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CURSO ELETRÔNICA

ANÁLISE DE CIRCUITO

Professor: Edvaldo de Souza Pereira

Junho/202
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas - IFAM
Campus Manaus Distrito Industrial - CMDI
Curso Eletrônica
Capítulo 2: Sinais Senoidais – Apostila
Professor: Edvaldo de Souza Pereira

ÍNDICE

1. Introdução ................................................. 3
1.1. Sinal Contínuo (CC ou DC) .................................. 3
1.2 . Sinal Alternado (CA ou AC) ................................. 3
2. Análise Gráfica e Matemática do Sinal Senoidal ............. 4
2.1 Representação Gráfica ..................................... 4
2.2. Valor de Pico-a-Pico ...................................... 4
2.3. Período e Frequência ...................................... 4
2.4. Representação Matemática ................................... 5
2.5. Frequência Angular ......................................... 5-7
2.6. Fase Inicial ............................................... 7-9
2.7. Defasagem .................................................. 9-11
3. Diagrama Fasorial .......................................... 11-15
4. Representação com Números Complexos ........................ 15/16
5. Operações com Diagrama Fasorial e Números Complexos ........ 17
5.1 Adição e Subtração ......................................... 17/18
5.2 Multiplicação e Divisão .................................... 18/19
6. Circuitos Resistivos em C.A. ............................... 19
6.1 Tensão e Corrente na Resistência Elétrica .................. 20/21
6.2 Potência Dissipada pela Resistência Elétrica ............... 21/22
7. Valor Eficaz ............................................... 22-26
8. Exercícios ................................................. 27-29
9. Referências Bibliográficas ................................. 30

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SINAIS SENOIDAIS
1 Introdução

Os circuitos elétricos trabalham com tensões e corrente contínuas.


e alternadas.
Em diversos dispositivos, a forma de onda da corrente depende da
forma de onda da tensão nele aplicada, além da natureza dos mesmos, ou
seja, se são resistivos, indutivos ou capacitivos.
Este capítulo tem por objetivo o estudo gráfico e matemático da for
ma de onda senoidal, que é a mais importante para a análise de circui-
tos em corrente alternada.

1.1 Sinal Contínuo (CC ou DC)

O sinal contínuo (CC – Corrente Contínua ou DC – Direct Current)tem


sempre a mesma polaridade, podendo seu valor ser constante ou variá-
vel. A figura 1.1a mostra um resistor alimentado por uma fonte de ten-
são contínua e constante, bem como as formas de onda da tensão (b) e
da corrente(c).

(a) Circuito (b) Tensão Contínua (c)Corrente Contínua

Figura 1 – Formas de Onda da Tensão e Corrente Contínuas

1.2 Sinal Alternado (CA ou AC)

O sinal alternado (CA – Corrente Alternada ou AC – Alternate Cur-


rent) varia de polaridade e valor ao longo do tempo e, dependendo de
como essa variação ocorre, tem-se diversas formas de sinais alterna-
dos (senoidal, quadrada, triangular e etc).

Dessas formas de onda, a mais importante para nosso estudo é a se


noidal, que será abordada daqui em diante.

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2. Análise Gráfica e Matemática do Sinal Senoidal

2.1 Representação Gráfica

Uma tensão senoidal pode ser representada graficamente de duas for-


mas: nos domínios temporal e angular, como mostra a figura 2

(a) Domínio Temporal (b) Domínio Angular

Figura 2 – Gráficos da Tensão Senoidal

2.2. Valor de Pico-a-Pico

A amplitude máxima, positiva ou negativa, que a tensão senoidal po


de atingir é denominada tensão de pico (Vp) e a amplitude total, en-
tre os valores máximos positivo e negativo, é denominada tensão de pi
co-a-pico (Vpp), sendo:

Vpp = 2.Vp

2.3. Período e Frequência

O tempo que a função necessita para completar um ciclo é chamado de


período (T) e o número de vezes que um ciclo se repete por segundo é
chamado de frequência (f), sendo a relação entre eles a seguinte:

Onde:
1
f =
𝑇𝑇 T = s ⇒ segundo

f = Hz ou c/s ⇒ Hertz ou ciclos/segundo

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2.4. Representação Matemática

