Você está na página 1de 20

1

Apresentação Luís Freitas Lobo 


 
Luís Freitas Lobo só não pensa em futebol 24 horas por dia porque, como o 
próprio diz, tem de dormir algumas horas de vez em quando e isso tira-lhe 
tempo para falar sobre futebol. 
 
Desde miúdo que o futebol é a paixão que, juntamente com a escrita e as 
histórias, juntou naquilo a que hoje chama profissão. 
 
No entanto, Luís Freitas Lobo continua a chamar-lhe ​paixão​. A paixão pelo 
futebol. 
 
Essa foi, de resto, a matéria que constituiu as suas colaborações com a 
televisão (SIC, RTP e SporTV), a rádio (Antena 1 e TSF) e os jornais (Revista 
Mundial, A Bola, Expresso e O Jogo). 
 
Basta chamarem-no para falar ou escrever sobre futebol e ele vai. 
 
De resto, foi também a paixão pelo jogo e pela escrita que o levou a lançar 
os livros ​Os Magos do Futebol​, em 2002, e ​Planeta do Futebol​, em 2009, os 
antecessores de O ​ Futebol Com Que Sonhei​, lançado em finais de 2019. 
 
Luís Freitas Lobo é considerado pela crítica o melhor comentador 
desportivo em Portugal e também já deu voz aos comentários de jogos 
como o Pro Evolution Soccer (PES). 
 
 
 
 
 
   

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 2 


Luís, a tua carreira enquanto comentador 
desportivo sempre foi pautada por uma 
grande exposição mediática, ainda para 
mais num tema em que as emoções estão 
constantemente à flor da pele. Como é 
gerir essa exposição? 
 
Luís: É​ difícil fazeres algo de racional para gerir uma coisa que tem a ver 
com um processo emotivo. 
 
Gerires algo racionalmente que tem a ver com um lado puramente emotivo, 
quer teu, quer de quem está do outro lado, é difícil de fazer. 
 
A exposição não tem muito a ver com a visibilidade, tem mais a ver com o 
tema, como tu falas, tocaste ali em 3 aspetos: a política, a religião e o 
futebol. 
 
Regina:​ No futebol todos se sentem à vontade para dizerem o que querem. 
Ao contrário da religião, em que as pessoas têm mais receio em entrar em 
discussões. No futebol isso não acontece, no futebol é totalmente aceite 
por toda a gente de forma unânime. Desta forma, toda a gente se sente à 
vontade para dizer o que bem lhe apetece, porque a sociedade entende que 
isso é normal. 
  
Luís:​ Sim, o futebol está ao alcance de todos e é abrangente a todas as 
classes sociais. 
 
Não exige um conhecimento profundo. 
 

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 3 


Na política, as pessoas não vão criticar o comentador, porque não possuem 
os conhecimentos necessários sobre os temas para o fazer. 
 
Mesmo numa religião, não se vê isso. Eu já comentei mais do que 50 ou 60 
clássicos e eu acho que isso é o top de dificuldade a nível jornalístico. Estás 
a lidar com as emoções de milhões de pessoas, em direto! 
 
Regina:​ E com a tua! Porque tu estás a viver aquilo. Estás a lidar com as 
emoções dos outros e com a tua. 
 
Luís: S​ im, porque repara numa coisa, estamos a falar de algo que é ao vivo, 
em direto, emotivo. Que toca todas as pessoas no seu ponto mais primário, 
selvagem e excessivo. Isto é no bom sentido, atenção! 
 
E portanto, as reações são proporcionais. 
 
As reações são selvagens, excessivas, primárias, a todos os níveis. A 
dificuldade é muito maior do que comentar uma crise económica, ou a 
eutanásia. Porque ali estás em direto como responsável pelas opiniões que 
as pessoas têm sobre o jogo ou a um acontecimento dentro do jogo. Estás 
dentro do processo, com uma pressão enorme, com gosto claro. Mas é o 
top da dificuldade jornalística, é quando lidas com as emoções das 
pessoas ao máximo, é num jogo de futebol. 
 
