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02/03/24, 15:52 UNINTER

METROLOGIA
AULA 6

Prof. Carlos Eduardo Costa/Prof. Emerson da Silva Seixas

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CONVERSA INICIAL

O sucesso de uma empresa, independentemente de sua área de atuação, está atrelada à qualidade de
seus serviços e produtos. Especialmente no caso da indústria de fabricação, o sucesso está relacionado ao
seu compromisso com a qualificação de sua mão de obra no processo e controle dimensional e superficial
das peças. O caso, por sua vez, é resultado da qualidade dos instrumentos utilizados e a periodicidade da
calibração, ajustes e, se necessário, a substituição destes.

Uma das causas de erros de valores medidos são provenientes do instrumento. A longo prazo, a
precisão dos instrumentos são afetadas, indicando que é o momento de sua calibração.

A qualidade de uma peça ou produto está alinhada à adequação do sistema e periodiciade da


calibração dos instrumentos de medição, sendo a aplicação da ISO 9000 a base, uma vez que direciona
para a melhoria constante.

TEMA 1 – CALIBRAÇÃO DOS INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Desde os primórdios da humanidade, um dos grandes desafios sempre o processo de fabricação,

visto as proeminentes necessidades de criação de ferramentas necessárias à sua sobrevivência, como caça,
vestimenta, moradia.

As figuras a seguir ilustram um dos principais processos de fabricação, que é torneamento


(torneamento é o processo de usinagem, realizado no torno, sendo que por meio da remoção de cavaco,

normalmente, produz peças cilíndricas).

Em ambos os casos, cita-se a evidente presença da metrologia. No caso do processo de usinagem por
torneamento verificamos, por exemplo, a presença de aplicações da metrologia por meio das seguintes

situações:

1. Medição da peça;

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2. Velocidade de rotação da placa e peça;

3. Volume e pressão do fluído de corte;


4. Volume de cavaco gerado; e

5. Vida útil da ferramenta.

Crédito: Pixel B/Shutterstock; Pixel B/Shutterstock.

Interessante salientar que a fabricação de uma peça qualquer tem início muito antes de ligar a
máquina. Várias etapas precedem e são igualmente importantes para a efetivação da peça, destacando:

1. O arranjo físico;
2. A escolha da ferramenta correta (material, geometria); e
3. Instrumento de medição (adequação e calibração deste).

Impossível imaginar a produção de qualquer peça sem a presença da metrologia como ciência da
medição, assim como a metrologia sem o instrumento de medição.

Outra necessidade cada vez mais evidente para o homem é sua necessidade de locomoção. Direto ou

indiretamente, o veículo motorizado é o sistema de transporte mais utilizado. Nesta linha, destaca-se o
automóvel. A figura a seguir ilustra partes e situações comum a um carro, estando às mesmas também

vinculadas à metrologia e à consequente necessidade de calibração, visando a funcionalidade e segurança


do sistema.

Por meio da figura, verifica-se a necessidade do ajuste fino da chave para que ocorra o contato

perfeito com o miolo do ponto de partida, o velocímetro para identificação da velocidade, o disco de
frenagem e a pastilha, que quando em contato diminui a velocidade por frear o veículo. Outras situações

como a pressão do pneu, a chave com o torque necessário para apertar ou liberar peças diversas.

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Crédito: Mode design/Shutterstock.

Pelo tratado até então, a ciência metrologia, apesar de definida, e quase sempre visível também pode
ser considerada como uma ciência “onipresente”, ou seja, é infinitamente utilizada nas mais diferentes
áreas científica, industrial e legal.

Todas as situações anteriores se fazem possível por meio de instrumentos de medição, sendo
imprescindível imaginar o instrumento de medição, especialmente nos dias atuais, sem a calibração.

TEMA 2 – CONCEITOS DE CALIBRAÇÃO E AJUSTE

2.1 INTRODUÇÃO

Os processos de fabricação estão associados ao crescimento populacional, uma vez que o fato gera
uma constante necessidade de produtividade (produção com qualidade), quase que instantânea ou em

just time, quase sempre de forma seriada ou maciça.

