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2ª Edição

Colecção Casa Simbólica


Volume III

Métodos Avançados
do Feng Shui Simbólico®

PARA CONSULTORES E VIVÊNCIA


PROFUNDA DA CASA.

Sofia Batalha

Dedico este livro à minha mãe.


Colecção Casa Simbólica

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Volume III – Métodos Avançados

TITULO: Métodos Avançados do Feng Shui Simbólico


Autor: Sofia Batalha
Editor: Euedito

2016 Euedito
geral@euedito.com
www.euedito.com

Depósito Legal: 407291/16


ISBN: 978-989-99568-6-5
Impressão Print On Demand Liberis

A cópia ilegal viola os direitos dos autores.


Os prejudicados somos todos nós.

A autora não segue o acordo ortográfico.


Copyright © Serpente da Lua, feng shui feminino®
O feng shui simbólico® é uma marca registada de Sofia Batalha.
Todos os direitos reservados.
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Concepção, design e paginação: Sofia Batalha
Fotografias: Isabel Gonçalves, commemorare
Todos os conteúdos deste livro foram criados, organizados e estruturados em função
de um estudo, prática e experiência pessoais.
Têm por base a obra, cujo registo tem o n.º 325/2016, manual de feng shui simbólico,
lunar e feminino de 1 de fevereiro de 2016.
Ao usar expressões ou frases contidas nas páginas, cite a fonte, Obrigada!

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Colecção Casa Simbólica

Índice
Capítulo I – Desdobramento do bagua ……….…..…….…… 07

Capítulo II – Métodos complementares de diagnóstico ... 39

Capítulo III – Pontos de confluência ……………………..…... 81

Capítulo IV – Método e ética de consulta ………………..…. 97

Conclusão ……………………………………………………….….. 111

Glossário do feng shui simbólico……………….……………...112

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Volume III – Métodos Avançados

Prefácio
No terceiro volume da coleção da casa simbólica, são
introduzidas técnicas de diagnóstico e acção profunda na
casa segundo o feng shui simbólico, lunar e feminino.

O primeiro capítulo é sobre o desdobramento do bagua e as


suas quatro categorias. Esta informação serve para ir mais
fundo na intervenção emocional e energética da casa.

O segundo capítulo aborda os métodos complementares de


diagnóstico, tais como o bagua temporal, o bagua da raiz, as
relações cíclicas do presente e a orientação simbólica e
direccional. Por último neste capítulo é ainda introduzido o
diário de feng shui e como fazer o registo escrito.

O terceiro capítulo introduz os pontos de confluência, como


os encontrar, como viver com eles e como se curam.

O quarto capítulo descreve os vários passos para fazer uma


consulta de feng shui, segundo este método. É também
introduzido o conceito de ética profissional.

No final deste volume há ainda um glossário dos termos e


métodos exclusivos do feng shui simbólico.

A colecção da casa simbólica é um todo integrado, onde, a


informação foi dividida para tornar a mensagem mais clara e
acessível. Deste terceiro volume não constam informações

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Colecção Casa Simbólica

fundamentais e basilares que foram descritas em volumes


anteriores. Para beneficiar e incorporar plenamente toda a
informação que deste terceiro volume é importante ter lido e
experienciado os dois anteriores da coleção da casa
simbólica: volume 1 - a linguagem da casa, através do feng
shui simbólico®, volume 2 - o bagua, através do feng shui
simbólico®.

Por outro lado é importante ter a noção que a leitura destes


volumes não substitui a prática e participação nas formações,
cursos e workshops promovidos sobre estas matérias. A
partilha em grupo é valiosíssima.

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Volume III – Métodos Avançados

Capítulo I
Desdobramento
do bagua

Ir mais fundo.

O primeiro capítulo é sobre o desdobramento do bagua e as


suas quatro categorias. Esta informação serve para ir mais
fundo na intervenção emocional e energética da casa e é
exclusiva do método do feng shui simbólico, lunar e feminino.

O desdobramento do bagua é importante quando se


aprofunda a análise desta ferramenta.

Ao examinar o bagua, surgem várias categorias separadas que


clarificam e elucidam o trabalho efectivo na casa.

Vamos iniciar o processo de desconstrução do bagua falando


das suas várias categorias de forma aprofundada. O
desdobramento do bagua serve para perceber como ele é

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Colecção Casa Simbólica

composto, quais as suas camadas mais simbólicas, para depois


então, com toda essa informação mais consciente, poder ser
trabalhado de forma integrada, completa e unificada.

O desdobramento do bagua ajuda na percepção total da


vibração nativa de cada sector. A vibração nativa refere-se a
todas as camadas simbólicas que o bagua tem por inteiro e
que cada sector tem em particular.

O bagua está separado em quatro categorias. A primeira


categoria é a simbologia, simbologia do bagua como um todo
e de cada sector. A segunda categoria é a relação do tempo e
do espaço, que é muito importante, porque o bagua contém
em si próprio uma sequência temporal, não é aleatório. Esta
sequência não é a a ordem numérica. A terceira categoria
refere-se ao diagnóstico. Atenção, que as categorias vão sendo
dependentes umas das outras, o tempo e o espaço é
dependente da simbologia, o diagnóstico é dependente
destes dois. Quer isto dizer que o diagnóstico corre melhor se
tiver consciência total da simbologia, assim como do tempo e
do espaço. E por último a síntese de como agir. Obviamente
que esta última categoria está inteiramente dependente das
outras três. Não é possível agir se não se sabe o que se está a
fazer.

Não sou apologista do medo de agir, mas é importante ter


alguma noção da profundidade das relações das coisas, para
que seja mais consciente a acção na casa.

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Volume III – Métodos Avançados

O desdobramento ajuda na percepção total da vibração do


bagua, em todas as suas vertentes.

Está dividido em quatro categorias, simbologia, tempo e


espaço, diagnóstico e acção, que são exploradas a seguir.

Categoria 1
Simbologia
Nesta primeira categoria inserem-se todos os conceitos
simbólicos inerentes a cada sector. Relacionam-se não só com
a transformação (cores, formas, materiais, corpo, órgãos, a que
divisões se ligam - por exemplo, a energia da água está
naturalmente ligada com a casa de banho, quer esta esteja
em 1 ou não, é uma divisão que tem muita água natural-
mente; o sector 9 está naturalmente ligado com a sala, mais
social, ou seja, onde se juntam pessoas), mas também com o
que acontece quando está em harmonia, em defeito ou em
excesso. As manifestações surgem quando alguma destas
energias perde o equilíbrio. Isto é a parte mais técnica, que se
prende directamente com a informação das cinco trans-
formações.

Depois há uma parte também bastante técnica, que são as


relações integradas, onde se consegue perceber a mecânica

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Colecção Casa Simbólica

das cinco transformações, não na teoria mas na experiência. É


fundamental para se poder agir energeticamente na casa.

Quem estuda feng shui fica com a ideia que se deve evitar o
ciclo de controlo das cinco transformações, mas na realidade
isso depende da força do chi dos habitantes. Há pessoas que
conseguem gerir o controle, há pessoas que não. È a mesma
coisa com os pontos de confluência, há quem consiga gerir ou
não. Porque o controle ou oposição gera energia intensa e
descontrolada. Tem de ser avaliado caso a caso, por isso é
importante perceber como funciona. De notar que na minha
prática actual não uso isto, está subjacente à prática, mas eu
trabalho em termos simbólicos, ou seja, não uso esta
informação de forma directa. Mas é preciso entender estas
relações muito bem para que se consiga operacionalizar as
coisas no espaço e no tempo.

Depois temos a profundidade da interpretação de cada sector,


o caminho de vida, do reconhecimento, da expressão, da
energia do corpo, da energia da mãe, da energia da sabedoria,
da contemplação, para exemplificar um pouco de todas as
interpretações sector a sector.

É muito interessante quando se começa a trabalhar em


função das interpretações profundas de cada sector, porque
então o bagua torna-se de facto uma jornada espiritual,
caminhando por cada sector, desenvolvendo e evoluindo.

Importante e fundamental neste trabalho simbólico é que


quando se conhecem as interpretações profundas de cada

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Volume III – Métodos Avançados

sector conhecem-se as palavras-chave da simbologia de cada


área energética. O que é que isto quer dizer? As palavras-
chave desta simbologia são como se fossem um resumo das
interpretações profundas, são o que nos dão o tom energético
de determinado sector. Por exemplo, casa 1, quais podem ser
palavras-chave que representem a simbologia daquele
sector? O que é que a casa 1 despoleta? Medos, viagem,
jornada, caminhar. Porque ao ter noção das palavras-chave de
cada sector sabe-se o que se consegue trabalhar em cada
sector. Sabe-se que o caminho de vida é trabalho para a casa
1, não faz sentido trabalhá-lo na casa 2, por exemplo. Na casa
2 é a energia da mãe, do corpo, e, portanto, a simbologia a
descobrir na casa 2 é, por exemplo: corpo, mãe, linhagem
matriarcal, energia feminina, tudo palavras-chave da
simbologia deste sector.

Claro que todos os sectores se inter-relacionam. Pode


trabalhar-se cada sector individualmente, fiz isso durante
algum tempo na casa. Tinha um tema por mês, o caminho de
vida, a prosperidade, a família, a segurança ou a mudança, e
observava a casa segundo esse tema em todos os sectores,
porque a realidade é: o bagua é uma entidade única e pode-
se trabalhar todos os sectores em cada um deles.

A dupla análise fala da raiz, do passado de cada um dos


sectores. E muitas vezes quando há questões mais difíceis de
resolver é possível olhar para o passado e perceber onde se

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Colecção Casa Simbólica

encontra a origem e os pontos de confluência. Temas que


abordaremos nos últimos capítulos deste volume.

Por outro lado, também como clarificação de cada sector,


percebe-se a que eixos e triangulações pertence.

Isto é a categoria de simbologia onde há várias camadas de


interpretação sobre cada sector.

A cada sector do bagua correspondem uma série de conceitos


simbólicos1:

• Chaves do sector - os pontos-chave das qualidades


energéticas e simbólicas do sector.

• Informação clássica - tem a ver com as relações


clássicas do sector em análise. Nesta abordagem
simbólica não servem como directrizes fechadas e
abstractas. São apresentadas como contexto da
informação de cada sector, pois podem ajudar na
interpretação.

• Interpretação básica - é uma forma simples de


interpretar a qualidade física e energética do sector,
seja no espaço real ou emocional. Aqui temos desde a
questão de devermos estar atentos a potenciais
problemas até à interpretação de quando está em
harmonia, em excesso ou em defeito.

1 Cada um destes itens é explorado individualmente em cada um dos


nove sectores, no terceiro capítulo do segundo volume da coleção da
casa simbólica.

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Volume III – Métodos Avançados

• Vibrações semelhantes - aqui encontramos as


relações da vibração energética do sector em análise
com o tempo, o corpo, a simbologia nativa e os verbos
de acção na sintaxe. Representa momentos ou
conceitos que tenham a mesma frequência, que
ressoem naturalmente com a vibração total do sector
estudado:

◦ Tempo - fases dos vários ciclos temporais onde o


sector está activo, havendo por isso um alinha-
mento espacio-temporal.

◦ Sexualidade e maternidade - relação do sector


com a energia corporal na sua vibração mais
arcaica e poderosa, a sexualidade, e a trans-
mutação da maternidade.

◦ Universo simbólico - os conceitos apresentados


relacionam-se com a simbologia nativa do sector.
O conjunto destes conceitos compõe o universo
simbólico do sector em análise. É através da
exploração pessoal destes conceitos que se chega
aos símbolos pessoais que activam o sector em
função da intenção. O universo simbólico deste
sector pode ser descoberto através de uma série
de conceitos apresentados.

◦ Sintaxe - é fundamental para compreender o raio


de acção de determinado sector. A sintaxe está
naturalmente relacionada com o universo simbó-

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Colecção Casa Simbólica

lico do sector em análise. Os verbos activos


ajudam a perceber a qualidade, orientação e
conceito das acções desencadeadas ao activar o
sector.

• Vibração na casa - são divisões e outros elementos da


casa que têm uma vibração semelhante ao sector em
análise. As divisões ou elementos listados não ficam
necessariamente melhor quando situados no sector
descrito. A sua presença nesta lista quer simples-
mente dizer que determinadas zonas da casa ou do
conteúdo têm uma vibração que ressoa com o
universo simbólico do sector.

Categoria 2
Tempo e espaço
É importante a questão do tempo porque só se olha para o
bagua na perspectiva do espaço, mas o espaço não é nada
sem o tempo. O tempo é fundamental para interpretar o
espaço, sempre. Isto é válido também para o feng shui
clássico, embora de outra forma.

Importante também, em termos de feng shui nesta


cosmologia e metafísica, o tempo é visto como cíclico e não
linear, o que muda a relação natural com o tempo. Vivemos

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Volume III – Métodos Avançados

numa sociedade lógica e racional onde o tempo é natu-


ralmente linear, para a frente e para cima, avançando sem
olhar para trás. No entanto, quando se observa os fenómenos
naturais, percebe-se que são cíclicos, as estações, os ciclos
lunares, o tempo é um fenómeno circular.

É muito importante perceber o tempo do bagua. Começando


na casa 1, há a semente que representa o fim e o início.
Representa o solstício de inverno, a noite mais longa, a altura
mais yin do ano, o auge do inverno. Representa a lua nova, o
início de cada mês lunar. É a fronteira entre a morte e o
nascimento ou o renascimento, porque o tempo é circular.

Depois temos a casa 8 e esta casa é o início da


materialização, a semente que começa a lançar as suas raízes
e começa a procurar luz. Aqui temos janeiro e fevereiro, o final
do inverno e o o início energético da primavera.

A seguir, na casa 3, os primeiros rebentos, já despontou o sol,


o equinócio da primavera e o quarto crescente. Equinócio
quer dizer equidistante e igual, dia igual à noite. O quarto
crescente é metade da lua iluminada e metade da lua às
escuras. É um tempo de transição, ou cresce ou morre.

Na casa 4 há uma energia de expectativa, do que está para vir,


os botões de flor. A fase do ano é em abril e maio, na
transição da primavera para o verão.

Depois, avançando no tempo, há a floração. A floração é um


auge de materialização e concretização. É a altura do meio-

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Colecção Casa Simbólica

dia, o solstício de verão, o dia mais yang e mais comprido. É o


excesso de luz, a lua cheia. As flores têm cor, tem cheiro, mas a
cor só se vê com a luz. Clarificar, expressar, casa 9.

A seguir, na casa 2, há a frutificação, a fase do ciclo onde há


frutos. Esta fase do ano é a transição do verão para o outono
em julho e agosto. A mãe dá frutos, a mãe alimenta.

A seguir, continuando no ciclo, os frutos estão maduros e


iniciam o seu processo de decomposição. O equinócio de
outono, outra vez uma altura de transição entre o dia e a
noite, estão iguais nesta fase, sendo que a noite está a ganhar
terreno. Há um propósito cumprido e a projecção para o ciclo
seguinte. A casa 7 representa o futuro e a criatividade.

Há as novas sementes deixadas pelos frutos, que estão a


preparar-se para se enterrarem no solo para gerarem um
novo ciclo. É em outubro e novembro, transição do outono
para o inverno. Preparar o inverno, todo este planeamento
cabe ao sector 6, responsabilidade e trabalho.

Todos os dias, todos os meses, todos os anos, o ciclo é sempre


o mesmo. E este é o ciclo temporal do bagua. Este ciclo é o
movimento temporal natural do bagua, no sentido dos
ponteiros do relógio no hemisfério norte. 2

O bagua tem o movimento numérico, do 1 passa para o 2, é


preciso ter em mente que a sequência numérica é uma
sequência ritualística e advém de rituais ancestrais. O proc-
2 O tempo cíclico é explorado em profundidade no terceiro capítulo do
primeiro volume da coleção da casa simbólica.

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Volume III – Métodos Avançados

esso natural e temporal do bagua é o descrito anteriormente.


A sua sequência é no sentido dos ponteiros do relógio, onde
cada uma das fases se liga directamente à interpretação
natural e nativa de cada sector. Por isso, compreender o
tempo é fundamental para compreender o espaço e para
compreender a ferramenta de interpretação que é o bagua.

Depois, por outro lado, temos a relação directa com o espaço.


Claro que naturalmente sabe-se onde estão os pontos
cardeais no bagua, o 1 relacionado com os valores do norte
ou 9 relacionado com o sul (no hemisfério norte), mas numa
casa não tem de ser assim. Mais à frente falaremos da
orientação direccional e simbólica.

A observação do espaço, o ponto cardeal a que corresponde o


bagua simbólico, colocado em função da porta de entrada,
que pode estar ou não alinhado com os pontos cardeais.

A esta subcategoria cabe também ter a noção da divisão


concreta e específica da casa a que corresponde cada ponto
cardeal ou sector simbólico. Ter a casa 1 na cozinha, na
entrada ou na casa de banho vai complementar toda a
interpretação simbólica que se viu atrás na primeira
categoria.

O bagua simbólico é sempre colocado em função da porta de


entrada e simboliza o desafio pessoal dos habitantes. O
bagua cardeal simboliza as pressões externas, que podem
ajudar o desafio pessoal de cada residente ou não. Ambos os
baguas são usados.

