Você está na página 1de 114

CAPACITAÇÃO EM REDES 5G

Introdução a 5G:
Conhecimentos
Básicos e
Desenvolvimento
1.1 Fundamentos
de Comunicação
Móvel
Prof. Dr.
Fabrício
Braga Soares
de Carvalho

Janeiro de
2023
Parte 2
Parte 1 Introdução às
Comunicações Móveis
Motivação
Sistema Analógico de
Estatísticas de Comunicações Móveis
Telecomunicações no Brasil (1G)
Parte 3
Técnicas de Múltiplo
Acesso
Sistemas Digitais de
Comunicações Móveis
(2ª Geração)
Parte 4
Sistemas Digitais de
Comunicações Móveis
(3ª Geração)

Parte 5
Sistemas Digitais de
Comunicações Móveis
(4ª Geração)
Parte 6
Conclusões e Próximas Etapas
Parte 1
Motivação;

Estatísticas de
Telecomunicações no Brasil
Motivação
 Vários países já oferecem o 5G desde 2019

 Alguns dos países em que o 5G já opera ou está em instalação e


planejamento:

 China, Estados Unidos, África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita,


Austrália, Áustria, Bahrein, Canadá, Catar, Coréia do Sul, Emirados
Árabes Unidos, Espanha, Filipinas, Finlândia, Hungria, Inglaterra, Irlanda,
Itália, Kuwait, Maldivas, Mônaco, Nova Zelândia, Omã, Porto Rico,
Romênia, Suíça, Trinidad e Tobago, Uruguai, dentre outros
Motivação
Em Novembro de 2021 houve o leilão das faixas de frequência para o
5G no Brasil

 Em 2022, o serviço de telefonia celular digital de quinta geração


começou a operar no Brasil

 No início de Julho de 2022, o 5G foi lançado em Brasília


 No final de Julho de 2022, o serviço foi lançado em João Pessoa, Belo
Horizonte e Porto Alegre
 Desde então, várias outras cidades têm recebido o 5G

Em Novembro de 2022, havia mais de 5 milhões de dispositivos operando


em redes 5G no Brasil
Motivação
 Mas o que é o 5G? O que caracteriza essa nova tecnologia de
transmissão digital?

 Novos serviços... Altas taxas de transmissão de dados... Baixa latência...

 Fonte: 2019 Huawei Technologies Co., Ltd. All rights reserved


Motivação
 Taxas de transmissão de dados de 1 Gbps...

 Latência de 1ms...

 Alta densidade de dispositivos (IoT)...

 Fonte: 2019 Huawei Technologies Co., Ltd. All rights reserved


Estatísticas de Telecomunicações
no Brasil
 Estatísticas mais recentes (Novembro 2022):
254,9 milhões de linhas de celular ativas no Brasil ao final de
Novembro/2022 (em Dezembro de 2021, eram cerca de 253,3 milhões
de linhas de celular ativas);

Participação de pré-pagos em queda: caiu para 44% (cerca de 112


milhões de linhas pré-pagas)

 Mais de 142 milhões de linhas pós-pagas

 Market Share das operadoras de celular:


Vivo: 38,37%; Claro: 33,61%; Tim: 24,83%.
Estatísticas de Telecomunicações
no Brasil
 Estatísticas mais recentes (Novembro 2022):
 Número de celulares por tecnologia (incluindo terminais de dados):
 2G – 25,5 milhões
 3G – 26,2 milhões

 4G – 197,9 milhões

 5G – 5,1 milhões

 Cerca de 39,3 milhões de terminais de dados – chamados de


dispositivos M2M (Machine to Machine)

87.654 estações rádio-base (ERB’s) espalhadas pelo país no final de


2022 (ao final de 2021 eram 95.987 e ao final de 2020 eram 102.462
ERB’s);

 Segundo a Anatel, 100% dos municípios brasileiros dispõem de


cobertura de telefonia celular desde Dezembro de 2012
Estatísticas de Telecomunicações
no Brasil
 Cenário atual (Novembro 2022):

Cerca de 27,6 milhões de linhas fixas (diminuição constante; em


Dezembro/2021 eram 28,7 milhões de linhas fixas);

 43,9 milhões de assinantes de internet banda larga fixa;


 Velocidade média de acesso em Outubro de 2020: 76,59 Mbps;

 Já há mais de 38 milhões de assinantes com velocidade superior

a 34 Mbps.

Cerca de 12,6 milhões de usuários de TV por assinatura (em


Dezembro de 2021 eram 14,9 milhões de assinantes)
Mais de 50% desses usuários não pagam pelo serviço (DTH – Direct to
Home)
Parte 2
Introdução às Comunicações
Móveis

Sistema Analógico de
Comunicações Móveis (1G)
Introdução
 Um sistema de comunicações móveis visa atender aos usuários que
necessitam se comunicar e podem estar em trânsito.

 Um sistema de comunicações móveis pode ser definido como uma rede


de comunicações por rádio que permite mobilidade contínua por meio de
muitas células.

 Portanto, o sistema de comunicações móveis é baseado no conceito de


células (daí o nome telefonia celular):
 Consiste em dividir uma zona de cobertura em pequenas células.
Introdução
 Há duas variedades básicas de telefonia sem fio

 É importante entender a diferença entre sistemas de comunicações móveis e


sistemas de comunicação sem fio (termos usualmente confundidos):

 Em um sistema de comunicação sem fio, há a comunicação por rádio sem


obrigatoriamente haver a passagem de uma célula a outra.

 Fonte: “Comunicações Sem Fio – Princípios e Práticas” – Theodore S. Rappaport –


Pearson Prentice Hall – 2ª edição, 2008
Introdução
 Já nas comunicações móveis, o usuário pode se deslocar entre diferentes células
do sistema.

 Fonte: “Telefonia Celular Digital” – Marcelo S. de Alencar – Editora Érica – 3ª edição, 2013
Introdução
 Em 1946, o primeiro serviço telefônico móvel público foi introduzido nas
23 principais cidades norte-americanas:
 Cada sistema utilizava um único transmissor de alta potência e uma grande
torre, que cobria distâncias de mais de 50 km.
 Os telefones utilizados eram do tipo “push-to-talk”, com 120 kHz de largura de
banda em um modo semiduplex.

 Em 1947, os laboratórios Bell nos EUA desenvolveram a teoria da


radiotelefonia celular:
 O conceito era dividir uma zona de cobertura (mercado) em pequenas células,
cada uma reutilizando partes do espectro para aumentar o uso do mesmo.
 Os canais só seriam reutilizados quando houvesse uma distância suficiente
entre os transmissores, evitando assim interferências.

 Em 1973 o telefone celular foi patenteado pela Motorola, e em 1981 o


primeiro serviço celular foi lançado na Suécia.
Telefonia Móvel
 Os telefones móveis passaram por gerações distintas:
 Voz analógica (primeira geração);
 Voz digital (segunda geração);
 Voz digital e dados (a partir da terceira geração);
 Atualmente estamos na quarta geração, em transição para a quinta geração

 A maioria dos sistemas analógicos de telefonia móvel era bem


semelhante.

