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Universidade Federal do Rio Grande do Norte Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas

Departamento de Engenharia Elétrica


Curso de Antenas e Propagação – ELE0555 – T01
Profª. Leidiane Carolina Martins de moura Fontoura

José Rodrigues do Nascimento Neto


20190088061

Estudo Dirigido – Modelos e Mecanismos de Propagação


Objetivo
Modelos de Propagação
No estudo dos mecanismos de propagação, encontramos uma grande variedade de modelos
de predição de atenuação, sendo a maior parte obtida empiricamente. Em contraste com os modelos
empíricos, existem os modelos determinísticos (teóricos) e modelos mistos, conhecidos por semi-
determinísticos. A propagação, conforme descrito no material disponibilizado pela professora,
divide-se, inicialmente, em duas classificações:
 Modelos utilizados em ambientes abertos
A existência de visada direta é de suma importância para viabilizar a comunicação de
sistemas sem fio em ambientes abertos. Desse modo, deve-se levar em consideração nesse modelo
toda e qualquer obstrução que possa ocorrer no caminho, uma vez que essas obstruções acarretam a
degradação do sinal propagado. Os principais problemas desse modelo são as perdas de percurso
(path loss (L)), que é a relação entre a potência recebida e a potência transmitida para um dado
caminho de propagação e é em função da distância de propagação. O espaço livre é o modelo mais
simples para o estudo das perdas de percurso.
Nesse âmbito, os caminhos de transmissão entre um transmissor e um receptor são muitas
vezes bloqueados por montanhas, prédios, outdoors e por mobílias e paredes em ambientes fechados
(Sombreamento), como também podem haver interferência de duas componentes de sinais de
multipercurso diferentes que chegam ao receptor em tempos diferentes podendo causar interferência
constritiva ou destrutiva. Todas essas componentes obstrutivas são somadas ao desvanecimento do
sinal, que infere sobre a reflexões no solo e na atmosfera que provocam alterações na sua amplitude e
caminho percorrido, ocasionando variações na potência do sinal recebido. A seguinte figura, retirada
do material de aula, expõe o discorrido neste parágrafo.
O desvanecimento do canal pode ocorrer tanto no espectro do tempo (Doppler), num período
de tem rápido ou lento, quanto no domínio da frequência (Multifrequência), podendo ser seletivo,
causando uma atenuação de maneira desigual nas componentes do espectro do sinal, ou plano, onde
todas as componentes espectrais do sinal atenuadas por igual.
Na perda de percurso, têm-se comumente o termo EIRP (Effective Isotropic Radiated Power),
que é a potência que deve ser radiada por uma antena isotrópica para alcançar o mesmo nível de sinal
na direção de radiação máxima de uma antena. Geralmente é expressa em Db, devendo-se sempre
atentar-se para as transformações necessárias.

Nesse sentido, para reduzir as perdas no espaço livre, utiliza-se LNAs – abreviação do inglês
Low Noise Amplifier que significa amplificador de baixo ruído. Este circuito é utilizado em sistemas
de recepção de sinais via rádio que possuem amplitudes na ordem de microvolts, e deve amplificar
este sinal garantindo a menor geração de ruído possível. Além disso, a potência disponível em uma
antena receptora de abertura fixa diminui em proporção do raio ao quadrado, expressando-se pela
seguinte relação:
Por fim, fala-se do modelo de Perda por terra plana, que se aplica às situações mais práticas.
Ele também leva em conta a linha de visada entre as duas pontas, como no modelo Free Space. A
grande diferença é que o modelo Terra Plana considera para os cálculos as componentes refletidas da
onda na superfície terrestre. Ou seja, para determinar o sinal resultante em uma das pontas é
necessário conhecer o coeficiente de reflexão. O coeficiente é determinado através de fórmulas e
dependerá do ponto de reflexão na superfície da Terra, além da polarização da onda que está sendo
refletida. Para encerramento, este modelo não é adotado para grandes distâncias, uma vez que ele não
considera em seus cálculos a curvatura da Terra.