Regina: ​No futebol toda a gente acha que sabe, na política já não é bem 
assim. 
 
Luís:​ Sim, e mais que isso, as pessoas reagem, e tem as reações mais 
primárias. 
 
Para ser comentador, tem que se ser genuíno. Não se pode criar uma 
personagem. 
 

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 4 


Se eu vou fazer um FC Porto Vs. SL Benfica, um clássico, tu sabes que vais 
ter milhões de espectadores. Tu tens que adaptar a tua postura e ser 
genuíno em relação àquilo que tu sentes. Não é um processo racional. 
 
O ponto de partida é emotivo, apesar de depois chegares ao ponto 
relacional. 
 
Ser genuíno, ter a noção de que não podes ir como personagem. És tu 
quem gere essa exposição. Tens que saber viver com pressão, saberes 
viver com aquilo que te rodeia, saberes isolar-te, e seres tu. 
 
A partir daí estas exposto, mas com a tua armadura, a tua ética, paixão e 
emoção. 
 
Regina: ​Nós temos insistido muito nisso. Em ser ético, verdadeiro, em 
passar uma mensagem real e transparente. Seres tu próprio é a única 
maneira de te sentires bem contigo. 
 
Luís:​ Às vezes podes cometer um erro, e isso é das coisas que mais me 
perturba. Mas ficas a pensar nisso contigo próprio. Tudo o resto tu não 
controlas. 
 
Se não correr tão bem uma vez, significa apenas que perdi uma vez. 
 
Paulo:​ Faz parte de ser humano. Só erra quem faz! 
 
Luís: A​ gora, que estamos a ver jogos de há 14 anos... 
 
Regina:​ Estamos não, estás tu! 
 
Luís: N ​ ão é isso. Eu estou a repetir os jogos, e ouço-me a mim a comentar e 
começo a ouvir aquilo agora com o distanciamento que antes não ouvia. 
Agora já consigo avaliar a forma como comuniquei na altura. Agora faço 

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 5 


uma análise. Passados 10 anos, as pessoas já conseguem olhar para um 
jogo de forma diferente. 
 
Regina: ​Depois é sempre mais fácil de analisar. 
 

Costumamos dizer que se os Haters 


começam a aparecer nas redes sociais é 
porque estás a fazer um trabalho relevante. 
Como é para ti lidar com os Haters? 
 
Luís: A
​ melhor forma de lidar com isso é não lidar. 
 
Não se trata de ignorar, mas não se pode alimentar. Não vale a pena entrar 
num diálogo que vai amplificar o insulto. 
 
Os haters vivem do ódio para insultar. Não se trata de uma crítica 
construtiva. Se assim fosse, era produtivo. Agora quando é meramente 
destrutivo que visa apenas o destilar ódio e frustração, isso não te pode 
afetar. 
 
Eu não vou dizer que não me afeta minimamente, porque afeta. 
 
Mas é desta forma que eu tento gerir as coisas. 
 
Nunca me viram entrar num diálogo em redes sociais nesse tipo de 
situações. 
 
Como é que tu respondes ao ódio? Não faz sentido. 
 
Paulo: B​ loqueias as pessoas? 
 

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 6 


Luís: S
​ e for na minha rede social, sim claro. 
 
Tal como se entrassem na minha casa a insultarem-me, não os ia convidar 
a entrarem e sentarem-se. Numa rede social é igual. Elimino e bloqueio. 
 
Regina: ​Uma coisa é as pessoas não terem a mesma opinião, outra coisa é 
destilar ódio. 
 
Paulo: U ​ m hater destila ódio. Outra coisa é alguém fazer uma crítica 
construtiva. 
 
Regina:​ Somos todos humanos, quando alguém nos ameaça e  
é demasiado agressivo, mexe connosco. Nós apagamos mas ficamos a 
pensar naquilo na mesma. 
 
