Você está na página 1de 39

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE GOIÁS –

CAMPUS URUAÇU
DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

ISADORA POTIGUARA GOTARDO

PAINÉIS SOLARES FOTOVOLTAICOS PELO SISTEMA GRID-TIE – PROPOSTA DE


INSTALAÇÃO NO IFG- CAMPUS URUAÇU

URUAÇU
2016
ISADORA POTIGUARA GOTARDO

PAINÉIS SOLARES FOTOVOLTAICOS PELO SISTEMA GRID-TIE – PROPOSTA DE


INSTALAÇÃO NO IFG- CAMPUS URUAÇU

Trabalho de conclusão do curso Bacharelado


em Engenharia Civil apresentado ao
Departamento de Áreas Acadêmicas do
Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Goiás – Campus Uruaçu.

Orientadora: Ma. Paula Miranda da Silva


Coorientador: Éder Carlos da Silva

URUAÇU
2016
3

Lista de Siglas

ABE Eólica Associação Brasileira de Energia Eólica


ANEEL Agência Nacional de Energia Elétrica
AR Antirreflexo
a-Si Silício Amorfo Hidrogenado
BIG Banco de Informações de Geração
CdTe Telureto de Cádmio
CEPEL Centro de Pesquisa de Energia Elétrica
CRESESB Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio Brito
c-Si Silício Cristalino
CSP Concentrated Solar Power (Energia Solar Concentrada)
EGP Enel Green Power (EGP)
Fiesp Federação das Indústrias do Estado de São Paulo
ICMS Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços
IFG Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás
IPT Instituto de Pesquisas Tecnológicas
kW Kilowatt
MIT Massachusetts Institute of Technology
PV Photovoltaic (Fotovoltaico)
SIN Sistema Interligado Nacional
3

Lista de Figuras

Figura 1 Distribuição das reservas de combustíveis fósseis pelos diferentes continentes e


regiões do mundo (BP Statistical 2004) ................................................................................... 12
Figura 2 Mapa do aproveitamento do potencial hidrelétrico brasileiro. ................................. 13
Figura 3 Potencial Eólico Brasileiro ......................................................................................... 15
Figura 4 Radiação Solar Global................................................................................................ 16
Figura 5 Usina Cidade Azul em Tubarão - SC ......................................................................... 17
Figura 6 Redução da Densidade de Energia Solar Média de Diferentes Fatores ..................... 19
Figura 7 Distribuição Espectral da Luz Solar ........................................................................... 20
Figura 8 Órbita da Terra em torno do Sol, com seu eixo N-S inclinado .................................. 21
Figura 9 Efeitos da latitude na insolação diária e anual ........................................................... 22
Figura 10 Exemplo de boiler .................................................................................................... 23
Figura 11 Representação do fluxo de energia de um sistema CSP .......................................... 24
Figura 12 Distribuição do mercado fotovoltaico por tecnologia de células. ........................... 25
Figura 13 Estrutura típica da célula solar (esquerda) e princípio de funcionamento (direita). 26
Figura 14 a) junção pn ilustrando região onde ocorre o acúmulo de cargas. (b) campo elétrico
resultante da transferência de cargas através da junção pn. ..................................................... 27
Figura 15 Placas solares fixas................................................................................................... 29
Figura 16 Exemplo de sistema Solar Tracker ou Rastreador Solar .......................................... 30
Figura 17 Índice de radiação solar de acordo com a posição geográfica ................................. 32
Figura 18 Radiação solar global diária, média anual............................................................... 33
Figura 19 Vista superior do IFG .............................................................................................. 34
4

Lista de Tabelas

Tabela 1 Custo de geração (US$ / MWh)................................................................................18


5

Sumário

1. CAPÍTULO .................................................................................................................. 6
1.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 6

1.2. OBJETIVOS............................................................................................................. 8

1.2.1. Geral ..................................................................................................................... 8

1.2.2. Específico ............................................................................................................. 8

1.3. JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 8

2. CAPÍTULO .................................................................................................................. 8
2.1. ENERGIA .............................................................................................................. 10

2.2. ENERGIA RENOVÁVEL NO BRASIL ............................................................... 13

2.2.1. Hidroelétrica ....................................................................................................... 13

2.2.2. Eólica .................................................................................................................. 14

2.2.3. Solar Fotovoltaica ............................................................................................... 15

2.3. ENERGIA SOLAR ................................................................................................ 18

2.4. ENERGIA SOLAR: MÉTODOS DE APROVEITAMENTO .............................. 22

2.4.1. Energia Solar Térmica ........................................................................................ 22

2.4.2. Energia Termossolar ou Concentrada................................................................. 23

2.4.3. Energia Solar Fotovoltaica na Geração de Eletricidade ..................................... 24

2.4.3.1. Formação das Placas Fotovoltaicas ................................................................ 26

3. CAPÍTULO ................................................................................................................ 31
3.1. METODOLOGIA .................................................................................................. 31

3.1.1 Cronograma das atividades ................................................................................. 35


6

1. CAPÍTULO
1.1. INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da civilização, a construção civil surgiu como uma necessidade


de sobrevivência do ser humano, quando ainda não existiam técnicas aprimoradas para
planejamento ou execução de edificações. Assim, o homem foi modificando o ambiente no
qual estava inserido de acordo com suas necessidades.
A indústria da construção civil insere-se no contexto como agente causadora de
impactos ambientais significativos, portanto possui grande responsabilidade quanto a isso. A
sustentabilidade que, segundo o Relatório de Brundtland (RELATÓRIO...,1987, p. 54,
traduzido por GOTARDO, 2016), “satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a
capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”, é um tema que
entrou na agenda política dos países pela primeira vez em 1987. Este relatório foi criado pela
Assembleia Geral da ONU tendo como participantes de diversos países, como Canadá,
Estados Unidos, Itália e Brasil. Numa visão contemporânea de interação entre ser humano e
meio ambiente, entende-se que é necessário haver limites para a utilização dos recursos
naturais finitos, de forma que estes sejam preservados.
Atualmente existem técnicas elaboradas para a construção de edificações,
possibilitando assim, padrões de qualidade cada vez mais elevados além da preocupação e
comprometimento ambiental, para que todo impacto gerado, além de controlado, seja
minimizado. Nesse contexto, pode-se destacar a utilização de fontes energéticas, sem
prejudicar o fornecimento de eletricidade, como sendo uma técnica que reduz a agressão ao
meio ambiente.
A energia solar, mesmo tendo sido descoberta há muito tempo, apresenta-se como uma
alternativa de fonte de energia limpa. De acordo com pesquisas feitas pelo Massachusetts
Institute of Technology (MIT, 2015) em seu livro intitulado “O futuro da energia solar” este
tipo de obtenção energética é muito promissora e pouco agressiva ao meio ambiente.
Existem diversas maneiras de aproveitamento da tecnologia solar, as três principais
são: solar térmica; termossolar ou energia concentrada e fotovoltaica, sendo esta última o
objeto de estudo deste trabalho. A energia solar térmica ocorre quando o calor do sol é
captado por painéis solares térmicos, e transmitindo para a água. Tal processo possibilita o
aquecimento, por exemplo, da água proveniente dos chuveiros, piscinas, ambientes ou
processos industriais. A termossolar ou energia concentrada é aquela onde o calor é
7

