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UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS


CURSO DE ENGENHARIA ELÉCTRICA – LABORAL, 3º ANO

TECNOLOGIA DE CONSTRUÇÃO E MANUTENÇÃO

RESUMO
CONSTITUIÇÃO, CARATERÍSTICA E CLASSIFICAÇÃO DOS CABOS
E CONDUTORES

BEIRA

2023
ZACARIAS JOAQUIM NOTA

RESUMO
CONSTITUIÇÃO, CARATERÍSTICA E CLASSIFICAÇÃO DOS CABOS
E CONDUTORES

Trabalho em grupo apresentado á Universidade


Zambeze, através do Departamento de
Engenharia eletromecânica, da FCT, para fins
avaliativos na disciplina de tecnologia de
construção e manutenção.

Eng°. Seco, Alberto C.

BEIRA

2023
1. Introdução

Material condutor é aquele que facilita a condução da corrente eléctrica, isto é, oferece a
mínima resistência possível quanto à passagem da corrente eléctrica. Portanto, uma das
aplicações desse tipo de material é o fabrico de condutores e cabos eléctricos para o uso
nas instalações eléctricas, isto é, nas redes de transporte, distribuição e utilização de
energia eléctrica.

Os condutores utilizados nas instalações eléctricas são geralmente de cobre e alumínio


dada as característica desses materiais.

Os condutores e cabos eléctricos são extremamente importantes dentro das instalações


eléctricas, pois esses são responsáveis pela condução da corrente eléctrica de forma
segura e eficiente até o ponto de consumo de energia. Sem esses componentes não
existiria geração, transmissão e distribuição da energia elétrica, ou seja, os condutores e
cabos eléctricos são fundamentais para a cadeia de produção, transporte, distribuição e
utilização de energia eléctrica.

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2. Definições
2.1. Condutor Eléctrico

Chama-se condutor eléctrico ao conjunto constituído por uma alma condutora e a sua
camada isolante. A alma condutora é o elemento destinado à condução da corrente
eléctrica, podendo ser constituído por um fio, por conjunto de fios devidamente reunidos
e não isolados entre si ou por perfis adequados. Enquanto a camada isolante tem por
função assegurar o isolamento eléctrico da alma condutora.

O condutor eléctrico pode ser dividido em condutor nu ou isolado. É considerado


condutor nu quando não possui qualquer isolamento eléctrico contínuo. Enquanto o
condutor isolado, a alma é revestida de uma ou mais camadas de material isolante, que
garantem o seu isolamento eléctrico.

Fig.1: Condutor isolado

Para os condutores formados internamente por apenas um fio, quanto maior for sua secção
transversal, menos flexível será o condutor. Actualmente as aplicações dos condutores
eléctricos são bem específicas, pois eles não podem ser submetidos a curvas acentuadas,
sob o risco de romper devido à sua baixa maleabilidade.

2.2. Cabo eléctrico

Designa-se por Cabo eléctrico ao conductor formado por vários pequenos fios condutores
entrelaçados, podendo estarem isolados entre si ou não. Portanto, à semelhança do fio
conductor, também os cabos eléctricos podem ser isolados ou nús. Cabos nús são aqueles
que não possuem isolamento eléctrico contínuo. Cabo eléctrico isolado é o condutor

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isolado que tem uma bainha, ou o conjunto de condutores isolados devidamente
agrupados, providos de uma bainha, trança ou outra envolvente comum.

Os cabos eléctricos são classificados de acordo com sua secção transversal, e quanto
maior for a quantidade de corrente eléctrica a ser transmitida pelo cabo, maior deverá ser
a secção transversal da alma condutora e consequentemente do cabo.

Fig.2: Cabo Eléctrico

Devido a necessidade de manter a segurança tanto do profissional que trabalha com


energia eléctrica, como dos usuários da instalação existem normas técnicas que estipulam
uma série de medidas a serem consideradas no dimensionamento e escolha de condutores
e cabos eléctricos.
As Normas Técnicas estipulam através de tabelas quais condutores devem ser utilizados
levando em consideração diversos factores tais como, temperatura do meio em que serão
instalados, quantidade de cabos por electroduto, tipo de isolamento em função das
condições do local, métodos de instalação, dentre vários outros factores. Portanto, o
dimensionamento dos condutores e cabos deve respeitar não só as necessidades da
instalação, como também, a norma que regulamenta as instalações eléctricas em
Moçambique.

