenas comunicações


Através dos sistemas de comunicações os assinantes, usuários
ou correspondentes trocam informações, operando terminais, elétricos
ou eletrônicos, tecnicamente compatíveis com o sistema.

As informações fluem pelos canais de comunicações como fio,


rádio (espaço livre) ou fibra óptica, na forma de sinais elétricos ou
eletromagnéticos.

Em princípio, as informações, quando recebidas pelos respectivos


destinatários, são interpretadas e geram respostas ou, pelo menos, a
confirmação do recebimento.
Por este motivo sempre é utilizado o termo telecomunicações no
plural.
Todo profissional das telecomunicações deve conhecer uma série
de conceitos básicos de maneira firme e exata.
É a demonstração do conhecimento destes conceitos que faz com
que sua competência seja reconhecida pelos profissionais do setor e
daqueles que necessitam dos seus serviços.
Assim, este capítulo é iniciado justamente com a abordagem de
alguns conceitos básicos das telecomunicações, como, por exemplo, os
34

relativos à conceituação de transmissores, receptores, informação e,


principalmente, um estudo das ondas eletromagnéticas, tão
amplamente utilizadas nas telecomunicações.
A finalidade das comunicações é transmitir uma informação de
um lugar para outro, ou seja, a partir de uma fonte-origem, chamada
de emissor, até um destino, chamado de receptor, utilizando alguma
forma ou meio para a realização dessa tarefa.

Na Figura 5 está sendo ilustrado uma pessoa falando algo para


outra.
Figura 5 – Transmissão de informação

Nesse caso, a informação é enviada através da voz e o meio de


transmissão são as ondas mecânicas que transmitem o som pelo ar.
Essas ondas mecânicas necessitam de meios físicos para se
propagarem e atingirem o receptor, sejam estes meios sólidos, líquidos
ou gasosos.
Uma prova disso é que não se pode conversar no vácuo (espaço),
pois não existe meio (ar) para que a onda sonora se propague.
Outro exemplo que pode ser tomado é quando você envia uma
carta a alguém. O meio de transmissão será a escrita em papel.
Você pode, genericamente, representar qualquer sistema de
comunicações da forma mostrada na Figura 6.
35

Figura 6 - Representação genérica de um sistema de comunicações

Observe que no exemplo da figura acima a informação viaja


apenas em um sentido, ou seja, vai sempre do transmissor para o
receptor.
Um exemplo disso seria a comunicação de rádio e TV
convencionais, onde existem as estações transmissoras e os
telespectadores com seus receptores, e a informação sempre trafega
no sentido das emissoras para os espectadores.
Nos dias de hoje os usuários desejam mais que isso, uma forma
de comunicação unidirecional já não atende a necessidade do público.
A criação das novas redes de comunicação proporciona a
experiência de se comunicar em tempo real em diversas formas de
mídia, hoje é possível comentar uma informação em um telejornal ou
solicitar a compra de um item de um cenário de um programa de TV.
As redes de telecomunicações fixas têm uma longa história.
Desde o início das redes - que pelo menos a primeira fase era dedicada
apenas a linhas ponto-a-ponto - elas eram utilizadas para telegramas
via códigos Morse.
A voz foi adaptada para o ambiente com fio após a invenção de
dispositivos telefônicos.
Diversas pessoas contribuíram para a inovação inicial e a
melhoria dos equipamentos e sistemas de telefonia em 1800. Os
primeiros passos em direção às linhas de comunicação foram dados em
1870. Desde então, as linhas com fio e redes de comunicação foram
utilizadas para chamadas de voz junto com a implantação dos sistemas
comerciais. A voz ainda é um serviço essencial, embora o ponto de
conexão do usuário final tenha sido movido das linhas fixas para o
36

acesso sem fio em um período de transição muito rápido durante os


anos 90, e notavelmente para soluções IP a partir de 2000.