produzido através de espelhos que concentram a radiação solar e transformam esta energia
em energia elétrica, porém, tem um alto custo e é mais complexa (NEOSOLAR, p. 1, 2016).
Por fim, a energia solar fotovoltaica, aquela obtida através da conversão direta da luz
solar em eletricidade, por meio do efeito fotovoltaico, que Cabral (2001) define como uma
diferença de potencial nos limites de um material semicondutor, que é gerada pela absorção
de luz, sendo a célula fotovoltaica a principal responsável pelo processo de conversão.
Para o aproveitamento fotovoltaico, existem dois tipos de sistemas que podem ser
utilizados. O primeiro é o Off-Grid, onde os painéis são instalados independentes de outro
tipo de utilização de energia elétrica, mais usual em locais que não possuem acesso a rede
elétrica, portanto este sistema se torna mais oneroso, pois é necessário ter bateria para
armazenar a energia para uso posterior.
O outro sistema, objeto de estudo desta pesquisa, é o Grid-Tie, que utiliza a tecnologia
fotovoltaica ligada à rede elétrica que já abastece a população, não sendo necessária a
aquisição de bateria e nem a mudança na rede elétrica da edificação. O gerador solar produz,
em certo momento, uma quantidade de energia superior a aquela que é consumida na
edificação, ocasionando crédito do usuário perante a concessionária.
Durante o período noturno, onde não há produção de energia por parte dos painéis, a
concessionária de energia elétrica vinculada ao sistema convencional fornece a energia
necessária a ser utilizada. A junção desses dois sistemas acarreta economia de energia, pois,
além do crédito adquirido, de acordo com a norma nº 482 da Agência Nacional de Energia
Elétrica – ANEEL, o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não é
cobrado no Estado de Goiás desde 2015 para usuários de energia solar.
Existem ainda, além de Off-Grid ou Grid-Tie, outros subsistemas que podem se
encaixar em ambos, nesta pesquisa será estudado o Sistema Solar Tracker, conhecido como
seguidor solar e a utilização de placas fixas. O Solar Tracker direciona os painéis ou módulos
para a direção do sol, ou seja, durante o dia e conforme o movimento da Terra, os painéis se
movem para maximizar a quantidade de energia capturada. De acordo com Zipp; Kathie
(2013, p. 1) conforme é minimizado o ângulo de incidência do raio solar, ângulo que um feixe
de luz do sol faz com uma linha perpendicular à face do painel, potencializa-se o
aproveitamento da energia.
8

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo Geral

Propor a instalação de um sistema solar fotovoltaico, através da conexão de placas


solares com a rede de energia elétrica já existente, na forma Grid-Tie no Câmpus Uruaçu do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás.

1.2.2. Objetivos Específicos

- Compreender o funcionamento das placas solares fotovoltaicas;


- Realizar análise climática da cidade de Uruaçu;
- Combinar os dados de consumo de energia elétrica do IFG câmpus Uruaçu com os cálculos
específicos de dimensionamento do sistema fotovoltaico para cálculo dos custos totais;
- Orçar implantação dos sistemas fotovoltaicos com placas fixas e rastreadores solares e
apresentar a melhor proposta de instalação;
- Calcular a economia que será gerada quando o sistema solar de placas fixas ou rastreador
solar for adotado.

1.3. JUSTIFICATIVA

A escolha do tema foi motivada pelo interesse no estudo de energias renováveis,


assunto de grande relevância tanto para a construção civil, que atualmente investe em
construções sustentáveis, quanto para a sociedade.
No âmbito da pesquisa, sendo o Instituto Federal de Goiás – câmpus Uruaçu uma
instituição que aborda ensino técnico e superior, é de extrema importância que se pense em
tecnologias alternativas para redução das despesas, pois há atualmente uma crescente
demanda por energia elétrica, que causa grande impacto sobre o meio ambiente e o uso da
energia solar se mostra como alternativa viável de aproveitamento a ser estudada e inserida
cada vez mais no mercado.
O Brasil está inserido no cinturão solar, recebendo grande quantidade de radiação
solar diariamente, e, de acordo com Rüther (2000), apenas 12 minutos de radiação solar
seriam suficientes para obter a mesma quantidade de energia disponível em todas as reservas
9

de combustíveis fósseis conhecidas. Rüther ainda afirma que a maior usina de geração solar
do Brasil, em Tubarão, Santa Catarina, é um dos piores locais do país para o aproveitamento
fotovoltaico, e ainda assim o aproveitamento do sistema chega a 85%. Além disso, o silício,
material mais utilizado para confecção das placas fotovoltaicas, é um elemento abundante no
país, possibilitando assim a fabricação própria dos painéis.
10

2. CAPÍTULO
2.1. ENERGIA: Contexto histórico

Na história da humanidade, a energia teve seu início através de questões biológicas. A


principal matriz energética que há é o sol, fonte de calor e luz, e transfere esta energia à Terra,
para as plantas, para a evaporação da água dos rios e lagos, formando as chuvas, e ainda para
o efeito estufa, fenômeno no qual parte da radiação solar recebida é absorvida pela superfície
terrestre, aquecendo a Terra e tornando-se vital para existência da humanidade. Segundo
Farias; Sellitto (2011, p. 7) “A energia pode ser definida como a capacidade de realizar
trabalho ou de transferir calor”.
Ainda Farias; Sellitto (2011) discorrem em sua tese que na Idade Média o progresso
dos setores da engenharia e suas áreas modificaram o uso da energia e dominaram a
transformação das formas de energia primárias para secundárias. Santos et al. (2006) afirmam
que a energia primária é aquela fornecida pela natureza, como a lenha, cana-de-açúcar,
hidráulica e entre outras, enquanto a energia secundária é consequente de métodos de
conversão, para simplificar seu deslocamento e retenção.
O homem foi evoluindo, e a partir de novos estudos e técnicas, foi capaz de descobrir
e também de aprimorar, técnicas de geração e aproveitamento de energia. Amaral (2010)
assegura que o carvão mineral, primeiro combustível fóssil utilizado em larga escala, era
substancial nos séculos XVIII e XIX para as atividades das máquinas que trabalhavam a
vapor. A partir da Segunda Revolução Industrial, surge a exploração do petróleo, e atualmente
a sociedade é totalmente dependente desse produto e de seus derivados. A sua utilização em
grande proporção se dá, principalmente, por ele ser uma matriz energética potente, que existe
de uma forma ainda abundante, porém finita.
A utilização de tecnologias de geração de energia renovável, como a energia solar, já
vem de muitos anos atrás, porém, em sua tese, Vera (2004) afirma que apenas nos últimos 50
anos as fontes de energia renováveis vem crescendo, por consequência de impactos
ambientais e custo dos combustíveis fósseis. Vera ainda assegura que o sistema energético
utilizado atualmente enfrenta diversos desafios, como proteção ao meio ambiente, a eficiência
energética e o planejamento de acordo com a demanda, enquanto a tecnologia fotovoltaica
pode suprir o consumo até mesmo em regiões isoladas, onde não existe uma concessionária de
energia e esta deve ser feita de forma independente (como seria o sistema fotovoltaico Off-
grid).
11