Os fios condutores e os cabos eléctricos têm a mesma finalidade, que é a condução da


corrente eléctrica, porém são fabricados de forma diferente. Os fios condutores são
fabricados com apenas um fio, desta forma eles têm a característica de serem rígidos
devido a sua forma construtiva, sendo conhecidos como cabos sólidos. Os cabos
eléctricos, por sua vez, são fabricados internamente por vários fios condutores
entrelaçados, o que os tornam mais flexíveis.

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2.3. Constituição dos cabos e condutores

Os cabos e condutores são constituídos por:

2.3.1. Alma condutora

A alma condutora caracteriza-se principalmente pela natureza do metal condutor, pela


secção nominal e pela sua composição, que condicionam a flexibilidade e a resistência
óhmica do condutor.

2.3.1.1. Quanto a natureza do metal condutor, a alma condutora pode ser de:
 Cobre recozido, nu ou estanhado;
 Alumínio, geralmente 3/4 duro;
 Ligas de alumínio (resistência mecânica superior ao alumínio).
2.3.1.2. Composição e forma da Alma condutora

Em função da secção nominal e do grau de flexibilidade desejado aalma condutora poderá


ser:

 Maciça, isto é, constituída por um único fio ou por vários sectores cableados,
sendo o emprego da primeira solução limitado às secções inferiores;
 Multifilar, isto é, constituída por diversos fios cableados. Numa alma condutora
multifilar, os fios estão dispostos em hélice numa ou várias camadas distintas,
sendo o sentido de cableamento alternado entre camadas sucessivas.

As secções das almas condutoras são, geralmente, circulares ou sectoriais. Esta última
disposição é usada sobretudo nos cabos com 3 e 4 condutores, permitindo uma melhor
ocupação do espaço destinado aos mesmos e, consequentemente, uma diminuição das
dimensões e peso do cabo.

Ainda com este objectivo as almas condutoras poderão ser compactadas.

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Fig. 3. Formato de almas

As almas condutoras com secção circular são constituídas por camadas concêntricas. No
entanto, no caso de secções grandes, a alma condutora poderá ser segmentada, isto é,
composta por vários elementos cableados, com forma sectorial, podendo ser ligeiramente
isolado entre eles. Esta constituição tem por objectivo, a redução do efeito pelicular e de
proximidade e, por consequência, a resistência óhmica em corrente alternada, permitindo
um maior aproveitamento da secção útil.

2.3.1.3. Tipos de condutores e Classes de Resistência

Publicação CEI 60228 define uma gama de secções nominais para as almas condutoras e
reparte-as em quatro classes, por ordem crescente de flexibilidade. Em particular, o
número de classes de resistência é reduzido de 6 para 4, estando assegurada uma maior
uniformidade dos valores das resistências lineares das diferentes almas condutoras com a
mesma secção linear.

Assim:

 A resistência das almas condutoras da classe 1 e 2, do mesmo material, é idêntica


qualquer que seja a forma da alma e o número de condutores do cabo.
 A resistência das almas condutoras da classe 5 e 6 é idêntica qualquer que seja o
número de condutores do cabo.

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 Almas de condutores e cabos rígidos para instalações fixas:
 classe 1: condutores maciços,
 classe 2: condutores cableados.
 Almas de condutores e cabos flexíveis: classes 5 e 6.

Em função da classe de resistência considerada, a norma fixa para cada secção nominal
admitida, o número mínimo de fios que a constituem (almas condutoras rígidas) ou o
diâmetro máximo desses fios (almas condutoras flexíveis).

As secções nominais assim definidas não constituem valores geométricos exactos. Por
isso, o valor da resistência da alma em corrente contínua a 20° C, é imposto, em função
da secção nominal e da classe da resistência.