 Todos são baseados no sistema AMPS (Advanced Mobile Phone Service),


que serve de base para os sistemas digitais.
Sistemas Analógicos de
Comunicações Móveis
(1ª Geração)
AMPS
 A maioria dos sistemas analógicos de telefonia celular é baseada no
sistema AMPS (Advanced Mobile Phone Service), desenvolvido nos EUA
na década de 1970 e que entrou em operação no final de 1983.

 Na telefonia móvel, uma determinada região ou área de cobertura


geográfica é dividida em sub-regiões, chamadas células.

 A célula é a área geográfica controlada por uma Estação Rádio Base


(ERB), dentro da qual a recepção do sinal atende às especificações do
sistema.

 No AMPS, as células hexagonais tinham de 10 a 20 km de diâmetro,


enquanto que nos sistemas digitais o tamanho das células é menor.
AMPS
 A extensão da área de cobertura de uma ERB depende dos seguintes
fatores:
 Potência de saída do radiotransmissor;

 Banda de frequências utilizada;

 Altura e localização da antena;

 Tipo da antena;

 Topografia da área;

 Sensibilidade do receptor.

 Cada célula utiliza algum conjunto de frequências não utilizado por


qualquer das células vizinhas.
AMPS
 A idéia fundamental é a de utilizar células relativamente pequenas e a
reutilização de frequências de transmissão em células vizinhas (mas não
adjacentes).
 Células menores representam menos potência do transmissor e

dispositivos móveis mais simples!

 As ondas de rádio se propagam, a partir da ERB, em uma linha reta que é


denominada de linha de visada.
 Um usuário móvel localizado atrás de um grande obstáculo como, por
exemplo, uma montanha ou um túnel, estará em uma área sem
cobertura denominada área de sombra.
 Os prédios de grandes cidades não são críticos graças às
propriedades de reflexão e refração das ondas de rádio.
 Em áreas com grande densidade demográfica, mais células são
empregadas, o que permite preencher melhor estas áreas.
AMPS
 Os tipos mais comuns de células na primeira geração eram:
 Células omnidirecionais: a ERB é equipada com uma ou mais

antenas que transmitem a mesma potência em todas as direções


 Células setorizadas: a ERB é equipada com antenas diretivas, de
maneira que cada uma cubra determinada região
AMPS
 Um conjunto de células é denominado de cluster (ou conjunto) de células.
 Dentro de um cluster NÃO há reutilização de freqüências.

 Ou seja, cada célula dentro de um cluster só recebe 1/N canais da

totalidade de canais disponíveis no sistema.


 Este é denominado de fator de reutilização de freqüências (1/N).

 O número de células que compõem o cluster difere de acordo com a


técnica aplicada. As estruturas mais aplicadas são:
 Padrão de 4, 7 ou 12 células, todas omnidirecionais;

 Padrão 21 células, com 7 estações radiobase, em que cada uma


contém 3 células setorizadas;
 Padrão 24 células, com 4 ERB’s, em que cada uma contém 6 células
setorizadas.
Estruturas Celulares
 Conjunto de clusters com 7 células omnidirecionais

 Fonte: “Telefonia Celular Digital” – Marcelo S. de Alencar – Editora Érica – 3ª edição, 2013
Reutilização de Frequências
 A reutilização de frequência corresponde ao uso de uma mesma
frequência em dois conjuntos distintos de células.

 Devido à geometria hexagonal das células, existem apenas certos


tamanhos de cluster e layouts de células possíveis, de modo que não
ocorra interferência co-canal.

 A geometria dos hexágonos é tal que o número de células por cluster (N)
só pode ter valores que satisfaçam a equação

em que i e j são inteiros não negativos.


Reutilização de Frequências
 Conjunto de clusters com N = 7 células omnidirecionais (i=2; j=1)

 Fonte: “Telefonia Celular Digital” – Marcelo S. de Alencar – Editora Érica – 3ª edição, 2013
Reutilização de Frequências
 Conjunto de clusters com N = 19 células omnidirecionais (i=3; j=2)

 Fonte: “Telefonia Celular Digital” – Marcelo S. de Alencar – Editora Érica – 3ª edição, 2013
Reutilização de Frequências
 A reutilização de frequência implica que, em determinada área de
cobertura, existem várias células que utilizam o mesmo conjunto de
frequências.

 Estas células são chamadas células co-canal, e a interferência entre os


sinais destas células é chamada de interferência co-canal.

 Para reduzir a interferência co-canal, não se pode simplesmente


aumentar a potência de uma ERB (isso aumentaria a interferência com as
células vizinhas).

 As células de co-canal devem ser fisicamente separadas por uma


distância mínima que ofereça isolamento suficiente por conta da
propagação.
Reutilização de Frequências
 Quando o tamanho de cada célula é aproximadamente o mesmo e as
ERB’s transmitem na mesma potência, a razão da interferência co-canal é
independente da potência transmitida, e se torna uma função do raio da
célula (R) e da distância entre os centros das células de co-canal mais
próximas (D).

 Assim, define-se o parâmetro Q (razão de reutilização de co-canal) como:

 Um valor pequeno de Q oferece maior capacidade, enquanto que um


valor grande de Q melhora a qualidade de transmissão (devido ao menor
nível de interferência co-canal).

 O(a) engenheiro(a) deve projetar o sistema tendo em mente estes


detalhes.
Divisão de Células
 Quando a demanda de tráfego aumenta em determinada célula, existem
duas soluções possíveis:
 Adição de novas células: a potência das ERB’s existentes é diminuída
para cobrir aproximadamente metade da área original, e novas células
são adicionadas para cobrir as lacunas.
 Isto implica na instalação de novas torres e antenas.

 Esta adição também pode ser temporária (para cobrir a demanda


localizada, como em estádios de futebol, casas de shows, etc).

 Setorização de células: o conjunto de antenas omnidirecionais da célula é


substituído por antenas direcionais (60º ou 120º) e a célula é dividida em
setores.
 A setorização é mais econômica, por utilizar a estrutura atual.
Alocação de Canais
 Na alocação de espectro no padrão AMPS, o canal de rádio utiliza
frequências separadas para a transmissão da EM e para a transmissão da
ERB (operação duplex) – o AMPS usa FDMA/FDD.
 A diferença entre as duas frequências é de 45 MHz

 No AMPS, os canais são alocados em frequência da seguinte forma:

 825 a 845 MHz: 666 canais de 30 kHz para comunicação no sentido


EM-ERB (uplink);
 870 a 890 MHz: 666 canais de 30 kHz para comunicação no sentido
ERB-EM (downlink);
 O conjunto de 666 canais é dividido em dois sistemas, A e B, cada qual
podendo ser explorado por uma operadora diferente;
 Cada operadora dispõe de 333 canais, podendo comercializar 312
canais de voz (os outros 21 são canais de controle).
Estrutura de um Sistema Celular
 Um sistema celular típico é constituído por três elementos, além das conexões
entre eles:
 Terminal móvel (TM ou móvel ou estação móvel);

 Estação Radio Base (ERB);