Segundo Farias, Sellitto (2011, p. 8), “A energia elétrica é uma forma de energia
secundária, obtida a partir de diferentes fontes de energia primárias, capaz de entregar aos
usuários finais energia através de extensas redes de distribuição”. Com o passar dos anos, o
crescimento populacional mundial, juntamente com a evolução das tecnologias, fez a
demanda por energia elétrica crescer e por conta deste fato multiplicaram-se as opções de
recursos para a obtenção de energia.
De acordo com recursos econômicos, comerciais e também naturais, os países foram
se adaptando e encontrando as melhores maneiras de compor a matriz energética, porém
muitas matrizes energéticas que são empregadas possuem recursos finitos de utilização, ou
seja, em algum momento no futuro serão esgotadas. Além desse fato, a quantidade de energia
ofertada já não atende mais a demanda de energia necessária para suprir o consumo exigido
pela população.
De acordo com Santiago, Rocha e Carvalho (2016), o mundo passa por um período de
restringimento de possibilidades energéticas, e dados fornecidos por Santos et al. (2006, p.
58) indicam que o estoque de petróleo no Brasil, de qualidade satisfatória, é escasso e é tido
como suficiente por apenas mais 22 anos. E não é apenas no Brasil que esse fato acontece.
De acordo com Howard (2006, apud Santos 2006, p. 54,)

No século que se passou, a humanidade já consumiu a metade do petróleo que existe


na Terra e aquilo que restou em todas as reservas existentes seria suficiente apenas
para mais 37 anos. Howard ainda expõe que o futuro da civilização industrial será
conturbado, mudanças econômicas, políticas e sociais acontecerão em escala nunca
antes vista e esse período será marcado por uma diminuição das atividades
cotidianas, como o adeus aos carros, aviões e ocorrerão vários conflitos e epidemias.

Portanto, de acordo com Howard, é possível que a vida como se conhece hoje, mude
bastante nos próximos anos, e que, além dessa catástrofe não estar muito longe, será bem
impactante. Outro fator preocupante é que os recursos energéticos mais utilizados atualmente
além de serem recursos finitos, estão mal distribuídos ao longo do mundo, como se pode ver
na Figura 1.
12

Figura 1 Distribuição das reservas de combustíveis fósseis pelos diferentes continentes e regiões do mundo (BP
Statistical 2004)

Fonte: Adaptado de BP Statistical Review of World Energy 2011.

Santos et al. (2006) confrontam as previsões de Howard, afirmando que a visão geral a
respeito do assunto é mais positiva do que este afirma, porém a sociedade e seus
representantes devem ficar alertas quanto a essas informações, a fim de esmerar-se mais na
busca de fontes sustentáveis.
Torna-se uma necessidade primordial a busca por energia de fontes inesgotáveis e
renováveis, como a energia solar, que se insere nesse contexto de forma viável, já que, Rüther
(2000) afirma em seu trabalho que para suprir a demanda energética da população mundial
anual, seriam necessários apenas 12 minutos de incidência solar, se a eficiência do sistema de
captação fosse aproveitada por completa, e ainda com a captação dos raios solares durante três
semanas, seria possível obter a mesma quantidade de energia disponível em todas as reservas
de combustíveis fósseis já conhecidas pelo homem, como óleo, gás natural e carvão.

“Na escala global, o recurso solar é amplamente distribuído. Onde há pessoas, há luz
solar... A escala do recurso solar e sua ampla distribuição em todo o mundo são
consistentes com energia solar tornar-se uma fonte importante, talvez a principal
fonte de eletricidade geração em todo o mundo” (MIT, 2015, pg. 04, traduzido por
GOTARDO, 2016).
13

Portanto, além de ser um recurso inesgotável e abundante, a energia solar é bem


distribuída ao longo de todo planeta, apesar da influência dos efeitos de rotação e translação
da Terra, esta consegue incidir sobre todas as superfícies, e não apresentaria problemas de
oferta nos recursos energéticos, enquanto os métodos mais comuns de obtenção de energia
atuais são de recursos limitados e finitos, além de mal distribuídos pelos países.

2.2. ENERGIA RENOVÁVEL NO BRASIL


2.2.1. Hidroelétrica

O tipo mais comum de energia produzida no Brasil é aquela proveniente das


hidroelétricas, fontes de energia renovável que utiliza a energia potencial da água dos rios
para mover turbinas, e assim gerar eletricidade. De acordo com Bronzatti; Neto (2008) o
Brasil pertence ao grupo dos países que possuem a maior parte da produção de eletricidade
proveniente de usinas hidroelétricas, correspondendo a 75% da potência instalada. Em 2005
geraram 93% da energia demandada no Sistema Interligado Nacional (SIN), ou seja, há um
grande potencial a ser aproveitado.
Grande parcela do potencial hidráulico do país já foi explorado, principalmente nas
regiões mais desenvolvidas e o aproveitamento do potencial têm crescido bastante ao longo
dos anos, como mostra a Figura 2.

Figura 2 Mapa do aproveitamento do potencial hidrelétrico brasileiro.

Fonte: Atlas de Energia Elétrica do Brasil ANEEEL (2002).

Os dados obtidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL (2005) são categóricos
em dizer que em 2030 o consumo de energia elétrica no Brasil irá aumentar para até
14

1.250TW/ano, sendo que este consumo foi de 464,7 TW/ano em 2015 (Empresa de Pesquisa
Energética, fev. 2016) e mesmo elevando o aproveitamento do potencial hidráulico para 80%
a demanda de energia elétrica não poderá ser suprida.
Apesar das hidroelétricas serem fontes renováveis de geração de energia e não
emitirem nenhum poluente em sua obtenção é necessário inundar grandes áreas, o que leva a
perda de biodiversidade, devastação de vegetação natural, desapropriação de comunidades
locais e ainda mudança no leito dos rios, trazendo impactos ecológicos bastante significativos.

2.2.2. Eólica

A energia eólica, gerada a partir da força dos ventos por aerogeradores, também se
aplica a diversos tipos de mercados, tanto para grandes proporções quanto para sistemas de
micro geração. Segundo Farias; Sellitto (2011, p. 12) as centrais de pequeno porte podem
atender sistemas isolados, distantes dos grandes centros urbanos, sem acesso à energia
elétrica, enquanto centrais de grande porte podem ser conectadas ao SIN.
Atualmente existem 410 usinas eólicas instaladas no Brasil, com capacidade de
geração de 10,26 GW, ocasionando uma redução na emissão de 17.650.000 toneladas por ano
de CO2, e uma capacidade futura de 7,89 GW de energia, provenientes de usinas em
construção (Associação Brasileira de Energia Eólica – ABE Eólica, 2016). Existe a
possibilidade da integração da energia eólica com as hidrelétricas já existentes, pois há grande
oferta de vento no mesmo período em que ocorre a seca no Nordeste, local muito propício
para esta tecnologia. Porém não são em todos os locais do país que se torna viável a utilização
dessa tecnologia, já que é necessária uma oferta de vento em quantidade suficiente para
movimentar as hélices, o que não ocorre em todas as regiões do Brasil como é o caso do
Estado de Goiás, como demonstra a Figura 3.
15

Figura 3 Potencial Eólico Brasileiro

Fonte: Atlas de Energia Elétrica do Brasil, 2008

2.2.3. Solar Fotovoltaica

A geração de energia por meio de placas solares fotovoltaicas já é uma realidade no


Brasil. Os dados fornecidos pelo Banco de Informação de Geração (BIG) da ANEEL mostram
que o Brasil possui 42 empreendimentos de Centrais Geradoras Solares Fotovoltaicas,
outorgando uma potência de 27.008 kW, representando 0,02% da energia gerada pelo país. Há
ainda nove empreendimentos em construção, para elevar a potência de geração em 258.000
kW, o que levará a uma representatividade de 3,01% do total de energia gerado. Ainda
existem 101 projetos que serão iniciados e levarão a uma geração de 2.692.397 kW, fazendo
com que o percentual representativo da energia solar salte para até 15,7%, muito maior do que
o já existente.
A taxa de incidência dos raios solares no país é um fator importante para a
implantação do sistema solar e o Brasil possui uma localização geográfica bastante
favorável, além de ter grande reserva de minerais para a produção dos painéis solares. O
Brasil se localiza perto da linha do equador, e dessa forma não ocorrem grandes variações
na incidência dos raios solares, já que a inclinação da Terra não interfere de maneira
16

significativa nessa região do globo, como se vê na Figura 4.

