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CAMPUS URUAÇU
DEPARTAMENTO DE ÁREAS ACADÊMICAS
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
URUAÇU
2016
ISADORA POTIGUARA GOTARDO
URUAÇU
2016
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Lista de Siglas
Lista de Figuras
Lista de Tabelas
Sumário
1. CAPÍTULO .................................................................................................................. 6
1.1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 6
1.2. OBJETIVOS............................................................................................................. 8
2. CAPÍTULO .................................................................................................................. 8
2.1. ENERGIA .............................................................................................................. 10
3. CAPÍTULO ................................................................................................................ 31
3.1. METODOLOGIA .................................................................................................. 31
1. CAPÍTULO
1.1. INTRODUÇÃO
produzido através de espelhos que concentram a radiação solar e transformam esta energia
em energia elétrica, porém, tem um alto custo e é mais complexa (NEOSOLAR, p. 1, 2016).
Por fim, a energia solar fotovoltaica, aquela obtida através da conversão direta da luz
solar em eletricidade, por meio do efeito fotovoltaico, que Cabral (2001) define como uma
diferença de potencial nos limites de um material semicondutor, que é gerada pela absorção
de luz, sendo a célula fotovoltaica a principal responsável pelo processo de conversão.
Para o aproveitamento fotovoltaico, existem dois tipos de sistemas que podem ser
utilizados. O primeiro é o Off-Grid, onde os painéis são instalados independentes de outro
tipo de utilização de energia elétrica, mais usual em locais que não possuem acesso a rede
elétrica, portanto este sistema se torna mais oneroso, pois é necessário ter bateria para
armazenar a energia para uso posterior.
O outro sistema, objeto de estudo desta pesquisa, é o Grid-Tie, que utiliza a tecnologia
fotovoltaica ligada à rede elétrica que já abastece a população, não sendo necessária a
aquisição de bateria e nem a mudança na rede elétrica da edificação. O gerador solar produz,
em certo momento, uma quantidade de energia superior a aquela que é consumida na
edificação, ocasionando crédito do usuário perante a concessionária.
Durante o período noturno, onde não há produção de energia por parte dos painéis, a
concessionária de energia elétrica vinculada ao sistema convencional fornece a energia
necessária a ser utilizada. A junção desses dois sistemas acarreta economia de energia, pois,
além do crédito adquirido, de acordo com a norma nº 482 da Agência Nacional de Energia
Elétrica – ANEEL, o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não é
cobrado no Estado de Goiás desde 2015 para usuários de energia solar.
Existem ainda, além de Off-Grid ou Grid-Tie, outros subsistemas que podem se
encaixar em ambos, nesta pesquisa será estudado o Sistema Solar Tracker, conhecido como
seguidor solar e a utilização de placas fixas. O Solar Tracker direciona os painéis ou módulos
para a direção do sol, ou seja, durante o dia e conforme o movimento da Terra, os painéis se
movem para maximizar a quantidade de energia capturada. De acordo com Zipp; Kathie
(2013, p. 1) conforme é minimizado o ângulo de incidência do raio solar, ângulo que um feixe
de luz do sol faz com uma linha perpendicular à face do painel, potencializa-se o
aproveitamento da energia.
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1.2. OBJETIVOS
1.3. JUSTIFICATIVA
de combustíveis fósseis conhecidas. Rüther ainda afirma que a maior usina de geração solar
do Brasil, em Tubarão, Santa Catarina, é um dos piores locais do país para o aproveitamento
fotovoltaico, e ainda assim o aproveitamento do sistema chega a 85%. Além disso, o silício,
material mais utilizado para confecção das placas fotovoltaicas, é um elemento abundante no
país, possibilitando assim a fabricação própria dos painéis.
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2. CAPÍTULO
2.1. ENERGIA: Contexto histórico
Segundo Farias, Sellitto (2011, p. 8), “A energia elétrica é uma forma de energia
secundária, obtida a partir de diferentes fontes de energia primárias, capaz de entregar aos
usuários finais energia através de extensas redes de distribuição”. Com o passar dos anos, o
crescimento populacional mundial, juntamente com a evolução das tecnologias, fez a
demanda por energia elétrica crescer e por conta deste fato multiplicaram-se as opções de
recursos para a obtenção de energia.
