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UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-

BRASILEIRA
INSTITUTO DE ENGENHARIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL — IEDS
CURSO DE ENGENHARIA DE ENERGIAS
ENERGIA EÓLICA

RELATÓRIO DE VIABILIDADE DO PARQUE EÓLICO VENTOS DE TIANGUÁ

Everton Rodrigues dos Santos


Herculano Hugo Bezerra Viana Filho
Roney Thiel Fernandes de Lima

Prof. Dr. Hermínio Miguel de Oliveira Filho

ACARAPE-CE
OUTUBRO DE 2018
SUMÁRIO
1. INFORMAÇÕES GERAIS .................................................................................. 4

1.1 Identificação do empreendimento ....................................................................... 4

1.2 Identificação do empreendedor ........................................................................... 4

2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO .......................................................5

2.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 5

2.2 Localização e acesso ........................................................................................... 6

3. DESCRIÇÃO TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO ..................................................7

3.1 Caracterização técnica ........................................................................................ 7

3.1.1 Componentes do sistema ........................................................................ 8

3.1.2 Sistemas e equipamentos elétricos ......................................................... 9

3.1.3 Instalações de média tensão ................................................................... 9

3.1.4 Características da subestação elevatória .............................................. 11

3.1.5 Obras civis ............................................................................................ 12

3.2 Cronograma de implementação ........................................................................ 13

3.3 Fase de implementação ..................................................................................... 13

3.4 Fase de operação ............................................................................................... 13

4. DESCRIÇÃO TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO ................................................14

4.1 Alternativa locanionais ..................................................................................... 14

4.2 Alternativas tecnológicas .................................................................................. 14

5. ASPECTOS LEGAIS DO EMPREENDIMENTO ...................................................... 16

5.1 Outras legislações ............................................................................................. 17


6. PLANOS E PROGRAMAS CO-LOCALIZADOS .....................................................18

6.1 Planos e programas governamentais ................................................................. 18

7. PREÇOS DOS EQUIPAMENTOS DO PARQUE EÓLICO VENTOS DE TIANGUÁ20

8. PREVISÃO DE FLUXO FINANCEIRO PARA OS PRÓXIMOS 30 ANOS ............21

9. PROPOSTAS DE INVESTIMENTOS ........................................................................22

9.1 Investimento de baixo valores .......................................................................... 22

9.2 Investimento de altos valores ............................................................................ 22

10. BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................24

1. INFORMAÇÕES GERAIS

1.1 Identificação do empreendimento

O presente Relatório de Viabilidade tem como meta demonstrar a viabilidade


financeira da Central Geradora Eólica – CGE Ventos de Tianguá com potência instalada de
25,35 MW, a ser localizada no município cearense de Tianguá.

A CGE Ventos de Tianguá está inserida no Complexo Eólico Ventos do Tianguá,


empreendimento de geração eólica que concentrará a operação de cinco centrais geradoras a
serem instaladas ao seu devido tempo e com os licenciamentos cabíveis na região da Serra de
Ibiapaba. O projeto, instalação e operação das CGE em estudo são de responsabilidade da
Wind Empreendimentos Sustentáveis, empresa de capital privado do setor de geração elétrica.

Para efeito de estudo ambiental e licenciamento ambiental, uma vez que a Wind tem
interesse irrestrito em implementar e operar as cinco Centrais Geradoras Eólicas de forma
concomitante, foi sugerido pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente – SEMACE a
elaboração de um EIA que contemplasse todas as CGE do Complexo Eólico Ventos de
Tianguá.

Nas fases de instalação e operação, conforme determina a ANEEL – Agência Nacional


de Energia Elétrica – cada CGE será gerida por agentes de geração definidos por Sociedades
de Propósito Específico – SPE.
Em virtude de ser um complexo de parques eólicos, que pretende ser instalado em
áreas próximas, municípios vizinhos, com quase a totalidade as mesmas características
geológicas, geomorfológicas e fitossociológicas, o termo de referência para este estudo
contempla diretrizes para elaboração dos estudos das cinco Centrais Geradoras Eólicas Ventos
de Tianguá.