Figura 4 Radiação Solar Global

Fonte: Cepel, 2013.

Além do fator do índice da radiação ser considerado determinante para inserção dessa
tecnologia em território brasileiro, existe ainda outro ponto a ser considerado. O silício,
principal matéria prima de fabricação das placas fotovoltaicas, é o “segundo elemento mais
abundante na crosta terrestre, tem sido explorado sob diversas formas: monocristalino
(mono-Si), policristalino (poly-Si) e amorfo (a-Si)” (PINHO; GALDINO, 2014). E ainda,
segundo pesquisas do MIT (2015, p.1, traduzido por GOTARDO, 2016.),
Sistemas de a -Si provavelmente vão dominar o mercado de energia solar para as
próximas décadas e talvez mais além. Além disso, se a indústria puder reduzir
substancialmente sua dependência de prata para contatos elétricos, insumos
materiais para a geração de c -Si PV estão disponíveis em quantidade suficiente para
apoiar a expansão de escala terawatt.
O Brasil possui as maiores reservas mundiais de quartzo, matéria prima do silício,
porém importa o silício purificado a um preço muito maior do que exporta em matéria bruta, e
segundo Marques, Francisco em entrevista ao Jornal da Universidade Estadual de Campinas –
UNICAMP ,existe tecnologia suficiente no país para a purificação do silício com ordem de
grandeza suficiente para a fabricação dos painéis solares ( 99,9993% de pureza)
(ANUNCIAÇÃO, 2012).
Em reportagem publicada pelo site da Globo (2014, p. 1), com o tema “Maior usina
solar do país atinge 85% de geração em um mês de operação”, é exposto que a maior usina
instalada no Brasil é a de Cidade Azul, localizada em Tubarão, Santa Catarina. Foi inaugurada
em 9 de agosto de 2014, com 19.424 painéis solares, que produzem energia suficiente para
17

abastecer uma cidade, população de 10 a 15 mil habitantes, ou aproximadamente 2,5 mil casas
em um ano. A usina possui 10 hectares de área, sendo 4,9 destes ocupados pelos painéis,
conforme mostra a Figura 5.

Figura 5 Usina Cidade Azul em Tubarão - SC

Fonte: Tractebel Energia (2016).

O coordenador do projeto, Ricardo Rüther, explica que a região de Tubarão é um dos


piores lugares no Brasil para a captação da radiação solar e o local foi escolhido por ter
abundância de recursos humanos para instalação. Ainda assim, o aproveitamento do sistema
chegou a 85% e Rüther afirma que além da usina de Tubarão ainda existem oito locais no
Brasil com sete tecnologias diferentes sendo analisadas, cada uma destas com características
especificas para o clima na qual está inserida, para que se use a mais adequada para cada
região.
Outra usina de grande potencial que está no foco dos assuntos atuais é a usina de
Ituverava, na Bahia, em construção desde dezembro de 2015. De acordo com dados
fornecidos pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), será a maior usina
de geração de energia solar fotovoltaica da América Latina, com capacidade de geração de
254 MW e produção anual de 500 GWh. A empresa responsável pela concepção da usina,
Enel Green Power (EGP), investirá 400 milhões de dólares na construção. O CEO da empresa
Enerray, Michael Scandellari, parceiro da obra, declarou “Acreditamos que o Brasil
representa uma grande oportunidade por ser um mercado com perspectivas de crescimento
muito significativas a médio e longo prazo” (FIESP, 2016, p. 1).
Apesar do uso das energias renováveis estar em fase de crescimento, os custos no
investimento em infraestrutura ainda são onerosos se comparados às outras tecnologias de
18

geração, como mostra a Tabela 1 que apresenta os custos das tecnologias para geração de
energia elétrica.
Tabela 1 - Custo de geração (US$ / MWh)

Fonte: W.C Turkenburg Utrecht university,2003

Por conta deste fato, Bronzatti; Neto (2008) estabelecem em seu trabalho que a
tecnologia solar ainda não está madura e difundida totalmente e que para isso acontecer seria
necessária uma redução nos custos de fabricação e instalação das placas solares a uma ordem
de cinco vezes o valor atual.

2.3. ENERGIA SOLAR

Segundo estudos feitos pelo MIT (2015) no livro “O Futuro da Energia Solar”, o
recurso solar existente é significativamente maior do que qualquer outro recurso disponível no
planeta. Aproximadamente 174.000 terawatts de energia são fornecidos na atmosfera terrestre
pelo sol, e o consumo mundial de energia elétrica em um ano se aproxima dos 17 terawatts,
fazendo pouco tempo de radiação solar que atinge a Terra ser suficiente para suprir essa
demanda anual. Ainda de acordo com o MIT (2015, p. 1, traduzido por GOTARDO, 2016).

A geração de eletricidade solar é uma das poucas tecnologias de energia de baixo


carbono com potencial para crescer em escala muito grande. Como consequência, a
enorme expansão da capacidade de geração solar global em escala multi-terawatt é
19

um componente essencial muito provável de uma estratégia viável para mitigar o


risco de mudanças climáticas.

A energia solar pode ser considerada a base de praticamente todas as matrizes


energéticas utilizadas pela humanidade, desde a fonte de alimento (fotossíntese das plantas),
até o fornecimento de calor, que impulsiona os ventos, correntes de rios e decomposição da
matéria orgânica que dá origem aos combustíveis fósseis.
Apesar de estar disponível em todos os locais do planeta, a radiação solar pode ser
influenciada por alguns fatores, como a ocorrência de nuvens de acordo com a climatologia
ou a poluição com gases de efeito estufa, a rotação terrestre, que impede a captação da energia
durante o período noturno, além da inclinação do globo terrestre, que pode influenciar muito
dependendo da época do ano e a localização latitudinal da região, como mostra a Figura 6.

Figura 6 Redução da Densidade de Energia Solar Média de Diferentes Fatores

Fonte: Adaptado de Massachusetts Institute of Technology (2015, p. 254)

O valor referente ao primeiro dado da Figura 6 (1336 W/m²) é a constante solar, que
de acordo com Cabral (2001, p. 9) “é definida como um valor médio do nível de radiação
solar que incide normalmente sobre uma superfície localizada no topo da atmosfera”. A
autora relata em seu estudo que este valor é obtido segundo fórmulas matemáticas que
permitem o cálculo da radiação ao longo do ano, corrigindo este valor pela órbita elíptica que
20

a Terra faz em torno do sol. Essa radiação solar, segundo o MIT (2015) aproxima-se muito da
radiação emitida por um corpo negro.
Ainda de acordo com o MIT (2015), o efeito de corpo negro é um fenômeno que
acontece em todas as superfícies existentes, onde elas emitem radiação térmica, determinando
o espectro desta radiação de acordo com o comprimento da onda emitida. O espectro da
radiação solar no topo da atmosfera praticamente se iguala com o espectro emitido por um
corpo negro, com comprimento de onda em torno de 400 e 700 nanometros .
A Figura 6 ilustra, primeiramente, a perda de parte da energia pela absorção da
atmosfera terrestre e o espalhamento de outra parte desta. A segunda perda é referente ao
ângulo oblíquo de incidência do raio solar, referente ao posicionamento geográfico do local
em relação à posição do sol. A terceira perda refere-se à variação diurna da insolação,
enquanto por último tem-se o tempo, a intermitência induzida que ocorre devido às nuvens.
Durante a passagem do raio de sol pela atmosfera, ele interage com as partículas que a
compõe, como o vapor de água, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e ozônio, e
porções da luz são absorvidas ou refletidas. A absorção da luz ocorre em regiões distintas do
espectro, que originam as perdas mostradas na Figura 07.