Considerando o anteriormente exposto, salienta-se que entre os requisitos relacionados na ISO 9001,
norma esta que trata dos sistemas de gestão da qualidade nas organizações, o item 7.6 contempla os

requisitos técnicos necessários no controle de instrumentos de monitoramento e medição. Além do


destaque à medição, a norma ressalta a importância quanto à comprovação metrológica dos instrumentos

e equipamentos, quando tratados os seguintes pontos:

1. Aspectos como calibração;


2. Verificação;

3. Rastreabilidade metrológica; e
4. Ajuste, identificação, manuseio, entre outros.

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A calibração independe do sistema de unidade empregado (sistema inglês, ou sistema internacional),

sendo válida e necessária a ambos os casos, estando, portanto, vinculada ao conjunto de unidades de
base e de unidades derivadas, juntamente com os seus múltiplos e submúltiplos, definidos de acordo com

regras dadas, para um dado sistema de grandezas.

A definição é possível uma vez que, por meio do VIM, qualquer outra grandeza da mesma natureza
pode ser comparada para expressar, na forma de um número, a razão entre as duas grandezas. O fato se
torna possível através da materialização dimensional de valores obtidos por meio de instrumentos
idoneamente confiáveis, situação esta que também está devidamente vinculada à calibração.

Também é interessante ressaltar que, independentemente do método de medição empregado, sendo


método de medição direto ou método de medição indireto, os instrumentos utilizados devem obedecer
às mesmas qualificações quando tratado sobre calibração, uma vez que a fidelidade dos resultados está
atrelada ao grau de concordância entre indicações ou valores medidos.

É sabido e admissível que toda medida, possui certo grau de erro, oriundo de várias fontes (do
próprio instrumento, do operador, da peça, do ambiente) cabe, portanto, o conhecimento e minimização
ao máximo possível destes fatos, por exemplo, por meio da calibração e qualificação da mão de obra.

2.2 CALIBRAÇÃO

De acordo com o vocabulário internacional de metrologia – VIM, calibração é a operação que


estabelece, sob condições específicas, numa primeira etapa, uma relação entre os valores e as incertezas
de medição fornecidas por padrões e as indicações correspondentes com as incertezas associadas; numa
segunda etapa, utiliza essa informação para estabelecer uma relação visando a obtenção de um resultado

de medição a partir de uma indicação. A situação anterior é acreditada pela Portaria do Inmetro n.

029/1995. A citação anterior também é acreditada pelo BIPM – International Bureau of Weights and
Measures (Bureau Internacional de Pesos e Medidas).

Toda empresa que se preza a prestar serviços de qualidade, especialmente relacionadas à fabricação
de peças, deverá possuir em diferentes etapas do processo de instrumentos de medição calibrados.

Como resultado da calibração, a empresa contratada para essa função deverá fornecer à contratante

documentos relacionados à execução e validação da atividade por meio de uma declaração que pode ser
por meio de relatório técnico contendo:

1. Declaração de calibração;

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2. Diagrama de calibração; e

3. Curva de calibração.

Observação: de acordo com a atividade realizada e condição do instrumento calibrado, a contratada


poderá também apresentar propostas para correção aditiva ou multiplicativa da indicação com uma
incerteza de medição associada.

Importante: é comum em chão de fábrica algumas confusões devido a denominações errôneas.


Atenção! Convém não confundir a calibração com o ajuste de um sistema de medição, frequentemente
denominado de maneira imprópria de “autocalibração”, nem com a verificação da calibração – VIM.

As figuras a seguir ilustram as primeiras etapas destinadas a calibração e utilização de um


micrômetro. Em (a) o micrômetro externo, em (b) micrômetro interno e em (c) a aplicação do micrômetro
externo em linha de usinagem.

Em condição normal, a leitura observada no digital do instrumento deverá ser igual ao valor indicado
no bloco padrão. Caso isso não ocorra, ajuste funcional deve ser realizado no instrumento, visando a
correção deste. Essa operação deve ser realizada por profissional qualificado.

