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HELICOPTER UNDERWATER ESCAPE TRAINING

HUET

Macaé 2015
Autoria
Sampling Planejamento

Elaboração


Designer
Taijana Weschenfelder

Diagramação
Liliana Nascimento

Pedagoga
Tatiane Moraes

Revisão Final
Marco Carvalhosa

5ª edição/Setembro - 2015
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Prezado aluno,

A Sampling considera a vida como o bem mais precioso. É por isso que escolhemos como nossa
missão valorizá-la!

No trabalho você desempenha suas tarefas e tem a oportunidade de transformar a sua vida e a de
outras pessoas, para isso, conhecimento é fundamental.

Este treinamento foi desenvolvido, com todo cuidado, para contribuir na construção do conhecimento,
habilidade e atitude necessários para que você adquira competências essenciais para a preservação
da vida.

Esperamos que você desfrute de todos os momentos deste treinamento: as aulas teóricas, onde
importantes informações serão apresentadas ou relembradas; as aulas práticas, que vão colocá-lo,
de forma controlada, em situações semelhantes as que você poderá encontrar em situações de
emergência e os intervalos das aulas, que devem ser aproveitados para solucionar dúvidas e
desenvolver os temas aprendidos.

Queremos melhorar sempre, pois assim exige a dinâmica da qualidade e para isso precisamos que
você registre na avaliação de reação, ao final do curso, qual a sua impressão sobre a nossa atuação.

Valorize a vida!



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INTRODUÇÃO

Comparado com outras alternativas disponíveis e experimentadas na indústria offshore, o


helicóptero tornou-se o principal meio de transporte de pessoal, pequenas cargas e serviços de
apoio, por ser seguro, confiável e eficiente.

Como toda máquina, demanda cuidados e manutenção para evitar acidentes com passageiros
e tripulação. Têm acontecido melhorias significativas na segurança das aeronaves em função da
análise da história dos acidentes envolvendo helicópteros, procedida pelos fabricantes. Levando-se
em consideração o número de horas voadas pelas aeronaves em todo o mundo, as estatísticas sobre
pousos forçados e quedas são favoráveis à garantia de segurança atestada pelos fabricantes e
empresas que utilizam esse meio de transporte.

A experiência mostra que não há dois acidentes iguais envolvendo aeronaves, dessa forma é
impossível planejar cada contingência. No entanto o treinamento é de suma importância para
aumentar as chances de sobrevivência no caso de um sinistro, embora não garanta completamente a
sobrevivência das pessoas se houver queda do helicóptero.

Sobreviver ao impacto da queda não garante sobrevivência até a chegada do resgate, as


ações e respostas do acidentado é que vão determinar as chances pessoais de sobrevivência.
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1. SEGURANÇA NAS AERONAVES


Figura 1.1 – Helicóptero

O helicóptero começou a ser desenvolvido a partir do final


do século XIX e ao longo do tempo passou a ser um meio de
transporte seguro, confiável e eficiente. Está condicionada a essa
afirmação à qualificação e experiência do piloto e tripulação, a
utilização competente dos recursos técnicos da aeronave e o
seguimento rigoroso da sua carta de manutenção aprovada.
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Figura 1.2 – Helicóptero em


As qualidades próprias que produzem os efeitos
Manutenção
desejáveis às aeronaves fazem com que a queda seja difícil.
Geralmente o sinistro, quando ocorre, na maioria das vezes é por
deficiência funcional de ordem operacional ou mecânica, que
torna quase sempre possível um pouso controlável na perda de
altitude.

Estudos de acidentes ocorridos com helicópteros utilizados


na atividade offshore revelam que os seguintes fatores agravam &ŽŶƚĞ͗'ŽŽŐůĞ

a situação da tripulação e passageiros, o que requer, para sua minimização, uma preparação
adequada:

Desorientação – a possibilidade de escape de uma aeronave após pouso forçado, particularmente


na água, depende sobremaneira da obediência ao procedimento que garante a orientação até o
momento propício à saída. Os treinamentos cada vez mais se revelam o ponto fundamental para a
manutenção da referência para o escape.

Pânico – qualquer procedimento será prescindido por uma pessoa tomada pelo pânico. A confiança
no equipamento e a observância aos procedimentos contribuirão para a redução dessa reação que
pode facilmente envolver uma pessoa.