Matematicamente, os gráficos da tensão senoidal nos domínios tempo-


ral e angular podem ser representados, respectivamente, por:

v(t)= Vp.senωt e v(θ)= Vp.senθ

Onde:

V(t)= V(θ)= valor da tensão no instante t ou para o ângulo θ (em V)

Vp = valor de pico ou amplitude máxima da tensão (em V)

ω = frequência angular (em rd/s)

θ = ângulo (em rd)

2.5. Frequência Angular

A frequência angular ou velocidade angular, representada pela letra


grega ω(ômega), corresponde à variação do ângulo θ do sinal em função
do tempo.
Das expressões matemáticas anteriores, tem-se a relação: θ = ωt.

Pelos gráficos da figura 2.2, quando θ = 2π, tem-se que t = T. As-


sim, é válida a relação 2π = ωT. Portanto, a frequência angular ω po-
de ser calculada por:

𝟐𝟐
ω = 𝑻𝑻 ou ω = 2π.f

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Exemplo:

Analisemos o seguinte sinal senoidal:

Tensão de pico: Vp = 5V

Tensão de pico a pico: Vpp = 10V

Como um ciclo completo se repete a cada 0,25s, seu período vale:


T = 0,25 s.

Em 1 s são completados 4 ciclos, isto é, a frequência vale:


f = 4 c/s = 4 Hz.
1 1
Matematicamente, tem-se, portanto: f = = = 4 Hz
𝑇𝑇 0,25

A frequência angular vale: ω = 2π.f = 2π.4 = 8πrd/s

Como esta tensão está representada graficamente no domínio


tempo, sua expressão é:

v(t)= Vp.senωt ⇒ v(t)= 5.sen8πt

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Para sabermos o valor da tensão num determinado instante t, por


exemplo, em t= 0,6 s, basta substituirmos este valor na sua expressão
matemática:

v(t)= 5.sen(8π.0,6) = 2,94V

2.6. Fase Inicial

Nos circuitos elétricos, nem sempre um sinal senoidal inicia o seu


ciclo no instante t = 0s. Neste caso, dizemos que o sinal possui uma
fase inicial θ0.
Assim sendo, a expressão completa para representar o sinal senoidal
deve incluir esta fase inicial, conforme segue:

v(t) = Vp.sen(ωt + θ0)

Se o sinal inicia o seu ciclo adiantado, θ0 é positivo. Se o sinal


inicia o seu ciclo atrasado, θ0 é negativo, como mostra a figura 3.

(a) Sinal Adiantado (b) Sinal Atrasado

Figura 3 – Representação Gráfica da Fase Inicial

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Exemplo:

Representar graficamente os seguintes sinais senoidais:


𝜋𝜋
V1(t) = 10.sen(20Kπt + ) (V)
3

V2(t) = 15.sen(8kπ - 30° ) (V)

𝜔𝜔 20𝑘𝑘𝑘𝑘
A frequência de v1(t) vale: f = = = 10KHz
2𝜋𝜋 2𝜋𝜋

1 1
Portanto, seu período é de: T = = = 0,1ms = 100µs
𝑓𝑓 10𝑘𝑘

𝜋𝜋
O sinal inicia o seu ciclo adiantado de rd, e para t = 0, tem-se:
3

𝜋𝜋
V1(0) = 10.sen = 8,66V
3

𝜔𝜔 8𝐾𝐾𝐾𝐾
A frequência de v2(t) vale: f = = = 4KHz
2π 2𝜋𝜋

1 1
Portanto, seu período é de: T = = = 0,25ms = 250µs
𝑓𝑓 4𝑘𝑘

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𝜋𝜋
O sinal inicia o seu ciclo atrasado de 30° (ou rd), e para t = 0,
6
tem-se:

v2(0) = 15.sen(-30°) = -7,5V

2.7. Defasagem

Num circuito elétrico, é muito comum a análise de mais de um


sinal senoidal, sendo necessário, às veze, conhecer a diferença de
fase entre eles.
A diferença de fase ∆θ entre dois sinais de mesma frequência é
denominada defasagem, sendo que a mesma é medida tomando-se um dos
sinais como referência.

