Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
NGPON
Paulo Jun Adachi Kanazawa1, André Luis da Rocha Abbade2.
Figura 5: Distribuidor de rede óptica. A Figura 8 mostra como o NGPON coexiste com os
sistemas legados. Existe uma instância de coexistência CEx (
V. TÉCNICAS DE MÚLTIPLOS ACESSOS NAS REDES PON Instance of Co-existence Element) que recebe as fibras vindas
O tráfego gerado pela OLT, sentido downstream, é em das OLTs das redes legadas e do multiplexador de
broadcast e é dividido nos splitters e distribuído para as comprimento de onda, WM (Wavelength Multiplexer), que
ONUs. Nestes casos, é necessário que sejam implementadas recebe as fibras vindas das OLTs do NGPON. O CEx também
técnicas de múltiplo acesso para garantir que a informação de se interconecta com o splitter que faz a distribuição do tráfego
um usuário não seja disponibilizada para outro. De acordo para as ONUs.
com o ITU-T essas técnicas são:
• TDMA (Time Division Multiple Access)
• SCMA (Subcarrier Multiple Access)
• WDMA (Wavelength Division Multiple Access)
• OCDMA (Optical Code Division Multiple Access)
No sentido de upstream, os tráfegos são gerados pelas
ONUs para a OLT. Nestes casos, a OLT precisa verificar o
atraso da informação de cada ONU e definir os momentos que
cada ONU pode transmitir para que não ocorram colisões
desses tráfegos.
VI. NGPON
Os sistemas PON, como GPON (ITU-T G.984), XG-PON
(ITU-T G.987) e 1G-PON (IEEE 802.3) estão sendo
amplamente utilizados pelo mundo e com a crescente demanda Figura 8: Coexistência do NGPON com os sistemas legados.
de largura de banda, conforme a Figura 6, é necessário que
sejam desenvolvidas novas tecnologias capazes de suprir essa Os requisitos do sistema NGPON2 incluem suportar
nova característica das redes. O NGPON2 está sendo múltiplos comprimentos de onda de uma arquitetura TWDM
padronizado para que possa ter uma largura de banda maior (Time Wavelength Division Multiplexing.), utilizando 4 e 8
que os sistemas legados, mas que tenha coexistência entre eles, pares de portadoras ópticas (canais), onde para cada par, 1
em termos de tipo de fibra óptica e comprimento de onda canal será utilizado para downstream e 1 canal utilizado para
utilizado conforme a Figura 7 [9]. upstream, que podem ser configurados de acordo com a
necessidade e aumento da capacidade de uma rede, sem a
necessidade de que todos os pares sejam ativos ao mesmo
tempo.
As taxas nominais previstas de Downstream e Upstream
para cada canal para distâncias de 20 a 40 km são:
• 10 Gbit/s de downstream e 10 Gbit/s de upstream
• 10 Gbit/s de downstream e 2,5 Gbit/s de upstream
• 2,5 Gbit/s de downstream e 2,5 Gbits/s de upstream
Para distância de 20 Km devem suportar taxas de 40 Gbit/s
para downstream e upstream com splitter de 1:64. Já para
distância de 40 Km, taxas de 2,5 a 10 Gbit/s com splitter 1:32.
Figura 6: Estimativa de crescimento global do tráfego IP. Além disto, todas as opções descritas precisam ser
compatíveis com sistemas PON legados.
A Figura 9 [11] mostra uma topologia básica para se
implementar o NGPON.
a ONU dentro do sistema TWDM PON. Na direção de
downstream (vide Figura 10), a interface entre a camada
TWDM TC e a camada PMD (Physical Medium Dependent) é
representada por um fluxo de bits contínuo a taxa de linha
nominal, que é dividida em frames de 125 µs e na direção de
upstream, conforme a Figura 11, a interface entre a camada
TWDM TC e a camada PMD é representada por uma
sequência de rajadas temporizadas.
A. Estrutura da TWDM TC
A camada TWDM TC (Transmission Convergence) faz
parte da pilha de protocolos do TWDM PON que especifica os
formatos e procedimentos entre as camadas superiores SDUs
(Service Data Unit) e a modulação do fluxo de bits adequado.
É composta por três subcamadas: TWDM TC service
adaptation sublayer, TWDM TC framing sublayer e TWDM
TC PHY. A camada TWDM TC é bidirecional entre a OLT e Figura 11: TWDM TC na direção de upstream.
