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I SRST – SEMINÁRIO DE REDES E SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES

INSTITUTO NACIONAL E TELECOMUNICAÇÕES – INATEL


ISSN 2358-1913
SETEMBRO DE 2014

Rede de Transporte – OTN - Optical Transport


Network.
Vinícius Cavalcante 1

Abstract— This article is intended to describe a small part of the protocolos distintos de outra geração, oferecendo flexibilidade
main characteristics of systems and networks operating with OTN para os sistemas, já operacionais.
transport, encompassing its benefits, current use in O recurso de multiplexação do OTN permite que diferentes
telecommunications systems, methods for correcting errors,
monitoring and supervision of data and granularity.
tipos de protocolos, como, SDH, Fast Ethernet, Gbit Ethernet,
interfaces ESCON, FICON e Fiber-Channel, passem
Index Terms—Code error corrector. Structure for multiplexing simultaneamente por uma estrutura de unidade de transporte
protocols. Mapping of tributaries. Transport networks. Optical óptico (OTU), oferecendo suporte a todas as taxas em uma
networks. única estrutura de transporte, sem a necessariamente altera a
topologia física de um sistema.
Resumo— Este artigo tem como intuito descrever uma pequena Além dos recursos de multiplexação, uma rede OTN por ser
parte das principais características de sistemas e redes que operam
uma rede transparente, permite que os tributários sejam
com transporte OTN, englobando seus benefícios, aplicação em
sistemas atuais de telecomunicações, métodos para corrigir erros, inseridos ou removidos do sistema sem a necessidade de
monitoramento e supervisão de dados e granularidade. interrupção nos demais tributários já ativos, possibilitando que
as soluções atuais utilizadas no mercado de OSS (Operation
Palavras chave— Código corretor de erro. Multiplexação e Support System) e BSS (Business Support System), possam ser
Mapeamento OTN. Redes de transporte. Redes ópticas. Padrão mantidas, gerando redução de custos, aumento da
OTN. disponibilidade da rede, otimizando os recursos na prestação
de serviços de telecomunicações e oferecendo preços mais
I. INTRODUÇÃO competitivos a seus usuários. A facilidade na implementação e
a relativa simplicidade da estrutura OTN, proporcionam às
empresas do mercado global de telecomunicações uma solução
Devido o crescimento exponencial de serviços de direta com resultados extremamente satisfatórios.
telecomunicações no mercado atual, os sistemas de dados vêm
sendo readaptado constantemente para atender essa demanda.
Hoje as ferramentas utilizadas são inúmeras, porém nem
sempre elas conseguem convergir para outro sistema e acabam II. ESTRUTURA LÓGICA DO PADRÃO OTN G.709
sendo extintas.
O funcionamento de redes OTN (Optical Transport
Um quadro OTN G.709 tem uma estrutura composta por
Network) vem para suprir parte dessa necessidade, permitindo
4080 bytes, constituídos por 16 subquadros, onde cada
integrar equipamentos com características operacionais,
subquadro que também pode ser denominado como palavra-
protocolos e serviços distintos em um único padrão, definido
código é constituído por 1 linha de 255 bytes. A estrutura do
pela ITU-T, como um compostos de elementos de redes quadro OTN é dividida em 16 bytes de cabeçalho, 3808 bytes
ópticas (Optical Network Elements) que utiliza a fibra óptica de carga útil e 256 bytes de FEC (Forward Error Correction),
como meio de transporte, oferecendo alta eficiência e uma como demonstrado na Figura 1 [10].
excelente qualidade operacional, com taxas acima de Tbps.
Definido pela norma ITU G.709 o protocolo, usualmente
chamado de “empacotador digital”, é um protocolo de nova
geração que tem uma historia recente no setor de transmissão
de dados, porém oferece um caminho eficiente e bem aceito
pelo mercado global, para fazer multiplexação de diversos
serviços em único sistema de transmissão óptico. Suas funções
permitem que as operadoras de telecomunicações façam a
convergência de redes, por meio do transporte direto de
Transmission Section). Na Figura 3 abaixo, estão descrito
como essa subdivisão é realizada.