Figura 7 Distribuição Espectral da Luz Solar

Fonte: Cabral, 2001

De acordo com Cabral (2001), essa interferência depende da espessura da camada da


atmosfera, que pode ser identificada como “Massa de Ar”, além do ângulo Zenital do Sol
21

(ângulo existente entre a reta que descreve a incidência dos raios solares e a vertical Zênite),
da distância que se encontra o sol da Terra e das condições meteorológicas.
Outro fator que influencia no recebimento da radiação solar é o movimento que a
Terra faz em volta do sol. Durante o período de um ano, a Terra pratica um movimento
elíptico em torno do sol, em um plano inclinado de aproximadamente 23,5º levando em
consideração o plano que corta a linha do Equador. Segundo Cabral (2001) por causa dessa
inclinação, há uma variação na ascendência do sol ao longo dos dias, originando as estações
do ano e dificultando os cálculos relativos ao posicionamento que o sol se encontra em
determinada hora e data, como se observa na Figura 08.

Figura 8 Órbita da Terra em torno do Sol, com seu eixo N-S inclinado

Fonte: CABRAL, 2001

Segundo Cabral (2011, p. 8) “As relações geométricas entre os raios solares, que
variam de acordo com o movimento aparente do Sol, e a superfície terrestre, são descritas
através de vários ângulos”. Verifica-se as variações de radiação segundo a inclinação da
Terra e a latitude conforme Figura 9, disposta pelo MIT (2015).
22

Figura 9 Efeitos da latitude na insolação diária e anual

Fonte: Adaptado de Massachusetts Institute of Technology (2015, p. 257).

A Figura 09 mostra os índices de insolação ao longo do dia e tanto na Figura 8 como


na Figura 9, estão representadas condições que não levam em consideração o clima da região,
que também irá influenciar a irradiação solar. Além desses fatores, o clima é muito
importante, em dias ensolarados, por exemplo, é possível obter um aproveitamento do sistema
muito maior do que em dias nublados e chuvosos.
Dessa forma, o livro do MIT (2015) conclui que o desafio principal de fazer esta
tecnologia atender a demanda mundial por energia é converter as flutuações de demanda
existentes para escalas confiáveis, ou seja, para que os índices de captação possam ser mais
constantes e não possuam tantas interferências.

2.4. MÉTODOS DE APROVEITAMENTO DE ENERGIA SOLAR

2.4.1. Energia Solar Térmica

Energia solar térmica é um sistema que se utiliza da fonte inesgotável de radiação


solar para transformá-la em calor, com o objetivo de aquecer a água. Os coletores de radiação
solar são, na maioria das vezes, dispostos no telhado das edificações, para receberem a luz do
sol e converter em calor.
Os coletores tem cobertura de vidro e o calor é gerado por meio de uma placa de metal
que age como se fosse um corpo negro. A placa é integrada a um sistema de tubos,
responsáveis por transmitir o calor gerado para o fluido de transferência térmica, que irá para
um tanque de armazenamento de água quente. A água potável a ser utilizada é aquecida pela
23

permuta de calor, e o líquido de transferência térmica retorna para o local de aquecimento,


para assim realizar um novo ciclo (ENERGIA Solar Térmica, 2004). Esse tipo de
equipamento é conhecido como Boiler, como mostra a Figura 10.

Figura 10 Exemplo de boiler

Fonte: Soletrol Aquecedores Solares de Água, 2016.

Este tipo de sistema traz economia de uso da água aquecida para chuveiros, não
gerando energia para a casa ou empresa e, apesar de muito eficiente, não é interessante para
ser instalado na edificação estudada, já que esta é uma instituição de ensino, a qual não se
utiliza de água aquecida para nenhum fim, não possui chuveiros elétricos, ou necessidade de
ter salas aquecidas pois o clima da região é tropical e não possui temperaturas baixas.

2.4.2. Energia Termossolar ou Concentrada

Esta tecnologia, conhecida como Concentrated Solar Power (CSP), de acordo com o
pesquisador Bianchini (2013), é um sistema que utiliza concentradores com o objetivo de
focalizar a radiação solar para um dispositivo receptor que esquenta um líquido de
transferência e é levado ao bloco de potência, onde a eletricidade é gerada, ou seja, no ciclo
de potência o líquido se expande ou pode ser usado vaporizado em procedimentos industriais
nas turbinas, então a energia captada não é utilizada com o objetivo de esquentar fluidos, mas
sim de gerar eletricidade.
Há também as perdas de energia ao longo do processo de obtenção de eletricidade.
Essa tecnologia também seria válida para ser utilizada no IFG – Uruaçu, porém segundo a
24

Neosolar (2016) os custos de implantação são elevados se comparados à outras tecnologias de


obtenção solar. A Figura 11 representa um esquema do sistema que foi explanado.

Figura 11 Representação do fluxo de energia de um sistema CSP

Fonte: BIANCHINI, 2013.

2.4.3. Energia Solar Fotovoltaica

Tolmasquim et al., (2016) dividem a história da tecnologia fotovoltaica em quatro


fases. Na primeira, as células fotovoltaicas são utilizadas apenas em aplicações espaciais. A
partir de 1970, na segunda fase, por conta da crise do petróleo, essa tecnologia começou a ser
utilizada pelo sistema off-grid, não conectado a rede, em locais onde não existia o
fornecimento de energia elétrica. Ao final de 1990, alguns países deram incentivos financeiros
à geração fotovoltaica, levando-a até a terceira fase que se caracteriza pela paridade de tarifas
na geração distribuída. A última fase diz respeito à atualidade, onde a tecnologia está mais
competitiva com as fontes convencionais de obtenção de energia.
A energia fotovoltaica faz o uso de células fotovoltaicas, que são dispositivos elétricos
formados por silício e prata como condutora de energia, capazes de converter a energia solar
em energia elétrica fazendo o uso do inversor e gerando energia limpa. Cabral (2001) afirma
que as células se dispõem em módulos ou painéis, e fazem a transformação de energia pelo
efeito fotovoltaico, mais comumente utilizando o silício como matéria prima.
25

Alonso et al. (2013) afirmam que em alguns materiais que são semicondutores
(materiais que apresentam características intermediárias aos isolantes e condutores de
eletricidade) os fótons oriundos da radiação solar transmitem sua energia aos elétrons de
valência do material semicondutor, rompendo suas ligações, tornando-os livres para se
movimentarem no material. Forma-se então uma lacuna, pela falta de um elétron no local
antes ocupado e esta também pode mover-se pelo semicondutor. Como tanto elétrons quanto
lacunas se movimentam, estes são chamados de portadores de carga, e este movimento em
direções opostas entre eles geram uma corrente elétrica no material semicondutor. Para os
elétrons não retornarem às lacunas, utiliza-se um campo elétrico que força o movimento em
sentidos contrários das cargas.
Quando se fala em aplicação de geração de energia terrestre, pode-se destacar de
acordo com Marinoski (2004, p. 2) “as células solares de silício cristalino (c-Si), o silício
amorfo hidrogenado (a-Si:H ou a-Si), o telureto de cádmio (CdTe) e outros compostos
relacionados ao dissulfeto de cobre e índio.”. A Figura 12 reafirma os dados do autor.