1.2 Identificação do empreendedor

O empreendimento é um projeto da Wind Empreendimentos Sustentáveis, empresa de


capital privado do setor de geração elétrica, instalada na cidade de Acarape-CE, na rodovia
CE-060, S/N, km 51, CEP: 62.785-000, tendo o CNPJ: 99.999.999/9999-99, e-mail para
contato: cliente@wind.com.br, telefone para contato: (85) 3373-9999.
2. CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO

2.1 Objetivo geral

A energia eólica é uma opção justificada por diversos motivos, especialmente pelo seu
baixo impacto ambiental e pelo fato de promover a substituição de fontes energéticas oriundas
de combustíveis fósseis (que contribuem para o aumento significativo da poluição
atmosférica).

A energia eólica concentra seus impactos no sítio de instalação, no caso específico


uma área com elevado nível de antropização, não sendo necessária a relocação de pessoas ou
de infraestruturas. Não existe perda de habitat por grandes supressões de vegetação ou
represamento de água, também não existem emissões atmosféricas de nenhum tipo na
operação nesse tipo de empreendimento.

O Parque Eólico Ventos de Tianguá deixará de emitir ao meio ambiente cerca 120 mil
toneladas de CO2 por ano. Vale ressaltar que, conjunturalmente, o Brasil tem despachado
térmicas sistematicamente, usinas estas que contribuem de maneira negativa para a poluição
atmosférica.

Aproveitamentos eólicos apresentam baixíssima utilização de solo (<1% no caso do


projeto sendo avaliado), permitindo a preservação da flora e fauna locais.

As intervenções construtivas são de baixo impacto, estando concentradas em poucos


meses e com limitada ação física na geografia local. Fora isso, são projetos com
descomissionamento de baixa complexidade, permitindo a remoção integral das estruturas
implantadas e recomposição da vegetação.

Atualmente, a energia eólica já é vista como estratégica para a expansão da oferta de


energia elétrica no país. No Brasil, os períodos de menor capacidade dos reservatórios das
hidrelétricas, coincidem exatamente com os períodos de maiores ventos e, portanto de maior
geração de energia nas Usinas Eólicas. Essa complementaridade já comprovada entre as
fontes eólicas em nosso país potencializa uma maior confiabilidade e estabilidade do Sistema
Elétrico Brasileiro.

Diante do exposto acima, nota-se que a exploração da energia eólica é de extrema


importância no desenvolvimento regional do estado do Ceará.
2.2 Localização e acesso

O Complexo Eólico Ventos de Tianguá será situado na microrregião da Serra do


Ibiapaba no estado do Ceará. A Serra de Ibiapaba está localizada a aproximadamente 318 km
de Fortaleza.

O acesso se dá partindo-se de Fortaleza pela BR-020 até a entrada da BR-222, sentido


Umirim.

Seguindo na BR-222, por mais 300 quilômetros, até Tianguá, passando pelas cidades
de Itapagé, Sobral e Frecheirinha. A cidade de Tianguá liga ao outro município de Ubajara
dos parques eólicos que compõem o Complexo Eólico Ventos de Tianguá por meio de
rodovias estaduais.

Fig. 01 – Mapa de localização do Complexo Eólico Ventos do Tianguá.


3. DESCRIÇÃO TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO

3.1 Caracterização técnica

Os equipamentos que serão instalados foram escolhidos por refletir uma tecnologia
amplamente testada, que se adapta muito bem às características do regime de ventos da região
e de grande confiabilidade. A figura abaixo apresenta detalhes do modelo de aerogerador GE
utilizado no projeto.

Abaixo, segue a informação da turbina eólica adotada:

 Modelo: GE 100 1.69 hh80

 Fabricante: GE

 Potência Nominal da Turbina: 1,69 MW

 Diâmetro do Rotor, em (m): 100,0

 Altura do eixo dos rotores dos aerogeradores, em (m): 80,0

Fig. 02 – Vista da turbina GE. Modificado pelos autores.


Fonte: https://www.ge.com/renewableenergy/wind-energy/turbines. Acesso em:27/10/2018 às 10:35.
Fig. 03 – Dimensões estruturais. Modificado pelos autores.
Fonte: https://www.ge.com/renewableenergy/wind-energy/turbines/1-7-100-103. Acesso em: 27/10/2018 às
10:35.

