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EQUIPAMENTOS

ELÉTRICOS

Patrícia
Sebajos Vaz
Condutores de circuitos
e seções de fios
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

„„ Identificar utilizações para diferentes tipos de condutores.


„„ Comparar os tamanhos AWG e os diâmetros de condutores em mi-
límetros (mm).
„„ Determinar o diâmetro de fio adequado para determinada carga.

Introdução
Neste capítulo, você vai estudar sobre condutores elétricos e fios, os quais
são primordiais para o sistema elétrico de distribuição de energia no Brasil.
Estudá-los é fundamental para todos aqueles que almejam trabalhar
como engenheiros eletricistas, projetistas e técnicos elétricos, portanto,
a seguir, apresentaremos conceitos referentes à constituição dos cabos e
dos fios elétricos, sua formação, características técnicas, aplicações, tipos
de condutores e principais métodos de dimensionamento.
Ao longo do texto, será possível especificar e definir as seções e
conhecer quais materiais são utilizados para a fabricação, do que são
constituídos e as normas técnicas aplicáveis para esse assunto. Você ainda
vai visualizar, por meio de figuras, tabelas e gráficos, as especificidades
e características.

Tipos de condutores e possíveis utilizações

Conceitos básicos
Os condutores elétricos são responsáveis pelo transporte da energia elétrica, ou
seja, são produtos metálicos cuja a propriedade é conduzir sinais elétricos. De
forma geral, o condutor é circular e de comprimento extenso. São classificados
2 Condutores de circuitos e seções de fios

em fios e/ou cabos elétricos, conforme as características técnicas do material


utilizado e da forma como são fabricados.
Fios elétricos são produtos metálicos com forma cilíndrica e seção maciça
circular, comprimento maior que a dimensão da seção transversal. Podem ter
isolação ou proteção metálica e também podem ser utilizados como produto
semiacabado na fabricação de cabos elétricos. Cabo elétrico é o produto
metálico composto de fios encordoados justapostos, que podem ter ou não
isolação externa. Também podem ter proteção mecânica ou não e têm maior
flexibilidade que os fios. Podem ser unipolares ou multipolares. Tanto os
fios como os cabos elétricos têm seção transversal invariável. As principais
características técnicas dos materiais utilizados na fabricação de condutores
são a resistividade do material e a condutividade elétrica.
O processo de fabricação de fios e cabos elétricos geralmente utiliza ma-
teriais condutores, para que sejam responsáveis pelo transporte da energia
elétrica da origem ao destino, e materiais isolantes, para garantir a integridade
da energia elétrica transportada. A proteção mecânica permite que tanto o
material condutor como o material isolante possam cumprir as suas funções,
evitando toques acidentais ou situações indesejáveis, como a falta de energia
elétrica.
Os materiais que apresentam as melhores propriedades elétricas e mais
utilizados na fabricação de condutores elétricos são o cobre e o alumínio. O
cobre é mais frequentemente utilizado em condutores nus ou isolados aplicados
em instalações de baixa tensão, circuitos residenciais, prediais e industriais,
circuitos aterramento e SPDA. O alumínio é mais aplicado em condutores
nus para transmissão e distribuição de longas distâncias. Pode também ter
isolação, mas em escala muito inferior ao cobre.
De acordo com Cavalin e Cervelin (2006), os condutores encordoados
são os condutores que, ao serem construídos, têm a forma de uma corda,
ou seja, são reunidos e torcidos entre si, constituindo, então, o condutor. Há
cinco tipos de variações: normal, compactado, setorial compactado, flexível
ou extraflexível e Conci.
O condutor encordoado normal tem a formação concêntrica e regular,
composto de um fio central e longitudinal que reúne ao seu redor o restante
dos fios. Nessa constituição, todos os fios têm o mesmo diâmetro do fio central
e normalmente as formações são padronizadas.
O condutor encordoado compactado é muito similar ao normal, porém,
a construção é realizada onde os espaços entre os fios são reduzidos, ou seja,
como o próprio nome se refere, compactando a formação, o que resulta em
um condutor de diâmetro externo menor. Com isso, a flexibilidade é menor
Condutores de circuitos e seções de fios 3

em relação ao normal. A uniformidade da superfície externa aumenta com a


deformação das coroas de fios elementares.
O condutor encordoado setorial compactado é fabricado por meio de
uma formatação setorial, compactando os fios elementares com a passagem em
jogos de calandras. Também reduz o diâmetro externo do cabo e economiza
materiais de enchimento e proteção.
Condutores encordoados flexível e extraflexível também são realizados
de forma semelhante ao encordoamento normal. A diferença está em se utilizar
um grande número de fios redondos sólidos de diâmetro reduzido, resultando
num condutor com maior flexibilidade.
Condutor encordoado Conci, cujo núcleo é oco, é constituído de um
canal para o óleo impregnante, formado por uma ou várias coroas anulares,
encordoadas helicoidalmente, e sua aplicação se restringe apenas para cabos
OF. Sua construção pode ser por condutor segmentado, condutor Milikan e
condutor anular.
De acordo com a norma da ABNT NBR NM 280, são definidos, para
condutores de cobre, seis classes de encordoamento, com graus crescentes
de flexibilidade (Quadro 1).

