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UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA – UNOESC

RICARDO SCHAEFFER

ENERGIA SOLAR

JOAÇABA
2020
RICARDO SCHAEFFER

ENERGIA SOLAR

Relatório de estágio supervisionado apresentado ao


Curso de Engenharia de Produção, Área das Ciências
Exatas e Tecnológicas, da Universidade do Oeste de
Santa Catarina Unoesc Campus Joaçaba, como
requisito parcial à obtenção do grau de Engenheiro de
Produção.

Orientadora: Professora Adriana Biasi Vanin

JOAÇABA
2020
RESUMO

Energia Solar é um termo que se refere à energia proveniente da luz e do calor do sol, uma
energia renovável que vem ganhando espaço no campo da eletricidade. O presente relatório
teve como objeto de estudo analisar sobre a viabilidade econômica da implantação de Energia
Solar fotovoltaica residencial. Desse modo, a pesquisa que se pretendeu realizar teve como
tema: A Energia Solar: uma análise sobre a viabilidade econômica da implantação de Energia
Solar fotovoltaica residencial. Primeiramente é preciso tecer considerações sobre a Energia
Solar para que posteriormente se possa estabelecer a relação com a economia em adquirir tal
fonte de energia e construir o estudo que aqui se propõe. Em consonância com os estudos
adquiridos sobre a temática, pode-se observar que as energias renováveis vêm ganhando
força no mercado e prometendo enormes economias financeiras nas contas dos
consumidores, e uma dessas formas de geração de energia é a solar fotovoltaica, considerada
uma fonte de energia limpa e uma das fontes alternativas mais promissoras para a obtenção
energética.
Palavras-chave: Fotovoltaica. Energia. Sol. Finanças.
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Expansão do consumo e da capacidade instalada de energia elétrica – Brasil (1980-


2000)...........................................................................................................................10
LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Net Metering. ......................................................................................................20


Figura 2 - Capacidade acumulada.........................................................................................21
Figura 3 - World Energy Outlook………………………………………………………….22
Figura 4 - Custo de investimento…………………………………………………………..22
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 7

1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 7

1.2 OBJETIVO GERAL ......................................................................................................... 7

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................................... 7

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .................................................................................... 8

2.1 PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL ................................................. 8

2.2 ENERGIA RENOVÁVEL ........................................................................................... 166

2.3 ENERGIA FOTOVOLTAICA ..................................................................................... 177

2.4 SISTEMA NET METERING ......................................................................................... 19

3 CUSTO DE IMPLANTAÇÃO .................................................................................... 233

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................ 233

REFERÊNCIAS ............................................................................................................... 255


7

1 INTRODUÇÃO

1.1 JUSTIFICATIVA

O Brasil é um País com quase 184 milhões de habitantes, segundo estimativas do


Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e se destaca como a quinta nação mais
populosa do mundo (IBGE, 2017). Em 2008, cerca de 95% da população tinha acesso à rede
elétrica. Segundo dados divulgados no mês de setembro pela Agência Nacional de energia
elétrica (Aneel), o País conta com mais de 61,5 milhões de unidades consumidoras em 99%
dos municípios brasileiros. Destas, a grande maioria, aproximadamente 85%, é residencial
(AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2018).
No ano de 2001 o Brasil se deparou com a crise do setor energético; esta aconteceu
em razão da falta de planejamento e investimento no setor, dessa maneira o Governo tentou
de várias maneiras contornar o problema, mas não foi possível. Assim, do dia para a noite, o
País teve como pesadelo o “apagão”, desencadeando uma crise que abalava profundamente
a economia, bem como alterava sobremaneira os hábitos dos cidadãos brasileiros e todos os
movimentos da economia que são geridos pelas indústrias, comércio e mercados financeiros.
Nesse contexto, busca o crescimento da produção de energia elétrica, para que não se
repitam os efeitos de um racionamento como correu no começo dessa década. Em uma visão
estrutural, este estudo pretende posicionar a viabilidade econômica da geração de energia por
meio da Energia Solar.
Este estudo caracteriza-se pelo levantamento bibliográfico como procedimento
inicial, seleção da literatura de interesse, discussão do pensamento encontrado quanto ao
tema como fundamentação teórica e verificação dos fatos em confronto com a teoria, bem
como confrontação das respectivas definições.

1.2 OBJETIVO GERAL

Analisar a respeito da viabilidade econômica da implantação de Energia Solar


fotovoltaica residencial.

