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BOA VISTA, RR
2023
KAMILA GOMES DE SOUSA
BOA VISTA, RR
2023
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 3
2. PROBLEMA..........................................................................................................................5
3. OBJETIVOS..........................................................................................................................6
3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................................. 6
4. JUSTIFICATIVA.................................................................................................................. 7
5. REFERENCIAL TEÓRICO................................................................................................8
5.1 SISTEMA DE PROTEÇÃO................................................................................................. 8
5.1.1 Características de um sistemas de proteção eficiente................................................... 8
5.1.2 Funções de proteção.......................................................................................................10
5.2 GERAÇÃO DISTRIBUÍDA...............................................................................................12
5.2.1 A Geração Distribuída no Contexto Atual.................................................................. 12
5.2.3 Tecnologias de GD utilizando fontes renováveis......................................................... 13
5.2.4 Impactos Causados pela Geração Distribuída nos Sistemas de Proteção.................14
5.2.4.1 Impacto da GD na Direcionalidade das Proteções...................................................... 14
5.2.4.2 Ilhamento e Proteção.................................................................................................... 15
5.3 ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA..............................................................................16
5.3.1 O sistema fotovoltaico: as legislações e incentivos pelo mundo................................. 17
5.3.1.1 Alemanha...................................................................................................................... 17
5.3.1.2 China............................................................................................................................. 18
5.3.1.3 Austrália........................................................................................................................19
5.3.1.4 Índia.............................................................................................................................. 20
5.3.1.5 EUA............................................................................................................................... 21
5.3.1.6 Brasil............................................................................................................................. 21
5.4 COMPARAÇÃO DOS REQUISITOS DE PROTEÇÃO DAS DISTRIBUIDORAS PARA
INSERÇÃO DE GD..................................................................................................................23
6. METODOLOGIA............................................................................................................... 27
7. ESTUDO DE CASO......................................................................................................................... 28
7.1 DADOS DA USINA FOTOVOLTAICA....................................................................................... 28
7.2 ESTUDO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO................................................................. 29
7.2.1 Disjuntor geral de baixa tensão.................................................................................................. 29
7.2.2 Relé de média tensão....................................................................................................................39
7.2.3 Chave fusível do inversor fotovoltaico....................................................................................... 43
7.2.4 Relé geral da cabine de entrada de energia............................................................................... 44
8. CONCLUSÃO................................................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 48
3
1. INTRODUÇÃO
Como resultado, um sistema elétrico pode sofrer perturbações, defeitos e outras falhas
que podem levar a interrupções no fornecimento de energia e potencialmente danificar
componentes do sistema. De acordo com Araújo et al. (2005), um sistema de proteção é
fundamental para detectar condições anormais em tempo real e agir para prevenir problemas.
Assim, o sistema elétrico brasileiro vem se modificando, se tornando cada vez mais
independente do ciclo da água, através da geração distribuída. Isso se deu por meio dos
incentivos governamentais e regulamentações normativas nº 482 e 687, fazendo com que a
GD se mostrasse com potencial e uma nova possibilidade para o mercado de energia
(OLIVEIRA, 2019).
Além disso, a geração distribuída pode ser realizada através de fontes de energia
renováveis, fazendo com que o apelo social esteja atrelado à economicidade e à
sustentabilidade. Atualmente, segundo dados da ANEEL (Agência Nacional de Energia
Elétrica), 99,9% de todas as conexões de minigeração e microgeração distribuída são da fonte
solar fotovoltaica (ABSOLAR, 2023).
Neste contexto, a energia solar está presente, segundo Renewables Global Status
Report (2022), a energia solar corresponde a aproximadamente 56% de novos investimentos
em energias renováveis no mundo em 2021, onde a China lidera com 37% do total, seguido
4
da Europa (22%), Ásia-Oceania (excluindo China e Índia; 16%), Estados Unidos (13%) e
outros regiões (4%) ou menos do total, nos investimentos em energia solar fotovoltaica. No
Brasil, a micro e minigeração distribuída, apresentou em 2021 aumento de 84% em relação a
2022, onde a energia solar participou de 88,3%, sendo a principal responsável pelo aumento
registrado, além disso, cerca de 2,5% da matriz elétrica do país em 2021 foi gerada por
energia solar (EPE, 2022).