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Exemplos:

Qual a defasagem entre os seguintes sinais:


𝜋𝜋
a) v1(t) = 10.sen(ωt + ) (V)
2

v2(t) = 5.senωt (V)

Graficamente, tem-se:

Portanto, v1 está adiantado π/2 rd em relação a v2 ou v2 está atrasado


de π/2 rd em relação a v1. Isto significa que a defasagem de v1 em re-
lação a v2 é de ∆θ = π/2 rd ou a defasagem de v2 em relação a v2 é de
∆θ = -π/2 rd.

b) v1(t)= 18.sen(ωt - π/4) (V)

v2(t)= 12.sen(ωt - π/4) (V)

Graficamente, tem-se:

Portanto, v1 e v2 iniciam o
ciclo atrasados em π/4 rd,
mas a defasagem entre eles é
nula (∆θ = 0), isto é, os
sinais estão em fase ou em
sincronismo.

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c) v1(t) = 12.sen(ωt + π/4) (V)

v2(t)= 8.sen(ωt - π/2) (V)

Graficamente, tem-se:

Em relação a v1, tem-se:

π π 3π
∆θ = θ02 - θ01 = - - = - rd
2 4 4

Portanto, v2 está atrasado de

3π/4 rd em relação a v1.

Em relação a v2, tem-se:

π π 3π
∆θ = θ01 - θ02 = - �− � = rd
4 2 4

Portanto, v1 está adiantado de

3𝜋𝜋
rd em relação a v2.
3. Diagrama Fasorial 4

Outra forma de representar um sinal senoidal é através de um fasor


ou vetor girante de amplitude igual ao valor de pico (Vp) do sinal, gi
rando no sentido anti-horário com velocidade angular ω. A este tipo de
de representação, dá-se o nome de diagrama fasorial, como mostra a fi
gura 4.

A projeção do segmento 0P = Vp no eixo


vertical é uma função seno, reproduzindo,
portanto, a tensão senoidal v(t) ou v(θ):

v(t) = Vp.senωt ou v(θ) = Vp.senθ

Figura 4 – Diagrama Fasorial


de um Sinal Senoidal

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A figura 5 mostra o diagrama fasorial e os valores instantâneos de tensão


para vários valores de θ ou ωt:

Figura 5 – Valores Instantâneos de um Sinal Senoidal

Os valores instantâneos podem ser calculados facilmente por:

e assim por diante, para quaisquer outros valores de θ.

Se no instante t = 0 o vetor OP formar um ângulo θ0 com a referência


referência do diagrama fasorial (parte positiva do eixo horizontal),
isto significa que o sinal possui uma fase inicial e, portanto, o valor
instantâneo da tensão será dado por:

v(t) = Vp.sen(ωt + θ0)

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Se o sinal inicia o seu ciclo adiantado, θ0 é positivo. Se o sinal


inicia o seu ciclo atrasado, θ0 é negativo, como mostra a figura 6.

ωt

(a) Sinal Adiantado (b) Sinal Atrasado

Figura 6 – Representação Fasorial da Fase Inicial

Representar os seguintes sinais senoidais graficamente e através do


diagrama fasorial correspondente:

v1(t) = 10.sen(100πt+ π/3) (V)

v2(t) = 15.sen(20πt - 30°) (V)

𝜔𝜔 100𝜋𝜋
A frequência de v1(t) vale: f = = = 50Hz
2𝜋𝜋 2𝜋𝜋

1 1
Portanto, seu período é de: T = = = 20ms
𝑓𝑓 50

O sinal inicia o seu ciclo adiantado de π/3 rd, e para t=0, tem-se:
𝜋𝜋
v1(0)= 10.sen = 8,66V
3

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𝜔𝜔 20𝜋𝜋
A frequência de v2(t) vale: f = = = 10Hz
2𝜋𝜋 2𝜋𝜋

1 1
Portanto, seu período é de: T = =
10
= 100ms
𝑓𝑓

𝜋𝜋
O sinal inicia o seu ciclo atrasado de 30° (ou rd), e para t = 0,
6
tem-se:

v2(0)= 15.sen(-30°) = -7,5V

A defasagem ∆θ entre dois sinais senoidais de mesma frequência pode,


também, ser visualizada num diagrama fasorial.