Figura 12 Distribuição do mercado fotovoltaico por tecnologia de células.

Fonte: ALONSO et al. (2013, p. 5).


Nota-se que os modelos mais utilizados são os painéis de silício cristalino e silício
amorfo.
Marinoski (2004) já confirmava as informações da Figura 11 disposto por Alonso et
al. (2013), em que a utilização da tecnologia de filmes finos (CdTe, por exemplo) está
26

crescendo bastante, por possuir vários modelos com preço acessível, ocupando portanto, o
terceiro lugar em utilização.

2.4.3.1. Formação das Placas Fotovoltaicas

A estrutura característica da célula solar pode ser vista na Figura 13, apresentada por
Alonso et al. (2013).

Figura 13 Estrutura típica da célula solar (esquerda) e princípio de funcionamento (direita).

Fonte: ALONSO et al. (2013, p. 8).

Os autores explicam que o material utilizado na base da célula é o silício e Cabral


(2001) complementa que este possui quatro elétrons de ligação, que se juntam ao átomo
vizinho formando uma rede cristalina. Para o campo elétrico ser obtido, Alonso et al. (2013)
relacionam a adição de impurezas ao sistema, com materiais que possuem excesso ou falta de
elétrons se comparados ao silício, como por exemplo, o fósforo, que possui cinco elétrons de
ligação, portanto haverá um elétron em excesso que ficará fracamente ligado ao seu núcleo de
origem.
As células solares também são compostas, conforme apresentado na Figura 13 por
Alonso et al. (2013), de uma capa antirreflexo (AR) que tem a função de diminuir as perdas
por reflexão da superfície; uma rede de metalização permite a coleta de elétrons passando
uma resistência mínima e deve permitir a maior quantidade possível de luz para o sistema;
camadas ativas do material semicondutor o emissor (chamado de capa n) e a base (chamada
de capa p) e um contato metálico que fica em toda superfície da célula solar.
27

Cabral (2001) exemplifica em sua tese o funcionamento da célula, que com apenas um
pouco de energia térmica recebida pelo sol, o elétron livre presente nesta se desvencilha e vai
para a banda de condução, então o fósforo é chamado de dopante doador de elétrons (dopante
n ou impureza n). No outro lado da célula insere-se um átomo com apenas três elétrons de
ligação, por exemplo, o boro, então ocorrerá uma falta de elétrons para atender as ligações
com o silício. Essa falta de elétrons é chamada de lacuna, e da mesma forma que com o
fósforo, se submete à recepção de pouca energia térmica o elétron de um sítio vizinho pode
ocupar a posição vaga, fazendo com que a lacuna se desloque. O boro então faz papel de
aceitador de elétrons ou dopante p. A maior parte das células solares se formam por uma
união p-n, onde se adicionam contatos metálicos que são responsáveis por extrair a corrente
do sistema. Esse movimento foi esquematizado por Cabral (2001), na Figura 14.

Figura 14 a) junção pn ilustrando região onde ocorre o acúmulo de cargas. (b) campo elétrico resultante da
transferência de cargas através da junção pn.

Fonte: CABRAL 2001.

Os componentes do sistema solar são descritos no trabalho realizado por Cabral


(2001), que primeiramente expõe o painel solar, formado por uma ou mais placas solares,
onde estão as células solares descritas anteriormente. O sistema ainda é composto por
condutores, fusíveis, inversores e equipamentos opcionais, como o rastreador solar, por
exemplo.
28

O tamanho, potência e quantidade dos painéis vão depender da demanda de energia a


ser captada, podendo assim escolher diversos tipos de combinação de sistemas que serão
capazes de atender essa demanda. Além disso, Cabral estabelece que a quantidade de energia
que o painel gera depende de sua área coletora, por exemplo, uma placa de 0,4 m² é capaz de
gerar 14,5 Volts e uma corrente de aproximadamente 2,5 Ampères ou ainda 150 W/h para o
dia que estiver funcionando, se considerado seis horas efetivas de sol, que representam um
saldo de radiação de 1.000 W/m2.
Segundo Cabral (2001), quando há mais de um painel no sistema, eles precisam estar
conectados entre si, e essa ligação pode ser feita em série, paralela ou mista. A ligação em
série é indicada quando há uma potência elevada, que permita o aumento da tensão, a tensão
elétrica reduzindo assim a corrente. A ligação em paralelo é útil quando deseja-se aumentar a
corrente e manter a tensão constante, então liga-se o terminal positivo de uma placa com o
positivo da outra placa e a ligação mista é aquela onde há os dois tipos citados anteriormente,
é o caso quando a corrente e a tensão precisam ser elevadas.
Outro fator importante é a orientação geográfica e inclinação das placas solares, visto
que a melhor situação de captação é aquela onde os raios solares incidem fazendo um ângulo
de 90º com a superfície da placa. Os condutores, componentes do sistema fotovoltaico, são os
cabos isolados formados por fios recobertos de materiais isolantes, sendo feitos de cobre e
alumínio (VERA, 2004). O autor ainda verifica que as quedas de tensão devem ser mínimas
para o melhor aproveitamento do conjunto e deve sempre aperfeiçoar o diâmetro dos
condutores, que irão ser dimensionados de acordo com a norma ABNT (NBR 5410), já que
seguem o padrão de dimensionamento das redes de baixa tensão. A Figura 15 apresenta um
sistema formado por placas fixas, um dos componentes de comparação deste trabalho, que
devem ser corretamente orientados geograficamente.
29

Figura 15 Placas solares fixas

Fonte: ECycle (2016, p. 1).

Para a proteção dos circuitos instalados faz-se o uso de fusíveis, que Vera (2004)
conceitua em sua tese como dispositivos que cessam o circuito elétrico quando há sobrecarga
no sistema. Cabral (2001) orienta que, para o dimensionamento, a capacidade do fusível de
proteção precisa ser maior do que a corrente que é incorporada pelo circuito e ao mesmo
tempo menor que o limite da capacidade condutora de corrente do condutor.
Outro componente essencial do sistema é o inversor, que permite o abastecimento de
cargas em corrente alternada, provenientes de sistemas em corrente contínua, que é o caso em
que trabalham os painéis solares (VERA, 2004), ou seja, Cabral (2001) explana que os
inversores serão alimentados por corrente contínua e fornecerão corrente alternada com
tensões de 110 ou 220 volts, dependendo da região em que se encontra o sistema, poderá
ocorrer perdas de até 10% no processo de conversão.
Há por último um equipamento opcional, objeto de estudo deste trabalho a fim de
comparação, que é o rastreador solar. De acordo com Cabral (2001) este é um sistema que
permite o movimento das placas para que estas acompanhem no sentido Leste-Oeste o
movimento do sol ao longo do dia. A autora complementa informando que o funcionamento
pode ser passivo, baseado no deslocamento de um gás situado entre dois braços ocos em lados
opostos da estrutura. Onde o sol estiver incidindo o gás ficará mais quente e irá expandir,
deslocando o mesmo para o braço menos aquecido, movendo a estrutura em direção ao braço
30

menos pesado (menos aquecido pelo sol). Dessa forma a incidência do sol é sempre
perpendicular ao plano que se encontra os painéis, obtendo um melhor aproveitamento do
sistema na casa dos 20% de maior eficiência com relação aos painéis fixos. Além disso, o
grupo da empresa CSI Solar Tracker (2016, p. 1) afirma que

O Solar Tracker tem a capacidade de aumentar satisfatoriamente a produção de


energia, reduzindo a quantidade de painéis, otimização de espaço, redução da
potencia do inversor e levando uma redução de custos no projeto final para o cliente.
Ao contrario do que muitos pensam o Solar tracker para telhados é em media 30%
mais barato do que instalações com placas fixas.