Paulo: E ​ u falo por mim, estou na internet há 13 anos e quando surge um 
comentário menos simpático isso ainda mexe comigo.  
 
Regina:​ Há muitas áreas na internet em que as pessoas sofrem com isso. 
Não tanto quanto tu, porque o tema é apelativo a isso, mas já aconteceu 
muito e as pessoas não sabem lidar com isso. 
 
Luís: N​ ós também vamos ganhando uma pele dura. Há uma evolução 
natural e algo que me remoia muito há uns anos, já não remói tanto hoje em 
dia. 
 
Nao vale de nada combater ódio com ódio. Temos que nos rir, o que 
havemos de fazer? 
 
Fere, porque toca na tua paixão. Se fosse uma opinião política que eu tinha 
dado, por exemplo, ou uma opinião sobre um milagre que tinha acontecido, 
não me afetava, porque não se trata de uma paixão minha. 
 

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 7 


Agora isto, eu faço por paixão. Já faço isto desde os meus 12 anos em que 
comentava os jogos em casa. Eu tornei a minha paixão na minha profissão, 
e quando fazem isso fere o meu coração, o meu ser, aquilo que eu mais 
gosto. 
 
Quando insultam a tua paixão, é isso que toca mais. Mas pronto, faz parte 
do ecossistema. 
 

Sabemos que deixaste de comentar futebol 


português em directo, muito por conta do 
ódio e dos comentários ofensivos de que 
eras alvo. Como é que se faz a gestão de 
uma situação destas? 
 
Luís: S
​ im, mas nao teve nada que ver com isso.  
 
Regina: ​Alguma vez deixaste de usar uma cor para as pessoas nao te 
identificarem com um clube? Isso nunca te condicionou? 
 
Luís: N​ ão, claro que não.  
 
Eu não deixo de fazer a minha vida normal por causa disso. Acho que deve 
existir um certo isolamento para me concentrar naquilo que faço, apenas 
isso. Mas de resto, faço a minha vida normal. 
 
Regina: ​O Luís deve ser das pessoas que tem mais paixão naquilo que faz. 
Não conheço ninguém que fale com tanta emoção daquilo que faz. 
 
Não é só nos comentários, é também na vida. Sempre que se fala da tua 
profissão, vão conseguir mexer, desestabilizar, ferir e influenciar quem não 
consegue gerir isso. 

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 8 


 
Luís:​ Claro, e se tu estás a fazer isso com a tua paixão toda e alguém te 
insulta, isso magoa muito. 
 
Mas influenciar quem, pergunto eu? Se for influenciar o meu vizinho, se for 
influenciar os amigos dele, se for influenciar mais de metade do país, eu 
vivo bem com isso. O grande problema é quando isso influencia as pessoas 
que decidem.  
 
Paulo: É ​ o chamado jogo fora das 4 linhas. 
 
Luís: O​ problema é quando essas redes sociais são utilizadas para 
propagar o ódio. Bem como os canais de televisão que passam também 
essa mensagem. 
 
É uma monstruosidade e não tens hipótese de combater aquilo sozinho. 
Aquilo que me levou a parar foi exatamente o facto de nunca ninguém me 
ter atacado por questões técnicas ou táticas do jogo. Atacam-me sim pela 
calúnia, o insulto gratuito, que é promovido pelos elementos das estruturas 
dos clubes. 
 
O mais estúpido é que quem manda, vê isso como barómetro para tomar 
decisões.  
 
Existem loucos a ligarem para um jogo, ou a escreverem insultos numa 
rede social. Se alguém que está a frente da televisão, usa isso como 
barómetro válido para avaliar a qualidade de um profissional, então eu não 
preciso disso para a minha vida. 
 
Quando um homem tem uma paixão, tem que conseguir cuidar dela. Mas 
eu já estava a levar pancadas dela. 
 