 Modelos em ambientes fechados


O conhecimento do meio de transmissão é indispensável quando se objetiva realizar um bom
planejamento de cobertura e desempenho radioelétrico. Considerando, por simplicidade, um modelo
de dois raios, a distância em que ocorre o ponto de quebra é a distância para a qual o primeiro
elipsóide de Fresnel é obstruído pelo solo. A localização do ponto de quebra é dependente, para um
mesmo ambiente, das alturas das antenas e frequência de operação através, aproximadamente, da
seguinte expressão
Esta aproximação é válida quando:
- A distância entre o transmissor e o receptor é muito maior que o comprimento da onda
transmitida: d >> λ.
- A constante de propagação do sinal no solo é muito maior que no ar: K1>>K0.
Para sinais propagantes em ambientes que apresentam obstáculos laterais a modelagem
matemática de 2 raios não é suficiente para descrever a perda de propagação do sinal. Nestes casos,
utilizamos modelos mais completos, como o modelo de 6 raios. Os 6 raios considerados neste
modelo são:
• Raio direto (raio 1)
• Raio refletido no solo (raio 2)
• Dois raios refletidos nos obstáculos laterais (raios 3 e 5)
• Dois raios refletidos nas paredes laterais e no solo (raios 4 e 6)
Outros modelos mais sofisticados e precisos, como o modelo de 10 raios, desenvolvido por Amitay,
podem ser utilizados para incluir a reflexão no teto do ambiente.
Por fim, os modelos empíricos mais simples para a perda de propagação em ambientes
fechados ou micro-células em ambientes abertos podem ser representados na forma geral:

No modelo Modelo ITU-R P.1238-1 compreende-se a faixa de frequências entre 900 MHz e
100 GHz em ambientes fechados, onde a reflexão e difração ocorre sobre em objetos fixos e a
transmissão através de paredes, pisos e outros obstáculos fixos.
Já o Modelo COST 231 Keenan e Motley é um modelo mais completo para predição de sinais
em ambientes fechados e exteriores com obstáculos. Requer o conhecimento de um grande volume
de dados para tal propósito.
Mecanismos de Propagação
Existem alguns tipos de mecanismos básicos de propagação: reflexão, difração e
espalhamento. Todos esses tipos de mecanismos são encontrados tanto em ambientes fechados como
em abertos.
- Reflexão: A reflexão ocorre quando as ondas eletromagnéticas se deparam com obstáculos de
dimensões muito maiores do que seus comprimentos de onda, que podem ser traduzidos em como,
no caso indoor, paredes, mobílias, dentre outros e no caso aberto podem ser prédios, carros, casas,
montanhas dentre outros. Os raios refletidos podem interferir nos raios diretos construtivamente ou
destrutivamente no receptor.
- Difração: A difração existe quando existe um corpo obstruindo a passagem entre transmissor e
receptor. De acordo com o princípio de Huygen, onde cada ponto numa frente de onda se comporta
como uma fonte isolada, haverá a formação de ondas secundárias atrás do obstáculo, mesmo que não
haja linha de visada entre o transmissor e o receptor. Isso pode explicar como em ambientes fechados
mesmo que um usuário não veja o outro eles mesmo assim podem se comunicar.
- Espalhamento: O espalhamento ocorre quando as ondas eletromagnéticas se deparam com
obstáculos com tamanhos da mesma ordem de grandeza ou menores. O espalhamento obedece aos
mesmos princípios físicos da difração espalhando a energia do sinal do transmissor em muitas
direções.
O conceito de tamanho do obstáculo com relação ao comprimento de onda é função da
freqüência. Para o padrão 802.11a obstáculos de dimensões menores podem causar atenuações mais
severas. Dentro de ambientes fechados os obstáculos são da ordem dos comprimentos ed onda dos
padrões do IEEE802.11.
Existem dois tipos de reflexão. O critério de Rayleigh identifica quando existe reflexão
especular, que é o mesmo mecanismo de reflexão acima, ou ocorre reflexão difusa, que tem o mesmo
efeito físico do mecanismo de espalhamento acima. O critério de Rayleigh é uma função do
comprimento de onda e do ângulo de incidência.
Na refração, considera-se as fronteiras entre os meios da seguinte forma:

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