Ignorância ou falta de conhecimento – os treinamentos e os


Figura 1.3 – Procedimento de
procedimentos pré-voo conduzem à familiarização do
Evacuação
equipamento de segurança de bordo e condicionamento ao
procedimento de emergência.

Falta de entendimento dos procedimentos de evacuação –


é fundamental que não haja qualquer dúvida acerca de
instruções passadas aos passageiros. É atribuída ao
equipamento a garantia de desempenho seguro e confiável,
todavia, esses requisitos ficam submissos ao binômio máquina-
&ŽŶƚĞ͗'ŽŽŐůĞ
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pessoa.

Por conseguinte, a sobrevivência é uma questão de conhecimento pormenorizado do


equipamento, procedimentos na aeronave e treinamento específico, de modo a haver uma contínua
preparação para agir corretamente no momento apropriado.

Sobrevivência é questão de:

ƒ Conhecimento;
ƒ Treinamento;
ƒ Preparação; e
ƒ Atitude.

Para ajudar numa emergência, lembre-se:

ƒ Conhecimento e treinamento preparam;


ƒ Atitude positiva e confiança em sua própria habilidade aliviam as tensões;
ƒ Use o medo para trabalhar para você e não contra.

1.1. TRIÂNGULO DA SEGURANÇA

Inerente ao voo há o risco de queda ou pouso forçado. A combinação dos pontos a seguir
forma o triângulo de segurança.

Figura 1.4 – Triângulo da Segurança

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O risco é um dos integrantes permanentes do triângulo. O caminho para se alcançar as


condições de segurança desejáveis é necessariamente dependente da evolução tecnológica dos
equipamentos e da revisão contínua dos procedimentos.
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1.2. BRIEFING NO TRANSPORTE AÉREO

Reunião realizada com os passageiros, ocasião em que lhes são passadas informações
básicas que orientam acerca dos equipamentos e procedimentos de emergência durante a
permanência a bordo e na aproximação ou afastamento da aeronave.

Além de ser vital, é um requerimento legal e da companhia, que passageiros que viajam a
bordo de um helicóptero recebam um briefing antes de cada voo.

O briefing pode ser realizado de várias formas: vídeos, cartões, piloto, Médico ou Técnico de
Segurança (da unidade para terra).

Figura 1.5 - Briefing

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O objetivo é conscientizar os passageiros de que a segurança no transporte não pode ser


negligenciada.

ATENÇÃO
O que está em jogo é a sua vida e também a de seus companheiros.

Recomendações Tratadas no Briefing

ƒ Aproxime-se do helicóptero somente quando o piloto autorizar através de sinalização


convencionada – braço estendido e polegar para cima;
ƒ Quando estiver se aproximando ou afastando, faça-o sempre ligeiramente abaixado;
ƒ Nunca se aproxime do rotor da cauda;
ƒ Mova-se pelas laterais dentro da área de segurança;
ƒ Não se aproxime das áreas de exaustão dos motores;
ƒ Não toque em antenas e pitot estático;
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ƒ Carregue objetos longos horizontalmente;


ƒ Não se locomova com artigos soltos – chapéus, óculos e etc.;
ƒ Não fume;
ƒ Esteja atento às bóias e aos outros sistemas do helicóptero;
ƒ Saiba como operar as portas e saídas de emergência; primária e alternativa;
ƒ Saiba como inspecionar, vestir e operar o colete salva-vidas;
ƒ Saiba a localização e liberação dos equipamentos eletrônicos de emergência e de sobrevivência;
ƒ Use protetor auricular;
ƒ Reconheça e procedimento acerca de cargas perigosas;
ƒ Relate ao piloto qualquer restrição médica, se houver;
ƒ Saiba como operar o cinto de segurança – atenção especial deve ser dada a esse equipamento.
Alguns casos fatais foram causados por problemas com a liberação do cinto de segurança, o
qual deve atender aos seguintes propósitos:

- Minimizar os efeitos do impacto, conforme o rigor do toque da aeronave e no solo ou na


água:
- Prevenir a desorientação – corretamente atado ao corpo, o mantém posicionado
qualquer que seja a posição da cabine garantindo a
referência de saída em momento próprio; Figura 1.6 - Cinto de
- Posição correta – ajuste - no impacto o cinto folgado Segurança
proporcionará lesões no corpo e coluna em função
do impacto pela quebra de inércia;
- Efeito pendular – balanço brusco no impacto
certamente causará contusões graves ou mesmo
fraturas, podendo ser evitadas ou amenizadas
assumindo-se a posição de impacto;
- Liberação do cinto – de acionamento simples através
de mecanismo na fivela requer, porém, atenção
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especial prévia quanto ao funcionamento. Voe
íntimo do cinto de segurança.