Não tinha apoio, tinha o oposto, que dava credibilidade a esses haters. Não 
queria isso para a minha vida e decidi parar.   

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 9 


Quais são para ti os maiores riscos na 
comunicação nas redes sociais hoje em dia 
e qual a forma de nos precavermos disso? 
 
Luís: P
​ enso que há uma coisa que é, se nós podemos ter mais 20 minutos 
para pensar no que vamos responder, então devemos aproveitar esses 20 
minutos. 
 
Não devemos escrever logo naquele minuto. Devemos refletir sobre as 
coisas e aproveitar o tempo que temos para refletir. 
 
Ninguém diz que uma decisão tomada pela emoção seja pior que uma 
decisão tomada pelo lado racional. Devemos é dar tempo à emoção para 
ser ultrapassada. 
 
Quando lês um mau comentário, podes querer responder logo. Mas não 
podes ficar a pensar naquilo, tens que ultrapassar com uma emoção ainda 
maior que é, eu gostar do que faço, das pessoas que gostam do que faço. 
A gestão que eu faço é não respondendo e acaba por passar. Nao vale a 
pena entrarmos nesse território. 
 
Paulo: N​ ão te acrescenta valor.  
 

   

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 10 


O futebol mundial passa por momentos de 
crise com esta situação da pandemia. 
Como vês este cenário e o impacto dele? 
Iremos assistir à falência de clubes? 
 
Luís: E
​ u acho que não era preciso a pandemia para alguns clubes falirem. O 
problema já está lá. Da maneira como se fala de como já está a economia, 
parece que já estamos neste estado de emergia há 6 meses. 
 
Regina: ​E há clubes que já não tinham dinheiro para os salários no 
primeiros mês da pandemia. 
 
Paulo: O ​ Real Madrid, por exemplo, tinha 20 milhões de euros na conta. Isso 
só dá para pagar 1 mês de ordenados. 
 
Achas que com isto vão diminuir os disparates que fazem em contratações 
milionárias? Em que achas que isto se pode traduzir? 
 
Luís: O​ s mercados vão baixar, claro. Nas próximas duas épocas não vais 
ver grandes negócios a acontecer. Agora daqui a 3 ou 4 mercados de 
transferências, vai voltar tudo ao mesmo. 
 
A vontade que há de se voltar a jogar, não é desportiva. E eu falo por mim, 
porque também preciso muito de voltar a trabalhar. 
 
Isto é uma indústria onde estamos todos, e o que todos queremos é 
movimentar-se, mesmo que seja à porta fechada. 
 
A necessidade e a vontade de voltar a jogar é voltar a pôr dinheiro a circular. 
É importante que se volte a jogar, desde que com as medidas de segurança 
necessárias. 

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 11 


Mas sim, o mercado vai ter uma quebra muito grande. 
 
Mas desenganem-se, não vai nascer nenhum m ​ ood​ novo. As pessoas vão 
continuar egoístas e com os mesmos valores. 
 
Não vai existir um homem novo. 
 
Regina: ​Acho que o impacto não é suficientemente grande para mudar a 
humanidade.  
 

Lançaste o teu podcast bem antes de se 


tornar moda. Como tem sido a experiência 
e que estratégias podes partilhar para 
ser-se bem sucedido nesta área? 
 
Luís: O
​ Podcast, eu quis fazer aquilo para mim. Eu quero fazer algo com 
que eu me sinta bem. 
 
Regina: ​Fizeste-o pela tua paixão.  
 
Luís: N​ ós estamos a atravessar tempos muito pouco interessantes e eu 
procurei ali um pouco do programa que eu gostaria de ouvir. 
 
O Podcast relata histórias, e também conversas de futebol, com vários 
protagonistas da história do futebol, com pessoas que eu gosto. O Podcast 
nasce a partir daí. 
 