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Colecção Casa Simbólica

Sintetizando:

Tempo - cada sector do bagua corresponde a uma dada fase


de cada ciclo. Bagua como ciclo temporal com uma série de
correspondências:

• Ciclo arquétipico: relação dos arquétipos com alturas


de vida e zonas da casa.

• Ciclo mensal lunar.

• Ciclo mensal ou vivêncial feminino.

• Ciclo anual ou diário solar (estações).

• Ciclo de um dia.

Espaço - cada sector do bagua corresponde a um dado ponto


cardeal e uma divisão específica na casa.

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Volume III – Métodos Avançados

Categoria 3
Diagnóstico

Diagnóstico - Grupo 1
O diagnóstico não é textual ou teórico, é activo, experiencial e
feito no presente, no aqui e no agora. Numa consulta de feng
shui não se leva trabalhos para casa, a não ser que se escreva
um relatório. Mas o diagnóstico é activo e feito integralmente
no tempo da consulta. Idealmente não se vai para casa pensar
sobre o assunto, por várias razões, pela qualidade da energia
vital pessoal, pela manutenção da saúde, e porque quanto
mais presente estiver num espaço a fazer as observações e a
diagnosticar melhor.

Em termos de feng shui clássico, as contas demoram muito


tempo, pelo que um consultor pode pensar que é melhor
fazer as medições e depois fazer o resto em casa. Se o fazem,
não observam nada na casa, é importante fazer pelo menos as
contas no espaço, porque se não é só teoria, a realidade é
essa. É importante fazer tudo no momento da consulta,
porque deixar trabalho para casa faz com que haja um
destaque do tempo e espaço da consulta passando da
experiência para a teoria. E na teoria tudo é válido, na prática
não. Por isso é que a questão do diagnóstico ser experiencial

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Colecção Casa Simbólica

e vivencial é fundamental. Estar completamente no presente,


ativamente a observar, com flexibilidade e sem julgamento.

Temos três subcategorias de diagnóstico: o diagnóstico


pessoal, do espaço real e do espaço emocional Estas
subcategorias são aprofundadas a seguir.

Diagnóstico pessoal
O diagnóstico pessoal tem a ver com a relação da pessoa com
a casa. Em termos de feng shui simbólico, lunar e feminino
percebe-se que a relação da pessoa com a casa é a relação da
pessoa consigo própria e com a sua vida. Mas é importante
perceber como é que a pessoa lê a sua própria casa, coisas
tão simples como se gosta, se tem medo, se detesta ou se
adora a sua casa.

Pode ser feito um questionário sobre a casa, para sairmos da


teoria e percebermos de facto como a pessoa está a usar e
sentir o seu espaço.

Há também os exercícios no espaço, exercícios pessoais, que


não são feitos em consulta. São exercícios que podem ajudar
a ver o espaço de outra forma ou perspectiva. Estes exercícios
já foram descritos anteriormente.

Há a questão de ver a casa como ser vivo, que tem a ver com
a sincronia da casa, com o que está em equilíbrio, afinado ou
não. Se fecharmos os olhos no espaço, o que é que vemos ou

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Volume III – Métodos Avançados

sentimos, que som é que ouvimos do espaço, se está afinado


ou desafinado. Quando está desafinado, quer dizer que há
muitas coisas no espaço que precisam de ser afinadas e/ou
libertadas. Tem a ver com conexão pessoal e com a energia do
espaço privado, com o conteúdo, e perceber que tudo o que
existe no espaço é da responsabilidade energética e pessoal
individual. É da responsabilidade dos habitantes tomar conta,
manter, gerir, arranjar toda a estrutura e conteúdos. A mochila
energética que todos carregamos pode ser mais ou menos
pesada.

E depois há o que se gosta e o que se detesta, e todas elas


compõem o espaço. As coisas de que se gosta têm um som
equilibrado, afinado, gerando uma melodia agradável, falando
em termos auditivos. As coisas que detestamos estão
desafinadas. Às vezes as pessoas dizem “eu não tenho nada
em casa de que não goste” e depois de fazerem o exercício
dizem que aquela música não era nada bonita. Conexão
emocional com a casa, perceber se as pessoas estão ligadas
com a casa ou não, ou nós próprios, perceber qual a extensão
da nossa ligação com a casa. As perguntas de diagnóstico da
casa são as questões que têm a ver com o questionário da
casa, para perceber qual é a relação real e actual do residente
com a casa. Quem escolheu a casa, quem lá vive? Como foram
lá parar? Porque lá estão? Qual a razão da mudança? Gosta-
se ou não? Parecem perguntas simples mas que ajudam a
contextualizar toda a experiência dos vários habitantes.

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Colecção Casa Simbólica

Há por vezes habitantes que respondem aquilo que acham


que o consultor quer ouvir. Um dos requisitos para uma
consulta é que a casa não seja arrumada, é mesmo
fundamental. É importante ver a casa real, do dia-a-dia.
Socialmente, se uma pessoa estranha vai à casa, há a
tendência de arrumar, limpar e dar espaço. Para uma consulta
desta natureza é importante ver a casa real e não a casa
preparada para receber alguém de fora.

Há meditações de conexão com a casa 3, com cada um dos


sectores, para sentirmos em termos de diagnóstico o que é
que se está a passar. Por exemplo, numa consulta a um
senhor, que tinha um processo muito intenso na casa 5, no
eixo do 1-5-9, foi feita uma meditação sobre a casa 5, que
tem a ver com equilíbrio, unificação e com o centro. Ele
acabou a meditação a dizer que se sentia preso e esta
sensação foi imprescindível para o diagnóstico.

Há uma série de meditações feitas que acompanham a


informação sobre cada um dos sectores, mas na realidade é
importante ter a capacidade de as fazer no momento, adequar
a cada habitante e ao seu desafio individual. Nos cursos da
Serpente da Lua® as meditações são todas feitas no
momento, porque tem a ver com a dinâmica do espaço, com a
dinâmica das pessoas envolvidas, tem a ver com o que se deu
ou não antes, porque tem de fazer sentido naquele momento,
portanto não tem de ser algo textual ou teórico. É óbvio que
3 Estas meditações são apresentadas, sector a sector, no terceiro
capítulo do segundo volume da coleção da casa simbólica.

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Volume III – Métodos Avançados

há as referências a informação lida, sentida, experienciada,


escrita, ouvida ou dita. Mas tem de ser adaptado ao momento.

Portanto, toda esta vertente do diagnóstico pessoal serve para


perceber a fundo a experiência real de cada habitante no seu
espaço, a sua visão pessoal. Claro que se for feita uma
consulta de casal, haverá dois diagnósticos pessoais, duas
visões. Numa consulta de casal aconselho sempre a fazer em
separado, mas a maioria dos casais quer fazer junto. Há a
explicação que às vezes esse processo vai fundo e se as
pessoas estão sozinhas estão mais à vontade. Claro que
depende da dinâmica do casal, mas da minha experiência de
consultas de casal feitas em separado ou em conjunto, notei
que em separado produz resultados muito melhores, porque
se consegue ir mais fundo. Quando é feita em conjunto, há
temas em que não se pode tocar, ou, por exemplo, um quer ir
muito fundo e o outro não está disponível para isso e então
fica-se ali num registo que não é equilibrado. É muito melhor
ser um processo individual.

Quando só um elemento do casal procura uma consulta por


causa do relacionamento, é difícil ter resultados, pois só se
trabalha um lado e uma relação implica mais variáveis. Mas a
segunda pessoa pode não estar disponível para isso.

Também já houve consultas de casal em que ambos estão em


perfeita sintonia, mas é raro.

Um dos princípios do meu trabalho, a ética, obriga a que não


faça consultas para influenciar terceiros que não estão

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Colecção Casa Simbólica

informados do que se passa. O feng shui é pessoal e


intransmissível. Quem quer uma consulta e tem um propósito,
intenção ou foco faz-se, age-se e transforma-se. Se alguém
quer influenciar terceiros, pode ser grave.

Uma coisa é haver um filho pequeno com um problema grave


de saúde, que está num quarto com manifestações terríveis,
nesse caso intervém-se no quarto, naturalmente. Outra coisa é
achar que a filha é má, ou o marido anda a trair, ou o patrão é
injusto e pretende-se fazer uma consulta para mudar
terceiros, não faz sentido. Se alguém quer fazer isso, contacte
outro consultor porque não trabalho assim, pois isso é uma
forma de desresponsabilização.

Diagnóstico da estrutura
Depois há o diagnóstico da estrutura, tais como os pontos de
confluência, as manifestações e patologias, que tem tudo a
ver com a observação da estrutura. Também se pode observar
as falhas e os excessos. Os excessos são muito raros, o normal
são falhas.

Aqui analisa-se como é que se usam as divisões, quem as usa.

Diagnóstico do espaço emocional


Por último, o diagnóstico do espaço emocional tem a ver com
os dois previamente descritos, a visão da estrutura segundo

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Volume III – Métodos Avançados

os habitantes e a observação da estrutura real. É outra


camada de diagnóstico onde se observa o desenho ns suas
várias dimensões tais como escalas, enganos, o que está a
menos, o que está a mais, as portas, as janelas, os bloqueios e
o que sobressai ou se destaca. Esta leitura normalmente não
é uma leitura fechada, porque depende sempre do contexto.

Os enganos, quando o habitante se engana ou começa a riscar


tudo, são muito reveladores. Há vários tipos de enganos, há
várias formas de contornar os enganos nas plantas. As
pessoas ficam muito stressadas quando se enganam no
desenho da planta emocional e muitas vezes os enganos
falam de cicatrizes, de feridas, de cortes, de questões que não
estão resolvidas.

Por exemplo, é relativamente comum os homens desenharem


a casa 6 maior do que é na realidade. E é muito interessante
uma casa de banho na 6, normalmente coloca o homem sobre
algum stresse, alguma tensão de responsabilidade perante a
família, perante si próprio. Mesmo que a casa de banho seja
pequenina, eles desenham-na grande.

Mesmo que não haja uma planta real para comparação e


mesmo sem uma visita ao espaço, percebe-se o que é real ou
não. Por comparação, é possível fazer uma leitura correcta da
escala de cada divisão. Claro que a visita ao espaço
complementa toda informação.

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Colecção Casa Simbólica

O diagnóstico ocorre de forma activa, experiencial e vivencial:

• Diagnóstico pessoal - questionário sobre a casa e


exercícios no espaço (primeiro volume da coleção da
casa simbólica).

◦ Meditações de cura - são uma forma de


sintonização com a energia de cada sector. Podem
ajudar na clarificação e interpretação (segundo
volume da coleção da casa simbólica).

◦ Perguntas de diagnóstico pessoal - as perguntas


ajudam no diagnóstico pessoal da vibração do
sector, de forma a perceber como cada habitante
vive a o sector em questão. Não se relacionam
directamente com a casa, mas com os habitantes.
É uma forma de expansão do diagnóstico. Além
de observar a estrutura da casa e o espaço
emocional, é possível, através destas perguntas,
perceber como está a vibração de determinado
sector na vivência de cada habitante (segundo
volume da coleção da casa simbólica).

• Interpretação da planta real - a observação da


estrutura real dá uma série de informações valiosas
para o diagnóstico. Como é vivido o sector na casa? A
qual divisão corresponde? Quem a usa primor-
dialmente? Está livre? Tem muita acumulação? Que
tipo de actividades desenvolvemos lá? Há algo que

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Volume III – Métodos Avançados

condicione o uso da divisão ou sector? O que pode


estar a impedir de avançar?

◦ Divisões - tem-se em conta a divisão abrangida


pelo sector em questão, tanto no espaço real
como no espaço emocional, pois podem ser
diferentes. Se o sector abrange determinada
divisão, é importante ver a interpretação
correspondente (primeiro e segundo volume da
coleção da casa simbólica).

◦ Estruturas - tem-se em conta alguma estrutura


incluída no sector, tanto no espaço real como no
espaço emocional, pois podem ser diferentes. Se
no sector está presente determinada estrutura, é
importante ver a interpretação correspondente
(primeiro e segundo volume da coleção da casa
simbólica).

• Interpretação do espaço emocional - depois de olhar


para o espaço real, é altura de observar o espaço
emocional de cada habitante. São interpretações em
função do desenho emocional da planta. Quando
desenhámos a planta, como foi desenhada a divisão
ou sector a analisar? Grande Ou pequena, enganada
ou esquecida? (primeiro volume da coleção da casa
simbólica).

• Relações com bagua raiz e bagua matriz - informação


que tem a ver com a dupla análise - bagua raiz e as

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Colecção Casa Simbólica

relações cíclicas do bagua do matriz. Só deve ser


usada se existir alguma questão de difícil resolução
(terceiro volume da coleção da casa simbólica).

• Falhas - as falhas podem ser observadas tanto no


espaço emocional, como no espaço real. Há omissões
apenas presentes no espaço emocional e vice-versa. A
leitura e interpretação devem ter as duas plantas em
consideração (segundo volume da coleção da casa
simbólica).

• Bagua temporal e desafio pessoal do sector - para um


trabalho aprofundado é importante perceber que, nos
momentos correspondentes à vibração temporal
listada acima, o bagua muda e o seu desafio central e
passa a ser o do sector activo. Com o bagua temporal
é possível aprofundar o desafio pessoal de cada
sector. Para tal, o exercício é compilar frases para
cada sector escolhendo o verbo e o adjectivo que
mais fazem sentido no momento (terceiro volume da
coleção da casa simbólica).

28
Volume III – Métodos Avançados

Diagnóstico - grupo 2
Há seis camadas de interpretação no diagnóstico.

A interpretação do espaço real, não só da observação da


estrutura, mas da circulação de chi. Quando se visita o espaço
real, passear pelo espaço sem sapatos de sola de borracha,
sem música de fundo e sem ter o residente do espaço a
acompanhar e explicar ou falar. Depois há tempo para a
conversa, para juntar tudo, mas quando se faz a visita e para
conseguir sentir totalmente o fluxo de chi da casa é
importante ter o mínimo de influências possível. Esta
circulação deve ser feita antes da observação da planta
emocional. Perceber onde o fluxo está mais estagnado, mais
activo, se tem mais energia solo, mais energia metal, árvore
ou água são tudo qualidades do fluxo de chi.

A par desta circulação espacial podem observar-se as


patologias e todas as manifestações que trazem mais
informação acerca da qualidade do chi.

As patologias já foram abordadas, mas há outras mani-


festações que podem acontecer, por exemplo um estore
estragado, há infinitas coisas que podem acontecer em termos
de manifestação na casa.

O conteúdo é extremamente importante, uma coisa é a


estrutura, outra coisa são as manifestações da estrutura e as
patologias, outra coisa é o conteúdo. E o conteúdo é aquilo
que a pessoa escolhe ter e que vai viver consigo no seu

29
Colecção Casa Simbólica

espaço, é aquilo que escolhe que componha o seu espaço, tais


como os móveis, objectos, quadros, fotografias, livros, etc.

O que chama à atenção? Numa consulta havia uma uma


parede cheia de fotografias dos filhos e apenas duas do filho.
Numa delas o vidro estava partido e a fotografia era em
movimento e tudo o que saía da boca era vidro estilhaçado.
Ela não tinha reparado. Uma criança revoltada. Isto para dizer,
que pode haver um conjunto de fotografias na parede e há
uma que chama à atenção, não é necessário observar todas.
Esta selecção é muito importante.

Claro que toda esta observação do conteúdo é sempre


complementada em função do sector do bagua, da divisão, da
escala, do material e das cores. A simbologia para quem
interpreta, a simbologia para os residentes, a história, de onde
veio, quem o trouxe, qual a relação.

Outro exemplo: numa vitrina há uma série de objectos e há


um pássaro de vidro que está sobre um galho e tem uma asa
partida, ou seja, só tem uma asa. Esta pessoa tinha enviuvado
há cerca de três anos e estava a recuperar do processo de
viuvez. Perguntei o que era aquele pássaro a e a resposta foi
que tinha sido um presente de casamento, mas entretanto
caiu e partiu uma asa. Há processo de viuvez e luto, o querer
recuperar, e há um pássaro que foi presente do casamento,
com uma asa partida. Em termos simbólicos, este objecto
estava a ajudar na recuperação? A sugestão foi para se
libertar com amor desse objecto. Não é esquecer, é deixá-lo ir,

30
Volume III – Métodos Avançados

ele já não consegue voar. E ela fez um ritual onde atirou o


pássaro ao mar.

Há também o espaço emocional e as patologias ou o


conteúdo, que devem ser analisados em duas frentes, no
sector a que pertence do espaço real e no sector a que
pertence do espaço emocional, porque podem ser diferentes,
e muitas vezes são.

Em termos de interpretação e de diagnóstico, é importante


perceber onde calham o conteúdo e as patologias no espaço
real e no espaço emocional. No espaço real pode ser na casa
8, mas no desenho que a pessoa fez é no sector 1. Ambos têm
de ser interpretados. Para a cura daquele residente em
particular, a patologia está a ressoar com o sector 1. A base de
trabalho é o espaço emocional, mas conhecer o contexto real
complementa a informação.

Não é imprescindível fazer a comparação entre a planta


desenhada e a planta real, mas pode ser importante. Há
muitos praticantes que se esquecem da importância de
perceber qual é divisão e qual a sua função, como é usada
realmente, se é usada ou se não e por quem. Pode haver uma
sala muito bonita, até equilibrada em termos energéticos, mas
ninguém a usa, ninguém tem tempo para a usar. Se tiver um
chi equilibrado, ninguém está a beneficiar dele. É muito
importante perceber o uso real das coisas.