Figura 3 - Estrutura hierárquica no transporte óptico


Figura 1 - Ordem de transmissão dos bytes do quadro OTN [9]
Dos segmentos acima a camada OCh, é a responsável pela
O padrão G.709 utiliza 4 quadros de 4080 colunas conexão fim a fim entre os canais ópticos alocados em
agrupados em 4 linhas para formar um multi-quadro OTN. Um comprimentos de onda ( ) distintos, em um sistema WDM,
único quadro compõe apenas uma linha de cada multi-quadro. permitindo que os tributários com protocolos em STM,
A composição de um multi-quadro é formada por 16320 bytes, Ethernet, FICON, ESCON, entre outros, sejam transmitidos
onde 64 bytes dos bytes são cabeçalho, 15232 bytes carga útil de uma forma transparente para a rede [5].
e 1024 bytes de FEC, como demonstrado na Figura 2 [4]. A camada OMS é responsável pelo sinal multiplexado com
vários comprimentos de onda ( ), permite ao operador da rede,
executar trabalhos de monitoração e manutenção entre os sites
que contenham OADM’s, ROADM-PLC, ROADM-WSS,
Multiplexadores e Demultiplexadores ópticos [4][7].
A camada OTS, é responsável por todos os pontos onde
ocorra tratamento tanto a nível óptico quanto, ou seja, pontos
onde o sinal óptico seja regenerado, amplificado por EDFA ou
Raman e compensados com módulos de Dispersão Cromática .
A camada OMS pode ser composta por uma ou mais camadas
Figura 2 – Estrutura do Multi-Quadro OTN [9] OTS. [4][6]
Para que a rede OTN fosse melhorada a Recomendação
Essa configuração permite que a taxa de transmissão seja ITU-T G.709 inclui também, porém no domínio elétrico, um
elevada sem alterar a estrutura do multi-quadro G.709 e conjunto de subcamadas na hierarquia OTN. Nelas estão
permite que o período do quadro esteja associado à taxa de contemplados o OPUk (Optical Payload Unit), ODUk
transmissão. Segue na Tabela 1 o período definido para cada (Optical Data Unit) e OTUk (Optical Transport Unit), onde k
interface. indica a taxa de dados que esta sendo transmitida pelo quadro.
Na Tabela I, II, III e IV é apresentado a taxa de operação dos
Tabela I – Duração do quadro OTUk [4]
quadros OPUk, ODUk e, OTUk, quando k assume o valor
Sinal Duração do Quadro igual a 1, 2, 2e, 3 e 4. Quando k é associado com “e” logo
ODU0/OPU0 λ8,354 s após o numero, esta sendo indicado que o quadro deva adaptar
OTU1/ODU1/OPU1/OPU1-Xv 48,971 μs sua taxa um pouco acima do seu padrão comum; Ex. OPU2 e
OTU2/ODU2/OPU2/OPU2-Xv 12,191 μs OPU2e. As camadas apresentadas com “e” indicam que o
OTU3/ODU3/OPU3/OPU3-Xv 3,035 μs
OTU4/ODU4/OPU4 1,168 s quadro são estendidos (extended) ou tem um relógio maior
(over-clocked), informando que sua estrutura esta operando
com taxas de tributários a base do padrão 10 GbE [5]. O
mapeamento de clientes 10 GbE, opera em uma condição
especifica, devido sua taxa ser maior que o payload
III. HIERARQUIA OTN disponibilizado pelo OPU2.

Estruturada pela hierarquia OTH (Optical Transport Tabela II – Representação Genérica da Taxa de Operação OPUk [7]
Hierarchy) a OTN é segmentada em duas etapas, sendo a
primeira realizada no domínio elétrico, onde é determinada sua OPUk Taxa de bits
0 1.238.954,310 Kbps
característica funcional e a segunda no domínio óptico, para 1 2.488.320,000 Kbps
permitir o transporte das informações no meio físico. 2 9.995.276,962 Kbps
O padrão OTN tem sua estrutura subdividida em três 2e 10.356.012,658 Kbps
camadas hierárquicas no domínio óptico: OCh (Optical 3 40.150.519,322 Kbps
4 104.355.975,330 Kbps
Channel), OMS (Optical Multiplex Section) e OTS (Optical Tabela III – Representação Genérica da Taxa de Operação ODUk [7]
ODUk Taxa de bits ordem, que então é mapeado em um ODUk de baixa ordem até
0 1.244.160 Kbps ser mapeado em um OTU [4].
1 2.498.775,126 Kbps Após o mapeamento do OTUk, o sinal é convertido em um
2 10.037.273,924 Kbps
2e 10.399.525,316 Kbps portadora óptica, denominado como canal óptico (OCh), para
3 40.319.218,983 Kbps ser transmitido em um rede WDM [4]; que conforme a Figura
4 104.794.445,815 Kbps 3, pode ser composto por elementos de rede de terminação,
regeneração 3R (Reamplification, Reshaping and Retiming) e
Tabela IV – Representação Genérica da Taxa de Operação OTUk [7] amplificação [2][4]. Uma rede que contenham esses elementos
OTUk Taxa de bits
integrados oferece ao sistema uma conexão entre todas as
1 2.666.057,143 Kbps camadas, entre elas; OTS, OMS, OCh, OTU, ODU agregado
2 10.709.225,316 Kbps (alta ordem), OPU agregado, ODU tributário (baixa ordem),
3 43.018.413,559 Kbps OPU e tributário [10]. No caso dos agregados o OPU ou ODU
4 111.809.973,568 Kbps de maior ordem são os únicos que devem ter suas informações
tratadas durante a transmissão do sinal, ou seja, quando um
O OPUk representa a camada onde o sinal do cliente inicia quadro ODU de ordem baixa (ex. k=0) é encapsulado dentro
e termina durante o seu encapsulamento no quadro OTN, de um ODU2, o ODU2 é responsável por todo o
tendo que adaptando a taxa dos tributários de acordo com seu monitoramento dos dados durante a transmissão na camada
protocolo antes de ser transmitido em um canal óptico [5]. OMS. [5]
Esta camada só será “lida” novamente no momento em que a Durante a criação das subcamadas, é adicionado um
informação do cliente for desencapsulada na terminação de cabeçalho a cada etapa da construção do quadro OTN que será
destino. transportado, como demonstrado na Figura 5.
Após a construção da camada OPUk é iniciado a construção
da camada ODUk que tem o mesmo caminho de transmissão
em comum, porém dentro do ODUk estão contidos um
subconjunto de informações que formam um cabeçalho
(overhead – OH), destinado a oferecer serviços de
monitoramento e suporte por todo o trajeto do sinal ODUk [5].
O OTUk praticamente segue a mesma estrutura que o
ODUk , porém em conjunto com seu cabeçalho é inserido o
código corretor FEC (Forward Error Correction) e as
informações de segmento referente a todos os pontos onde
exista regeneração, ou seja, pontos de conversão eletro-óptica
ou opto-elétrica [4]. Neste caso o ODUk pertence a carga útil
de OTUk.
Os três subconjuntos atuando simultaneamente em um Figura 5 – Construção do Quadro OTN [9]
sistema de transmissão OTN, permite que as funcionalidades
de multiplexação por segmentos ou fim a fim, possam ser Ao término da primeira etapa realizada no domínio elétrico
identificadas e monitoradas. Na Figura 4 é possível identificar durante a construção do quadro OTUk, é realizado a segunda
a formação da estrutura de um quadro OTN, identificando os etapa no domínio óptico, onde se forma o módulo de
segmentos OPUk, ODUk e OTUk. transporte óptico OTM-n.m (Optical Transport Module), onde
n representa o número de canais óticos e m é dependente do
tipo de sinal.
Esta segunda etapa utiliza a hierarquia de transporte óptico
(OTH) para criar redes ópticas multi-lambdas, baseada na
tecnologia DWDM, que permite uma rápida e fácil expansão
da taxa de dados do sistema, com pequenas alterações na
estrutura física da rede. Em um sistema convencional DWDM
é utilizado aproximadamente 25 nm de largura de banda,
podendo alocar 40 canais com espaçamento em 100Ghz e 80
canais com espaçamento em 50Ghz, onde cada portadora
Figura 4 - Estrutura das camadas OTN óptica pode transportar taxas de 2,5Gbps à 100Gbps.[9]