2.3.2. Camada isolante

A camada isolante (também designada por “isolação”), é constituída por compostos


dieléctricos sólidos, na maioria dos casos aplicados por extrusão. Aspectos como a
espessura, marcação dos condutores, ou cores de fabrico, são determinados por normas
próprias.

Actualmente usamos exclusivamente isolantes sintéticos (isolantes secos).

Os diferentes isolantes sintéticos correctamete usados poderão ser agrupados,


fundamentalmente, em duas grandes famílias:

 Materiais Termoplásticos;
 Elastómeros e Polímeros Reticuláveis.

Nos materiais termoplásticos a temperatura provoca, de um modo reversível, uma


variação na plasticidade. Os mais usados são:

Policloreto de Vinilo (PVC)


 Tem algumas boas características eléctricas, nomeadamente a rigidez dieléctrica e a
resistência de isolamento, pois tem valores elevados para o PVC.
 Em contrapartida, a tgδ (factor de perdas) é elevado pelo que as perdas dieléctricas
são elevadas, podendo, mesmo, tornar-se criticas em média tensão.
 Oferece, boas características mecânicas, nomeadamente as seguintes: carga de
ruptura, resistência à compressão e resistência ao choque.

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 No entanto, a flexibilidade do PVC é reduzida o que justifica que seja mais adequado
para canalizações fixas do que para canalizações amovíveis.
 Tem boa resistência ao envelhecimento térmico. As misturas usuais são previstas para
uma temperatura máxima, em regime permanente, de 70ºC. Existem, ainda, misturas
que resistem ate temperaturas de 85ºC e mesmo de 105ºC.
 É dificilmente inflamáveis. Todavia, a combustão do PVC é acompanhada pela
libertação de gases nocivos.
 É largamente usado, como isolante, em baixa tensão e também e media tensão, mas
apenas ate aos 10 kV (esta limitação é consequência do elevado valor da tgδ).
 É também usado como bainha exterior de cabos de baixa tensão, média tensão e alta
tensão – utilização largamente generalizada, com esta função – o que se explica pelas
boas propriedades gerais do PVC.

Polietileno ( PE)

O polietileno é um polímero termoplástico sólido e opaco, branco ou acinzentado que se


obtém a partir do etileno gasoso através da sua polimerização sob pressão.

 O tipo de polietileno usado no isolamento dos cabos de alta tensão é do tipo alta
pressão, o qual tem uma baixa densidade (entre 0,91 e 0,93), pelo que é designado por
Polietileno de Baixa Densidade, também conhecido pela sigla PEBD.
 Há também o Polietileno de Alta Densidade (densidade entre 0,94 e 0,96), também
conhecido pela sigla PEAD.
 O polietileno tem qualidades excepcionais: tgδ e permitividade dielectrica com
valores baixos e independentes da temperatura; resistência de isolamento e rigidez
dielectrica muito elevadas.
 As características mecânicas são igualmente favoráveis, como sejam, entre outras,
uma boa resistências aos choques e uma certa flexibilidade (permitindo a colocação
dos cabos com raios de curvatura normais).
 Oferece elevado resistência à grande maioria dos agentes químicos usuais e aos
agentes atmosféricas.
 Infelizmente o polietileno, apresenta uma fraca resistência à propagação da chama, o
que torna pouco atrativo para outras funções que não a de isolamento -por exemplo,
para revestimento exterior de cabos.

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 É utilizado em cabos de alta e muito alta tensão (ate 400 kV), sendo mesmo
largamente usado neste ultimo escalão de tensões. Isto explica-se pelas propriedades
dieléctricas notáveis do polietileno e ao equilíbrio das suas restantes características.

Polietileno Reticulado (PEX):

 Sem atingir o nível das do polietileno, as características eléctricas do PEX são,


no geral, boas: tgδ e permitividade dieléctrica com valores baixos, rigidez
dieléctrica relativamente elevada.
 As vantagens decorrentes da reticulação do polietileno são, principalmente, uma
melhor estabilidade térmica e melhores características mecânicas.
 Assim, a utilização deste material permite admitir temperaturas máximas da alma
condutora de 90ºC, em regime permanente, de 110ºC a 130ºC( conforme as
normas que são consideradas) em regime de sobre carga e de 250º C em regime
de curto-circuito.
 É utilizado, essencialmente como isolante, nas gamas de baixa, media e alta
tensão.