Quadro 1. Classes de encordoamento

Classe 1 Condutores sólidos (fios)

Classe 2 Condutores encordoados


compactados ou não

Classe 3 Condutores encordoados


não compactados

Classe 4, 5, e 6 Condutores flexíveis

Fonte: Adaptado de Prysmian (2010).

Isolação
A isolação é um termo utilizado para isolar eletricamente, confinando o campo
elétrico gerado pelo condutor, com a finalidade de proteger mecanicamente
o fio do meio que o circunda, do contato com outros condutores, com a terra,
toques acidentais ou do ambiente em que esteja instalado.
4 Condutores de circuitos e seções de fios

Para realizar a isolação, são utilizados materiais isolantes com alta resisti-
vidade e devem ter alta rigidez dielétrica, especialmente quando empregados
em tensões elétricas superiores a 1 kV. Como exemplo, podemos observar a
Figura 1 a seguir. Nela, podemos observar que o condutor, além de apresentar
a isolação, tem também uma cobertura externa com a função de proteger o fio
ou o cabo contra influências externas. Esse invólucro externo é não metálico e
contínuo. O fio que apresentar apenas a cobertura é chamado de cabo coberto,
pois não tem a camada de isolação.
Denominamos condutor isolado o fio ou o cabo dotado apenas de isolação.
Observe-se que a isolação não precisa necessariamente ser constituída por
uma única camada (p.ex., podem ser usadas duas camadas do mesmo material,
sendo a camada externa especialmente resistente à abrasão) de acordo com a
fabricante Prysmian (Figura 2).

Cobertura Isolação Condutor


Figura 1. Cobertura, isolação e condutor.
Fonte: Adaptada de Prysmian (2010, p. 19).

Condutor isolado (fio)

Condutor isolado (cabo)


Figura 2. Condutor isolado.
Fonte: Adaptada de Prysmian (2010, p. 19).
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O Quadro 2 apresenta os tipos de isolação e os materiais empregados. Os


principais são: PVC, EPR e XLPE.

Quadro 2. Tipos de isolação e materiais empregados

Cloreto de polivinila (PVC)

Polietileno (PE ou PET)


Termoplásticos
Polipropileno

Isolantes sólidos Polivinil antiflam


(extrudados) Polietileno reticulado (XLPE)

Termofixos Borracha etileno


(vulcanizados) Propileno (EPR)

Borracha de silicone

Papel impregnado com massa


Estratificados
Papel impregnado com óleo fluido sob pressão

Fibra de vidro
Outros materiais
Verniz

Fonte: Adaptado de Cavalin e Cervelin (2006).

De acordo com o fabricante Prysmian, as características principais dos


condutores conforme o tipo de isolação são as seguintes.
Os condutores com isolação de PVC (cloreto de polivinila), que têm como
atributos: são facilmente coloridos por cores vivas; transmitem mal o fogo,
entretanto produzem fumaça, gases corrosivos e tóxicos; têm boas resistências
químicas à água; e têm rigidez dielétrica elevada, sendo possível utilizá-los
em cabos isolados até tensão de 6 kV.
Os condutores com isolação de EPR (borracha etileno-propileno), que
apresentam como propriedades: flexibilidade muito grande; alta rigidez die-
létrica; excelente resistência mecânica e ionização; e temperatura máxima
admissível elevada.
Os condutores com isolação de XLPE (polietileno reticulado), que têm
como particularidades: alta rigidez dielétrica; excelente resistência mecânica
6 Condutores de circuitos e seções de fios

e baixa resistência à ionização; temperatura máxima admissível elevada; e


baixas perdas dielétricas.

Características de dimensionamento para a isolação


A isolação é dimensionada de acordo com a tensão e a corrente elétrica, ou seja,
a capacidade de confinar o campo elétrico e a temperatura a que o condutor
será submetido. São definidos os valores limites de corrente que a isolação
pode operar, de acordo com a temperatura em regime permanente, sobrecarga
e curto-circuito, conforme pode ser visto na Tabela 1.
A tensão está muito associada com a espessura da isolação. Por exemplo,
os condutores de PVC normalmente estão limitados à tensão de no máximo
6 kV, o que os torna recomendados para condutores de baixa tensão.

Tabela 1. Temperaturas

Temperatura Temperatura Temperatura


Tipo de máxima para limite de limite de
isolação serviço contínuo sobrecarga curto-circuito
(condutor) ºC (condutor) ºC (condutor) ºC

Policloreto 70 100 160


de vinila
(PVC) até
300 mm²

Policloreto 70 100 140


de vinila
(PVC) maior
que 300
mm²

Borracha 90 130 250


etileno-
-propileno
(EPR)

Polietileno 90 130 250


reticulado
(XLPE)

Fonte: Adaptada de Cavalin e Cervelin (2006).


