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Tipos de Fios e cabos: aplicação e características

Fio sólido

Fio sólido fabricado em um único condutor de cobre

Este tipo de fio geralmente é fabricado em cobre e o material utilizado


para a isolação do fio é o PVC, Policloreto de polivinila (ou policloreto de vinil)
que é um tipo de plástico. Podemos encontrar no mercado este cabo
suportando a tensão elétrica de até 750V.

Este tipo de fio é aplicado em quadros elétricos, tomadas, chuveiros e


em instalações residenciais. As aplicações industriais deste fio são mais
restritas e não muito usuais, se limitando a aplicações em que não é
necessária a flexibilidade do fio.

A principal característica deste cabo é pouca flexibilidade não deve ser


dobrado muitas vezes durante a instalação, pois existe grande chance que o
material venha ser fadigado e o fio venha romper, gerando a interrupção da
corrente elétrica.

Podemos encontrar estes fios geralmente na seção nominal, ou


popularmente chamado como bitola (espessura do fio), variando de 1,5mm² a
10mm².

Cabo flexível e cabo rígido

Cabo flexível fabricado com sete condutores de cobre


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Este tipo de cabo geralmente é fabricado em cobre e para o isolamento
se aplica o PVC, Policloreto de polivinila. Podemos encontrar no mercado dois
níveis de isolamento para este tipo de cabo elétrico, o mais comum tem
isolamento 750V, o outro tipo possui uma camada mais espessa de isolamento,
desta forma pode isolar até 1KV. As aplicações desses cabos são diversas,
que pode ir de instalações residenciais até mesmo para aplicações industriais.

Os cabos flexíveis, por serem de fácil instalação e muito maleáveis, são


mais fáceis de serem manuseados, uma vez que eles deslizam nos eletrodutos
e realizam as curvas necessárias da tubulação, sendo uma facilidade no
momento da instalação, dependendo do caso e necessidade. A fabricação com
vários fios finos permite que os mesmos sejam dobrados, que os tornam
perfeitos para aplicações industriais e em maquinas.

Por serem flexíveis podemos encontra-los em diversas seções


transversais, ou vários tamanhos de bitolas, os mais utilizados variam entre
1mm² e 25mm², mas que podem chegar até 300 mm².

Cabos PP

Cabos PP de dois e quatro condutores fabricados em cobre de


2,5mm

Esse tipo de cabo possui grande flexibilidade, são fabricados da mesma


forma que os cabos flexíveis, a grande diferença é que geralmente são
formados por dois ou mais cabos e além da proteção PVC convencional ainda
possuem uma proteção mecânica, e mais uma camada de isolamento,
encerrando os cabos em um só cabo, porém os cabos permanecem isolados
entre si nesta camada externa.

Devido a grande segurança em relação à fuga de corrente para terra e


sua grande flexibilidade, este tipo de cabo é muito utilizado para ligações de
eletrodomésticos. Também são utilizados no mercado automotivo e largamente
utilizados para aplicações industriais, como por exemplo siderúrgicas e
minerações.

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Podemos encontrar no mercado cabos PP´s de dois, três ou quatro
condutores, eles podem ser encontrados com a sessão nominal de 1 a 500
mm². Seu revestimento pode ter a cor preta ou branca, mas as os
revestimentos dos cabos internos levam as cores de acordo com a norma
NBR5410

Cabos paralelos

Cabo paralelo flexível de 2,5mm fabricado em cobre

Esses tipos de fios e cabos são recomendados para a instalação de


aparelhos pequenos, aparelhos portáteis e objetos de iluminação, como por
exemplo abajures e lustres. Os cabos paralelos também são constituídos por
fios de cobre e são considerados flexíveis. Sua espessura varia entre
2×0,5mm² a 2x4mm².

É importante entender as diferenças dos tipos de fios e cabos elétricos


para escolher o ideal de acordo com a necessidade, seja para aplicação
residencial, predial ou industrial. Cada projeto tem suas especificações, e a
necessidade durante o projeto pode variar. Também devemos levar em conta
tensão e nível de isolamento dos cabos. Por isso, é sempre recomendado que
um profissional capacitado o acompanhe, ou ajude nessas decisões de
escolher o melhor cabo elétrico de acordo com a sua necessidade.