Acho que este Podcast tem uma coisa diferente dos outros. Há ali um 
trabalho de produção e edição muito grande por trás. Mas ainda assim, é 
algo que não vejo como um trabalho. É apenas a minha paixão ali expressa 
num Podcast, falando daquilo que eu gosto.  

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 12 


 
Chamo também pessoas para falarem comigo, da forma que eu gostaria de 
fazer e felizmente existe esta componente. 
 
Há muita malta nova que me escreve e há muita gente com muita 
qualidade. Miúdos com 24 e 25 anos que escrevem muito bem, com 
excelentes ideias e não têm espaço para brilhar, são eles essencialmente o 
meu público. 
 
Eu sei que não é algo para o grande público, mas sei que há ali um grupo 
que realmente está a gostar do que eu estou a entregar. 
 
Regina: ​Tu tens, além do teu Podcast,​ ​o teu site, que deve ser a maior 
biblioteca do mundo na história do futebol. Tens histórias dos países todos, 
dos clubes todos, dos jogadores todos. Tu tens campeonatos que são 
inimagináveis ali. 
 
Luís: S​ im, nem eu li tudo o que está no meu site. Mas é tudo escrito por 
mim. Eu recomendo isso à malta nova e quero que eles tenham ali uma 
montra para se mostrarem e chegarem a novos sítios. 
 
Regina: ​Tu és a pessoa que mais se dedica a escrever sobre futebol, no 
país e no mundo! O que aconselhas aos mais novos? Quem ainda nao leu 
os livros, o blog ou site do Luís está a perder muito. 
 
Luís: E ​ u gosto ainda mais de escrever do que relatar ou comentar.​ ​Eu 
recomendo isso à malta nova e quero que eles tenham ali uma montra para 
se mostrar. 
 
Paulo: N ​ ós falamos muito sobre isso, a prática, a escrita, é que faz a 
perfeição. Não há nada como gravar vídeos, ou gravar aulas, ou escrever 
textos, sem ter essa base.  
 
Luís:​ A melhor forma de aprender a escrever, é ler. Não conheço outra. 

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 13 


 
Regina: ​Que dicas dás ao pessoal novo para escrever num blog, site ou 
redes sociais? 
 
Luis:​ Criarem um estilo. Têm que ter uma assinatura. 
 
Paulo: T ​ êm que ter uma identidade própria. 
 
Luís: Q​ uando eu vejo o pessoal desanimado, eu digo sempre: nunca deixes 
de fazer aquilo que gostas! 
 
Cria um estilo, algo que te identifique. 
 
Uma vez mais digo, não é criar um boneco! Tens que ser tu. Todos nós 
temos algo que nos identifica.  
 
Tu tens que ter uma assinatura. Eu consegui distinguir-me em relação ao 
que faço, por causa da minha identidade, mas nunca forcei nada!  
 
Regina: ​É impossível, mesmo que tu tenhas algum hater, é impossível a 
gente não olhar para essas atitudes e não perceber que foi genuíno. 
 
Alguém falava aqui nos comentários de uma história, de teres perdido o 9º 
ano por causa do mundial de 82. Conta-nos isso. 
 
Luis: ​Eu chumbei no 9º ano sim. Eu estava a fazer um teste e a tentar 
fazê-lo o mais rápido possível, deserto para me ir embora para ir ver o 
mundial de 82. Reprovei a prova e perdi o 9º ano porque tinha o mundial de 
82 para ver. 
 

   

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 14 


Que 3 livros recomendas para quem está 
de quarentena? 
 
Luís: E
​ u leio muito em espanhol e penso muito em espanhol também.  
 
Há um livro que é espetacular. Chama-se “​Os corpos de poder​” de O
​ rfeo
Suárez​, que é um jornalista escritor espanhol. 
 
O livro mostra como ao longo tempo, o corpo foi utilizado em diversos 
aspetos, nomeadamente no desporto, e relata nove episódios singulares 
dessa relação sombria e complexa entre política e desporto. Este é um livro 
fantástico e eu recomendo. 
 