Exemplo:
Representar os seguintes sinais senoidais graficamente e através do
diagrama fasorial correspondente, determinado a defasagem entre eles:

v1(t)= 5.sen(100πt + π/3) (V)

v2(t)= 8.sen(100πt - π/6) (V)

Pelas expressões, as representações gráfica e fasorial desses sinais


são as seguintes:

Assim, tanto pelo diagrama


fasorial como pelo gráfico, é
possível verificar que a
defasagem entre os sinais é de
π/2 rd ou 90°, sendo que v1 está
adiantado em relação a v2.

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4. Representação com Números Complexos

Como foi visto no anexo 1, um número complexo tem um módulo e fase,


como na representação fasorial. Isto sugere a possibilidade de se repre-
sentar um sinal senoidal também por um número complexo, sendo a ampli-
tude e a fase inicial do sinal correspondentes respectivamente ao módu-
lo e ao ângulo do número complexo.

Nomenclaturas utilizadas matematicamente:

Expressão trigonométrica: v(t) = Vp.sen(ωt + θ0)

v(t) ⇒ tensão instantâne(variável) ⇒ letra minúscula

Vp ⇒ tensão de pico (valor fixo) ⇒ letra maiúscula

Expressão em número complexo:

v ⇒ tensão complexa (variável) ⇒ letra minúscula

Vp ⇒ tensão de pico (valor fixo) ⇒ letra minúscula

Exemplo:

Representar as tensões v1(t) e v2(t) a seguir na forma de números


complexos:

OBSERVAÇÃO:

 No caso de tensões, corrente e


potências elétricas
representadas por números
complexo, os módulos podem ser
dado tanto por valores de pico
quanto por valores eficazes,
sendo que este último conceito
será estudado mais adiante
neste capítulo.

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Por que quatro formas de representação de um sinal senoidal?

 Forma de Onda: Representa visualmente o sinal, tal como


ele é e como aparece no osciloscópio, durante a análise
de um circuito. Ele pode estar no domínio temporal v(t)
ou angular v(θ).

 Diagrama Fasorial: Representa o fenômeno graficamente


De forma mais simplificada que a forma de onda, permi-
tindo,inclusive, operações de soma e subtração de vári-
os sinais.

 Expressão Trigonométrica: Representa matematicamente a


função com todos os seus detalhes, como: amplitude, fre
quência angular e fase inicial, além de permitir o cál
culo de valores instantâneos.

 Número Complexo: Representa matematicamente a função de


forma mais simplificada que a expressão trigonométrica,
Informando apenas a amplitude e a fase inicial, facili-
tando, porém, operações de soma, subtração, multiplica-
ção e divisão de vários sinais.

Exemplo:

Vejamos as quatro formas diferentes de se representar uma tensão


senoidal:
Expressão Trigonométrica: v(t)= 12.sen(ωt + 60°) (V)
60°
Número Complexo: v = 12 V ou v = 6 + j10,39 V

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5. Operações com Diagrama Fasorial e Números Complexos

Para a resolução de circuitos elétricos em corrente alternada, são


necessárias diversas operações matemáticas entre tensões, correntes
e potências.
As operações de adição e subtração podem ser realizadas tanto com
diagrama fasorial como através dos números complexos, embora este
último processo seja o mais indicado, devido à facilidade e, princi-
palmente, à precisão dos resultados. Já, as operações de multiplicação,
divisão, potenciação e raiz quadradda devem ser realizadas somente por
números complexos, dadas as limitações do diagrama fasorial.

5.1 Adição e Subtração

Já vimos no Anexo 1, como as operações de adição e subtração podem


ser feitas com números complexo. Obviamente, isto vale também quando
os números complexos representam tensões, correntes e potências.
Com o diagrama fasorial, tais operações podem ser realizadas atra-
Vés de um processo gráfico denominado método do paralelogramo.
Para isso, é necessário conhecer uma propriedade da representação
por diagrama fasorial, como segue:

Número Negativo (ou Multiplicado por -1)

Num diagrama fasorial, dado um fasor, o seu negativo corresponde ao


deslocamento do fasor em 180°. Nos números complexos, isto corresponde
a:
Forma Polar:

Somar ou subtrair 180° na fase.

Forma Cartesiana:

Trocar os sinais das partes real e imaginária.