Condutores de circuitos e seções de fios 7

Tensão de isolamento
Os sistemas elétricos são previstos para várias classes de tensão. Conforme:

V0/V — tensão fase-neutro / tensão fase-fase

Os valores comerciais utilizados são:

0,6/1kV — 0,75/1kV — 1,8/3 kV — 3,6/6 kV — 6/10 kV — 8,7/15 kV

Assim, a norma divide a escolha da tensão de isolamento do cabo em duas


categorias.

Categoria 1: abrange os sistemas que, sob condição de falta de uma fase-


-terra, são previstos para continuar operando por um curto período, desde
que somente com uma fase-terra. Esse período, em geral, não deve excede
uma hora. Entretanto, em um período maior, pode ser tolerado para um campo
elétrico radial e em circunstâncias especiais. Todavia, em nenhuma condição
esse período pode exceder oito horas.

Categoria 2: compreende todo sistema que não se enquadre na categoria 1.

A Tabela 2 pode ser utilizada para dimensionar um cabo de acordo com


a isolação elétrica, conforme a sua tensão de isolamento. Os fabricantes nor-
malmente seguem esta tabela.

Blindagem
Conforme os autores Cavalin e Cervelin (2006), a blindagem são as camadas
de materiais semicondutores, aplicada sobre o condutor ou as partes metálicas
aplicadas sobre a segunda camada semicondutora que recobre a isolação,
cuja finalidade é concentrar o campo elétrico ou facilitar o escoamento das
correntes de curto-circuito e das correntes induzidas. Existem dois tipos de
blindagem: a interna e a externa.
A blindagem interna, cuja aplicação do material semicondutor é direta-
mente sobre o condutor por meio de processos de extrusão e vulcanização,
tem as funções de uniformizar a distribuição das linhas de campo elétrico e
impedir a ionização.
8 Condutores de circuitos e seções de fios

Tabela 2. Dimensão de um cabo de acordo com a isolação térmica, a partir de sua tensão
de isolamento

Tensão de isolamento
Tensão Tensão máxima
do cabo Vo (kV)
nominal do de operação do
sistema (kV) sistema (kV)
Categoria 1 Categoria 2

1 1,2 — 0,6

3 3,6 — 1,8

6 7,2 3,6 6

10 12 6 8,7

15 17,5 8,7 12

20 24 12 15

25 30 15 20

35 42 20 27

Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2004).

A blindagem sobre a isolação (blindagem externa) é formada por uma parte


metálica e por uma parte não metálica. Na parte metálica, a constituição é por
uma camada concêntrica de frios ou fita de cobre nu (não estanhado) aplicada
helicoidalmente sobre a camada semicondutora da isolação. Tem como finalidade
confinar o campo elétrico nos limites da isolação e tem as seguintes vantagens:
em situação de curto-circuito, propicia um caminho de baixa impedância para
o retorno da corrente, em razão do baixo valor da resistência elétrica. Quando é
convenientemente aterrado, proporciona maior segurança, eliminando os riscos
de choques elétricos em caso de contato direto ou com a cobertura do cabo.
Parte não metálica: trata-se de uma camada de material semicondutor
aplicado sobre a isolação pelos processos de extrusão e vulcanização. A
aplicação dessa camada semicondutora possibilita uma distribuição uniforme
e radial do campo elétrico na isolação e elimina os espaços vazios ionizáveis
entre as camadas (isolação e blindagem metálica).
A principal função da blindagem é estar presente em cabos de média e alta
tensões, nos quis o condutor central é revestido com uma camada de material
condutor não metálico (também chamado de primeira camada semicondutora).
Observe a Figura 3.
Condutores de circuitos e seções de fios 9

Figura 3. Blindagem. (1) condutor; (2) blindagem do condutor; (3) isolação; (4) blindagem da
isolação (camada semicondutora); (5) blindagem da isolação (fios de cobre nu); (6) cobertura.
Fonte: Adaptada de Walpa (2018).

Para cabos de baixa tensão, a isolação mais utilizada é o PVC, por ser mais econômico,
apesar de suas características serem apenas regulares. Para cabos de média tensão,
em que se deseja maior confiabilidade, se utiliza EPR e XLPE. Nos cabos de alta tensão,
a escolha recai sobre o XLPE, por apresentar melhor desempenho (elevado gradiente
de descarga e baixas perdas dielétricas) e melhor viabilidade econômica.

Tamanhos AWG e diâmetros de condutores


em mm

Seção nominal × AWG


Os condutores elétricos são caracterizados por sua seção nominal, grandeza
referente ao condutor respectivo. A seção nominal corresponde à área estri-
tamente geométrica (área da seção transversal do condutor). Na prática, esse
valor da seção nominal é determinado por um valor medido de resistência
a 20 °C em Ω/km. As seções nominais são dadas em milímetros quadrados
(mm2), de acordo com uma série definida pela International Electrotechnical
Comission (IEC) e seguida pela ABNT no Brasil. Na Tabela 3 podem ser
vistas as seções nominais utilizadas comercialmente.
10 Condutores de circuitos e seções de fios

Tabela 3. Seções nominais utilizadas comercialmente

0,5 2,5 16 70 185 500

0,75 4,0 25 95 240 630

1,0 6,0 35 120 300 800

1,5 10 50 150 400 1.000

Fonte: Adaptada de Prysmian (2010, p. 52).