Figura 1.7 – Áreas seguras para aproximação e afastamento

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1.3. EQUIPAMENTOS DE EMERGÊNCIA DO HELICÓPTERO

Os seguintes equipamentos de emergência do helicóptero são essenciais para segurança e


sobrevivência:

ƒ Extintor de incêndio – usado em ação primária contra incêndio a bordo, na medida em que se
espalha o agente extintor na cabine;
ƒ Kit de primeiros socorros;
ƒ TLE, EPIRB – usados para sinalização e localização;
ƒ Caixa preta – gravador de operação da aeronave, independe da ação da tripulação.

Toda aeronave utilizada no transporte offshore, no Território Nacional, por força da legislação
brasileira, deve ser equipada, com no mínimo dois motores, flutuadores e caixa preta, além de outros
equipamentos.

A caixa preta é constituída de sistemas eletrônicos de gravação que registram


automaticamente todos os dados relativos ao voo, bem como os últimos 120 minutos de conversação
na cabine de comando, que são informações de vital importância. Deve possuir, ainda, um
transmissor de sinais (beacon) justamente para facilitar a localização, também favorecida pelas suas
cores laranja ou vermelha. Resistem a grandes impactos, pressão e temperaturas acima de 1.000ºC
por tempo determinado.

Figura 1.8 – Equipamentos de Emergência do Helicóptero

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1.4. EQUIPAMENTOS DE SOBREVIVÊNCIA E SEGURANÇA

Equipamento Pessoal – Colete Salva-vidas

O modelo de colete utilizado no transporte aéreo para unidades marítimas é o inflável da


Classe I, podendo ser do tipo pochete ou jaqueta. Também regulado pela SOLAS, possui as
seguintes especificações:

- É provido de dois compartimentos distintos;


- Possui meios de inflar com um único movimento;
- Possui meio de ser inflado com a boca;
- Permite que a flutuação ocorra com um só compartimento.

Vestindo o Colete Salva-vidas


Figura 1.9 – Colete Salva-vidas

1. 2. 3.

4. 5. 6.
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1. Instale o colete atando primeiro o cinto frontal;


2. Passe o tirante na virilha atando-o no cinto frontal;
3. Posicione os tirantes frontais na virilha;
4. Libere os comandos de acionamento no colete do invólucro;
5. Acione a ampola de gases para inflar o colete;
6. Infle o colete oralmente pelo tubo de enchimento.

Os itens 4 e 6 referem-se à operação do colete.


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Equipamento Coletivo – Bote Salva-Vidas Inflável

Figura 1.10 – Bote Inflável


Os procedimentos relativos ao bote salva-vidas, bem
como sua localização e liberação, são itens fundamentais dentre
os tópicos abrangidos no briefing de segurança.

A tripulação e passageiros devem sempre ter em mente


que a principal finalidade do bote é a proteção contra os
elementos naturais hostis do mar, visto que a permanência
prolongada na água comprometerá rapidamente a sobrevivência.
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Dentre outras, o bote salva vidas deve ter as seguintes características:

ƒ Ter resistência para permitir durabilidade prolongada no mar;


ƒ Ser inflado com CO2 (dióxido de carbono) ou N (nitrogênio) por acionamento manual, através de
cilindro de gases;
ƒ Possuir rampa ou escada para embarque;
ƒ Ter cobertura de toldo a ser instalado ou fazendo parte quando inflado;
ƒ Ter cor contrastante com o mar (laranja ou vermelho); e
ƒ Ser projetado para acomodar no mínimo seis pessoas.

Lançamento do Bote Salva-vidas

O modo de liberação do bote deve ser considerado de acordo com as condições do mar que
afetam a estabilidade da aeronave, o que demanda modificações de procedimentos.

Embarque direto – condições amenas de mar podem tornar possível o pouso com subseqüente
estabilidade da aeronave, quando o melhor é permanecer nesta. Por precaução, entretanto, deve-se
lançar o bote salva-vidas mantendo-o preso à aeronave para um embarque direto, caso haja
possibilidade da mudança das condições do mar.