3.1.1 Componentes do sistema

O GE 1.69 é um aerogerador com controle ativo do ângulo de passo das pás e rotação
variável do rotor.

Todas as funções do aerogerador são monitoradas e controladas por uma unidade de


controle, baseada em microprocessadores instalados no painel de comando e controle da
turbina, localizados no piso de entrada da torre. A turbina é montada sobre uma torre de
concreto, e é pintada com tinta especial anti-corrosiva.

A seguir serão listados os principais componentes que compõem os aerogeradores a


serem instalados no Parque Ventos de Tianguá.

I. Rotor;

II. Sistemas de Passo das Pás (PITCH);

III. Gerador Elétrico;

IV. Sistema de Frenagem do Aerogerador;

V. Sistema de Orientação da Nacele (YAW);

VI. Sistema de Controle;


VII. Nacele;

VIII. Sistema de Medição de Vento, dados meteorológicos e Sinalização Aérea;

IX. Sistema de Segurança;

X. Torre;

XI. Fundação;

XII. Operação do aerogerador.

3.1.2 Sistemas e equipamentos elétricos

A energia será gerada em 690 V e elevada para 34,5 kV por um transformador de


2.350 kVA. A potência total instalada será de 25,35 MW.

O parque eólico é composto dos seguintes subsistemas:

I. Instalações de Baixa Tensão e Geração;

II. Centros de Transformação;

III. Transformador de Baixa/Média Tensão;

IV. Cabos e Conexão Cubículo-Transformador;

V. Cubículo de Conexão à rede de Média Tensão

3.1.3 Instalações de média tensão

I. Redes internas do parque

A rede de Média Tensão está projetada para recolher a energia produzida pelos
aerogeradores e conectá-los à subestação do parque eólico.

No desenho, foram considerados os seguintes critérios:

Valeta paralela à estrada quando possível;

Todos os circuitos de transporte de energia no interior do parque serão subterrâneos


com tensão de 34,5 kV;

Cabos: isolamento EPR;


Configuração dos circuitos, de forma que não seja superada a intensidade
admissível e que o aerogerador não seja desconectado.

II. Conexão entre centros de transformação e rede de média tensão

A interconexão dos Centros de Transformação de cada circuito será realizada


mediante feixes de cabo unipolar de isolamento seco tipo EPR-105º de diferentes seções,
sendo a seção máxima de condutor 630 mm².

III. Características da rede de média tensão

As seções de condutor serão adaptadas em cada tramo de circuito às cargas máximas


previsíveis em condições normais de serviço. A capacidade utilizada em cada uma das seções
de cabo para as condições específicas de cada um dos circuitos foi calculada de acordo com a
norma NBR.

IV. Aterramento

A grande maioria dos componentes do aerogerador é metálica e estão interconectados


entre si. A separação entre tais componentes é reduzida, o que impede guardar as distâncias de
segurança caso os elementos fossem independentes (referenciados a diferentes potenciais). A
estratégia de proteção no interior do aerogerador se baseia na equipotencialidade,
minimizando desta forma as diferenças de tensão internas entre as diferentes massas.

Uma correta instalação de aterramento facilitará a descarga de energia do raio e


reduzirá as probabilidades de dano à instalação.

Os valores máximos admissíveis das tensões de toque e passo no corpo humano serão
os definidos nas normas IEC e NBR.

V. Rede de comunicação

Os aerogeradores, as estações meteorológicas e o equipamento de medida da


subestação principal estarão diretamente conectados por meio dum laço de comunicações de
fibra ótica ao sistema de controle do parque, situado no quarto anexo à sala de cubículos da
subestação. O sistema de controle incluirá um “host computer” (HC) com aplicação gráfica de
fácil manejo que controlará diferentes parâmetros da operação e da produção do parque
eólico.