Antigamente, no Brasil, usava-se a escala American Wire Gauge – circular


mil (AWG/CM). A AWG é baseada numa progressão geométrica de diâmetros
expressos em polegadas até a bitola 0000 (4/0). Acima dessa bitola, as seções
são expressas em circular mil (CM) ou múltiplo de mil circular mil (MCM).
Um mil é a abreviatura de 1 milionésimo de polegadas:

1 CM = 5,067 × 106 cm2

A partir de dezembro de 1982, a escala AWG/CM caiu em desuso, pois


a Norma Brasileira NB-3 da ABNT foi reformulada, recebendo do Instituto
Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) a
designação de NBR 5410 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2004). Nessa norma em vigor, os condutores elétricos são especi-
ficados por sua seção em mm2, segundo a escala padronizada da tabela anterior.
A seção nominal de um cabo multipolar é igual ao produto da seção do
condutor de cada veia pelo número de veias que constituem o cabo.

Tipos e aplicações dos condutores elétricos


Os condutores elétricos são fabricados em diversos tipos, em muitos mate-
riais e conforme a tensão e/ou corrente elétrica em que serão utilizados. São
produzidos para as instalações em baixa tensão (BT), média tensão (MT) e
alta tensão (AT).
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Os condutores para baixa tensão

São os mais utilizados em razão da variedade de aplicação que podem ter


nessa modalidade de tensão. Estão classificados em condutores de uso geral
e condutores de uso específico.

Condutores de uso geral: são os mais utilizados em razão da grande di-


versidade de aplicações em instalações elétricas. Aplicados em circuitos
de alimentação e distribuição de energia elétrica, em edifícios residenciais,
comerciais e industriais, subestações transformadoras, em instalações fixas, etc.

Condutores para uso específico: são fabricados conforme as necessidades


especiais exigidas pela condição de uso e/ou aplicação. Exemplos: conduto-
res de comando, controle e sinalização, para instrumentação, circuitos de
segurança, CFTV, automação, informática, elevadores, uso móvel, navios,
solda, veículos, etc.

Características dos cabos quanto ao comportamento


em caso de incêndio

Propagadores de chama: entram em combustão sob ação direta da chama e a


mantém após a retirada da chama (EPR-etilenopropileno e XLPE-polietileno
reticulado).

Não propagadores de chama: removida a ação das chamas, a combustão


cessa (PVC-cloreto de polivinila).

Resistentes à chama: a chama não se propaga ao longo do material isolante


do cabo.

Resistentes ao fogo: condutores especiais que permitem o funcionamento do


circuito mesmo na presença de um incêndio.

Tipos de condutores

Os tipos de condutores que existem no mercado, definidos pelos fabricantes,


são apresentados no Quadro 3.
12 Condutores de circuitos e seções de fios

Quadro 3. Condutores existentes no mercado

Condutor isolado Condutor sólido ou encordoado + isolação

Cabo unipolar Condutor isolado + cobertura (no mínimo)

Cabo multipolar Dois ou mais condutores isolados


(veias) + cobertura (no mínimo)

Cordão Condutores isolados de pequena seção


(dois ou três) paralelos ou torcidos

Cabo multiplexado Condutores isolados ou cabos unipolares (dois ou


mais) dispostos helicoidalmente (sem cobertura)

Cabo pré-reunido Cabo multiplexado + condutor de sustentação

Fonte: Adaptado de Prysmian (2010, p. 20).

Temperatura

Os cabos providos de isolação são caracterizados por três temperaturas, me-


didas no condutor propriamente dito, em regime permanente, em regime de
sobrecarga e em regime de curto-circuito.
A temperatura no condutor em regime permanente (ou em serviço contínuo)
é a temperatura alcançada em qualquer ponto do condutor em condições estáveis
de funcionamento. Para cada tipo (material) de isolação há uma temperatura
máxima correspondente para serviço contínuo, designada por θ z. No caso de
um condutor encordoado de 10 mm², classe 2, para condutor isolado (p.ex.,
cabo Superastic), a norma especifica que ele deve ter, no mínimo, sete fios
(no caso de condutor não compactado circular) e apresentar uma resistência
máxima de 1,83 Ω/km a 20 °C.
A temperatura no condutor em regime de sobrecarga é a temperatura
alcançada em qualquer ponto do condutor em regime de sobrecarga. Para os
cabos de potência, se estabelece que a operação em regime de sobrecarga, para
temperaturas máximas especificadas em função da isolação, designadas por
θ sc, não deve superar 100 horas durante 12 meses consecutivos nem superar
500 horas durante a vida do cabo.
A temperatura no condutor em regime de curto-circuito é a temperatura
alcançada em qualquer ponto do condutor durante o regime de curto-circuito.
Para os cabos de potência, a duração máxima de um curto-circuito, no qual
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o condutor pode manter temperaturas máximas especificadas em função da


isolação, designadas por θ cc, é de 5 segundos.