Crédito: Rito Succeed/Shutterstock; Rito Succeed/Shutterstock; Sutipond Somnam/Shutterstock.

As figuras (a) e (b) a seguir ilustram o sistema de calibração de uma balança. Em (a), a balança e o

conjunto de pesos padrões e, em (b), o peso padrão sendo posicionado sobre a mesa da balança. No caso
de balanças, a calibração é um processo de comparação direta entre o valor indicado no instrumento com

o valor de um padrão conhecido (peso padrão). O processo visa demonstrar o resultado verdadeiro da
balança, permitindo uma melhor avaliação, evitando erros, prejuízos e autuações de órgãos fiscalizadores.

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Crédito: Pencil case/Shutterstock; Travel mania/Shutterstock.

2.3 AJUSTE

Neste caso, o ajuste refere-se à realização ou necessidade de operação física sobre o mesmo, visando
e tendo como resultado valores diferentes aos anteriormente verificados, com o objetivo normalmente de

proporcionar sobrevida ao equipamento, porém considerando ainda dentro de limites de confiabilidade.

O ajuste pode ser realizado diretamente pelo usuário do instrumento. Como exemplo de ajustagem,
cita-se a zeragem, no caso de instrumentos analógicos (paquímetro e micrômetro).

Observação: sempre que um é ajustado, faz-se necessário à recalibração deste.

2.4 CALIBRAR

Resumindo o exposto, calibrar é uma forma de realizar a comparação dos valores de medição de um

instrumento que possui erros conhecidos (chamado de instrumento padrão) com um instrumento que
está em teste. É recomendado que a operação seja realizada por profissional especializado, por meio de

instrumento também de alta resolução, em ambiente adequado, sob condições específicas, fazendo com

que a calibração exija considerável investimento relativo. Diante do caso, é recorrente entre iniciantes, a
pergunta:

Por que calibrar?

Pela busca em alcançar resultados mais consistentes durante a medição, é um dos motivos mais
importantes condizentes à calibração, tendo sempre em vista o conhecimento da exatidão e incertezas

envolvidas.

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A confiabilidade de uma medida ou sistema de medição está atrelada à possibilidade da

rastreabilidade. E a rastreabilidade metrológica só é possível quando uma cadeia contínua e documentada


de calibrações, é aplicada, e cada uma contribuindo para a incerteza de medição. Nesta linha, é

fundamental ressaltar que o erro de uma medição é resultado da confiabilidade do sistema e medição
menos o valor real obtido durante a medição de uma peça.

De volta à interdisciplinaridade, a figura a seguir ilustra por meio de uma torre de ferramentas em
máquina comandada por computador (CNC), a validação da metrologia no meio industrial. Neste caso,
verifica-se a necessidade da calibração posicional da ferramenta através de um cabeçote micrométrico.

Durante usinagem, o calor gerado pelo atrito entre a ferramenta e o material, provoca desgastes também
micrométricos, que podem ser compensados, por meio de ajustes pré-determinados durante a
programação.

Crédito: Dmitry Kalinovsky/Shutterstock.

TEMA 3 – DOCUMENTOS DE UM SISTEMA METROLÓGICO

3.1 IMPORTÂNCIA DOS DOCUMENTOS

De um modo geral, fazem parte do escopo de uma empresa documentos técnicos, administrativos e

fiscais. Esses documentos estão relacionados à vida ativa e pregressa da empresa, sendo que quão mais
completos forem esses arquivos menores será a possibilidade de penalidades sofridas e maiores as

possibilidades de recorrer caso aconteçam.

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Quanto ao departamento técnico, os documentos são compostos de desenhos, normas, catálogos

folhas de processos. Sobre a metrologia ressaltam-se: os relatórios, desenhos, números, símbolos e as


normas de embasamento.

De acordo com Lira, (2010), os registros são os documentos que demonstram o cumprimento de todo
o planejamento da confirmação metrológica, estando, portanto, sujeitos aos procedimentos da empresa
quanto à disponibilidade, controle, arquivo, indexação e preservação.