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Conhecer a produção de energia elétrica no Brasil;


8

b) Identificar as fontes de energia renováveis;


c) Esclarecer os custos de implantação de energia fotovoltaica em uma residência.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL

Com 87% da sua matriz energética provenientes de hidroelétricas, o Brasil estava à


beira de um colapso, em razão do baixo nível dos reservatórios nas usinas do Sudeste, pois
esse tipo de fonte de energia depende das chuvas. O restante da energia é produzido pelas
centrais termoelétricas (10%) e pelos reatores das centrais nucleares de Angra dos Reis (2%).
Mas a situação caótica, conforme analistas, deve-se principalmente à falta de investimentos
no setor. A falta de interligação do sistema de transmissão em todo o País é apontada por
especialistas do setor como a principal causa da crise energética atual. “Está sobrando energia
no Sul e faltando no Sudeste, a interligação resolveria o problema sem racionamento”, já
disse o superintendente de comunicação de Itaipu, Hélio Teixeira (FEDERAÇÃO
NACIONAL DOS TRABALHADORES EM ENERGIA, ÁGUA E MEIO AMBIENTE,
2015).
Do Sul, com um sistema de transmissão mais eficiente, seria possível receber uma
expressiva contribuição da Companhia Paranaense de Energia (Copel), que mesmo em
processo de privatização, tem prosseguido com projetos importantes de aumento de geração.
A Copel possui participação na usina de Machadinho, já em operação, que gera 1,140 mil
mw, e planeja para 2006 a entrada em operação da hidrelétrica de Campos Novos, com
capacidade de 880 mw, e uma termelétrica de 480 mw para entrar em operação em outubro
de 2002.
Além disso, a maior potência hidroelétrica instalada está na bacia hidrográfica do
Paraná, no Centro-Sul do País. A maior potência hidroelétrica do País encontra-se na
Amazônia, ou seja, nas duas bacias hidrográficas presentes nessa região – a Amazônica e a
do Tocantins, garantindo que o Norte também não fique às escuras.
Uma saída para a crise energética no Brasil poderia estar nos demais países Sul-
Americanos por meio de importação de energia. Segundo estudos do Governo, as
possibilidades para o suprimento de energia sul-americana poderiam incluir novas linhas de
transmissão no Sul do País, principalmente na Argentina, e mesmo novos acordos com os
países vizinhos. A principal vantagem seria o custo relativamente reduzido dessa energia.
9

O projeto Mercosul, fechado pelo Governo do Paraná com a Argentina, prevê a


importação de 3 mil “megawatts” de energia da Argentina, além de 20 milhões de metros
cúbicos ao dia de gás boliviano, que também alimentarão a termoelétrica Argentina. No
Brasil, a energia será importada e comercializada pela Copel, que também será responsável
pela construção da linha de transmissão de 600 “quilovolts” de Puerto Iguazu, na Argentina,
a Embu-Guaçu, SP.
As hidrelétricas produzem energia por meio de geradores movidos à força hidráulica
(quedas-d’água). As termelétricas, mediante geradores acionados por aquecimento, utilizam
combustíveis fósseis, como o petróleo e o carvão. E as nucleares produzem energia por
intermédio de geradores movidos por aquecimento obtido a partir de minerais atômicos,
como o urânio e o tório.
A termelétrica apresenta o mais baixo custo de implantação, embora sua manutenção
seja cara. Já a hidrelétrica apresenta maiores problemas com relação ao porte de energia
produzida, pois nem sempre as áreas onde as usinas podem ser instaladas estão perto dos
mercados consumidores e a intensidade da energia se perde à medida que a distância das
usinas geradoras aumenta. A usina nuclear tem um alto custo tecnológico, além dos riscos
em se utilizar minerais atômicos para gerar energia.
10

Tabela 1 – Expansão do consumo e da capacidade instalada de energia elétrica –


Brasil (1980-2000)
Anos Consumo Capacidade instalada
1980 100,00 100,00
1981 102,65 112,94
1982 108,68 119,23
1983 116,25 120,62
1984 129,17 126,04
1985 142,16 134,38
1986 153,66 136,88
1987 158,17 146,61
1988 166,98 153,68
1989 174,55 162,01
1990 177,87 164,81
1991 185,77 168,19
1992 189,24 171,38
1993 196,77 174,73
1994 204,14 179,28
1995 215,83 183,51
1996 225,35 189,45
1997 239,28 195,96
1998 248,99 203,14
1999 252,86 211,89
2000 265,50 222,61
Fonte: Instituto Ilumina (2020).

A energia elétrica, após ser gerada, utiliza diversos sistemas de transmissão e


distribuição até seus consumidores.
De acordo com Leão (2011), as redes de distribuição alimentam consumidores
industriais de médio e pequeno portes, bem como consumidores comerciais e de serviços e
consumidores residenciais.
Para Leão (2011, p. 21-22), os níveis de tensão de distribuição são classificados em:

a) Alta tensão de distribuição (AT): tensão entre fases cujo valor eficaz é igual ou
superior a 69 kV e inferior a 230 kV.
b) Média tensão de distribuição (MT): tensão entre fases cujo valor eficaz é
superior a 1 kV e inferior a 69 kV.
c) Baixa tensão de distribuição (BT): tensão entre fases cujo valor eficaz é igual
ou inferior a 1 kV.

