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Monte um Pedal de
Distorção Valvulado
Alex Baroni
3ª Edição
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Monte um Pedal Valvulado de Baixa Tensão – Alex Baroni
Apresentação
As válvulas estão mais presentes do que nunca hoje em dia. Mais ainda quando
falamos de equipamentos relacionados a música. Mesmo nos dias de hoje existem
fábricas de válvulas, por isso é possível consegui-las sem muito esforço. Na Internet
pode-se encontrar várias pessoas que importam as mesmas e as vendem. Caso
deseje, até é possível conseguir válvulas antigas em estado de nova, o que é
chamado de NOS (new old stock).
Porém sempre que falamos em válvula aparece uma questão, a alta tensão. Isso
porque para a válvula funcionar ela necessita de duas tensões diferentes, uma
chamada alta e a outra baixa. A alta alimenta o circuito de uma forma geral, já a
baixa tensão os filamentos das válvulas. Se os mesmos não estiverem
incandescentes não haverá emissão de elétrons e por isso não há música (falando
de amplificadores e pedais). A alta tensão muitas vezes passa dos 300 Volts.
Trabalhar nessa ordem é sempre complexo por vários fatores principalmente em
relação a segurança.
Bons estudos.
Alex Baroni
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Índice
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► Geradores ◄
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► Pilhas ◄
A pilha comum, dessas que são vendidas em supermercados, é capaz de gerar 1,5
Volts através dos seus polos, enquanto a reação química no seu interior perdurar. Os
tamanhos das pilhas dizem respeito a quanto de corrente as mesmas são capazes de
fornecer. A tensão é sempre a mesma, mas a corrente que pode ser fornecida está
relacionada ao seu tamanho. Dessa forma, observando somente a tensão, podemos
alimentar um mesmo aparelho com pilhas grandes (D) ou médias (C), por exemplo. A
diferença está no fato de que com pilhas grandes ele permanecerá funcionando por mais
tempo do que com pilhas médias.
Obs: Precisamos também conhecer a corrente consumida pelo aparelho para verificar
qual tamanho de pilha irá melhor atender. Os tipos que encontramos tradicionalmente são
AAA (palito), AA (pequena), C (média) e D (grande).
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Representação da pilha
Todos os componentes eletrônicos possuem uma representação gráfica. Será de
extrema importância conhecê-las para poder diferenciar um elemento do outro além de
representar no papel os circuitos. A seguir vemos a representação das pilhas. É comum
haver uma letra e um número para identificar unicamente o componente no circuito.
► Circuitos - Diagramas ◄
Muitas vezes precisamos representar no papel determinado circuito, para tanto nos
valemos de representações gráficas dos componentes. Sendo assim, podemos desenhar
um circuito completo apenas com papel e caneta. Chamamos esse circuito de diagrama,
esquemático ou esquema. Abaixo temos um circuito real e a sua representação gráfica.
Conforme formos aprendendo sobre um novo componente estudaremos também a sua
simbologia.
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► Curto Circuito ◄
A intensidade de corrente que circula num circuito é determinada pela tensão elétrica
do gerador e pelo consumo do equipamento. Se é esse último um dos determinantes do
consumo de corrente, caso a corrente deixe de passar por ele haverá a criação de um
caminho alternativo para a passagem dos elétrons. Como não existe um receptor para
controlar o consumo de corrente, a mesma tende a circular de forma intensa gerando
calor, caracterizando assim um curto circuito.
► Blindagem ◄
► Resistores ◄
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A quarta faixa nos diz qual é a tolerância no valor do componente, quando ela existe.
Se esta faixa não existe, temos um resistor de 20%, ou seja, ele pode ter até 20% de
diferença entre o valor real da resistência que ele apresenta e o valor que temos na sua
marcação. No nosso do exemplo anterior, a faixa dourada diz que se trata de um resistor
com 5% de tolerância.
► Potenciômetros e Trim-pots ◄
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► Capacitores ◄
Capacitor carregando-se
com as cargas obtidas da
fonte de corrente contínua.
