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Redes Comutadas
Os comutadores (switches) são dispositivos especializados usados para conectar duas ou mais
linhas de transmissão. Quando os dados chegam a uma linha de entrada, o elemento de
comutação deve escolher uma linha de saída para encaminhá-las. Pode-se dizer que um switch é
um dispositivo usado para conectar enlaces para formar uma rede maior.
Existem duas formas básicas para troca de informações em uma rede constituída por
enlaces diferentes:
a) Comutação por circuitos
b) Comutação por pacotes
Vantagens:
Garantia de recursos;
Disputa pelo acesso somente na fase de conexão;
Não há processamento nos nós intermediários (menor tempo de transferência);
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Controlo nas extremidades
Desvantagens:
Desperdício de banda durante períodos de silêncio (problema para transmissão de dados);
Sem correcção de erros;
Probabilidade de bloqueio (Circuitos ocupados em um instante)
Vantagens:
Uso optimizado do meio;
Ideal para dados;
Erros recuperados no enlace onde ocorreram;
Dividir uma mensagem em pacotes e transmiti-los simultaneamente reduz o atraso de
transmissão total da mensagem.
Desvantagens:
Sem garantias de banda, atraso e variação do atraso (jitter);
Por poder usar diferentes caminhos, atrasos podem ser diferentes;
Ruim para algumas aplicações tipo voz e vídeo;
Disputa nó-a-nó
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B - SEPARAÇÃO VERSUS INTEGRAÇÃO DE SERVIÇOS
As redes de comunicações que eram planeadas e optimizadas de acordo com um determinado
serviço, mediante os requisitos específicos de cada serviço.
Estas redes tiveram origem e evolução independente, utilizando diferentes tecnologias e
meios de transmissão;
A separação por serviço implicava a necessidade de providenciar acessos separados a
terminais distintos para as diversas redes;
A adopção de interfaces e protocolos diferentes e normalmente incompatíveis
comprometia seriamente a possibilidade de interfuncionamento entre as diferentes redes;
A existência de redes separadas não impedia, no entanto, a partilha duma mesma
infraestrutura de transmissão, recorrendo a técnicas de multiplexagem.
Esta situação traduzia-se em desvantagens económicas e operacionais para os operadores e
fornecedores de serviços e colocava restrições aos fabricantes de equipamento e aos
utilizadores.
Integração de serviços
De forma algo simplista poderia associar-se o conceito de integração de serviços à possibilidade
de transportar tráfego de diferentes serviços numa mesma rede, mas tal visão é redutora.
A partilha duma infra-estrutura de transmissão por fluxos de tráfego de vários serviços é
uma condição necessária, mas não suficiente para uma integração de serviços plena.
A integração de serviços tem, por isso, de ser perspectivada em vários aspectos complementares
e a sua viabilidade tem de ser analisada dos pontos de vista tecnológico e económico.
Tecnologias de suporte
A exploração do conceito de integração de serviços tornou-se viável com os avanços das
tecnologias digital e óptica.
Tecnologia digital
Permite integrar as operações de multiplexagem e comutação no mesmo equipamento
(convergência das tecnologias de transmissão e comutação);
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Permite uma forma comum (digital) de representação de informação e o seu transporte
independente do conteúdo (convergência de serviços);
Permite explorar novas arquitecturas e funcionalidades avançadas em equipamentos
terminais e de rede, possíveis com o aumento da capacidade de processamento e de
memória.
Recurso a técnicas de Processamento Digital de Sinais (que permitem, por
exemplo, compressão de sinais audiovisuais);
Redução do tempo de execução de operações críticas (por exemplo, comutação
rápida em hardware);
Desenvolvimento de aplicações / arquitecturas multimédia.
Tecnologia óptica
Viabiliza sistemas de transmissão de elevada capacidade (salientando-se a possibilidade
de exploração de multiplexagem de comprimento de onda).
A Rede Digital com Integração de Serviços (RDIS) foi concebida como uma evolução da rede
telefónica digital ou Rede Digital Integrada (RDI) e permitia suportar apenas serviços ditos de
banda estreita (débitos até 2 Mbit/s).
A evolução para uma Rede Digital com Integração de Serviços de Banda Larga (RDIS-BL)
baseava-se na extensão dos princípios da RDIS de forma a cobrir todos os tipos de serviços
(banda estreita e banda larga) e de utilizadores, mas a sua concretização pressupunha o projecto
e a implantação de uma nova infra-estrutura de rede, segundo um paradigma diferente do
adoptado na RDIS.
Neste contexto o ITU-T propôs a adopção do modo de transferência assíncrono (ATM –
Asynchronous Transfer Mode) como solução alvo para a RDIS-BL e a designação ATM
passou a ser usada para designar a solução especificada pelo ITU-T.
A integração de serviços é hoje indissociável da existência de redes de banda larga, mas não se
restringe a redes públicas nem tem necessariamente de se realizar segundo o modelo e as
soluções preconizadas pelo ITU-T.
Com excepção da adopção da tecnologia ATM, o conceito de RDIS-BL, como idealizado
pelo ITU-T, não chegou a concretizar-se.
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A integração de serviços em redes IP tornou-se possível com recurso a routers de elevado
desempenho (gigabit routers), com a adopção de modelos e mecanismos de suporte à Qualidade
de Serviço (QoS) e com a exploração de novas arquitecturas (como MPLS – Multiprotocol
Label Switching) que integram as funções de encaminhamento (routing) e comutação
(switching).
Tradicionalmente, a distinção entre serviços ditos de banda estreita e de banda larga era
colocada nos 2 Mbit/s (como assumido na RDIS)
Esta separação é algo artificial e estava relacionada com as limitações próprias da RDIS e
das técnicas de codificação então utilizadas.
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Em LANs verificaram-se também alterações significativas, tendo a evolução ocorrido em duas
direcções.
Aumento da capacidade das interfaces de acesso ao meio (por exemplo, de 10/100 Mbit/s
até 1/10 Gbit/s, em LANS IEEE 802.3)
Aumento da capacidade total instalada, com a introdução de comutadores, em alternativa
a soluções baseadas num único canal partilhado.
Não só um utilizador dispõe de maior capacidade no acesso ao meio, como
essa capacidade lhe é dedicada (com a limitação de uma possível sobrecarga
nas portas de saída dos comutadores e não pela contenção no acesso ao
meio)
Referências:
Olivier Hersent, Jean-Pierre Petit, David Gurle, "IP Telephony: Deploying Voice-over-IP Protocols",
John Wiley & Sons, ISBN-13: 978-0470023594, March 2015.