Classificação dos cabos em relação à tensão

„„ Cabos de baixa tensão: V ≤ 1 kV


„„ Cabos de média tensão: 1 kV < V ≤ 35 kV
„„ Cabos de alta tensão: V > 35 kV

Escolher adequadamente o tipo da bitola dos condutores em função da instalação e


da aplicação, para que não haja desperdício de material, tampouco sobreaquecimento
dos condutores, deve ser um compromisso entre custo e segurança das instalações
elétricas como um todo.

Diâmetro de fio adequado para


determinada carga
Para realizar a instalação de um condutor elétrico é necessário, primeiramente,
dimensionar tecnicamente a seção dos condutores a ser utilizado, a norma NBR
5410 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004) define
procedimentos e critérios a serem atendidos no dimensionamento por meio de
tabelas, fórmulas e valores referenciais a serem adotados. A seguir, apresenta-
remos um roteiro que auxiliará na especificação e nos requisitos técnicos que
normalmente são seguidos pelos engenheiros, projetistas e calculistas técnicos
na especificação e determinação dos condutores elétricos de baixa tensão.
Para o dimensionamento dos condutores, este deve ser realizado com base na
corrente elétrica que irá circular, também devem ser analisados fatores como:
instalação, queda de tensão permitida, fator de agrupamento, temperatura, tipo
de cabo a ser utilizado no condutor, frequência, temperatura, ventilação do
local, tipo de acionamento. A norma NBR 5410 estabelece alguns critérios que
podem ser adotados para esse dimensionamento, sendo que cada critério pode
resultar em um valor diferente de seção. Na prática, sempre adotamos o valor
maior de seção obtida por meio dos cálculos (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA
14 Condutores de circuitos e seções de fios

DE NORMAS TÉCNICAS, 2004). Os critérios a serem estudados são: seção


mínima, capacidade de condução de corrente, queda de tensão, proteção contra
sobrecargas e proteção contra curtos-circuitos, os quais veremos a seguir.

Seção mínima
A seção mínima é o critério mais simples e é utilizado para determinar a seção
mínima do condutor a ser empregado em uma determinada aplicação. Esse mé-
todo é mais utilizado em situações em que a capacidade de corrente necessária
é pequena, geralmente em instalações residenciais, porque, se observarmos
a tabela definida pela norma NBR 5410 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2004), na prática os valores mais utilizados são: a
seção mínima para condutores em circuitos de iluminação ser de cobre e de
1,5 mm² e a seção mínima para circuitos de força, que incluem tomadas de
uso geral, ser de cobre e de 2,5 mm².

Capacidade da corrente elétrica


O método da capacidade de condução de corrente dos condutores deve ser
determinado por meio do dimensionamento da corrente de projeto do circuito,
que deve suportar em regime normal de temperatura a corrente solicitada pela
carga. Para atingir esse objetivo, utiliza-se as tabelas indicadas pela NBR
5410 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004) e
os passos a seguir.
O primeiro passo é definir o método de instalação dos condutores, ou seja,
a maneira de instalar ocasiona influência na troca térmica entre os condutores
e o meio ambiente, o que pode alterar o valor da capacidade de corrente no
condutor, por exemplo, instalar condutores em eletrodutos, eletrocalhas ou
leitos, pois, dependendo do tipo de instalação, os valores podem mudar. O
segundo passo é determinar o número de condutores carregados, ou seja, definir
quantos condutores efetivamente serão utilizados, por exemplo, monofásico
a dois fios, trifásico com neutro, etc. O terceiro passo é calcular a corrente de
carga ou corrente nominal, que indica o quanto o condutor deve suportar em
relação a circuitos monofásicos e trifásicos. O quarto passo é determinar os
fatores de correção de temperatura ambiente e do solo e resistividade térmica
do solo. O quinto passo é definir os fatores de agrupamento dos condutores
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em relação a circuitos, números de circuitos e tipos de cabos e, por último,


calcular a corrente corrigida após as sequências anterior.

Queda de tensão
Para calcular a seção do condutor por esse critério, devemos compreender
que no valor da tensão de ponto de entrega (p.ex., entrada de energia) até o
ponto de utilização, isto é, o circuito terminal, ocorre uma redução do valor
de tensão em relação à tensão nominal da instalação, ocasionada por diversos
motivos, dentre eles a própria passagem de corrente nos demais componentes
da instalação, tais como chaves, interruptores, conexões, disjuntores, dis-
tância a ser percorrida, etc. Para que essa queda de tensão não interferisse
no funcionamento dos equipamentos elétricos e na própria instalação como
um todo, a norma NBR 5410 (ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2004) definiu, por meio de tabela, valores máximos para essa
queda de tensão, conforme apresentado na Tabela 4.

Tabela 4. Valores máximos para queda de tensão

Instalações Iluminação Outros usos

A Instalações alimentadas diretamente 4% 4%


por um ramal de baixa tensão, a
partir de uma rede de distribuição
pública de baixa tensão

B Instalações alimentadas diretamente 7% 7%


por subestação de transformação
ou transformador, a partir de
uma instalação de alta tensão

C Instalações que têm fonte própria 7% 7%

Nos casos B e C, as quedas de tensões nos circuitos terminais


não devem ser superiores aos valores indicados em A.
Nos casos B e C, quando as linhas tiverem um comprimento superior a 100 m,
as quedas de tensão podem ser aumentadas de 0,005% por metro de linha
superior a 100 m, sem que, no entanto, essa suplementação seja superior a 0,5%.