Existe certa similaridade o que provoca alguma confusão quando da definição entre calibração e
comprovação metrológica. Deste modo, sugere-se observar que: a calibração é uma das etapas inerentes

à comprovação metrológica dos instrumentos de medição.

A documentação metrológica valida a execução das atividades pertinentes aos instrumentos e


sistemas empregados. Da mesma forma, a obediência aos procedimentos e à hierarquia da calibração dos

instrumentos padrões, utilizados como referência validam os resultados obtidos.

Após a calibração, um documento certificado deve ser emitido. Prioritariamente, o certificado deverá
possuir as seguintes identificações básicas:

1. Título – Certificado da calibração;


2. Nome e endereço do laboratório certificador;
3. Nome e endereço do cliente;
4. Descrição do instrumento calibrado;
5. Identificação do padrão utilizado;
6. Condições ambientais;

7. Evidência da rastreabilidade da medida;


8. Data da calibração;

9. Resultado das medidas;


10. Nome, cargo e assinatura do responsável técnico; e

11. Declaração de que os resultados aplicam-se somente ao instrumento calibrado.

É fundamental que exista um banco de dados com informações sobre todos os instrumentos e

sistemas de medição, com o intuito de se poder verificar a qualquer momento o histórico dele, por quais

procedimentos já passou, se precisa da substituição de peças ou se este já atingiu seu fim de vida.
Responsabilidade igual deve ser adotada ao se tratar sobre a calibração dos instrumentos.

A calibração de instrumentos pode ser realizada em:

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1. Em campo, direto na fábrica; e

2. Em laboratórios específicos.

Em ambos os casos, padrão de referência deve ser utilizado, por técnico credenciado e emitido
relatório comprobatório da atividade e resultados. Por meio da calibração e documentação sobre o
evento, torna-se possível identificar e quantificar, controlando erros e incertezas nos processos de
fabricação, colocando-os sob nível aceitável.

Para a consolidação da conformidade em sistemas de gestão da medição, a ABNT NBR 10012


estabelece como princípios básicos as seguintes etapas:

1. A calibração;
2. A verificação metrológica; e
3. Ações e decisões.

3.2 CALIBRAÇÃO EM LABORATÓRIOS ESPECÍFICOS

De acordo com o porte da empresa de atuação, caso não possuam laboratórios específicos, é normal
periodicamente seguindo seu planejamento de calibração, o envio de seus instrumentos de medição para
laboratórios certificados, acreditados pela RBC/INMETRO – Rede Brasileira de Calibração/Instituto
Nacional de Metrologia e Qualidade, sendo que estes trabalham segundo as Normas ABNT NBR ISO/IEC
17025:2005.

Por meio da rede brasileira de calibração – RBC, unem-se pesquisadores, gestores públicos e
privados, indústria e população (produtor e cliente) como atores preponderantes, rumo à melhoria

contínua, por meio da busca e disseminação da otimização dos processos e sistemas tendo por meta, o
asseguramento da qualidade em todos os níveis. Como missão, a RBC objetiva promover à cultura

metrológica, o desenvolvimento da competência dos laboratórios, a demanda de serviços metrológicos,


relacionados à calibração de instrumentos e sistemas de medição.

A figura a seguir ilustra a calibração de um relógio comparador em ambiente de laboratório. Neste

caso, através da rotação do colar micrométrico realizado pelo técnico, a haste vertical se desloca,
provocando a movimentação do ponteiro do relógio comparador.

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Crédito: Travel mania/Shutterstock.

3.3 CALIBRAÇÃO EM CAMPO

A calibração de instrumentos em campo, cada vez mais tem sido utilizada por ser uma alternativa
otimizada e rápida, sendo o meio mais indicado para linha de produção contínua e que requer constante
medição, impossibilitando o afastamento do instrumento por tempo considerável. Estando já disponível
para uso após o processo de calibração, evitando situações adversas como a parada da linha, por ter sido
o instrumento encaminhado para o laboratório específico e não retornado no prazo contratado.