 Central de Comutação e Controle (CCC);

 Fonte: “Telefonia Celular Digital” – Marcelo S. de Alencar – Editora Érica – 3ª edição, 2013
Estação ou Terminal Móvel
 A estação ou terminal móvel fornece a interface aérea para o usuário do sistema
celular.
 A estação móvel contém:
 Uma unidade de controle;
 Um transceptor;
 Uma antena.
 Ela transmite e recebe sinais de voz, além
de transmitir e receber sinais de controle
(que permitem o estabelecimento da chamada).
 Os celulares analógicos medem a qualidade do sinal recebido através da
intensidade do nível de sinais, enquanto que os aparelhos digitais medem a
qualidade do sinal pela medida da taxa de erro (BER – Bit Error Rate).
 A potência dos celulares no padrão americano era de 0,6W, e no padrão
europeu era de cerca de 1 W.
Estação Rádio Base (ERB)
 A estação radio base (ERB) compreende as seguintes unidades:
 Grupo de canais de rádio (GCR);

 Interface rádio central (IRC);

 Combinador de antenas;

 Antenas e fontes de alimentação.

 Fonte: “Telefonia Celular Digital” – Marcelo S. de Alencar – Editora Érica – 3ª edição, 2013
Central de Comutação e Controle
(CCC)
 A central de comutação e controle (CCC) é considerada o principal elemento do
sistema móvel celular.

 Suas principais funções são:

 Administrar todas as ERB’s dentro de sua área de controle, ou seja, comutando e


controlando um aglomerado celular;
 Realiza a interface com a rede de comutação pública (RTPC – Rede Telefônica
Pública Comutada);
 Comuta chamadas originadas ou terminadas na estação móvel;
 Permite que a estação móvel tenha à disposição os mesmos serviços e facilidades
fornecidos pela rede pública aos assinantes fixos;
 A CCC se conecta às ERB’s (usualmente a ligação é feita por fibra óptica).
Handoff (ou Handover)

Fonte: “Telefonia Celular Digital” – Marcelo S. de Alencar – Editora Érica – 3ª


edição, 2013
Handoff (ou Handover)
 Um sistema celular completo pode conter várias CCC’s.

 Cada estação móvel é conectada por software a uma única CCC, que
normalmente é aquela na qual o assinante é residente.
 Essa CCC recebe o nome de central domicílio (CCC-D).

 Quando o usuário se desloca entre células, é necessário que a ligação não seja
perdida. Portanto, o sistema celular permite que a ligação passe a ser
controlada pela ERB da nova célula, na qual o usuário adentrou.
 Essa função do sistema celular é chamada de Handoff.

 O handoff é controlado pela CCC, e no AMPS causava uma interrupção na


comunicação inferior a 0,5 segundos.
Roaming
 Quando o móvel entra na área de controle de uma CCC que não é a sua
domiciliar, essa central é conhecida como central visitada (CCC-V).

 As chamadas para o assinante visitante são roteadas e comutadas pela CCC-V.

 O conceito de uma estação móvel se deslocar de uma área de controle para outra
é chamada de Roaming.

 Ao entrar em uma nova área de controle, a estação móvel registra-se automaticamente


na CCC que controla esta área;
 A CCC visitada vai verificar se a EM não havia se registrado anteriormente. Caso isso
não tenha ocorrido, a CCC-V informa à CCC-D sobre a nova posição do móvel.
 A CCC-D registra a área de serviço que o assinante está visitando. Após este
procedimento, o assinante estará habilitado a fazer e receber chamadas, como se
estivesse em sua própria área de atendimento.
Roaming
 A mudança de uma ERB ligada a uma CCC para outra ERB, ligada a outra
CCC, durante uma chamada em progresso é chamada de handoff entre
centrais.

 Fonte: “Telefonia Celular Digital” – Marcelo S. de Alencar – Editora Érica – 3ª edição, 2013
Tipos de Canais de Rádio
 No AMPS, existem dois tipos de canais de transmissão entre a ERB e a EM:
 Canais de voz (CV);

 Canais de controle ou canais de setup (CC)

 Durante o processo de estabelecimento de uma chamada, a CCC seleciona um


canal de voz que vai transportar a conversação.

 Quando a conversação é terminada, o canal de voz fica livre e em seguida passa


a fazer parte de um arquivo administrado pela CCC (sempre atualizado com os
vários canais e seus estados).

 Quando um canal de voz é liberado, o transmissor da unidade de canal na ERB é


desligado, voltando a ser ligado somente quando o canal em questão for
capturado (essas ações são controladas pela CCC).
Canais de Voz
 Tom de supervisão de áudio (TAS ou SAT):
 Utilizado para supervisionar a qualidade da transmissão, o TAS é enviado
continuamente durante a transmissão de voz na frequência de aproximadamente 6 kHz,
no sentido ERB-EM e EM-ERB.
 Existem três possíveis valores para o TAS:
 5,97 kHz;

 6 kHz;

 6,03 kHz.

 Tom de sinalização (TS ou ST):


 Este sinal, enviado a partir da EM na frequência de 10 kHz no canal de voz, serve como
sinalização de linha no estabelecimento de uma chamada ou handoff.
Canais de Voz
 Para ter total controle sobre o andamento da chamada, em algumas
ocasiões há troca de mensagens entre a ERB e a EM pelo canal de voz.

 A transmissão de mensagens é feita pelo canal de dados em banda larga,


que pode ser caracterizado como:
 Canal de voz direto (FVC), estabelecido no sentido ERB-EM:

 Ordens (aumento de potência);


 Designação do canal de voz durante um handoff.

 Canal de voz reverso ou inverso (RVC), estabelecido no sentido EM-


ERB:
 Confirmação de ordens;
 Endereço chamado.
Canais de Controle
 O canal de controle é o meio para troca de sinalização na interface aérea do
sistema celular.
 Ele é o responsável pelo estabelecimento da conversação.
 Normalmente, existe apenas um canal de controle em cada célula, que é
usualmente utilizado para:
 Transmitir mensagens gerais dos parâmetros do sistema;

 Transmitir mensagens de busca e informações gerais;

 Transmitir mensagens de designação de canal de voz e informações

gerais;
 Receber mensagem da EM.

 A EM, quando em movimento de uma célula para outra, deixa de sintonizar


o canal de controle da primeira célula para sintonizar o canal de controle da
nova célula.
 Este procedimento caracteriza o handoff.
Canais de Controle
 O canal de controle pode ser dividido em:
 Canal de controle direto (FOCC): estabelecido entre a ERB e a EM para

o envio de mensagens de sinalização.


 As mensagens enviadas são caracterizadas como:

 Busca de uma EM;


 Transmissão contínua de mensagens às EMs;

 Designação de um canal de voz;

 Tentativa dirigida de células adjacentes;

 Overhead (permite que as EMs se ajustem a diferentes sistemas e


fabricantes).

 Canal de controle reverso ou inverso (RECC): a ligação entre a EM e a


ERB é realizada eventualmente para envio de informações:
 Acesso de uma EM para originar uma chamada;
 Confirmação de ordens;

 Resposta ao sinal de busca.


