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Daqui já se tira uma regra prática: os cabos que vão ligar as caixas de som
em um amplificador de 2.000 Watts não serão os mesmos cabos para fazer a
ligação com um amplificador de 200 Watts. Quanto maior a potência, maior terá que
ser a bitola.
A regra geral é que: quanto mais grosso (maior bitola) o fio for, menos
resistência haverá. A resistência é medida em Ohms, cujo símbolo é Ω. O tamanho
do cabo também influencia. Quanto mais comprido maior a resistência. Assim,
sempre que possível use cabos com a maior bitola possível.
Já deu para perceber que bitola e impedância dos condutores são fatores
inter-relacionados. Cada tipo de uso exigirá uma bitola diferente. Isso dependerá da
potência aplicada e do comprimento do cabo. Esteja sempre atento à esses fatores.
Dica prática: fios voltados para o mercado elétrico podem ser utilizados em
sonorização, mas são difíceis de manejar. Fios específicos para sonorização são de
fácil manejo, mas não podem ser utilizados para energia elétrica.
Blindagem – os sinais elétricos entre alguns equipamentos de sonorização é
tão baixo, mas tão baixo, na casa de poucos miliVolts (1 Volt dividido por 1000) que
passam a sofrer interferências eletromagnéticas causadas por sinais de rádio, TV e
celular existentes na atmosfera, ou por motores elétricos próximos (ar-condicionado,
elevadores, etc). Assim, os cabos precisam ser construídos de uma forma que o
sinal trafegue protegido por uma blindagem.
Essa blindagem é feita com algum tipo de proteção metálica, tal como
enrolar os condutores em papel alumínio ou ainda fazer um condutor interno
envolto por outro condutor externo (um fio dentro de outro fio), ou uma soma dessas
soluções. Dependendo do uso, se cabos blindados não forem usados, o resultado
sonoro será qualquer coisa menos o som desejado.
Veja que os fios brasileiros (1 a 6) têm a marca – RFS, Santo Ângelo, Tiaflex,
Condutti, Condumax; a utilização (sonorização, AF = áudio freqüência, microfone,
guitarra, PP = cabo paralelo de energia elétrica) e a bitola. O primeiro dos
cabos é bem mais antigo, ainda expressa a bitola em AWG. Já o cabo da Santo
Ângelo é recente, expressa até a data de fabricação.
As bitolas (em milímetros ou AWG) são referentes ao(s) condutor(es)
interno(s). Nos fios blindados, a malha de blindagem não recebe indicação de bitola
(que é sempre maior que a bitola do condutor interno). Veja que 2 x 0,30mm2 indica
haver dois condutores internos, enquanto 0,30mm2 indica somente um condutor
(como se fosse 1 x 0,30mm2).
O fio 6 é para uso em energia elétrica. Note que a voltagem suportada é de
750V, muito além do encontrado em sonorização.
Agora, veja os fios 7 e 8. A tradução seria “Cabo profissional de alta
qualidade para microfone ou guitarra” e “CES cabo profissional de alta qualidade e
baixo ruído”. Qual a bitola? Quem fabricou? Alta qualidade? São fios importados,
que variam de norma, padrão e qualidade.
Dica prática: os fios que seguem a norma ABNT e tem selo do INMETRO são
bons. Desconfie dos fios que não são fabricados no Brasil. Existem alguns
excelentes, mas também existem ruins. Na dúvida, escolha um fio de fabricante
renomado, como RFS ou Santo Ângelo.
Está com o dinheiro curto e não sabe fazer solda? Pergunte na eletrônica
onde comprar o material se não tem alguém que possa montar os cabos para
você. Quase sempre tem. Faça um teste e, se ficou bom, então compre outros
dessa mesma forma.
- Os fios são feitos para durar anos e anos, mas também não são eternos.
Já vi cabos utilizados em eventos em uso por 10 anos. Se estiverem dentro de
tubulação, vão durar mais ainda.
Algumas pessoas usam etiquetas com números ou texto, mas não gosto. De
longe não dá para ler. Alguns fabricantes de conectores já os fazem com cores,
facilitando a identificação. Eu também mantenho um único cabo de cor diferente
dos outros, reservado para uma função mais importante, como o microfone do
cantor solo.
- Quando for adquirir fios, saiba que a maioria das lojas vende-os a
metro, mas o bom é comprar a peça inteira (100 metros) e conseguir bons
descontos. Se uma peça é muito gasto para você, procure outras igrejas e compre
em conjunto.
Os fios paralelos são muito usados em instalações fixas das igrejas, quando
estarão dentro de conduítes ou canaletas. Para quem realiza eventos externos, é
necessário um fio que suporte melhor as trações mecânicas, e o fio paralelo bicolor
tem pouca resistência. Nesse caso, deve- se utilizar um tipo especial de fio paralelo,
que além do isolante individual de cada condutor, ainda tem uma terceira camada de
isolante. São chamados de fio PP. O fio PP é mais caro que o fio paralelo normal,
mas é muito mais resistente.