Topologias de Rede

Os elementos da rede telefônica fixa podem ser conectados


através de vários princípios.
A mais importante são topologias de anel e estrela. Existem
muitas outras variantes também. Os representantes extremos destes
são a linha conectando diretamente dois dispositivos e, no outro
extremo, a internet aberta com todos os possíveis sistemas conectados
via IP.
A qualidade do serviço (QoS - Quality of Service) tem sido um
dos aspectos mais importantes das redes de telefonia vocal.
Por essa razão, tem sido típico assegurar o funcionamento dos
nós e elementos mais críticos duplicando os módulos de hardware,
interfaces e outras partes do sistema.

O formato mais simples da topologia da rede de


telecomunicações é ponto-a-ponto, isto é, conexão direta entre dois
dispositivos ou nós.
Figura 7 – Topologia de rede ponto-a-ponto

Como existem mais dispositivos, eles podem ser conectados em


topologia de barramento, como é feito nas soluções de LAN.
Os dispositivos também podem ser conectados em topologias de
estrela e anel.
37

Figura 8 – Tipos de topologia de rede em telecomunicações

Os padrões de rede normalmente ditam a topologia, ou conjunto


de topologias que são possíveis de se adaptar as respectivas
implantações.
Por exemplo, a LAN, isto é, a Ethernet é tipicamente
implementada de acordo com a topologia de barramento, embora
também possa ser implementada em uma topologia em estrela ou em
anel, aplicando-se equipamentos de interconexão exclusivos para estas
soluções. Algumas redes, como a Token Ring, são logicamente
aplicáveis apenas na topologia anel devido à ideia fundamental do
sistema.

Na prática, a combinação de diferentes topologias é também


possível, assim como a adição de várias topologias em uma cadeia.
38

Figura 9 - Várias topologias de rede em uma cadeia

Ponto-a-Ponto

Este tipo de rede foi basicamente a primeira solução para o


sistema de telefonia. Porém, ela possui limitações, sendo usada
somente em soluções especiais, como em conexões temporais de
bases militares. A Figura 10 mostra o princípio da topologia ponto-a-
ponto.
Figura 10 – Princípio da topologia ponto-a-ponto

Bus

A topologia de barramento possui instalação e manutenção


simples. Os dispositivos podem ser facilmente adicionados e removidos
neste ambiente. A desvantagem da topologia de barramento é que
39

todos os dados e sinalização são roteados via todos os pontos de


conexão, ou seja, a rede lida com todo o tráfego gerado pelos usuários.
Por esse motivo a topologia Bus cria limitações de capacidade e
aumenta riscos como problemas para o serviço quando ocorre uma
interrupção na fiação física, que pode resultar no isolamento de uma
área de Bus de dados completa. A Figura 11 mostra o princípio da
topologia de barramento.

Figura 11 – Princípio da topologia de barramento

A fase inicial das topologias de barramento no ambiente LAN foi


baseada em cabos coaxiais. No ambiente de LAN, a taxa de dados é
bidirecional. A taxa de dados vem crescendo desde os valores iniciais
de 10/100 Mb / s, atualmente 1 Gb / s sendo valor típico.
O método da reserva de recursos geralmente é baseado no
controle de acesso médio (MAC) que utiliza CSMA (Carrier Sense
Multiple Access). Na pior das hipóteses, esse método leva a colisões
dos pacotes de dados e retransmissões que diminuem a capacidade útil
do sistema.

Além disso, a limitação das redes de barramento LAN, ocorre pelo


fato de que os segmentos podem ter no máximo 500 m. Isto é devido
à atenuação relativamente alta dos sinais de alta frequência.
Redes que usam topologia de barramento são definidas no IEEE
802.3. Um único segmento do barramento de LAN suporta 210 = 1024
endereços de rede.
40

Estrela

A topologia em estrela mostrada na Figura 12 permite a


comunicação entre grupos específicos de dispositivos de nós, de tal
forma que outros dispositivos nesses nós não estão cientes da
comunicação.
Figura 12 – Topologia em estrela

Isso significa que a segurança de topologia em estrela é maior


do que na topologia de barramento. Se uma perna da rede estiver
danificada, isso não afetará a funcionamento do resto da rede.
Existe um nó central na topologia em estrela ao qual todos os
nós ou dispositivos participantes estão conectados.