CONTEÚDO PRODUZIDO POR: Henrique Mattede (do canal Mundo da


Eléctrica)

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I. CABO ISOLADO OU SIMPLESMENTE CABO
Dois conceitos podem ser apresentados:
1. Condutor isolado: Alma condutora revestida de uma ou mais camadas
de material isolante que asseguram o seu isolamento eléctrico. São
cabos unipolar ou monopolar ou monocondutor.

2. Cabo isolado, ou simplesmente, cabo: Condutor isolado dotado de


bainha ou conjunto de condutores isolados devidamente agrupados,
provido de bainha, transa ou outra envolvente comum. Cabo multipolar.

II. CONSTITUIÇÃO DOS CONDUTORES E CABOS ISOLADOS

1. Alma condutora

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A alma condutora pode ser caractrizada pelos seguintes aspectos:
 Natureza do metal condutor:
a) Cobre recozido, podendo ser eventualmente estanhado;
b) Alumínio ou, em certas aplicações, ligas de alumínio – tal como almelec
– para melhorar a resistência mecânica.

 Secção nominal;
 Composição, a qual vai condicionar, nomeiadamente, a flexibilidade;
 Forma.

1.1. Composição e forma da alma condutora


Em função da secção nominal e do grau de flexibilidade desejado, a
alma condutora pode ser, quanto à composição:
 Maciça, isto é, constituída por único condutor sólido, normalmente, para
secções não muito elevada;
 Multifilar, isto é, constituída por diversos fios cableados entre si, o que
confere ao conjunto uma maior flexibilidade.
Quanto a forma, podemos ter almas condutoras circulares ou
sectorias. Esta última é usada, sobretudo, nos cabos com 3 e 4 condutores,
permitindo uma melhor ocupação do espaço e, consequentemente, uma
diminuição das dimensões e do peso dos cabos.

2. Camada isolante ou Isolação – Igualmente materiais utilizados para


bainha exterior.
A isolação dos condutores tem uma importância fundamental em matéria
de segurança da instalação e condições de exploração.
Para a qualidade da isolação concorrem, em simultâneo; a qualidade e
propriedades do material isolante, a sua espessura e a qualidade do seu
processamento (extrusão do material sobre o condutor).
As bainhas exteriores têm a função de assegurar a protecção do cabo
das influências externas. Em particular, devem garantir a estanquidade em
relação à água e melhorar a resistência a agentes nocivos, tais como,
substâncias corrosivas, agentes atmosféricos, etc.

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Actualmente usa-se exclusivamente para camada isolante e bainha
exterior, isolantes sintéticos, ou também chamados de isolantes secos,
designação adoptada por oposição à isolação de “papel impregnado a óleo”,
que foi uma camada isolante usada no passado, para tensões mais elevadas.
Os Isolantes sintéticos, são polímeros, e polímeros são macromoléculas
que resultam da união de moléculas elementares a que se dá o nome de
monómeros. De acordo com o tipo de estrutura do polímero, os isolantes
sintéticos, podem ser divididos em três grandes grupos: termoplásticos,
termoendurecíveis ou polímeros reticuláveis e elastómeros.
a) Os Termoplásticos; nestes materiais a temperatura provoca, de um
modo reversível, uma variação na plasticidade. Os mais usados são:
 Policloreto de Vinilo, conhecido pela sigla PVC;
 Polietileno, conhecido pelo sigla PE.
b) Os Termoendurecidos; são plásticos rígidos com ligações químicas
covalentes (reticulações) entre as cadeias poliméricas. Apresentam
dificuldade em deformarem-se, não fundem ou amolecem, têm boa
resistência térmica, são insolúveis e dificilmente incham.
Como exemplo para um material termoendurecido temos, o Polietileno
reticulado, conhecido pela sigla PEX ou XLPE
Nota: Uma das características principais que distinguem um
termoplástico de um termoendurecido é que o primeiro pode ser reprocessado,
ou seja, fundido ou amolecido novamente após o seu estado sólido, e o
termoendurecido não.
c) Os Elastómeros ou Borrachas, são constituídos por cadeias
moleculares longas e com grande capacidade de deformação. Não
amolecem nem se dissolvem, podem inchar se colocados em solventes.
Possuem um grau de elasticidade elevado e as suas propriedades
dependem do grau de reticulação. Alguns exempos deste tipo
de ,material são:
 Borracha Etil-Propílica, conhecida pela sigla EPM;
 Borracha de silicone;
 Outros.

