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REDES SDH

(SYNCHRONOUS DIGITAL HIERARCHY,


HIERARQUIA DIGITAL SÍNCRONA)

Prof. Carlos Messani


SDH: O QUE É?
• Rede SDH: é o conjunto de equipamentos e meios físicos
de transmissão que compõem um sistema digital
síncrono de transporte de informações.

• Este sistema tem o objectivo fornecer uma infra-estrutura


básica para redes de dados e voz, e actualmente é
utilizado em muitas empresas que prestam serviços de
Telecomunicações, públicos e privados, em todo o
mundo.
SDH: O QUE É?
As tecnologias SDH são utilizadas para multiplexação TDM com
altas taxas de bits.

• Meios de transmissão
• Fibra óptica (meio físico preferencial de transmissão).
• Interfaces eléctricas que permitem o uso de outros meios físicos de
transmissão (enlaces de rádios digitais e sistemas ópticos que
utilizam feixes de luz infravermelha).
SDH-HISTÓRICO/MOTIVAÇÃO
• Os primeiros sistemas de transmissão baseados em fibra óptica
utilizados nas redes de telefonia pública utilizavam tecnologias
proprietárias na sua arquitetura, nos formatos de multiplexação,
no software e no hardware, e tinha procedimentos de
manutenção diferenciados. Os usuários desses equipamentos
solicitaram ao mercado fornecedor que desenvolvesse uma
padronização de tecnologias e equipamentos de forma a
possibilitar a utilização de equipamentos de diferentes
fornecedores numa mesma rede.
SDH-HISTÓRICO/MOTIVAÇÃO
A tarefa de criar tais padrões começou em 1984, junto com
outras frentes de trabalho para outras tecnologias, e ficou
inicialmente a cargo da ECSA - EUA (Exchange Carriers
Standards Association). A ECSA desenvolveu o padrão SONET
(Synchronous Optical Network), que foi adotado, entre outros
países, nos EUA.
SDH-HISTÓRICO/MOTIVAÇÃO
Após algum tempo o ITU-T - Europa (antigo CCITT) envolveu-se
no trabalho para que um único padrão internacional pudesse
ser desenvolvido para criar um sistema que possibilitasse que
as redes de telefonia de países distintas pudessem ser
interligadas. O resultado desse trabalho foi o conjunto de
padrões e recomendações conhecido como SDH (Synchronous
Digital Hierachy), ou Hierarquia Digital Síncrona.
SDH/SONET-HISTÓRICO/MOTIVAÇÃO
O desenvolvimento do SDH levou a um ajuste no padrão
SONET para que os frames do 2 sistemas pudessem ser
compatíveis tanto em tamanho como em taxa de bits, de forma
que se pudessem interligar a redes do 2 padrões sem
problemas de interface.
SDH/SONET-HISTÓRICO/MOTIVAÇÃO
• Um grande esforço de padronização fez com que os padrões SONET
(Americano) e SDH (Europeu) se tornassem muito próximos.
• O padrão SONET é também uma arquitectura de multiplexação síncrona.
Cada canal opera com um relógio sincronizado com os relógios dos outros
canais.
• O sinal SONET transporta diferentes tipos de sinais PDH (Hierarquia
Digital Plesiócrona), através do quadro (frame) padronizado para sinais
elétricos denominado STS-N (Syncronous Transport Signal). Esse sinal, ao
ser convertido para óptico é denominado OC-N (Optical Carrier).
RELAÇÃO ENTRE OS SINAIS SONET E SDH
Taxa de Bits
SONET SDH
(kbit/s)
STS1, OC1 51.840 STM0
STS3, OC3 155.520 STM1
STS12, OC12 622.080 STM4
STS48, OC48 2.488.320 STM16
STS192, OC192 9.953.280 STM64
As hierarquais SDH também foram definidas para o transporte de células ATM e
pacotes IP empacotados em PPP (point-to-point protocol) ou HDLC (high-level
data link control).
UMA REDE SDH É COMPOSTA POR:

• Rede Física: é o meio de transmissão que interliga os


equipamentos SDH. Pode ser composta por: cabos de fibra óptica,
enlaces de rádio e sistemas ópticos de visada direta baseados em
feixes de luz infravermelha.
• Equipamentos: são os multiplexadores SDH de diversas
capacidades que executam o transporte de informações.
UMA REDE SDH É COMPOSTA POR:

• Sistema de Gerência: é o sistema responsável pelo gerenciamento


da rede SDH, contendo as funcionalidades de supervisão e controle
da rede, e de configuração de equipamentos e provisionamento de
facilidades.