VIII. FUNÇÕES DAS SUBCAMADAS TWDM TC no cabeçalho. No lado do receptor, o TWDM TC framing
sublayer, recebe os quadros FS ou os quadros FS em rajada,
faz uma análise nos campos do cabeçalho, extrai as
informações de gerenciamento e os fluxos de mensagens de
PLOAM e encaminha a informação útil do FS para o TWDM
TC service adaptation sublayer. As mensagens que chegam do
PLOAM são encaminhadas para o PLOAM processor. As
informações OAM que pertencem a sinalização de banda larga
(BWmap) e de alocação de largura de banda dinâmica (DBA -
Dynamic Bandwidth Assignment ) são processadas dentro da
própria subcamada de enquadramento, proporcionando um
controle parcial sobre o PHY adaptation sublayer. O restante
da informação OAM incorporada, tais como, os blocos de
gerenciamento de energia elétrica da ONU e de
monitoramento de desempenho são entregues as entidades
funcionais apropriadas do TWDM TC, fora da subcamada de
enquadramento.
C. TWDM TC PHY adaptation sublayer
O TWDM TC PHY adaptation sublayer é o item (1) da
Figura 12: Subcamadas do TWDM TC. Figura 12 e engloba funções que fazem a modificação do fluxo
de bits, modulando o transmissor óptico com o objetivo de
A. TWDM TC service adaptation sublayer melhorar as propriedades de detecção, recepção e
Como pode ser visto na parte(3) da Figura 12, esta delineamento do sinal transmitido através do meio óptico. No
subcamada é responsável pelo encapsulamento, multiplexação lado do transmissor, o TWDM TC PHY adaptation sublayer,
e delineamento da camada SDU. No transmissor, recebe o recebe os quadros FS (na direção de downstream) ou as
SDU do cliente, os quadros de dados e os quadros OMCI rajadas FS (na direção de upstream) da subcamada de
(ONU management and control interface), faz a enquadramento, faz opcionalmente a codificação de correção
fragmentação, atribui o XGEM Port-ID para a SDU ou de erro (FEC - Forward Error Correction), executa a
fragmenta a SDU e faz o encapsulamento XGEM para formar codificação do conteúdo e proporciona o alinhamento e
o quadro XGEM, que opcionalmente pode ser criptografado. temporização do fluxo de bits resultante. No lado do receptor,
O conjunto de quadros XGEM forma a carga útil (payload) do faz a sincronização e o delineamento do fluxo de bits que
quadro FS (framing sublayer) na direção de downstream ou chegam, decodifica o conteúdo da PHY frame ou do PHY
uma rajada de FS na direção de upstream. No receptor, os burst e opcionalmente faz a decodificação do FEC,
quadros XGEM são delineados e filtrados de acordo com o encaminhando os quadros FS resultantes para o TWDM TC
XGEM Port-ID, se foi criptografado no transmissor, será framing sblayer.
descriptografado e os fragmentos de SDUs são remontados e
enviados para os respectivos clientes. Como o TWDM TC IX. GERENCIAMENTO DO SISTEMA TWDM PON
service adaptation sublayer lida com dois tipos de SDUs,
O controle das ONUs, operação e gerenciamentos das
quadro de dados dos usuários e as mensagens OMCI, isto pode informações em um sistema TWDM PON são executados em
ser logicamente separado no XGEM engine, responsável pela três canais: o embedded OAM, PLOAM e OMCC (vide Figura
multiplexação e filtragem do XGEM Port-ID e pela adaptação 13). Os canais embedded OAM e o PLOAM gerenciam as
de dois serviços: adaptador de dados do usuário e o adaptador funções de PMD e TWDM TC layers, o OMCC carrega as
OMCI. mensagens do protocolo OMCI, que fornece um sistema
B. TWDM TC framing sublayer uniforme para gerência das camadas superiores. No canal
PLOAM, dois tipos de transportes são disponíveis: a opção de
É a parte (2) da Figura 12 e é responsável pela construção e transporte dentro da banda e a opção de transporte no canal
análise dos campos de cabeçalho que possuem as auxiliar de gerenciamento e controle (AMCC - Auxiliary
funcionalidades necessárias para o gerenciamento de redes Management and Control Channel). O transporte AMCC é
PON. Este cabeçalho tem o tamanho de 4 bytes. restrito a transmissão de upstream.
No lado do transmissor, recebe os diversos quadros XGEM
que possuem a carga útil (payload) vindo do TWDM TC
service adaptation sublayer, constrói os quadros FS de
downstream ou rajada FS do upstream, inserindo os campos
OAM (operation, administration e maintenance) e o PLOAM
(physical layer operation, administration and maintenance)
Paulo Jun Adachi Kanazawa1 Engenheiro de Computação pela
Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) em 2006. Em 2003 fez estágio no
laboratório de Geoprocessamento na UCDB, realizando um Projeto de
Iniciação Científica (PIBIC/CNPQ/UCDB) com o tema “Classificação de
Usos Atuais de Solo a partir das Imagens de Landsat para a Sub Bacia do
Alto Taquari”. Atuou como Analista de Suporte Técnico na empresa Net
Serviços de Telecomunicação no período de 2008 a 2011 prestando suporte
na rede HFC a cliente residenciais e empresas quanto a internet, telefone e
canais a cabo (analógico e digital). Em 2011 passou a atuar como Analista de
Telecomunicações na área de Engenharia de Telecomunicações da empresa
Net Serviços de Comunicação realizando provisionamento de redes.
