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Difração da luz

Difração da luz

Conseguimos ouvir uma pessoa a falar mesmo quando ela está atrás de uma
parede e nós não a conseguimos ver.
Na imagem as ondas sonoras estão representadas a vermelho e a luz visível,
refletida pelo músico, está representada a azul.

Os dois tipos de ondas, sonora e


eletromagnética, propagam-se
em todas as direções.

1 Só a onda de maior comprimento de onda


contorna os edifícios (os comprimentos de onda
não estão à escala).
Difração da luz

A onda sonora (a de maior comprimento


de onda, λ1) contorna as paredes no
cruzamento, chegando às pessoas A e B
enquanto que a onda eletromagnética, de
menor comprimento de onda (λ2), não.

As pessoas A e B não veem o músico 1 Só a onda de maior comprimento de onda


mas ouvem-no e a pessoa C não só o contorna os edifícios (os comprimentos de
ouve como o vê. O som contorna as onda não estão à escala).

esquinas mas a luz não.


O fenómeno que ocorre quando uma onda encontra uma fenda, ou um
obstáculo, e se espalha designa-se por difração.
Difração da luz

Difração de uma onda:


Uma onda sofre desvios ao encontrar obstáculos ou fendas,
encurvando-se em torno deles. Esse fenómeno só é notório se a
dimensão do obstáculo ou da fenda, d, for comparável ao
comprimento de onda, λ:
d∼ λ
Para uma fenda:
Quando aumenta a dimensão
da fenda significativamente a
difração da onda é menos
acentuada.
Difração da luz

As ondas sonoras audíveis têm comprimentos de onda que variam entre


alguns centímetros (som agudo) e uma dezena de metros (som grave).

Como estes valores são comparáveis às dimensões de obstáculos ou orifícios


à nossa volta, as ondas sonoras difratam contornando objetos comuns.

A luz visível tem comprimentos de onda que variam entre 400 nm


(violeta) e 700 nm (vermelho), valores muito inferiores às dimensões de
obstáculos ou fendas, não tendo a capacidade de contornar os obstáculos
que nos rodeiam.
Difração da luz

Se luz visível de uma certa frequência, como


de um laser, passar por uma fenda de
dimensão comparável ao seu comprimento de
onda, espalha-se ao passar pela fenda, ou seja,
difrata-se.

É como se, na zona da fenda, existissem fontes


pontuais, todas elas a emitir ondas de luz.

Estas ondas sobrepõem-se, interferindo


umas com as outras, anulando-se
(interferência destrutiva), ou ampliando-se
(interferência construtiva). 2 Difração da luz
Difração da luz

Surge um «padrão de interferência» com zonas


claras, com luz, alternando com zonas escuras,
sem luz, sendo a zona central a que recebe luz
com maior intensidade.

Interferência Interferência
construtiva destrutiva
Difração da luz

Para uma dada fenda, o espalhamento é mais significativo quando aumenta o


comprimento de onda, passando a onda a propagar-se em mais direções.

Este efeito é aproveitado para decompor luz policromática, como a luz


branca, nas suas componentes monocromáticas, tal como na refração num
prisma de vidro.

O efeito é mais acentuado se, em vez de se utilizar


uma só fenda, se usarem muitas fendas, as
chamadas redes de difração.

Uma rede de difração tem múltiplas fendas (ranhuras)


paralelas, equidistantes e com a mesma largura. 3 Rede de difração
Difração da luz

Quando luz policromática incide numa rede de difração, cada uma das
componentes difrata-se de modo diferente, pois sofre desvios diferentes,
obtendo-se a decomposição da luz nas suas várias frequências (espetro).

Um CD (ou DVD) pode servir de rede de


difração pois tem uma fina camada plástica
com ranhuras distanciadas 1,2 μm (0,5 μm
num DVD).

O CD tem também uma película refletora, o


que permite observar a difração e a reflexão
em simultâneo. 4 Num CD ocorre difração e reflexão
Difração da luz

As ondas eletromagnéticas utilizadas em comunicações, que se propagam na


atmosfera ou no espaço exterior, usam as frequências mais baixas do espetro
eletromagnético, ou seja, as de maiores comprimentos de onda. Essa radiação
é não ionizante e pode atravessar muitos materiais.