31
Colecção Casa Simbólica

Resumindo as seis camadas de informação que um consultor


deve ter em conta num diagnóstico são:

• O espaço real - circular e sentir totalmente o fluxo do


seu chi.

• As patologias - observar as patologias e outras


manifestações.

• O conteúdo - observar objectos, quadros ou foto-


grafias dispostos na casa, o sector e divisão onde se
encontram, na sua escala, material, cores, simbologia,
história.

• O espaço emocional - analisar e interpretar a planta


desenhada pelo(s) habitante(s).

• Relação entre espaço emocional e estrutura real - se


existir uma planta real, faz-se uma relação directa
entre as duas.

• Divisão, função, uso e o bagua - analisar e interpretar


a função e utilização de casa, divisão em conjunto
com a zona do bagua onde se encontra.

32
Volume III – Métodos Avançados

Categoria 4
Agir
Quando se passa à acção, uma das perguntas mais comuns
em aulas e workshops é “então e as curas? Se há determinada
questão, como se faz para a curar?” E a resposta costuma ser
“não sei. Não sei mesmo, não tenho a história toda, não tenho
o contexto, não tenho a raiz da questão, preciso de perceber o
contexto para perceber como agir”. Porquê? Todos temos uma
matriz energética pessoal que nos é dada pela história
familiar, pela herança genética, pela codificação energética,
seja astrológica, seja ki das 9 estrelas, seja de bazi ou de
astrologia ocidental. Através das experiências pessoais, das
crenças, das decisões, todos temos uma matriz individual. A
matriz pessoal ressoa de formas diferentes com o mesmo
espaço e isso pode perceber-se com o desenho da planta.
Todos nós, numa mesma sala, temos percepções comple-
tamente diferentes do mesmo espaço. Se nos fosse pedido
para descrevermos a sala, poderia haver pontos em comum,
mas a experiência seria diferente para cada um, porque a
matriz energética é diferente, esta matriz diferenciada, que faz
com que toda a relação com a vibração do espaço e do tempo
seja também diferente, não há receitas.

É importante perceber que cada passo, cada camada, tem a


sua importância, porque se não se faz um diagnóstico

33
Colecção Casa Simbólica

correcto, não se age de forma precisa. Enganar faz parte do


processo de experienciar e aprender, por isso não é um drama
fazer diagnósticos incorrectos. O principal é de tentar
diagnosticar o mais correctamente possível. A seguir, com esse
diagnóstico correcto, pode agir-se no espaço e no tempo.

Mas isto também é importante em termos das consultas de


casal, o método de intervenção no espaço e no tempo é
adequado a cada habitante, e, portanto, individual. Ou seja,
numa consulta de casal, ambos vivem na mesma casa, mas o
desafio é diferente, pelo que o método de intervenção tem de
ser também diferente. A intenção, o foco, o propósito de
trabalho na casa vai ser distinto para cada elemento do casal.
A simbologia, sendo pessoal e intransmissível, é também
diferente. Por exemplo, a simbologia de caminho de vida para
o marido há-de ser diferente da simbologia de caminho de
vida para a mulher.

Se vivem pessoas diferentes na mesma casa, há simbologias


diferentes, apesar de haver temas comuns. É tudo uma
questão de bom senso e de sentido prático. O feng shui
simbólico, lunar e feminino parte da experiência e não da
teoria. As curas não devem colidir umas com as outras. Se o
símbolo é uma coisa gigantesca que vai ocupar o centro todo,
depois mais ninguém se consegue mexer na casa.

Na categoria da acção, resume-se a experiência, a simbologia,


o tempo e o espaço e o produto do diagnóstico. Tudo isto fica

34
Volume III – Métodos Avançados

sintetizado na acção, no espaço e no tempo. Uma acção de


qualidade relaciona-se com os passos dados anteriormente.

Quando se faz uma consulta nesta abordagem, é importante


perceber que as pessoas têm vários temas que precisam
trabalhar, mas não devemos trabalhar tudo de uma vez, pois
isso causa dispersão. Sem um tema, foco ou intenção em
concreto, a é energia desperdiçada, porque se faz tudo, mas
acaba-se por não fazer nada realmente. O passo do
diagnóstico serve para encontrar a prioridade a curar num
momento. Propõe-se trabalhar um certo tema agora, e depois
de trabalhado, todo o fluxo e energia da casa mudam,
transformam-se. Há outros temas que podem ou não ser
trabalhadas posteriormente. Há ainda temas que se
transformam, outros que bloqueiam e outros que surgem.

Quanto à questão da prioridade, é fundamental fazer uma


uma coisa de cada vez, porque a mente é muito rápida e quer
respostas automáticas, taxativas e é importante criar um foco
de trabalho.

Depois de se ter definido a prioridade a trabalhar no


momento, começa-se a intervir de uma forma integrada,
trabalha-se o bagua em casa de uma forma una. Para isso,
cria-se um plano de acção, para trabalhar no espaço e no
tempo, usando os eixos e as triangulações.

Os eixos e as triangulações são, portanto, planos de acção no


tempo e no espaço que ajudam a trabalhar a vida e a casa.

35
Colecção Casa Simbólica

O trabalho de cada eixo e triangulação vai ser diferente para


cada um, pois prendem-se com a simbologia pessoal.

Então há a prioridade, a seguir o plano de acção. E como se


faz? Usando símbolos de cura pessoais, relacionados com as
palavras-chave da simbologia em cada sector, onde elas vão
ser usadas.

Numa consulta de casal, pode haver três símbolos, o de cada


um e o do casal. Quando há um caminho conjunto a percorrer,
a procura dos símbolos tem que ressoar para cada um dos
elementos do casal, o que por vezes não é fácil.

A intenção tem a ver com a prioridade definida no


diagnóstico. A vibração da intenção, por sua vez, tem a ver
com a simbologia de cada sector. Portanto, definir a prioridade
é fundamental para avançar.

Agir - cada intervenção é


pessoal
Todos temos uma matriz energética pessoal. Cada habitante
de um mesmo espaço físico tem a sua própria identidade
energética, que interage de formas distintas com a casa.

É preciso cuidado na análise e interpretação do espaço, para


que se crie um método de intervenção no espaço e no tempo
adequado a cada habitante. Só desta maneira conseguimos

36
Volume III – Métodos Avançados

curar e transformar o chi individualmente, atendendo às


necessidades de cada uma das pessoas que habitam a casa.

Como já foi referido, todos temos uma matriz energética


pessoal, que é gerada pelas decisões e experiências, pela
carta de astrologia (chinesa, no caso) e pelo que escolhemos
para alimentar o nosso corpo físico. Esta matriz energética
reage com a matriz energética do local onde habitamos. Pode
completar-se, pode opor-se, pode ser alimentada, pode ser
drenada.

A forma como o sentimos, vivenciamos e reagimos ao chi


exterior é diferente de pessoa para pessoa, mudando também
ao longo da nossa vida.

Da mesma maneira que reagimos de formas diferentes às


mesmas circunstâncias, o mesmo acontecerá com as curas de
feng shui. Não faz por isso sentido colocar curas genéricas
nas casas e esperar que funcionem de igual modo para todos
os habitantes.

Acção consciente
A acção é um resumo unificador das categorias anterior-
mente descritas. A forma de actuar na casa está directamente
dependente das conclusões tiradas previamente.

37
Colecção Casa Simbólica

Agir na casa implica:

• Atenção psíquica, foco, intenção - focar e concentrar a


atenção num processo de cada vez. Focar na
prioridade a curar no momento. A atenção é algo
limitado, cuidado com a dispersão.

• Processo catalisador de mudança - trabalhar de uma


forma integrada. Ter um plano de acção para
trabalhar o espaço e o tempo. Evitar fazer tudo ao
mesmo tempo, trabalhar no tempo e no espaço.

• Simbologia pessoal - usar símbolos de cura pessoais


associados com a intenção e com a vibração de cada
sector. A simbologia pessoal associada a cada sector
pode ser descoberta através de exercícios de
associação livre (primeiro e segundo volume da
coleção da casa simbólica).

• Método de cura - ao longo do tempo, nos pontos-


chave do ciclo, usando o alfabeto pessoal, focando a
mesma intenção sob vários prismas e levando a
atenção a várias áreas do bagua/casa.

◦ Eixos e triangulações – acção integrada.

Depois do desdobramento do bagua introduzimos os métodos


complementares de diagnóstico no próximo capítulo.

38
Volume III – Métodos Avançados

Capítulo II
Métodos
completares de
diagnóstico
Complementar e aprofundar a
análise na casa.

Este capítulo aborda os métodos complementares de


diagnóstico, tais como o bagua temporal, o bagua da raiz, as
relações cíclicas do presente e a orientação simbólica e
direccional exclusivos do método do feng shui simbólico.

Por último é ainda introduzido o diário de feng shui e como


fazer o registo escrito.

39
Colecção Casa Simbólica

Métodos
complementares de
diagnóstico
No sistema do feng shui simbólico, lunar e feminino, existem
quatro complementos de diagnóstico que ajudam na
interpretação e acrescentam informação importante para as
sugestões de cura e transformação.

Estes métodos complementares de diagnóstico não servem


para activar e agir intencionalmente no espaço. A sua função
é complementar a interpretação, análise e diagnóstico dos
processos de cada habitante, assim como da habitação em si.

Os quatro complementos de diagnóstico são:

• A leitura do momento presente e do desafio pessoal


através do bagua temporal.

• A dupla análise - bagua raiz, que acrescenta signi-


ficado a cada um dos sectores.

• As relações cíclicas do bagua matriz, que apresenta o


fluxo energético sequencial do quadrado mágico.

• A orientação simbólica e direccional, que alia os


pontos cardeais aos sectores simbólicos, para mais
informação.

40
Volume III – Métodos Avançados

São pontas soltas que vamos agora unir, para criar o mapa
final da casa.

Os métodos complementares de diagnóstico não servem para


agir, servem apenas para diagnosticar, observar, interpretar e
analisar.

A acção na casa é sempre feita segundo o bagua matriz, base,


lunar ou do presente, em função do espaço emocional. Os
métodos complementares de diagnóstico são pontes simbó-
licas que ajudam a contextualizar a história dos habitantes e
a história da casa e como é que ambas ressoam em conjunto.

I - Bagua temporal
Nesta metafísica, o espaço não é independente do tempo e o
conceito de bagua temporal surge como forma de integrar
ainda mais profundamente os conceitos de espaço e tempo.

O bagua temporal nasce da visão de uma nova dimensão do


tempo e do espaço, com base em toda a cosmologia inerente
ao bagua matriz. O suporte desta teoria é de que tudo está
em constante mutação, pelo que o bagua aplicado à planta da
casa não é excepção.

O bagua matriz na sua forma original, é uma fórmula, um


símbolo do divino, um diagrama cósmico na sua dimensão

41
Colecção Casa Simbólica

temporal e espacial. A sequência ecoa os ciclos temporais e as


direcções da bússola.

Adicionando a esta matriz base, este arquétipo da ordem


universal cósmica, o tempo actual, o presente, esse momento
fugaz em constante transição para a sua forma futura, a
vibração do presente muda a estrutura do bagua, recriando-o,
adicionando-lhe novos significados e relações.

Cada nova estrutura emergente, cada novo bagua temporal,


ressoa e influencia a matriz base, adicionando profundidade a
cada um dos desafios propostos.

O conceito do bagua temporal diz-nos que não é só o fluxo


formal do chi pelo interior de uma habitação que muda, que
não são só os ciclos das estações, ciclos lunares ou pessoais
que influenciam a vivência da casa, mas que a própria energia
da casa é mutável, a sua vibração está em constante transição
ao ressoar com os ciclos externos e de experiência sensorial
pessoal. A cada um dos oito pontos de transição de um ciclo, o
bagua muda, transitando para outra fase, o que permite que
as oportunidades de aprofundamento e mudança sejam ainda
maiores. Esta eterna mutação faz com que, de uma forma
subtil, cada uma das oito energias base passe por cada um
dos oito sectores.

Esta constante e ténue transição do chi pela casa e pela


grelha de interpretação ajuda no aprofundamento e expe-
riência energética da casa.

42
Volume III – Métodos Avançados

Cada um dos oito baguas de tempo pormenorizam os


conceitos e questões relacionados com determinada altura e
sector do bagua.

Como fazer?
Para activar o trabalho com esta ferramenta de transição é
necessário escolher um ciclo temporal. Pode ser o ciclo solar
(um ano), o ciclo lunar (um mês) ou o ciclo feminino (cerca de
um mês).

Sendo uma forma de integração do espaço e tempo, é mesmo


importante que se trabalhe com base num ciclo à escolha,
pois só desta forma se consegue integrar e vivenciar as
relações e interpretações extra que esta ferramenta tem para
oferecer.

A cada ponto de viragem, em cada um destes ciclos, integra-


se a mudança do mapa de interpretação. Por exemplo, por
altura do solstício de inverno, 21 de dezembro, ou a cada lua
negra, ou início da menstruação, a casa 1 está mais activa,
pois todas estas fases vibram directamente na mesma
frequência dos conceitos fundamentais do sector 1. Nestas
fases o bagua temporal tem o número 1 ao centro, pois este
número, com todas as suas camadas simbólicas, está agora no
centro da experiência de tempo e de espaço (dias escuros,
inverno, noite mais longa, frio vindo do norte). O número mais
activo passa a ser o pivot, o centro à volta do qual todos os

43
Colecção Casa Simbólica

outros circulam. O bagua desta altura do ciclo fica então


como no diagrama seguinte.

Bagua Matriz Bagua temporal do 1


(outras palavras) (verbos)
4 9 2 9 5 7
3 5 7 8 1 3
8 1 6 4 6 2

Para ler e interpretar o bagua temporal é sempre necessário


fazê-lo em relação à matriz base, em relação ao bagua matriz.

No exemplo temos o 6, a energia de independência e


assertividade encontra-se no sector do caminho de vida, 1. um
dos desafios inerentes à casa 1 é clarificar a verdade e a
independência do caminho, tomando consciência da sua
profundidade e poder transformador.

Neste sistema é muito importante notar a constante do


número 5, representando união, que se vai encontrar sempre
na casa oposta ao número do centro, sugerindo já aqui o
trabalho pelos opostos complementares.

Os eixos e triangulações incidem sobre a sequência e a


geometria base do bagua matriz. isto é, cada bagua temporal
não serve como diagrama de cura ou acção, mas inter-
pretação.

44
Volume III – Métodos Avançados

Não se colocam curas em função do bagua temporal, a não


ser num ritual em concreto.

O bagua matriz e fundamental (do presente) nunca deixa de


existir ou de nos influenciar, ficando permeável à transição e
mudança, reunindo em si um maior conteúdo e valor.

Por outro lado, estas ferramentas de transição são impor-


tantes numa visão e interpretação do momento presente em
toda a sua impermanência, tendo em conta a real fase do
ciclo em que se está.

Como interpretar o bagua temporal?


A análise do bagua temporal dá pistas sobre o que pode estar
a acontecer a um nível mais profundo e subtil. Expande a
compreensão do desafio individual de cada um dos nove
sectores.

O número do centro dá a tónica ou conceito base a trabalhar,


transformar ou curar em determinada altura. O número
central é a referência simbólica a desenvolver e todos os
outros números são dispostos em função deste e ressoam
com a sua vibração base.

Basicamente, o bagua temporal, nas suas oito versões, dá a


oportunidade de observar profundamente cada sector no seu
tempo certo.

45
Colecção Casa Simbólica

Depois a vibração subtil do tempo vai agir sobre o espaço,


ligando à sintaxe do bagua previamente abordada, a acção ou
o verbo do tempo vai agir sobre o substantivo do espaço.
Neste caso, a orientação da acção é dada pela energia do
bagua temporal activo, enquanto que o substantivo é dado
pelo bagua base, pelo espaço. É necessária uma observação
do espaço real (estrutura), assim como do espaço emocional,
para que cada habitante consiga perceber onde residem os
seus entraves.

Exercício do desafio pessoal


Tal como no exercício da sintaxe do bagua, no segundo
volume da coleção, o objectivo é pegar nos verbos do tempo
(bagua temporal), que influenciam as características do
espaço (bagua matriz), construindo frases que revelam o
desafio profundo e pessoal de cada sectores. Este exercício
deve respeitar o tempo correcto de activação de cada sector
(denominado nas tabelas por ciclos de activação). Este
exercício aprofunda a vivência da casa e da vida, dando-nos
pistas sobre os nossos padrões, crenças ou bloqueios. Mas
também conquistas de temas superados.

Seguem-se os oito possíveis baguas temporais e os seus


ciclos de activação. Para mais informação pode complementar
com a informação sobre a sintaxe e sobre cada sector no
segundo volume desta coleção.

46
Volume III – Métodos Avançados

O algarismo que está em cima, a bold, refere-se à vibração


temporal que age, com o poder do verbo, sobre o espaço,
representado pelo algarismo inferior em cada um dos
sectores.