Apesar do Brasil ter um grande potencial de irradiação solar devido à sua localização
estratégica nos trópicos, o país ainda é pouco ativo na adoção da tecnologia de energia solar
em comparação com outras nações (AQUINO E SILVA, 2018). O alto custo para instalar
sistemas solares e a falta de políticas públicas e tarifas favoráveis são fatores que podem
explicar essa resistência.
2. PROBLEMA
3. OBJETIVOS
4. JUSTIFICATIVA
5. REFERENCIAL TEÓRICO
A proteção do sistema elétrico requer que as falhas sejam isoladas para evitar a
interrupção total do fornecimento de energia. Para garantir a eficácia da proteção, é
importante considerar certos parâmetros que determinam a qualidade do sistema. Algumas
características devem ser consideradas para garantir um desempenho adequado, tais como:
seletividade, zonas de atuação, velocidade, sensibilidade, confiabilidade e automação.
● Seletividade
● Zona de Atuação
● Velocidade
9
● Sensibilidade
𝐼𝑐𝑐𝑚𝑖
𝑁𝑠 = 𝐼𝑎𝑐
(1)
● Confiabilidade
● Automação
21 Relé de Distância
27 Relé de Subtensão
BF Break Failure
G Ground or Generator
L Line or Logic
N Neutral or Network
O Over
12
U Under or Unit
T Transformer or
Thyratron
Fonte: Incoteq, 2020.
Outros conceitos que serão utilizados:
● Pick-up: ponto em que a tensão ou corrente injetada sensibilizam o relé de proteção,
levando ao início da operação em relés eletrônicos ou digitais e/ou o movimento do
disco de indução em relés eletromecânicos;
● Trip: ponto em que o relé de proteção fecha os contatos de saída. Isso ocorre quando o
valor da corrente ou tensão de pick-up permanece por um período de tempo maior ou
igual ao especificado pelo usuário ou ainda por um tempo definido através de uma
curva estabelecida pelo usuário.
Uma consequência possível dessa guerra, é uma aceleração ainda maior da transição
energética. Ursula Van der Leyden, presidente da Comissão Europeia, afirmou em redobrar a
aposta em energias renováveis, para solucionar o problema da dependência das importações
russas (TEIXEIRA JUNIOR, 2022). Assim, o debate sobre os impactos causados pela
dependência de combustíveis fósseis contribui para o interesse mundial por soluções
sustentáveis por meio da geração de energia oriunda de fontes limpas e renováveis.
Ilhamento refere-se a uma situação em que uma parte da rede de distribuição, que
contém tanto carga quanto geração distribuída, permanece energizada mesmo após a
desconexão da distribuidora. Esta condição pode ser intencional, quando é planejada com
base em estudos para garantir a qualidade da energia fornecida aos consumidores pela geração
distribuída, ou não intencional, quando ocorre devido a falhas que levam à abertura dos
disjuntores da concessionária. Geralmente, evita-se o ilhamento, embora já existam esforços
para minimizar os riscos e maximizar os benefícios da alimentação planejada de cargas por
meio da geração distribuída, com o objetivo de aumentar a confiabilidade do sistema e reduzir
o tempo de interrupção (LUIZ, 2012).
Devido aos possíveis danos que podem ocorrer, o assunto de ilhamento merece uma
atenção especial, e a norma ABNT NBR 16149:2013 recomenda que os esquemas de proteção
do acessante, incluindo os inversores fotovoltaicos, desconectem o sistema em até 2 segundos
em caso de ilhamento não-intencional (ABNT, 2013).
A energia solar fotovoltaica é definida por Reis (2017) como a energia gerada por
meio da conversão direta da luz solar em eletricidade. Em 1839, Edmond Becquerel observou
que um material semicondutor exposto à luz gerava uma diferença de potencial elétrico entre
seus extremos, o que indicou pela primeira vez a possibilidade de converter energia solar em
energia elétrica. Posteriormente, em 1876, estudos realizados em materiais semicondutores
levaram à construção do primeiro dispositivo fotovoltaico. Somente em 1956, com o avanço
da microeletrônica, a produção industrial de sistemas fotovoltaicos foi iniciada (CRESESB,
2006).