Figura 13 – Estrutura de uma topologia estrela com um nó ao centro


41

Na prática, o nó central é um hub, switch ou roteador. As taxas


de dados da topologia em estrela variam entre 10 e 100 Mbs, baseado
em 10Base-T e 100Base-T. A conexão física dos dispositivos ou nós
participantes pode ser feita com par trançado não blindado (UTP) ou
Par Trançado Blindado (STP), que é ao mesmo tempo um dos
benefícios significativos da topologia em estrela. Ao contrário da
solução de barramento, vários usuários podem aproveitar ao máximo
da capacidade ao mesmo tempo na topologia em estrela. A
desvantagem é logicamente o evento do hub central falhando, que
divide toda a rede de estrelas.

Anel

Como na topologia de barramento, a topologia de anel, conforme


mostrado na Figura 14 também representa o tipo de transmissão como
o tráfego roteado através de todos os nós dos dispositivos. No entanto,
a topologia de anel oferece alta confiabilidade em contraste com a
topologia barramento, mas com uma pequena quantidade de fiação.

Figura 14 – Comparação entre topologia de estrela e topologia de anel


42

Nesta topologia, cada um dos dispositivos ou nós tem duas


conexões. Se houvesse quebras em qualquer parte do anel, isso não
afetaria a funcionalidade do resto da rede.
A desvantagem dessa topologia é que os dispositivos devem ser
projetados especialmente para topologia de anel para funcionar. Outra
desvantagem é que quando os nós ou dispositivos são adicionados ou
removidos, toda a rede deve ser interrompida.

A transmissão ocorre apenas em uma direção na topologia em


anel, em torno do circuito fechado da rede.
Cada nó ou dispositivo recebe os pacotes e os retransmite, até
que a extremidade de recebimento correta seja encontrada entre todos
os nós ou dispositivos.
A solução física é normalmente baseada em cabos coaxiais ou
fibras ópticas.

O sistema mais amplamente conhecido que utiliza a topologia em


anel é a rede Token Ring, usada como uma variante da rede local
(LAN).
Token ring LAN é, na prática, um protocolo localizado na camada
de enlace de dados (DLL) do modelo OSI.
A Token Ring LAN é baseada em um quadro de três bytes ou
token. O token "viaja" dentro do ringue até o destino da estação para
encontrá-la.
O anel foi padronizado no IEEE 802.5.

Quando nenhuma informação é enviada no momento, quadros


informativos vazios circulam no anel. Assim que algum dispositivo ou
nó tem uma mensagem a ser enviada, ele insere um token em um
quadro vazio. Este token é um campo no quadro que indica a existência
da mensagem. Além disso, a mensagem é inserida no mesmo quadro,
juntamente com o identificador de destino. Como próximo passo, o
quadro viaja para os seguintes dispositivos ou nós em ordem. Cada
43

dispositivo examina o quadro, finalmente, o dispositivo para o qual a


mensagem é enviada copia o conteúdo do quadro e altera o token de
volta para esvaziar e indicar que o quadro não está mais ativo.
Neste ponto, o conteúdo não é excluído até o quadro alcançar
novamente o remetente original, que faz uma anotação sobre o quadro
copiado e recebido pelo destinatário final. Neste ponto, o remetente
original remove a mensagem do quadro.

A partir deste ponto, a moldura vazia continua a sua circulação,


portanto, está pronta para ser preenchida pelo dispositivo que tem algo
para ser enviado dentro da rede.

Deve-se notar que o princípio do token pode também ser usado


com LANs de topologia de barramento.
O grupo de trabalho IEEE 802.5 padronizou velocidades de LAN
Token Ring de 4 Mbits e 16 Mbits. Também taxas de dados até 100
Mbits foi padronizado e comercializado. Até 1 Gbs foi finalmente
padronizado, mas equipamentos desta taxa nunca foram
comercializados. Finalmente, o Toke Ring desapareceu dos mercados.