Os Elastómeros e Polímeros reticuláveis apresentam uma grande aptidão para a


deformação.

Necessitam, depois de extrudidos, de uma operação de vulcanização ou de reticulaçã o,


com o fim de lhes estabelecer, de forma irreversível, ligações suplementares entre as
cadeias moleculares. Alguns exemplos deste tipo de materiais:

 Polietileno Reticulado – PEX;


 Borracha Etil- Propílica – EPM;
 Borracha de Silicone.

Os conceitos de extrusão, vulcanização por serem menos conhecidos, são esclarecidos de


seguida:

 Extrusão: Operação que consiste em forcar a saída por uma orifício, sob a acção
de forcas de pressão, de um metal ou de uma plástico sob a forma de fio.
 Vulcanização: Combinação de borracha com o enxofre para a tornar resistente ao
calor e ao frio, sem perda das propriedades elásticas.

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2.3.3. Revestimentos metálicos
 Pela sua localização e função, distinguem-se os seguintes dois tipos de revestimentos
metálicos:
 Écran metálico sobre a camada isolante ou sobre o semicondutor exterior, nos
casos em que este exista;
 Armadura metálica.

Se o écran tem uma função essencialmente eléctrica, a armadura tem uma função
essencialmente mecânica (raramente a armadura desempenha simultaneamente as duas
funções). Seguidamente, serão caracterizados, com mais detalhe, aqueles tipos de
revestimentos.

2.3.4. Écran Metálico:

Pela sua localização e função, distinguem-se os seguintes tipos:

 Écran sobre a alma condutora: ao criar uma superfície equipotencial uniforme


à volta da alma, destina-se a evitar a concentração do campo eléctrico nas
irregularidades da superfície da mesma, o que seria prejudicial a um bom
funcionamento do isolante.
 Écran sobre a camada isolante: geralmente ligado à terra permite: Criar uma
superfície equipotencial à volta do isolante, orientando o campo eléctrico.

 É realizado em cobre ou alumínio, consistindo num conjunto de fios ou fitas, que


são aplicados helicoidalmente (em hélice), de modo a que nenhum espaço livre
seja visível.
 Eventualmente pode construir-se como uma bainha (bainha: revestimento
formando um tubo de matéria continua).
 É geralmente ligado à terra.
 Permite segurar o escoamento das correntes capacitivas, bem como das correntes
de curto-circuito concretamente da componente homopolar da corrente de curto-
circuito fase-terra.
 Protege contra as perturbações electromagnéticas no caso de cabos de
telecomunicações.

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 Garante a protecção das pessoas, em caso de perfuração do cabo por um corpo
condutor exterior, já que este é colocado a potência da terra (admitindo que o
écran esta ligado à terra).
 Permite criar uma superfície equipotencial e orientar, assim as linhas de forca do
campo eléctrico.

2.3.5. Armadura

Assegura a protecção mecânica do cabo, desde que este seja submetido a esforços
importantes, transversais (compressão, choques) ou longitudinais (tracção), quer durante
a colocação quer ao longo da exploração. Pode, igualmente, ser utilizada com a função
de écran metálico, mediante certas disposições no plano eléctrico.

 A armadura mais corrente é constituída por duas fitas de aço macio, recozido,
eventualmente zincado, enroladas em hélice (separadas), de maneira a que
nenhum intervalo livre seja visível. Este tipo de armadura satisfaz em todas as
situações em que não existam esforços longitudinais, nem condições particulares
de flexibilidade ou corrosão.
 No caso de esforços de tracção, durante a colocação ou em exploração (por
exemplo, colocação em poços ou em terreno instável, cabos submarinos), ou no
caso de solicitações mecânicas anormais (esmagamento, choques, cortes), é
imperioso prever uma armadura formada por uma ou duas camadas de fios de aço.
Estes, geralmente redondos e zincados, são enrolados em hélice. Quer as suas
dimensões quer as suas características são escolhidas em função do cabo e da
aplicação. Em certos casos, os elementos unitários da armadura podem ser
parcialmente agrupados. São igualmente utilizados fios de cobre incorporados na
armadura para melhorar a sua condutância (armadura mista).

