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Redes Industriais e Sistemas

Supervisórios
Meios condutores de sinal

Prof. Me. Marcos Fiorin


Transmissão de Sinal de Dados
 Se dá através de um meio condutor, que pode ser,
condutores metálicos de pares trançados, cabos coaxiais,
fibra óptica e rádio transmissão.

 Um dos grandes problemas da transmissão de sinais são


os ruídos, que interferem na qualidade da transmissão e
podem causar problemas:
 Falha da leitura/escrita de dados;
 Erro de interpretação dos dados;
 Sobretensão na rede industrial/danos aos equipamentos.
 Atenuação do sinal e diminuição da capacidade de transmissão.

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Ruído
 Ruído é um sinal elétrico indesejado que se sobrepõe a
um sinal elétrico, e altera a característica do sinal original.
Exemplos de acoplamentos de ruídos:

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Acoplamento condutivo
 Também chamado de acoplamento
galvânico e de modo comum (laço
de terra), onde há contato elétrico.

 Ocorre pelo compartilhamento do


sinal de referência, ou seja, um
condutor, Comum ou GND, para
mais de um canal de comunicação.
 A circulação de corrente neste, causa
variações na tensão e, portanto, o
sinal lógico pode sair do padrão
(DDP).
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Acoplamento capacitivo
 Também chamado de acoplamento
eletrostático.
 O ruído acopla ao circuito
alvo pelas capacitâncias
existentes entre as vias dos
cabos, cabos de potência, e
cabos e a terra. Estas
capacitâncias tem baixa
impedância para tensões em
altas frequências.

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Acoplamento capacitivo
 Uma vez acoplado, surgem correntes de alta frequência,
que atravessando as impedâncias do circuito, tem-se
tensões em alta frequência.
 Para minimizar este efeito é
necessário uso de blindagem.
Com baixa impedância, e
devidamente aterrada, a
corrente que surgirá no
circuito de dados será
significativamente menor.
Pares trançados também é
recomendado.
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Acoplamento magnético
 Também chamado de acoplamento
indutivo.
 Ocorre quando linhas de fluxo magnético atravessam um
condutor de sinal, e nele surgem tensões induzidas.
 Quanto maior a área
de interseção, maior
será a indução,
consequentemente o
sinal será degradado
proporcionalmente.

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Acoplamento magnético
 Além do cabo de par
trançado, a blindagem é
recomendada, pois atenua
o fluxo magnético que irá
atingir os condutores do
sinal.

 A blindagem tende a
ser funcional para altas
frequências, >100 kHz.

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Acoplamento Eletromagnético
 Também chamado de ruído por
radiação de frequências de rádio.

 Decorre de tensões induzidas por ondas eletromagnéticas


propagadas no ar (Campo elétrico + Campo magnético).

 Blindagem e filtros capacitivos são formas de minimizar o


acoplamento deste tipo de ruído. Também sugere-se
diminuir a área de interseção ou muda o ângulo entre fonte
e vítima.

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Fontes de ruído
 São fontes de ruídos os dispositivos os quais produzem
mudanças rápidas (ou picos) de tensão ou de corrente,
tais como: .

Descargas
Acionamento de atmosféricas
cargas altamente
indutivas

Equipamentos de
solda
Chaveamento em
alta frequência

Distúrbios
elétricos

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Realidade sobre ruídos!
 3 fatos sobre ambientes industriais:

 Uma fonte de ruído sempre existirá!


 O ambiente permitirá ao menos uma das formas de
acoplamento!
 Sinais digitais sempre são sensíveis!

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Regras básicas contra ruídos!
 Para minimizar e/ou evitar ruídos, é comum usar as
técnicas listadas abaixo:
 Aplicar blindagem em torno dos condutores de sinal;
 Aterramento apropriado da blindagem ;
 Afastamento entre a fonte do ruído e o sinal;
 Evitar circuitos longos;
 Condutores reservas devem
ser aterrados;
 Reduzir a frequência de
chaveamento de circuitos
próximos (dv/dt).

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Meios Condutores de Sinal
 Os condutores elétricos são, em geral, os meios mais
utilizados na comunicação de sinais digitais.

 Possuem características de construção diferenciada de


forma a atender as diversas características de impedância
exigidas pelos diversos equipamentos disponíveis no
mercado.

 Pode ser citados os seguintes cabos:


 Cabo de Par Trançado;
 Cabo Coaxial (em desuso).

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Cabo de Par Trançado
 Solução mais econômica, por
isso é o mais utilizado.
 A formação trançada dos cabos
serve para evitar que sinais
alternados ou pulsantes,
transmitidos em um par de fios
de um cabo multivias, se
sobreponham à sinais em pares
adjacentes (Crosstalk).

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Cabo de Par Trançado
 Cabos

 Cabo Manga ou AFT (blindagem em malha ou filme)

Muda o condutor, cobre ou cobre estanhado.


Exista cabo manga sem blindagem

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Cabo de Par Trançado
 Cabo AFS (dupla blindagem)

 Cabo AFD (Blindagem individual com filme)

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Blindagem
 Não basta utilizar condutores blindados, deve-se também
garantir o aterramento da blindagem.
 Blindagem deve ser ligada à terra em um único ponto.
Mais do que um ponto de aterramento (laço de terra)
fará com que circulem correntes pela blindagem.
 A blindagem deve ser isolada para evitar o contato
inadvertido com múltiplos pontos.
 A blindagem nunca deve ser deixada flutuante, porque
isso tende a permitir o acoplamento capacitivo, tornando
a blindagem inútil.

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Laço de terra

 Aterramento somente em uma das pontas.