Conforme a Resolução n. 456/2000 da Aneel, em conjunto com o módulo 3 do


Prodist, a tensão de fornecimento para a unidade consumidora acontecerá de acordo com a
potência instalada:

● Tensão secundária de distribuição inferior a 2,3 kV: quando a carga instalada na


unidade consumidora for igual ou inferior a 75 kW;
● Tensão primária de distribuição inferior a 69 kV: quando a carga instalada na
unidade consumidora for superior a 75 kW e a demanda contratada ou estimada
pelo interessado, para o fornecimento, for igual ou inferior a 2.500 kW;
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● Tensão primária de distribuição igual ou superior a 69 kV: quando a demanda


contratada ou estimada pelo interessado, para o fornecimento, for superior a 2.500
kW. (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2000).

Para Leão (2011) as tensões de conexão padronizadas para a alta tensão e a média
tensão são: 138 kV (AT), 69 kV (AT), 34,5 kV (MT) e 13,8 kV (MT). O setor terciário, como
hospitais, edifícios administrativos e pequenas indústrias, é o principal usuário da rede de
média tensão.
A rede de baixa tensão representa o nível final na estrutura de um sistema de potência.
Um grande número de consumidores, o setor residencial, é atendido pelas redes de baixa
tensão, que são geralmente operadas de forma manual. Em toda a sociedade moderna, a
energia elétrica representa a base do sistema produtivo, desde atividades industriais de grande
porte, complexos siderúrgicos até o apoio aos hábitos cotidianos dos cidadãos por intermédio
da iluminação residencial.
Nesse contexto, o sistema de distribuição de energia elétrica é entregar esse produto
a todos os locais de consumo – indústrias, lojas, residências, escritórios, fazendas, etc. – no
montante e no nível de tensão desejados pelo consumidor.
De acordo com Reis (2003, p. 146):

Como outros serviços públicos, a distribuição de energia elétrica é direito do


cidadão e é dever do Estado zelar por esse direito. Há casos em que o próprio
Estado operacionaliza a distribuição através de empresas por ele controladas e,
outros casos, em que o Estado concede a terceiros a exploração desse serviço
segundo normas e procedimentos regulamentados e fiscalizados pelo poder
público.

No processo de distribuição e medição de energia existem problemas que levam a


problemas, e o consumidor deve receber a energia elétrica na sua residência, tendo o Estado
a responsabilidade de fazer cumprir esse direito, e o faz por meio de empresas controladas
por ele ou concede a exploração a terceiros.
Segundo Reis (2003), a distribuição de energia elétrica é uma estrutura dinâmica
constituída por linhas, subestações, redes de média e baixa tensões, que busca suprir as
cargas, atendendo a requisitos técnicos e de qualidade no âmbito de um ambiente
socioeconômico que lhe afeta e que por ele é influenciada.

O sistema elétrico do país é composto pelo Sistema Interligado Nacional (SIN) –


uma grande rede de transmissão que permite o trânsito de energia entre as regiões
do Brasil – e pelos sistemas isolados, localizados principalmente na região norte,
cujas principais características são a limitação do intercâmbio de energia e a
geração termelétrica. (CAVALCANTE, 2017, p. 54).
12

Várias são as tecnologias para os segmentos da transmissão e da distribuição. A


transmissão atua no atacado do mercado de energia elétrica, já a distribuição atua no varejo,
atendendo, em conexão direta, os consumidores urbanos e rurais que necessitam de energia.
Enquanto a transmissão está associada a altos níveis de tensão e entrega de grandes blocos
de energia a poucos centros consumidores, a distribuição se faz por níveis mais baixos de
tensão e pelo fornecimento de pequenas quantidades de energia a um grande número de
consumidores finais (REIS, 2003).
Ainda de acordo com Reis (2003), os hábitos de consumo de cada uma das
modalidades (residenciais, comerciais, industriais, iluminação pública, poderes e serviços
público e rural) determinam a forma como esses consumidores solicitam o sistema de
suprimento de energia. No entanto, a natureza da energia elétrica determina que a sua
produção seja simultânea com o consumo, pois não é possível armazená-la em larga escala.
Assim, os conceitos de energia e demanda são muito importantes para o perfeito
entendimento de como os requisitos de carga do consumidor afetam o dimensionamento e a
operação da rede.
Para Reis (2003, p. 9):

Uma certa quantidade de energia da rede é requerida por cada um dos


consumidores, a cada intervalo de tempo, com o intuito de atender às suas
necessidades. Geralmente essa demanda varia a cada instante, apresentando um
comportamento cíclico cujo período é diário ou semanal. Desta forma, é possível
estabelecer uma função temporal que expressa os requisitos de consumo de um
dado tipo de consumidor em função do tempo. Tal função é denominada curva de
carga. Quando o período de análise tem duração de um dia, a função é denominada
curva diária de carga ou curva de demanda diária.