• Sistema de Sincronismo: é o sistema responsável pelo


fornecimento das referências de relógio para os equipamentos da
rede SDH, e que garante a propagação desse sinal por toda a rede.
EXEMPLO DE REDE SDH
VANTAGENS DA SDH
Há normas até 10 Gbit/s: Apropriada para as rede de transporte.
STM-1 ⇒ 155.52 Mbit/s
STM-4 ⇒ 622.08 Mbit/s
STM-16 ⇒2488.32 Mbit/s
STM-64 ⇒9953.28 Mbit/s
STM-256 ⇒39.81312 Gbit/s (STM: Synchronous Transport Module).
Compatibilidade entre o equipamento de diferentes fabricantes e
entre as hierarquias europeias e americanas.
VANTAGENS DA SDH
Função de inserção/extracção simplificada. Como a tecnologia é
síncrona é fácil identificar os canais de ordem inferior.

Gestão centralizada fácil. A trama SDH dispõe de um número


elevado de octetos para comunicação entre os elementos de rede e
um centro de gestão centralizada, usando o sistema TMN
(Telecommunications Management Network).
VANTAGENS DA SDH
Elevada disponibilidade permitindo uma provisão rápida dos
serviços requeridos pelos clientes. Tal deve-se ao facto da SDH
fazer uso intensivo de software, em contrapartida com a PDH cuja
funcionalidade reside no hardware.

Elevada fiabilidade. As redes SDH usam mecanismos de


protecção que permitem recuperações rápidas a falhas (da ordem
dos 50 ms), quer das vias de comunicação, quer dos nós da rede.
VANTAGENS DA SDH
Normalização das interfaces ópticas (definindo os códigos a usar,
os níveis de potência, as características dos lasers e das fibras,
etc.).
Possibilidade de monitorizar o desempenho dos diferentes
canais.
 Plataforma apropriada para diferentes serviços.
DESVANTAGENS DA SDH
Técnica complexa devido à necessidade de registar a relação de
fase entre os sinais dos tributários e o cabeçalho.

justificação por octeto usada na SDH é mais problemática


relativamente ao jitter originado no processo de
desmultiplexagem, do que a justificação por bit.
Não suporta de modo eficiente as tramas Ethernet => SDH nova
geração
DESVANTAGENS DA SDH

A estrutura de multiplexagem não está organizada de modo muito


eficiente no que diz respeito ao transporte dos tributários CEPT.
Por exemplo, só é possível transportar 3x34 Mbit/s numa trama
STM-1, embora a capacidade do STM-1 permitisse 4x34 Mbit/s.

A estrutura de multiplexagem não está organizada de modo


uniforme no que diz respeito ao transporte dos tributários
plesiócronos. Um determinado tributário pode ser transportado
usando diferentes opções de multiplexagem.
EXEMPLIFICAÇÃO DO PAPEL DO TRANSPORTE
• A rede de transporte neste exemplo é representada pelo plano inferior e é
constituída por multiplexadores ADM interligados por fibras ópticas.
• A camada de rede de serviços é representada por centrais de comutação
telefónica (CC).
Tecnologias de rede
para o transporte: SDH
(Synchronous Digital
Hierarchy) , WDM,
(Wavelength Division
Multiplexing), OTN
(Optical Transport
Network)
REDE DE TRANSPORTE EM APLICAÇÕES
TELEFÓNICAS

Elementos de rede SDH


DXC: Cruzador digital
(digital crossconnect)
ADM: Multiplexador de
inserção/extracção (add/drop
multiplexer)

Elementos de rede telefónica


CL: Central telefónica local
CT: Central telefónica de
trânsito.
REDE DE TRANSPORTE EM APLICAÇÕES DE DADOS

Elementos de rede SDH


DXC: Cruzador digital (digital
crossconnect) ADM:
Multiplexador de
inserção/extracção (add/drop
multiplexer)

Elementos de rede de pacotes


ER: Edge router
CT: Core router

Numa rede IP (Internet Protocol) os routers são usados para encaminhar os pacotes Os edge routers
são aqueles que estão mais próximos do utilizador, enquanto os core routers fazem parte da dorsal
da rede.
ESTABELECIMENTO DE CAMINHOS
Fases do estabelecimento:
1) O sistema de gestão configura os diferentes elementos de rede envolvidos no circuito;
2) Os elementos de rede de serviço iniciam a sua actividade.
DEFINIÇÃO DOS ELEMENTOS DE REDE
Regenerador: Regenera o relógio e a forma dos sinais de entrada. Possui canais de
comunicação a 64 kb/s para transmitir mensagens.

Multiplexador terminal: Agrega sinais plesiócronos ou síncronos de modo a


formar sinais STM-N de débito mais elevado.
DEFINIÇÃO DOS ELEMENTOS DE REDE
Multiplexador de inserção/extracção: Permite extrair/inserir, quer sinais PDH,
quer sinais SDH de débito mais baixo do que o da linha.