Figura 1.11 – Lançamento de Bote de Abandono

O bote normalmente encontra-se embaixo do


O bote deve ser retirado pela alça do suporte;
assento ou na parte traseira da aeronave;
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Destaque a proteção do sistema de disparo; Segure firmemente pela argola do cabo e pelo tirante;

Jogue o bote para fora da aeronave, mas não solte o tirante, pois ele evita que o bote se afaste impelido
pelo vento.

Embarque sem pular, tirando antes o sapato e No interior do bote você encontra recursos para
qualquer outro objeto que possa danificá-lo. sobrevivência – palamenta – utilizáveis até o resgate.

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Lançamento indireto - as condições de mar ou estado da aeronave podem requerer o embarque


indireto no bote, que sucede ao escape com o helicóptero invertido.

Atenção especial deve ser dada à retirada dos equipamentos de emergência e sobrevivência.

Afastando-se da aeronave sinistrada até um ponto seguro, os passageiros devem seguir um


plano detalhado para o embarque.

Procedimento para Embarque no Bote Salva-vidas

Os passageiros devem estar em grupo próximo ao ponto de acionamento.

Acionada a inflação do bote, os náufragos devem agarrar-se às guirlandas mantendo-se rentes


a estas. Para se proteger de condições inóspitas imediatas, os botes são projetados para admitir o
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embarque rápido quando estão 25% inflados, concorrendo também para essa agilidade, a pressão
adicional do cilindro de gases para enchimento rápido, cujo excedente é automaticamente liberado
por válvulas de alívio.

Os mais habilitados e dispostos devem ser os primeiros a embarcar, para ajudar os outros a
subirem no bote.

Inicia-se a contagem das pessoas e, quando necessário, a procura de sobreviventes.

Ações Vitais Iniciais

As condições adversas fazem suscitar naturalmente uma liderança dentre os sobreviventes, o


qual, por argumentos plausíveis, se fará impor aos demais que seguirão as suas ordens e
orientações. A liderança deve apresentar preparo adequado a superar e administrar os efeitos físicos
e psíquicos negativos aos quais os náufragos poderão estar submetidos.

As ações vitais iniciais constam basicamente do seguinte:

ƒ Designar uma pessoa para verificar danos e providenciar reparos;


ƒ Manter um vigia para observar unidades de resgate;
ƒ Lançar âncora flutuante;
ƒ Administrar primeiros socorros;
ƒ Distribuir comprimidos para enjoo;
ƒ Controlar a ração;
ƒ Instalar refletor radar e ativar EPIRB e TLE;
ƒ Providenciar leitura dos manuais e familiarizar-se com os equipamentos de sinalização e
localização;
ƒ Manter-se em boas condições bem como o equipamento;
ƒ Manter os sobreviventes ativos e com o pensamento positivo e
ƒ Fazer um plano.

Manuseio do Bote Inflável

É necessário que todos os itens de emergência sejam retirados do helicóptero.

O kit de sobrevivência (palamenta) supre os sobreviventes com artigos essenciais para manter
a vida e a confiança, podendo ser usado em conjunto com itens de emergência do helicóptero.

Apesar de os botes não serem os equipamentos mais confortáveis, eles proporcionam proteção
contra os elementos naturais e certo conforto até o resgate.
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Para assistir os sobreviventes a formularem um plano de ação de sobrevivência o POLC ajuda a


lembrar do processo:

P – Proteção contra os elementos naturais: feche o bote, jogue a âncora;


O – Organização: leia o manual, faça um plano;
L – Localização: ative EPIRB, equipamentos;
C – Conforto: mantenha-se o mais confortável possível, torça as roupas, confie no bote e conserve-o
sempre seco.

Palamenta

O equipamento a seguir está disposto nos botes para uso em situações de emergência. Esse
equipamento deve estar disponível conforme determinado pelas exigências dos organismos
internacionais. Os itens da palamenta estão dispostos de acordo com as instruções do Regulamento
Brasileiro de Homologação Aeronáutica (RBHA-135) e consta dos seguintes itens:

• Fole;
• Bússola;
• Canivete flutuante;
• Foguete de sinalização;
• Cilindro de CO2;
• Espelho sinalizador – metal/vidro;
• Estojo de pesca;
• Estojo de reparos;
• Esponja;
• Lanterna de mão;
• Livreto de instrução;
• Luz de localização;
• Manuais de sobrevivência;
• Pó marcador de mar;
• Ração sólida;
• Ração líquida – água enlatada/ensacada;
• Saco para coleta de água;
• Tira de reboque;
• Tiras retro-refletivas;
• Âncora flutuante
• Aro flutuante;
• Par de remos.
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Para auxiliar as unidades de busca (SAR) na localização dos náufragos, consta na palamenta,
para localização diurna, o pó marcador de mar e para a noturna, os artefatos pirotécnicos. Algumas
versões de aeronaves possuem uma rádio baliza de emergência como item da palamenta.