A faixa de frequências usada em telecomunicações situa-se entre os 3 kHz e


os 300 GHz.

Estas frequências são designadas por radiofrequências e incluem as ondas de


rádio e parte das micro-ondas, variando os comprimentos de onda, no ar,
entre a centena de quilómetros e o milímetro.
Difração da luz
Difração da luz

As frequências escolhidas dependem do tipo de comunicação: emissões de


rádio e TV, comunicações móveis, incluindo os telemóveis e rádios da
polícia, GPS e transmissão de voz, imagem ou dados via satélite, etc.

Os telemóveis usam ondas de maior frequência, como as micro-ondas, que


podem transportar mais informação.

A rede 5G usa frequências de 2,5-3,7 GHz e também frequências de 25-39


GHz. O volume de dados que pode ser transmitido e a rapidez com que o faz
representa um enorme avanço em relação à tecnologia 4G, no acesso à
internet pelo telemóvel.
Difração da luz

A luz infravermelha difrata-se mal nos objetos do nosso quotidiano.

Os comandos de TV ou da box utilizam luz infravermelha, pelo que só


funcionam se estiverem praticamente em linha de vista com o aparelho
(ou então fazendo com que a luz emitida seja refletida no teto ou numa
parede da sala).
Difração da luz

Por vezes a comunicação entre dois pontos em linha de vista faz-se usando,
para além de micro-ondas de frequência elevada, infravermelhos ou mesmo
luz visível.

A comunicação sem fios não usa radiação ionizante: além de ser perigosa,
exigiria que o emissor e o recetor estivessem sempre em linha de vista. Por
isso, faz-se, em geral, por ondas de rádio e micro-ondas de baixa frequência.
Difração da luz

Nas fibras óticas e nos cabos não se coloca o problema da difração, pelo
que as frequências usadas podem ser elevadas, permitindo uma alta
taxa de transmissão de dados.
Difração da luz

Tendo em conta os fenómenos de reflexão, refração, absorção e difração na


atmosfera, que podem ser mais ou menos acentuados, há vantagens e
desvantagens em usar radiofrequências de menor ou maior frequência.

5 Fenómenos ondulatórios com luz de


radiofrequência na atmosfera
Difração da luz

Radiofrequências com menor frequência: ondas de rádio (até cerca de 3 GHz)


― Têm maiores comprimentos de onda, pelo que difratam facilmente,
contornando obstáculos e chegando às antenas recetoras mesmo que
estas não estejam em linha de vista.

― São pouco absorvidas no ar mas podem


ser refletidas na atmosfera, sendo
depois reenviadas para a Terra. Por isso
podem propagar-se a grandes
distâncias, usando poucas antenas
retransmissoras.
6 Difração das ondas de rádio
Difração da luz

Radiofrequências com maior frequência: micro-ondas (entre 3 GHz e 300 GHz)

― Têm menores comprimentos de onda, não sofrendo praticamente


difração, ou seja, seguem em linha reta. Por isso as antenas emissora e
recetora têm de estar colocadas à vista uma da outra, o que requer maior
número de antenas retransmissoras.

― São pouco absorvidas ou refletidas na


atmosfera, pelo que são usadas na
comunicação via satélite.

― Transportam maior quantidade de


dados.
ATIVIDADE

Selecione, justificando, a opção que completa corretamente a frase.

O sistema GPS utiliza, nas comunicações, radiações na gama…

(A) Ultra-violeta

(B) Raios X.

(C) Micro-ondas.

(D) Infra-vermelho.
ATIVIDADE

Selecione, justificando, a opção que completa corretamente a frase.


O sistema GPS utiliza, nas comunicações, radiações na gama…

Resolução:
(C) Micro-ondas.
A radiação micro-ondas propaga-se em linha reta na atmosfera,
praticamente não sofrendo reflexão, difração ou absorção. Estas
características fazem deste tipo de radiação a mais indicada para a
comunicação com os satélites utilizada no sistema GPS

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