Parte 3
Técnicas de Múltiplo Acesso

Sistemas Digitais de
Comunicações Móveis
(2ª Geração)
Técnicas de Múltiplo Acesso
 Em sistemas de comunicações sem fio, é desejável que o assinante envie
informações para a estação-base ao mesmo tempo em que recebe
informações da ERB.

 Por exemplo, nos telefones convencionais pode-se falar e escutar


simultaneamente, e esse efeito, denominado duplexação, em geral é
exigido em sistemas de telefonia sem fio.

 A duplexação pode ser feita usando-se técnicas de domínio de freqüência


ou tempo:
 FDD;

 TDD.
Técnicas de Múltiplo Acesso
 A Duplexação por Divisão de Freqüência (Frequency Division Duplexing –
FDD) oferece duas bandas de freqüências distintas para cada usuário.
 A banda direta oferece tráfego da ERB para a EM;

 A banda reversa provê tráfego da EM para a ERB.

 Na FDD, qualquer canal duplex consiste em dois canais simplex (um direto
e um reverso).

 Utiliza-se um dispositivo chamado duplexador dentro de cada unidade do


assinante e na ERB para permitir simultaneamente transmissão de rádio
bidirecional.
Técnicas de Múltiplo Acesso
 A Duplexação por Divisão de Tempo (Time Division Duplexing – TDD) usa o
tempo (em vez da freqüência) para fornecer um enlace direto e um reverso.

 Na TDD, múltiplos usuários compartilham um único canal de rádio,


alternando-se no tempo.
 Usuários individuais têm permissão para acessar o canal nos slots de

tempo atribuídos;
 Cada canal duplex tem um slot de tempo direto e um slot de tempo

reverso, para facilitar a comunicação bidirecional.


 Se a separação de tempo entre o slot direto e o reverso for pequena, a
transmissão e recepção de dados parecem simultâneas.

 A TDD permite a comunicação em um único canal e simplifica o equipamento


do assinante (pois não exige duplexador).
Técnicas de Múltiplo Acesso
 O estudo das técnicas de múltiplo acesso é necessário para a compreensão
dos sistemas celulares digitais

 Há 3 técnicas de múltiplo acesso consolidadas:


 FDMA;

 TDMA;

 CDMA

 Os principais sistemas celulares de 2ª geração adotaram as técnicas TDMA


ou CDMA:
 TDMA

 GSM (Europa); IS-54 (EUA); PDC (Japão).

 CDMA

 IS-95 (EUA)
Técnicas de Múltiplo Acesso
 O FDMA (em inglês, Frequency Division Multiplexing Access) consiste na
alocação da banda de freqüências disponível em sub-bandas menores.

 Se um canal não é usado, há desperdício de recurso pois ninguém mais o


utilizará.

 Cada canal geralmente possui largura de faixa estreita (pequena).

 Filtros geralmente caros (para reduzir a interferência entre canais


adjacentes).

 Longa duração dos símbolos transmitidos, o que pode gerar interferência


intersimbólica.
FDMA
Técnicas de Múltiplo Acesso
 O TDMA (em inglês, Time Division Multiplexing Access) é a técnica de
múltiplo acesso adotada pelo GSM e pelo IS-54.

 O TDMA permite que vários usuários (3 no IS-54; 8 no GSM) ocupem o


mesmo canal.

 O TDMA aumenta a eficiência da transmissão.


Técnicas de Múltiplo Acesso
 No IS-54 (padrão americano de 2ª geração), a banda passante (BP) é de 30
kHz, com 3 canais por portadora
 Cada quadro transmitido tem a duração de 20 ms, em que cada janela
(slot) tem duração de 6,67 ms.

 Já o GSM (inicialmente desenvolvido na Europa) apresenta BP de 200 kHz e


8 canais por portadora;
 Cada quadro transmitido tem a duração de 4,615 ms (cada slot oferece
toda a faixa de 200 kHz por 577 μs).
Técnicas de Múltiplo Acesso
 O CDMA (em inglês, Code Division Multiplexing Access) é a técnica de
múltiplo acesso adotada pelo IS-95 (posteriormente conhecido apenas
como CDMA).
 Esta técnica espalha múltiplos sinais através de um largo espectro
disponível.
 A cada sinal é atribuído um código, e quando o receptor tiver o código certo
ele retira a mensagem desejada dentre as demais.
 Desta maneira, apresenta maior imunidade à interferência e permite o
reuso de todas as frequências disponíveis.
Sistemas Digitais de
Comunicações Móveis
(2ª Geração)
Telefonia Celular Digital
 Diferentes estratégias orientaram o desenvolvimento dos sistemas digitais
que são a base da segunda geração da telefonia móvel celular.
 Nos EUA, o objetivo era manter a compatibilidade com o sistema e permitir o
roaming no país.
 Na Europa, como havia muitos sistemas distintos, a meta foi desenvolver um
padrão compatível com a rede telefônica fixa e com os padrões ITU.

 Os objetivos da comunicação digital são:


 Melhoria da eficiência espectral;
 Rejeição à interferência;
 Elevação da imunidade ao ambiente de propagação;
 Aumento da sensibilidade dos receptores;
 Utilização de códigos corretores de erros na parte de voz.
Telefonia Celular Digital
 Os padrões de segunda geração mais populares são:
 GSM: admite 8 usuários em slots de tempo para cada canal de rádio de 200 kHz
via TDMA;
 IS-54/136: baseado em TDMA, permite que 3 usuários em slots de tempo para
cada canal de rádio de 30 kHz. Ficou conhecido como AMPS Digital (D-AMPS);
 PDC: padrão de TDMA japonês semelhante ao IS-136, com mais de 50 milhões de
usuários;
 IS-95: também conhecido como cdmaOne ou CDMA 2G, admite até 62 usuários
codificados ortogonalmente, transmitidos ao mesmo tempo em cada canal de 1,25
MHz.

 Os padrões 2G acima representam o primeiro conjunto de padrões de


interface de ar sem fio a contar com modulação digital e sofisticado
processamento digital de sinal no aparelho celular e na estação radio base.
IS-54/136 (DAMPS)
 A necessidade de desenvolver um sistema com maior capacidade que a
obtida com o AMPS ficou evidente a partir de 1988, com o congestionamento
do serviço móvel celular nas grandes cidades americanas.

 Uma solução denominada AMPS de faixa estreita (NAMPS – Narrow AMPS)


foi proposta para duplicar o número de usuários (através de uma utilização
eficiente da faixa do canal de voz), mas afetou a qualidade do sinal e
aumentou a interferência.

 Então, os EUA optaram pela adoção de um sistema que possibilitasse a


ampliação da capacidade do serviço e fosse compatível com o AMPS.
IS-54/136 (DAMPS)
 Tendo como requisito a compatibilidade com o sistema existente, foi
aprovado nos EUA um padrão TDMA com 30 kHz por portadora.

 Inicialmente chamado de IS-54 (Interim Standard), teve como metas:


 Aumento de capacidade de 10 vezes com relação ao sistema analógico;
 Compatibilidade com o sistema analógico;
 Evolução suave entre os sistemas analógico e digital.