Todo o parque eólico terá a supervisão e controle local desde o quarto de controle
situado na subestação. Os aerogeradores, as estações meteorológicas, a rede elétrica e própria
subestação principal serão conectadas ao computador local na sala de controle mediante um
enlace de fibra ótica. Um “driver” adaptará as informações recebidas desde o enlace de
comunicações para sua conexão coma s portas de entrada do computador local (HC) de
controle do parque. Será feita a conexão com outros pontos, de controle remoto, exteriores à
instalação de geração, mediante enlaces de fibra ótica nas linhas elétricas de evacuação de
energia, ou através de enlaces via rádio.

3.1.4 Características da subestação elevatória

Característica Geral

A Subestação Coletora e Elevadora do Complexo Ventos de Tianguá (34,5 kV/230


kV) será do tipo convencional, com barramento duplo com disjuntor de transferência e um
transformador elevador com potência nominal de 30/35 MVA, com tensão primária de 34,5
kV e tensão secundária de 230 kV. As conexões do transformador nos barramentos de 34,5 e
2.308 kV serão através de disjuntores.

Serão construídas 05 entradas de linhas na tensão de 34,5 kV com disjuntores que


serão conectadas no barramento de 34,5 kV da subestação, cuja finalidade é captar a energia
gerada nas centrais eólicas. A SE do Complexo Ventos de Tianguá terá uma entrada de linha
em 230 kV com disjuntor, para conexão na linha de transmissão que conectará a Subestação
Elevadora ao SIN (Sistema Interligado Nacional) através do barramento de 230 kV da
Subestação Sobral II.

Proteção

O sistema de proteção será dotado de relés microprocessados com as respectivas


funções de proteção requeridas para esse sistema. O mesmo terá as proteções primárias e
alternadas com registrador de perturbações e demais requisitos exigidos para acesso à rede
básica.

Descrição da conexão do empreendimento na rede de distribuição

A energia gerada será transmitida por meio de Linha de Transmissão Aérea numa
tensão de 230 kV. Saindo da coletora SE Emissora do Complexo Eólico Ventos de Tianguá
indo em direção a SE Sobral II (Município de Sobral – CE), num total de aproximadamente
90 km de linha.
A Linha de Transmissão respeitará as normas da concessionária local e mais a questão
socioambiental. A linha de transmissão será projetada de acordo com as prescrições da Norma
Técnica NBR 5422, da ABNT, ou de sua sucessora, de forma a preservar, em sua operação, as
distâncias de segurança nela estabelecidas. Serão previstas a circulação das capacidades de
longa e de curta duração da LT e a ocorrência simultânea das seguintes condições climáticas:

 Temperatura máxima média da região;

 Radiação solar máxima da região;

 Brisa mínima prevista para a região, desde que não superior a 1 m/s.

3.1.5 Obras civis

Serviços a serem executados em cada área para a instalação dos geradores eólicos:

 Construção das estradas internas do parque, para transporte dos equipamentos e


deslocamento das gruas;

 Plataformas para a operação das gruas junto às torres, para elevação dos
equipamentos;

 Instalação das torres;

 Obra civil da subestação;

 Fundações dos aerogeradores;

No desenho da obra civil foram tidos em conta os seguintes critérios:

 Aproveitar ao máximo os caminhos existentes;

 Estradas de acesso de 5 metros de largura total e sobre larguras de acordo à


especificação do fabricante dos aerogeradores;

 Áreas para montagem dos aerogeradores. Terão dimensões de 25 X 35 m, de acordo


com as especificações da IMPSA WIND. São necessários para que a grua possa
transportar e elevar a torre, o rotor e a gôndola nos pontos determinados. A plataforma
não precisará ser pavimentada, sendo suficiente uma extensão e compactação das
terras com taludes cuja estabilidade garanta o suporte da grua;
 Fundações dos aerogeradores. O tipo de fundação será definido na oportunidade da
elaboração do projeto executivo do Complexo Ventos de Tianguá;

 Fundação da torre meteorológica. O tipo de fundação será definido na oportunidade da


elaboração do projeto executivo do Complexo Ventos de Tianguá;

 Acondicionamento e restauração paisagística das superfícies afetadas pelas obras.

3.2 Cronograma de implementação

O prazo previsto para implantação do projeto é de 12 meses, após a concessão da


Licença de Instalação emitida pelo órgão Ambiental.