Cabos Coaxiais:
Fios coaxiais recebem este nome por serem compostos de dois condutores -
um central e outro que o envolve. Como ambos têm o mesmo centro (eixo axial),
recebem o nome co+axial. O condutor central (que conduz o sinal positivo) é
protegido pelo condutor externo, que funciona como blindagem, e conduz o sinal
negativo. O condutor externo também é chamado de malha. As interferências
eletromagnéticas que atingem o fio ficam “presas” no condutor externo, que só
conduz o retorno dos elétrons (sinal negativo).
Esses fios também podem ser utilizados com microfones (nível de sinal entre
30mV e 77mV). Muitos fabricantes de microfones mais simples até os vendem
acompanhados de fios desse tipo. O problema é que a malha faz parte do
caminho necessário ao sinal (conduz o sinal negativo). Logo, as interferências que
foram captadas por este condutor externo, poderão acabar se misturando ao áudio e
até mesmo sendo ouvidas quando a sua intensidade for suficiente. Esses fios são
aceitáveis em sistemas não profissionais, com comprimento menor que 10 metros.
Mais que isso, arrisca-se captação de ruídos.
Da mesma forma, o fio coaxial também pode ser utilizado para ligação entre
caixas acústicas e amplificadores, desde que as potências envolvidas sejam
pequenas (100 a 200W RMS) e principalmente as distâncias sejam pequenas, até
10 metros, como por exemplo a ligação de caixas de retorno. Mas esteja ciente que,
por causa de sua bitola ser pequena, a perda será grande. Para saber se as perdas
do fio estão atrapalhando, "escute" o resultado dessa ligação. Se o volume desejado
não foi alcançado, deve-se utilizar cabos paralelos de bitola maior.
- Multicabos
Às vezes é necessário passar muitos fios de uma só vez e por longas
distâncias, como entre os músicos no palco e uma mesa de som situada no meio do
público ou nos fundos do local.
Nessa situação, a passagem de vários fios é inconveniente, trazendo
problemas de manejo, como por exemplo: fica muito grosso para passar através de
canaletas ou tubulações, possibilidade de embolar, identificação difícil, etc.
Para solucionar isto, existem no mercado multicabos, que nada mais são que
vários fios balanceados reunidos em um isolante só. Os conjuntos todos possuem
cores diferentes, cada um tem seu terra e ainda cada um é envolto em uma fita
semelhante a papel alumínio, para proteger o sinal de cada conjunto. Existem
modelos com 4, 6, 8, 12, 16, 20, até 60 vias (sendo cada via um conjunto completo
de condutores – positivo, negativo e terra).
É utilizado para a montagem de medusas, um tipo de extensão específica
para sonorização, com conectores machos XLR ou P10 numa ponta e uma caixa
com conectores fêmeas XLR ou P10 na outra. Multicabos e medusas se prestam
para conectar microfones e instrumentos à mesa de som, mas também podem
interligar equipamentos (mesa e amplificador, etc) que estejam distantes entre si.
Funcionam basicamente como uma grande emenda.
As medusas permitem que uma maior maleabilidade quanto à colocação dos
cantores e instrumentistas em relação aos equipamentos de som. Pode-se afastar a
mesa de som para uma posição mais cômoda ou mais fácil de monitorar.
É sempre interessante ter medusas disponíveis. Entretanto, o custo das
mesmas é muito, muito alto. O metro do multicabo, a caixa de conexões e os
conectores tornam as medusas de valor muito elevado.
- Para quem faz muitos eventos fora das igrejas (praças, escolas, etc), é
preferível ter somente cabos grandes. A razão é simples: em um evento, você não
terá tempo para descobrir que um cabo é pequeno demais, que precisa fazer uma
emenda, etc. Mesmo que o microfone esteja a apenas 5 metros da mesa de som, é
melhor ter um cabo de 10 metros que pode ser recolhido no seu excesso do que um
cabo de 4 metros que não alcançará ou ficará muito esticado.
Fui em uma igreja, "intimado" pelo Pastor responsável, pois a igreja dele
estava com zumbido no fundo, e ninguém sabia a causa. Olho daqui, olho dali, não
estava encontrando problemas até que resolvo olhar as soldas nos cabos de
instrumentos (P10-P10). Minha surpresa foi grande quando encontrei todos os fios
do tipo PP, em vez de coaxiais. Tudo foi feito com fio paralelo PP: os cabos de
interligação entre equipamentos e cabos de instrumentos. Só não foi pior porque
estavam usando os cabos originais dos microfones (balanceados).
No Anfiteatro, são dois templos, um para 5.000 pessoas e outro para 2.000
pessoas. Às vezes, a reunião é muito grande, e os dois templos precisam ser
usados. Nessa situação, precisamos interligar o som de um templo com o som de
outro. A distância a ser percorrida foi de 250 metros, e passamos o fio através das
eletrocalhas já existentes. Utilizamos fio RFS balanceado, com a maior bitola que
encontramos. Mesmo a essa distância, um microfone colocado em um templo
funciona perfeitamente bem em outro, sem ruídos.