Segundo Vinhaes (2003), a produção, o transporte e a distribuição de energia são


atividades altamente intensivas no uso de capital, exigindo, em cada país, elevados
investimentos, o que envolve ativos muito específicos, os quais não teriam uso em outro tipo
de indústria. Por um lado, isso dificulta a saída abrupta do mercado, já que esses ativos não
possuem mercado secundário, e, por outro, restringe a entrada de novas empresas, em
decorrência do volume de investimentos, constituindo, portanto, fortes obstáculos à entrada
e saída nessa indústria. Isso limita a concorrência potencial e induz as empresas a terem um
comportamento com menor grau de eficiência, e muitas com características de monopólio
natural.
13

Deve-se destacar que nas duas últimas décadas a economia mundial foi tomada pela
onda de desregulamentação. Por isso, a ampliação da competição na área de serviços públicos
tem sido uma preocupação do Banco Mundial, e os monopólios estatais estão sendo
submetidos, quando possível, a mercados mais livres. Além disso, naqueles setores em que
a concorrência no mercado não é possível, tem sido feita a competição pelo mercado, sendo
esses setores alvo de regulamentação ainda maior, em razão do potencial para abusos de
monopólio (VINHAES, 2003).
Para Vinhaes (2003), embora o setor elétrico brasileiro tenha obtido sucesso na
disseminação do uso da eletricidade por consideráveis parcelas da população, o desempenho
das empresas de eletricidade vinha se deteriorando ao longo do tempo em decorrência do
gigantismo, da falta de flexibilidade e da excessiva interferência política na gestão dos seus
negócios. Assim, um novo modo de regulação e de evolução do próprio setor se fez presente,
de forma a retomar o padrão de acumulação e eficiência existente em grande parte dos países
industrializados.
De acordo com Ferreira (1998), entre os vários fatores que fizeram mudar o modelo
de organização e de regulamentação, estão as disfunções do próprio modelo de organização;
as razões internas são o tipo de regulamentação e a falta de incentivos à eficiência, e as razões
externas são decorrentes, principalmente, de profundas alterações macroeconômicas,
tecnológicas, da gestão ambiental e do movimento neoliberal. A década de 1980 é uma época
de profundas modificações na estrutura, propriedade, regulação e desempenho das indústrias
de eletricidade europeias. A década de 1990 mostra modificações em outros países, como é
o caso do Brasil e dos demais países da América Latina.
Existem algumas características que diferenciam o setor elétrico do Brasil de qualquer
outro no contexto internacional. Por outro lado, há também algumas limitações e desafios
para a introdução de um ambiente competitivo no setor elétrico brasileiro trazidos pela base
geradora predominantemente hidráulica, pela ausência de sistema único de transmissão e pela
forte concentração dos mercados regionais em decorrência do poder de mercado de empresas
verticalmente integradas.
Oliveira (2004) atenta para o fato de que, no caso brasileiro, a base geradora de
energia elétrica tem a característica de ser eminentemente hidráulica (95%), com a geração
térmica exercendo a função de complementaridade nos momentos de pico do sistema. As
características do parque gerador fazem com que a geração elétrica brasileira requeira a
coordenação da operação (despacho de energia) das usinas hidrelétricas para a otimização da
utilização do parque instalado. Em sua grande maioria, os reservatórios de água das usinas
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são utilizados de forma planejada para que se possa tirar proveito da diversidade
pluviométrica nas diferentes bacias existentes.
Assim, a possibilidade de interligação de bacias localizadas em diferentes regiões
geográficas assegura ao sistema brasileiro um importante ganho energético, pois, dessa
forma, é possível tirar proveito das diferentes sazonalidades e dos níveis pluviométricos. Em
razão disso, o programa de despacho deve considerar um fator de restrição intertemporal, ou
seja, definir o custo de oportunidade do uso da água armazenada em decorrência da
probabilidade de vertimentos no futuro.
De acordo com Pires (1999, p. 3):

Existe uma grande centralização na estrutura de decisões do setor elétrico


brasileiro. Contudo, essa característica acentuou-se após a criação da Eletrobrás,
em 1964, que assumiu as funções de coordenação do planejamento e da operação,
de agente financeiro e transformou-se em holding das quatro geradoras federais
(responsáveis, ao longo da década de 90, por cerca de 50% da energia gerada no
país). Como será visto mais adiante, as funções da Eletrobrás vêm sendo
reformuladas com as reformas em curso e, em 1999, a iniciativa privada, cuja
participação setorial foi praticamente inexistente dos anos 60 até meados dos anos
90, participa hoje, respectivamente, com cerca de 62% e 18% dos segmentos de
distribuição e geração de eletricidade.