De acordo com recursos econômicos, comerciais e também naturais, os países foram
se adaptando e encontrando as melhores maneiras de compor a matriz energética, porém
muitas matrizes energéticas que são empregadas possuem recursos finitos de utilização, ou
seja, em algum momento no futuro serão esgotadas. Além desse fato, a quantidade de energia
ofertada já não atende mais a demanda de energia necessária para suprir o consumo exigido
pela população.
De acordo com Santiago, Rocha e Carvalho (2016), o mundo passa por um período de
restringimento de possibilidades energéticas, e dados fornecidos por Santos et al. (2006, p.
58) indicam que o estoque de petróleo no Brasil, de qualidade satisfatória, é escasso e é tido
como suficiente por apenas mais 22 anos. E não é apenas no Brasil que esse fato acontece.
De acordo com Howard (2006, apud Santos 2006, p. 54,)
Portanto, de acordo com Howard, é possível que a vida como se conhece hoje, mude
bastante nos próximos anos, e que, além dessa catástrofe não estar muito longe, será bem
impactante. Outro fator preocupante é que os recursos energéticos mais utilizados atualmente
além de serem recursos finitos, estão mal distribuídos ao longo do mundo, como se pode ver
na Figura 1.
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Figura 1 Distribuição das reservas de combustíveis fósseis pelos diferentes continentes e regiões do mundo (BP
Statistical 2004)
Santos et al. (2006) confrontam as previsões de Howard, afirmando que a visão geral a
respeito do assunto é mais positiva do que este afirma, porém a sociedade e seus
representantes devem ficar alertas quanto a essas informações, a fim de esmerar-se mais na
busca de fontes sustentáveis.
Torna-se uma necessidade primordial a busca por energia de fontes inesgotáveis e
renováveis, como a energia solar, que se insere nesse contexto de forma viável, já que, Rüther
(2000) afirma em seu trabalho que para suprir a demanda energética da população mundial
anual, seriam necessários apenas 12 minutos de incidência solar, se a eficiência do sistema de
captação fosse aproveitada por completa, e ainda com a captação dos raios solares durante três
semanas, seria possível obter a mesma quantidade de energia disponível em todas as reservas
de combustíveis fósseis já conhecidas pelo homem, como óleo, gás natural e carvão.
“Na escala global, o recurso solar é amplamente distribuído. Onde há pessoas, há luz
solar... A escala do recurso solar e sua ampla distribuição em todo o mundo são
consistentes com energia solar tornar-se uma fonte importante, talvez a principal
fonte de eletricidade geração em todo o mundo” (MIT, 2015, pg. 04, traduzido por
GOTARDO, 2016).
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Os dados obtidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL (2005) são categóricos
em dizer que em 2030 o consumo de energia elétrica no Brasil irá aumentar para até
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1.250TW/ano, sendo que este consumo foi de 464,7 TW/ano em 2015 (Empresa de Pesquisa
Energética, fev. 2016) e mesmo elevando o aproveitamento do potencial hidráulico para 80%
a demanda de energia elétrica não poderá ser suprida.
Apesar das hidroelétricas serem fontes renováveis de geração de energia e não
emitirem nenhum poluente em sua obtenção é necessário inundar grandes áreas, o que leva a
perda de biodiversidade, devastação de vegetação natural, desapropriação de comunidades
locais e ainda mudança no leito dos rios, trazendo impactos ecológicos bastante significativos.
2.2.2. Eólica
A energia eólica, gerada a partir da força dos ventos por aerogeradores, também se
aplica a diversos tipos de mercados, tanto para grandes proporções quanto para sistemas de
micro geração. Segundo Farias; Sellitto (2011, p. 12) as centrais de pequeno porte podem
atender sistemas isolados, distantes dos grandes centros urbanos, sem acesso à energia
elétrica, enquanto centrais de grande porte podem ser conectadas ao SIN.