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Exemplos:

Dadas as tensões a seguir, obter v1 + v2 e v1 – v2 por diagrama


fasorial e por números complexos, representado o resultado grafica
mente:

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5.2 Multiplicação e Divisão

Para realizar operações de multiplicação e divisão envolvendo ten-


sões, correntes e potências complexas, basta utilizar a forma polar,
conforme foi visto no Anexo 1, uma vez que através de diagrama fasori
al, tais operações seriam extremamente complicadas.

6. Circuitos Resistivos em C.A.

A resistência elétrica, quando submetida a uma tensão alternada,


produz uma corrente elétrica com a mesma forma de onda, mesma frequên
cia e mesma fase da tensão, porém, com amplitude que depende dos valo
res da tensão aplicada e da resistência, conforme a Primeira Lei de
Ohm, que pode agora ser generalizada para sinais alternados senoidais.

6.1 Tensão e Corrente na Resistência Elétrica

Considere o circuito a seguir, no qual uma fonte de tensão senoidal


v(t) alimenta um resistor R:

Figura 7 – Circuito Resistivo em CA

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A forma de onda da tensão e da corrente, bem como a representação


fasorial desses sinais estão mostradas na figura 8.
Como se vê, o resistor não
provoca nenhuma defasagem entre
tensão e corrente e, portanto, a
resistência elétrica pode ser
representada por um número
complexo com módulo R e fase
nula (na forma polar) ou
composto apenas pela parte real
R (na forma cartesiana), isto é:

Figura 8 – Tensão e Corrente CA no Resistor

Representando a Primeira Lei de OHM com números complexos, tem-se, portanto:

6.2 Potência Dissipada pela Resistência Elétrica

Vejamos agora o que acontece com a potência elétrica numa


Resistência submetida a uma tensão alternada senoidal.
A potência instantânea p(t) dissipada por uma resistência R pode

ser obtida pelo produto, ponto a ponto, entre v(t) e i(t(, ou em fun-
ção de R, isto é:

A figura 9 mostra como fica a forma de onda da potência

A figura 9 – Tensão, Corrente e Potência CA,


num Resistor

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Como resultado, tem-se que a potência elétrica consumida é


pulsan- te e sempre positiva, pois num mesmo instante, a
tensão e a corren- te são ambas positivas ou negativas, o que
prova que, independente
da polaridade a tensão ou do sentido da corrente, a resistência
comporta-se sempre como um receptor, consumindo a potência forne-
cida pela fonte, que por sua vez, comporta-se sempre como um gera
dor.
Além disso, nota-se que a frequência da forma de onda da potên
cia é o dobro da frequência da tensão e da corrente.

Neste caso, PP representa a potência de pico, e vale:

Pela figura 9, percebe-se também que, enquanto a corrente e a


tensão tem valores médios iguais a zero, a potência média P dissi-
pada pelo resistor é a metade da potência de pico, ou seja:

Como será viso a seguir, a potência média é a que interessa na


análise da potência nos circuitos em corrente alternada.

7. Valor Eficaz

Para sinais alterados senoidais, existe um conceito muito importan-


te denominado valor eficaz ou rms.
O valor eficaz Vef ou Vrms de uma tensão alternada corresponde ao
valor de uma tensão contínua que, se aplicada a uma resistência, faria
que ela dissipasse a mesma potência média caso fosse aplicada essa
tensão alternada.
As medidas de tensão e corrente alternadas realizadas por multíme
tros são dadas sempre em valores eficazes.
Matematicamente, para uma tensão alternada senoidal, a tensão efi-
caz Vrms pode ser calculada a partir do valor de pico Vp ou de pico
a pico Vpp, através das seguintes expressões:

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Observações:

 A sigla rms significa root mean square ou raiz média


quadrática;
 O conceito de valor eficaz é aplicado também à corrente
elétrica;
 As tensões da rede elétrica são dadas em valores eficazes
(110Vrms e 220Vrms).