Dentro da camada OMS a rede OTN pode operar com


OPUk, ODUk e OTUk de diferentes capacidades definidas por
padrão de multiplexação e mapeamento, encapsulando um IV. DETECTOR DE ALINHAMENTO
sinal de baixa hierarquia em um sinal de hierarquia elevada.
A concepção referente ao mapeamento e multiplexação é
O bloco Detector de Sincronismo desempenha várias
inserir (mapear) um sinal cliente dentro de um OPUk de baixa
funções dentro da estrutura OTN. Ele permite que durante a
transmissão de dados, o sistema efetue a sincronização dos  FAS (Frame Alignment Signal) - O campo FAS é
quadros e multi-quadros, identifique os pontos onde formado por um conjunto de bytes com valor fixo,
determinada informação ira começar e terminar controla os que são utilizados na identificação do inicio e do final
blocos responsáveis pelo alinhamento de octetos, viabiliza o do quadro [4][6]. Esses bytes tem como função de
funcionamento do decodificador FEC e analisa o cabeçalho evitar que existam longas sequências de ‘0’s ou ‘1’s
para monitoração de tráfego. Na Figura 6, indicado com como um Scrambler, para que a extração do relógio
círculo é possível identificar os campos do cabeçalho usados pelo receptor na detecção do sinalseja facilitada. Essa
pelo Detector de Sincronismo, que são essenciais para os função além de permitir o sincronismo do sinal,
equipamentos que operam dentro dos padrões OTN. também reduz a probabilidade de uma repetição na
sequencia FAS dentro de um quadro [6]. Sua
estrutura tem 6 bytes que transportam informações
com valores fixo igual a F6F6F6282828
(hexadecimal), onde o valor F6 será definido como
OA1 (Optical Alignment 1) e 28 como OA2 (Optical
Alignment 2) [2][6].
Figura 6 - Campos importantes do cabeçalho OTN [10]

Os campos FAS e MFAS são utilizados para sincronismo de


quadro e multi-quadro e os campos SM e PM, utilizados para
monitoramento do tráfego [4]. Os campos JC, PSI, NJO e PJO Figura 7 – Estrutura do Campos OA1 e OA2 do FAS [10]
do cabeçalho OPU, são importantes para a demultiplexagem

 MFAS (Multiframe Alignment Signal) – Sua estrutura


da carga útil, porém a descrição de suas funcionalidades será
tratada no tópico V.
Os campos GCC (General Communications Channel) e como apresentado na Figura 8, está localizado na
TCM (Tandem Connection Monitoring), são utilizados linha 1 da coluna 7 e contém 1 byte que assume
somente para ligações cascateadas, porém suas funções são valores de 0 a 255 [9]. Seu campo é incrementado
distintas. O campo GCC, normalmente é utilizado para prover após cada leitura de um novo quadro que componha
comunicação de gerenciamento entre pontos de regeneração e um ou mais multi-quedro [4]. O MFAS permite que
terminação da rede, sem a necessidade de um módulo diversos outros serviços oferecidos pela estrutura
especifico para o canal de serviço, porém a taxa de dados OTN, façam a indexação de suas mensagens baseados
reservada para o gerenciamento é dependente da taxa de dados em seu contador. Entre eles temos: FTFL (Fault Type
do quadro ODUk (k=1 ~300kbps / k=2 ~1,3Mbps / k=4 ~13 and Fault Locationchannel) que relacionada o tipo e
Mbps) [9][10]. O GCC pode ser transmitido tanto na camada local de uma determinada falha, o TTI (Trail Trace
OTU quanto na ODU. Identifier) utilizado para indicar o ponto de inicio e
Os campos alocados para o TCMi ( i igual 1 à 6), são destino do campo OTUk e o campo PSI (Payload
utilizados monitorar a qualidade dos enlaces em que trafega e Structure Identifier) utilizado para identificar o tipo
para supervisionar um segmento do caminho óptico que passa do mapeamento que estão sendo transportada [5][10].
por mais de um operador de telecomunicações, permitindo
monitorar até seis ligações TCM independentes [5][10].
Já os campos APS (Automatic Protection Switching) e PCC
(Protection Communication Channel), estão associados ao
protocolo de proteção, definidos na G.873.1.[12]
Os demais campos RES (Reserved for future international
standardisation) e EXP (Experimental) são utilizados por
funções não definidas. [9]