3.3 Fase de implementação

Esta fase se dá pela instalação do projeto em si, perfazendo o assentamento do


canteiro de obras, a construção das vias de acesso e fundações, a instalação e montagem das
turbinas eólicas, instalações elétricas, edificações, além de testes finais e comissionamento.

3.4 Fase de operação

O Parque Eólico Ventos de Tianguá está projetado para uma capacidade instalada de
25,35 MW, através da operação de 15 aerogeradores.

A energia será produzida e vendida no mercado de energia elétrica nacional, que se


dará pelo leilão de energia elétrica de fonte eólica, com contrato de 20 (vinte) anos.
4. DESCRIÇÃO TÉCNICA DO EMPREENDIMENTO

4.1 Alternativa locanionais

O clima predominante do Nordeste brasileiro é o semiárido, que é caracterizado por


altas temperaturas e baixo volume pluviométrico. A exceção é o litoral da região, onde atuam
sistemas meteorológicos que provocam maior quantidade de precipitação.

Ao longo do ano, existem dois períodos bem definidos, o seco e o chuvoso, que
ocorrem em diferentes períodos dependendo do local. Os ventos alísios, intensos e constantes,
sopram de leste ao longo de todo o ano sobre o Nordeste e são responsáveis por esta Região
apresentar o maior potencial eólico do País.

A alternativa preferencial para a localização de um empreendimento é sempre aquela


que se mostra social e ambientalmente menos impactante, levando-se em consideração,
também, as questões técnicas e econômicas.

A Serra da Ibiapaba demonstrou ser uma alternativa muito interessante, isso se deve
ao fato que, a serra reuniu características que viabilizam tecnicamente o projeto, tais como:

 Recurso Eólico Disponível: vento na intensidade e constância exigida;

 Disponibilidade de Terrenos: a área deve ser compatível com o porte do


empreendimento, e a documentação deve ser regularizada e sem impedimentos
ambientais;

 Infraestrutura da Região: estradas de acesso para o transporte de equipamentos, e


conexão elétrica para escoamento da energia gerada.

Os estudos para verificação do potencial eólico da região da serra de Ibiapaba


garantiram através das medições anemométricas, a grande disponibilidade do recurso eólico.

4.2 Alternativas tecnológicas

Dentre as tecnologias para produção de energia estão:

I. Hidreletricidade – Usinas Hidrelétricas;

II. Hidreletricidade – Pequenas Centrais Hidrelétricas;

III. Usinas Termoelétricas;


IV. Usinas Nucleares;

V. Usinas Solares;

VI. Usinas Eólicas;

Devido ao pequeno porte da vegetação na região e o regime de hidrologia superficial


sem potencial hidrelétrico, além da ótima disponibilidade do recurso eólico no estado do
Ceará, as duas opções mais viáveis em material de energia são a Solar e a Eólica.
5. ASPECTOS LEGAIS DO EMPREENDIMENTO
O presente capítulo apresenta os principais aspectos legais referentes ao projeto de
implantação do Complexo Eólico Ventos de Tianguá, no Estado do Ceará. Compreende a
especificação e a análise das principais leis e normas ambientais nos âmbitos federal, estadual
e municipal relacionadas com a proposta do empreendimento visando a orientar o pedido de
Licenciamento Ambiental e a viabilizar a sua implantação e operação em conformidade com a
legislação vigente.

O meio ambiente é qualificado como bem de uso comum do povo, essencial à sadia
qualidade de vida, conforme preconiza o artigo 225 da Constituição Federal de 05 de outubro
de 1988, que, além disso, determina que o meio ambiente ecologicamente equilibrado seja um
direito difuso, que possui natureza indivisível. É um bem que a todos pertence e, ao mesmo
tempo, a ninguém especificamente o possui. Trata-se de garantia constitucional, insculpida na
CF/88.

A Política Nacional do Meio Ambiente – Lei federal nº 6.938, de 31 de agosto de


1981, artigo 2º, inciso I, considera o meio ambiente como patrimônio público a ser
necessariamente assegurado e protegido para uso da coletividade. São objetivos dessa Lei (art.
2º): a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando
assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana.

