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A antena pode ser considerada o elo mais importante na cadeia de transmissão e recepção por
ondas de rádio. Os primeiros projetos de antenas foram desenvolvidos pelos físicos Hertz e
Marconi, a partir de experiências realizadas no final do século XIX e início do século XX. Até os
dias de hoje a teoria fundamental sobre antenas, desenvolvida por esses dois cientistas, é
adotada.
Antes de iniciar os estudos sobre o funcionamento das antenas, é importante tratar as ondas
de rádio, saber suas propriedades e características.
Esse estudo não terá seu foco nas operações matemáticas complexas relacionadas às antenas,
às ondas de rádio e aos campos eletromagnéticos.
Ondas de rádio
1- Frequência;
2- Intensidade do campo;
3- Polarização;
4- Direção de deslocamento.
A diferença das ondas de rádio para as demais ondas – de calor, luz, raios X, raios cósmicos,
etc- é a sua freqüência ou comprimento de onda.
λ = 300 / f
f= freqüência, em megahertz
1- Ondas Terrestres (ou Superficiais): Inclui as ondas diretas – ou ondas de linha de visão-
e aquelas que são refletidas pela terra. Deslocam-se ao longo da superfície terrestre e
dependem da terra como meio de propagação.
2- Ondas Espaciais: São as ondas refletidas pela ionosfera (regiões ionizadas da parte
superior da atmosfera) ou pela troposfera e que retornam à terra. É irradiada para
cima e é mais ou menos afetada pela ionosfera, de acordo com a sua frequência.
(Pg 11 – figura)
As antenas transmissoras emitem – irradiam- um sinal, sob a forma de camadas hemisféricas
de energia, ou frentes de onda. Essas ondas podem ser captadas por antenas receptoras, ou
seguir para o espaço exterior. Aquelas que seguem para o espaço, quando não passam por
efeitos de refração e reflexão verificados em certas faixas de frequência, são consideradas
como energia perdida.
A superfície terrestre é meio de propagação essencial para as ondas superficiais. Contudo, ela
oferece uma resistência às correntes induzidas pelo sinal irradiado, o que gera uma limitação
às distâncias que podem ser atingidas por propagação terrestre. A comunicação por ondas de
rádio com frequências superiores à 30 MHz são transmitidas pelas partes do sinal que não
dependem essencialmente da superfície terrestre para a propagação.
A ionosfera
Como já foi dito, essas camadas não são delimitadas com exatidão, mas são diferenciadas de
acordo com o grau de densidade dos elétrons: a densidade de uma camada é maior que a da
camada imediatamente abaixo. (pg 13 – figura)
À noite, como não há irradiação direta de raios ultravioleta pelo sol, há uma tendência à
extinção e acomodação das camadas ionizadas. Com essa variação na disposição das camadas
pode haver transmissões de sinais a maiores distâncias à noite do que durante o dia.
A ionosfera exerce influência sobre ondas de rádio de certas frequências. O efeito dessa ação
consiste em alterar a direção de propagação das ondas.
Quando uma onda de rádio atinge os elétrons livres da ionosfera, esses elétrons absorvem
parte da energia da onda e vibram. A amplitude de vibração depende da frequência da onda:
quanto menor a frequência, maior a amplitude e a velocidade. A transmissão de ondas com
frequências superiores a 30 MHz não é totalmente confiável.
O elétron que vibra se torna uma carga móvel – corrente elétrica- e cria um campo de
radiação. A onda que passa é então absorvida pelo elétron, que irá reirradiá-la com uma
direção diferente da inicial. O efeito global desse fenômeno é conhecido como refração
ionosférica, que é mudança da direção de propagação da onda quando esta passa de regiões
de maior densidade de elétrons para regiões de menor densidade de elétrons.
As sucessivas refrações fazem com que a onda que penetra na ionosfera retorne à terra a
diferentes distâncias do transmissor, dependendo do ângulo de entrada. A distância entre o
transmissor e o ponto em que a onda espacial retorna à terra é chamada de distância de salto,
já que a área compreendida entre o limite de cobertura da onda terrestre e esse ponto, o sinal
não pode ser captado. Essa área é chamada de zona de silêncio.
A onda emitida pela antena transmissora pode atravessar a ionosfera e ganhar o espaço
exterior, ou ser refletida pela ionosfera para a terra.