A. Detecção de Quadro e Multi-Quadro

O cabeçalho OTUk contém dados que são responsáveis


pelas áreas de alinhamento do quadro, identificação dos
segmentos e status do sistema [5]. Essas funções são definidas Figura 8 – Estrutura do Campo MFAS [10]
pelo FAOH (Frame Alignment Overhead) e estão presente em B. Seção de Monitoramento - SM (OTU-OH)
todos os quadros transmitidos. O FAOH tem dois campos que
operam com funcionalidades diferentes, o campo FAS
representado na Figura 7, e o campo MFAS (Multiframe Para que o sinal seja transmitido de forma confiável e
Alignment Signal) representado na Figura 8. eficiente, a estrutura do quadro OTN é composta por um
conjunto de campos que identificam falhas ou erros ao longo
da transmissão. Esse conjunto é denominado como seção de
monitoramento SM (Section Monitoring) e incluem os campos Tabela V – Verificação Logico do BIP-8.
BIP8, BEI/BIAE, BDI, IAE e TTI como apresentado na
Figura 9 [5]. Se a comparação for diferente de zero, indica que
durante a transmissão dos dados ocorreram erros nos
bytes do OPU. Porém este método de detecção de
erros é limitado devido detectar somente erros
impares, impossibilitando a detecção de todos os
erros ocorridos ao longo da transmissão.

Figura 9 – Estrutura da Seção de Monitoramento – SM

 TTI (Trail Trace Identifier) - É um byte composto por


64 multi-quadros, responsável por verificar a
continuidade entre a origem e o destino,
transportando mensagens dos pontos terminais e de Figura 10 – Verificação de Erros BIP-8 [10]
regeneração. Devido seu campo ter 64 bytes e um
 BEI (Backward Error Indication) - Composto por
multi-quadro ter 256 frames o campo será repetido 4
vezes. Para indexar a mensagem no campo TTI, é
quatro bits do SM indica o número de erros de BIP-8
utilizado o valor incrementado do campo MFAS que
que são detectados de uma estação local a estação
esta sendo transmitido [5]. Sua estrutura é composta
vizinha (remota). Se durante uma transmissão o
por três campos, dois de 16 bytes o SAPI (Source
receptor recebe um BEI com valores entre 0000 e
Access Point Identifier), que carrega as informações
1000, significa que o transmissor detectou entre 0 e 8
referentes à origem do sinal e o DAPI (Destination
erros de BIP-8, que ocorreram durante a transmissão.
Access Point Identifie) responsável por identificar o
De forma idêntica, se o receptor detectar erros de
ponto destino do sinal, e um de 32 bytes o Operator
BIP-8 no multi-quadro recebido, vai preencher
Control que pode ser utilizado pelas operadoras para
campo BEI com o número de erros detectados e vai
transportar informações especificas referente à rede.
transmitir a informação para o ponto transmissor. O
[10]
significado dos bits BEI é apresentado na Tabela V,
 BIP-8 (Bit-Interleaved Parity level 8) - Alocado no
onde também é possível notar que nem todas as
combinações são válidas e a sequência 1011 é usada
segundo byte do campo SM o BIP8 tem como
para indicar a ocorrência de BIAE [6].
função detectar erros no quadro, usando um código
 IAE (Incoming Alignment Error) - É responsável pela
com paridade par [2]. No transmissor, o BIP-8 é
calculado sobre todos os bytes do OPU do quadro x
indicação de falha no alinhamento do quadro para a
e inserido no campo BIP-8 dois multi-quadros depois
unidade à frente. Quando o transmissor esta com
x + 2. No receptor é efetuado o mesmo cálculo e o
problemas de alinhamento, o IAE envia para o
resultado é comparado com o campo BIP-8, recebido
receptor, através do bit 6 do byte 3 do SM, o bit ‘1’
dois multi-quadros antes [10]. O processo de
indicando erro de alinhamento, caso contrário é
verificação de erros de BIP-8 é realizado aplicando a
enviado o bit ‘0’ [10]. Para que o receptor apresente
operação logica XOR (ou exclusivo) do valor
o alarme IAE igual a 1, é necessário que ele receba 5
calculado do campo BIP-8 da transmissão com o
multi-quadro consecutivos com o sinal IAE em 1.
valor calculado do BIP-8 na recepção, como
Para que o alarme seja normalizado é necessário que
apresentado na figura 10 [6]. Dentro de uma
o receptor receba 5 multi-quadros consecutivos com
comparação a operação XOR retorna o valor “1”
IAE em 0. Quando o receptor apresenta o alarme
apenas quando os bits são diferentes, conforme
IAE em 1, ele ignora a contagem de erros de BIP-8
apresentado na tabela V.
[6].

