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1.

CICLO DE VIDA ÚTIL DE UMA AERONAVE

A vida útil de uma aeronave comercial ou executiva é medida normalmente em


número de ciclos de pressurização ou por número de pousos. Uma aeronave, a medida
que sobe, necessita que sua cabine seja pressurizada, para que seja mantida uma pressão
adequada para respiração dos passageiros e tripulantes. A pressurização é um dos
fatores que provoca estresses estruturais em toda a fuselagem, gerando então a fadiga
mecânica dos materiais, justificando então a utilização como parâmetro para um ciclo.
É necessário que seja feito o acompanhamento desse processo de fadiga, e
evitar qualquer tipo de catástrofe. Por isso, são realizadas inspeções e testes não
destrutivos, sendo estes cada vez mais utilizados para aumentar a vida útil das
aeronaves, acompanhando sempre via manutenção preventiva o estado de cada
componente vital para um voo seguro.
A manutenção das aeronaves tem um papel fundamental para garantir a sua
vida útil, realizando além de inspeções, reparos estruturais que irão assegurar a
integridade durante a operação. Estes reparos possuem limites, e chegando em um
determinado número de reparos, fica inviável manter a aeronave pois haverá um
aumento significativo de custo relacionado a manutenção.
Figura X – Reparo Estrutural em uma Aeronave

Fonte da Imagem : https://goo.gl/yag45T


A corrosão é um fator que reduz a vida útil das aeronaves, e que deve ser
observado ao longo da operação, principalmente se a aeronave estiver sendo utilizada
próxima ao litoral, onde existe a possibilidade da mesma ter pernoites em aeroportos
onde a umidade é alta. Os materiais que sofrem corrosão, são limitados também em sua
reciclagem futura, pois este fenômeno de oxidação dos metais pode diminuir as
qualidades mecânicas e químicas do material, deixando-o impróprio ou inviável para
reutilização em outra aplicação.
Figura X – Exemplo da corrosão em uma aeronave.

Fonte da Imagem : https://goo.gl/yag45T


Uma catástrofe causada pela oxidação aconteceu em 28 de Abril de 1988, em
um Boeing 737 da Aoha Airlines, que durante o voo teve parte da fuselagem frontal
superior arrancada em voo, pelo fato da estrutura corroida não suportar mais a pressão
da pressurização.
Figura X – Acidente com o Boeing 737 da Aloha Airlines

Fonte da Imagem : https://goo.gl/yag45T


Aeronaves são máquinas caras, e que para que este alto investimento tenha
retorno, é necessário que essas máquinas tenham boa durabilidade, entretanto há sim
uma “validade” para uma aeronave. O fabricante estima normalmente qual é o tempo de
vida útil para determinado modelo, e operação da aeronave. O tipo de operação altera
muito esse tempo de vida, sendo assim uma aeronave que faz voos curtos sofre muito
mais ciclos de pressurização do que uma aeronave que opera em longas distâncias.
As Diretrizes de Aeronavegabilidade (AD – Airworthiness Directives), são
emitidas pelos fabricantes ou pelos orgãos regulamentadores e podem ser um grande
motivo para deixar uma aeronave inoperante, isso pelo fato das Diretrizes normalmente
exigirem determinado tipo de manutenção ou alteração em algum sistema da aeronave,
e se esta modificação tiver um custo elevado, e trazer prejuízos para o operador da
aeronave, normalmente se torna viável a compra uma nova aeronave, cujo custo de
manutenção será mais baixo, e dessa forma a aeronave que necessitava de manutenção
será vendida como sucata, e terá suas peças reaproveitadas de forma segura em outras
aplicações.
As aeronaves hoje em dia, de forma geral, possuem um tempo de vida de 30
anos ou mais, e este tempo é bem maior comparado a aeronaves de décadas atrás.
Entretanto, devido a alta qualidade da manutenção e inspeções, e a operação adequada
aeronaves antigas dos anos 70 e 80 operam até hoje com padrões aceitáveis de
aeronavegabilidade.

2. BIBLIOGRAFIA

https://www.airspacemag.com/need-to-know/what-determines-an-airplanes-
lifespan-29533465/

http://culturaaeronautica.blogspot.com.br/2011/10/quanto-tempo-dura-um-aviao-
comercial.html

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