Para compreender melhor o significa físico deste valor, consideremos


um sinal senoidal com tensão de pico Vp alimentando um resistor R, con
forme a figura 10:

(a)Circuito (b) Sinais


Figura 10 – Sinais Senoidais num Circuito Resistivo

A tensão e a corrente eficazes no resistor valem, respectivamente:

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A potência dissipada pelo resistor, calculada em função dos valores


eficazes de corrente e tensão, é equivalente à potência média P analisa
da no tópico anterior, ou seja:

Desta forma, para sinais alternados senoidais, é muito mais fácil


trabalhar em função de valores eficazes, uma vez que a potência resul-
tante nos cálculos já corresponde à potência média P.

Essa mesma potência seria dissipada caso fosse aplicada ao resistor


uma tensão CC de valor igual ao da tensão eficaz, conforme mostra a fi
gura 11.

Figura 11- Correspondência entre Vrms e Vcc

Desta forma, a potência pode ser calculada por uma das seguintes
Expressões:

Apenas para finalizar, já vimos que as tensões e correntes alterna-


dos senoidais num circuito podem ser representados por números comple-
xos. Daqui em diante, os seus módulos poderão ser expressos em valores
de pico ou eficazes, sendo que neste último caso, suas grandezas ou
unidades deverão vir acompanhadas da sigla rms, para que não sejam con
fundidas, isto é:

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Exemplos:

1) Um fonte CA com tensão de pico Vp = 100V alimenta um resistor de


valor R = 100Ω. Qual a tensão CC que, aplicada a este resistor,
faz com que ele dissipe a mesma potência?

Assim, a mesma potência seria dissipada se fosse ligada ao resis-


tor de 100Ω uma tensão contínua de 70,7V.

2) No Brasil, as residências recebem pela rede elétrica as tensões


de 110Vrms e 220Vrms, ambas com frequência de 60Hz. Determinar,
para ambos os sinais:

a) O período:

O período é o mesmo para ambos os sinais:

1 1
T = = ≌ 16,67ms
𝑓𝑓 60

b) A frequência angular;

A frequência angular é a mesma para ambos os sinais:


ω = 2π.f = 2π.60 = 120π ≌ 377 rd/s

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c) Valores de pico e de pico a pico:

d) Expressões matemáticas:

3) Um chuveiro elétrico residencial tem o circuito interno e especi-


ficações a seguir:

a) Qual o valor das resistências R1 e R2?

Na posição inverno, apenas a resistência R1 é alimentada.


Assim sendo, seu valor pode ser calculado da seguinte forma:

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Na posição verão, as duas resistências ficam associadas em série.


Assim sendo, o valor de R2 pode ser calculado da seguinte forma:

b) Qual o valor dos fusíveis que devem ser utilizados para pro-
teção da instalação elétrica?

A corrente é mais intensa quando o chuveiro está na posição


Inverno:

O valor de pico desta corrente vale:

Assim, os fusíveis devem ser dimensionados para uma corrente


maior que 22,5 A. Comercialmente, existe, por exemplo, fusí-
vel de 30A.

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8. Exercícios

Análise Gráfica e Matemática do Sinal Senoidal

01. Dado o gráfico das tensões senoidais a seguir, pedem-se, para ambos os sinais:

02. Uma tensão senoidal tem frequência de 100Hz, valor de pico de 10V e inicia o ciclo com atraso π / 3.
Pedem-se:

Diagrama Fasorial

03. Represente os sinais da questão 1, através de diagrama fasorial.

Representação com Números Complexos

04. Represente os sinais da questão 1, através de números complexos.


Operações com Diagrama Fasorial e Números Complexos

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05. Dadas as tensões:

Circuitos Resistivos em C.A.

06. Dado o circuito a seguir, determine:

07. Dado o circuito a seguir, determine:

d) Forma de onda e representações fasoriais de i1(t) em i2(t);

e) Potência de Pico e Média fornecida pelo gerador e dissipada


por cada resistor;

f) Formas de onda das potências do item anterior.

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Valor Eficaz
08. Um aquecedor elétrico para torneira tem o circuito a seguir:

a) Qual a potência média e de pico dissipada pelo aquecedor


em cada posição?

b) Qual a corrente eficaz e de pico consumida pelo aquecedor


em cada posição?

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9. Referências Bibliográficas

1. OLIVEIRA ALBUQUERQUE, Rômulo. Circuitos em Corrente Alternada.


5.ª Edição – São Paulo, Érica, 2003

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