 BIAE (Backward Incoming Alignment Error) -


A B S=A+B
0 0 0
0 1 1 Quando o alarme de BIP-8 é ignorado pelo receptor
1 0 1 no momento em que IAE apresenta o valor 1, o
1 1 0 campo BEI passa a ter o significado BIAE, tendo seu
campo preenchido pelo valor 1011, como
apresentado na Tabela VI [10]. É necessário receber
3 multi-quadro consecutivas com BIAE=1011 para A principal diferença entre o campo SM e PM é a função
que este sinal seja validado [6]. STATUS [4], indicado na Figura 11 com um circulo. Seu
campo é composto por três bits, responsáveis pela indicação
Tabela VI - Significado dos bits BEI/BIAE do cabeçalho SM [10] da presença de sinais de manutenção, conforme a Tabela VII
abaixo.
bits BEI/BIAE (SM) BIAE Erros BIP-8
0000 Falso 0
Tabela VII - Significado dos bits STATUS do cabeçalho PM [10]
0001 Falso 1
0010 Falso 2
0011 Falso 3 bits STATUS (PM) Estado
0100 Falso 4 000 Reservado para utilização
0101 Falso 5 futura
0110 Falso 6 001 Sinal normal
0111 Falso 7 010 até 100 Reservado para utilização
1000 Falso 8 futura
1001 ou 1010 Falso 0 101 Sinal de manutenção: LCK
1011 Verdadeiro 0 110 Sinal de manutenção: OCI
1100 até 1111 Falso 0 111 Sinal de manutenção: AIS

 BDI (Backward Defect Indicator) – É gerado quando o Como descrito na Tabela VII, quando o campo STATUS
transmissor envia para o receptor um sinal de apresenta uma sequência binaria igual a 001, o mesmo indica
manutenção (Tópico 4.3), para que ele altere o estado que não existem sinais de manutenção, porém as demais
do campo BDI de “0” para “1” e o reenvie para o sequências geram sinais de manutenção como:

 AIS (Alarm Indication Signal) - Consiste em colocar


transmissor [10]. Ele ocorre no sentido origem para o
destino, indicando falhas (alarmes) do tipo LOS (Loss
of Signal), LOS Sync (Loss of synchronize), LOF todos os bits do sinal ODU em ‘1’. Ele normalmente
(Loss of Frame), LOM (Loss of Multi-frame), AIS é gerado em um nó intermediário e sua transmissão
(Alarm Indication Signal) e TIM (Trail trace ocorre da origem para o destino [2]. Seu principal
Identifier Mismatch ). objetivo é indicar falhas no servidor de ODUk, em
Para validação do alarme BDI, é necessário receber seu próprio ODUk ou em falhas nos pontos de cross-
cinco multi-quadros com o campo BDI em “1”. Para conexão [10].

 OCI (Open Connection Indication) - É gerado quando


a normalização do alarme seja confirmada, o receptor
deve também tem que receber cinco multi-quadro
consecutivos com o campo BDI em “0”. o Transmissor não esta recebendo nenhum sinal do
transmissor respectivo, assim ele envia uma repetição
do padrão 0110 0110 em todos os bytes do ODU
[10].
C. Seção de Monitoramento - PM (ODU-OH)
 LCK (Locked) - Consiste na repetição do padrão 0101
O campo PM (Path Monitoring) indicado na Figura 8, 0101 em todos os bytes do ODU e é gerado a pedido
segue uma estrutura similar a do campo SM, porém ele contém do operador, para bloquear o acesso ao utilizador
algumas aplicações que geram alarmes não encontrados na [10].
camada OTUk e também tem sua localização diferente dentro
do quadro OTN. O campo SM está alocado dentro do Os sinais de manutenção não alteram o cabeçalho de
cabeçalho OTU, enquanto o PM pertence ao cabeçalho ODU. alinhamento, nem o cabeçalho OTU.

V. MAPEAMENTO, JUSTIFICAÇÃO E MULTIPLEXAÇÃO (OPU-


OH)

Devido à necessidade da utilização de protocolos com taxas


e padrões distintos em um único meio de transmissão, a
estrutura OPU OH (Optical Channel Payload Unit Overhead),
deve-se adaptar a todas. Porém para que isso seja possível é
necessário que durante o encapsulamento da carga útil seja
atribuído um cabeçalho a camada OPU, que informe qual o
Figura 11 – Estrutura da Seção de Monitoramento – PM [10]
padrão de mapeamento e justificação estão sendo utilizados.
transmitir carga útil do cliente. Se durante o encapsulamento
do sinal cliente for detectado que o relógio esta abaixo da taxa
A. Justificação
nominal do equipamento, o campo PJO será composto por
zeros [5].
O campo designado para o cabeçalho de Justificação é Devido o método síncrono não ter diferenças entre os sinais
utilizado quando existe um atraso entre o relógio do sinal de relógio do cliente com a taxa nominal do equipamento, não
cliente e o relógio interno do multiplexador OTN [2]. Sua haverá a necessidade de realizar a justificação, assim, o campo
principal função é fazer com que a carga útil (payload), PJO será composto por bytes de informação do cliente e NJO
sempre se mantenha com a mesma extensão, para que o tempo com zeros.
do payload seja constante na recepção do multiplexador, Na Tabela VIII e IX estão descritos como os campos JC
permitindo que o quadro OTN seja transparente ao relógio dos podem ser preenchidos para decidir se os bytes PJO e NJO
sinais cliente. utilizarão um mapeamento assíncrono ou síncrono.
Como demonstrado na Figura 12, à justificação pode
assumir duas condições diferentes dependendo de como a Tabela VIII - Composição dos campos JC, NJO e PJO
carga útil é entregue, entre elas; PJO (Positive Justification para mapeamento assíncrono [2][5]
Opportunity) quando o sinal cliente apresenta uma taxa efetiva
JC bits NJO PJO
menor que a taxa nominal do equipamento e NJO (Negative 00 Byte de justificação Byte de informação
Justification Opportunity), quando o sinal cliente apresenta 01 Byte de informação Byte de informação
uma carga efetiva maior que a taxa nominal do equipamento. 10 Não aplicável Não aplicável
11 Byte de justificação Byte de justificação