Recomendação:

1. O ideal é sempre ter a disposição instrumentos de reserva, para que seja suprida a necessidade da

linha de produção, quando o instrumento efetivo for para a calibração, seja ela realizada em campo
ou em laboratório.

2. Trabalhe sempre com fabricantes e fornecedores idôneos, que estejam sempre do seu lado,
fornecendo soluções técnicas durante a vida útil do instrumento.

3. A calibração adequada e periódica, assim como a manutenção preventiva, é sempre a preferida em


relação à manutenção corretiva de qualquer instrumento de medição.

Atenção:

Quando não obedecida a periodicidade da calibração e quando realizada ou documentada


erroneamente, isto compromete os resultados obtidos durante o processo de fabricação, pois esses

inconvenientes contribuem para o mascaramento dos resultados reais de medição da peça ou produto.

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Tão importante quanto à calibração, de acordo com o vocabulário internacional de metrologia – VIM,

o material de referência certificado – MRC, trata-se do material de referência acompanhado de uma


documentação emitida por uma entidade reconhecida, a qual fornece um ou mais valores de

propriedades especificadas com as incertezas e as rastreabilidades associadas, utilizando procedimentos


válidos.

A figura a seguir ilustra a calibração de um paquímetro digital quadrimensinal em laboratório


específico. Esse caso apresenta uma mesa metrológica dotada de barramento com a possibilidade de
montagem de blocos padrões e suas respectivas movimentações de acordo com a necessidade em

alcançar valores dimensionais, de acordo com a necessidade e expectativa de tolerâncias.

Crédito: Kimtaro/Shutterstock.

TEMA 4 – O QUE UMA EMPRESA PODE VISAR COM A CALIBRAÇÃO DE


INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

4.1 INTRODUÇÃO

A princípio, o grande benefício que uma organização bem avaliada pelos sistemas certificadores é a

possibilidade da abertura de novo mercado e a consolidação dos clientes já conquistados.

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Crédito: Alexander Supertramp/Shutterstock.

Internamente à própria empresa, os benefícios podem ser verificados quanto à vida útil de uma

ferramenta. A figura a seguir ilustra um sistema óptico de medição, utilizado na calibração de ferramenta
sobre um cabeçote fresador (Fresamento é a operação de usinagem destinada à fabricação de peças, por
meio da remoção de cavaco, sendo que normalmente resulta em uma superfície plana).

Crédito: Alexander Tolstykh/Shutterstock.

Toda empresa voltada à fabricação de elementos mecânicos deve ter seus instrumentos de medição
devidamente calibrados, considerando que esse processo experimental é o responsável por mensurar a

exatidão destes.

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A base para a calibração será sempre o instrumento ou peça padrão. A busca pela calibração

dimensional cada vez mais tem sido requerida no mercado industrial. Indiscutivelmente, a cada dia
observa-se a tendência mundial em agregar valor ao produto, com o menor dispêndio financeiro possível,

de modo a obter resultados otimizados no menor espaço de tempo.

Com certeza, o alcance desse resultado está vinculado ao grau de confiabilidade que seus produtos
alcançam quando expostos ao mercado, cada vez mais exigente alimentado e capacitado por diferentes e
abrangentes meios digitais.

O fato anterior provoca acirrada competitividade mercadológica, forçando os produtores, além da

prática diária, em sua linha de manufatura, a efetivação da documentação formalizando, deste modo, seus

sistemas de fabricação e especialmente os sistemas metrológicos empregados no controle de seus bens.


Cada vez mais muitos desses sistemas estão sendo empregados em forma de marketing institucional,
agregando o valor almejado.

Internamente, a documentação digital ou impressa faz parte de uma organização consolidada ou em


busca da consolidação por meio de acreditação diante de auditorias internas, externas e certificações.
Esses elementos que anteriormente eram considerados como diferencial, hoje são obrigatórios à
sobrevivência e ganhos, por exemplo, em caso de licitações.