Ciclos de activação Bagua temporal do 1


9 5 7
Solar - dezembro,
4 9 2
solstício de inverno.
Entre as 23h e a 01h. 8 1 3
Lunar - lua negra. 3 5 7
Feminino - menstruação,
4 6 2
menopausa.
8 1 6

Ciclos de activação Bagua temporal do 8


7 3 5
Solar - janeiro e fevereiro.
4 9 2
Da 1h às 5h.
Lunar - lua crescente. 6 8 1
Feminino - fase folicular 3 5 7
uterina ou pós-
2 4 9
menstruação.
8 1 6

47
Colecção Casa Simbólica

Ciclos de activação Bagua temporal do 3


2 7 9
Solar - março, equinócio
4 9 2
de primavera.
Das 5h às 7h. 1 3 5
Lunar - quarto crescente. 3 5 7
Feminino - fase folicular
6 8 4
de transição.
8 1 6

Ciclos de activação Bagua temporal do 4


3 8 1
Solar - abril e maio. 4 9 2
Das 7h às 11h.
2 4 6
Lunar - lua geba.
3 5 7
Feminino - fase folicular
ovárica ou pré-ovulação. 7 9 5
8 1 6

Ciclos de activação Bagua temporal do 9


8 4 6
4 9 2
Solar - junho, solstício de
verão. Das 11h às 13h. 7 9 2
Lunar - lua cheia. 3 5 7
Feminino – ovulação.
3 5 1
8 1 6

48
Volume III – Métodos Avançados

Ciclos de activação Bagua temporal do 2


1 6 8
Solar - julho e agosto. 4 9 2
Das 13h às 17h.
9 2 4
Lunar - lua disseminante.
3 5 7
Feminino – fase luteínica
ovárica. 5 7 3
8 1 6

Ciclos de activação Bagua temporal do 7


Solar - setembro, 6 2 4
equinócio de outono. 4 9 2
Das 17h às 19h.
5 7 9
Lunar - quarto
3 5 7
minguante.
Feminino - fase luteínica 1 3 8
de transição. 8 1 6

Ciclos de activação Bagua temporal do 6


5 1 3
Solar - outubro e
4 9 2
novembro.
Das 19h às 23h. 4 6 8
Lunar - lua balsâmica. 3 5 7
Feminino - fase luteínica
9 2 7
uterina ou pré-menstrual.
8 1 6

49
Colecção Casa Simbólica

II - Dupla análise - bagua da


raiz
A dupla interpretação para cada sector é baseada no bagua
da sequência celeste anterior. Este bagua é caracterizado por
outra sequência numérica, ou seja, números diferentes em
cada sector.

Este outro arranjo numérico chamado hetu ou sequência


celeste anterior é um bagua em tensão e foi apresentado no
segundo volume desta coleção. Não tem fluxo cíclico, pois
está tensionado entre os seus opostos. Representa o passado,
antes de haver acção, desejo ou materialização, antes do
nascimento de um bebé ou de uma ideia. Representa a vida
passado de determinada situação. A partir de agora, este
arranjo bagua passa a ser denominado de bagua raiz.

O bagua raiz representa o inconsciente, do passado, a energia


do mundo pré-acção, um momento de aparente equilíbrio, em
tensão, antes de desbloquear qualquer acção. Representa o
momento antes da criação, é um bagua espiritual ligado às
energias mais cósmicas.

Numa leitura aprofundada de cada sector, chega-se ao seu


desafio base, integrando a análise, diagnóstico e inter-
pretação.1

1 O conceito base do bagua da raiz foi já introduzido no primeiro


capítulo do segundo volume da coleção da casa simbólica.

50
Volume III – Métodos Avançados

Bagua Matriz Bagua Raiz


4 9 2 7 6 4
3 5 7 9 1
8 1 6 3 2 8

Obtemos mais informação a partir da relação entre o bagua


da raiz ou passado e o bagua matriz ou presente. Esta relação
é utilizada quando surgem dúvidas ou questões de difícil
resolução.

Através desta relação, podemos chegar à raiz das questões


encontradas, devendo ser apenas usada em macro-análise.

Este complemento de interpretação analisa o que está


escondido, o passado, a origem ou a raiz de alguma questão.

A relação da vibração do passado ou raiz com a energia do


presente, ou seja, a interacção da numeração do bagua matriz
(presente) com a do bagua da raiz (passado), é a base destas
relações.

A partir desta relação surge a raiz para cada um dos sectores


do presente, dando mais informação sobre de onde vem
determinada manifestação, segredo ou situação escondida.

O quadro da página seguinte descreve estas relações.

A dupla análise tem a ver com a sequência celeste anterior


apresentada no primeiro volume da coleção da casa

51
Colecção Casa Simbólica

simbólica. Muito sucintamente, existem duas variantes da


colocação dos números no quadrado mágico que é o bagua.

O loshu, que é o que se tem vindo a usar, chamado bagua


matriz, quadrado mágico ou base, representa a energia do
presente.

É um bagua que tem o número cinco ao centro e representa a


energia do aqui e do agora, uma energia em fluxo e
movimento. Tem uma direcção e um fluxo temporal e
basicamente representa o tempo cíclico.

Há uns anos numa consulta a uma casa com um terreno,


existiam desafios do pai em todos os sectores onde aparecia
ou havia buracos, ou estava em ruínas, e a ponte que unia
tudo era sempre o 6. Era uma energia que já vinha do
passado e que se mantinha no presente. Se não há esta
informação temporal, pode ser muito mais difícil ler o padrão.
Fazer a ligação ajuda a perceber que isto já vem de trás e que
condiciona o presente.

O bagua raiz deve ser apenas usado em macro, para a casa


como um todo.

Pode usar-se o bagua raiz com o bagua matriz, ficando com


uma leitura directa entre passado e presente. A justaposição
destes dois mapas energéticos dá a relação temporal entre
dois sectores, passando a ter dois números em cada um das
nove zonas.

52
Volume III – Métodos Avançados

RELAÇÕES CÍCLICAS - BAGUA RAIZ/PASSADO


TIPO DE ANÁLISE
Interacção por sector, entre bagua raiz (passado) e bagua matriz
(presente)

É a RAIZ, origem, É o futuro, filho, a


TIPO DE RELAÇÃO > passado, segredo, abertura, a clarificação
mãe, pai de ou a resolução de

No mesmo sector do
No mesmo sector do
LOCALIZAÇÃO > bagua
bagua raiz/passado
matriz/presente

1 – Caminho/
7 - Celebrar/Futuro 2 - Corpo/Mãe
Jornada

2 - Corpo/Mãe 1 - Caminho/Jornada 4 - Fluir/Prosperidade

3 – Passado/ 8 – Sabedoria/ 9 – Iluminação/


Pertença Conexão Clarificação

4 – Fluir/
2 - Corpo/Mãe 7 - Celebrar/Futuro
Prosperidade

6 – Razão/ 9 – Iluminação/
8 - Sabedoria/Conexão
Independência Clarificação

4-
7 – Celebrar/ Futuro 1 - Caminho/Jornada
Fluir/Prosperidade

8 – Sabedoria/ 6 – Razão/
3 - Passado/Pertença
Conexão Independência

9 – Iluminação/ 6 – Razão/
3 - Passado/Pertença
Clarificação Independência

53
Colecção Casa Simbólica

O 5, que está no centro, na sequência do bagua raiz nem


sequer existe.

Há sempre desafios em conjunto, sectores que dependem


temporalmente de outros, relações temporais de passado e
futuro. Isto pode ser visto em interpretação mais abstracta ou
no espaço real. Por exemplo na casa 7, a manifestação do
futuro está sempre dependente do que se passa no sector 1.
O que acontece na casa 1 vai sempre influenciar a casa 7, são
interdependentes temporalmente.

Com o bagua matriz há várias leituras. Quando se fala da


acção integrada na casa, por exemplo, os três sectores 8, 3 e 4,
são interdependentes, representam um princípio, um meio e
um fim, o mesmo para o 4, o 9 e o 2. É a base do método de
acção, são sectores interdependentes no mesmo tempo e
espaço.

Quando se introduz o bagua raiz, introduz-se um factor


temporal. Por isso os sectores 1 e 7, 6 e 8, 2 e 1 são
interdependentes no tempo. Quer dizer que sempre que se
age na casa 2, se clarifica o caminho de vida (1) e também se
age sobre ele. As acções não são fechadas em cada um dos
sectores e esta interdependência ajuda na leitura de
interpretação. Por exemplo, se desenhar o espaço com o
sector 1 completamente bloqueado, vai sempre haver uma
dupla leitura. Porque não é só o caminho de vida (1) que está
bloqueado, existe alguma questão da energia da mãe,
matriarcal, corporal, potencialmente não resolvida. Por outro

54
Volume III – Métodos Avançados

lado, o bloqueio no sector 1 pode também comprometer a


fluidez do futuro (7). Nesta relação temporal, a casa 1 é o
passado do sector 7 e o futuro do 2. Estão ligados
temporalmente, são mães e filhos.

Na relação temporal entre o 6 e o 9, há as questões do pai,


organização, planeamento, independência e assertividade que
influenciam a expressão, a capacidade de ser ouvido e a
iluminação, sendo interdependentes.

Esta é uma das pontas soltas que ajudam na interpretação


total do espaço. Se a raiz está bloqueada, não se consegue
desbloquear o presente, e é para isso que isto serve.

Quanto melhor o diagnóstico, mais forte o trabalho na casa


em termos simbólicos.

É interessante perceber que o bagua da raiz relaciona-se com


segredos ou situações escondidas. Para limpar e curar
completa e totalmente a casa 9, ter-se-á de ir ao sector 6
primeiro, porque o 6 é a raiz do 9. Pode estar-se a tentar
limpar a casa 9, mas as coisas não se activam, não mexem e
das duas uma, ou o diagnóstico não foi correcto, ou tem de se
ir atrás. E às vezes tem mesmo de se dar esse passo atrás,
seguindo as ligações temporais entre o bagua raiz do passado
e o bagua matriz do presente.

Só se usa esta informação quando é necessário dar um passo


atrás. Por exemplo, foi activado um eixo e parece que não está
a funcionar, se calhar tem de se ir atrás, a um determinado

55
Colecção Casa Simbólica

sector, ver o que se está a passar. Temos sempre que aliar


espaço e tempo.

Cada sector tem a sua própria raiz e teoricamente estarão


sempre interligados sucessivamente, o passado do passado
do passado. No entanto, o bagua raiz deve ser usado de forma
pontual e ajuda na interpretação, percebendo-se que, por
exemplo, o 1 e o 2 estão sempre conectados temporalmente.
Mas este processo não é infinito, nunca se deve ir atrás mais
que uma camada. O objectivo não é criar uma busca infinita,
pois em termos práticos, a partir do momento em que o
problema está identificado, já se desbloqueou e existe a
possibilidade de mudar.

A informação temporal pode ser muito útil em termos de


diagnóstico. Quando se fazem interpretações e análises, é
importante não olhar só para a casa mas também para os
habitantes, tendo a noção completa de todas as informações
simbólicas que o bagua pode dar.

Por exemplo, a vibração do (1) caminho/jornada, que


representa o caminho ou jornada de vida, no bagua raiz ou do
passado, situa-se no sector nativo da vibração do (7)
celebrar/futuro. Ao partilharmos um sector, com o 1 no
passado e o (7) - celebrar/futuro no presente, isso faz com que
a vibração do caminho de vida (1) caminho/jornada seja o
raiz, origem, passado ou segredo do futuro (7) – celebrar/
futuro. Fisicamente, poderemos olhar directa-mente para o
sector (1) caminho/jornada da casa, procurando o que pode

56
Volume III – Métodos Avançados

estar a bloquear o fluxo equilibrado no futuro, ou o sector (7) -


celebrar/futuro.

Quer dizer que a qualidade energética do sector (7) -


celebrar/futuro está directamente dependente do sector (1)
caminho/jornada, simbolicamente o futuro depende do
caminho de vida.

Este quadro tem a relação da raiz, que representa o passado, a


origem, a mãe ou o pai, de determinado sector. Tem também o
futuro, a abertura, a consequência, a clarificação ou a
resolução de cada sector. Esta tabela representa a relação
integrada entre o bagua matriz presente e o bagua raiz do
passado. Estas relações são sempre as mesmas, aqui está não
só a relação do passado, mas também do futuro.

Por exemplo, a casa 1 é a raiz do futuro, 7. Só se pode


materializar o caminho no futuro, só se pode viver no futuro
se se estiver a caminhar, tudo o resto é dispersão. Se se quer
materializar algo no futuro, se se agiu simbolicamente, mas
não se vê desenvolvimentos, provavelmente tem de se voltar
atrás e observar o que se passa no sector 1. Por outro lado, o
caminho é filho do sector 2. O caminho é o futuro da energia
do 2.

Qual a raiz ou passado das bençãos (4)? É o futuro (7). Tem a


ver com as expectativas que se criam para o futuro.

57
Colecção Casa Simbólica

A noção da sintaxe é importante nestas interpretações com os


verbos que desbloqueiam ou activam a vibração e função de
cada um dos sectores.

Através da relação entre o bagua raiz, que representa o


passado, o mundo em equilíbrio e pré-existência, com o bagua
matriz ou do presente, consegue-se fazer uma leitura
integrada de cada um dos sectores e perceber onde nascem
alguns bloqueios. Se há um bloqueio na casa 1 que não está
fácil de resolver, é possível ver na casa 2 o que é que está a
acontecer, o que se pode tirar que possa estar a comprometer
o caminho de vida. Porque estes sectores estão ligados em
termos temporais.

58
Volume III – Métodos Avançados

III - Relações cíclicas do


presente
Existe também a relação feita apenas no momento presente,
que tem por base o fluxo natural do bagua matriz ou do
presente.

O fluxo é 1, 8, 3, 4, 9, 2, 7, 6 e 1 de novo, numa sequência


espacio-temporal infinita.

Esta relação é complementar da sequência das 5 trans-


formações.

Em função destas conexões, poderemos completar a


observação e análise da casa, intuindo novas interpretações.
O quadro da seguinte descreve estas relações.

Nas relações cíclicas do presente, pegando na vibração do (1)


caminho/jornada, que representa o caminho ou jornada de
vida, através da sequência dos números acima descrita,
percebe-se que o (1) caminho/jornada é concebido, gerado e
tem a memória do sector geometricamente anterior, que
contém a vibração do (6) razão/independência. Por suas vez o
(1) caminho/jornada concebe, gera, dá origem, recria-se e
projecta-se através do sector seguinte, que contém a vibração
do (8) sabedoria/conexão.

Estes sectores são interdependentes e interagem directa-


mente entre si. Quer dizer que a qualidade física e energética
do sector (1) caminho/jornada está directamente dependente

59
Colecção Casa Simbólica

RELAÇÕES CÍCLICAS DO PRESENTE


Concebe, gera, dá
É concebido, gerado e
TIPO DE RELAÇÃO > origem, recria-se e
tem a memória de
projecta-se através de

(O sector anterior do (O sector seguinte do


LOCALIZAÇÃO >
bagua base contém) bagua base contém)

6 – Razão/ 8 – Sabedoria/
1 - Caminho/Jornada
Independência Conexão

9 – Iluminação/
2 - Corpo/Mãe 7 - Celebrar/Futuro
Clarificação

3 – Passado/ 4 – Fluir/
8 - Sabedoria/Conexão
Pertença Prosperidade

4 – Fluir/ 9 – Iluminação/
3 - Passado/Pertença
Prosperidade Clarificação

6 – Razão/
7 - Celebrar/Futuro 1 - Caminho/Jornada
Independência

6 – Razão/
7 - Celebrar/Futuro 2 - Corpo/Mãe
Independência

8 – Sabedoria/
1 - Caminho/Jornada 3 - Passado/Pertença
Conexão

9 – Iluminação/
4 - Fluir/Prosperidade 2 - Corpo/Mãe
Clarificação

da qualidade do chi do sector (6) razão/independência. Por


sua vez o sector (1) caminho/jornada compromete ou
alimenta o sector seguinte, o (8) sabedoria/conexão, sempre
no sentido dos ponteiros do relógio.

60
Volume III – Métodos Avançados

IV - Orientação simbólica e
direccional
Quando se analisa o espaço real em conjunto com o espaço
emocional, é importante incluir as direcções cardeais,
relativas à orientação solar, da habitação em estudo.

Para se ter acesso a esta informação, basta levar uma bússola


e medir a direcção da porta.

As direcções cardeais relacionam-se directamente com a


estrutura real da habitação, influenciando a sua vivência tanto
de uma forma prática, como simbólica e energética.

Até agora, não se tem usado a orientação cardeal, tem-se


usado o bagua matriz em função da porta de entrada usada
pelos habitantes, lança-se o bagua matriz e faz-se o
diagnóstico, interpretações e age-se em função dessa infor-
mação energética. No entanto, as direcções cardeais são
naturalmente importantes. Claro que ganham uma força
maior no campo do que na cidade, porque no campo quando
se tem uma casa com quatro frentes está-se muito mais à
mercê dos pontos cardeais do que num prédio, entre outros
prédios, em ambiente urbano. As direcções cardeais acabam
por ter uma força muito maior quando se tem uma moradia
ou se vive num ambiente rural. Assim como cada sector do
bagua matriz tem características energéticas específicas, cada
uma das direcções cardeais tem também características

61
Colecção Casa Simbólica

energéticas que precisam de ser incorporadas na avaliação do


espaço.