No início dos anos 70, a crise energética deu início ao interesse pela adaptação da
tecnologia ao meio terrestre pois devido ao alto custo das células fotovoltaicas sua aplicação
em larga escala se tornava inviável. Dessa maneira, a otimização da tecnologia se deu a partir
da ampliação do mercado e a alteração do perfil das empresas envolvidas no setor, reduzindo
17
os preços das células fotovoltaicas e aumentando sua eficiência, assim, possibilitando sua
utilização em larga escala (TEIXEIRA et al, 2018).
5.3.1.1 Alemanha
De acordo com o IEA (2016), a Alemanha ocupou o primeiro lugar no ranking de
capacidade instalada de geração fotovoltaica até 2014. No entanto, em 2015, a China a
ultrapassou. A Alemanha foi um dos primeiros países a investir e explorar a energia
fotovoltaica como uma alternativa à geração nuclear, incentivada por crescentes preocupações
ambientais e políticas favoráveis à produção de energias renováveis.
O MME (2009) indica que houve algumas iniciativas isoladas de promoção de fontes
de energia renovável nas décadas de 1970 e 1980, mas a partir de 1990 houve um notável
aumento no uso dessas fontes no país, especialmente através da energia eólica e,
posteriormente, das fontes solares.
Houve uma mudança na lei em 2004 que limitou os valores pagos pelas grandes
indústrias para a geração de energia a partir de fontes renováveis. Com essa mudança, a
indústria alemã manteve sua competitividade e evitou que grandes consumidores se
opusessem ao crescimento da geração de energia a partir de fontes renováveis.
5.3.1.2 China
Segundo LIU (2008), desde 1978, com a abertura do mercado chinês e a reforma
econômica, o país cresceu 9,5 % ao ano. O dinamismo da economia chinesa tem atraído cada
vez mais investidores nas últimas décadas, e segundo YUCING (2019), tornou-se uma das
maiores economias do mundo. Essa nova realidade na China gerou um aumento significativo
na demanda energética do país devido às grandes indústrias e ao aumento da população que
participa da produção e do consumo. Esse aumento significante tornou a China o maior
emissor de CO2 do planeta (YUCING, 2019).
Com preocupações ambientais constantes e produção de energia renovável, a China
tem investido na redução das emissões de CO2. Segundo o PORTAL SOLAR (2016), a
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energia solar na China é hoje uma das maiores responsáveis pelo desenvolvimento de
tecnologias energéticas, sendo o país um dos principais geradores desta fonte de energia.
Desde 2015, a China tornou-se líder na geração de energia solar fotovoltaica. Cada
vez mais as empresas chinês de energia solar têm conquistado o mercado as marcas Suntech e
Yingli são menções no ramo e devido ao rápido crescimento, os custos da tecnologia
permanecer mais baratos, segundo o PORTAL SOLAR (2017).
A produção de painéis solares, inversores e outros componentes de geração de
energia para residências, empresas, indústrias e usinas de energia é produzida principalmente
na China. Além dos grandes investimentos do governo chinês na construção de usinas
geradoras, o deserto de Tengger abriga atualmente a maior usina fotovoltaica do mundo com
capacidade de aproximadamente 1.500 MW, além de mais de 400 usinas solares espalhadas
por todo o território, segundo o PORTAL SOLAR (2017).
5.3.1.3 Austrália
De acordo com FRANÇA (2016), a Austrália é conhecida por ter a maior exposição
à radiação solar por metro quadrado do mundo, o que é cerca de 10.000 vezes maior do que o
seu consumo anual de energia. Esse recurso solar abundante tem motivado um aumento no
investimento na geração de eletricidade solar no país.