Pode-se ver um exemplo do sistema na Figura 16.

Figura 16 Exemplo de sistema Solar Tracker ou Rastreador Solar

Fonte: CSI Empresa de Rastreadores Solar Fotovoltaico


31

3. CAPÍTULO
3.1. METODOLOGIA

Inicialmente, foi feita uma revisão bibliográfica sobre o contexto histórico da energia
renovável, seus benefícios para a sociedade, a relação dos impactos ambientais gerados
pelos métodos de geração não renováveis de energia, as vantagens e desvantagens da
utilização de energia solar fotovoltaica, o crescimento mundial da utilização desta
tecnologia, e ainda a utilização desta no Brasil e no estado de Goiás, principalmente na
cidade de Uruaçu.
De acordo com pesquisas realizadas na área de energia solar fotovoltaica por autores
diversos, compreendeu-se o funcionamento das placas fotovoltaicas, das células solares,
bem como estudou-se a respeito do aproveitamento desse tipo de energia, as possíveis
aplicações e utilizações na área da construção civil.
A empresa CSI Solar Tracker, que atua no setor estudado e possui filial em Uruaçu -
Goiás (NASSOLAR), forneceu maiores esclarecimentos a respeito da tecnologia
fotovoltaica. Esta empresa brasileira projeta e implanta sistemas solares fotovoltaicos,
trabalhando com solar tracker, sendo um sistema mais completo, que direciona os painéis
em direção ao sol, oportunizando a maior capitação de energia a ser gerada.
Entendidos os contextos sociais e históricos nos quais a tecnologia fotovoltaica está
inserida, obtiveram-se os dados referentes ao índice de insolação da cidade de Uruaçu, Goiás,
objeto de estudo da pesquisa, através de informações fornecidas pela CRESESB. As
informações geográficas correspondem às cidades vizinhas, pois não existem dados
específicos relativos à localidade exata da região estudada, conforme apresentado na Figura
17.
32

Figura 17 Índice de radiação solar de acordo com a posição geográfica

Fonte: CRESESB, 2016

Os índices de radiação solar fornecidos pela CRESESB são referentes às cidades de


Brasília, Cidade de Goiás e Formosa, como se vê na Figura 18 e é apresentada uma média
entre os doze meses do ano, para que assim se possa obter o valor médio de radiação para a
localidade desejada. Além desse dado, foi extraído um valor de radiação solar semelhante do
Atlas Solarimétrico do Brasil, também fornecido pela CRESESB – CEPEL, para verificar a
credibilidade das informações, como se pode ver na Figura 17 abaixo.
33

Figura 18 Radiação solar global diária, média anual

Fonte: CRESEB, 2000

O Atlas Solarimétrico demonstra uma concordância com os dados obtidos, pois nota-
se na região norte do estado de Goiás um índice de 18 MJ/ m² . dia, que é o equivalente a 5,04
kWh/ m² . dia, muito próximo da média obtida pelas informações dos gráficos apresentados.
As coordenadas geográficas da edificação a ser estudada: o prédio do IFG – Campus
Uruaçu, foram aferidas através de mapas, com o objetivo de observar a área da cobertura do
mesmo, as regiões de sombreamento, e de exposição ao sol, a fim de obter o melhor
aproveitamento possível das regiões de instalação dos painéis, como ilustra a Figura 19.
34

Figura 19 Vista superior do IFG

Fonte: Google Maps, 2016

O consumo de energia diário, mensal e anual foi estimado via informações fornecidas
pela instituição de ensino, e os dados fornecidos foram os consumos mensais em kWh, pois os
detalhes de consumo e a conta de energia não poderiam ser fornecidos pela instituição.
A análise da orientação geográfica do prédio para determinação do norte verdadeiro e
cálculo do azimute verdadeiro e função do norte geográfico, será feita no segundo momento
da pesquisa, para que seja garantida a posição dos painéis virados para o norte, uma
alternativa ótima de geração.
Assim, será calculada a potência nominal necessária para atender ao consumo médio
mensal observado na edificação, através de fórmulas apresentadas por Marinoski, Salamoni
e Rüther (2004), assumindo além das médias de radiação, um rendimento médio do sistema.
De posse destes dados, será feita uma pesquisa de campo a respeito dos tipos de painéis
disponíveis no mercado, escolhendo, um fornecedor de placas com seguidores solares (Solar
Tracker) e outro fornecedor de placas fixas, para que se possa realizar uma comparação do
mais eficiente com o melhor custo benefício.
Após análise, será feita uma proposta de instalação de painéis para geração de
energia, especificando o tipo do painel utilizado, sua localização na edificação, orientação
em relação ao norte verdadeiro, além da inclinação das placas. Também será apresentado
um gráfico que explique o consumo de energia, economia, e será feito o cálculo de redução
35

do uso de energia elétrica da rede convencional, com a apresentação de dados por meio de
gráficos e tabelas, demonstrando os gastos de instalação e a redução do consumo, redução
dos gastos e viabilidade econômica final do projeto.

3.1.1 Cronograma das atividades

Atividades Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul

Revisão bibliográfica X X X X X X X X X X X X
Reuniões semanais c/ X X X X X
X X X X X X X
orientador
Compreensão do X X X X
funcionamento das placas
fotovoltaicas
Obtenção dos dados X
referentes ao índice de
insolação da cidade de
Uruaçu,
Análise da orientação
X X X
geográfica do prédio
Calculo da potência
nominal necessária para
atender ao consumo médio X X
mensal observado na
edificação
Pesquisa de campo a
respeito dos tipos de
X X X
painéis disponíveis no
mercado
Proposta de instalação de
X
painéis
Cálculo de redução do uso
de energia elétrica da rede
convencional, redução dos
X
gastos e viabilidade
econômica final do
projeto.
36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA (BRASIL). Atlas de energia elétrica


do Brasil / Agência Nacional de Energia Elétrica – Brasília: ANEEL, 2002. Disponível em:
<http://www2.aneel.gov.br/arquivos/pdf/livro_atlas.pdf.>. Acesso em: 09/09/2016

ALONSO M.C., et al. Energia Solar Fotovoltaica. Programa de Capacitação em Energias


Renováveis, Observatório de Energias Renováveis Para América Latina e Caribe. 2013

AMARAL, Danilo. História da Mecânica - O motor a vapor. UFPB, 2010.

ANEEL -Agência Nacional de Energia Elétrica. Atlas da Energia Elétrica do Brasil, 2ª ed.
Brasília, 2005. Disponível em: < http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/atlas/download.htm>.
Acesso em: 09/09/2016.

ANUNCIAÇÃO, Silvio. Grupo purifica silício para fabricação de células solares. Jornal
da UNICAMP, Campinas, 18 de junho de 2012 a 24 de junho de 2012 – ANO 2012 – Nº 530.
Disponível em: <http://www.unicamp.br/unicamp/ju/530/grupo-purifica-silicio-para-
fabricacao-de-celulas-solares> . Acesso em: 28/11/2016

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENERGIA EÓLICA - ABE. 2016. Disponível em:


<http://www.portalabeeolica.org.br/>. Acesso em: 10/08/2016.