Fonte: Adaptada de Associaçâo Brasileira de Normas Técnicas (2004).


16 Condutores de circuitos e seções de fios

Conforme Cavalin e Cervelin (p. 252), pode-se adotar este roteiro para o
cálculo da queda de tensão:

1. Definir o tipo de isolação do condutor a ser utilizado


2. Definir o método de instalação
3. Definir o material do eletroduto (magnético ou não magnético)
4. Definir o tipo do circuito monofásico ou trifásico
5. Determinar a tensão do circuito (v ou V)
6. Calcular a corrente de projeto (Ip)
7. Definir o fator de potência, cos Ø do circuito
8. Definir o comprimento (ℓ) do circuito em km
9. Definir de tensão admissível e(%)
10. Calcular a queda de tensão unitária (∆Vunit)
11. Optar pelo condutor por meio das tabelas definidas pelos fabricantes
de condutores elétricos

A fórmula para o cálculo da queda de tensão unitária é:

e(%) · V
∆Vunit =
Ip · ℓ

Proteção contra sobrecargas e curtos-circuitos


Este critério está relacionado à proteção dos condutores contra correntes
de sobrecargas e contra curtos-circuitos. Os itens da norma que descrevem
esses dois itens são o 5.3.3 e o 5.3.4, recomendando que devem ser previstos
dispositivos de proteção para interromper todas as correntes de sobrecarga nos
condutores dos circuitos antes que esse evento possa provocar um aquecimento
prejudicial à isolação, as conexões. Para que isso seja atendido, a característica
de funcionamento de um dispositivo protegendo um circuito contra sobrecargas
deve satisfazer as duas condições seguintes:

Ib≤In≤Iz
I 2 ≤ 1,45 I z

Onde:
I b: corrente de projeto do circuito
I z: capacidade de condução de corrente dos condutores
Condutores de circuitos e seções de fios 17

I n: corrente nominal do dispositivo de proteção (ou corrente de ajuste para


dispositivos ajustáveis)
I 2: corrente convencional de atuação, para disjuntores, ou corrente con-
vencional de fusão, para fusíveis

„„ A condição I 2 ≤ 1,45I z é aplicável quando for possível assumir que a temperatura


limite de sobrecarga dos condutores não seja mantida por um tempo superior a
100 horas durante 12 meses consecutivos ou por 580 horas ao longo da vida útil do
condutor. Quando isso não ocorrer, essa condição deve ser substituída por I 2 ≤ I z.
„„ Corrente convencional de atuação é o valor especificado de corrente que provoca
a atuação do dispositivo dentro do tempo convencional. Para o caso de disjuntores
em geral até 50A, essa corrente é igual a 1,35 I n, sendo o tempo convencional igual
a 1 hora. Para disjuntores com corrente nominal maior do que 50A, essa corrente
é de 1,35 I n, com tempo convencional de atuação de 2 horas.

Exemplo
Dimensionamento dos condutores para um chuveiro.

Dados:

„„ P = 5400 W
„„ V = 220 V
„„ fator de potência = 1
„„ isolação de PVC
„„ eletroduto de PVC embutido em alvenaria
„„ temperatura ambiente em 40 ºC
„„ comprimento do circuito = 30 m
18 Condutores de circuitos e seções de fios

Solução:
Pelo critério da capacidade de condução de corrente, utilizando as tabelas
da norma NBR 5410 (ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA DE NORMAS TÉC-
NICAS, 2004).

a)  Tipo de isolação: PVC


b)  Método de instalação: 7 – B1
P 5400
Obtendo a potência aparente: S = FP = 1 = 5400VA

S 5400
Obtendo a corrente de projeto: Ip = = = 24,5 A
V 220

Número de condutores carregados: 2 (duas fases)


Número de circuitos agrupados: 1

Cálculo da corrente corrigida Ic:

Iz — Consultar a Tabela 5 que consta na NBR 5410 (ASSOCIAÇÃO BRA-


SILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004) na Coluna 7 (B1), IE = 32 A.
Fator de correção de temperatura (FCT) na Tabela 6, 30 ºC = 1.
Fator de correção de agrupamento (FCA) na Tabela 7, um circuito em
eletroduto de PVC = 1.
Ie 32
Ic = = = 36,80A
FCT × FCA 0,87 × 1

Ao final dos cálculos do condutor: consultado a Tabela 5, a opção do valor


de corrente escolhido deve ser superior ou igual ao calculado. O valor que
melhor se adequa é 41A, portanto, a seção nominal dos condutores (fases,
neutro e proteção) deve ser igual a 6 mm2 e como referência, nas Tabelas 6 e
7, também estão assinalados os valores de FCA e FCT selecionados.
Tabela 5. Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de referência A1, A2, B1, B2, C e D