Atualmente presta suporte para ativações de serviços de banda larga, MPLS e
Telefonia e realiza testes de qualidade dos links.
André Luis da Rocha Abbade² Mestre em Telecomunicações pelo Inatel
em 2008. Em 1990 e 2002, obteve respectivamente os títulos de Engenheiro
Eletricista e Especialista em Engenharia de Redes e Sistemas de
Telecomunicações pelo Inatel. Em 2012 concluiu o curso de Pós-Graduação
em Gestão Empresarial pela FGV. Atuou como engenheiro da Telemig/Oi no
Figura 13: Gerenciamento do sistema TWDM PON. período de 1994 a 2001, ocupando diversos cargos nas áreas de engenharia de
provisionamento de redes até 1998 e de operação e manutenção de rede de
acesso e de transporte até 2001. É Prof. no Inatel desde 1999, tendo
X. CONCLUSÕES ministrado as disciplinas “Técnicas de Atendimento a Terminais”,
O estudo e desenvolvimento do NGPON, fez com que “Comunicações Ópticas”, “Empreendedorismo e Inovação”; “Engenharia
Econômica” e “Matemática Financeira”. Atualmente ocupa também os cargos
ocorresse um aumento considerável na capacidade de tráfego
de: Coordenador do Curso Superior de Tecnologia em Gestão de
tanto no sentido de downstream quanto de upstream, podendo Telecomunicações e Gerente de Educação Continuada no Inatel Competence
atender um maior número de usuários, ser coexistente com Center. Sócio fundador da empresa V2Tech Soluções de Monitoramento e
tecnologias legadas, além de poder utilizar as fibras ópticas Rastreamento Veicular. Principais áreas de atuação: Comunicações Ópticas e
Empreendedorismo.
existentes, com isso é possível concluir que os custos e
impactos da implantação e migração para o NGPON serão
menores, havendo uma maior aceitação por parte das
operadoras de telecomunicações e usuários.
REFERÊNCIAS
[1] Huawei, Next-Generation PON Evolution - Huawei (on-line).
Disponível na internet. URL: http://
www.huawei.com/ilink/en/download/HW_077443, 2017.
[2] GUIMARÃES, Marcelo A.Transporte TDM em redes GPON (on-line).
Disponível na internet. URL:
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/18/18155/tde-07042011-
152547/.../Marcelo.pdf, 2017.
[3] KRAMER, Glen, MUKHERJEE, Biswanath, PESAVENTO, Gerry.
Ethernet PON (ePON): Design and Analysis of an Optical Access
Network, Photonic Network Communication, Vol. 3, No 3, 2001.
[4] LAM, Cedric. Passive Optical Network: Principles and
Practice.1.ed.Londres: Elsevier Inc, 2007.
[5] GUMASTE, Ashwin, ANTONY, Tony. Firt Mile Access Network and
Enaling Technologies.1.ed.Indiana: Cisco Press, 2004
[6] KEISER, GERD. FTTX: Concepts and Applications.1.ed.Indiana: John
Wiley & Sons, 2006.
[7] ITU-T Recommendation G984.2. Gigabit-capable Passive Optical
Networks(GPON) - Physical Media Dependent (PMD) layer
specification. Disponível na internet.URL: https://www.itu.int/rec/T-
REC-G.984.2, 2017.
[8] EXFO, FTTx PON Guide Testing Passive Optical Networks. Disponível
na internet. URL: http://www.exfo.com, 2017.
[9] ITU-T Recommendation G.989.1 (03/2013). 40-Gigabit-capable passive
optical networks (NG-PON2): General requirements. Disponível na
internet. URL: https://www.itu.int/rec/T-REC-G.989.1-201303-I/en,
2017.
[10] ITU-T Recommendation G.989.3(10/2015). 40-Gigabit-capable passive
optical networks(NG-PON2): Transmission convergence layer
specification. Disponível na internet. URL: https://www.itu.int/rec/T-
REC-G.989.3-201510-I/en, 2017.
[11] CHOUDHARY, Manish. Analysis of Next Generation PON
Architecture for Optical Broadband Access Networks. Disponível
em http://hosteddocs.ittoolbox.com/MC120606.pdf , 2017