ATLAS SOLARIMÉTRICO DO BRASIL, 2000. Disponível em:


<http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Atlas_Solarimetrico_do_Brasil_2000.pdf
>. Acesso em: 11/10/16.

BANCO DE INFORMAÇÕES DE GERAÇÃO - ANEEL. Capacidade de Geração do


Brasil. 2016. Disponível em:
<http://www2.aneel.gov.br/aplicacoes/capacidadebrasil/capacidadebrasil.cfm>. Acesso em:
13/11/16.

BIANCHINI, Henrique Magalhães. Avaliação Comparativa De Sistemas De Energia Solar


Térmica. Rio de Janeiro, RJ, 2013. Disponível em:
<http://monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10006094.pdf>. Acesso em: 13/11/16.

BRASIL. ANEEL. Resolução Normativa ANEEL nº 482 de 17 de abril de 2012.


Estabelece as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração distribuída aos
sistemas de distribuição de energia elétrica, o sistema de compensação de energia elétrica, e
dá outras providências. Disponível em: < http://www.aneel.gov.br/cedoc/bren2012482.pdf>.
Acesso em: 12/11/2016.

BRONZATTI, Fabricio Luiz; NETO, Alfredo Iarozinski. Matrizes Energéticas no Brasil:


Cenário 2010-2030. Rio de Janeiro, RJ, 2008. Disponível em:
<http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2008_tn_sto_077_541_11890.pdf>. Acesso em:
07/11/16.
37

CABRAL, Claudia Valéria Tayora. Energia Fotovoltaica. Universidade Federal de Viçosa,


Departamento de Engenharia Agrícola, ENG 661 Eletrificação Rural. Viçosa, MG, 2001.
Disponível em:
<http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:9NM3Wq0b6WYJ:ftp://www.ufv.b
r/Dea/Disciplinas/Delly/Eng460/2002/ENERGIA%2520FOTOVOLTAICA%25202001.DOC
+&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br> . Acesso em: 10/0816.

CENTRO DE REFERÊNCIA PARA ENERGIA SOLAR E EÓLICA SÉRGIO BRITO –


CRESESB. Potencial Solar Sundata. Ago, 2016. Disponível em:
<http://www.cresesb.cepel.br/index.php?section=sundata> . Acesso em: 20/10/16.

CSI Empresa de Rastreadores Solar Fotovoltaico. 2016. Disponível em:


<http://www.csisolartracker.eco.br/index.html>. Acesso em: 01/11/2016

ENERGIA Solar Térmica: manual sobre tecnologias, projeto e instalação. Jan. 2004.
Disponível em: <http://www.marioloureiro.net/tecnica/energSolar/guia-tecnico-manual-
solartermico.pdf>. Acesso em: 11/11/16.

NEOSOLAR. ENERGIA Solar. São Paulo, 2016. Disponível em:


<http://www.neosolar.com.br/aprenda/saiba-mais/energia-solar>. Acesso em: 12/08/2016

FARIAS, Leonel Marques; SELLITTO, Miguel Afonso. Uso da energia ao longo da


história: evolução e perspectivas futuras. Revista Liberato, Novo Hamburgo, v. 12, n. 17,
jan./jun. 2011. Disponível em:
<http://www.liberato.com.br/sites/default/files/arquivos/Revista_SIER/v.%2012,%20n.%2017
%20(2011)/1.%20Uso%20da%20energia%20ao%20longo%20da%20hist%F3ria.pdf> .
Acesso em: 04/08/16.

FIESP. Brasil está construindo a maior usina de energia solar da América Latina. 2016.
Disponível em: <http://www.fiesp.com.br/sindimilho/noticias/brasil-esta-construindo-a-
maior-usina-de-energia-solar-da-america-latina/>. Acesso em: 10/11/16.

GLOBO. Maior usina solar do país atinge 85% de geração em um mês de operação, nov.
2014. Disponível em: <http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/2014/09/maior-usina-
solar-do-pais-atinge-85-de-geracao-em-um-mes-de-operacao.html>. Acesso em: 13/11/16.

MARINOSKI, Deivis Luis; SALAMONI, Isabel Tourinho; RÜTHER, Ricardo. Pré-


Dimensionamento De Sistema Solar Fotovoltaico: Estudo De Caso Do Edifício Sede Do
CREA-SC. São Paulo, SP. Jul., 2004. Disponível em:
<http://www.labeee.ufsc.br/antigo/linhas_pesquisa/energia_solar/publicacoes/pre_dimensiona
mento.pdf>. Acesso em: 11/11/16.

MIT, Energy Initiative Massachusetts Institute of Technology. The Future Of Solar Energy.
2015. Disponível em: <http://energy.mit.edu/publication/future-solar-energy/>. Acesso em:
21/07/16.

PINHO, João Tavares; GALDINO, Marco Antonio. Manual de Engenharia para Sistemas
Fotovoltaicos. Rio de Janeiro, RJ. mar, 2014. Disponível em:
<http://www.cresesb.cepel.br/publicacoes/download/Manual_de_Engenharia_FV_2014.pdf>.
Acesso em: 10/11/16.
38

RUTHER, R. Instalações solares fotovoltaicas integradas a edificações urbanas e


interligadas à rede elétrica pública. Florianópolis, 2000.

SANTIAGO, Marcus Vinicius; ROCHA, Davidson Andreoni; CARVALHO, Gilson Lemos


de. Estudo de Caso do Dimensionamento de um Sistema Solar Fotovoltaico no Campus
João Pinheiro II do Centro Universitário UNA. Belo Horizonte, MG, 2016. Disponível em:
<https://semanaacademica.org.br/system/files/artigos/atc_marcus_final.pdf.> Acesso em:
12/08/2016

SANTOS, Afonso Henrique Moreira, et al. Conservação de energia: eficiência energética de


equipamentos e instalações. 3ª edição, ELETROBRÁS, Itajubá, MG, 2006. Disponível em: <
http://arquivos.portaldaindustria.com.br/app/conteudo_18/2014/04/22/6281/Livro_Conservac
ao_de_Energiaed3.pdf>. Acesso em: 07/11/16.

THE BRUNDTLAND REPORT. Our Common Future. United Nations, Brundtland, 1987.
Disponível em: <https://ambiente.wordpress.com/2011/03/22/relatrio-brundtland-a-verso-
original/>. Acesso em: 10/08/2016

TOLMASQUIM, Mauricio Tiomno. Energia Renovável: Hidráulica, Biomassa, Eólica,


Solar, Oceânica / Mauricio Tiomno Tolmasquim (coord.). – EPE: Rio de Janeiro, 2016.
Disponível em : <http://www.epe.gov.br/Documents/Energia%20Renov%C3%A1vel%20-
%20Online%2016maio2016.pdf>. Acesso em: 12/08/2016

VERA, Luis Horacio. Programa Computacional Para Dimensionamento e Simulação De


Sistemas Fotovoltaicos Autônomos. Porto Alegre, RS. ed. UFRS, jun, 2004. Disponível em:
<http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/5336>. Acesso em: 20/10/16.

ZIPP, Kathie. How does a solar tracker work? 2013. Disponível em:
<http://www.solarpowerworldonline.com/2013/04/how-does-a-solar-tracker-work/>. Acesso
em: 11/10/16.

Você também pode gostar