Em se tratando de legislação Estadual, o Capítulo IV da Constituição Estadual refere-


se ao meio ambiente e aos direitos e deveres de preservá-lo, tendo como principais agentes o
poder público e a coletividade, a fim de se obter um ambiente equilibrado para garantir
qualidade de vida para as futuras gerações. Além disso, a legislação ambiental que dispõe
sobre a Política Estadual do Meio Ambiente, a Lei 11.411, de 28 de dezembro de 1987, criou
o Conselho Estadual do Meio Ambiente – COEMA –, e a Superintendência Estadual do Meio
Ambiente – SEMACE.

No que diz respeito à Legislação Municipal, serão tratadas as legislações pertinentes


aos dois municípios que o Complexo Eólico Ventos de Tianguá abrange: Tianguá e Ubajara.

O município de Tianguá se organiza de forma autônoma, regendo-se por sua Lei


Orgânica, promulgada em 31 de maio de 1990, bem como por sua Lei de Diretrizes. Esta
última institui o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano do município, que orienta o
processo de desenvolvimento urbano com o fim de garantir melhor qualidade de vida à
população, sob a luz de seus objetivos gerais, dentre os quais se destacam garantir ao morador
e ao visitante o desfrute de ambiente saudável na cidade e propor medidas que solucionem os
possíveis conflitos de uso de solo e ocupação de solo, principalmente aqueles que degradem o
meio ambiente.

Sancionada em 2000, a Política Ambiental do Município de Tianguá tem por base os


princípios de participação, cidadania, desenvolvimento sustentável, conservação dos
ecossistemas e da biodiversidade, responsabilidade objetiva, precaução, elaboração de
Agenda 21 e princípio do poluidor-pagador.

O município de Ubajara possui em sua Lei Orgânica, de 05 de abril de 1990, uma


seção que trata do Meio Ambiente. Nesta seção, são estabelecidas competências aos órgãos de
administração direta, que se destacam a exigência de estudo prévio de impacto ambiental, a
educação ambiental em todos os níveis de ensino e a preservação e conservação do meio
ambiente.

A Lei Orgânica do município de Ubajara se orienta considerando as áreas especiais


previstas no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, plano este com diretrizes aprovadas
em sua Lei Municipal 712, de 29 de junho de 2004.

5.1 Outras legislações

O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo complexo, que se


subdivide em várias etapas, de modo que a realização de uma depende da outra, e que culmina
na prática do ato administrativo específico, qual seja, a licença ambiental.

Sendo o Parque Eólico Ventos de Tianguá um empreendimento voltado para a


produção de energia eólica, ele se sujeita ao Licenciamento Ambiental, conforme previsto na
Resolução n.º 237 do CONAMA, motivo pelo qual foi elaborado o presente Estudo de
Impacto Ambiental (EIA/RIMA), conforme exigência do órgão estadual competente, a
Superintendência Estadual do Meio Ambiente do Estado do Ceará – SEMACE.

É importante citar que no EIA estão descritos todas as legislações, resoluções,


instruções Normativas e Portarias pertinentes ao empreendimento em nível federal, estadual e
municipal.
6. PLANOS E PROGRAMAS CO-LOCALIZADOS
Quanto à inserção regional do empreendimento, foram levantados os Planos e
Programas governamentais ou privados existentes em nível regional, estadual e municipal,
implementados ou projetados, que exerçam influência sobre a área do projeto. A seguir, serão
descritos os mais relevantes.

6.1 Planos e programas governamentais

Alguns programas governamentais destinados à região do Complexo Eólico Harmonia


são:

 Plano de Desenvolvimento Inter-regional Vale do Coreaú e Ibiapaba (PDIR)

 Plano Inter-regional de Transportes (PIT) do Vale do Coreaú e Ibiapaba;

 Sistema estruturante de acessibilidade regional e Inter-regional;

 Ampliação de subestações abaixadoras e expansão da rede de distribuição elétrica nas


áreas preferenciais para investimentos do PDIR;

 Inventário da disponibilidade de água subterrânea;

 Plano Inter-regional de Recursos Hídricos (PIRH) do Vale do Coreaú e Ibiapaba e


Estruturação do Comitê de Bacias Inter-regionais;

 Plano Inter-regional de Esgotamento Sanitário (PIES) do Vale do Coreaú e Ibiapaba;

 Plano Inter-regional de Resíduos Sólidos (PIRS) do Vale do Coreaú e Ibiapaba;

 Implantação do sistema de telefonia fixa e móvel em distritos e vilas;

 Expansão e integração dos sistemas de suporte à telefonia fixa e móvel e à transmissão


de sinal de TV em sedes, distritos e vilas existentes.