Capacitância é medida em Farads (F), mas como é uma unidade muito grande, é
comum usarmos os seus submúltiplos. Temos então o microfarad (µF) que equivale à
milionésima parte do Farad ou 0,000 001 F. Um submúltiplo ainda menor é o nanofarad,
que equivale a 0,000 000 001 F ou a milésima parte do microfarad e é abreviado por nF.
Temos ainda o picofarad (pF) que é a milésima parte do nanofarad ou 0,000 000 000 001
F.
Existem capacitores chamados tubulares que são formados por várias folhas de
condutores e isolantes enrolados. Um capacitor muito importante na eletrônica é o
chamado eletrolítico. Uma das armaduras do mesmo é de alumínio, que em contato com
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uma substância quimicamente ativa, se oxida formando uma finíssima camada de isolante
que vai ser o dielétrico. Com esse capacitor podemos atingir grandes capacitâncias com
tamanhos físicos relativamente pequenos.
No início dos estudos da criação do diodo, foi observado que ao circular uma corrente
pelo mesmo, a sua junção era capaz de emitir uma radiação na forma de luz invisível ou
infravermelha. Esse efeito foi modificado para obter luz visível no nosso espectro luminoso
e foi criado o LED (Light Emitting Diodes). O LED possui uma estrutura semelhante à do
diodo comum, mas com a adição de outros elementos químicos chamados impurezas.
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Os LEDs são capazes de produzir uma luz muito pura. Assim, ao contrário da luz
branca que é uma soma de todas as cores, o LED emite uma única cor ou uma única
frequência. Temos então uma fonte de luz monocromática. Assim como os diodos, os
LEDs também são polarizados e o nome dos seus terminais são iguais aos do diodo. No
corpo do LED a identificação do Catodo (K) é feita através de um chanfro no componente.
► Válvulas ◄
Ainda hoje as válvulas vêm ganhando cada vez mais prestígio em aplicações
específicas. No caso de amplificadores, como por exemplo, ela ainda é usada por
apresentar uma qualidade dificilmente conseguida com os transistores. Vamos supor um
sinal senoidal, quando a tensão passa pelo ponto próximo de zero volt, o transistor não
acompanha esta variação de modo linear. Nesse cruzamento, chamado de “cross-over”, o
transistor de silício manifesta a sua impossibilidade de trabalhar com tensões abaixo de
0,6V e com isso causa uma distorção do sinal. Esse tipo de distorção é chamada de
distorção por cross-over. Se bem que pequena, ela pode significar uma perda de
fidelidade de sinal que nos amplificadores comuns pode ficar entre 0,1% e 2%.
É fato que existem formas de contornar esse problema apresentado pelo transistor,
mas ainda assim existem várias outras diferenças, como por exemplo, o fato do transistor
ser um componente de estado sólido, enquanto a válvula não. Na válvula é gerada uma
nuvem de elétrons que trafega entre os devidos eletrodos da mesma.
As distorções na válvula são bem baixas e podemos atingir taxas da ordem de 0,001%.
Abaixo vemos a simbologia da válvula, assim como o seu aspecto.
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Para facilitar o trabalho com as válvulas, quando as mesmas queimam, a sua troca
pode ser realizada com facilidade já que elas sempre são instaladas através de soquetes.
Existem diferentes tipos de soquetes conforme a pinagem da válvula.
Vários foram os tipos de válvulas criadas ao longo da sua evolução, porém somente
falaremos dos seguintes tipos:
- Diodos
- Triodos
- Tetrodos
- Pentodos
Os outros tipos não são muito utilizados no áudio e possuem aplicações bem mais
específicas.