O modelo institucional estatal, vigente desde 1964, permaneceu praticamente


inalterado nos 30 anos posteriores. Ao longo desse período, o setor elétrico brasileiro
apresentou elevadas taxas de expansão da oferta, baseada nas disponibilidades de
autofinanciamento por meio de tarifas alinhadas com a inflação, recursos da União e
financiamento externo. No entanto, a partir dos anos 1980, surgiu uma série de fatores que
ocasionaram a exaustão desse modelo, estimulando a busca de alternativas (PIRES, 1999).
Destacam-se as diferenças dos modelos de reestruturação da indústria de diversos
países, identificando algumas tendências comuns de reestruturação. O escopo da reforma tem
sido, em geral, introduzir competição naqueles segmentos não caracterizados como
monopólio natural e um maior grau de regulação naqueles segmentos em que a competição
não se mostra viável. Grande parte dos países tem optado por separar as atividades não
caracterizadas como monopólio natural (geração e comercialização) daquelas
tradicionalmente monopolistas (transmissão e distribuição). A transmissão é, geralmente,
realizada por uma empresa independente, não envolvida com qualquer outro segmento do
setor, mas submetida ao regime de monopólio regulamentado. Do lado da oferta, a geração
é realizada por empresas que competem entre si pelo mercado, sendo objeto de
regulamentação relativamente menor. No caso da distribuição, é reconhecida a eficiência das
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economias de escala no desempenho das concessionárias, caracterizando tal segmento como


um monopólio natural, a exemplo do que ocorre na transmissão. A criação de mecanismos
que criem condições para uma certa contestabilidade desse monopólio tem sido o caminho
utilizado pelos formuladores das mudanças. Portanto, a ideia de competição se baseia na tese
de que as empresas atingem maiores níveis de eficiência quanto mais estejam submetidas à
concorrência. No Brasil, as reformas tiveram início em 1995 (VINHAES, 2003).
Já há décadas, existia a necessidade de uma forma de regulação do setor elétrico, e
com o início das privatizações nos anos 1990, buscou-se a criação das agências reguladoras
para os setores de telefonia, eletricidade, etc.
A Lei n. 9.427/1996 criou a Agência Nacional de energia elétrica (Aneel), que
constituiu um divisor de águas na reforma regulatória do setor elétrico brasileiro, uma vez
que a tradição de regulação implícita das empresas de energia elétrica era exercida pelo
Departamento Nacional de Águas e energia elétrica (DNAEE), órgão subordinado ao
Ministério de Minas e Energia. Nessa configuração tradicional, as políticas setoriais estavam
diretamente subordinadas ao Poder Executivo, o que implicava a perseguição de objetivos
muitas vezes contraditórios, como microeconômicos (eficiência produtiva),
macroeconômicos (controle inflacionário e do déficit público) e sociais (universalização dos
serviços).
O novo modelo institucional definiu, entre outras questões, as regras de entrada,
tarifas e estrutura de mercado. As reformas setoriais vêm ocorrendo de forma paralela à
privatização de ativos federais e estaduais e, além da criação da agência independente,
baseiam-se em três pilares, todos eles consonantes com a experiência internacional, que serão
discutidos nas próximas seções, a saber: a introdução de competição nos segmentos de
geração e comercialização de energia elétrica; a criação de um instrumental regulatório para
a defesa da concorrência nos segmentos competitivos (desintegração vertical, tarifas de uso
da rede não discriminatórias, etc.), com destaque para a garantia do livre acesso nos sistemas
de transporte (transmissão e distribuição); e, por fim, o desenvolvimento de mecanismos de
regulação incentivada nos segmentos que permanecem como monopólio natural
(fornecimento de energia no mercado cativo e transmissão de eletricidade), incluindo, ainda,
mecanismos de regulação técnica da rede de transmissão (PIRES, 1999).
Até a década de 1990 as tarifas de energia elétrica cobrada dos consumidores
deveriam ser capazes de cobrir o custo associado à geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica e garantir os retornos previamente fixados às concessionárias.
16

Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos


(2014, p. 3):

Desde a década de 70, as tarifas de energia elétrica no Brasil foram uniformes para
cada grupo tarifário (industrial, residencial, comercial, rural, outros) em todo o
País. Ao longo desse período, o setor elétrico brasileiro apresentou elevadas taxas
de expansão da oferta de 11,8% nos anos 70, de 4,1% nos anos 80 e de 2,6% nos
anos 90.

Posteriormente aos anos 1970, o Brasil passou a ser considerado um País urbano;
naquela época mais de 52 milhões de pessoas viviam em áreas urbanas, conforme demonstra
a Figura 1 do censo do IBGE (2017).
Atualmente, são muitas as críticas relacionadas ao modelo tarifário pelo custo do
serviço que vigorou no Brasil até meados dos anos 1990, algumas pertinentes, outras nem
tanto.