Comutador de cruzamento ou cruzador (DXC,


digital cross-connect): Proporciona funções de
comutação apropriadas para estabelecer ligações
semi-permanentes a nível do VC-1, VC-3, VC-4, e
permite o restauro das redes.
DEFINIÇÃO DOS ELEMENTOS DE REDE
Os comutadores de cruzamento são usados para interligar anéis SDH, ou
como nós de redes em malha.
TOPOLOGIAS FÍSICAS
Topologia em cadeia

Topologia em anel com duas ou quatro fibras


TOPOLOGIAS FÍSICAS
Anéis unidireccionais e bidireccionais

Topologia emalhada (usada no núcleo central da rede)


A presença dos DXC permite implementar um
sistema de restauro dinâmico para fazer face a falhas
na rede. Com esta técnica o sistema de gestão da
rede reencaminha o tráfego por percursos
alternativos àqueles onde ocorreram falhas.
ESTRUTURA DA TRAMA BÁSICA

• Uma trama SDH básica (STM-1) contém três blocos:


Cabeçalho de secção (SOH, section overhead)
Ponteiro (PT): permite localizar a informação transportada no VC
Contentor virtual (VC): capacidade transportada + cabeçalho de
caminho.
ESTRUTURA DA TRAMA BÁSICA

• A duração da trama é igual a 125 μs, o que corresponde a 8000


tramas/s.
Representação bidimensional
de uma trama STM-1: matriz
com 9 linhas e 270 colunas, a
que correspondem 2430
octetos. Os diferentes octetos
são transmitidos linha a linha,
começando pela 1ª linha e 1ª
coluna.
FORMAÇÃO DA TRAMA STM-N

• Sinais SDH multiplex de ordem superior são obtidos


através de uma multiplexagem por interposição de
palavra (octeto) de vários STM-1
• O débito binário do sinal STM-N é N ×155.52 Mbit/s
FORMAÇÃO DA TRAMA STM-N
REDES SDH: CONSIDERAÇÕES FINAIS

A tecnologia SDH tem sido beneficiada pelos grandes


avanços dos processadores, das interfaces ópticas e das
metodologias de desenvolvimento de software
empregados nos equipamentos de rede e nos sistemas
de gerência.
REDES SDH: CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os diversos fornecedores desses equipamentos têm oferecido novas
facilidades que permitem otimizar as redes SDH. Dentre essa facilidade,
as mais relevantes são:

Maior integração nas interfaces de tributários, permitindo um maior números de


interfaces ópticas e eléctricas por placa, diminuindo o espaço físico ocupado pelos
equipamentos;

Integração de interfaces típicas de redes de dados, tais como LAN (Ethernet), ATM, FR
e IP, diretamente nos equipamentos SDH, com facilidades de configuração
implementadas em um mesmo sistema de gerência;
REDES SDH: CONSIDERAÇÕES FINAIS (CONT1.)

Equipamentos de usuário de tamanho reduzido (de mesa), com multiplicidade de


interfaces e capacidade para fazer parte de segmentos de rede STM-1 ou STM-4,
sem troca do equipamento;

Equipamentos de grande porte (STM-16 ou STM-64) com matriz que permite


conexões de canais de baixa e alta ordem configuráveis pelo sistema de gerência;

Equipamentos que podem fazer parte de mais de um segmento de rede


permitindo realizar conexões entre esses segmentos diretamente na matriz
através de configuração pelo sistema de gerência.
REDES SDH: CONSIDERAÇÕES FINAIS (CONT2.)

Entre os requisitos necessários para implementação e operação de


uma rede SDH, os mais relevantes são:
Implantação de rede física com plena diversidade de rotas para permitir o uso de
topologia de rede em anel;
Uso dos mecanismos automáticos de proteção de rota, de interfaces e da matriz
de conexão cruzada em toda a rede;
Implementação de um projeto de rede de sincronismo que permita evitar a perda,
a degradação ou eventuais loops do sinal de relógio mesmo em caso de falha
dessa rede;
REDES SDH: CONSIDERAÇÕES FINAIS (CONT3.)

Entre os requisitos necessários para implementação e operação de


uma rede SDH, os mais relevantes são:
Implementação de uma rede de dados confiável para o sistema de gerência (DCN
- Data Control Network) que seja inclusive a prova de falhas simples;
Implementação de um sistema de gerência compatível com o porte da rede, seja
pela capacidade de processamento e segurança de seus servidores e estações de
trabalho, como também pela capacidade de armazenamento de informações de
configuração dos equipamentos e serviços ativos;
Disponibilidade de pessoal treinado e capacitado para implantação, operação e
manutenção de rede SDH.

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