Pirotécnicos

Os pirotécnicos, representados pelos foguetes de sinalização e fachos iluminativos, devem ser


manuseados com cuidado, pois eles podem ser muito perigosos em mãos erradas, se usados fora
das instruções ou por brincadeiras impróprias. Leia previamente, sempre, as instruções
cuidadosamente e trate-as com respeito.

Foguete de Sinalização

Para situações que exijam que um sinal seja visto a média e longa distância, o foguete pára-
quedas deve ser usado. A cerca de 300m de altura, ele libera um artefato que desce aceso suspenso
por um pára-quedas e queima durante, no mínimo, 40 segundos, produzindo luz vermelha intensa –
30.000cd. A vantagem da altura é que ela aumenta a distância e o sinal pode ser visto em boas
condições de visibilidade até uma distância de 41 milhas (75,9km). Entretanto uma parte da precisão
fica sacrificada, uma vez que o artefato é tocado pelo vento. Um foguete pára-quedas nunca deve ser
usado se aeronaves estiverem nas proximidades, pois é uma ameaça à segurança das mesmas. Eles
poderão, no entanto, permitir que qualquer embarcação na área da busca se oriente no rumo a
seguir, aproximando-se dos sobreviventes que podem, então, usar outros meios de atrair atenção.
Apropriado para o uso noturno, mas durante o dia em condições especiais, tais como dia nublado, no
amanhecer ou anoitecer, esse pirotécnico poderá ser também utilizado com alguma eficácia.

Figura 1.12 – Ilustração do funcionamento do foguete paraquedas

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Facho Iluminativo Manual Luz Vermelha

Esse tipo de sinal pode ser usado também de dia, em condições especiais, ou propriamente à
noite para indicar posição a qualquer unidade que possa prestar apoio de resgate que estiver
razoavelmente próxima aos sobreviventes.

O artefato queima como uma luz vermelha extremamente brilhante que dura no mínimo 60
segundos, podendo ser vista, em boas condições de visibilidade, até uma distância de 5 milhas (7,2
Km).

Produz, além da luz, fumaça e fagulhas incandescentes, portanto, quando usá-lo em uma balsa
inflável, faça-o a sotavento, evitando o risco de furá-la com as fagulhas e, em todos os casos, afaste-
o do rosto e evite olhar diretamente para a chama que pode ser prejudicial aos olhos e levar a uma
cegueira temporária.

Se o resgate proceder de outra embarcação no mar, a eficiência de qualquer artefato manual, a


longas distâncias, fica muito dependente da altura das ondas e condições de visibilidade.

As chances de resgate pelo ar, entretanto, aumentam com o uso desses recursos.

Figura 1.13 – Ilustração do Funcionamento do Facho Manual

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Além dos artefatos sinalizadores, os náufragos podem ainda contar com eficazes
equipamentos eletrônicos de emergência existentes na aeronave, que possibilitam a indicação de
posição para o sistema de busca e salvamento (SAR) com precisão absoluta. As balizas eletrônicas
indicadoras de emergência (EPIRB e TLE) estão integradas ao Sistema Marítimo Global de Socorro e
Segurança (GMDSS).
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EPIRB
Figura 1.14 –

É um rádio baliza flutuante indicador de posição que emite EPIRB

automaticamente sinais de socorro em frequência pré-determinada, captados


por satélites, permitindo a identificação da embarcação pelo sinal codificado e
a sua localização.

A EPIRB equipa embarcações, plataformas e algumas aeronaves.


No caso de abandono da aeronave, a EPIRB deve ser levada para o
bote, acionada manualmente e deixada flutuando presa ligeiramente afastada
do bote inflável.

Entretanto, em casos que não seja possível esse acionamento, em &ŽŶƚĞ͗'ŽŽŐůĞ

algumas aeronaves, durante o afundamento, esta será liberada por sistema hidrostático, por flutuação
livre, momento em que começa a transmitir automaticamente.