Fig.4: Cabo Eléctrico com armadura

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2.3.6. Revestimentos não metálicos (Bainhas)

A designação, de “bainha”, provem de facto de os revestimentos formarem, normalmente,


um tubo de matéria continua.

O revestimento é constituído por um conjunto de materiais apropriados, destinados a


conferir ao cabo uma forma determinada e assegurar a protecção contra acções exteriores.

Fig.5: Cabo Eléctrico com revestimento

As partes deste revestimento, que formam um tubo de matéria contínua, recebem o


nome de bainhas, e distinguem-se em:

 Bainha de enchimento (ou simplesmente, enchimento), também chamada


“bainha de regularização” que tem por função preencher os espaços vazios entre
condutores e dar ao conjunto uma determinada geometria, geralmente cilíndrica.
Pode ser constituída por uma camada extrudida, por diversos tipos de fitas ou
por perfis independentes mantidos em posição (por intermedio de fita s de
amarração).
 Bainha de estanquidade, que deve assegurar a protecção do isolante, contra
humidade ou agentes corrosivos, podendo ser metálica ou sintética;
 Revestimento exterior, assegura a protecção química e mecânica do cabo,
geralmente é formado por uma bainha de material sintético.

Os materiais mais usados nas bainhas são o PVC e o Polietileno (de baixa e média
densidade –PEBD e PEMD).

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2.4. Classificação dos condutores e cabos eléctrico

Os condutores e cabos de energia utilizados nas instalações eléctricas, abrangem vários


tipos, em função das variadas aplicações para que estão destinados.

Os cabos para transmissão de energia distinguem-se principalmente:

a) Pelo tipo de instalação:

 Domésticas,
 Industriais,
 Distribuição,
 Aplicações particulares;

b) Segundo o nível da tensão de serviço entre fases em AC

 Baixa tensão U ≤ 1000 V (U ≤ 1 kV)


 Média tensão 1000 V <U <66000 V (1 kV <U <66 kV)
 Alta tensão U ≥ 66000 V (U ≥ 66 kV)

c) Segundo o material da alma condutora

 Cobre
 Alumínio

O cobre caracteriza-se por apresentar uma grande capacidade de condução de corrente,


os condutores de cobre garantem a supressão de prováveis falhas causadas por maus
contatos devido ao óxido que se forma no condutor. Além disso, este tipo de condutores
dão uma maior facilidade no uso de soldas nos terminais e emendas.

É por isto que o cobre ganhou a posição de melhor condutor elétrico. Caracteriza-se pela
sua eficiência para a fabricação de fios e cabos elétricos, no âmbito comercial e industrial.

Resistividade igual a 0,0172 Ω.mm2/m a 20°C;

Durante uma instalação ou qualquer tipo de trabalho, os condutores sofrem inevitáveis


dobramentos; quanto a isto os condutores de cobre são mais resistentes.

É uma grande vantagem para eles já que podem dobrar e passar com mais facilidade pelos
condutos sem medo de que se quebrem.

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Um cabo de cobre é flexível, por isso requer menos esforço para dobrá-lo e manipulá- lo
durante uma instalação. Seu diâmetro é menor que o de um cabo de alumínio, portanto
sua isolação, blindagem e coberturas são menores.

Além disso, os cabos de cobre são menos volumosos, o que faz com que seu transporte e
instalação (mesmo que seja em um espaço limitado) sejam mais fáceis.

O cabo de cobre tem como virtude que sua vida útil é muito mais longa que outros tipos
de cabos. Por isto, a longo prazo, comprar um cabo de cobre é mais econômico que de
outro tipo, já que os cabos em alumínio corroem facilmente.

Apesar do alumínio ser mais barato que o cobre, seu ciclo de vida (incluindo custo de
instalação, manutenção, materiais e reparos) é bastante menor que o cobre, pois o serviço
deste último é muito mais duradouro.