 Priorizar o aterramento junto a fonte da rede, para usar o


mesmo terra do CLP.

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Afastamento entre condutores
 A norma IEEE 518-1982 apresentava tabelas indicando
distâncias de separação para as diversas classes de cabos.
 Nível 1 - Sinais analógicos ≤50 V e de sinais digitais <15 V. Isso
inclui barramento de lógica digital e circuitos telefônicos.
Cabos de dados de comunicação que se enquadram nesta
categoria;
 Nível 2 - Sinais analógicos >50 V e de chaveamento de
circuitos;
 Nível 3 - Sinais de chaveamento >50 V e sinais analógicos >50 V.
As correntes ≤ 20 A também estão incluídos nesta categoria;
 Nível 4 - Tensões de 0 à 1000 V e correntes no intervalo de 20
à 800 A. Isso se aplica tanto à corrente alternada e corrente
contínua.

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Afastamento entre condutores
 Ambos os cabos contidos em uma bandeja separada:
 Nível 1 para o Nível 2 - 30 mm
 Nível 1 para o Nível 3 - 160 milímetros
 Nível 1 para o Nível 4 - 670 milímetros
 Um cabo contido numa bandeja e o outro no tubo:
 Nível 1 para o Nível 2 - 30 mm
 Nível 1 para o Nível 3 - 110 milímetros
 Nível 1 para o Nível 4 - 460 milímetros
 Ambos os cabos contidos em um tubo separado:
 Nível 1 para o Nível 2 - 30 mm
 Nível 1 para o Nível 3 - 80 milímetros
 Nível 1 para o Nível 4 - 310 milímetros

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Fibra Óptica
 É para comunicações a longas distâncias, e de alta
velocidade (Gbps).

 O sinal elétrico é convertido em pulsos luminosos


(transmissor), que são detectados pelo receptor na outra
extremidade da fibra, e que os decodifica e produz um
sinal digital idêntico ao original.

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Fibra Óptica

 Vantagens:
 Boa relação custo x benefício
 Largura de banda ampla;
 Baixa atenuação do sinal e baixo índice de erro;
 Segurança (interceptação, incêndio, choque elétrico);
 Imunidade ruídos (IEM, IRF);
 Isolação elétrica entre os dispositivos.

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Fibra Óptica
 São classificadas pelo número de caminhos que a luz
segue dentro o núcleo da fibra. Há dois modos principais
de luz propagação através de uma fibra ótica, as fibras,
multimodo e monomodo.
 Multimodo:
 Fabricação mais fácil (diâmetro maior).
 Transmissor e receptores
baseados em LED
(mais baratos).
 Menor distância
(maiores perdas).

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Fibra Óptica
 Monomodo:
 Diâmetro reduzido, que encarece seu custo final.
 Apenas um “modo” (caminho de luz).
 Baixíssimas perdas e altas taxas de comunicação (longa
distância).
 Transmissores e receptores
baseados em luz infravermelho.
Fibra Núcleo (µm) Revestimento (µm)

Monomodo 8 125

50 125

Multimodo 62,5 125

100 140

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Fibra Óptica
 Desvantagens da Fibra:
 Incapacidade de suprir energia elétrica;
 Fragilidade quando não encapsuladas;
 Dificuldade de conexão;
 Terminações e emendas são complexas e caras;
 Testes de comunicação, manutenção são mais complexas e
mais caras.

Exemplo de sistema de
Emissor/Receptor para fibra.

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Radiofrequência
 Modulação de um sinal sobre uma portadora.
 Permitem a comunicação a longas distâncias.
 Indicado para sistemas menos exigentes (menor
velocidade, difícil acesso, alto custo de infraestrutura).

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Meios Condutores de Sinal

 Os condutores/fibra/rádio são utilizados para interligar os


equipamentos/nós.

 A forma de interligação entre os equipamentos


normalmente é padronizada em uma ou mais topologia,
dependendo do tipo do meio físico e protocolo adotado.

 As diferentes topologias possuem características


específicas.

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Materiais complementares
 Artigo sobre ruídos - parte 1
 Artigo sobre ruídos - parte 2
 Conduscab
 Sparflex
 Ficael
 Artigo - Mais da metade dos problemas de redes são por conta da
instalação
 Fibras óticas - Funcionamento
 Belden
 AFDatalink

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Referências
 BARRETO, Roberto Menna. Compatibilidade eletromagnética em sistemas elétricos.
O Setor Elétrico. Ed. 39, 2009.
 BARRETO, Roberto Menna. Acoplamento de campos elétricos. O Setor Elétrico. Ed. 38,
2009.
 BARRETO, Roberto Menna. Acoplamento de campos magnéticos. O Setor Elétrico. Ed.
37, 2009.
 n/d. Instrumentação e técnicas de medição – Ruído e Interferência. 2013.
 MORRISON, Ralph. Grounding and Shielding Circuits and Interference, Published by
John Wiley & Sons, Inc., Hoboken, New Jersey, 2007
 Wright, Steve; et al. Industrial Data Networks: Design Installation and Troubleshooting.
1ed. Newnes.
 SMAR. Acoplamento indutivo e como minimizar seus efeitos em Instalações
industriais. Disponível em http://www.smar.com/brasil/artigo-tecnico/acoplamento-indutivo-
e-como-minimizar-seus-efeitos-em-instalacoes-industriais. Acesso em 2018.
 Park, John; Mackay, Steve. Practical data acquisition for instrumentation and control
systems. Elsevier. 2003.
 SMAR. Profibus – Instalação avançada – Parte 1. Disponível em:
https://www.smar.com/brasil/artigo-tecnico/profibus-instalacao-avancada-parte-1. Acesso
em 2022.

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