Redundância

Existem muitos exemplos sobre os principais problemas se


alguns dos elementos, essenciais ou interfaces, não foram seguros em
uma Rede.
A concentração da capacidade de fibra óptica, por vezes, causou
situações onde cidades inteiras são servidas via cabeamento de núcleo
único. Se isso for danificado, as consequências podem ser dramáticas
para o funcionamento imediato das telecomunicações e diretamente
para a economia do país.
Como é o caso de qualquer outro equipamento técnico, o
funcionamento das ligações de telecomunicações e elementos não são
possíveis para garantir 100% de confiabilidade.
44

Os tempos de interrupção são tipicamente regulados por


autoridades nacionais das telecomunicações. Dependendo das áreas, o
limite aceitável de serviços não funcionais pode ser, por exemplo, na
faixa de 99,9999%.
Para medir as interrupções do serviço, o termo comumente
adotado é o tempo médio entre falhas (MTBF - Mean Time Between
Failures) conforme mostrado na Figura 15.

Figura 15 – MTBF – Mean Time Between Failures

Isso representa o tempo decorrido estimado entre falhas


inerentes de um sistema durante a operação. O MTBF é calculado com
base no tempo médio entre falhas de um sistema.
A suposição do MTBF é que, uma vez ocorrida, a falha é reparada
de acordo com o tempo médio de reparo (MTTR - Mean Time To
Repair). Como resultado o tempo médio de falha (MTTF) indica o tempo
médio até as falhas, assumindo que a falha na verdade não é reparada.
A internet vem mudando a forma tradicional de
dimensionamento e implantação de redes de telecomunicações
O serviço de VoIP é mais popular na Internet entre clientes, e
também em telecomunicações.
Apesar de sua flexibilidade superior sobre os sistemas
tradicionais de comutação de circuitos, o VoIP (Voice over IP) também
45

tem algumas desvantagens e limitações nas garantias de qualidade de


serviço.
Os benefícios do IP estão relacionados ao gerenciamento de rede
e, mais especificamente, à sua automatização. O núcleo IP é
basicamente um conjunto de inúmeros roteadores e pontes, que são
capazes de automaticamente e dinamicamente reencaminhar as
conexões quando houver problemas de carregamento ou falhas nos
elementos ou interfaces.
A desvantagem desta funcionalidade extremamente flexível é
que alguns elementos com falha podem ser deixados nas redes
causando, por exemplo, transmissões ocasionais de pacotes duplicados
e com falha.
Esses elementos podem ocupar desnecessariamente a
capacidade da rede e consumir energia da infraestrutura de rede IP.
A topologia de barramento é comumente utilizada em redes locais
Ethernet.
A topologia de barramento é fácil de implantar e suas possíveis
desvantagens estão relacionadas a limitações a princípio desafiadores,
pois as estações de transmissão estão tentando iniciar o envio de
dados, o que pode resultar em sobrecarga da rede.
Outra limitação da topologia de barramento é a limitação de
segurança e confidencialidade porque o acesso de partes externas no
barramento pode ser difícil de observar.
A solução para aumentar a segurança nesses casos é a utilização
de algum nível superior de sistema criptográfico, como VPN (Virtual
Private Network).

Em todos os casos, a garantia do funcionamento correto da rede


é uma tarefa importante do operador de telecomunicações.
46

Rede Telefônica

Uma maneira típica de implantar a rede telefônica comutada por


circuitos “mesmo sendo uma forma antiquada” é mostrada na Figura
16.

Chamadas nacionais são tratadas pelos elementos de


intercâmbio de interconexão, já o tráfego internacional é por
intercâmbios especialmente selecionados, que fazem interface com
países vizinhos e com redes internacionais de telecomunicações.
Também as redes celulares estão conectadas à infraestrutura nacional
e internacional através da camada de troca.
Sob as trocas de interfuncionamento, há um conjunto de trocas
locais organizadas regionalmente.
Sob esses, ainda existe a camada de rede de acesso, que é
fisicamente construída até o conector final de usuários finais.
Figura 16 – Rede internacional de transmissão
47

Um exemplo típico da solução de rede de telecomunicações no


nível nacional.