Alumínio: É um metal que apresenta uma pequena resistência mecânica e grande


ductibilidade e maleabilidade.

 Resistividade igual a 0,0282 Ω.mm2/m a 20ºC;


 Elevado grau de pureza;
 Deve estar limpo e isento de produtos e defeitos nocivos à sua finalidade.

d) Segundo a forma da alma condutora

 Circular
 Sectorial

As secções das almas condutoras são, geralmente, circulares ou sectoriais. Esta ultima e
usada sobretudo em cabos com 3 e 4 condutores, permitindo melhor ocupação do espaço
destinado aos mesmos e, consequentemente, uma diminuição das dimensões e peso do
cabo. Ainda com este objectivo as almas condutoras poderão ser compactadas.

Fig.6: forma da alma condutora

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Por outro lado, as almas condutoras com secção circular são constituídas por camadas
concêntricas. No entanto, no caso de secções grandes, a alma condutora poderá ser
segmentada, isto é, composta por vários elementos cabeados, com forma sectorial,
podendo ser ligeiramente isolado entre eles.

Esta constituição tem por objectivo, a redução do efeito peculiar e de proximidade e, por
consequência, a resistência óhmica em corrente alternada, permitindo um maior
aproveitamento da secção útil.

e) Segundo a flexibilidade da alma condutora


 Cabos rígidos
 Cabos flexíveis

f) Segundo o material isolante


 Polietileno (PE)
 Polietileno reticulado (PEX)
 Borracha de silicone
 Materiais ignífugos
 Policloreto de vinilo (PVC)

g) Segundo o número de polos


 Unipolares: é o condutor elétrico que tem uma só alma condutora com isolação
e com ou sem cobertura.

 Bipolares: é o condutor elétrico que tem duas almas condutora com isolação e
com ou sem cobertura.

 Tripolares: é o condutor elétrico que tem três almas condutora com isolação e
com ou sem cobertura.

 Tetrapolares: é o condutor elétrico que tem quatro almas condutora com isolação
e com ou sem cobertura.

 Polipolares: É o condutor elétrico que tem duas ou mais almas condutoras,


Envolvidas cada uma com sua respetiva isolação e com uma cobertura comum.

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2.5. Características Técnicas de Condutores e Cabos eléctricos
A escolha da secção da alma condutora dos condutores e cabos eléctricos para transmissão
de energia, é um dos problemas essenciais que o projecto de uma canalização eléctrica
apresenta.

Independentemente do tipo do condutor ou cabo, a escolha deve obedecer as


características e especificações técnicas dos sectores a serem aplicados, sendo importante
considerar as seguintes exigências:

a) De ordem técnica: imperativos de funcionamento da canalização, no plano


eléctrico, térmico e, por vezes, mecânico;
b) De ordem económica: minimização do custo global da canalização, tendo em
conta o custo de instalação e os encargos de exploração;
c) Relativas às condições de instalação: espaço disponível, ao longo do percurso e
nas extremidades, limitações eventuais, relativas às dimensões e peso do cabo,
comprimentos possíveis para entrega, etc.;
d) d) Relativas ao tempo de execução da canalização: disponibilidade do cabo em
«stock» ou tempo de fabricação do mesmo.

Na prática a determinação da especificação de condutores ou cabos eléctricos tem sido


um problema complexo, considerando os inúmeros parâmetros em jogo, quer técnicos
quer económicos, pois em vários casos não é possível determinar com precisão a
totalidade desses elementos, tanto mais que a interpretação de alguns é, por vezes,
delicada. As indicações aqui dadas destinam-se a permitir uma abordagem dos vários
domínios, e as informações requeridas são necessárias a fim de permitir a escolha mais
apropriada no plano técnico.

Estas características dependem da constituição do cabo, efetivamente de:

 Material e forma da alma condutora;


 Número de pólos;
 Material do isolamento;
 Existência ou não de revestimentos metálicos.