 A primeira meta não foi alcançada: a capacidade do sistema é “apenas” 3


vezes superior ao analógico. O padrão IS-54 evoluiu para o IS-136 ou D-
AMPS (ou seja, AMPS digital), que utiliza um novo protocolo para ter um
canal de controle digital.
 O quadro tem a duração de 20 ms (cada janela corresponde a 6,67 ms).
IS-54/136 (DAMPS)
 Todos os transmissores das EM’s devem ser capazes de reduzir e aumentar
a potência sob o comando da ERB.

 No processo de handoff, o aparelho móvel monitora os níveis de intensidade


de até 12 ERB’s, sendo a média das medidas feita em um período de 1
segundo.
 O resultado de todas as medidas é encaminhado para a ERB em uso, que se
necessário providenciará o handoff.
IS-54/136 (DAMPS)
 Já que o aparelho móvel é um aparelho dual (analógico-digital), podem
existir quatro possibilidades de movimentação de uma EM do domínio de
uma ERB para outra:

 Pode-se ter handoff de uma ERB analógica para uma ERB digital;
 Pode-se ter handoff de uma ERB analógica para uma ERB analógica;
 Pode-se ter handoff de uma ERB digital para uma ERB digital;
 Pode-se ter handoff de uma ERB digital para uma ERB analógica.
IS-54/136 (DAMPS)
 Comparando o IS-54/136 com outros sistemas, pode-se destacar algumas
vantagens e desvantagens:

 Vantagens:
 O controle de potência é menos rigoroso, pois a interferência entre usuários é
controlada pela janela de tempo e alocação de frequências.
 Sistemas TDMA podem ser combinados com esquemas de múltiplo acesso que
usam pacotes em ambientes de voz e dados, a diferentes taxas de bits.
 MAHO (Mobile Assisted Handoff Messages) – Handoff assistido: a EM supre a
ERB com informações sobre a qualidade do sinal recebido dos canais de RF da
rede celular.

 Desvantagens:
 A alocação e o gerenciamento do conjunto de frequências e janelas de tempo
(slots) é difícil.
 Os sistemas TDMA eventualmente necessitam de equalização, para combater o
efeito de multipercursos.
IS-95 (CDMA)
 O padrão IS-95 surgiu a partir da necessidade de um sistema inteiramente
digital de telefonia celular.

 O padrão IS-95 se baseia na tecnologia de espalhamento espectral.


 Esta tecnologia apresenta elevada banda passante.

 O processo de espalhamento espectral introduz uma grande quantidade de


redundância no sinal transmitido.
 Isto permite ao receptor a supressão de boa parte da interferência introduzida pelo
canal no sinal transmitido.

 O emprego da técnica de múltiplo acesso CDMA (que permite que um


determinado sinal seja obtido a partir do seu código específico) permite a
utilização de códigos ortogonais.
IS-95 (CDMA)
 O CDMA é muito diferente do AMPS, do D-AMPS e do GSM: em vez de
dividir a faixa de frequências permitida em algumas centenas de canais
estreitos, o CDMA permite que cada estação transmita sobre todo o espectro
de freqüências durante todo o tempo
 Várias transmissões simultâneas são separadas com o uso da codificação.

 Portanto, no CDMA várias transmissões simultâneas são realizadas pela


utilização de um código para cada ligação.

 Em termos de capacidade, há um aumento de 8 a 10 vezes quando


comparado com o AMPS.
IS-95 (CDMA)
 No CDMA, cada tempo de duração de um bit é subdividido em n intervalos
curtos, denominados chips.
 Normalmente, existem 64 ou 128 chips por bits.

 O padrão IS-95 (cujo nome fantasia é cdmaOne) operava nas faixas de 800
MHz e 1,9 GHz, e utilizava transmissão de dados de até 14,4 kbps.

 O padrão cdma2000 teve por objetivo fornecer uma transição suave para a
terceira geração celular.
IS-95 (CDMA)
 A arquitetura básica de um sistema CDMA é apresentada abaixo:

 Fonte: “Telefonia Celular Digital” – Marcelo S. de Alencar – Editora Érica – 3ª edição, 2013
IS-95 (CDMA)
 Os componentes de um sistema CDMA são:

 Estação móvel;
 Estação Radio Base (ERB);
 Central de Comutação e Controle (CCC);
 Home Location Register (HLR): o Registro de Assinantes Locais é a base
de dados que contém informações sobre os assinantes de um sistema
celular.
 Visitor Location Register (VLR): o Registro de Assinantes Visitantes é a
base de dados que contém informações sobre os assinantes em visita
(roaming) a um sistema celular.
IS-95 (CDMA)
 As principais vantagens do padrão CDMA são:

 Reuso de todas as frequências disponíveis.


 Aproveitamento de forma construtiva da interferência multipercurso, sem a
necessidade da utilização de equalizadores de canal, graças ao receptor
multicanal utilizado no CDMA, denominado RAKE.
 Soft handoff (handoff suave): os diversos canais do receptor RAKE
substituem gradativamente o código da ERB em operação para o código
da nova ERB.
 A capacidade do sistema é aumentada através do fator de atividade vocal
(a ausência de atividade vocal implica na inexistência de sinal no sistema).
 Facilidade de compartilhamento de frequência com outros sistemas.
IS-95 (CDMA)
 Como desvantagens do CDMA, pode-se citar:

 Interferência near-far (perto-distante): há necessidade de um efetivo


controle do nível de potência do terminal móvel, já que o sinal mais
potente de um usuário próximo à ERB pode mascarar o sinal mais fraco de
um usuário distante.
 Necessidade de sincronismo (as ERB’s são sincronizadas por satélites
GPS, enquanto as EM’s recebem sincronismo das próprias ERB’s).
GSM
 O GSM (inicialmente Groupe Spéciale Mobile e depois Global System for
Mobile Communication) é um padrão digital de segunda geração celular,
desenvolvido na Europa e adotado na maior parte do mundo.

 Desde o início, foi projetado para atender a diferentes sistemas e ser bastante
flexível.

 Desenvolvido inicialmente para a faixa de 900 MHz, o GSM foi adaptado


posteriormente para as faixas de 1,8 e 1,9 GHz.

 O GSM apresenta banda passante de 200 kHz.


 Na técnica TDMA, cada um dos 8 usuários por canal tem a banda efetiva de 200
kHz durante 577 μs em cada quadro.
GSM
 A arquitetura do GSM consiste em 3 subsistemas interconectados que
interagem entre si e com os usuários pelas interfaces de rede.

 Fonte: “Telefonia Celular Digital” – Marcelo S. de Alencar – Editora Érica – 3ª edição, 2013
GSM
 A estação móvel é composta por:
 Equipamento móvel;

 Módulo de identificação do assinante (em inglês, SIM).

 O SIM fornece uma identificação ao equipamento móvel.


 Sem o SIM, a EM fica inoperante (exceto para chamadas de emergência).

 O cartão SIM identifica o assinante para a rede.