De acordo com FRANÇA (2016), a energia solar fotovoltaica gerada por pequenas
unidades consumidoras pode ser obtida por meio de dois mecanismos distintos. O primeiro é
a tarifa feed-in, que foi explicada anteriormente e varia conforme o estado e a capacidade de
geração. O segundo mecanismo é o sistema de certificados de energias renováveis, que
proporciona créditos para a energia renovável comercializada. Além disso, o governo
australiano criou um multiplicador para os certificados de geração em pequena escala, com o
objetivo de permitir que os consumidores recuperem seus custos iniciais na instalação dos
painéis solares. Esses benefícios complementares proporcionam aos consumidores
australianos duas maneiras de aproveitar a energia solar fotovoltaica gerada por eles mesmos.
20
5.3.1.4 Índia
O país da Índia registra um crescimento sólido e atualmente possui cerca de 75% de sua
produção energética proveniente de combustíveis fósseis, de acordo com FRANÇA (2016). Para
atender às demandas ambientais cada vez maiores, o governo indiano introduziu regulamentações e
incentivos fiscais em 2003, por meio do Electricity Act 2003, com o objetivo de expandir a produção
de energia renovável. Empresas foram obrigadas a adquirir uma porcentagem fixa de energia
renovável. Entretanto, uma vez que as fontes renováveis não são distribuídas uniformemente por todo
o país, um mecanismo de negociação de Certificados de Energia Renovável foi criado, permitindo que
os geradores vendessem seus certificados para as distribuidoras, de acordo com a quantidade de
energia renovável que deveria constar em seu portfólio, atingindo, assim, suas metas.
Além dos avanços legais citados, a Índia estabeleceu tarifa prêmio para a
comercialização em energias renováveis. Incentivou a indústria de energia fotovoltaica por
21
5.3.1.5 EUA
Em 2006, o Departamento de Energia dos Estados Unidos lançou a Iniciativa Solar
América (SAI), como parte de uma iniciativa do presidente, com o intuito de tornar a energia
solar mais competitiva até 2015, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e
aumentando a oferta de eletricidade. A SAI planejou alcançar suas metas por meio de alianças
estratégicas e parcerias com vários setores, incluindo a indústria, agências governamentais,
universidades, estados, empresas de serviços públicos, indústria da construção e organizações
sem fins lucrativos (VELOSO et al, 2021).
A Iniciativa Solar América (SAI) pode ser dividida em duas categorias principais:
parcerias tecnológicas que visam principalmente pesquisa e desenvolvimento, como a
produção de tecnologias de baixo custo, transformações de mercado, soluções técnicas,
regulatórias, institucionais e educativas para enfrentar as barreiras do mercado e acelerar a
demanda por novas tecnologias solares. Essa assistência técnica tem o objetivo de reduzir o
custo de instalação de painéis fotovoltaicos, através da implementação dessa política pública
(VELOSO et al, 2021).
Cada estado tem sua própria política de energias renováveis e oferece diversos
incentivos financeiros para promover a implantação de sistemas de energia solar distribuída,
como a compra de painéis fotovoltaicos por pessoas físicas ou jurídicas. Em 2016, de acordo
com FRANÇA (2016), o governo federal dos Estados Unidos ofereceu um desconto de 30%
no crédito de imposto de renda para a instalação de painéis fotovoltaicos. Vários estados
também oferecem incentivos, como tarifas prêmio, empréstimos com juros zero ou outros
descontos e subsídios.
5.3.1.6 Brasil
No Brasil, o início da inserção dos sistemas fotovoltaicos se deu a partir do final dos
anos 90 em concessionárias de energia elétrica, universidades e centros de pesquisa
(OLIVEIRA,2019).
Coelba 6 Nordeste
Relé de SubTensão - 27
Relé de Sobretensão - 59
Relé de SubTensão - 27
Relé de Sobretensão - 59
Relé de SubTensão - 27
Relé de Sobretensão - 59
Relé de SubTensão - 27
6. METODOLOGIA
Depois de examinar os assuntos considerados importantes para aprimorar o presente
trabalho, conforme mostrado na revisão bibliográfica. Por meio dos manuais técnicos
fornecidos pelo fabricante abordar características de proteção dos componentes em estudo.