O princípio do funcionamento da válvula foi descoberto sem querer por Thomas Edson
muitos anos antes da invenção da válvula. Somente anos depois um outro cientista viu
aplicação nessa descoberta, sendo criado então o primeiro tipo de válvula, o diodo. A
descoberta de Thomas Edson, o chamado efeito Edson, diz que um elemento quando
aquecido é capaz de emitir elétrons. É por isso que uma válvula possui um elemento
incandescente que precisa estar aquecido para funcionar. Esse elemento é o filamento da
válvula. Os filamentos da válvula podem ser alimentados com diferentes tensões
dependendo do modelo. Porém a tensão mais comum é a de 6,3 Volts. O filamento é
chamado de catodo e a válvula pode ser de aquecimento direto (válvulas muito antigas) ou
ter um catodo separado do filamento, no caso será uma válvula de aquecimento indireto.
A válvula diodo assim como o diodo de estado sólido, tem a característica de deixar
circular corrente somente em um único sentido. Porém, foi a partir da criação dessa
válvula que foi possível a criação de outros tipos que possuem uma característica
fundamental para o surgimento da eletrônica: elas amplificam a intensidade de um sinal
que foi aplicado em sua entrada.
Abaixo temos a simbologia de uma válvula triodo de aquecimento indireto. Ela é
denominada triodo, pois possui em seu interior 3 elementos (sem contar o filamento).
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Grade
Placa
Catodo
Filamento
Existem válvulas como a 12AX7, que no seu interior existe mais de uma válvula. Nesse
caso são dois triodos dentro de um mesmo invólucro de vidro. Antigamente fabricavam
válvulas, que em um mesmo invólucro, triodo e pentodo conviviam harmoniosamente. A
12AX7 é a válvula que será usada para montarmos o nosso pedal valvulado. Veja abaixo
parte do datasheet da 12AX7. Na internet podemos encontrar facilmente o datasheet para
várias válvulas assim como outros componentes eletrônicos. Eles nos informam os
parâmetros específicos de cada um dos componentes, como tensão de trabalho, corrente
e potência, por exemplo.
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As válvulas precisam também de uma tensão mais elevada para funcionar. Essas
tensões se situam em torno de 200 Volts até cerca de 350 Volts dependendo do tipo da
válvula. Para conseguirmos essas altas tensões usamos transformadores especiais que
utilizando os 127 Volts da tomada residencial elevam a tensão até os valores que
precisamos. Os amplificadores valvulados também precisam de um outro tipo de
transformador chamado de transformador de saída. Esse transformador é utilizado para
formar um perfeito casamento de impedância na saída dos amplificadores valvulados (alta
impedância), com os alto-falantes que possuem uma impedância muito baixa.
Porém aqui montaremos um circuito muito mais simples, que não usa altas tensões e
nem transformadores de saída. Assim podemos trabalhar de forma segura com a válvula
usando uma tensão de 12 Volts que alimentará o seu filamento e também o circuito
amplificador. Isso permite a montagem desse circuito inclusive por pessoas iniciantes na
área da eletrônica. A forma de funcionamento da válvula é a mesma, porém com uma
baixa tensão. Como não ligaremos a saída diretamente em um alto-falante, não há
necessidade de usarmos transformadores de saída o que torna o projeto mais barato
ainda.
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1 plugue P2 fêmea.
1 resistor de 1 MΩ (marrom,
preto e verde)
1 resistor de 470 kΩ (amarelo,
violeta e amarelo) 1 C.I. 7812
1 resistor de 1 kΩ (marrom,
preto e vermelho)
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1 Fonte de
alimentação–Eliminador
de pilhas – 12V x 1A
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LED 1 kΩ + 12 Volts
Chave H-H
3
1 MΩ
50 kΩ lin
Lista de Componentes:
- 1 válvula triodo 12AX7;
- 2 capacitores de 0,022 µF de poliéster;
- 1 resistor de 1 MΩ x 1/4 Watt (marrom, preto, verde);
- 1 resistor de 1 kΩ x 1/4 Watt (marrom, preto, vermelho);
- 1 resistor de 470 kΩ x 1/4 Watt (amarelo, violeta, amarelo);
- 1 potenciômetro de 50 kΩ Linear;
- 1 chave H-H;
- 1 LED;
- 1 soquete 9 pinos de para a válvula;
- 1 fonte de alimentação 12 Volts x 1A – tipo eliminador de pilhas;
- 2 capacitores eletrolíticos de 2.200 µF x 25 Volts;
- 1 regulador de tensão 7812;
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A contagem dos pinos deve ser feita colocando-se a válvula de cabeça para
baixo e a partir do espaço entre os pinos contamos no sentido anti-horário.