 
 
Outro livro que recomendo, é a biografia de ​Andre Agassi​ chamada “​Open​”. 
 
Eu identifico-me um pouco com ele, porque o que mais adoro é comentar 
jogos mas cheguei a um ponto em que acordava e não tinha vontade de o 
fazer. 
 
E como é que isso acontece? Por causa de tudo o que nos rodeava. 

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 15 


Tu podes fazer algo que não gostas, e eu durante algum tempo vi-me 
forçado a comentar os jogos tentando transparecer a mesma paixão de 
antigamente. 
 

 
 
Agora quero voltar aos clássicos para entender o absurdo que nos rodeia.  
 
Um livro chamado “​O processo​” de Franz Kafka. Este livro retrata a história 
de um homem que é preso, julgado e condenado sem saber aquilo de que 
está a ser acusado.  
 
Eu acho que é muito relacionado com que falámos anteriormente. Como é 
que alguém pode ser condenado, e não saber do que o acusam! Ou melhor, 
acusam-te de calúnias. 
 

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 16 


 
 
Que 3 séries ou filmes da Netflix 
recomendas assistir? 
 
Luís: E
​ m relação aos mais recentes, eu vi uma série sobre um pugilista 
argentino, e chama-se “​Monzón: A Knockout Blow​” que fala da história de 
Carlos Monzón, que foi um pugilista dos anos 70, 80, 90. 
 
É a série sobre a história de vida dele e sobre o lado bondoso que ele tinha.  
 

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 17 


 
Outra série que recomendo é a “​Sense 8​” e é uma série sobre 8 pessoas 
que vivem em 8 sítios diferentes do mundo e estão todas ligadas entre si 
por alguma componente sensorial. A série é extraordinária e tem um enredo 
e interpretações brutais. 
 

 
 
A nivel de filmes, recomendo vivamente o “​Lost in translation​”. 
 
O filme aborda uma expressão americana, que representa a parte cultural 
de palavras ou frases que é perdida quando é traduzida para outra língua.  
 
Ainda que a tradução seja feita correctamente. Os aspectos culturais 
podem constituir uma barreira enorme para a comunicação entre povos. 
Eu identifico-me muito com este filme porque eu perco-me sempre na 
tradução também. Isto é, a maneira como as pessoas interpretam o que os 
outros dizem.  
 

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 18 


 
 
Regina: ​Só para quem ama verdadeiramente o futebol, a comunicação, e a 
genuidade. 
 
Esta ​Live​ serviu para mostrar o exemplo de alguém que mostra a paixão 
com que trabalha. 
 
Tu trabalhas com uma paixão e genuidade incríveis. 

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 19 


Próxima Live 
 
Na próxima Live vamos falar sobre aplicativos e ferramentas para produzir 
conteúdos nas redes sociais. 
 
➡ Dia 18 de Abril 
➡ 17h de São Paulo | 21h de Lisboa 
➡ Instagram @​reginasantana 
 
Esta Live vai acontecer no Instagram da Regina Santana: 
https://www.instagram.com/reginasantana 
 

Compartilhe com um amigo! 


 
A nossa missão durante estas 18 Lives Ao-Vivo é trazer soluções, 
conhecimento, estratégias e ferramentas para que o seu negócio continue 
gerando resultados durante esta pandemia. 
 
Tudo 100% gratuito e 100% ao-vivo. 
 
A única coisa que pedimos em troca é que possa compartilhar esse desafio 
com os seus amigos, familiares e colegas de trabalho, para que possamos 
ajudar mais gente durante esse momento tão difícil para todos nós. 
 
- ​Partilhar no Facebook 
- ​Partilhar no LinkedIn 
- ​Partilhar no WhatsApp 
- ​Partilhar no Telegram 
 
Um Abraço! 
Paulo Faustino & Regina Santana 

© 2020. Digital Elevation. Todos os direitos reservados.​ | 20 

Você também pode gostar