Segurança de Redes

O aumento da demanda de clientes para proteger as


transmissões de mensagens via satélite, contra escuta passiva ou
adulteração ativa, levou os projetistas de sistemas a tornar a
criptografia uma parte essencial do design do sistema de comunicações
via satélite.
A segurança da mensagem pode ser fornecida através de
técnicas criptográficas. Criptologia é a teoria da criptografia (isto é, a
arte de escrever ou decifrar um código) e criptoanálise (isto é, a arte
de interpretar ou descobrir os códigos decifrados sem o consentimento
ou autorização do remetente).
A criptologia é uma área de dificuldade especial para estudantes
porque muitas boas técnicas e análises estão disponíveis, mas
permanecem na propriedade das organizações cujo principal negócio é
o sigilo. Como tal, neste capítulo, é estudada a técnica fundamental
de criptografia neste capítulo sem fazer qualquer recomendação
específica.

Funções Criptográficas Básicas

A criptografia básica compreende criptografia, descriptografia e


gerenciamento de unidade chaves, como mostrado na Figura 17.
48

Figura 17 – Criptografia básica

Criptografia (codificação) é o processo de converter mensagens,


informações ou dados em um formulário ilegível por qualquer pessoa
exceto o destinatário pretendido.
O texto criptografado (codificado) é chamado de criptograma. Os
dados criptografados devem ser decifrados (desbloqueados ou
descriptografados) antes que o destinatário possa lê-los.
Descriptografia é o desbloqueio da mensagem bloqueada, isto é, o
inverso da criptografia. Chave simplesmente significa "senha".
A gestão de chaves refere-se à geração, distribuição,
reconhecimento e recepção das chaves criptográficas. O
gerenciamento criptográfico de chaves é o elemento mais importante
de qualquer sistema criptográfico.
A criptografia usa um sistema especial chamado algoritmo para
converter o texto da mensagem original (texto sem formatação) em
uma forma criptografada da mensagem (texto cifrado ou criptograma).
Algoritmos são procedimentos passo-a-passo para resolver problemas
no caso da criptografia, para codificar e decifrar uma mensagem de
texto sem formatação.
49

Algoritmos criptográficos (como chave e transformação de


funções) comparam caracteres individuais no texto simples com uma
ou mais diferentes chaves, números ou cadeias de caracteres. Na
Figura 18, a criptografia algoritmo Ey transforma a mensagem
transmitida MT em um criptograma Cy pelo algoritmo KE chave
criptográfica.
A mensagem recebida MR é obtida através do algoritmo de
decodificação Dy com o correspondente algoritmo KD de chave de
descriptografia. Essas funções criptográficas são concisas escritas da
seguinte forma.

Criptografia:

Figura 18 –Diagrama de bloco de uma mensagem criptografada

Descriptografia:
50

Figura 19 –Criptografia por canal de satélite

Equipamentos de nova geração a bordo de satélites e estações


terrenas são extraordinariamente sofisticados. Eles atuam como uma
série de aspiradores eletrônicos massivos, varrendo todo tipo de
comunicação com dispositivos de segurança embutidos.
A segurança de mensagens em uma rede de satélites pode ser
obtida colocando-se o equipamento de codificação na estação terrestre
ou no satélite.
A Figura 15 mostra os diagramas de blocos das mensagens MTi
transmitidas entre estações terrenas através do satélite. Cada estação
terrestre tem um número de criptografia chaves Kti (onde i = 1, 2,…,
n) compartilhada entre as comunicações de estações terrestres,
enquanto o satélite permanece transparente, ou seja, o satélite não
tem papel no processo de cifragem.
51

Bibliografia

TADEU, Alcides. Telecomunicações: Transmissão e Recepção. Rio de


Janeiro: Editora Érica, 1996.

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