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A fonte de alimentação que usaremos para alimentar o pedal é uma fonte comprada
pronta do tipo eliminador de pilhas. Também podem ser usadas pilhas. No caso com 8
pilhas temos 12 Volts para alimentar o circuito. Caso sejam usadas pilhas totalizando 12
Volts, o circuito integrado regulador de tensão (7812) poderá ser eliminado. É sempre
interessante medir a saída da fonte de alimentação que você tenha em casa para esse
uso. Verifique se a mesma tem 12 Volts na saída. Caso seja uma fonte estabilizada, o
regulador 7812 também pode ser eliminado nessa situação. O mesmo trata-se de um
recurso interessante para ser lançado mão, caso sua fonte não seja estabilizada ou tenha
uma saída maior que 12 Volts (até o limite de 30 Volts). Ou seja, mesmo que você entre
com até 30 Volts, o regulador 7812 estabiliza em 12 Volts a saída. Segundo o fabricante o
ideal é que a tensão de entrada do 7812 seja de pelo menos 14 Volts (até cerca de 30 V).
No caso de usarmos pilhas, também podemos substituir os dois capacitores
eletrolíticos de 2.200 µF por somente 1 de 100 µF, já que as pilhas são fontes de corrente
contínua e não geram roncos oriundos do 60 Hz da rede elétrica.
7812
2 x 2.200 µF
12 Volts
Pilhas ou
Fonte
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Fios do potenciômetro
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3
3
1
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Mais um terminal da válvula foi inserido na Sindal, o pino 4 que faz parte de um
dos terminais do filamento da válvula. Nesse mesmo borne da Sindal deve ser
ligado mais um fio que corresponde ao positivo da alimentação. Ainda nessa
foto foi ligado um fio que corresponde ao pino 5 da válvula. Esse será
alimentado pelo negativo da alimentação.
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Abaixo temos uma Sindal separada que usaremos para montar a nossa fonte
de alimentação. Abaixo temos o 7812, que é um circuito integrado regulador de
tensão.
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Mais terminais ligados na Sindal. Agora ligamos o fio que vem da fonte,
negativo no terminal central do C.I. (7812). Esse fio antes passou pelo
interruptor.
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Saída - Positivo
Saída - Negativo
Veja que a ponta de cada um dos plugues P10 foi ligada uma na outra.
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Abraço, Baroni
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Sobre o Autor
Meu nome é Alex Baroni e sou aficionado por eletrônica desde criança.
Visite meu site no YouTube chamado Curso Baroni. Inscreva-se e fique sempre
por dentro dos novos vídeos publicados.
http://www.youtube.com/user/cursobaroni?sub_confirmation=1
Esse mesmo material pode também ser encontrado em meu site através do
link:
https://cursobaroni.com.br/apostila_pedal_valvulado/apostila_pedal_valvulado.pdf
Visite também.
http://www.cursobaroni.com.br
Esses dois vídeos meus tratam especificamente do circuito que foi aqui
demonstrado em detalhes. Lá tem inclusive o som dele. São vídeos bem
antigos, por isso não ligue para a qualidade da imagem. Dá uma conferida.
https://youtu.be/Df4Tpmjnib8?sub_confirmation=1
https://youtu.be/Df4Tpmjnib8?sub_confirmation=1
Referências Bibliográficas:
Otávio Markus. Circuitos com Diodos e Transistores. Editora Érica.
Van Valkenburgh, Nooger & Neville. Eletrônica Básica Vol I e II. Ao Livro Técnico S/A.
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