Especificamente designada para detecção de satélite, a EPIRB reúne enormes


aperfeiçoamentos que, além da sua cobertura global, permite a inclusão de dados codificados que
podem informar o país de origem da unidade em perigo, identificação, precisão de localização de 3
km ou mais.

Existem muitos tipos de rádio sinais disponíveis, sendo todos similares em operação. É,
entretanto, aconselhável que você se familiarize com o tipo disponível em sua instalação e verifique,
em intervalos regulares, se o nível da bateria está correto e se o aparelho está funcionando bem.

Transmissor Localizador Eletrônico

Para o nosso estudo, a baliza eletrônica mais importante é a conhecida por TLE OU ELT que
equipa todas as aeronaves.
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Figura 1.15 – Sequência de Funcionamento do EPIRB

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Essa baliza utiliza a frequência 406 MHz, que envia sinais indicativos de pedido de socorro
para os satélites do sistema SAR, que formaliza a emergência e proporciona a orientação para as
unidades de busca.

Figura 1.16 – Equipamentos de Socorro e Sobrevivência

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Transmissor Localizador Portátil (PLB)

Em regiões de extremo rigor de dificuldade para se localizar pessoas, usa-se a baliza portátil
PLB.
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2. RISCOS EM OPERAÇÕES SOBRE A ÁGUA

O lado esquerdo do triângulo de segurança relaciona-se ao risco.

Como passageiro você precisa ter conhecimento dos tipos de riscos a que está exposto:

ƒ Ambientais;
ƒ Emergências no helicóptero;
ƒ Fatores causadores de fatalidades;
ƒ Problemas de escape com o helicóptero submerso.

2.1. RISCOS AMBIENTAIS

A condição meteorológica é um tipo de risco ambiental que interfere frontalmente na segurança


do voo de aeronaves, por isso é preciso estar bastante atento. A baixa visibilidade decorrente de
nuvens baixas, nevoeiro ou temporal influenciará na decisão de realizar um voo.

Os instrumentos meteorológicos sofisticados atuais contribuem substancialmente para reduzir


uma das causas diretas de queda. A baixa visibilidade é uma causa potencial que pode causar
dificuldade ao piloto. Havendo necessidade de realizar o voo, este pode ser operado por meio do
recurso IFR, que utiliza instrumentos especiais de voo e navegação.

Ao entrar em um helicóptero é necessário familiarizar-se imediatamente com a localização das


saídas, formas de chegar a elas e o que fazer caso surja uma emergência.

O estado do mar que prevalece no momento da queda pode afetar a estabilidade do


helicóptero. Os pesos do motor, da transmissão e do rotor principal, localizados na parte alta da
aeronave, elevarão o seu centro de gravidade, antecipando a probabilidade de inversão do
helicóptero.
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2.2. EMERGÊNCIA NO HELICÓPTERO

O piloto é provavelmente a primeira pessoa a observar um problema com o helicóptero. Suas


orientações podem ajudá-lo na ocorrência da emergência.

As emergências que mais afetam a operação de helicópteros são:

ƒ Operações de voo – falha do motor (autorrotação);


ƒ Falha de sistema – hidráulico e mecânico ou de lubrificação;
ƒ Falha mecânica – vibrações incomuns;
ƒ Fogo no helicóptero – motor ou cabine;

Nunca jogue nada da cabine ou ejete janela ou porta durante o voo, exceto quando orientado pelo
piloto do helicóptero.

2.3. FATORES CAUSADORES DE FATALIDADES PESSOAIS

Em muitos acidentes as pessoas sobrevivem ao impacto da colisão, mas depois perecem por
razões menores que, se observadas, poupariam muitas vítimas no acidente:

ƒ Cinto fora de posição – problemas com prisão no cinto;


ƒ Evacuação desordenada – aguarde as instruções da tripulação;
ƒ Desorientação embaixo d’água – perda de visão, senso de balanço, gravidade e orientação;
ƒ Problemas com os mecanismos de saída primária e alternativa – reconhecer e saber operar
esses mecanismos prevenirá o surgimento de problemas no escape da aeronave;
ƒ Afogamento; e
ƒ Exposição aos elementos naturais do mar.
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3. PROCEDIMENTOS EM EMERGÊNCIA

O Procedimento forma a base do triângulo. Ele dá orientação tanto para quando o helicóptero
que está estabilizado sobre a água ou quando invertido.