3. Semi-Condutores
As camadas semi-condutoras são utilizadas, normalmente, apenas a
partir da média tensão, com a função de criar zonas de transição perfeita entre
o isolamento e a alma condutora e entre aquele e a blindagem, também
chamado de écran metálico. Para o efeito, é habitualmente usado o polietileno
com aditivos (por exemplo, o carbono).
Os semi-condutores podem ser interior ou exterior.

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O semi-condutor interior é aplicado, por extrusão, sobre a alma
condutora, enquanto que o semi-condutor exterior é aplicado, também por
extrusão, sobre a camada de isolamento.
Normalmente, as duas camadas semi-condutoras e acamada isolante,
são aplicadas por um processo de tripla extrusão simultânea, para garantir uma
perfeita adesão entre as três camadas.
Nota: As tensões de uma rede podem ser: Alta tensão (acima de 69 kV
e abaixo de 230 kV) Média tensão (acima de 1 kV e abaixo de 69 kV) Baixa
tensão (igual ou menor de 1 kV)
Alta tensão: 69 kV ¿ U ¿ 230 k V
Média tensão: 1 kV ¿ U ¿ 69 kV
Baixa tensão: U ≤ 1 kV

4. Blindagem (Écran metálico)

Estes constituintes dos cabos eléctricos, por vezes referidos como


écrans metálicos, são colocados individualmente sobre os condutores ou sobre
o seu conjunto, tendo em vista:
 O escoamento de correntes de defeito;
 A protecção contra contactos indirectos;
 A redução das interferências.

A utilização da blindagem para escoar as correntes de defeito tem


sobretudo aplicação nos cabos para tensões superiores a 0,6/1kV, ou seja, de
média tensão, uma vez que para tensões inferiores elas não têm grande
significado. A protecção contra os contactos indirectos é resolvida pela ligação
da blindagem à terra, num ou nos dois extremos da ligação. A redução das
interferências na baixa tensão tem interesse prático para os circuitos de
controlo, comando e sinalização.

Como é sabido as interferências electromagnéticas (EMI) são


responsáveis por muitas falhas e pelo mau funcionamento de inúmeros
equipamentos electrónicos. As interferências electromagnéticas podem ter
várias causas, sendo as mais comuns: descargas atmosféricas, controladores
tiristors ou triac, motores, transmissores de radio e TV, telemóveis, linhas
monofásicas de média tensão, linhas de alta tensão, etc....

5. Armadura

As armaduras têm por finalidade assegurar a protecção mecânica do


cabo aos esforços transversais e longitudinais, tais como: esmagamento,
impacto, tracção e acção de roedores.

São constituídas habitualmente em aço macio, galvanizado ou não, sob


a forma de fitas ou fios, aplicados helicoidalmente, ou barrinhas de aço,
embora menos comuns.

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As armaduras poderão operar também como blindagens desde que
obedeçam a requisitos específicos de natureza eléctrica, como referidos no
ponto anterior.
Para cabos unipolares em circuitos de corrente alternada é aconselhável
a utilização de armaduras não magnéticas, de cobre ou alumínio, de modo a
minimizar as perdas magnéticas.

Os principais tipos de armaduras usados em cabos multipolares são os


seguintes:
 Armadura em dupla fita de aço, aplicada helicoidalmente;
 Armadura em fios de aço aplicados helicoidalmente;
 Armadura em transa de fios de aço (fios cruzados) a usar em
aplicações em que se exige particular flexibilidade.

6. Bainha

A designação, de “bainha”, provem do facto de os revestimentos


formarem, normalmente, um tubo de matéria contínua.

 Bainhas exteriores

As bainhas exteriores protegem o cabo das influências externas isto é,


protecção ao ataque químico ou ambiental e suportam ataques abrasivos
durante o lançamento, pelo que a sua natureza é essencialmente determinada
pelas condições da instalação onde o cabo vai ser aplicado. Tem que ser
compatível com os restantes materiais, em particular com o material da
isolação, devendo ser adequada às temperaturas de funcionamento do
condutor.