Este estudo será feito através dos equipamentos dos fabricantes ABB, THYTRONIC e
Siemens. A seguir tem-se os passos realizados para o estudo:
2. Coleta dos manuais técnicos: Realiza-se uma pesquisa e coleta dos manuais técnicos
referentes aos dispositivos de proteção identificados. Esses manuais são geralmente
disponibilizados pelos fabricantes e contêm informações detalhadas sobre
características técnicas, modos de operação, instalação, manutenção e outras
especificações relevantes.
3. Análise dos requisitos de proteção: Com base nas informações obtidas nos manuais
técnicos, realiza-se uma análise detalhada dos requisitos de proteção de cada
dispositivo. Isso inclui a verificação de tensões nominais, correntes de operação,
capacidade de interrupção, sensibilidade a sobrecorrentes e sobretensões,
configurações de ajuste e outros parâmetros relevantes.
7. ESTUDO DE CASO
A Usina Fotovoltaica está situada em uma área rural de São Paulo e possui 9.330
painéis solares do tipo policristalino fabricados pela Canadian Solar, os quadros 5 e 6
apresentam de maneira detalhada os dados dos módulos fotovoltaicos e os arranjos por
inversor. Esses painéis solares são do modelo Maxpower CS6U-335P, com uma potência de
335 Watts-pico (Wp) cada. Além disso, a usina conta com 20 inversores solares fabricados
pela Sungrow, modelo SG125HV, com capacidade de 125 quilovolt-ampere (kVA) cada. No
total, a usina possui uma capacidade instalada de 3.125,55 quilowatts-pico (kWp) ou 2,5
megavolt-ampere (MVA). Para conectar a usina à rede elétrica fornecida pela concessionária,
que opera em 11,4 kilovolts (kV), foi utilizado um transformador com capacidade de 2,5
MVA, que reduz a tensão para o nível de operação dos inversores fotovoltaicos (600 Volts).
Os enrolamentos de conexão deste transformador de acoplamento serão configurados em
Estrela-Aterrado, em conformidade com as exigências da norma da concessionária
(OLIVEIRA, 2019).
Figura 2 - Diagrama unifilar geral do sistema da concessionária com a Usina fotovoltaica modelado
no software EasyPower.
Fonte: ABB.
Legenda:
1. Tela sensível ao toque colorida ampla de alta resolução
2. LED de ligado para indicar a operação correta (watchdog)
3. LED de pré-alarme
4. LED de alarme
5. Botão "Home" para retornar à página inicial
6. Botão para teste e indicar a causa do desligamento
7. Conector de teste e programação
O Ekip Touch permite que todas as funções de proteção sejam configuradas com
alguns passos simples diretamente na ampla tela sensível ao toque. Se o disjuntor for
desligado, ele deve ser rearmado manualmente ou eletricamente pelo operador (relé de
bloqueio - código ANSI 86). O modelo possui um menu de áreas, onde é possível acessar as
proteções existentes no equipamento conforme a figura 4. O menu proteção possui proteções
padrões enquanto o menu avançado apresenta proteções mais complexas.
Figura 4 - Menu área.
Fonte: ABB.
Legenda:
6. Medidas
7. Configurações
8. Teste
9. Sobre
1
Fechamento em curto-circuito (MCR): a proteção utiliza o mesmo algoritmo da proteção l, limitando a operação
a uma janela de tempo configurável a partir do fechamento do disjuntor. A proteção pode ser desabilitada,
também como alternativa à proteção l. A função está ativa com uma fonte auxiliar.
33
Pré-Alarme Avisa que a corrente medida está próxima ao limite de ativação da 90% I1
I1 proteção I1.
O valor é fornecido em porcentagem do limite I1 e pode ser
configurado dentro da faixa: de 50% I1 a 90% I1, em incrementos
de 1%.
NOTA: A condição de pré-alarme é desativada em dois casos:
• corrente menor que o limite de pré-alarme I1
• corrente maior que o limite I1.
unidade de tempo longo de fase deve ser inferior à corrente máxima ajustável no relé, que é
de 3.200 A.
● Proteção seletiva contra curto-circuito - S
Para ativar a proteção S é necessário que parâmetros sejam definidos para o
funcionamento correto do equipamento, assim o quadro 10 apresenta tais parâmetros:
Quadro 10 - parâmetros da função S.