Programas destinados aos Sistemas Habitacionais, ao Turismo e ao Desenvolvimento


Urbano:

 Programa de Aceleração do Crescimento (PAC);

 Programa Pró-Moradia;

 Mutirão de Água;
 Programa Pró-Saneamento;

 Programa de Modernização do Setor Saneamento (PMSS);

 Programa KFW (Programa de Saneamento Básico Rural do Ceará);

 Projeto Arranjos Produtivos Locais (APL);

 Programa Luz para Todos;

 Pró-Saneamento III;

 Comunidade Solidária;

 Telepostos / Alô Ceará;

 Programa de Ação para o Desenvolvimento Integrado do Turismo no Nordeste


(PRODETUR/NE I);

 Programa de Ação para o Desenvolvimento Integrado do Turismo no Nordeste


(PRODETUR/NE II);

 Projeto de Desenvolvimento Urbano e Gestão de Recursos Hídricos (PROURB);

 Programa de Combate a Pobreza Rural no Ceará – PCPR;

 Programa de Gerenciamento e Integração de Recursos Hídricos (PROGERIRH);

 Plano de Desenvolvimento Sustentável da Região Turística do Meio Norte


(PDSRT/MEIO NORTE).
7. PREÇOS DOS EQUIPAMENTOS DO PARQUE EÓLICO VENTOS DE
TIANGUÁ
Abaixo estão listados os equipamentos e serviços para a instalação do Parque Eólico
Ventos de Tianguá. Usando como parâmetro os valores, em dólares e convertidos para
cotação de R$ 3,69 (cotação do dia 28/10/2018) e projetando para a potência do Parque
Eólico Ventos de Tianguá, disponível no relatório do Governo do Estado do Ceará Atração de
Investimentos no Estado do Ceará: Mapa Territorial de Parques Eólicos.

ITEM PROCEDÊNCIA VALOR TOTAL (R$)


1. Turbinas Importada 84.187.350,00
2. Torres Local 20.204.964,00
3. Instalação 8.979.984,00
3.1 Planejamento Local 3.367.494,00
3.2 Mão de obra Local 5.612.490,00
4. Comissionamento 1.683.747,00
4.1 Planejamento Local 729.623,70
4.2 Mão de obra Local 954.123,30
5. Transporte Local 7.857.486,00
5.1 Descarregamento Local 1.122.498,00
5.2 Alfândega Local 1.571.497,20
5.3 Transporte para estocagem Local 673.498,80
5.4 Transporte para a obra Local 4.489.992,00
6. Gerenciamento de obra Local 14.592.474,00
6.1 Planejamento do projeto Local 6.510.488,40
6.2 Mão de obra Local 8.081.985,60
7. Guindastes Local 7.296.237,00
TOTAL 148.169.736,00
Tabela 01 – Preços dos equipamentos e serviços para instalação do Parque Eólico Ventos de Tianguá.
Fonte: Autores.
8. PREVISÃO DE FLUXO FINANCEIRO PARA OS PRÓXIMOS 30 ANOS
Utilizando como parâmetro de comparação o Demonstrativo Financeiro do Parque
Eólico Nova Ventos do Morro do Chapéu, empreendimento presente na mesma cidade
(Tianguá) e de mesma potência instalada (25.350 kW) que o do presente relatório.

Do demonstrativo, auditados pela KPMG Auditores Independentes, fora retirado a


receita operacional líquida (R$ 22.608.000,00), custo de geração (R$ 10.283.000,00) e as
despesas administrativas (R$ 571.000,00) referente à 12 meses (de 31 de Maio de 2017 à 31
de Maio de 2018).