Condutores: cobre e alumínio


Isolação: PVC
Temperatura no condutor: 70 °C
Temperatura de referência do ambiente: 30 °C (ar) e 20 °C (solo)

Seções A1 A2 B1 B2 C D
nominais
Número de condutores carregados
mm2
2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3

(1) (2) (3) (4) (5) (6) (7) (8) (9) (10) (11) (12) (13)

Cobre

0,5 7 7 7 7 9 8 9 8 10 9 12 10

0,75 9 9 9 9 11 10 11 10 13 11 15 12

1 11 10 11 10 14 12 13 12 15 14 18 15

1,5 14,5 13,5 14 13 17,5 15,5 16,5 15 19,5 17,5 22 18

2,5 19,5 18 18,5 17,5 24 21 23 20 27 24 29 24

4 26 24 25 23 32 28 30 27 36 32 38 31

(Continua)
Condutores de circuitos e seções de fios
19
20

(Continuação)

Tabela 5. Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de referência A1, A2, B1, B2, C e D

Seções A1 A2 B1 B2 C D
nominais
Número de condutores carregados
mm2
2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3

6 34 31 32 29 41 36 38 34 46 41 47 39
Condutores de circuitos e seções de fios

10 46 42 43 39 57 50 52 46 63 57 63 52

16 61 56 57 52 76 68 69 62 85 76 81 67

25 80 73 75 68 101 89 90 80 112 96 104 86

35 99 89 92 83 125 110 111 99 138 119 125 103

50 119 106 110 99 151 134 133 118 168 144 148 122

70 151 136 139 125 192 171 168 149 213 184 183 151

95 182 164 167 150 232 207 201 179 258 223 216 179

120 210 188 192 172 269 239 232 206 299 259 246 203

150 240 216 219 196 309 275 265 236 344 299 278 230

185 273 245 248 223 353 314 300 268 392 341 312 258

(Continua)
(Continuação)

Tabela 5. Capacidades de condução de corrente, em ampères, para os métodos de referência A1, A2, B1, B2, C e D

Seções A1 A2 B1 B2 C D
nominais
Número de condutores carregados
mm2
2 3 2 3 2 3 2 3 2 3 2 3

240 321 286 291 261 415 370 351 313 461 403 361 297

300 367 328 334 298 477 426 401 358 530 464 408 336

400 438 390 398 355 571 510 477 425 634 557 478 394

500 502 447 456 406 656 587 545 486 729 642 540 445

630 578 514 526 467 758 678 626 559 843 743 614 506

800 669 593 609 540 881 788 723 645 978 865 700 577

1000 767 679 698 618 1012 906 827 738 1125 996 792 652

Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2004).


Condutores de circuitos e seções de fios
21
22 Condutores de circuitos e seções de fios

Tabela 6. Fatores de correção para temperaturas ambientes diferentes de 30 °C para li-


nhas não subterrâneas e de 20 °C (temperatura do solo) para linhas subterrâneas

Isolação
Temperatura (°C)
PVC EPR ou XLPE

Ambiente

10 1,22 1,15

15 1,17 1,12

20 1,12 1,08

25 1,06 1,04

35 0,94 0,96

40 0,87 0,91

45 0,79 0,87

50 0,71 0,82

55 0,61 0,76

60 0,50 0,71

65 — 0,65

70 — 0,58

75 — 0,50

80 — 0,41

(Continua)
Condutores de circuitos e seções de fios 23

(Continuação)

Tabela 6. Fatores de correção para temperaturas ambientes diferentes de 30°C para linhas
não subterrâneas e de 20°C (temperatura do solo) para linhas subterrâneas

Isolação
Temperatura (°C)
PVC EPR ou XLPE

Do solo

10 1,10 1,07

15 1,05 1,04

25 0,95 0,96

30 0,89 0,93

35 0,84 0,89

40 0,77
Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2004).
0,85

45 0,71 0,80

50 0,63 0,76

55 0,55 0,71

60 0,45 0,65

65 — 0,60

70 — 0,53

75 — 0,46

80 — 0,38
24

Tabela 7. Fatores de correção aplicáveis a condutores agrupados em feixe (em linhas abertas ou fechadas) e a condutores agrupados num mesmo plano,
em camada única

Ref. Forma de Número de circuitos ou de cabos multipolares Tabelas dos


agrupamento métodos de
1 2 3 4 5 6 7 8 9a 12 a 16 a ≥ 20
dos condutores referência
11 15 19

1 Em feixe: ao ar 1,00 0,380 0,70 0,65 0,60 0,57 0,54 0,52 0,50 0,45 0,41 0,38 36 a 39
livre ou sobre (métodos
Condutores de circuitos e seções de fios

superfície; A a F)
embutidos; em
conduto fechado

2 Camada única 1,00 0,85 0,79 0,75 0,73 0,72 0,72 0,71 0,70
sobre parede,
piso ou em
bandeja não 36 e 37
perfurada ou (método C)
prateleira

3 Camada única 0,95 0,81 0,72 0,68 0,66 0,64 0,63 0,62 0,61
no teto

(Continua)
(Continuação)