Para medir a orientação cardeal de uma casa, é preciso uma


bússola comum ou uma luopan. A grande diferença é que a
orientação cardeal liga-se à estrutura da casa, enquanto que a
orientação simbólica se liga aos desafios individuais de cada
habitante. Passa a haver quatro números em cada área
energética, fica-se como muito mais informação. São dois
números simbólicos e dois números cardeais.

Então a informação simbólica, que é o que se tem vindo a


usar até agora, é derivada do espaço emocional, da porta de
entrada. É o bagua simbólico baseado no norte virtual. A
informação simbólica tem a ver com os desafios internos de
cada pessoa, por isso é que se usa o espaço emocional.
Quando se faz uma consulta com a abordagem simbólica,
trabalha-se a relação de determinada pessoa com a casa e
não a casa como um todo, porque a energia cardeal não é o
pivot do diagnóstico, mas sim a energia simbólica.

Em função da informação do bagua raiz, na informação


simbólica passam a constar dois números. O 1 por exemplo
refere-se ao presente simbólico, significa que é dado pelo
bagua matriz alinhado com a porta de entrada. Representa o
desafio individual do presente e liga-se ao espaço emocional,
à forma como a pessoa desenha a planta, o que é desenhado
neste sector, o que lá se coloca em termos de pormenor, se se
engana ou não, se fica grande ou pequeno, se risca, se

62
Volume III – Métodos Avançados

bloqueia, se se esquece ou se troca. Por outro lado, entre


parêntesis passa a estar a raiz simbólica, que tem a ver com o
bagua raiz, também alinhado com a porta de entrada. Passam
a existir estes pares numéricos constantes - o 2 é sempre a
raiz do 1 e assim sucessivamente - sempre derivados da
relação do bagua raiz do passado com o bagua matriz do
presente. A raiz simbólica representa o passado ou a raiz do
desafio individual de cada habitante e liga-se naturalmente
ao espaço emocional. Porque tudo o que tenha a ver com os
desafios internos e pessoais de cada habitante, ou seja, toda a
vibração simbólica, que é o que se tem vindo vindo a
trabalhar até aqui, liga-se sempre primordialmente ao espaço
emocional. A sua leitura e interpretação é feita em função do
espaço emocional, mesmo que não coincida com o espaço
real. Isto é importante, porque uma pessoa desenha uma casa
de banho na casa 6, mas na realidade a casa de banho está na
casa 7, sendo esta informação simbólica, se a pessoa
desenhou a casa de banho na casa 6 é aqui que ela a sente, é
aqui que se interpreta. As curas ao longo dos eixos e
triangulações são feitas também no espaço emocional.

Depois de se ter medido a orientação cardeal da casa, coloca-


se outro par de números em função da direcção cardeal
medida. As direcções cardeais representam as pressões
exteriores, representam a energia do colectivo, uma energia
não individual, mas geral, que pode ressoar de uma forma
mais ou menos positiva com o que existe na dimensão
simbólica e individual.

63
Colecção Casa Simbólica

No presente cardeal, é o bagua matriz orientado segundo os


pontos cardeais. Esta energia cardeal liga-se directamente à
estrutura real, pois já não é uma energia individual, mas
colectiva. Normalmente é uma energia de pressão exterior.

A direcção pode ser medida na porta do prédio ou da casa, é


igual. Aqui não se está a determinar dorsos nem frentes,
apenas direcções. Independentemente de termos um dorso ou
a frente da casa, há um quarto que está a este e isso não
muda. O que interessa para esta análise é o universo cardeal
que circunda a casa.

O presente cardeal representa as pressões cardeais do


exterior e os desafios colectivos. E entre parêntesis, a raiz
cardeal, que tem exactamente a mesma função e os pares são
sempre os mesmos que na orientação simbólica,
relacionando-se com as raízes dos desafios colectivos.

Passam a existir quatro números, o que está em cima é a


informação simbólica e o que está em baixo é a informação
cardeal. Aqui, a sintaxe começa a ser importante e saber a
simbologia de cada sector também. O bagua raiz é uma
energia sempre subtil, remanescente e inconsciente. Está
presente de uma forma subtil e por isso é colocada entre
parêntesis.

Em função informação da dupla análise - bagua raiz,


passamos a usar o número referente ao presente assim como
o número referente ao passado, em cada um dos sectores.

64
Volume III – Métodos Avançados

Na interpretação segundo a orientação simbólica e


direccional, passamos a ficar com quatro números em cada
sector do bagua que divide a casa. Estes quatro números
integram toda a informação disponível para cada área
energética da casa:

• Informação do presente e sua raiz do percurso e


desafios pessoais dos habitantes, dada pela colocação
do bagua orientado pela porta de entrada.

• Informação de presente e sua raiz das energias e


pressões exteriores aos habitantes, dada pela
orientação direcional da casa; o bagua será colocado
em função da orientação cardeal da habitação.

O quadro seguinte sintetiza esta informação.

Para ler a junção de diferentes vibrações, é preciso ter noção


da sintaxe de cada sector.

Os pares de números, presente e raiz, são constantes, por


exemplo, a vibração do 2 é sempre o passado do 1 (ver a
dupla análise - bagua raiz).

A interpretação foca-se na interacção par a par, sendo que a


energia do bagua raiz é subtil e inconsciente, sendo, por isso
colocada entre parêntesis.

65
Colecção Casa Simbólica

Bagua matriz (do presente)


alinhado com a porta
usada para entrar.
PRESENTE
Representa o desafio
SIMBÓLICO
individual de cada um e
Informação liga-se directamente ao
Simbólica espaço emocional.
desafios internos e
Bagua raiz (do passado)
pessoais dos
habitantes
alinhado com a porta
usada para entrar.
PASSADO
Representa a raiz do desafio
SIMBÓLICO
individual de cada um e
liga-se directamente ao
espaço emocional.
Bagua matriz (do presente)
orientado com os pontos
cardeais.Representa O
PRESENTE desafio colectivo ou
CARDEAL questões exteriores da casa
como um todo e liga-se
directamente à estrutura
Informação real.
Cardeal
Bagua raiz (do passado)
energia do colectivo,
orientado com os pontos
pressões exteriores
cardeais.
Representa a raiz do desafio
PASSADO
colectivo, familiar ou
CARDEAL
questões exteriores da casa
como um todo e liga-se
directamente à estrutura
real.

66
Volume III – Métodos Avançados

Exemplo de interpretação da
orientação direcional e simbólica
Como exemplo, num dado sector podemos ter:

4 (7)
7 (1)

O número 4 em cima refere-se ao presente simbólico. Quer


dizer que é o sector que está no topo esquerdo da casa,
relativamente à porta de entrada.

O número 7 em cima, entre parêntesis, refere-se ao passado


simbólico.

O número 7 em baixo refere-se ao presente cardeal. Quer


dizer que este sector está orientado e recebe a energia
exterior do oeste.

O número 1 em baixo, entre parêntesis, refere-se à raiz ou


passado cardeal.

Aqui está o 4 em cima, que se refere ao presente simbólico, o


que quer dizer que em função da porta de entrada da planta
desenhada, este sector está no canto superior esquerdo.
Segundo a informação da dupla análise, a raiz do 4 é sempre
o 7.

O 7 em baixo tem a ver com a orientação cardeal, o que quer


dizer que este sector, em termos de direcção, está a oeste. A

67
Colecção Casa Simbólica

raiz do sector 7 é sempre o 1. Os pares são constantes,


sempre, nunca mudam.

Na informação simbólica estão no presente as bênçãos (4) e


na raiz o futuro (7). Na informação cardeal, as pressões
externas, no presente o futuro (7) e na raiz o caminho de vida
(1). A informação cardeal simboliza pressões familiares ou da
sociedade.

Para a interpretação, em termos de pressão exterior, o que é


mais forte é a influência da raiz cardeal, nesta caso o 1.
Apesar da informação do bagua raiz ser subtil, é a mais
profunda. A raiz cardeal é das pressões mais antigas,
representa os padrões familiares.

O sector 1, no seu lado negativo, representa medo ou fobias, o


que significa que pode haver medos, seja relativamente ao
processo de abundância (4), seja à concretização do futuro (7).
Estes receios relativamente ao futuro podem condicionar a
materialização do futuro (7) ou vivência plena das bênçãos (4)
e a capacidade de receber.

Vai-se buscar a palavra medo e não caminho de vida, porque


quando se a fala de pressões exteriores fala-se de padrões
familiares. Pode, por exemplo, ser um caminho de vida
imposto, onde não se recebem bênçãos e o futuro está
condicionado por um caminho de vida não escolhido. Esta
interpretação é apenas uma sugestão. Por isso é que a sintaxe
é importante, pois o objectivo não é ficar refém de
interpretações já feitas, mas perceber a dinâmica. O que

68
Volume III – Métodos Avançados

interessa é a sintaxe e a simbologia de cada algarismo, juntar


esta informação à observação dos habitantes e da casa e fluir
a partir daí.

Neste exemplo de interacção entre estes quatro algarismos,


há muitos temas não contemplados, tais como a energia do
pai (6), energia da expressão (9) ou da energia do mãe (2). O
que está é muito concreto, abundância (4), futuro (7) e
caminho de vida (1).

Os oito mapas
Existem oito mapas possíveis, da relação entre a informação
simbólica e cardeal.

Há dois mapas especiais.

O primeiro é quando o norte virtual corresponde ao norte


cardeal e é um mapa de alinhamento. Porque a energia está
alinhada, a porta de entrada corresponde realmente ao Norte,
quando os desafios internos coincidem com as pressões
externas, o que pode ser muito bom ou muito mau. Quando
está em equilíbrio, é muito bom porque possibilita uma
conexão profunda e confiança, há a potencialidade de tudo
ficar alinhado e fluído. Mas quando está em desequilíbrio, a
pessoa sente-se completamente fora do seu contexto, como
peixe fora de água, pode haver um sentimento de negação
dos desafios individuais, do eu, do caminho ou uma sensação
de desconexão generalizada.

69
Colecção Casa Simbólica

O segundo mapa especial é polarizado e acontece quando o


sector 1 simbólico, o norte virtual, corresponde ao sul cardeal.
É um mapa espelhado. Pode ser muito bom, porque a acção
dos contrários polarizados, neste caso o norte simbólico
virtual e o sul cardeal, podem interagir de forma
complementar. O yin e o yang, a pulsação ancestral do
universo, são também opostos complementares. Mas quando
está em desequilíbrio, pode criar zanga, desorganização,
sensação de descontinuidade e, neste caso, problemas com o
pai.

Resumindo:

• Quando o sector simbólico 1 corresponde também ao


norte cardeal, existe um alinhamento entre as
pressões externas e os desafios internos. Generica-
mente, em equilíbrio, potencia um caminhar profundo,
confiante, intuitivo e auto-regenerador, grande capa-
cidade de dar e receber. Em desequilíbrio, potencia
desfasamento com as várias áreas da vida, negação,
desconexão, sem disponibilidade, ou problemas com a
mãe.

• Quando o sector 1 simbólico corresponde ao sul


cardeal. É um mapa inverso, polarizado e invertido.
Em equilíbrio, cria uma boa materialização das
potencialidades pessoais, com planeamento e organi-
zação. Em desarmonia, pode criar dispersão, zanga,

70
Volume III – Métodos Avançados

desorganização e problemas com o pai ou separação


e descontinuidade.

À excepção das duas orientações especiais acima referidas, a


interpretação de cada uma das orientações cardeais é
genericamente a seguinte:

• O norte cardeal. O desafio pessoal está influenciado


pela vibração colectiva do 1(2). Em equilíbrio,
potencia profundidade, confiança, intuição e auto-
regeneração, grande capacidade de dar e receber. Em
desequilíbrio, produz desfasamento com o eu, nega-
ção, desconexão, sem disponibilidade ou problemas
com a mãe.

• O nordeste cardeal. O desafio pessoal está influen-


ciado pela vibração colectiva do 8(3). Em equilíbrio,
possibilita conexão, presente e actividade, com um
bom equilíbrio entre parar e materializar. Em
desarmonia, pode criar bloqueios no caminho de vida,
falta de conexão, problemas familiares constantes,
dificuldades de decisão e libertação.

• O este cardeal. O desafio pessoal está influenciado


pela vibração colectiva do 3(9). Em equilíbrio, gera um
passado resolvido, com óptimas capacidades de
clarificação, transmutação e expressão. Em desar-
monia, pode criar bloqueios na visão, expressão,

71
Colecção Casa Simbólica

libertação do passado, cresci-mento e renovação.


Pode também criar dispersão.

• O sudeste cardeal. O desafio pessoal está influen-


ciado pela vibração colectiva do 4(7). Em equilíbrio,
possibilita uma vida fluida, solta, alegre e criativa. Em
desarmonia, pode criar volatilidade, permissividade
ou seriedade em demasia, uma mãe ausente ou
demasiadas expectativas.

• O sul cardeal. O desafio pessoal está influenciado


pela vibração colectiva do 9(6). Em equilíbrio, cria
uma boa materialização das potencialidades pessoais,
com planeamento e organização no caminho de vida.
Em desarmonia, pode criar dispersão, zanga,
desorganização e problemas com o pai ou linhagem
patriarcal.

• O sudoeste cardeal. O desafio pessoal está influen-


ciado pela vibração colectiva do 2(4). Em equilíbrio,
cria disponibilidade, liberdade e empatia. Em
desequilíbrio, pode criar problemas com a mãe,
sensação de não ser acompanhado, expectativas
desajustadas ao longo do caminho de vida ou uma
mãe controladora.

• O oeste cardeal. O desafio pessoal está influenciado


pela vibração colectiva do 7(1). Em equilíbrio, gera
alegria no caminho de vida e um futuro liberto. Em

72
Volume III – Métodos Avançados

desarmonia, pode criar medos, fobias, seriedade em


demasia ou falta de alegria.

• O noroeste cardeal. O desafio pessoal está influen-


ciado pela vibração colectiva do 6(8). Em equilíbrio,
gera organização, uma óptima capacidade de
materialização e decisão. Em desarmonia pode criar
cristalização, bloqueio de acção, estagnação ou um
pai demasiado exigente e autoritário.

Seguem-se os oito diagramas ou mapas possíveis da


integração entre a direção simbólica e cardeal.

73
Colecção Casa Simbólica

NORTE SIMBÓLICO NO NORTE SIMBÓLICO NO


SUDESTE CARDEAL SUL CARDEAL
4 (7) 9 (6) 2 (4) 4 (7) 9 (6) 2 (4)
7 (1) 6 (8) 1 (2) 6 (8) 1 (2) 8 (3)
O NO N NO N NE
3 (9) 7 (1) 3 (9) 7 (1)
2 (4) 5 8 (3) 7 (1) 5 3 (9)
SO NE O E
8 (3) 1 (2) 6 (8) 8 (3) 1 (2) 6 (8)
9 (6) 4 (7) 3 (9) 2 (4) 9 (6) 4 (7)
S SE E SO S SE

NORTE SIMBÓLICO NO NORTE SIMBÓLICO NO


SUDOESTE CARDEAL ESTE CARDEAL
4 (7) 9 (6) 2 (4) 4 (7) 9 (6) 2 (4)
1 (2) 8 (3) 3 (9) 2 (4) 7 (1) 6 (8)
N NE E SO O NO
3 (9) 7 (1) 3 (9) 7 (1)
6 (8) 5 4 (7) 9 (6) 5 1 (2)
NO SE S N
8 (3) 1 (2) 6 (8) 8 (3) 1 (2) 6 (8)
7 (1) 2 (4) 9 (6) 4 (7) 3 (9) 8 (3)
O SO S SE E NE

74
Volume III – Métodos Avançados

NORTE SIMBÓLICO NO NORTE SIMBÓLICO NO


NORDESTE CARDEAL NORTE CARDEAL
4 (7) 9 (6) 2 (4) 4 (7) 9 (6) 2 (4)
9 (6) 2 (4) 7 (1) 4 (7) 9 (6) 2 (4)
S SO O SE S SO
3 (9) 7 (1) 3 (9) 7 (1)
4 (7) 5 6 (8) 3 (9) 5 7 (1)
SE NO E O
8 (3) 1 (2) 6 (8) 8 (3) 1 (2) 6 (8)
3 (9) 8 (3) 1 (2) 8 (3) 1 (2) 6 (8)
E NE N NE N NO

NORTE SIMBÓLICO NO NORTE SIMBÓLICO NO


NOROESTE CARDEAL OESTE CARDEAL
4 (7) 9 (6) 2 (4) 4 (7) 9 (6) 2 (4)
3 (9) 4 (7) 9 (6) 8 (3) 3 (9) 4 (7)
E SE S NE E SE
3 (9) 7 (1) 3 (9) 7 (1)
8 (3) 5 2 (4) 1 (2) 5 9 (6)
NE SO N S
8 (3) 1 (2) 6 (8) 8 (3) 1 (2) 6 (8)
1 (2) 6 (8) 7 (1) 6 (8) 7 (1) 2 (4)
N NO O NO O SO

75
Colecção Casa Simbólica

Exercício de orientação simbólica e


direccional
Pegar numa bússola e medir a orientação cardeal da Casa a
analisar e escolher o mapa correcto.

É importante sentir as interacções destas quatro vibrações em


cada um dos sectores, as pressões exteriores, o presente, a
raiz, os desafios individuais, como é que tudo se conjuga. Para
a interpretação, é importante ter a noção da sintaxe de cada
algarismo.