Observação:

O processo de calibração pode variar em tempo e complexidade, de acordo com o instrumento que
será calibrado, resultando em maior ou menor investimento necessário. As variações podem também
ocorrer quando calibrados instrumentos de identificação técnica.

A calibração de um instrumento de medição é extremamente importante, razão pela qual a ISO


9001:2015, nos itens 7.1.5.1 e 7.a.5.2, ressalta a obrigatoriedade do fabricante em assegurar os resultados

metrológicos de seus instrumentos, sendo que isso pode ser feito por meio de calibração ou validação.

Associado à calibração, a tolerância dimensional é uma das situações favoráveis à intercambiabilidade


(possibilidade de troca de peças sem a necessidade de ajustes prévios). A figura na sequência ilustra uma

fábrica com tendências à indústria 4.0.

Por meio a esta, verifica-se diversos robôs em processo de soldagem, atuando simultaneamente. O
fato se faz possível por meio de programação computadorizada e de aplicações metrológicas,

considerando de modo especial a tolerância durante o deslocamento e a precisão quanto ao ponto de


soldagem.

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Crédito: Gorodenkoff/Shutterstock.

4.2 RESPONSABILIDADES DA EMPRESA CERTIFICADORA

São requisitos essenciais a uma empresa responsável pela calibração de instrumentos de medição,
requisitos técnicos e organizacionais, como padrões calibrados à Rede Brasileira de Calibração – RBC, mão
de obra qualificada e estrutura de laboratório que permita a rastreabilidade de medição.

Ainda que indiretamente, todo equipamento em determinado momento esteve em uma linha de
fabricação e passou pela necessidade de calibração. Especialmente instrumentos destinados à área
médica. A figura a seguir ilustra um equipamento da área da saúde e que pode ser responsável pela
sobrevivência ou não de uma pessoa.

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Crédito: Bildagentur Zoonar GmbH/Shutterstock.

A figura na sequência ilustra vários tipos de balanças. Por meio dos vários modelos, identifica-se a

diversidade de aplicação, sendo que todas estão relacionadas ao comércio. Imagine o inconveniente que a
falta de calibração desse instrumento pode causar ao relacionamento entre o fornecedor e o cliente. A
situação é apenas mais uma das justificativas e benefícios da obediência do fornecedor em obedecer a
legislação metrológica.

Crédito: Nadiinko/Shutterstock.

De acordo com a ISO 9001, apresentado no item 7.6, requisitos indicados para a confirmação
metrológica de uma empresa. Define-se confirmação metrológica como sendo um conjunto de operações

que visam garantir que o dispositivo de medição se encontra em estado de conformidade com as

especificações técnicas para utilização.

As figuras (a) e (b) a seguir ilustra um instrumento de medição que, depois de ensaiado e aprovado, é

então selado pelo fabricante, sendo então disponibilizado ao mercado. Em (c), o selo de indicação da
origem do equipamento de modo simplificado, etiqueta normalmente exposta na embalagem.

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Crédito: Henadzi Kllent/Shutterstock; Arcady/Shutterstock; DinoZ/Shutterstock.

Por meio das figuras anteriores, conclui-se a validação da implementação da confirmação


metrológica, afirmando que o instrumento obedece a confiabilidade metrológica.

Observe a figura a seguir e responda:

Sendo você o responsável técnico por validar a emissão de um relatório, certificando a calibração da
balança, o que sugere?

Crédito: Anatolir/Shutterstock.

TEMA 5 – MÉTODOS E FREQUÊNCIA DE CALIBRAÇÃO

5.1 INTRODUÇÃO

A frequência ou periodicidade de calibração deve estar documentada, sempre observada e

obedecida. Essa informação é crucial para as empresas certificadora e certificada, pois é por meio da

calibração que se tem a certeza de que o instrumento está medindo corretamente os valores de acordo
com suas especificações técnicas, garantido ao usuário que este está conforme em relação aos valores

mensurados.