Será realizado uma projeção do Fluxo Financeiro do Projeto, utilizando como base
contrato de fornecimento de energia durante 30 anos. Essa projeção é levando em conta um
investimento 100% próprio.

Tabela 02 – Previsão do fluxo financeiro.


Fonte: Autores.
9. PROPOSTAS DE INVESTIMENTOS
São propostos dois tipos de investimentos para o projeto, um em forma de sócio, onde
o investidor entra com grandes um alto investimento, ou como na forma de debêntures, onde
o investidor pode investir pequenos valores, comparativamente.

As duas serão expostas abaixo e serão comparadas com a Poupança, o Tesouro Direto
IPCA+ 2035 e o Tesouro Direto Selic.

9.1 Investimento de baixo valores

O investidor que optar por este tipo de investimento, poderá comprar debêntures no
valor de R$ 10.000,00. Nessa modalidade, o investidor poderá comprar uma ou mais unidades
e resgatará o valor após 5 anos, onde o rendimento será pago semestralmente. O rendimento
será de acordo com o IPCA mais 7% a.a.

VALOR UNITÁRIO JUROS VALOR ACUM. 5 ANOS

R$ 10.000,00 2,95% (IPCA 2017) + 7% a.a R$ 16.033,74

R$ 10.000,00 4,55% a.a R$ 12.480,11 (Poupança)

R$ 10.000,00 5,20% a.a R$ 12.858,81 (IPCA+ 2035)

R$ 10.000,00 6,34% a.a R$ 13.046,28 (Selic)

Tabela 03 – Comparação entre os rendimentos entre os investimentos de baixo valores. Juros do dia
28/10/2018.
Fonte: Autores

9.2 Investimento de altos valores

O investidor que optar por este tipo de investimento, poderá comprar debêntures no
valor de R$ 20.000.000,00. Nessa modalidade, o investidor poderá comprar uma ou mais
unidades e resgatará o valor após 10 anos, onde o rendimento será pago semestralmente. O
rendimento será de acordo com a inflação mais 9 % a.a.
VALOR UNITÁRIO JUROS VALOR ACUM. 5 ANOS

R$ 20.000.000,00 2,95% (infl. 2017) + 9% a.a R$ 62.199.770,31

R$ 20.000.000,00 4,55% a.a R$ 31.153.072,14 (Poupança)

R$ 20.000.000,00 5,20% a.a R$ 33.071.662,50 (IPCA+ 2035)

R$ 20.000.000,00 6,34% a.a R$ 36.824.998,73 (Selic)

Tabela 04 – Comparação entre os rendimentos entre os investimentos de alto valores. Juros do dia
28/10/2018.
Fonte: Autores
10. BIBLIOGRAFIA
GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ. Atração de Investimentos no Estado do Ceará:
Mapa territorial de parques eólicos. Dezembro de 2010. Disponível em:
http://investimentos.mdic.gov.br/public/arquivo/arq1321639205.pdf Acesso em: 25 de
Outubro de 2018 às 16:54.
NOVA VENTOS DO MORRO DO CHAPÉU ENERGIAS RENOVÁVEIS S.A. Relatório
dos auditores independentes sobre as demonstrações financeiras. KPMG Auditores
Independentes. Maio de 2018. Disponível em: https://www.echoenergia.com.br/nossos-
ativos/complexo-eolico-tiangua/ Acesso em: 27 de Outubro de 2008 às 10:35.
RIALMA ENERGIA EÓLICA. Relatório de Impacto Ambiental – RIMA Complexo Eólico
Harmonia. Maio de 2014. Disponível em: http://www.semace.ce.gov.br/wp-
content/uploads/2012/01/RIMA-Harmonia.06.05_FINAL.pdf Acesso em: 25 de Outubro de
2018 às 17:34.
VENTOS DE SÃO JORGE HOLDING S.A. Relatório dos auditores independentes sobre as
demonstrações financeiras. KPMG Auditores Independentes. Maio de 2018. Disponível em:
https://www.echoenergia.com.br/nossos-ativos/complexo-eolico-tiangua/ Acesso em: 27 de
Outubro de 2008 às 10:55.

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