Tabela IX - Composição dos campos JC, NJO e PJO


para mapeamento síncrono [5]

JC bits NJO PJO


00 Byte de justificação Byte de informação
01 Não aplicável Não aplicável
10 Não aplicável Não aplicável
Figura 12 – Justificação PJO e NJO [9] 11 Não aplicável Não aplicável

No cabeçalho OPU demonstrado na Figura 6, existem Durante o mapeamento do sinal cliente, a estrutura OTN
também três bytes para controle de justificação, denominado tem que ter o controle sobre as variações nas taxas que a
como JC (Justification Control), que utilizam somente os bits camada OPUk recebe para que possa mapeá-la de forma
sete e oito como controle e os outros seis bits para aplicações adequada. Para que isso seja possível o cabeçalho OPUk
futuras [9]. Esses dois bits tem como função, indicar se os utiliza as seguintes técnicas de mapeamento:
campos NJO e PJO serão utilizados para justificação ou dados.
Para essa decisão é realizado três verificações entre os três  AMP (Asynchronous Mapping Procedure) – Os
bytes JC, criando assim o voto majoritário, os seja, após relógios originados dos tributários e os relógios do
efetuar as três leituras será optado a realizar o tipo de quadro OTN, operam de forma independente o que
justificação que apresentar no mínimo dois campos JC com obriga que ambos devam se adaptar. Para isso, é
valores iguais [2] [5]. Essa função diminui a probabilidade de utilizado à justificação de bit, que tem como função
uma tomada de decisão errada, caso uns dos campos apresente compensar essa diferença. Devido possuir apenas 1
algum bit errado. byte para realizar a justificação tanto positiva quanto
negativa, a justificação normalmente é aplicada,
quando a taxa de dados do tributário e a taxa
B. Mapeamento nominal do equipamento é próxima.

 BMP (Bit-synchronous Mapping Procedure) - O


O mapeamento é a função que permite que a estrutura OTN
quadro OPUk, deriva o seu relógio do sinal cliente
seja flexível, diante as diferenças de sincronismo de relógio e
[5]. Isso ocorre devido estarem sincronizados em fase
carga útil. Devido essas diferenças a estrutura OPUk, pode
e frequência, descartando a necessidade de
assumir dois métodos distintos de mapeamento, síncrono e
justificação, porém a carga útil do cliente deve ser
assíncrono.
fixa, sempre igual à taxa nominal do equipamento.
Quando se utiliza o mapeamento assíncrono e não haver a
 GMP (Generic Mapping Procedure) – Estrutura
necessidade de justificação devido o relógio do cliente estar
contido dentro da taxa nominal do equipamento, o campo NJO
também assíncrona como o AMP, necessita utilizar
estará composto por zeros e o PJO, terá seu byte ocupado com
justificação de bit para que seja possível compensar a
carga útil do cliente, isso se o sinal do cliente for menor que a
diferença de relógio entre a carga útil do cliente com
taxa nominal do equipamento [2]. Quando o sinal de relógio
a taxa nominal do equipamento. Porém sua estrutura
for maior o byte do campo NJO é utilizado também para
permite que os tributários variem sua carga útil de Na Figura 13 é possível verificar um exemplo de como é
uma forma genérica, durante o seu mapeamento na realizado a granularidade, utilizando uma única portadora
estrutura OPUk, sem a necessidade de bytes de óptica.
preenchimento já pré-definidos [1]. Esse formato
pode também ser desvantajoso pelo fato de permitir
somente justificação positiva, onde a carga útil
originada do sinal cliente deva ser sempre menor que
a taxa nominal do equipamento. O mapeamento GMP
é muito utilizado em redes que apresentam
granularidade, onde é utilizada a multiplexação de
tributários ODUs de baixa ordem em OPUk de alta
ordem [5].