76
Volume III – Métodos Avançados

Diário de feng shui


Na viagem experiencial que o feng shui nos proporciona, é
essencial manter um diário de curas e manifestações na casa.
Só assim se começa a ter verdadeira consciência da relação
entre as ações e a casa.

Vantagens do registo escrito:

• Fundamental para perceber a relação íntima e cíclica


que existe com a casa.

• A melhor forma da experiência do feng shui se


integrar na vivência diária.

• Ajuda a avaliar resultados e ocorrências, afinando a


arte da interpretação.

• Ajuda na consciencialização da simbologia pessoal.

Ninguém pode prever exactamente o que terá de resultados


pelo feng shui. Quando a acção pelo feng shui parece
provocar uma ruptura ou fim de algo, muitas vezes é porque
algo ainda melhor está na iminência de aparecer ou
concretizar-se. O registo das ocorrências na casa é funda-
mental para aprender como a ação consciente no espaço nos
influência a nível pessoal.

77
Colecção Casa Simbólica

Como fazer o registo escrito?


• Data de cada entrada.

• Responder à questão de “como sinto a casa” - criativa,


suja, desarrumada, estragada, organizada, limpa,
aconchegante, fechada, distante ou outra.

• Apontar algum tipo de manifestação que tenha


ocorrido na casa e a sua relação com a vida do
momento.

• Marcar a cura que está a efectuar no momento,


registando também as alterações que vão ocorrendo
na vida e na casa.

• Registar tomadas de consciência relativamente a


objectos ou acções na casa.

Só através do registo escrito é possível estabelecer uma


ligação entre a ação consciente na casa e os resultados, seja a
nível físico ou emocional.

78
Volume III – Métodos Avançados

79
Colecção Casa Simbólica

Capítulo III
Pontos de
confluência
Vibração da estrutura.

O terceiro capítulo introduz os pontos de confluência, como


os encontrar, como viver com eles e como se curam.

Os pontos de confluência derivam da estrutura da casa. São


criados pela forma e estrutura da casa, ou seja, as paredes, as
vigas ou colunas, as portas ou janelas.

A estrutura real da casa gera um mapa energético. Para


encontrar os pontos de confluência, precisamos de uma
planta de arquitecto e não da planta emocional.

Basicamente são pontos derivados da estrutura que são mais


propensos a uma concentração de energia chi. Imaginemos
um rio, que simboliza o chi que circula pelo espaço, sempre
que há uma reentrância, uma coluna ou uma esquina, o fluxo

80
Volume III – Métodos Avançados

e percurso do rio fica alterado. Visualizem estes pontos de


confluência como remoinhos de chi, pois são locais para onde
convergem várias correntes desta energia vital. Estes pontos
em si não são negativos, mas também não são “bons”, são
poderosos, são o que fizermos deles. A questão é que nestes
pontos concretos temos uma concentração excessiva de chi.

Em termos práticos, traduz-se por zonas onde não conse-


guimos estar sentados, descansar, estarmos concentrados ou
mesmo dormir. Para estas actividades precisamos de um chi
horizontal, constante, seguro e estruturado. Ora os pontos de
confluência não são nada disso, representam a união de
várias fontes afluentes de chi, concentradas num remoinho
energético intenso. São pontos ambivalentes e extremos, que
podem ser usados de forma positiva ou negativa. Em si
próprios, não são bons ou maus, podem é ser mal ou bem
usados pelos habitantes.

Representam este excesso de concentração ou acumulação.


Em termos vivenciais, são pontos onde podem ocorrer reações
extremas, tanto de explosões e discussões como de
implosões. Estas reações dependem da personalidade de cada
habitante.

São pontos caracterizados por terem uma energia muito


rápida e muito instável. A zona do bagua ou a divisão onde se
encontram são importantes em termos de interpretação.

81
Colecção Casa Simbólica

Como os encontrar?
É necessário:

• Planta de arquitecto da casa a analisar.

• Régua.

• Canetas de ponta fina coloridas.

• Papel vegetal.

Depois de colocar o papel vegetal por cima da planta, é


necessário definir quais os pontos-chave que dão a forma
geométrica da planta a analisar.

Quando mais complexa for a forma da planta da casa, maior


número de pontos de confluência terá.

O objectivo final é interligar todos estes pontos, os vértices


da planta, entre si, através de linhas diagonais coloridas. Pode
começar por um dos vértices e ligá-lo a todos os outros que
marcou previamente, com uma cor. A seguir escolhe outra cor
e outro vértice e faz a mesma coisa.

Onde as linhas se cruzam, geram pontos de acumulação de


chi.

O objectivo da análise destes pontos é criar uma espécie de


mapa estrelado dentro da estrutura da casa. Cada ponto ou
estrela resulta do cruzamento das linhas e representa um
ponto de confluência. A vantagem de ter o mapa dos pontos

82
Volume III – Métodos Avançados

de confluência da nossa casa é que conseguimos ver para


além da estrutura e para além do espaço emocional. Ficamos
com acesso a uma leitura energética, podendo usar da melhor
forma cada um desses poderosos pontos.

Primeiro que tudo, colocamos o papel vegetal por cima da


planta de arquitecto. Se tiver mais de um andar, tem de fazer
um andar de cada vez. Depois do papel vegetal colocado por
cima da planta, vamos definir os pontos que definem a forma
da planta.

Se temos uma planta de uma forma regular, como um


quadrado ou um rectângulo, os pontos que definem a forma
são os quatro pontos externos. Se temos uma planta em
forma de L, passamos a ter seis pontos externos que definem
a forma da planta. Quando mais irregular for a planta, mais
pontos são necessários para definir a forma.

É importante entender a geometria da planta e quais os


pontos principais que a definem. Que pontos é que permitem
que a nossa planta tenha a sua forma interior? Estes pontos
devem ser marcados nas paredes interiores com um “x” ou
uma bola. As varandas e terraços só contam se tiverem
fechados. Garagens ou anexos encostados à casa, mas que
não tenham uma ligação interior, também não são incluídas
neste exercício. Estes pontos estruturais são os geradores dos
pontos de confluência.

Depois dos pontos estruturantes terem sido encontrados e


marcados, vamos ligá-los. É importante começar por um dos

83
Colecção Casa Simbólica

pontos e ligá-lo a todos os outros. Depois, com outra cor,


pegar noutro ponto e ligá-lo a todos os outros. No final, todos
os pontos estruturais devem ficar interligados. No cruzamento
destas diagonais, surgem os pontos de confluência.

Três dimensões?
Estes pontos não são bidimensionais, são tridimensionais, ou
seja, actuam no espaço em função de altura, largura e
profundidade.

Por outro lado, eles não só gerados pela planta bidimensional


como no exercício anterior, são gerados por todas as
reentrâncias do chão ao tecto da casa, formando uma malha
tridimensional.

Quando se juntam muitos pontos de confluência numa


mesma área, surge uma zona de confluência, que é o
resultado de muitas “mini-tempestades”.

Competição com o
centro
Quando as casas têm formas muito irregulares, há muitos
pontos que retiram força ao centro da casa e competem com

84
Volume III – Métodos Avançados

ele. A função do centro da casa é dar estabilidade e ao termos


um casa muito irregular, com muitas micro-zonas, a estabi-
lidade e equilíbrio dos habitantes pode ficar compro-metida.
Os próprios conjuntos de pontos de confluência competem e
estabilizam o centro energético da casa.

Também há estruturas que geram a maioria dos pontos de


confluência no exterior da casa, o que potencia uma perda de
poder pessoal por parte dos habitantes.

Os pontos de confluência podem ser encontrados divisão a


divisão ou na casa como um todo. Numa segunda hierarquia,
encontramos também os pontos estruturais interiores, os que
definem portas e janelas ou mesmo pequenas reentrâncias, e
voltamos a interligá-los.

O que é importante é perceber onde há cruzamentos de


linhas, pois é aí que são criados os pontos de confluência. O
cruzamento destas linhas que vêm da estrutura gera excesso
e volatilidade de energia chi.

Quando procuramos os pontos de confluência divisão a


divisão, o processo é exactamente o mesmo de os encontrar
na casa toda, começamos por encontrar os pontos externos
que dão a forma à divisão, não esquecendo de vigas, colunas,
reentrâncias, portas, janelas, armários embutidos ou lareiras.

A interpretação dos pontos ou zonas de confluência deve


fazer-se em conjunto com a simbologia da divisão onde se
encontram, assim como com a zona do bagua que estão a

85
Colecção Casa Simbólica

activar, seja em macro, na casa como um todo, ou em micro,


divisão a divisão.

Quando se usam?
É uma ferramenta de aprofundamento do diagnóstico, que
não deve ser usada em todas as análises.

Em questões de doença, quando há uma divisão na casa que


ninguém consegue usar por mais que se tente, uma divisão
onde ninguém se sente bem, que pode apresentar uma série
de patologias, podemos tentar perceber o que se passa em
termos macro e micro. Se se quiser dar à luz em casa, este é
um estudo importante de ser feito, pois dá-nos o mapa de
onde na casa há mais força, mais dinamismo e também uma
maior instabilidade.

O poder da estrutura
A estrutura real da casa parametriza a experiência dos
habitantes da casa. De uma forma muito prática, a porta da
cozinha está num determinado local, sendo esta zona a única
forma de aceder a esta divisão. Claro que os habitantes
podem modificar internamente o seu espaço com obras e

86
Volume III – Métodos Avançados

remodelações, modificando também a sua experiência de uma


forma estrutural.

Quanto mais irregular for a forma da casa, mais pontos de


confluência existem. Em termos práticos, os habitantes podem
ter capacidade de gestão de todo este poder, dinamismo e
instabilidade na vida ou não. Em termos do chi de pessoal e
da experiência individual de cada habitante, podem ou não
ser capazes de gerir todos estes centros de energia caótica.
Podem usá-los em seu benefício, tornando-os úteis para a sua
vida, optimizando o seu poder, ou pode ser algo que os deixa
totalmente exaustos a tentar controlar o incontrolável.

Há manifestações na casa que não são algo “mau”, mas


simplesmente uma continuidade de quem somos, e das
nossas crenças e vivências do momento.

Viver com os pontos de


confluência
Idealmente, não devemos dormir ou sentar-nos de costas para
os pontos de confluência, pois é a mesma coisa que estar de
costas para um tornado.

A concentração e foco são um desafio. Se for um local de


trabalho, é preciso haver uma certa actividade, para podermos
estar sentados directamente num ponto de confluência. Se for

87
Colecção Casa Simbólica

um local de descanso, à partida é melhor estar a olhar para


um ponto de confluência. É preciso ter em atenção que a
escola da forma, ou seja, o bom senso lógico e prático da
colocação da mobília numa determinada divisão, é a base. Por
exemplo, é mais importante ter a secretária ou a cama bem
colocadas no espaço adequado, do que movê-las para evitar
ou usar um ponto de confluência. Se, na mudança, a cama
ficar a meio do quarto, por exemplo, não estamos a optimizar
o espaço. Por outro lado, é possível adequar a vivência aos
pontos de confluência com pequenas mudanças, desde que
sejam práticas, mudar o lado onde nos sentamos, por
exemplo.

Estes pontos activam os extremos das polaridades, pelo que a


estabilidade e o equilíbrio, com estes pontos, torna-se um
desafio, que vai depender do chi pessoal de cada habitante.

Por exemplo, um sofá num ponto de confluência pode dar


origem a dois extremos: pode haver alguém que passe o dia
inteiro sentado no sofá ou o sofá nunca é usado. Cada
habitante vai manifestar os extremos promovidos pelos
pontos de confluência de forma diferente.

Há personalidades que trabalham muito bem nos extremos,


por isso nunca podemos avaliar os pontos de confluência
como bons ou maus, tudo depende da forma com reagimos a
eles. É preciso perceber de que forma eles podem estar a
influenciar a vivência da pessoa. Por esta razão também é

88
Volume III – Métodos Avançados

impossível que haja receitas, pois depende sempre dos


habitantes.

A influência dos pontos de confluência pode mudar, em


função de diferentes fases de vida de um habitante. Somos
entidades cíclicas e mutáveis, pelo que é natural que a
actuação da envolvente em nós seja também mutável.

Por isso é que usar o papel vegetal é importante, pois as


linhas diagonais que interligam os vários pontos estruturais
não interessam realmente, mas sim os pontos onde elas se
cruzam, os pontos que elas geram. No final, ficamos com um
mapa de “constelações” que são os pontos de confluência.
Muitas vezes existem zonas com muitos pontos de
confluência, as zonas de confluência. Muitas vezes as
patologias manifestam-se aí, são zonas onde a casa tende a
falar.

Zonas de trabalho
Se, por exemplo, a minha secretária ou cadeira de trabalho
está numa zona de confluência, temos aqui um poder activo,
que pode ser mal ou bem usado. As polaridades extremas
neste contexto são: ter o trabalho como único foco da vida ou
sentir uma dispersão ou um cansaço tal que não sabemos o
que fazer em termos laborais. Nos dois casos há uma grande
exigência a nível pessoal, que pode funcionar de uma forma
mais positiva ou menos positiva.

89
Colecção Casa Simbólica

É comum haver discussões em pontos de confluência, zonas


onde as pessoas disputam ou entram activamente em
conflito. Claro que esta influência tempestuosa dos pontos de
confluência está dependente da personalidade base dos
habitantes para se manifestar ou não. Quem tenha problemas
de raiva ou irritação tende a piorar em pontos de confluência.

Também são pontos ou zonas onde se inicia a mudança, seja


através de notícias, seja pelas manifestações da casa. É
comum o telefone ter a sua base numa zona de confluência,
de contrário tende a não tocar muito.

Sala de estar
Há tanta energia que eu não a consigo gerir e deixo-me ir,
fico quieto e sem acção. Por outro lado fica tão activa essa
energia que nunca estou em casa. Nenhuma delas é boa ou
má, são penas situações diferentes.

Cozinha
Principalmente se houverem pontos de confluência no fogão,
pode haver a tendência para comer rapidamente ou não
cozinhar de todo, ou cozinhar coisas muito simples, fazer uma
chá. Na outra polaridade temos comida e digestão pesadas,
dificuldade em reunir a família ou ter sempre muita gente
para comer.

90
Volume III – Métodos Avançados

Cama
São de evitar pontos de confluência na zona da cabeceira da
cama, pois geram um sono demasiado agitado, ou um sono
muito pesado. O sono agitado é um sono leve e pode mesmo
haver insónias associadas. Com o sono pesado, apesar de se
dormir, acorda-se com uma sensação de cansaço e o descanso
fica comprometido.

Se existirem pontos de confluência na zona do corpo, também


é complicado pois isso pode manifestar-se como dores de
costas e posturais. Mas na cabeça é pior, pois com todo este
turbilhão, nunca conseguimos realmente desligar para
reciclar a energia e dormir, o que pode levar à exaustão.

Por outro lado, estamos numa zona de poder e podemos ter


sonhos importantes, sonhos transformadores.

Como se curam?
Como os pontos de confluência são gerados pela estrutura,
são difíceis de transformar ou “apagar”. Acresce que a sua
influência é tridimensional, sendo que cada linha que
atravessa a planta é na verdade um plano e os vários planos
intersectam-se para criarem os pontos de confluência.

Os pontos de confluência existem sempre em todas as casas.


Num diagnóstico mais aprofundado de um espaço, é preciso

91
Colecção Casa Simbólica

perceber onde é que eles estão e de que forma estão a


influenciar os habitantes com a sua energia extrema. Não
existe uma cura para os pontos de confluência. O objectivo é
mapea-los de forma a perceber onde se encontram e
gerir/usufruir da sua energia, dentro das possibilidades de
cada habitante.

Idealmente, a planta da casa deve ser o mais regular possível,


para que não haja competição com o centro geométrico e
energético da casa, retirando equilíbrio e estabilidade aos
habitantes. Isto não quer dizer que os open-space são casas
ideais, pois pode ser um open-space com uma forma muito
irregular.

Este é um estudo importante na nossa casa, para perceber-


mos quais as zonas mais activas e as zonas energeticamente
mais passivas. Mas é apenas uma tomada de consciência, um
mapeamento de zonas que podemos escolher usar ou evitar.
Para alterar os pontos de confluência, só mudando a estrutura,
ou seja, fazer obras, mandar paredes abaixo.

Podemos, individualmente, experimentar e testar como


vivenciamos os pontos de confluência, se os conseguimos
usar de uma forma positiva ou não.

O exercício base é feito com os pontos de confluência


gerados pelos pontos externos da planta.

92
Volume III – Métodos Avançados

Patologias em pontos
de confluência
Em termos de patologias, quando estas se manifestam em
pontos ou zonas de confluência, tornam-se mais extremas e
intensas, a energia é muito mais forte e é como se a casa
gritasse.

Nem toda a gente tem a capacidade de gerir uma casa com


demasiados pontos de confluência. Há quem consiga usar em
seu proveito o excesso de energia gerada pelas zonas de
confluência, mas há quem não tenha essa vantagem e se
comece a sentir disperso, exausto ou sem foco.

Quando temos pontos de confluência externos à nossa


estrutura, temos poderes que não conseguimos usar.

Não estão ao nosso alcance, pois está fora da nossa estrutura.