O ajuste da unidade de tempo curto de fase deve ser inferior à menor corrente de
curto-circuito simétrica para faltas entre fases na zona de proteção, que neste caso está
compreendida no alimentador QGBT e os inversores. Deste modo será possível garantir que a
proteção irá atuar diante de um curto-circuito a jusante do disjuntor geral de baixa tensão.
Além disso, é necessário garantir que o disjuntor geral de baixa tensão não
desconecte antes do disjuntor de média tensão para curtos-circuitos a montante do disjuntor
BT. A corrente de acionamento da unidade de tempo curto de fase deve ser superior à maior
corrente de curto - circuito para uma falta entre fases na média tensão.
● Proteção Instantânea contra curtos-circuitos - I
Para ativar a proteção I é necessário que parâmetros sejam definidos para o
funcionamento correto do equipamento, assim o quadro 11 apresenta tais parâmetros:
Quadro 11 - parâmetros da função I.
Limiar I3 Estabelece o valor que ativa a proteção. O valor é fornecido tanto 5,5 In 4
como valor absoluto (A) quanto como valor relativo (In) e pode In
ser configurado dentro da faixa: de 1,5 In a 15 In, em incrementos
de 0,1 In.
Limiar I4 Estabelece o valor que ativa a proteção e contribui para o cálculo 0,2 In
do tempo de disparo. O valor é fornecido tanto como valor
absoluto (A) quanto como valor relativo (In) e pode ser
configurado dentro da faixa: de 0,1 In a 1 In, em incrementos de
0,001 In.
Pré-Alarme I4 Avisa que a corrente medida está próxima ao limite de ativação 90% I4
da proteção I1.
O valor é fornecido em porcentagem do limite I4 e pode ser
configurado dentro da faixa: de 50% I4 a 90% I4, em incrementos
de 1%.
NOTA: A condição de pré-alarme é desativada em dois casos:
• corrente menor que o limite de pré-alarme I4
• corrente maior que o limite I4.
independentes para
possibilitar a implementação
de ações corretivas antes que
a proteção de sobrecarga L
acione o disjuntor.
Figura 6 – Disposição dos setores de cabine de média tensão, com transformador alocado na cabine de medição e
separado da cabine de medição, próximo aos inversores.
27 Subtensão X
59 Sobretensão X
81O Sobrefrequência X
81U Subfrequência X
BF Falha de disjuntor X
* = Alternativa
Fonte: Thytronic
disjuntor geral de baixa tensão, no tempo ajustado, em seguida o temporizador e a função são
restaurados.
O fusível tem como função proteger o inversor fotovoltaico, que executa tanto a
função normal de comando, quanto a de proteção perante um curto-circuito, pela queima do
fusível que, em condições normais, também faz a vez de contato móvel. Os fusíveis contém
um elemento condutor constituído de uma liga metálica especial, dimensionado para fundir,
sob o aquecimento resultante do efeito joule, quando submetidos a correntes maiores que um
valor especificado, que é a corrente nominal do fusível. Quanto maior a corrente circulante
diante da nominal, menor será o período de tempo para a fusão.
Este equipamento possui o Monitoramento Eletrônico de Fusível (EFM) é um
dispositivo de indicação de fusível queimado. A unidade EFM possui um relé livre de
potencial integrado (1NA, 1NF) para sinal/alarme remoto. Ele será rearmado
automaticamente após a substituição do fusível queimado e o LED verde acenderá
novamente.
Fonte: Siemens.
Proteção de sobrecorrente não direcional (50, 50N, 51, 51N) é a função básica do
dispositivo. Existem três elementos de tempo definido e um de tempo inverso para as
correntes de fase e corrente à terra. Para os elementos de tempo inverso, várias características
de diferentes padrões são fornecidas. Alternativamente, uma curva definida pelo usuário pode
ser usada para detecção de falta sensitiva à terra. Outras funções de proteção incluídas são a
proteção de sequência negativa, proteção de sobrecarga, proteção de falha do disjuntor e
proteção de falta à terra. Dependendo da variante encomendada, outras funções de proteção
estão incluídas, tais como proteção de frequência, proteção de subtensão e de sobretensão e
proteção de falta à terra para faltas à terra de alta resistência (direcional ou não direcional).