Desde o momento em que o piloto do helicóptero declara “Emergência no Helicóptero” até que
você tenha adotado a posição de impacto, lembre-se do seu check list e aja de acordo.

Há dois cenários possíveis:

ƒ Queda com aviso: notícia com mais de 60 segundos;


ƒ Queda sem aviso: queda súbita - preparar para impacto.

3.1. QUEDA COM AVISO


Figura 3.1 – Cinto de

A checagem pré-queda consiste de cinco passos. Eles são


designados para prevenir problemas e eliminar riscos a você e
outros passageiros, preparando a todos mentalmente para a
queda. Os passos são:

ƒ Cinto de segurança: afivelado e seguro;


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ƒ Saídas: saiba como alcançar as saídas; primária e alternativa.
Com os olhos fechados, visualize a operação do mecanismo de abertura;
ƒ Objetos soltos: assegure-se de que nenhum objeto tais como: óculos, canetas, dentaduras
esteja solto, caso contrário, ele pode se transformar em um projétil. Devem ser colocados dentro
da vestimenta ou sob as pernas;
ƒ Colete salva-vidas: confira se o acionador de inflação está livre e é de fácil manuseio. Não o
infle até que você esteja na superfície. Se ainda utilizar o do tipo pochete, as sobras de cinto
devem ser enroladas para evitar que se prendam impedindo o escape.

Figura 3.2 – Escape de


Em condições normais, o colete deve ser preferencialmente
Aeronave Submersa
inflado na superfície, situação que favorece o náufrago afastando-se
para se livrar de perigos existentes na superfície (combustível
derramado que pode incendiar-se ou destroços da aeronave atingi-
lo).

Nunca infle o colete quando ainda a bordo da aeronave, caso


contrário o escape da cabine pode ser dificultado por obstrução ou
&ŽŶƚĞ͗'ŽŽŐůĞ
dificuldade de mergulho para saídas abaixo com esta cheia d´agua.
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Todavia algumas dificuldades específicas podem ser superadas com o acionamento


subaquático do colete:

ƒ Escape profundo – retarda a chegada à superfície, pode ser que o náufrago não tenha fôlego
suficiente para emergir;
ƒ Escape à noite ou em águas turvas – a dificuldade de orientação para a superfície é atenuada
pela ascensão natural do colete inflado e;
ƒ Inabilidade natatória do náufrago.

Nestes casos, se houver fogo na superfície, o único recurso é abrir uma clareira por meio de
movimento circular enérgico dos braços, sempre avançados, para restabelecimento da respiração de
fôlego e afastar-se mergulhando.

Posição de Impacto: confortavelmente ajustado ao corpo o cinto de segurança minimiza os efeitos


do impacto. Qualquer que seja o tipo de cinto assume-se as posições abaixo para minimizar os danos
do impacto decorrente do efeito pêndulo. O cinto previne desorientação, garantindo a referência para
as saídas primárias e alternativas.

Figura 3.3 – Posições de Impacto

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Abandono na Superfície

Os procedimentos para abandono na superfície devem seguir as regras básicas de evacuação


da aeronave.

Estudos em todo o mundo mostram que ainda ocorrem problemas nas evacuações até quando
os helicópteros mantêm-se relativamente estáveis e flutuando. O pânico contagiante contribui para
que evacuações seguras transformem-se em desastres.

Se uma evacuação é conduzida corretamente e de maneira controlada, as chances para uma


saída rápida do helicóptero para o bote inflável são boas.
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É importante ter em mente que sempre há chances de um helicóptero que flutua na posição
correta inverter-se rapidamente.
Os pontos a seguir devem ser considerados ao executar o abandono na superfície:

Pouso forçado sob controle

ƒ Mantenha-se sentado com o cinto de segurança atado;


ƒ Aguarde instruções da tripulação;
ƒ Quando autorizado, libere o cinto de segurança e mova-se para a saída escolhida;
ƒ Acione saídas primárias (portas) ou alternativas (janelas);
ƒ Cheque se não há movimento dos rotores;
ƒ Lance ou conduza botes infláveis;
ƒ Retire e conduza os equipamentos eletrônicos de emergência (TLE/ELT, EPIRB);
ƒ Saia ordenadamente para os botes; e
ƒ Inicie as ações vitais iniciais.

É muito difícil um helicóptero sofrer uma queda, o mais provável é e que aconteça um pouso de
emergência.