Atualmente existem 410 usinas eólicas instaladas no Brasil, com capacidade de
geração de 10,26 GW, ocasionando uma redução na emissão de 17.650.000 toneladas por ano
de CO2, e uma capacidade futura de 7,89 GW de energia, provenientes de usinas em
construção (Associação Brasileira de Energia Eólica – ABE Eólica, 2016). Existe a
possibilidade da integração da energia eólica com as hidrelétricas já existentes, pois há grande
oferta de vento no mesmo período em que ocorre a seca no Nordeste, local muito propício
para esta tecnologia. Porém não são em todos os locais do país que se torna viável a utilização
dessa tecnologia, já que é necessária uma oferta de vento em quantidade suficiente para
movimentar as hélices, o que não ocorre em todas as regiões do Brasil como é o caso do
Estado de Goiás, como demonstra a Figura 3.
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Além do fator do índice da radiação ser considerado determinante para inserção dessa
tecnologia em território brasileiro, existe ainda outro ponto a ser considerado. O silício,
principal matéria prima de fabricação das placas fotovoltaicas, é o “segundo elemento mais
abundante na crosta terrestre, tem sido explorado sob diversas formas: monocristalino
(mono-Si), policristalino (poly-Si) e amorfo (a-Si)” (PINHO; GALDINO, 2014). E ainda,
segundo pesquisas do MIT (2015, p.1, traduzido por GOTARDO, 2016.),
Sistemas de a -Si provavelmente vão dominar o mercado de energia solar para as
próximas décadas e talvez mais além. Além disso, se a indústria puder reduzir
substancialmente sua dependência de prata para contatos elétricos, insumos
materiais para a geração de c -Si PV estão disponíveis em quantidade suficiente para
apoiar a expansão de escala terawatt.
O Brasil possui as maiores reservas mundiais de quartzo, matéria prima do silício,
porém importa o silício purificado a um preço muito maior do que exporta em matéria bruta, e
segundo Marques, Francisco em entrevista ao Jornal da Universidade Estadual de Campinas –
UNICAMP ,existe tecnologia suficiente no país para a purificação do silício com ordem de
grandeza suficiente para a fabricação dos painéis solares ( 99,9993% de pureza)
(ANUNCIAÇÃO, 2012).
Em reportagem publicada pelo site da Globo (2014, p. 1), com o tema “Maior usina
solar do país atinge 85% de geração em um mês de operação”, é exposto que a maior usina
instalada no Brasil é a de Cidade Azul, localizada em Tubarão, Santa Catarina. Foi inaugurada
em 9 de agosto de 2014, com 19.424 painéis solares, que produzem energia suficiente para
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abastecer uma cidade, população de 10 a 15 mil habitantes, ou aproximadamente 2,5 mil casas
em um ano. A usina possui 10 hectares de área, sendo 4,9 destes ocupados pelos painéis,
conforme mostra a Figura 5.
geração, como mostra a Tabela 1 que apresenta os custos das tecnologias para geração de
energia elétrica.
Tabela 1 - Custo de geração (US$ / MWh)
Por conta deste fato, Bronzatti; Neto (2008) estabelecem em seu trabalho que a
tecnologia solar ainda não está madura e difundida totalmente e que para isso acontecer seria
necessária uma redução nos custos de fabricação e instalação das placas solares a uma ordem
de cinco vezes o valor atual.
Segundo estudos feitos pelo MIT (2015) no livro “O Futuro da Energia Solar”, o
recurso solar existente é significativamente maior do que qualquer outro recurso disponível no
planeta. Aproximadamente 174.000 terawatts de energia são fornecidos na atmosfera terrestre
pelo sol, e o consumo mundial de energia elétrica em um ano se aproxima dos 17 terawatts,
fazendo pouco tempo de radiação solar que atinge a Terra ser suficiente para suprir essa
demanda anual. Ainda de acordo com o MIT (2015, p. 1, traduzido por GOTARDO, 2016).
O valor referente ao primeiro dado da Figura 6 (1336 W/m²) é a constante solar, que
de acordo com Cabral (2001, p. 9) “é definida como um valor médio do nível de radiação
solar que incide normalmente sobre uma superfície localizada no topo da atmosfera”. A
autora relata em seu estudo que este valor é obtido segundo fórmulas matemáticas que
permitem o cálculo da radiação ao longo do ano, corrigindo este valor pela órbita elíptica que
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a Terra faz em torno do sol. Essa radiação solar, segundo o MIT (2015) aproxima-se muito da
radiação emitida por um corpo negro.