 Cada SIM tem um número de identificação pessoal (em inglês, PIN) de 4


dígitos; se o PIN for inserido errado por 3 vezes, o chip fica bloqueado e só
poderá ser desbloqueado com uma Chave de Desbloqueio Pessoal (PUK),
de 8 dígitos, também armazenada no cartão.

 A potência de um celular GSM era de até 1 W.


GSM
 O subsistema da Estação Radio Base (Base Station Subsystem - BSS, em
inglês) provê e gerencia as transmissões entre as estações móveis e a
central de comutação e controle (em inglês, MSC).

 O BSS também gerencia a interface de radio transmissão entre as EM’s e


todos os subsistemas do GSM.

 O BSS é dividido em:


 Estação radio base (ERB) ou estação transceptora (BTS):

Cada BTS tem entre 1 e 16 transceptores, cada um para um canal de


RF específico.
 Controlador de estações radio base (BSC):

A BSC, que monitora e controla as BTS’s, pode monitorar até centenas


de estações radio base.
GSM
 O subsistema NSS (Network Switching Subsystem, em inglês) desempenha o
papel central da rede (criptografia, roaming, autenticação). Contém, dentre
outros, a MSC (ou CCC).

 O subsistema de Operação e Suporte (OSS) suporta a operação e


manutenção do sistema GSM, interagindo com outros subsistemas.
GSM
 Handover é a terminologia adotada no GSM para o Handoff.

 No handover, a EM deve continuamente monitorar os níveis de potência


recebida das células vizinhas.
 A EM executa continuamente medidas do nível de qualidade e potência do sinal
recebido da célula que o serve, além dos níveis de potência das células
adjacentes.

 A estação radio base (BTS) também realiza as medidas de qualidade e


potência do enlace com a estação móvel
Se as medições indicarem a necessidade de um handover, este pode ser
realizado imediatamente sem esperar pelas medidas da EM.
GSM
 Transmissão descontínua (TDX) é a detecção de pausas na voz durante a
conversação.
 Quando a pausa é detectada, a transmissão é suspensa.
 Em uma conversa normal, a pausa pode ser de até 50% do tempo de uma ligação.
 Há necessidade de um ruído de fundo mínimo, do contrário a chamada será
perdida na ausência de som (o ruído de som é conseguido pela transmissão de
quadros descritores de silêncio (SID) a cada 480 ms).

 Para evitar desvanecimento seletivo em frequência, a EM deve entrar em


modo de salto em frequência quando solicitado pela BTS ou BSC.
 O frequency hoping adiciona diversidade em frequência.
 A cada quadro (4,615 ms), as frequências de operação dos canais são mudados
para que, na média, todos os móveis tenham a mesma qualidade de transmissão.
 No GSM só é utilizado o Slow Frequency Hoping.
GSM
 O GSM proporciona que até 8 usuários estejam conectados ao mesmo
tempo.

 O GSM foi projetado para ser compatível com a RDSI (Rede Digital de
Serviços Integrados).
 Assim, o GSM oferece uma série de opções de chamadas como:

 Espera

 Desvio de chamada

 Chamada com restrição

 Diversos serviços de dados

 Facilidade de compartilhamento de frequência com outros sistemas.


GSM
 As principais características do GSM são:

 Roaming internacional;
 Arquitetura aberta;
 Alto grau de flexibilidade;
 Operação integrada com a RDSI, CSPDN (Rede de dados pública com
comutação de circuitos), PSPDN (Rede de dados pública com comutação
de pacotes) e PSTN (Rede telefônica pública comutada);
 Terminais pequenos e de baixo custo;
 Características de segurança.
GSM
 As principais características do GSM são:

 GPRS: o General Packet Radio Service é um serviço para comunicação de


dados que permite à EM uma conexão à internet sem a necessidade de se
estabelecer uma chamada telefônica (always on).
 Este serviço pode utilizar até os 8 time slots de um canal GSM, o que

implicava teoricamente em atingir uma taxa de 115 kbps.

 EDGE: o Enhanced Data rates for GSM Evolution é um padrão desenvolvido


para aumentar a taxa de dados para serviços oferecidos pela rede GSM.

 A evolução do GSM para serviços de 3G com taxas de dados de até 2 Mbps


foi padronizada pelo 3rd Generation Partnership Project (3GPP)
Parte 4
Sistemas Digitais de
Comunicações Móveis
(3ª Geração)
2,5G (Evolução para 3G)
 Em um esforço para aperfeiçoar os padrões 2G para que tivessem
compatibilidade com maiores taxas de dados (suporte a aplicações modernas
de Internet), foram desenvolvidos novos padrões.

 Estes padrões representam a tecnologia 2,5G, que permitia que o


equipamento 2G existente fosse modificado:
 Esta estratégia permite que se ofereçam às ERB’s novos dispositivos, além das
atualizações de software das unidades de assinantes (as EM’s).

 Os objetivos da 2,5G eram:


 Maiores taxas de transmissão de dados para navegação Web, tráfego de email,
comércio móvel (m-commerce) e serviços móveis com base na localização do
assinante;
 Permitir que uma nova linguagem de navegação Web (chamada WAP – Wireless
Applications Protocol) fosse aplicada, permitindo a navegação na Internet em
dispositivos móveis sem fio e portáteis.
2,5G (Evolução para 3G)
 O caminho para uma companhia telefônica celular oferecer a tecnologia 2,5G
passou pela escolha da tecnologia 2G utilizada.

 Por exemplo, uma atualização para 2,5G projetada para GSM devia ser
harmonizada com o padrão de interface de ar GSM original.

 Uma grande quantidade de padrões 2,5G foi desenvolvida para permitir que
cada uma das principais tecnologias 2G (GSM, CDMA e IS-136) fosse
atualizada, atingindo taxas de dados mais rápidas para Internet.
2,5G (Evolução para 3G)

 Fonte: “Comunicações Sem Fio – Princípios e Práticas” – Theodore S. Rappaport – Pearson Prentice Hall
– 2ª edição, 2008
2,5G (Evolução para 3G)
 O HSCSD (High Speed Circuit Switched Data) é uma técnica de comutação
por circuitos que permitia que um único assinante móvel utilizasse slots de
tempo de usuários consecutivos no padrão GSM.
 Ou seja, em vez de limitar cada usuário a somente um slot de tempo específico
como no GSM TDMA, usuários de dados individuais poderiam requisitar slots de
tempo consecutivos para obter acesso de dados com maior velocidade na rede
GSM.
 Esta estratégia aumenta a taxa de dados disponível para 14,4 kbps e era tarifada à
parte.

 O HSCSD é ideal para acesso dedicado por streaming à Internet ou para


sessões Web interativas em tempo real.
 O provedor do serviço precisava, simplesmente, atualizar o software das ERB’s
GSM existentes.
2,5G (Evolução para 3G)
 O GPRS (General Packet Radio Service) é uma rede de dados baseada em
pacotes, muito útil para uso na internet em aplicações que não sejam em
tempo real (ou seja, recuperação de email, fax, etc).