2.2 ENERGIA RENOVÁVEL

Segundo Accioly (2011), nas diversas atividades de produção ou na distribuição de


consumo de bens e serviços é necessária a utilização cada vez maior de energia como
resultado de um crescente desenvolvimento material. Certamente é indispensável a utilização
da energia à sobrevivência diária, pois proporciona “serviços essenciais” à vida humana –
calor para aquecimento, para cozinhar e para atividades manufatureiras, ou força para o
transporte e para o trabalho mecânico.
A energia é parte da sustentação do desenvolvimento de uma nação, assim, deve-se
avaliar a disponibilidade de energia, o seu acesso à população e principalmente o nível de
sustentabilidade da geração dessa energia. Segundo Branco (2002), as fontes energéticas que
são representadas por combustíveis e pelo fornecimento de insumos energéticos são diversas
e mal distribuídas pelo território nacional.
Atualmente a energia necessária a esses serviços provém de combustíveis – gás
natural, petróleo, carvão, turfa e energia nuclear convencional, que são as fontes de energia
não renováveis. Existem outras fontes de energia primárias, como: Energia Solar, eólica, das
marés e das ondas ou hidráulica, madeiras, vegetais, esterco, quedas-d’água, fontes
geotermais, além da força muscular humana e animal. Essas são as fontes de energia
renováveis.
17

Os sistemas de energia renovável ainda se encontram em um estágio de


desenvolvimento relativamente primitivo.

2.3 ENERGIA FOTOVOLTAICA

Com a frequente busca pelo uso de energias renováveis, e com a crise energética, a
Energia Solar fotovoltaica vem apresentando-se como uma alternativa interessante na
geração do sistema de energia elétrica. A Energia Solar fotovoltaica consiste na energia
obtida por meio da conversão direta da luz em eletricidade, na qual o efeito fotovoltaico,
relatado por Edmond Becquerel, em 1839, causou o aparecimento de uma diferença de
potencial nos extremos de uma estrutura de material semicondutor, produzida pela absorção
da luz. A célula fotovoltaica é a unidade fundamental do processo de conversão (CARMO,
2014).
De forma inicial o desenvolvimento da tecnologia apoiou-se na busca, por empresas
do setor de telecomunicações, de fontes de energia para sistemas instalados em localidades
remotas. O segundo agente impulsionador foi a “corrida espacial”. A célula solar era, e
continua sendo, o meio mais adequado (menor custo e peso) para fornecer a quantidade de
energia necessária para longos períodos de permanência no espaço. Outro uso espacial que
impulsionou o desenvolvimento das células solares foi a necessidade de energia para satélites
(CARMO, 2014).
Frente à crise energética da década de 1970, ampliou-se o interesse em aplicações
terrestres, buscando-se para tornar economicamente viável essa forma de conversão de
energia; seria necessário, naquele momento, reduzir em até 100 vezes o custo de produção
das células solares com relação ao daquelas células usadas em explorações espaciais.
Modificou-se, também, o perfil das empresas envolvidas no setor. Nos Estados Unidos, as
empresas de petróleo resolveram diversificar seus investimentos, englobando a produção de
energia a partir da radiação solar (CARMO, 2014).
Segundo Carmo (2014), no ano de 1993 a produção de células fotovoltaicas atingiu a
marca de 60 MWp, sendo o silício quase absoluto no “ranking” dos materiais utilizados. O
silício, segundo elemento mais abundante no Globo Terrestre, tem sido explorado sob
diversas formas: monocristalino, policristalino e amorfo. No entanto, a busca de materiais
alternativos é intensa e concentra-se na área de filmes finos, em que o silício amorfo se
enquadra. Células de filmes finos, além de utilizarem menor quantidade de material do que
18

as que apresentam estruturas cristalinas, requerem uma menor quantidade de energia no seu
processo de fabricação, sendo que possuem uma maior eficiência energética.
Para Rodrigues, Teixeira e Braga (2013, p. 2):

Devido à contínua queda no preço dos painéis, este tipo de aproveitamento da


energia solar, antes atrativo apenas em regiões remotas ou na zona rural, começa a
se tornar uma solução economicamente viável para a utilização em aplicações
urbanas como, por exemplo, em pequenas unidades monofásicas de geração de
energia elétrica conectadas à rede, em residências.
Existem sistemas fotovoltaicos conectados à rede com potências de 100 W a vários
megawatts, sendo que a potência da maioria dos sistemas PV residenciais se
encontra na faixa de 1 kW a 5 Kw.

Em conjunto com o processamento da energia fotovoltaica, de acordo com Rodrigues,


Teixeira e Braga (2013), os sistemas de Energia Solar fotovoltaica devem apresentar algumas
características relacionadas à segurança, à eficiência e à qualidade de energia. Existem
algumas normas e recomendações internacionais, como a IEEE Std 929-2000 e a UL 1741
que abordam diversos aspectos com relação à conexão de sistemas fotovoltaicos à rede
elétrica.
Os sistemas de Energia Solar fotovoltaica devem possuir proteções que os
desconectem da rede elétrica quando esta estiver, por algum motivo, desligada, evitando,
assim, o chamado ilhamento (do inglês islanding), que é a energização de uma parte da rede
elétrica a qual deveria estar desligada. Devem existir também proteções que tirem o sistema
de operação quando a tensão ou a frequência da rede estiverem fora de padrões
predeterminados. A recomendação IEEE Std 929-2000 apresenta sugestões para os limites
de operação do conversor.
Segundo Lima et al. (2015, p. 5):