A frequência da calibração também está relacionada aos diferentes métodos e técnicas utilizadas,

podendo ser divididas em duas categorias:

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1. Calibração de rotina (dia a dia da fábrica); e

2. Calibração para fins especiais (calibração altamente precisa do instrumento).

5.2 FREQUÊNCIA DE CALIBRAÇÃO

Periodicamente, todo e qualquer instrumento de medição deve ter suas condições técnicas

observadas, para tanto se recomenda observar:

1. Data de validade da calibração;


2. Sensibilidade deste;
3. Área de atuação; e
4. Vida útil.

Obrigatoriamente, um instrumento de medição deve ser calibrado, quando:

1. De acordo com a recomendação do fabricante;


2. Após qualquer choque mecânico (queda) e exposto a grande diferença de temperatura

(excessivamente baixa ou alta); e


3. Periodicamente (na maioria das vezes, anualmente, semestralmente).

Indicação:

No caso de instrumentos como paquímetro e micrômetro, por exemplo, a verificação inicial pode ser
realizada pelo próprio operador da máquina, por meio de um bloco padrão, ou outro elemento de
medição certificado pela RBC. Uma vez verificados desvios, uma análise mais detalhada deverá ser
realizada por especialista em calibração.

Situações que podem abreviar a necessidade de calibração de um instrumento de medição:

1. Uso inadequado;

2. Condições ambientais; e

3. Danos no instrumento.

A frequência da calibração e o estabelecimento de um programa responsável devem ser

estabelecidos, tendo em vista a padronização do procedimento.

A figura a seguir ilustra a certificação base especialmente para a indústria metal mecânica. Esse selo
certifica que a empresa, peça ou produto está em conformidade com a o sistema ISO de qualidade e os

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instrumentos de medição utilizados para a verificação dimensional, está no cumprimento da frequência de

calibração.

Crédito: Maxx-Studio/Shutterstock.

5.3 PARA PENSAR, REFLETIR E PESQUISAR

Quantos certificados você ou sua empresa possui ou almeja para os próximos dois anos? O que você
e sua empresa têm feito para a concretização da questão anterior?

Crédito: Design tech art/Shutterstock.

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FINALIZANDO

Por meio deste estudo, identificou-se a importância e algumas definições relacionadas à calibração,

por meio de verificar a precisão do instrumento e determinar a rastreabilidade deste. Os objetivos da


calibração, as duas grandes áreas para a execução desta: em campo e em laboratório.

Vimos as vantagens e ocorrem quando aplicada à calibração de modo adequado e obedecida a


periodicidade do processo. O reconhecimento da RBC – Rede Brasileira de Calibração, como base e
incentivo à calibração de instrumentos de medição, seguido de sua devida documentação por meio de

relatórios, gráficos e indicadores da qualidade.

Tratamos da importância de técnico qualificado e certificado diante da calibração de instrumentos de


medição. Por fim, é interessante ressaltar que, apesar de considerável, o investimento da calibração,
importante imaginar a perda com retrabalho, refugo e mesmo perda de cliente devido a erro resultante da
falta de calibração e certificação de instrumentos. É sempre um prazer compartilhar o conhecimento. Bons
estudos!

REFERÊNCIAS

ALBERTAZZI, A.; SOUSA, A. R. Fundamentos de metrologia científica e industrial. São Paulo:


Manole, 2008.

BRICS. Certificações de Sistemas de Gestão e Produtos. Disponível em: <https://www.brics-


ocp.com.br/o-que-e-o-inmetro/>. Acesso em: 17 dez. 2022.

INTERNATIONAL Vocabulary of Metrology Basic and general concepts and associated terms. JCGM,
200: 2012.

LIRA, F. A. Metrologia dimensional: técnicas de medição e instrumentos para controle e fabricação

industrial. 1. ed. São Paulo: Editora Érica, Saraiva, 2015.

TOLEDO, J. C. Sistemas de Medição e de Metrologia. Curitiba: Intersaberes, 2014.

VIM. Conceitos fundamentais e gerais e termos associados. 1. ed. Duque de Caxias: INMETRO,

2012. 94 p.

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