 O GPRS admite o compartilhamento para múltiplos usuários dos canais de


rádio e slots de tempo individuais.
 O GPRS admite mais usuários do que o HSCSD, mas de forma intermitente. Esta
estratégia aumenta a taxa de dados disponível para 21,4 kbps por slot de tempo; o
máximo pode chegar a 171,2 kbps (8 slots de tempo).

 Como acontece com qualquer rede de pacotes, a vazão de dados diminui


substancialmente à medida que mais usuários entram na rede.
 O provedor do serviço precisa, simplesmente, atualizar o software das ERB’s GSM
existentes.
2,5G (Evolução para 3G)
 O EDGE (Enhanced Data Rates for GSM Evolution) é uma atualização mais
avançada do GSM, e requer o acréscimo de novos hardware e software nas
ERB’s existentes, além de EM’s que suportem esta tecnologia.

 O EDGE expande a capacidade de transmissão por dados das redes


GSM/GPRS, podendo em média triplicá-la, mantendo a mesma portadora de
200 kHz da telefonia celular 2G.

 As alterações na rede eram mínimas, com foco nas características de


modulação e na implementação de nova codificação e decodificação do sinal,
associadas com adaptações do sinal e envio de redundância de informação
(que aumentam a eficiência da utilização do espectro).
2,5G (Evolução para 3G)
 O EDGE introduz a modulação 8-PSK além da GMSK (típica do GSM).

 Há 9 diferentes formatos de interface aérea (MCS – Multiple Modulation and


Coding Schemes); no MCS-9, por exemplo, a taxa máxima de dados por slot
é de 59,2 kbps, o que leva a uma taxa de 473,6 kbps se todos os slots forem
dedicados a um usuário.

 A área de cobertura das ERB’s EDGE é menor do que as GPRS, devido à


elevada taxa de dados e a um controle de erros mais relaxado.

 Alguns autores se referem ao EDGE como um Enhanced GPRS (ou GPRS


melhorado).
2,5G (Evolução para 3G)
 O padrão CDMA tem apenas um caminho para a migração para a 3G.

 O IS-95B oferece acesso a dados por comutação de pacotes e circuitos em


alta velocidade, em um canal de rádio CDMA comum, dedicando múltiplos
canais de usuários ortogonais a usuários específicos.

 O IS-95B fornece taxa de dados de até 64 kbps por usuário.

 Devido a esta baixa taxa de dados, muitos autores consideram que o IS-95B
não seria uma tecnologia 2,5G, mas sim uma pequena evolução 2G.
Sistemas Digitais de
Comunicações Móveis
(3ª Geração)
3G
 Os sistemas 3G prometiam acesso “ilimitado” e de “maneiras inimagináveis”:
 Acesso à internet em megabits;
 Comunicações utilizando VoIP;
 Capacidade de rede sem paralelo;
 Acesso “ilimitado”, ou seja, clientes sempre conectados.

 A ITU formulou um plano para implementar uma banda de frequência global


na faixa de 2 GHz, que admitiria um único padrão de comunicação sem fio
onipresente em todo o mundo.
 Este plano, chamado de IMT-2000, não se materializou.

 A comunidade mundial de usuários foi dividida entre dois padrões oriundos


de:
 GSM/IS-136/PDC
 CDMA
3G
 A evolução dos sistemas CDMA leva ao CDMA 2000.
 Muitas variantes do CDMA2000 foram desenvolvidas, mas todas baseando-se nos
fundamentos das tecnologias IS-95 e IS-95B.

 A evolução dos sistemas TDMA (GSM, PDC e IS/136) leva ao CDMA de


banda larga (em inglês, Wideband CDMA), ou W-CDMA, também conhecido
como UMTS (Universal Mobile Telecommunications System) na Europa.
 A primeira rede 3G comercial foi implantada no Japão em outubro de 2001.

 As organizações de padronização do IMT-2000 foram separadas em duas


organizações principais:
 3GPP (reguladora do padrão W-CDMA);
 3GPP2 (reguladora do padrão CDMA2000)
WCDMA (UMTS)
 O UMTS foi desenvolvido pelo ETSI (mesmo grupo responsável pelo
desenvolvimento do GSM).

 Em 1998, o UMTS foi submetido para avaliação junto ao grupo IMT-2000 da


ITU.
 Na virada do século, várias propostas de CDMA de banda larga concorrentes se
uniram em um único padrão, chamado de W-CDMA.

 O UMTS (ou W-CDMA) garantiu compatibilidade com as tecnologias 2G


GSM, IS-136 e PDC TDMA, além de todas as tecnologias 2,5G TDMA.

 A estrutura de rede e o empacotamento em nível de bit dos dados GSM são


mantidos pelo W-CDMA, com capacidade e largura de banda adicionais
fornecidas por uma nova interface de ar CDMA.
WCDMA (UMTS)
 O padrão 3G W-CDMA foi projetado para serviço sem fio “sempre conectado”
com base em pacotes.
 Isso permite que computadores, dispositivos portáteis e telefones possam
compartilhar a mesma rede sem fio e conectar-se à internet a qualquer momento e
em qualquer lugar.

 O W-CDMA permite taxas de dados de até 2,048 Mbps por usuário (para o
usuário estacionário).

 O W-CDMA oferece recursos de rede pública e privada, além de


videoconferência e entretenimento.
WCDMA (UMTS)
 O padrão 3G W-CDMA requer uma alocação de espectro mínimo de 5 MHz.
 Isso representa uma mudança significativa nos equipamentos de RF em cada
ERB, pois a largura de banda adotada é bem superior quando comparada à dos
padrões TDMA de 2G.

 Com o W-CDMA, taxas de dados de até 2 Mbps são transportadas


simultaneamente em um único canal de rádio de 5 MHz, e cada canal será
capaz de dar suporte a algo entre 100 e 350 chamadas simultâneas.
 Essa capacidade dependerá da divisão da antena em setores, condições de
propagação, velocidade do usuário e polarizações da antena.

 O W-CDMA oferece pelo menos um aumento de 6 vezes na eficiência


espectral em relação ao GSM.
WCDMA (UMTS)
 São necessários novos equipamentos para as ERB’s.
 Assim, a instalação do W-CDMA ocorreu lentamente em todo o mundo.

 A evolução para a 3G exigia telefones celulares no modo dual ou triplo (para


alternar automaticamente entre a tecnologia 2G TDMA, o serviço EDGE e o
W-CDMA).
WCDMA (UMTS)
 O HSPA (High Speed Packet Access) é um conjunto de tecnologias que eleva
as velocidades de transmissão de dados. É composto de:
 HSDPA (High Speed Downlink Packet Access), com máximos de até 14,4 Mbps no
downlink;
 HSUPA (High Speed Uplink Packet Access), com máximos de 5,7 Mbps no uplink.

 O HSPA+ é uma evolução do HSPA, que atinge taxas de dados superiores


(até 42 Mbps).
CDMA 2000
 O padrão CDMA2000 foi desenvolvido pelo grupo de trabalho 3GPP2.