 Bainhas interiores e de regularização (e enchimentos)

Além das bainhas exteriores, os cabos podem possuir outro tipo de


bainhas, das quais se destacam as bainhas de regularização e enchimento
cuja principal função é a de promover a regularização geométrica dos cabos, e
as bainhas interiores, designação atribuída quando a bainha serve de cama a
uma armadura, ou quando é usada como separação nos cabos em que exista
uma blindagem e uma armadura de diferentes materiais. A bainha interior pode
também servir de bainha de regularização.

Os materiais mais usados nas bainhas são o PVC e o Polietileno (de


baixa e média densidade – PEBD e PEMD).

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III. CANALIZAÇÕES ELÉCTRICAS

Def. Segundo o RSIUEE (Art. 17º ): Conjunto constituído por um ou


mais condutores eléctricos e pelos elementos que asseguram o seu isolamento
eléctrico, as suas protecções mecânicas, químicas e eléctricas e a sua fixação,
devidamente agrupados e com aparelhos de ligação comuns.

NOTA: RSIUEE (Regulamento de Segurança de Instalações de


Utilização de Energia Eléctrica).

De referir ainda que existem dois tipos de canalização: a canalização


eléctrica de distribuição de energia e a canalização eléctrica de sinalização e
telefone (Canalização de Telecomunicações). Mas, o nosso alvo de estudo é o
primeiro, que será referenciada ou chamada simplesmente de Canalização
Eléctrica.

Alguns exemplos de canalizações eléctricas:

 Cinco condutores isolados dentro de um tubo embebido numa parede,


constituindo o conjunto um circuito trifásico (três fases, neutro e condutor
de protecção);
 Um cabo multipolar dentro de um tubo ou conduta;
 Quatro cabos unipolares, cada um deles dentro de um tubo individual,
constituindo o conjunto um circuito trifásico (três fases e neutro);
 Quatro condutores isolados dentro de um tubo, constituindo o conjunto
um circuito monofásico (condutores em paralelo).

Algumas disposições regulamentares (RSIUEE) sobre canalizações:

 Deverão ser empregados condutores isolados ou cabos, salvo casos


excepcionais (Art. 177º);
 Os condutores de uma canalização deverão todos da mesma tensão
nominal (Art. 187º);
 Os condutores do mesmo circuito deverão parte da mesma canalização
(Art. 188º);

A secção nominal do condutor neutro (N) deverá ser igual a secção dos
condutores de fase (F), para secções nominais iguais ou inferiores a 10 mm 2.
Para secções nominais superiores, a secção nominal do condutor neutro, não
deverá ser inferior a indicada no quadro seguinte (Art. 179º do RSIUEE):

F 1 2 3 5 7 9 12 15 18 24 30 40 50 63 80
6 5 5 0 0 5 0 0 5 0 0 0 0 0 0
N 1 1 1 2 3 5 70 70 95 12 15 18 24 30 40
0 6 6 5 5 0 0 0 5 0 0 0

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Cores dos condutores:

 Corrente alternada:

Preto – Fase
Castanho – Fase
Cinzento – Fase
Azul – Neutro
Verde ou Verde amarelo – Protecção

 Corrente contínua:

Preto – Negativo (Comum)


Vermelho – Positivo
Verde ou Verde amarelo – Protecção

Tipos de canalização Eléctricas

1. Canalização fixa
Canalização estabelecida de forma inamovível, sem recursos a meios
especiais. Normalmente é constituida por condutores rígidos.
Ex: Canalizações estabelecidas nas paredes, à vista ou ocultas.

2. Canalização amovível
Canalização não fixa destinada a alimentar, em regra, aparelhos móveis
ou portáteis. Normalmente é constituida por condutores flexíveis.
Ex: Cabos de alimentação.

3. Canalização à vista
Canalização visível, sem necessidade de retirar qualquer parte da
construção sobre que está estabelecida.

4. Canalização oculta
Canalização que não é visível ou que não é acessível sem remoção de
qualquer elemento do meio em que se encontra.

Tipos de canalização fixa

1. Canalizações Fixas à vista

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