Podemos querer persegui-lo ou usá-lo e torna-se difícil, pois
está fora de nós, fora da estrutura da nossa casa. Está fora da
nossa realidade actual.

Os pontos de confluência não são negativos para crianças.

93
Colecção Casa Simbólica

A envolvência da casa
Quando analisamos o contexto exterior da habitação,
podemos verificar, por exemplo, que é difícil lá chegar. Se
isso acontecer, com as pessoas a perderam-se facilmente, quer
dizer que o fluxo de chi para a casa não é muito forte, a c casa
não é alimentada a partir do exterior. Ter muitos pontos de
confluência numa casa que é pouco alimentada pelo exterior
não é mau, quer dizer que temos uma fonte de energia
interna que podemos usar, sabendo sempre que é uma
energia mais volátil e extrema que a energia do exterior, que
tende a ser mais constante e estruturante. Mas ainda assim é
energia que pode ser usada.

94
Volume III – Métodos Avançados

95
Colecção Casa Simbólica

Capítulo IV
Método de consulta
Método e ética de consulta.

Neste capítulo a prática das consultas de feng shui, segundo


o método do feng shui simbólico, é desenvolvida. Os cuidados
pessoais a ter, as fases da consulta, as várias abordagens e os
vários tipos de consulta.

É também introduzido o conceito de ética profissional, assim


como o código de ética do consultor profissional.

Uma consulta
Uma consulta de feng shui é muito exigente a nível
energético, físico e emocional. Para além de ser uma grande
responsabilidade entrar no espaço privado de terceiros para o
diagnosticar.

Antes de fazer uma consulta a terceiros é importante ter feito


um ciclo de aprendizagem vivêncial na própria casa, de forma

96
Volume III – Métodos Avançados

a incorporar os vários conceitos apresentados ao longo destes


três volumes.

Uma consulta de feng shui simbólico analisa a habitação


pelos olhos do próprio ocupante, trazendo à luz questões
escondidas na sombra do inconsciente.

A interpretação é feita pela planta da casa em conjunto com a


análise do local (opcional).

Uma consulta não é um fim, mas sim um inicio de um novo


processo de cura e inclusão, onde os habitantes tomam parte
ativa na cura e alterações propostas. Uma consulta desta
natureza, onde se avalia não só o espaço físico, mas também
o espaço emocional dos habitantes, não é um fim por si só,
mas um início de um processo de transformação.

Esta abordagem vai muito além da cor das paredes ou


padrões dos sofás. Partindo do princípio que tudo o que
compõe a casa é um reflexo de nós próprios, das nossas
crenças, do percurso de vida, o feng shui simbólico oferece-
nos de volta a responsabilidade pela nossa vivência total.

Cuidados pessoais
Como consultores é importante tomar alguns cuidados
pessoais.

97
Colecção Casa Simbólica

Em primeiro lugar as consultas de feng shui simbólico devem


ser iniciadas de manhã e serem feitas, de preferência, com o
estômago vazio.

Em segundo lugar o consultor deve estar limpo, por fora e por


dentro. Deve tomar banho e meditar para que fique
emocionalmente centrado e mentalmente focado. É impor-
tante não fazer consultas se se sentir algum medo ou
apreensão. Por outro lado deve estar fisicamente apto e
saudável, pois é preferível que não se façam consultas se
houver alguma ferida aberta.

Em terceiro lugar é importante retirar todos os anéis,


pulseiras ou colares e, se possível, trabalhar descalço.

Em quarto lugar deve trabalhar sozinho, observando o espaço


em silêncio e sem música de fundo.

Fases de uma consulta


Para fazer uma consulta de feng shui simbólico há alguns
passos a ter em conta.

Antes de entrar no espaço é importante fazer uma meditação


de auto-protecção e enraizamento. Idealmente deve visualizar
e sentir a energia pessoal a expandir a partir do centro
energético individual. Ao expandir, esta energia de protecção,
deve envolver todo o corpo como um ovo ou casulo. É
importante que este “ovo energético” esteja sempre em

98
Volume III – Métodos Avançados

movimento, nunca deve ser visualizado parado ou estático


durante toda a duração da consulta.

Ao entrar no espaço a analisar deve pedir-se permissão à casa


para efectuar a consulta. Se a estrutura disser que não, pode
ser sentido como um embate logo à porta, uma sensação de
desconforto ou medo ao avançar. Se for muito desconfortável
não deve fazer a consulta à estrutura, mas pode fazer a leitura
emocional.

Antes de tentar diagnosticar ou analisar seja o que for leve


algum tempo para se adaptar ao espaço. Circule pela casa e
analise através da sua intuição. Pode usar ferramentas como
um pêndulo ou varetas.

Enquanto se está a adaptar ao espaço pode dar uma volta à


casa com os residentes para que lhe expliquem cada divisão.
Nesta fase, mesmo sem atenção ao espaço é muito
importante estar atento ao que os ocupantes dizem.

Depois de se ter adaptado ao espaço, comece a circular


sozinho, analisando com atenção os espaços mais usados
pelos ocupantes, tendo atenção aos pormenores que se
destacam, a tudo o que parece estranho e diferente.

Peça aos habitantes para desenharem as plantas que ache


necessário, com a mão não dominante se assim for necessário.

No final analise e interprete tudo em conjunto, tendo em


conta todas as camadas simbólicas previamente descritas.

99
Colecção Casa Simbólica

Abordagens específicas
Existem seis tipos diferentes de abordagens que são
especificados a seguir.

Individual
Esta consulta foca-se no processo de vida de um dos
habitante da casa. Só deve estar presente quem participará da
consulta.

Casal
O âmbito desta consulta está relacionado com a interligação
de um casal e/ou família numa habitação. Ambos os
elementos do casal devem estar presentes.

Maternidade
Consulta especialmente focada para a preparação da casa
para a maternidade, desbloqueando a fertilidade, potenciando
a concepção, equilibrando a gravidez e preparando o parto ou
pós-parto. Podem estar ambos os elementos do casal
presentes.

100
Volume III – Métodos Avançados

Mudança de casa
Esta consulta foca-se no processo de mudança de casa,
analisando em planta da casa de onde se vem e a habitação
para onde se vai. Só deve estar presente quem participará da
consulta.

Terreno ou construção
Esta consulta foca-se no processo de construção de casa,
analisando em planta da casa onde se está, o terreno e as
plantas para onde se vai. Só deve estar presente quem
participará da consulta. Pode ser feita em parceria com um
arquitecto.

Espaços comerciais
Esta consulta foca-se num espaço comercial, analisando-o em
planta e fisicamente. É importante analisar também a casa do
fundador ou gerente do espaço, pois a sua energia é crucial
para o desenvolvimento do projecto. Só deve estar presente
quem participará da consulta.

101
Colecção Casa Simbólica

Tipos de consultas
Não é necessário qualquer tipo de material ou preparação
para as consultas. Aliás é importante comunicar ao cliente
que não arrume o seu espaço privado, que o mantenha como
o usa naturalmente.

Existem dois tipos de consultas com valências diferentes


descritas abaixo.

Visita ao espaço
O espaço real é visitado e observado em conjunto com a
interpretação do espaço emocional.

Análise de planta
O espaço emocional é interpretado, sem visitar o espaço real;
podem levar-se fotografias do espaço real para complementar
a análise (não é obrigatório).

102
Volume III – Métodos Avançados

Ética de consulta
Ética é uma palavra que tem origem na Grécia. “£thos” refere-
se a carácter, costumes, constância no agir assim como a
procura da morada interior. Simboliza o retorno ao lar, da
mesma forma que a ética pessoal permite caminhar e
encotrar internamente os valores necessários à evolução
pessoal.

A ética envolve pensamentos e atitudes, bem como uma série


de conceitos e paradigmas. O seu papel é conceituar,
promover, divulgar e contextualizar o método do feng shui
simbólico®, trazendo uma reflexão sobre a necessidade de
auto-regulamentação e integridade da profissão. Deve ser
orientadora do caminho a ser percorrido pelo consultor,
mantendo-o comprometido, responsável e atuante.

Uma das características fundamentais do consultor de feng


shui simbólico® é ser um mediador ou catalisador, possibi-
litando ao indivíduo encontrar em si os meios necessários
para o equilíbrio. Um consultor ético e profissional é ele
próprio o exemplo da prática de tudo o que apregoa.

Esta visão da ética vincula-se à responsabilidade pessoal.

Antes de fazer consultas a terceiros é importante ter uma


noção clara dos princípios éticos a seguir.

103
Colecção Casa Simbólica

Código de ética do consultor de


feng shui simbólico®

O consultor
1. Trabalhará para a promoção do bem estar do
indivíduo, da coletividade e do meio ambiente,
segundo o paradigma da totalidade.

2. Manterá constante desenvolvimento pessoal, cuidan-


do de si próprio. Aprendendo temas complementares
científicos, técnicos ou éticos, através de supervisão,
terapias, cursos e similares, mantendo-se a par de
todas as atualizações da área e assim como de
tratados milenares.

3. Usará no seu método, sugestões brandas e naturais,


procurando catalisar o auto-equilíbrio da dinâmica
pessoa/casa, despertando os recursos inerentes aos
habitantes.

4. Orientar-se-á, no exercício de sua profissão, pela


declaração dos direitos humanos, aprovada em 10/
12/ 1948 pela assembleia geral das nações unidas.

104
Volume III – Métodos Avançados

Direitos do consultor
1. Exercer a profissão de consultor de feng shui
simbólico® sem ser discriminado por questões de
raça, religião, sexo, nacionalidade, cor, opção sexual,
idade, condição social ou situações afins.

2. Utilizar técnicas que não se lhe sejam vedadas ou


proibidas por “lei", podendo, inclusive, fazer o uso de
instrumentos e equipamentos não agressivos, bem
como produtos cuja comercialização seja livre, além
de orientar a pessoa atendida através de acon-
selhamento profissional.

3. Recusar a realização de trabalhos que, embora sejam


permitidos por lei, sejam contrários aos ditames de
sua consciência e ética.

4. Suspender ou recusar atendimentos, individuais ou


coletivos, se o local não oferecer condições ade-
quadas ou, se não houver remuneração condigna, ou
se ocorrerem factos que, a seu critério, prejudiquem o
bom relacionamento com a pessoa a ser atendida,
impedindo o pleno exercício profissional.

5. Divulgar, comunicar e promover o seu serviço


profissional com dignidade, incluíndo consultas,
formações e outros serviços complementares.

6. A inviolabilidade do seu local e instrumentos de


trabalho.

105
Colecção Casa Simbólica

Deveres do consultor
1. Assumir apenas trabalhos para os quais esteja apto
técnica e energeticamente. Quer isto dizer que o
consultor de feng shui simbólico® deve ter a
formação, capacitação e habilitação requerida e
necessária para indicar as alterações e acompanhar o
processo de transformação da consciência do indiví-
duo, na procura pelo resgate da harmonia e do
equilíbrio com a casa.

2. É importante cancelar as consultas se não se sentir


em forma seja física, mental, emocional, energética ou
espiritualmente.

3. Zelar pela dignidade do método do feng shui


simbólico®, recusando e indicando situações onde a
pessoa atendida esteja a ser prejudicada.

4. Estar devidamente certificado para o exercício de sua


atividade profissional.

5. Ter conhecimentos das várias abordagens de feng


shui, assim como de outras áreas complementares,
tais como radiestesia, psicologia ambiental e outras.

6. Esclarecer o cliente sobre o método utilizado em


consulta, as suas especificidades e âmbito de
diagnóstico e acção.

106
Volume III – Métodos Avançados

7. Respeitar a privacidade e o espaço pessoal dos


clientes. Não tocar nas suas propriedades pessoais,
especialmente objetos religiosos e sagrados.

8. Não julgar o espaço, conteúdo ou forma de vida dos


clientes. Respeitar os pensamentos e palavras dos
clientes. Evite interromper e nunca os ridicularize.
Permita a cada pessoa o direito da expressão pessoal.

9. Avaliar os ambientes de forma energética e emo-


cional e nunca fazer diagnósticos técnicos (a não ser
que tenha competências profissionais para tal).

10. Manter registo do histórico e das sugestões de cada


cliente, respeitando a confidência dos dados ou de
quaisquer outras informações fornecidas pelo mesmo.

11. Tomar decisões conscientes de como agir na casa em


análise. Ser responsável pelo aconselhamento
proferido.

12. No final do diagnóstico fazer somente sugestões e


orientações, nunca prescrições.

13. Evitar fazer promessas ou criar expectativas falsas. O


consultor de feng shui simbólico® deve permanecer
neutro.

14. Manter-se disponível para o cliente, esclarecendo


eventuais dúvidas e resultados.

15. Não criticar colegas diante dos clientes.

107
Colecção Casa Simbólica

16. Na organização de manuais ou outro tipo de


documentos, respeitar e listar as fontes e origem da
informação. Compilar uma bibliografia pessoal.

Ao consultor é vedado
1. Usar títulos e especialidades profissionais que não
possua.

2. Efetuar procedimentos sem o esclarecimento e


conhecimento prévio da pessoa atendida ou do seu
responsável legal.

3. Nunca diagnosticar ou agir num espaço sem a


aprovação do residente.

4. Desrespeitar as pessoas sob seus cuidados profissio-


nais.

5. Aproveitar-se de situações decorrentes do aten-


dimento terapêutico para obter vantagens não éticas,
físicas, emocionais, financeiras, energéticas ou religi-
osas.

6. Quebrar o sigilo de seu paciente sob qualquer


circunstância.

7. Interferir na vida dos seus clientes sem o conhe-


cimento dos mesmos.

108
Volume III – Métodos Avançados

8. Atender clientes menores de 18 anos sem a presença


dos pais ou responsáveis. Se houver autorização
escrita deve permanecer guardada.

9. A utilização do termo "paciente", pois designa pessoa


que se submete a uma cirurgia ou está hospitalizada.
No feng shui simbólico®, é recomendável "cliente",
pois por definição traduz-se no indivíduo que confie
seus interesses a um profissional.

A apresentação do código de ética neste volume pretende


inspirar os profissionais a darem o melhor de si, de forma
responsável e total.

109
Colecção Casa Simbólica

Conclusão
Este volume é um agregador de vários conceitos que foram
sendo explorados ao longo da coleção.

Serve para incorporar e experienciar esta abordagem como


um todo.

Claro que o seu uso não se esgota em consultas a terceiros,


pois todo o conteúdo pode ser usado no aprofundamento
pessoal da relação com a casa. Mais que tudo acompanha a
viagem individual de consciencialização da casa, do corpo e
da vida.

Todas estas matérias têm vindo a ser exploradas e vividas por


mim na minha casa, assim como em consultas que tenho
vindo a fazer ao longo de treze anos. É, para mim, uma
informação preciosa, pois trás-nos de volta a casa, na sua
forma simbólica, multi-dimensional e psico-activa.

Ao usar e praticar este método tornamo-nos responsáveis


pelo nosso espaço. Responsáveis não só pela sua manutenção,
mas pela nossa expressão dentro das quatro paredes. Dá-nos
também ferramentas preciosas de leitura e interpretação da
simbiose casa/vida.

Que vos seja tão útil como me tem sido! Que vos faça crescer
e evoluir, tomando a casa como um espaço sagrado.

110
Volume III – Métodos Avançados

Glossário
Este glossário pretende clarificar os termos e métodos usados
exclusivamente no método do feng shui simbólico.

• Agir - uma das fases do processo de cura e refere-se


ao trabalho consciente no espaço e no tempo na casa.

• Associação livre - uma das quatro ferramentas funda-


mentais para a prática do método do feng shui
simbólico. Um conjunto de exercícios que permitem a
associação livre entre conceitos, simbologias e
interpretações. É tão simples como associar livre-
mente.

• Auto-responsabilização - um dos conceitos funda-


mentais que são a base de feng shui simbólico. Cada
habitante é responsável pelo seu espaço.

• Bagua matriz - codificado pelo rei Wen. Também


denominado de hou tian, céu posterior, bagua matriz,
loshu, quadrado mágico ou bagua. Representa o
tempo presente e futuro, um mundo terrestre de
acção e manifestação. No primeiro volume da
colecção também é referido como bagua lunar, pois
na abordagem do feng shui simbólico abrange o
espaço e os ciclos temporais.

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Colecção Casa Simbólica

• Bagua raiz - gerado por Fuxi, também chamado de xin


tian, céu anterior ou bagua da raiz. Representa o
inconsciente, o passado, o bebé na sua realidade
uterina, o cosmos primordial antes da criação, raiz ou
origem e o os pontos cardeais. É um dos métodos
complementares de diagnóstico.

• Bagua temporal - é um dos métodos complementares


de diagnóstico. Desenvolve a leitura do momento
presente e do desafio pessoal.

• Camadas da mente e canais perceptivos - uma das


quatro ferramentas fundamentais para a prática do
método do feng shui simbólico. A mente humana tem
três camadas, uma interna, outra central e outra
externa. A interna que é o inconsciente, a central o
subconsciente e a externa o consciente. A estas três
camadas da mente estão associadas uma das três
linguagens fundamentais, ou canais de percepção. O
canal visual, o canal auditivo e o cinestésico.

• Ciclo feminino - expressa-se no ciclo de vida de uma


mulher, através das fases da virgem, mãe e anciã, da
menarca até à menopausa. Também se materializa
mensalmente através do ciclo ovulação/menstruação.