Tabela 7. Fatores de correção aplicáveis a condutores agrupados em feixe (em linhas abertas ou fechadas) e a condutores agrupados num mesmo plano,
em camada única

Ref. Forma de Número de circuitos ou de cabos multipolares Tabelas dos


agrupamento métodos de
1 2 3 4 5 6 7 8 9a 12 a 16 a ≥ 20
dos condutores referência
11 15 19

4 Camada única 1,00 0,88 0,82 0,77 0,75 0,73 0,73 0,72 0,72 38 e 39
em bandeja (métodos
perfurada E e F)

5 Camada única 1,00 0,87 0,82 0,80 0,80 0,79 0,79 0,78 0,78
sobre leito,
suporte, etc.
Notas:
– Esses fatores são aplicáveis a grupos homogêneos de cabos, uniformemente carregados.
– Quando a distância horizontal entre cabos adjacentes for superior ao dobro de seu diâmetro externo, não é necessário aplicar nenhum fator de redução.
– O número de circuitos ou de cabos com o qual se consulta a tabela refere-se à quantidade de grupos de dois ou três condutores isolados ou cabos unipolares, cada grupo
constituindo um circuito (supondo-se um só condutor por fase, isto é, sem condutores em paralelo), e/ou à quantidade de cabos multipolares que compõe o agrupamento,
qualquer que seja essa composição (só condutores isolados, só cabos unipolares, só cabos multipolares ou qualquer combinação).
– Se o agrupamento for constituído, ao mesmo tempo, de cabos bipolares e tripolares, deve-se considerar o número total de cabos como sendo o número de circuitos e, de
posse do fator de agrupamento resultante, a determinação das capacidades de condução de corrente (ver Tabela 5) deve ser então efetuada na coluna de dois condutores
carregados, para os cabos bipolares e na coluna de três condutores carregados, para os cabos tripolares.
– Um agrupamento com N condutores isolados, ou N cabos unipolares, pode ser considerado composto tanto de N/2 circuitos com dois condutores carregados quanto de
N/3 circuitos com três condutores carregados.
– Os valores indicados são médios para a faixa usual de seções nominais, com dispersão geralmente inferior a 5%.

Fonte: Adaptada de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2004).


Condutores de circuitos e seções de fios
25
26 Condutores de circuitos e seções de fios

1. Quais são os tipos mais b) Flexíveis — portáteis — finos.


comuns de condutores? c) Maleáveis — pesadas — grossos.
a) Condutor, cabo e extensão. d) Rígidos — pesadas — grossos.
b) Fio, extensão e cabo. e) Condutores — de alto
c) Fio, cabo e cordão. consumo — finos.
d) Conduíte, cordão e eletroduto. 4. Se a carga elétrica tem uma corrente
e) Eletroduto, cabo e condutor. de carga de 25 ampères e se a
2. As tabelas de fiação resistência da fiação é 0,1 Ohm,
mais utilizadas são: calcule a queda de tensão na fiação.
a) AWG e IEC. a) 250 Volts.
b) NR-10 e NR-12. b) 0,25 Volts.
c) SAE e DIN. c) 2,5 Volts.
d) RMS e DIN. d) 0,1 Volts.
e) Inmetro e ABNT. e) 10 Volts.
3. Cordão é o nome dado a cabos 5. Se a tensão da fonte é 127 Volts e se
muito usados para a carga que chega pela fiação é 105
fornecer corrente aos aparelhos e Volts, qual é o percentual de perda?
às ferramentas . São feitos a) 10,5%.
de filamentos muito , b) 15%.
que são torcidos em conjunto. c) 18,5%.
Assinale a alternativa que preenche d) 25%.
corretamente as lacunas. e) 20,95%.
a) Rígidos — pesadas — finos.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5410: instalações elétricas de


baixa tensão. Rio de Janeiro, 2004.
CAVALIN, G.; CERVELIN, S. Instalações elétricas prediais: conforme norma NBR 5410:2004.
14. ed. São Paulo: Érica, 2006.
PRYSMIAN CABLES & SYSTEMS. Manual Prysmian de instalações elétricas. Santo André,
2010. 73 p. Disponível em: <https://br.prysmiangroup.com/sites/default/files/atoms/
files/Manual_Instalacoes_Eletricas.pdf>. Acesso em: 26 jun. 2018.
WALPA Distribuidora e Instaladora Elétrica. Produtos. Disponível em: <http://www.
walpa.com.br/produtos.php?c=9>. Acesso em: 27 jun. 2018.
Condutores de circuitos e seções de fios 27

Leituras recomendadas
CARVALHO, M. R. L. Instalações elétricas de baixa tensão. Rio de Janeiro: Universidade
Estácio de Sá, 2000. (Apostila).
COTRIN, A. A. M. B. Instalações elétricas. 5. ed. São Paulo: Pearson, 2009.
ELETRICIDADE MODERNA. Guia EM da NBR 5410. Aranda, São Paulo, dez. 2001.
NISKIER, J.; MACINTYRE, A. J. Instalações elétricas. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.
Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para
esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual
da Instituição, você encontra a obra na íntegra.
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