Ainda de acordo com o MIT (2015), o efeito de corpo negro é um fenômeno que
acontece em todas as superfícies existentes, onde elas emitem radiação térmica, determinando
o espectro desta radiação de acordo com o comprimento da onda emitida. O espectro da
radiação solar no topo da atmosfera praticamente se iguala com o espectro emitido por um
corpo negro, com comprimento de onda em torno de 400 e 700 nanometros .
A Figura 6 ilustra, primeiramente, a perda de parte da energia pela absorção da
atmosfera terrestre e o espalhamento de outra parte desta. A segunda perda é referente ao
ângulo oblíquo de incidência do raio solar, referente ao posicionamento geográfico do local
em relação à posição do sol. A terceira perda refere-se à variação diurna da insolação,
enquanto por último tem-se o tempo, a intermitência induzida que ocorre devido às nuvens.
Durante a passagem do raio de sol pela atmosfera, ele interage com as partículas que a
compõe, como o vapor de água, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e ozônio, e
porções da luz são absorvidas ou refletidas. A absorção da luz ocorre em regiões distintas do
espectro, que originam as perdas mostradas na Figura 07.
(ângulo existente entre a reta que descreve a incidência dos raios solares e a vertical Zênite),
da distância que se encontra o sol da Terra e das condições meteorológicas.
Outro fator que influencia no recebimento da radiação solar é o movimento que a
Terra faz em volta do sol. Durante o período de um ano, a Terra pratica um movimento
elíptico em torno do sol, em um plano inclinado de aproximadamente 23,5º levando em
consideração o plano que corta a linha do Equador. Segundo Cabral (2001) por causa dessa
inclinação, há uma variação na ascendência do sol ao longo dos dias, originando as estações
do ano e dificultando os cálculos relativos ao posicionamento que o sol se encontra em
determinada hora e data, como se observa na Figura 08.
Figura 8 Órbita da Terra em torno do Sol, com seu eixo N-S inclinado
Segundo Cabral (2011, p. 8) “As relações geométricas entre os raios solares, que
variam de acordo com o movimento aparente do Sol, e a superfície terrestre, são descritas
através de vários ângulos”. Verifica-se as variações de radiação segundo a inclinação da
Terra e a latitude conforme Figura 9, disposta pelo MIT (2015).
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Este tipo de sistema traz economia de uso da água aquecida para chuveiros, não
gerando energia para a casa ou empresa e, apesar de muito eficiente, não é interessante para
ser instalado na edificação estudada, já que esta é uma instituição de ensino, a qual não se
utiliza de água aquecida para nenhum fim, não possui chuveiros elétricos, ou necessidade de
ter salas aquecidas pois o clima da região é tropical e não possui temperaturas baixas.
Esta tecnologia, conhecida como Concentrated Solar Power (CSP), de acordo com o
pesquisador Bianchini (2013), é um sistema que utiliza concentradores com o objetivo de
focalizar a radiação solar para um dispositivo receptor que esquenta um líquido de
transferência e é levado ao bloco de potência, onde a eletricidade é gerada, ou seja, no ciclo
de potência o líquido se expande ou pode ser usado vaporizado em procedimentos industriais
nas turbinas, então a energia captada não é utilizada com o objetivo de esquentar fluidos, mas
sim de gerar eletricidade.
Há também as perdas de energia ao longo do processo de obtenção de eletricidade.
Essa tecnologia também seria válida para ser utilizada no IFG – Uruaçu, porém segundo a
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Alonso et al. (2013) afirmam que em alguns materiais que são semicondutores
(materiais que apresentam características intermediárias aos isolantes e condutores de
eletricidade) os fótons oriundos da radiação solar transmitem sua energia aos elétrons de
valência do material semicondutor, rompendo suas ligações, tornando-os livres para se
movimentarem no material. Forma-se então uma lacuna, pela falta de um elétron no local
antes ocupado e esta também pode mover-se pelo semicondutor. Como tanto elétrons quanto
lacunas se movimentam, estes são chamados de portadores de carga, e este movimento em
direções opostas entre eles geram uma corrente elétrica no material semicondutor. Para os
elétrons não retornarem às lacunas, utiliza-se um campo elétrico que força o movimento em
sentidos contrários das cargas.