• Ciclo lunar - há também o ciclo mensal lunar, onde


temos as vibrações da lua cheia, da lua negra, que nos
influenciam de diferentes formas.

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Volume III – Métodos Avançados

• Ciclo solar - em termos naturais temos o ciclo solar


anual ou diário, que é representado pelo ciclo das
estações e pelas horas do dia. Sentimos e vivemos de
forma diferente no Inverno ou no Verão, à meia-noite
ou ao meio-dia.

• Diagnóstico – uma das fases do processo de cura e


ocorre em termos pessoais, estruturais e emocionais.

• Eixos - acção linear, integrada e sequencial simples


através do espaço e do tempo do bagua.

• Espaço emocional - um dos conceitos fundamentais


que são a base de feng shui simbólico. Visão indivi-
dual de cada habitante sobre a casa e a vida.

• Falha em equilíbrio - quando no associamos a um


espaço ao qual falte uma frequência que tenhamos
em excesso na casa e na vida.

• Falha em libertação - quebra de padrões, de vida,


familiares ou energéticos.

• Falha em desequilíbrio - desequilibra os habitantes,


tornando-os pouco seguros relativamente a alguma
área da sua vida, onde estejam constantemente à
procura de validação exterior.

• Geometria do bagua - olhando para a forma bagua


como um corpo, surgem várias associações que
complementam a leitura sector a sector de uma
habitação.

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Colecção Casa Simbólica

• Gua - o termo gua 卦 significa primordialmente


“descodificar a resposta através da divinação”.

• Intuição - uma das quatro ferramentas fundamentais


para a prática do método do feng shui simbólico. Um
conhecimento não racional, um sentir espontâneo.

• Libertar - uma das fases do processo de cura e refere-


se a libertar algo no espaço que bloqueie uma
vivência plena.

• Métodos complementares de diagnóstico - no sistema


do feng shui simbólico, lunar e feminino, existem
quatro complementos de diagnóstico que ajudam na
interpretação e acrescentam informação importante
para as sugestões de cura e transformação. São: o
bagua temporal, o bagua raiz, relações cíclicas do
bagua matriz e orientação simbólica e direccional.

• Orientação direcional e simbólica - é um dos métodos


complementares de diagnóstico. Alia os pontos
cardeais aos sectores simbólicos, para mais informa-
ção.

• Processo de cura - um dos conceitos fundamentais


que são a base de feng shui simbólico. O processo de
cura divide-se em quatro fases: diagnóstico, libertar,
agir e transformação.

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Volume III – Métodos Avançados

• Pontos de confluência - são pontos derivados da


estrutura que são mais propensos a uma concen-
tração de energia chi.

• Quatro conceitos fundamentais - que são a base de


feng shui simbólico, lunar feminino, são eles: espaço
emocional, processo de cura, simbologia pessoal e
auto-responsabilização.

• Quatro ferramentas - fundamentais para a prática do


método do feng shui simbólico, lunar feminino, são
elas: camadas da mente e canais perceptivos, intuição,
ritual e associação livre.

• Relações cíclicas do bagua matriz - é um dos métodos


complementares de diagnóstico. Apresenta o fluxo
energético sequencial do quadrado mágico.

• Ritual - uma das quatro ferramentas fundamentais


para a prática do método do feng shui simbólico. É
um método de ligação a algo. É uma celebração
simbólica que marca e consagra uma fase temporal
ou um local espacial, um foco de símbolos, de crenças,
dogmas e conceitos.

• Simbologia pessoal - um dos conceitos fundamentais


que são a base de feng shui simbólico. No diagnóstico
e ação na casa têm-se em atenção a simbologia
pessoal inerente a cada habitante.

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Colecção Casa Simbólica

• Sintaxe do bagua - cada um dos nove sectores contém


acções diferentes, formas/funções energéticas dife-
rentes, verbos diferentes. Conhecer o verbo, a acção
primordial de cada um dos sectores, é fundamental
para perceber o que realmente se pode activar em
cada um das áreas energéticas.

• Tempo cíclico - o tempo cíclico para além de ser o


tempo da natureza, dá sempre hipótese de mudança.
Uma visão de tempo mais completa que o tempo
linear. O tempo cíclico dá a totalidade da vibração de
um ciclo, de uma vivência ou experiência.

• Triangulações - acção com a geometria activado do


triângulo, integrada e sequencial através do espaço e
do tempo do bagua.

116
Volume III – Métodos Avançados

Bibliografia
CICLOS TEMPORAIS E LUNARES
Livros sobre a importância do tempo cíclico e a influência do ritmo
lunar.
- BUDAPEST, Zsuzsanna e PAXSON, Diana L. (2003). Celestial Wisdom
for Every Year of Your Life: Discover the Hidden Meaning of Your Age.
Weiser Books, ISBN-10: 157863282X, ISBN-13: 978-1578632824.
- BUDAPEST, Zsuzsanna. (2011). Grandmother Moon. CreateSpace
Independent Publishing Platform, ISBN-10: 1460911407, ISBN-13:
978-1460911402.
- BUDAPEST, Zsuzsanna. (1989). The Grandmother of Time: A Woman's
Book of Celebrations, Spells, and Sacred Objects for Every Month of the
Year. HarperOne, ISBN-10: 0062501097, ISBN-13: 978-0062501097.
- CASHFORD, Jules. (2003). The Moon: Myth and Image. Basic Books,
ISBN-10: 156858265X, ISBN-13: 978-1568582658.
- KRYDER, Rowena Pattee. (1991). The Faces of the Moon Mother: An
Archetypal Cycle. Golden Point Productions, ISBN-10: 0962471623,
ISBN-13: 978-0962471629.
- RUDHYAR, Dane. (1967). The Lunation Cycle: A Key to the
Understanding of Personality. Aurora Press, ISBN-10: 0943358264,
ISBN-13: 978-0943358260.
PSICOLOGIA AMBIENTAL
Tal como o feng shui a psicologia ambiental vale-se de muitas
disciplinas para avaliar os espaços: geografia, radioestesia, sociologia,
antropologia ou psicologia. Tal como o feng shui, os efeitos da sua
aplicação só são percebidos no contexto do indivíduo que os

117
Colecção Casa Simbólica

experiência. Esta disciplina lança as bases para uma adaptação e


compreensão ocidental do feng shui.
- ALTMAN, irwin, WERNER, carol m. editores. (1985). Home
Environments: Home Environments - Vol 8 (Human Behavior and
Environment). Springer, ISBN-10: 0306419769, ISBN-13: 978-
030641976.
- BRIGANTI, Chiara, MEZEI, Kathy. (2012). The Domestic Space Reader.
University of Toronto Press, Scholarly Publishing Division, ISBN-10:
0802096646, ISBN-13: 978-0802096647.
- CIERAAD, Irene. (2006). At Home: An Anthropology of Domestic Space
(Space, Place and Society). Syracuse University Press, ISBN-10:
0815629036, ISBN-13: 978-0815629030.
- CSIKSZENTMIHALYI, Mihaly, HALTON, Eugene. (1981). The Meaning
of Things: Domestic Symbols and the Self. Cambridge University Press,
ISBN-10: 052128774X, ISBN-13: 978-0521287746.
- FLANDERS, Judith. (2015). The Making of Home: The 500-Year Story of
How Our Houses Became Homes. Atlantic Books, ISBN-10:
1848878001, ISBN-13: 978-1848878006.
- HEATHCOTE, Edwin. (2012). The Meaning of Home. Frances Lincoln,
ISBN-10: 0711233772, ISBN-13: 978-0711233775.
- GALLAGHER, Winifred. (2007). House Thinking: A Room-by-Room Look
at How We Live. Harper Perennial, ISBN-10: 0060538805, ISBN-13:
978-0060538804.
- GALLAGHER, Winifred. (2007). The Power of Place: How Our
Surroundings Shape Our Thoughts, Emotions, and Actions. Harper
Perennial, ISBN-10: 0061233358, ISBN-13: 978-0061233357.
- MARCUS, Clare Cooper. (2006). House As a Mirror of Self: Exploring
the Deeper Meaning of Home. Nicolas-Hays, ISBN-10: 0892541245,
ISBN-13: 978-0892541249.

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Volume III – Métodos Avançados

- TUAN, Yi-Fu. (2001). Space and Place: The Perspective of Experience.


Univ Of Minnesota Press, ISBN-10: 0816638772, ISBN-13: 978-
0816638772.
- TURKLE, Sherry. (2011). Evocative Objects: Things We Think With. MIT
Press, ISBN-10: 0262516772, ISBN-13: 978-0262516778.
- VERHEYEN, Carolyn. (1991). Using the Home and personal objects in
psycotherapy, EDRA 22/1991.
FENG SHUI, COSMOLOGIA E METAFÍSICA CHINESA
Livros que me ajudaram a amplificar os meus estudos e a minha prática
desta ancestral arte oriental. Sempre adaptada ao aqui e ao agora!
- AYLWARD, Thomas F.. (2007). The Imperial Guide to feng shui &
Chinese Astrology: The Only Authentic Translation from the Original
Chinese. Watkins, ISBN-10: 1842931768, ISBN-13: 978-1842931769.
- BRIDGES, Carol. (1996). A Soul in Place, Reclaiming Home as Sacred
Space. Earth Nation, ISBN-10: 0945111118, ISBN-13: 978-
0945111115.
- CARTER, Karen Rauch. (2000). Move Your Stuff, Change Your Life: How
to Use feng shui to Get Love, Money, Respect, and Happiness. Simon &
Schuster, ISBN-10: 0684866048, ISBN-13: 978-0684866048.
- KING, Jerry. (2012). Four Pillars Of Destiny: Potential, Career, And
Wealth. Iuniverse, ISBN-10: 1469700042, ISBN-13: 9781469700045.
- KINGSTON, Karen. (1997). Creating Sacred Space With feng shui:
Learn the Art of Space Clearing and Bring New Energy into Your Life.
Harmony, ISBN-10: 0553069160, ISBN-13: 978-0553069167.
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Energy of Your Home. Wellspring / Ballantine, ISBN-10: 034539769X,
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Colecção Casa Simbólica

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Home: Using feng shui to Disarm Illness, Accelerate Recovery, and
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Mathematical Meaning of the Magic Square of Order Three. A K
Peters/CRC Press, ISBN-10: 1568814275, ISBN-13: 9781568814278.
- TWICKEN, David. (2000). Flying Star feng shui Made Easy. iUniverse,
ISBN-10: 0595099661, ISBN-13: 978-0595099665.
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ISBN-13: 978-1570621000.

120
Volume III – Métodos Avançados

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Earthly Branches - TianGan DiZhi: The Heart of Chinese Wisdom
Traditions. Singing Dragon; Crds edition, ASIN: B00J2EA0P0.
CÍRCULOS E SAGRADO FEMININO
Um complemento fundamental à abordagem que pratico. Uma
compreensão espiritual, mental e corporal da totalidade do espectro yin.
- ACHTERBERG, Jeanne. (1991). Woman as Healer. Shambhala, ISBN-
10: 0877736162, ISBN-13: 978-0877736165.
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Thirtieth Anniversary Edition: Powerful Archetypes in Women's Lives.
Harper Paperbacks, ISBN-10: 0062321129, ISBN-13: 978-
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Creating Your Own Women's Spirituality Group. HarperOne, ISBN-10:
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- WALKER, Barbara G.. (1996). The Women's Encyclopedia of Myths and
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HarperOne, ISBN-10: 006250939X, ISBN-13: 978-0062509390.
SÍMBOLOS
Livros ligados a interpretação ou criação de símbolos ou alfabetos
simbólicos. Culturais ou pessoais.
- BARNUM, Melanie. (2012). The Book of Psychic Symbols: Interpreting
Intuitive Messages. Llewellyn Publications, ISBN-10: 0738723037,
ISBN-13: 978-0738723037.
- BLAIR, Nancy. (1993). Amulets of the Goddess: Oracle of Ancient
Wisdom. Wingbow Pr, ISBN-10: 0914728806, ISBN-13: 978-
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- LINN, Denise. (1996). Secret Language of Signs. Wellspring/
Ballantine, ISBN-10: 0345406931, ISBN-13: 978-0345406934.
- WALKER, Barbara G.. (1995). The Woman's Dictionary of Symbols and
Sacred Objects. HarperCollins, ISBN-10: 0044409532, ISBN-13: 978-
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Publications,U.S., ISBN-10: 1567188141, ISBN-13: 9781567188141.
- SPRINGETT, Ulli. (2001). Symbol Therapy: Use Your Inner Wisdom to
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074992246X, ISBN-13: 978-0749922467.

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Volume III – Métodos Avançados

- STEWART, Malcolm. (2011). Symbols of Eternity: Landmarks for a Soul


Journey. Floris Books, ISBN-10: 0863158374, ISBN-13: 978-
0863158377.
VÁRIOS
Livros de várias áreas como: geometria sagrada, modos de percepção,
cristais, xamanismo, intuição, mitologia chinesa ou nascimento. Tudo
áreas complementares a esta abordagem.
- CHIA, Mantak. (2007). Fusion of the Five Elements: Meditations for
Transforming Negative Emotions. Destiny Books, ISBN-10:
1594771030, ISBN-13: 978-1594771033.
- COLLINS, Terah Kathryn. (2010). The Three Sisters of the Tao:
Essential Conversations with Chinese Medicine, I Ching, and feng shui.
Hay House, ISBN-10: 1401916848, ISBN-13: 978-1401916848.
- COWAN, Thomas Dale. (1996). Shamanism As a Spiritual Practice for
Daily Life. Genealogical Services / Crossing Press, ISBN-10:
0895948389, ISBN-13: 978-0895948380.
- ENGLAND, Pam, Horowitz, Rob. (1998). Birthing from Within: An Extra-
Ordinary Guide to Childbirth Preparation. Partera Press, ISBN-10:
0965987302, ISBN-13: 978-0965987301.
- FRASER, Daryl. (2008). The Inner Traveller's Guidebook. Inner Guide
Publishing, ISBN-10: 0955975808, ISBN-13: 978-0955975806.
- MARKOVA Ph.D., Dawna. (1991). The Art of the Possible: A
Compassionate Approach to Understanding the Way People Think,
Learn and Communicate. Red Wheel / Weiser, ISBN-10: 0943233127,
ISBN-13: 978-0943233123.
- MARKOVA Ph.D., Dawna. (1996). The Open Mind: Exploring the 6
Patterns of Natural Intelligence. Red Wheel / Weiser, ISBN-10:
1573240648, ISBN-13: 978-1573240642.

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Colecção Casa Simbólica

- MOON, Hibiscus. (2011). Crystal Grids: How and Why They Work: A
Science-Based, Yet Practical Guide. CreateSpace Independent
Publishing Platform, ISBN-10: 1463729189, ISBN-13: 978-
1463729189.
- NITSCHE, Eva Marie. (1999). Tarot of the Trance Deck. U.S. Games
Systems Inc, ISBN-10: 1572810947, ISBN-13: 978-1572810945.
- ROSANOFF, Nancy. (1991). Intuition Workout: A Practical Guide to
Discovering and Developing Your Inner Knowing. Aslan Publishing,
ISBN-10: 0944031145, ISBN-13: 978-0944031148.
- SHESSO, Renna. (2007). Math for Mystics: From the Fibonacci
sequence to Luna's Labyrinth to the Golden Section and Other Secrets
of Sacred Geometry. Weiser Books, ISBN-10: 1578633834, ISBN-13:
978-1578633838.
- SKINNER, Stephen. (2009). Sacred Geometry: Deciphering the Code.
Sterling, ISBN-10: 1402765827, ISBN-13: 978-1402765827.
- STEWART, Malcolm. (2009). Patterns of Eternity: Sacred Geometry and
the Starcut Diagram. Floris Books, ISBN-10: 0863157122, ISBN-13:
978-0863157127.

126
Volume III – Métodos Avançados

Autora

Sofia Batalha é designer de formação académica e iniciou os
estudos em feng shui e astrologia chinesa em 2002/2003.
Dois anos depois inicia a
prática de con sultas e
lecciona na Escola Nacional
de Feng Shui, então inserida
no Instituto Macrobiótico de
Portugal. Coordenou o curso
da ENFS entre 2008 e 2009
e o curso de Astrologia
Chinesa, no IMP, entre 2014
e 2015.
É a criadora, professora e
consultora do método de
feng shui simbólico®, lunar e
feminino®, desde 2003. Tem treze anos de experiência em
consultas e a leccionar na ENFS e no IMP assim como nos
cursos, palestras e workshops exclusivos da Serpente da
Lua®.
serpentedalua.com e casasimbolica.com.

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Colecção Casa Simbólica

Coleção Casa Simbólica


Fazem parte desta coleção os seguintes volumes:

Volume I
A linguagem da casa, através do feng shui simbólico®
Depois deste livro nunca mais vai viver a sua casa da mesma
forma.

Volume II
O bagua, através do feng shui simbólico®
Explorar profundamente a ferramenta de interpretação da casa e
da Vida.

Volume III
Métodos avançados do feng shui simbólico®
Acompanhante de consultores e para um trabalho profundo na
casa.

serpentedalua.com
Palestras, Cursos e Workshops
Simbólico®, Lunar e Feminino® | Certificação Feng Shui Simbólico®
Consultas Feng Shui & Astrologia Chinesa
Loja Online
Formação online em - casasimbolica.com

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