A onda de rádio pode apresentar uma trajetória curva, graças à mudança de velocidade que
sofre à medida que se propaga. Essa variação de velocidade da onda depende:
Sabe-se que a mudança de altitude é acompanhada por alterações nos fatores citados acima.
“Em geral, observa-se o aumento da velocidade das ondas de rádio à medida que a altitude
aumenta”. Isso provoca uma pequena curvatura em uma onda de rádio que se desloca por
cima da superfície da terra. (pg 17). Pode haver casos em que os padrões não são seguidos,
formando ductos.
Outra situação que leva à alteração na propagação das ondas é a reflexão dos sinais por outras
superfícies que não sejam a ionosfera (satélites, por exemplo).
Grande parte das ondas de frequências altas são apenas enviadas à distâncias muito curtas, já
que elas passam pela ionosfera sem ser refratadas, perdendo-se para fins de comunicações
terrestres.
Polarização
A direção do Campo Elétrico de uma onda determina sua polarização. A polarização das ondas
de rádio dependem da posição da antena transmissora em relação à terra. Quando a antena
transmissora é horizontal, ela irradia uma onda horizontalmente polarizada. Quando a antena
é vertical em relação à terra, ela irradia uma onda verticalmente polarizada. Isso significa dizer
que o vetor Campo Magnético é horizontal ou vertical. A onda verticalmente polarizada passa
por menos atenuações à antena receptora, de modo que esta leve um pouco mais de energia
até a antena receptora que a horizontalmente polarizada. A onda verticalmente polarizada,
contudo, está mais sujeita à ruídos. Padronizou-se que as transmissões de FM e televisão são
horizontalmente polarizadas.
Faixas de Frequência
Muito utilizadas para comunicação à longas distâncias. As ondas terrestres são pouco
atenuadas, e as ondas espaciais são bem refletidas. Pode atingir até milhares de quilômetros.
As antenas de transmissão de ondas com essa frequência possuem, porém, grandes dimensões
e são dispendiosas.
A onda terrestre de baixa frequência tem um alcance menor em relação às VLF, já que ela
sofre uma atenuação maior durante sua propagação. Além disso, a absorção espacial é mais
significante. O alcance diurno dessas ondas passa a ser de centenas de quilômetros. As ondas
espaciais podem auxiliar no aumento da cobertura de alcance do sinal.
Frequências médias (MF) 300 A 3000 kHz
Inclui a faixa de radiofusão comercial. Alcança-se uma cobertura confiável à distâncias de até
160 quilômetros da antena transmissora. Durante a noite, a transmissão pode ser satisfatória
além do limite colocado, por meio das ondas espaciais.
Nessa faixa de frequência, a cobertura das ondas terrestre fica restrita a poucos quilômetros
de distância da antena transmissora. A propagação por onda espacial é a única maneira segura
de propagação do sinal à longa distância, nessa faixa.
A propagação direta de ondas com essas frequências pode ir além do horizonte visual devido à
refração mais acentuada na atmosfera. A distância real que pode ser coberta depende da
altura das antenas transmissora e receptora. A absorção do sinal é mais alto nessas
frequências , especialmente devido à influências atmosféricas, como a umidade.
Dentre as maneiras mais usuais de comunicação por transmissão de ondas de rádio, essas
ondas são as de maior frequência. A absorção do sinal aumenta consideravelmente devido à
umidade e precipitações (chuva, neve, etc.)
Características Básicas das Antenas
Uma linha de transmissão é um par de fios com a finalidade de transferir energia de um ponto
para outro. A linha de transmissão recolhe a energia fornecida pelo transmissor e a leva até a
torre, alimentando assim a antena. A linha de transmissão pode também transportar a energia
captada pela antena até o receptor (como acontece nas televisões).
Antena dipolo é equivalente a uma linha de transmissão em circuito aberto, alimentada por
um gerador. Quando os dois fios são afastados ao máximo entre si, as correntes dos sois fios
têm a mesma direção. Os campos elétrico e magnético resultantes (criados a partir das
correntes elétricas) se somam, criando campos de irradiação fortes ao redor da antena. Esses
campos criados são os responsáveis pelas ondas eletromagnéticas que partem do transmissor
e também possibilita a recepção de sinais no receptor.