Quando se fala em aplicação de geração de energia terrestre, pode-se destacar de
acordo com Marinoski (2004, p. 2) “as células solares de silício cristalino (c-Si), o silício
amorfo hidrogenado (a-Si:H ou a-Si), o telureto de cádmio (CdTe) e outros compostos
relacionados ao dissulfeto de cobre e índio.”. A Figura 12 reafirma os dados do autor.
crescendo bastante, por possuir vários modelos com preço acessível, ocupando portanto, o
terceiro lugar em utilização.
A estrutura característica da célula solar pode ser vista na Figura 13, apresentada por
Alonso et al. (2013).
Cabral (2001) exemplifica em sua tese o funcionamento da célula, que com apenas um
pouco de energia térmica recebida pelo sol, o elétron livre presente nesta se desvencilha e vai
para a banda de condução, então o fósforo é chamado de dopante doador de elétrons (dopante
n ou impureza n). No outro lado da célula insere-se um átomo com apenas três elétrons de
ligação, por exemplo, o boro, então ocorrerá uma falta de elétrons para atender as ligações
com o silício. Essa falta de elétrons é chamada de lacuna, e da mesma forma que com o
fósforo, se submete à recepção de pouca energia térmica o elétron de um sítio vizinho pode
ocupar a posição vaga, fazendo com que a lacuna se desloque. O boro então faz papel de
aceitador de elétrons ou dopante p. A maior parte das células solares se formam por uma
união p-n, onde se adicionam contatos metálicos que são responsáveis por extrair a corrente
do sistema. Esse movimento foi esquematizado por Cabral (2001), na Figura 14.
Figura 14 a) junção pn ilustrando região onde ocorre o acúmulo de cargas. (b) campo elétrico resultante da
transferência de cargas através da junção pn.
Para a proteção dos circuitos instalados faz-se o uso de fusíveis, que Vera (2004)
conceitua em sua tese como dispositivos que cessam o circuito elétrico quando há sobrecarga
no sistema. Cabral (2001) orienta que, para o dimensionamento, a capacidade do fusível de
proteção precisa ser maior do que a corrente que é incorporada pelo circuito e ao mesmo
tempo menor que o limite da capacidade condutora de corrente do condutor.
Outro componente essencial do sistema é o inversor, que permite o abastecimento de
cargas em corrente alternada, provenientes de sistemas em corrente contínua, que é o caso em
que trabalham os painéis solares (VERA, 2004), ou seja, Cabral (2001) explana que os
inversores serão alimentados por corrente contínua e fornecerão corrente alternada com
tensões de 110 ou 220 volts, dependendo da região em que se encontra o sistema, poderá
ocorrer perdas de até 10% no processo de conversão.
Há por último um equipamento opcional, objeto de estudo deste trabalho a fim de
comparação, que é o rastreador solar. De acordo com Cabral (2001) este é um sistema que
permite o movimento das placas para que estas acompanhem no sentido Leste-Oeste o
movimento do sol ao longo do dia. A autora complementa informando que o funcionamento
pode ser passivo, baseado no deslocamento de um gás situado entre dois braços ocos em lados
opostos da estrutura. Onde o sol estiver incidindo o gás ficará mais quente e irá expandir,
deslocando o mesmo para o braço menos aquecido, movendo a estrutura em direção ao braço
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menos pesado (menos aquecido pelo sol). Dessa forma a incidência do sol é sempre
perpendicular ao plano que se encontra os painéis, obtendo um melhor aproveitamento do
sistema na casa dos 20% de maior eficiência com relação aos painéis fixos. Além disso, o
grupo da empresa CSI Solar Tracker (2016, p. 1) afirma que
3. CAPÍTULO
3.1. METODOLOGIA
Inicialmente, foi feita uma revisão bibliográfica sobre o contexto histórico da energia
renovável, seus benefícios para a sociedade, a relação dos impactos ambientais gerados
pelos métodos de geração não renováveis de energia, as vantagens e desvantagens da
utilização de energia solar fotovoltaica, o crescimento mundial da utilização desta
tecnologia, e ainda a utilização desta no Brasil e no estado de Goiás, principalmente na
cidade de Uruaçu.
