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INSTITUTO DE LOGÍSTICA DA AERONÁUTICA

DIVISÃO DE ENSINO
::: SEÇÃO DE AVALIAÇÃO :::
TRABALHO AVALIADO INDIVIDUAL

1S Carlos Eduardo Oliveira PASSOS – ALA 12

CAM 1/2021
Fundamentos da Corrosão

RIO DE JANEIRO, 2021


INTRODUÇÃO

Quando lidamos com a aviação e mais especificamente com a manutenção de aeronaves, a


capacitação do pessoal, o constante treinamento e a atualização dos recursos humanos são indispensáveis
para uma operação segura durante o voo. Sendo assim é fundamental que toda ação de manutenção seja
baseada em publicações técnicas sejam estas do fabricante ou outra forma de publicação regulamentada e
aprovada pela DIRMAB, pois só assim o mantenedor tem a segurança e a garantia de estar fazendo o
procedimento correto de manutenção e garantindo assim a segurança de voo.

DESENVOLVIMENTO

Para este estudo foi avaliada uma estrutura que compõe a parte frontal das aeronaves F-5EM e
F-5FM. Esta estrutura é conhecida como para-brisas figura 1.

Figura 1

O para-brisas é constituído de acrílico em sua parte transparente e a parte perimetral é formada por
uma liga de magnésio, devido à leveza associada à resistência mecânica que este material possui.

As aeronaves F-5 são equipamentos de alta performance. Sendo assim sua operação por si só já
ocorre em um cenário onde as condições são extremas. Além disso, as aeronaves ficam dispostas nos
hangaretes que, embora promovam proteção contra uma boa parte das intempéries, não são 100% eficazes.
Vale lembrar também que no caso em questão, as aeronaves operam em Santa Cruz, ou seja, área com
proximidade de maresia.

Estes fatores por si só já funcionaram como agentes potencializadores do processo de corrosão da


referida peça. Todavia, eles não foram os responsáveis pelo início do processo.

Ao fazer a coleta de dados com o pessoal da seção de estruturas foi passado que a referida peça se
encontrava com sua película de proteção, a pintura, com diversos pontos danificados ou seja, apresentava
falhas no recobrimento da peça e que não havia sido feito um tratamento adequado em sua última inspeção,
pois a corrosão estava em estágio bem avançado como podemos observar na figura 2. De fato foram estes
fatores que ocasionaram a corrosão na peça

Figura 2

Da imagem encontrada na figura 2 podemos constatar que a corrosão foi do tipo galvânica e que
ocorreu de forma generalizada. No geral é mais comum encontrar nas inspeções de corrosão desse item a
corrosão do tipo filiforme, onde são formados linhas como um rio e seus vários afluentes, com extensões
variadas.
Neste caso tivemos algumas perdas que podemos considerar como diretas, pois tivemos material
gasto bem como horas de mão de obra utilizada na recuperação desta peça para fazermos a remoção e a
pintura da mesma. Tivemos ainda os gastos indiretos com o tempo em que a aeronave precisou ser
indisponibilizada para ser realizado o tratamento e a futura proteção da peça.

Para o processo de remoção desta corrosão irá utilizar um método mecânico de remoção com o uso
de materiais abrasivos que literalmente irão arrancar o material corroído até a chapa sem danos.

No caso em questão estamos trabalhando com uma peça cujo material de sua confecção é uma liga
metálica que como já mencionamos tem sua composição predominantemente em magnésio. Neste caso
pode ocorrer a existência de diferença de potencial entre o magnésio e os grãos adicionados para se obter a
liga. Aqui temos que o magnésio agiu como agente redutor perdendo elétrons e, consequentemente,
oxidando-se. Já os grão adicionados que foram adicionados para formar a liga funcionaram como agentes
oxidantes e ganharam os elétrons perdidos pelo magnésio.

No GLOG12, mais especificamente na manutenção das aeronaves F-5, além de seguir fielmente o
preconizado no MCA 66-7, são seguidas também outras normas como a TO 1-1-691 e o Boletim Técnico
da PAMA-SP número SP12 536 F-5 107.

A TO 1-1-691 regula o tempo entre a lavagem das aeronaves. No caso dos F-5 da ALA 12, com sua
operação é predominantemente em região litorânea, o manual prevê que as aeronaves não devem ficar mais
de 30 dias sem que sejam lavadas. Essa medida tem por fim reduzir a presença do eletrólito na possível
reação de corrosão.

Já o Boletim SP12 536 F-5 107 regulamenta o período em que as aeronaves devem passar por uma
inspeção de corrosão. Devido às circunstâncias de operação já mencionadas, as aeronaves F-5 da ALA 12
passam por inspeção de verificação em pontos específicos mais propensos à corrosão. Esta inspeção ocorre
a cada 45 dias e constatada a corrosão é feita a remoção geralmente por um método mecânico e tratada
quimicamente com películas de proteção (Primer e tinta).

CONCLUSÃO

Como pudemos ver é essencial para uma operação segura que todos os procedimentos estabelecidos
nas publicações técnicas sejam fielmente seguidos. Em se tratando de corrosão isso faz-se ainda mais
necessário visto que se trata de um processo natural e que muitas vezes conseguimos apenas retardar seus
efeitos apenas.

Por isso é fundamental o engajamento máximo de todos os componentes da manutenção nessa


empreitada, pois somente assim conseguiremos afastar as possíveis perdas e danos, sejam leles diretos ou
indiretos.
REFERÊNCIAS

1. Material didático FCO


2. MCA 66-7
3. BT SP12 536 F-5 107
4. Fotos retiradas do hangar do 1 GAVCA

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