 GFP (Generic Framing Procedure) – É uma estrutura


que permite tráfegos distintos sem utilizar bytes de
preenchimento pré-definidos para cada tipo de
cliente. Esse método tem como principal
característica, aproveitar os intervalos de tempo Figura 13 – Multiplexação ODUk
vagos, para permitir que as taxas fossem adaptadas
dentro da estrutura OPUk, utilizando quadros do tipo No padrão OTN, o menor container utilizado para
“Idle”, que preenche esses campos e mantém o tempo encapsular um sinal cliente é o ODU-0, que opera com taxas
total do quadro [5]. O GFP utiliza dois modos de de 1,25 Gbps, podendo transportar tributários com taxas
mapeamento dentro da mesma estrutura, o GFP-F inferiores, como o STM-1, STM-4 e Gigabit Ethernet. Porém
(Frame Mapped) e o GFP-T (Transparent) [4]. O devido sua hierarquia ser a menor do padrão OTN, ela permite
GFP-F espera a chegada de todo à carga útil do apenas uma taxa para cada ODU-0.
tributário, insere os “Idles Frames” caso haja a Segue abaixo, alguns exemplos de possíveis configurações de
necessidade e depois monta o quadro para que seja multiplexação: [7][10]
transmitido, permitindo assim atender os protocolos
com tamanhos variáveis (ex. Ethernet). Porém esse - Até 2 sinais ODU-0 mapeados em 1 OPU-1;
método causa atrasos nos serviços, devido a espera de - Até 4 sinais ODU-1 mapeados em 1 OPU-2;
toda a carga útil do sinal cliente antes de transmiti- - Uma combinação de sinais ODU-2 e ODU-1 mapeados em 1
los. Já o GFP-T utiliza o mapeamento CBR (Constant OPU-3;
Bit Rate) para clientes com taxa fixa. No momento - Uma combinação de sinais ODU-0, ODU-1 e ODU-flex
em que a carga tributaria é recebida, ela é mapeados em 1 OPU-2,
desmontada, decodificada e inserida em novos blocos - Uma combinação de sinais ODU-0, ODU-1, ODU-2, ODU-
codificados GFP que possui um tamanho pré- 2e e ODU-flex mapeados em 1 OPU-3.
definido. Esse processo permite que os dados dos
clientes sejam inseridos imediatamente quando
chegam, não havendo a necessidade de aguardar todo VI. FORWARD ERROR CORRECTION - FEC
o quadro antes de transmiti-lo [1]. Suas
características são ideais para protocolos que são
O Forward Error Correction (FEC) é uma ferramenta
mais suscetíveis a latência, como; Fiber Channel,
extremamente importante para o bom desempenho de redes de
Escon e Ficon.
ópticas. Seu principal objetivo é reduzir os erros de símbolo e
de bit no sinal original ao longo da transmissão. Essa técnica
C. Multiplexação permite que o sistema se torne mais robusto e eficiente diante
as barreiras físicas impostas pelo meio de transmissão,
Para permitir que redes OTN tenham granularidade é permitindo que o sistema opere por enlaces mais longos.
necessário que os sinais dos tributários com taxas distintas, O FEC é uma das um dos maiores responsáveis por
sejam multiplexados e mapeamentos em quadros ODUk de viabilizar o padrão OTN G.709 [10] comercialmente, por
baixa ordem para serem encapsulados em quadros OPUk de permitir que a informação transmitida seja recuperada com
alta ordem [5]. Esse serviço flexibiliza ainda mais o sistema, grande fidelidade e integridade no receptor. Sua técnica é
permitindo que em uma única portadora óptica (Canal) WDM, baseada na álgebra de Galois (matemático francês Évariste
transporte sinais de vários tributários com taxas e protocolos Galois), que utiliza o código corretor de erros Reed-Solomon,
diferentes sem alterar a “estrutura física” atual do sistema. criado por Irving S. Reed e Gustave Solomon, em 1960 [14].
Esse processo é realizado através de equipamentos Sua estrutura pertence a uma importante subclasse dos códigos
denominados comercialmente como combinadores e sua cíclicos que operam de forma não binária para produzir
característica de operação oferece maior granularidade à rede. redundância na informação durante a transmissão dos dados
que será utilizado no receptor, para corrigir erros gerados por agrupados. A capacidade de entrelaçamento de uma matriz
degradação do sinal [5][14]. pode ser atribuída pela sua ordem ou profundidade [5].
Essa técnica possibilita ganhos de até 6.2 dB ao longo de Como já informado nos tópicos anteriores, um quadro OTN
uma transmissão WDM, devido reduzir a quantidade de erros é constituído por 4 linhas de 4080 bytes. Para o processamento
em uma comunicação [2][4]. Com essa redução de potência no do FEC cada linha é dividida em 16 sublinhas denominadas
sistema, pode [6]: como palavras-código, conforme a Figura 15. No total cada
quadro (4x4080 bytes) é composto por 64 palavras código
- Reduzir os trechos com regeneração; (4x16 sublinhas), que são processadas independentemente.
- Atingir distâncias maiores; Os campos alocados para o FEC são tratados como código
- Aumentar o número de canais; cíclico sistemático, devido corresponder somente aos bytes
- Reduzir os efeitos não-lineares que penalizam a OSNR; que fazem a redundância, onde os bits informação não são
- Tornar o sistema mais robusto a degradações geradas pelo alterados dentro da palavra-código.
meio de transmissão.