O princípio básico de um dispositivo fotovoltaico consiste de dois materiais que


diferem em propriedades eletrônicas, um rico em elétrons e outro, deficiente. Esses
materiais são colocados entre dois eletrodos formando uma célula com contato em
frente e atrás. Quando a luz atinge os dois materiais, geram-se pares de buracos e
elétrons. Esses portadores de carga foto gerados são separados na interface entre
os dois materiais por um campo elétrico interno, resultando na geração de energia
elétrica. Células individuais são conectadas em combinações em série e em
paralelo para formar módulos e arranjos para entregar níveis desejáveis de energia
DC para uma carga externa. Uma das maiores vantagens dos dispositivos
fotovoltaicos é sua modularidade, permitindo a fabricação de fontes de energia que
vão desde poucos watts a megawatts, dependendo da aplicação. Na prática, geração
e recombinação são os principais fenômenos físicos que controlam a eficiência das
células solares. A quantidade de corrente e voltagem que se pode esperar de uma
dada célula solar geralmente depende da energia do gap do material, da taxa de
geração e recombinação de portadores. O valor do gap depende do material, já que
é uma propriedade intrínseca do semicondutor relacionada à estrutura do cristal, à
19

composição química e, em uma menor escala, das propriedades estruturais do


material, como tamanho de partícula, tensão, entre outros.

A corrente elétrica aplicada na rede deve possuir baixo conteúdo harmônico. Os


níveis de conteúdo harmônico permitidos são definidos na recomendação IEEE Std 519-1992
e variam de acordo com a influência do conversor no sistema elétrico. Para Rodrigues,
Teixeira e Braga (2013), o isolamento galvânico entre os painéis fotovoltaicos e a rede
elétrica pode ser feito por meio de transformadores de baixa ou alta frequência. Nesse último
caso, o transformador é parte constituinte do conversor CC-CC isolado. Existe uma tendência
nos sistemas mais modernos em utilizar transformadores de alta frequência (KJAER;
PEDERSEN; BLAABJERG, 2002). Em vários sistemas fotovoltaicos, a fim de uma
diminuição de custos e de complexidade, o isolamento galvânico dos painéis não é utilizado,
o que traz dificuldades quanto ao aterramento destes.
O isolamento dos painéis, embora não seja uma exigência de normas como a IEEE
Std 929-2000, nem uma obrigatoriedade em países como Alemanha e Estados Unidos, é um
requisito necessário em outros, como, por exemplo, Itália e Reino Unido. Assim, não existe
uma uniformidade quanto aos requisitos de isolação e aterramento por parte dos organismos
de normalização internacionais, como IEEE e IEC, entre outros (CALAIS et al., 2000).

2.4 SISTEMA NET METERING

Segundo Ricardo, Machado e Zem (2015), o Net Metering consiste em um sistema


que utiliza medição bidirecional de energia elétrica e que faz a contabilização financeira de
um saldo em um determinado período para uma dada instalação.
20

Figura 1 – Net Metering

Fonte: Ricardo, Machado e Zem (2015).

As Resoluções Aneel n. 482/2012 e n. 517/2012 (AGÊNCIA NACIONAL DE


ENERGIA ELÉTRICA, 2012a, 2012b) indicam que o sistema de compensação de energia
elétrica (Net Metering) – o qual calcula o saldo de energia ativa exportada à rede e consumida
da rede por posto horário e sazonalidade, na mesma unidade consumidora ou em outras
unidades do mesmo CPF ou CNPJ, com validade de 36 meses –, é aplicável somente a fontes
incentivadas (solar, eólica, hidráulica biomassa e cogeração qualificada).
Segundo a Agência Nacional de energia elétrica (2012a, 2012b):

É provável que o maior avanço para a geração distribuída tenha ocorrido em função
da regulação dos mini e micro geradores ao ser publicada a Resolução 482/2012,
que viria a ser atualizada pela Resolução 517/2012, pela Aneel. A regulação
permite, basicamente, que os consumidores instalem pequenos geradores em suas
unidades consumidoras e injetem a energia excedente na rede em troca de créditos,
que poderão ser utilizados em um prazo de 36 meses.
A promulgação da REN 482/2012, a consequente implementação do sistema de
compensação de energia elétrica brasileiro e a modificação do PRODIST, criou
uma possibilidade regulatória para os micros e minigeradores e removeu a barreira
de conexão e contratação. Todavia, não houve nenhum incentivo para estes
geradores, excluindo o aumento dos descontos na TUST e TUSD de 50% para 80%
nos dez primeiros anos de operação das usinas de fonte solar que entrarem em
operação até 2017.
Outro ponto que merece destaque é a modificação da REN 482/2012 pela REN
517/2012, antes do vencimento do prazo de divulgação dos procedimentos de
conexão pelas distribuidoras. As modificações instauradas pela REN 517/2012
representaram um retrocesso na remoção de barreiras para inserção de mini e micro
geradores. A limitação da capacidade à carga da unidade local e a retirada da
21

possibilidade de compensação em unidades de titularidades diferentes que tenham


acordo ou comunhão de interesses tendem a restringir muito os nichos de
viabilidade de inserção de mini e micro GD.
Como avanço, em março de 2014 a Aneel publicou o Despacho n. 720, eximindo
microgeradores que se conectam à rede através de inversores de instalarem o
Dispositivo de Seccionamento Visível (DSV), uma vez que os inversores grid-tie
utilizados já possuem mecanismos de proteção anti-ilhamento, dispensando tal
dispositivo antes exigido. Essa alteração possibilita uma economia de
aproximadamente R$ 300,00 na instalação.