De acordo com pesquisas realizadas na área de energia solar fotovoltaica por autores
diversos, compreendeu-se o funcionamento das placas fotovoltaicas, das células solares,
bem como estudou-se a respeito do aproveitamento desse tipo de energia, as possíveis
aplicações e utilizações na área da construção civil.
A empresa CSI Solar Tracker, que atua no setor estudado e possui filial em Uruaçu -
Goiás (NASSOLAR), forneceu maiores esclarecimentos a respeito da tecnologia
fotovoltaica. Esta empresa brasileira projeta e implanta sistemas solares fotovoltaicos,
trabalhando com solar tracker, sendo um sistema mais completo, que direciona os painéis
em direção ao sol, oportunizando a maior capitação de energia a ser gerada.
Entendidos os contextos sociais e históricos nos quais a tecnologia fotovoltaica está
inserida, obtiveram-se os dados referentes ao índice de insolação da cidade de Uruaçu, Goiás,
objeto de estudo da pesquisa, através de informações fornecidas pela CRESESB. As
informações geográficas correspondem às cidades vizinhas, pois não existem dados
específicos relativos à localidade exata da região estudada, conforme apresentado na Figura
17.
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O Atlas Solarimétrico demonstra uma concordância com os dados obtidos, pois nota-
se na região norte do estado de Goiás um índice de 18 MJ/ m² . dia, que é o equivalente a 5,04
kWh/ m² . dia, muito próximo da média obtida pelas informações dos gráficos apresentados.
As coordenadas geográficas da edificação a ser estudada: o prédio do IFG – Campus
Uruaçu, foram aferidas através de mapas, com o objetivo de observar a área da cobertura do
mesmo, as regiões de sombreamento, e de exposição ao sol, a fim de obter o melhor
aproveitamento possível das regiões de instalação dos painéis, como ilustra a Figura 19.
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O consumo de energia diário, mensal e anual foi estimado via informações fornecidas
pela instituição de ensino, e os dados fornecidos foram os consumos mensais em kWh, pois os
detalhes de consumo e a conta de energia não poderiam ser fornecidos pela instituição.
A análise da orientação geográfica do prédio para determinação do norte verdadeiro e
cálculo do azimute verdadeiro e função do norte geográfico, será feita no segundo momento
da pesquisa, para que seja garantida a posição dos painéis virados para o norte, uma
alternativa ótima de geração.
Assim, será calculada a potência nominal necessária para atender ao consumo médio
mensal observado na edificação, através de fórmulas apresentadas por Marinoski, Salamoni
e Rüther (2004), assumindo além das médias de radiação, um rendimento médio do sistema.
De posse destes dados, será feita uma pesquisa de campo a respeito dos tipos de painéis
disponíveis no mercado, escolhendo, um fornecedor de placas com seguidores solares (Solar
Tracker) e outro fornecedor de placas fixas, para que se possa realizar uma comparação do
mais eficiente com o melhor custo benefício.
Após análise, será feita uma proposta de instalação de painéis para geração de
energia, especificando o tipo do painel utilizado, sua localização na edificação, orientação
em relação ao norte verdadeiro, além da inclinação das placas. Também será apresentado
um gráfico que explique o consumo de energia, economia, e será feito o cálculo de redução
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do uso de energia elétrica da rede convencional, com a apresentação de dados por meio de
gráficos e tabelas, demonstrando os gastos de instalação e a redução do consumo, redução
dos gastos e viabilidade econômica final do projeto.
Atividades Ago. Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun. Jul
Revisão bibliográfica X X X X X X X X X X X X
Reuniões semanais c/ X X X X X
X X X X X X X
orientador
Compreensão do X X X X
funcionamento das placas
fotovoltaicas
Obtenção dos dados X
referentes ao índice de
insolação da cidade de
Uruaçu,
Análise da orientação
X X X
geográfica do prédio
Calculo da potência
nominal necessária para
atender ao consumo médio X X
mensal observado na
edificação
Pesquisa de campo a
respeito dos tipos de
X X X
painéis disponíveis no
mercado
Proposta de instalação de
X
painéis
Cálculo de redução do uso
de energia elétrica da rede
convencional, redução dos
X
gastos e viabilidade
econômica final do
projeto.
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38
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