As estatísticas mostram que existe de 80% a 90% de chances de se sobreviver a um pouso


forçado no mar, bastando para isso manterá calma e seguir as instruções da tripulação.

Faz parte do seu plano de sobrevivência manter-se atento e alerta a tudo relativo ao voo desde
como e quando chegar ao aeroporto até o desembarque. Não durma durante o voo, pois um
despertar súbito não lhe dá instantaneamente o correto discernimento sobre o que está acontecendo
em um caso de queda sem aviso.

- Não saia do helicóptero até que o movimento do rotor tenha


cessado.
- Não infle, sob nenhuma circunstância, o colete salva-vidas.
Espere até sair do helicóptero.
- O helicóptero deve ser mantido o mais estável e balanceado
possível. Qualquer desequilíbrio de peso pode levá-lo ao
emborcamento.
- Evacuação desordenada pode gerar pânico, gerando
desequilíbrio de peso.

Após o abandono, se for preciso ir diretamente para a água, os seguintes pontos devem ser
observados:
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ƒ Os equipamentos eletrônicos de emergência devem ser retirados e conduzidos até mesmo numa
imersão invertida;
ƒ Quando sair do helicóptero tente localizar sobreviventes e junte-se a eles. Não é recomendável
ficar sozinho no mar;
ƒ Uma vez em grupo, adote a formação Círculo de Sobrevivência;
ƒ Procure qualquer objeto que possa ajudar na flutuação. Alguns assentos de aeronaves são
adequados a esse auxílio. Partes do vestuário (camisas, calças ou macacões) também podem
ser usadas;
ƒ Se estiver só, adote a posição HELP.

3.2. QUEDA SEM AVISO

Lembre-se que discutimos que há fases críticas de voo, sobretudo as que se verificam nas
aproximações ou partidas da instalação. Nesses momentos - pousos e decolagens (alta propensão a
acidentes) - é improvável que o piloto tenha tempo suficiente para avisar os passageiros. Ao tornar-se
óbvio que a queda acontecerá, adote a posição de impacto até que o helicóptero se choque com a
água.

Inversão do Helicóptero

Figura 3.4 – Abandono em Aeronave Invertida


Em um pouso forçado no mar é muito
pouco provável que o helicóptero fique
estabilizado sobre a água, uma vez que o
seu centro de gravidade fica muito alto
devido ao peso dos motores, rotor principal
e transmissão. Não há qualquer
possibilidade de controle de estabilidade, e
as condições do mar previamente já garante
essa certeza. Fique preparado, portanto,
para as ações relativas à inversão do
helicóptero.
&ŽŶƚĞ͗'ŽŽŐůĞ

Caso o helicóptero inverta, siga os passos descritos a seguir:

ƒ Se o helicóptero permanecer estabilizado sobre a água as ações serão empreendidas ou


dirigidas pela tripulação;
ƒ Os equipamentos de segurança e sobrevivência devem ser removidos e colocados perto da
saída escolhida. Para um abandono sobre o mar, às amarras do bote inflável devem
primeiramente ser soltas e depois desdobradas.
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3.3. ESCAPE SUBMERSO

É muito comum que a aeronave ao sofrer o impacto vire por completo. No entanto, mantendo a
calma e seguindo os procedimentos descritos no item anterior, é possível lidar com essa emergência
tão delicada.

Esperar - Referência - Abrir Saída – Cinto de Segurança – Saída

ƒ Espere até que todo movimento tenha cessado, a cabine do helicóptero tenha se enchido de
água – respiração profunda e relaxante;
ƒ Estabeleça um ponto de referência para a saída – mantenha-se orientado um ponto fixo – cinto
afivelado;
ƒ Solte e lance a porta ou janela de saída – segure-se à saída;
ƒ Libere o cinto de segurança;
ƒ Saia do helicóptero puxando-se para a saída sem nadar.

Uma vez na superfície, cuidado com destroços e combustível. Inicie os procedimentos de


sobrevivência.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

IMO Search and Rescue Manual.

International Safety Management Code.

Manual do Curso Básico de Segurança Industrial – BSI – Consórcio M&O Sampling.

Manual Internacional Aeronáutico de Busca e Salvamento (IAMSAR).

Manual de Proficiência em Embarcações de Resgate – Consórcio M&O Sampling.

Safety of Life at Sea (SOLAS).


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