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2.5.1. Quanto à Rede de Alimentação
a) Natureza da corrente:

 Corrente contínua,
 Corrente alternada:

b) Modo de distribuição:
 Monofásica
 Bifásica,
 Trifásica,

Logo para permitir maior eficiência na colocação ou reparação de uma instalação


eléctrica, há necessidade de arranjar um processo de identificar facilmente cada
conductor.

A instalação monofásica é constituída por condutor de fase, condutor neutro e condutor


de protecção.

A instalação trifásica é constituída por três condutores de fase, condutor neutro e condutor
de protecção.

As cores normalizadas do isolamento para identificação dos condutores são as seguintes:

 Azul claro para o neutro;


 Castanho, preto ou cinzento para a fase;
 Verde e amarelo para o condutor de protecção (PE)

Fig.7: Cores normalizadas dos condutores.

Nas instalações de corrente contínua (DC), as cores mais utilizadas são:

 O vermelho - associado ao condutor positivo;


 O preto – associado ao condutor negativo.

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Fig.8: Cores normalizadas dos condutores em corrente contínua.

c) Frequência
 50hz

d) Tensão entre condutores no ponto da alimentação (tensão composta no caso de


corrente alternada):
 Tensão nominal de serviço,
 Tensão máxima de serviço;
 Ponto neutro:
 Directamente ligado à terra,
 Ligado à terra por intermédio de uma impedância,
 Isolado (neste caso, é necessário precisar a probabilidade de ocorrência de defeitos
fase-terra e as condições de eliminação dos mesmos);

e) Sobretensões eventuais de origem atmosférica ou outras:


 Probabilidade de ocorrência,
 Valor,
 Duração.

2.5.2. Quanto à Instalação eléctrica a alimentar e às Condições de funcionamento da


Canalização

a) Tensão entre condutores no ponto da utilização ou queda de tensão admissível;

b) Factor de potência;

c) Potência a transmitir (activa ou aparente) ou intensidade da corrente;

d) Regime de carga:

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 Regime permanente,
 Regime cíclico (diagrama de intensidade e duração correspondente),
 Condições de sobrecarga (intensidade, duração, probabilidade);
f) Condições de curto-circuito na alma condutora e écran (intensidade, duração).

2.5.3. Quanto às Características do Cabo

a) Tensão nominal (ou estipulada);


b) Tipo de cabo (rígido, flexível, de campo radial ou não, natureza do isolamento,
etc.);
c) Comprimento total do cabo;
d) Número de condutores;
e) Natureza do metal dos condutores (alumínio, cobre);
f) Condições especiais, caso existam:
 Caderno de encargos imposto,
 Referências particulares,
 Condições de recepção,
 Condições de entrega (comprimentos desejados, limitações no peso e
dimensões das bobinas)

2.5.4. Quanto às condições de Instalação do Cabo


a) Modo de colocação:
 Ao ar livre, exposto ou não às radiações solares,

b) Em galeria, caleira de betão, tabuleiros ou entubado (dimensões, ventilação


eventual).
 No solo – diretamente.

c) Em caleira de betão cheia de areia,


d) Em tubos (comprimento, tipo, dimensões e disposição dos tubos);

e) Características térmicas do local:


 Temperatura do ar ambiente,
 Temperatura do solo à profundidade de colocação,

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 Resistividade térmica do solo, das bobinas).

f) Proximidade com outros cabos (ou fontes de calor):


 Número de cabos
 Tipo,
 Natureza
 Secção das almas condutoras
 Potência a transmitir,
 Disposição e distância em relação ao cabo considerado (esquema se possível);

g) Agressividade do local:
 Natureza do solo,
 Imersão em água,
 Contacto com produtos químicos (natureza dos produtos, concentração,
temperatura, tipo de contacto, imersão temporária ou prolongada,);

h) Outras condições:

 Colocação do cabo em instalação móvel (enrolador, grua, plataforma girante,)


 Particularidades do traçado: colocação vertical, com desnivelamentos
importantes, com desníveis aéreo-subterrâneos, travessias de estradas, rios,
 Esforços mecânicos na colocação ou em serviço,
 Riscos de fenómenos de indução, provocado por outras canalizações nas
proximidades,

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