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A antena Moxon tem sido divulgada por alguns poucos autores, especialmente na Europa, através do
próprio Les Moxon - G6XN e Peter Dodd - G3LDO, e nos Estados Unidos, através do guru L. Cebik -
W4RNL. Aqui no Brasil, pouco ou quase nada se escuta sobre a antena Moxon, apesar das suas
qualidades e simplicidade. Neste breve artigo vamos apresentar um rápido histórico do recente
surgimento desta antena e um modelo para 40m.
O modelo que deu origem a Moxon foi a quadra horizontal, de Fred Caton - VK2ABQ, que notou que
colocando uma antena loop quadrada na horizontal, com dois lados cortados ao meio e isolados por
botões (estes que se usam em roupas), podia-se obter diretividade e algum ganho (figura 1). Les
Moxon fez várias descobertas importantes a respeito da antena de Caton. Primeiro, o formato
retangular aumenta o ganho. Segundo, o espaço de separação entre os elementos é crítico na
determinação das características elétricas da antena.
Moxon configurou a antena com dois elementos de igual tamanho, sintonizou ambos remotamente e
obteve uma antena direcional reversível. Em trabalho posterior, Cebik alterou as dimensões dos
elementos, fazendo um irradiante e outro refletor (figura 2), numa antena direcional não reversível,
mas com duas características bastante interessantes: impedância muito próxima de 50 ohms,
dispensando o uso de gama match, e alta relação frente/costas. A versão atualmente mais utilizada
da Moxon foi desenvolvida por L. Cebik, que manteve o nome Moxon respeitando, e reconhecendo, o
trabalho original de Les Moxon.
Poucos radioamadores dispõem de espaço físico e possibilidade de instalação de uma torre para
suportar uma antena direcional de 3 elementos para a banda 40m. Para mim não é diferente, passei
três anos usando uma simples "doublet" em V invertido, que permitiu muitos bons contatos em 40m
dentro do Brasil e alguns países da América do Sul. Porém, nada de DX com Europa e América Central
e do Norte. Como não há possibilidade de instalar uma antena a 20 metros de altura, tampouco uma
yagi, comecei a cogitar uma yagi de dois elementos, montada a 12m do solo (acima do telhado), o
que permite baixar o ângulo de irradiação, aumentar o ganho na direção desejada (norte) e rejeitar
QRM vindo do sul. Tudo em benefício do objetivo de DX ao norte.
Para quem tem pouco espaço físico, a antena Moxon tem uma grande vantagem,
os elementos tem apenas 15m de comprimento, contra os 19m da yagi
convencional. Apresento a seguir a simulação em computador de uma antena
fixa, direcionada para Norte, feita com fio de cobre rígido 2,3mm, a 12m de
altura, com ângulo de abertura azimutal de –3dB de 92 graus.
Detalhes construtivos
A antena Moxon de fio pode ser suportada fios isolantes fixados a quatro mastros.
Outra forma construtiva é utilizar apenas dois mastros e, em cada um deles,
colocar um boom horizontal para fixar os cantos da Moxon. Este boom deve ser,
preferencialmente, de madeira ou outro material isolante e rígido o suficiente
para sustentar o peso da antena e do cabo coaxial.
O diagrama de elevação (figura 4), mostra que o máximo ganho (8,37 dBi) é
obtido a um ângulo de irradiação de 40 graus. Outra informação importante, o
ganho a 18,9 graus é de 5,37 dBi, o que é bastante favorável para DX.
Entretanto, há suficiente ganho em ângulos elevados, pois só em 76,8 graus o
ganho cai 3dB em relação ao ganho máximo. Apesar de ser vantajoso para
contatos com estações a média distância, também favorecerá o QRM destas
estações.
Pelo diagrama de ROE (figura 6), notamos que a ROE fica em 1,3:1 entre
7,050MHz e 7,100MHz. No segmento de CW a ROE fica abaixo de 1,8:1 e
melhorando à medida que aumenta a freqüência. Com pequenos ajustes, após a
antena ser montada, pode-se sintonizar a antena no segmento desejado. Para
estes ajuste use as seguintes orientações:
A freqüência de ressonância
aumenta a uma razão de
40KHz a cada 5cm de
aumento da dimensão A e a
impedância sofre pouca
alteração.
Aumentando a dimensão A
aumenta a freqüência de
máxima relação
frente/costas e a freqüência
de ressonância a uma razão
de 40KHz a cada 5
centímetros de alteração da
dimensão A. Até +/- 20cm
de alteração da dimensão A
ocorre pouca alteração na
impedância da antena.