O custo de implantação do sistema de produção de energia fotovoltaica vem caindo,


como se pode ser verificar na Figura 2:

Figura 2 – Capacidade acumulada

Capacidade acumulada (MW)

Fonte: Breyer and Gerlach (2010 apud GORINE, 2015).

Também a instalação e a utilização dos sistemas de energia fotovoltaica tendem a


crescer, como se pode verificar na Figura 3:
22

Figura 3 – World Energy Outlook


Crescimento
médio anual

Realizado Projeção New Policies Scenario

Fonte: Ricardo, Machado e Zem (2015).

O custo de implantação dos sistemas de produção de energia tende a reduzir, como


vem acontecendo nos últimos anos, com a perspectiva de um custo de menos de 2.000 mil
dólares, como se pode verificar na Figura 4:

Figura 4 – Custo de investimento

Custo de investimento (2010 USD/kW)


Setor 2010 2020 D (2020/2010)

Residencial 3.800 1.960 48,4%

Comercial 3.400 1.850 45,6%

Fonte: World Energy Outlook (apud Gorine, 2015).

Existem estimativas do crescimento da capacidade instalada de produção de energia


fotovoltaica, visto que em 2020 essa capacidade estará em 2 GWp (GORINE, 2015).
23

3 CUSTO DE IMPLANTAÇÃO

Os custos de implantação e o uso de sistemas de produção de energia fotovoltaica


vêm reduzindo nas últimas décadas, em conjunto com a possibilidade de interligação dos
sistemas locais com as redes de energia elétrica, podendo-se “vender” para as concessionárias
de energia elétrica o excedente produzido no sistema, o que leva a uma possibilidade de
retorno do custo final de implantação dos equipamentos de produção de energia fotovoltaica,
em residências e empresas.
Ainda existem problemas na implantação dos sistemas de energia fotovoltaica nas
residências no Brasil, mas por meio do uso e massificação do sistema Net Metering e redução
dos custos de implantação dos sistemas de produção de energia fotovoltaica, a tendência é a
popularização de seu uso nas residências brasileiras nas próximas décadas.
Tem-se, então, que o sistema Net Metering representa a condição básica para a viabilização
da produção de energia fotovoltaica como viável, devendo existir incentivos adicionais
(financiamento, tributários) necessários para a redução de custos de implantação.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

No desenvolvimento das considerações finais, assim denominadas, embora tenham


um caráter provisório, retomam-se e reúnem-se os elementos trabalhados nos tópicos que
compuseram este trabalho, a fim de responder às provocações do objeto de estudo. Pode-se
apontar que o Brasil vive uma revolução na área de Geração de energia elétrica; a falta de
chuva nas áreas onde estão concentradas as hidrelétricas vem causando um enorme problema
no sistema elétrico, levando ao racionamento energético e principalmente encarecendo as
tarifas elétricas. Em decorrência disso e de outros motivos, a geração de energia renovável
vem adquirindo cada vez mais força no mercado.
Diante do exposto, dessa realidade da referida energia, é preciso avaliar vantagens e
desvantagens para uma tomada de decisão sobre o assunto, pois se está tratando de um
sistema de implantação ainda muito caro no Brasil, mas com perspectivas futuras que tendem
a crescer principalmente em razão dos novos inventos tecnológicos nessa área.
Discutiram-se também aspectos sobre o equipamento de inversor de frequência, em
que a energia gerada no sistema fotovoltaico, uma energia contínua, necessita de tal
equipamento para transformar essa energia em corrente alternada, a mesma fornecida pela
distribuidora de energia elétrica. O excesso de produção de Energia Solar, quando jogado na
24

rede elétrica, faz com que se obtenha um retorno mais rápido dos custos em decorrência do
alto investimento na Energia Solar fotovoltaica.
Alguns aspectos são importantes para uma análise dessa viabilidade financeira que,
muitas vezes, passam desapercebidos diante dos consumidores, tendo como exemplos a
garantia de vida útil dos equipamentos e a garantia contra distúrbios que possam causar danos
a esses equipamentos, como as descargas atmosféricas, as quais são bastante comuns em
regiões de área rural nos períodos chuvosos.
É notório afirmar que este estudo busca salientar aos pretendentes que desejam aderir
a esse sistema os pontos mais importantes a serem analisados antes de qualquer negociação
que possa vir a se tornar algo não benéfico.
25

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