O FEC definido na norma OTN, utiliza o código de erros


Reed-Solomon (255,239) com entrelaçamento de símbolos [4].
A designação RS (255, 239) indica que cada palavra código
é constituída por 255 símbolos de 1 byte, sendo que 239
símbolos são dados e os outros 16 são símbolos redundantes
de paridade [4][5]. Essa técnica permite que os erros causados
no sinal óptico por falhas em rajadas (frequentes em sistemas
ópticos), estejam distribuídos ao longo do quadro [2].
O entrelaçamento dos blocos deve ser realizado para que as
falhas por degradação afetem o sinal aleatoriamente, Figura 15 – Formato da Palavra-código
facilitando a correção dos bits e símbolo no momento da
decodificação. O código permite corrigir qualquer sequência
de 128 símbolos (oito por palavra-código) errados O código de blocos pode ter sua capacidade de correção
consecutivos por linha, desde que não haja mais erros na mensurada pelo parâmetro da distância de Hamming do
mesma, ou seja, como o quadro OTU é composto por 4 linhas, código. O parâmetro de distancia Hamming é à distância de
o código pode corrigir até 512 símbolos [7]. Hamming mínima entre duas palavras-código [6]. A distância
A Figura 14 apresenta um exemplo de como o mínima de um código dmin, é a menor distância de Hamming
entrelaçamento é desenvolvido. entre dois vectores válidos do código. Esse valor permite
identificar a capacidade de detecção de erros do código [d-1] e
a sua capacidade de correão [d-1/2] [6].
O código RS(255, 239) tem uma distância de Hamming
igual a 17, que permite corrigir no máximo 8 símbolos errados
por palavra-código e detectar até 16 símbolos errados para
cada palavra [6], onde cada 64 palavras-código de um multi-
quadro é composta por 1 byte do cabeçalho, 16 bytes de FEC e
os demais bytes de carga útil.
A recomendação ITU-T G.709 apresenta também, algumas
alternativas de estruturas para o quadro OTN com campos
para redundância de informação estendida, como: HD (Hard)
FEC e SD (Soft Decision) FEC, que quando utilizados em
Figura 14 – Entrelaçamento de Blocos [5] conjunto aumentam significativamente a capacidade de
correção do código. Esse conjunto de códigos, denominados
Na primeira etapa realizada pelo código, são inseridos em também como Códigos Turbos, são aplicados em transmissões
linhas os bits dos blocos que devem ser codificados, que irão de canais de 100 Gbps (OTU4) e tem um desempenho superior
compor toda a matriz de transmissão. Após a matriz estar ao do RS (255,239) [3].
completa é realizada a segunda etapa, onde os bits inseridos
em linhas devem ser extraídos, porém pelas colunas, gerando
uma sequência codificada que devera ser transmitida pelo VII. CONCLUSÃO
canal óptico. Na recepção, é realizado praticamente o mesmo
processo porem em ordem invertida. Quando o sinal estiver
em sua sequencia original os erros gerados durante a Com as informações descritas no trabalho, foi possível
transmissão, irão estar distribuídos em todo o sinal, o afetando entender como a OTN provou ser uma ferramenta
de uma forma menos agressiva. As matrizes utilizadas para extremamente importante para o desenvolvimento tecnológico
realizar o entrelaçamento, podem ter a quantidade de linhas e das redes ópticas. Apesar dos amplificadores serem o principal
colunas alteradas, oferecendo mais imunidade aos erros marco das comunicações ópticas, a estrutura OTN transformou
o sistema em algo extremamente viável para o mercado de Desde agosto de 2012 trabalha como analista na Padtec, onde atua na área de
Engenharia de Sistemas.
telecomunicações, criando confiabilidade e qualidade de
Tem interesse nas áreas de Comunicações Ópticas DWDM, Modulação DP-
serviço. QPSK e DP-xQAM e Amplificadores Submarinos.
Hoje o sistema de transmissão óptico, ultrapassou muito as
expectativas quando relacionados à banda e distância. Os
componentes de transmissão estão se tornando cada vez mais
avançados, com receptores, moduladores, protocolos e fibras
totalmente adaptáveis às necessidades do mercado.
Apesar de já existirem sistemas com capacidade de
transmissão maior que 1Tbps, novas tecnologias já estão em
desenvolvimento para transmissão de quadros OTU5 com
taxas de 400Gbps em uma única portadora.

REFERÊNCIAS

[1] TAFUL, Maria Catarina Rodrigues. Otimização e Planeamento de


Redes OTN Para Transporte de Tráfego Ethernet. Dissertação de
Mestrado. Técnico Lisboa. Lisboa. 2013

[2] PAIVA, Roberto Germani, MARCZRK, Samuel dos Santos.


Desenvolvimento de Módulos de Hardware para Recepção e
Transmissão de Quadros OTN. Trabalho de Conclusão de Graduação.
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre.
2007

[3] DIAS, Claudio F., 'et al'. Análise de Códigos Corretores de Erros
Aplicados a Canais Ópticos. In: XXX Simpósio Brasileiro de
Telecomunicações - SBrT’12, BRASI´LIA. 2012

[4] JORGE, José Miguel de Almeida Goucha. Redes Ópticas de Transporte.


Dissertação de Mestrado. Universidade de Aveiro. Aveiro. 2012

[5] BERNARDO, Rodrigo. OTN: a evolução das redes de transporte. Cad.


CPqD Tecnologia, v. 7, n. 2, p. 75-86. Campinas. 2011

[6] SANTOS, João Miguel Matos. Implementação em hardware de receptor


para redes ópticas de transporte. Dissertação de Mestrado. Universidade
de Aveiro. Aveiro. 2009

[7] Certificação Digital - 1012132/CA. Pontifícia Universidade Católica do


Rio de Janeiro

[8] MONTEIRO, Bruno de Oliveira. Redes de Transporte. INATEL. Santa


Rita do Sapucaí. 2012

[9] Padtec. Tecnologia OTN Visão Geral (foco G.709). Campinas. 2013

[10] G.709/Y.1331. Interfaces for the Optical Transport Network (OTN).


Geneve. 2009

[11] G872. Architecture of Optical Transport Networks. 2010

[12] G873.1. Optical Transport Network (OTN): Linear Protection . 2014

[13] Ciena. Rede de transporte óptico (OTN). Disponível na Internet.


http://www.ciena.com.br/technology/optical-transport-network/

[14] Wikipedia. Reed–Solomon Error Correction. Disponível na Internet


http://en.wikipedia.org/wiki/Reed%E2%80%93Solomon_error_correcti
on

Vinícius Cavalcante nasceu em Santo André, SP, em abril de 1985. Recebeu


o título de Tecnólogo em Telecomunicações pela Faculdade de Tecnologia da
Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP em 2010.

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