 A primeira interface de ar do CDMA2000 é chamada de CDMA 2000 1xRTT


(Radio Transmission Technology, em inglês).
 O 1x indica que se dispõe de uma única portadora, no modo multiportadora.
 Ela representa um aumento na taxa de dados fornecida aos usuários mantendo a
mesma largura de faixa do CDMA 2G (1,25 MHz), que chega a 144 kbps.
 Também admite até o dobro dos usuários de voz do padrão 2G CDMA.
 Na prática, o CDMA2000 1xRTT seria uma tecnologia 2,5G.

 A atualização para CDMA 2000 1x só exige um novo software e novas placas


de canal para a ERB – não é necessário mudar os componentes do sistema
de RF da ERB.
CDMA 2000
 O CDMA2000 1xEV é um avanço evolutivo para o CDMA, projetado como um
padrão com alta taxa de dados a ser sobreposto às redes IS-95, IS-95B e
CDMA2000 existentes.

 O CDMA2000 1x foi modificado para ser compatível também com o W-


CDMA, e foi reconhecido como parte do IMT-2000 pela ITU.

 O CDMA 2000 1xEV (de Evolution Data) oferece a opção de instalar canais
de rádio somente para dados (o CDMA2000 1xEV-DO) ou para dados e voz
(o CDMA2000 1xEV-DV).

 Canais individuais de 1,25 MHz podem ser instalados em ERB’s CDMA para
oferecer acesso de alta velocidade a pacotes específicos de dados dentro
das células selecionadas.
CDMA 2000
 O CDMA2000 1xEV-DO (Data Only) dedica o canal de rádio estritamente aos
usuários de dados, e admite mais de 2,4 Mbps de vazão de dados
instantâneos de alta velocidade por usuário.
 Após as atualizações A e B, o 1xEV-DO oferece até 14,7 Mbps por usuário no
downlink.

 Já o CDMA 2000 1xEV-DV (Data and Voice) aceita usuários de voz e dados e
pode oferecer taxas de dados de até 144 kbps e com aproximadamente o
dobro dos canais de voz do IS-95B.

 A solução definitiva do CDMA seria o padrão CDMA2000 3xRTT (ou seja,


serão utilizados 3 canais de rádio de 1,25 MHz em conjunto), que forneceria
dados a velocidades de até 2 Mbps por usuário.
 Também chamado de CDMA Multi Carrier (multiportadora, por utilizar 3 portadoras
ao invés de uma), o CDMA2000 3x permitira chegar a um patamar semelhante ao
do UMTS (W-CDMA).
CDMA 2000
 Com as redes 3G, as operadoras de celular passaram a ter capacidade de
oferecer banda larga móvel através do celular com velocidades próximas a 1
Mbps.

 Os serviços podem ser divididos em duas categorias:


 Acesso à banda larga: a conexão de um computador à internet é efetuada
utilizando como modem o próprio telefone celular ou um pequeno modem USB 3G
do tamanho de um celular convencional.
 Banda larga móvel no celular, disponibilizando uma nova gama de serviços no
celular, dentre outros:
Entretenimento como música, jogos, etc;
Email e acesso a outros serviços corporativos;
TV móvel;
Mobile banking e pagamentos via celular.
Parte 5
Sistemas Digitais de
Comunicações Móveis
(4ª Geração)
4G
 O termo 4G se refere à evolução das redes 3G e à migração para tecnologias
mais robustas de transmissão de dados sem fio.

 Duas propostas principais de tecnologias 4G


 LTE
 WiMAX
LTE
 O termo Long Term Evolution (LTE) se refere a uma evolução das redes 3G

 Taxas de até 100 Mbps (downlink) e 50 Mbps (uplink), trabalhando em faixas


de frequências entre 1,4 MHz e 20 MHz.
 Taxas mais altas em canais de 20 MHz

 Conceito adotado pelo padrão WCDMA/UMTS, passa a ser uma tendência


também para o padrão CDMA2000.
 A migração das redes UMTS para o LTE foi mais simples.
LTE
 Frequências de operação do 4G
 Bandas de 1920-1980MHz/2110-2170 MHz alocadas pela UIT para 3G;
 Existem também implantações nas faixas de 850 MHz, 900 MHz e 1900
MHz
 Com o desligamento da TV analógica, algumas bandas passam a ser
usadas pelo LTE-Advanced Pro na faixa de 700 a 800 MHz

 O LTE-Advanced Pro (4,5G)


 Taxas máximas de download e upload superiores a 3 Gbps e 1,5 Gbps,
respectivamente
 Latência ao menos 5 vezes menor que seu antecessor e uma eficiência
espectral de 640 MHz
 Baseado em agregação de portadoras (carrier aggregation), MIMO
(Multiple Input Multiple Output) e modulação 256-QAM
LTE-Advanced
 Maior largura de banda
 Por meio da tecnologia denominada agregação de portadoras (carrier
aggregation), até 5 portadoras podem ser combinadas

 Fonte: “4G Gets Real” – Ariel Bleacher – IEEE Spectrum, Vol. 51, Nº1, 2014.
LTE-Advanced
 Por meio de técnicas MIMO (Multiple Input Multiple Output), múltiplas antenas
transmitem e recebem dados
 Através da multiplexação espacial, os dados são transmitidos em fluxos
paralelos, ampliando as taxas de dados na proporção do número de
antenas utilizado

 Fonte: “4G Gets Real” – Ariel Bleacher – IEEE Spectrum, Vol. 51, Nº1, 2014.
LTE-Advanced
 Ao invés de apenas repetir os sinais de rádio, os advanced relays
primeiramente decodificam os sinais, para então enviá-los aos usuários
 Isso amplia a quantidade de usuários atendidos

 Fonte: “4G Gets Real” – Ariel Bleacher – IEEE Spectrum, Vol. 51, Nº1, 2014.
LTE-Advanced
 Suporte para células menores
 As células coordenam dinamicamente a utilização do espectro, permitindo
que as células menores possam expandir sua cobertura

 Fonte: “4G Gets Real” – Ariel Bleacher – IEEE Spectrum, Vol. 51, Nº1, 2014.
LTE-Advanced
 Transmissões coordenadas
 Diferentes estações radio base podem formar uma única célula,
permitindo que um usuário móvel se conecte a todas ao mesmo tempo
 Por exemplo, um usuário móvel pode efetuar downloads de torres com
maior potência e efetuar uploads a partir de torres menores

 Fonte: “4G Gets Real” – Ariel Bleacher – IEEE Spectrum, Vol. 51, Nº1, 2014.
Parte 6
Conclusões

Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas
 Algumas das referências bibliográficas utilizadas nesta aula:

 “5G Motivation and Industry Progress” - 2019 Huawei Technologies Co.,


Ltd. All rights reserved

 RAPPAPORT, Theodore S. COMUNICAÇÕES SEM FIO – PRINCÍPIOS E


PRÁTICA. 2ª edição. São Paulo: Pearson-Prentice Hall, 2008.

 ALENCAR, Marcelo S. TELEFONIA CELULAR DIGITAL. 3ª edição. São


Paulo: Editora Érica, 2013.

 BLEACHER, Ariel - “4G Gets Real”– IEEE Spectrum, Vol. 51, Nº1, 2014

Você também pode gostar