A característica dos relés de sobrecorrente é representada pelas suas curvas tempo
versus corrente. Estas curvas variam em função do tipo do relé (disco de indução, estático,
digital). Atualmente nos relés digitais e a maior parte deles permite escolher a característica
tempo corrente apenas alterando-se os parâmetros no próprio relé.
Os termos característica inversa, normal inversa, muito inversa e extremamente
inversa existem desde a época dos relés de disco de indução. Dessa forma, até hoje se mantém
essa terminologia, sendo que as características mais utilizadas são: Normal Inverso (NI),
Muito Inverso (MI ou VI = Very Inverse), Extremamente Inverso (EI), Tempo Longo Inverso
(TLI ou LT I= Long Time Inverse) e Tempo Definido (TD ou DT = Definite Time).
Nos relés digitais as características tempo versus corrente são representados por
equações, e essas equações mudam de acordo com a norma. Na figura 6 temos a curva
definida MI da norma IEC, utilizada neste equipamento e sua respectiva equação. Essa curva
é adequada tanto para baixas como para altas correntes. Na figura 7, há uma comparação entre
as três principais curvas utilizadas para um mesmo dial de tempo.
46
Figura 7 - Comparação das características das curvas IEC normal inversa, muito inversa e extremamente inversa.
8. CONCLUSÃO
O estudo dos dispositivos de proteção de uma usina de minigeração fotovoltaica é
essencial para acompanhar o crescente interesse e investimento na geração distribuída solar
fotovoltaica, tanto no Brasil quanto no mundo. Com a busca por fontes de energia mais limpas
e sustentáveis, a energia solar fotovoltaica tem se destacado como uma alternativa promissora.
O investimento nesse tipo de geração de energia renovável tem crescido
significativamente, impulsionado por políticas governamentais favoráveis, incentivos
financeiros e preocupações com a redução das emissões de gases de efeito estufa. O Brasil,
em particular, tem experimentado um aumento expressivo na implantação de usinas de
minigeração fotovoltaica, aproveitando seu enorme potencial solar.
No entanto, para garantir a segurança e o desempenho confiável dessas usinas, é
fundamental que sejam implementados dispositivos de proteção adequados. Esses dispositivos
desempenham um papel crucial na prevenção de danos causados por distúrbios elétricos,
como surtos de tensão, curtos-circuitos e sobrecargas. Além disso, eles contribuem para a
maximização da eficiência energética, ao garantir que a energia gerada seja entregue de forma
segura e estável à rede elétrica.
O estudo dos dispositivos de proteção também é importante para mitigar os riscos de
incêndios e choques elétricos, garantindo a segurança dos trabalhadores, dos usuários da
energia e do meio ambiente. Além disso, a correta implementação desses dispositivos facilita
a integração da geração distribuída solar fotovoltaica à infraestrutura elétrica existente,
minimizando os impactos negativos na qualidade da energia elétrica e na estabilidade do
sistema.
Com o crescimento contínuo dos investimentos e da aplicação da geração distribuída
solar fotovoltaica, é necessário manter o foco no aprimoramento e atualização dos
dispositivos de proteção. A pesquisa e o desenvolvimento de tecnologias inovadoras nessa
área são fundamentais para garantir a evolução da indústria solar e a ampliação de seu
potencial de geração de energia limpa e sustentável.
Em suma, o estudo dos dispositivos de proteção de uma usina de minigeração
fotovoltaica é um aspecto crucial para acompanhar o crescimento dos investimentos e da
aplicação da geração distribuída solar fotovoltaica. Ao garantir a segurança, o desempenho e a
integração eficiente dessas usinas à rede elétrica, contribuímos para a expansão de fontes de
energia renováveis, a redução das emissões de carbono.
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REFERÊNCIAS
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<http://www.cresesb.cepel.br/download/tutorial/tutorial_solar_2006.pdf>. Acesso em: 20 mar.
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