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2 Meios com Fios

Meios físicos guiados (o sinal eletromagnético é conduzido através de um condutor físico).

1.2.1 Pares metálicos

Os cabos de Par Trançado (Twisted Pair) constituem-se de dois fios enrolados em espiral de
modo a reduzir o ruído (interferência eletromagnética) e manter constante as propriedades
elétricas do meio através de todo o seu comprimento. A técnica de entrelaçamento dos dois
fios faz com que a atuação do campo magnético gerado por um fio seja anulada pelo campo
magnético do outro condutor (Efeito de Cancelamento).

A taxa de transmissão varia de acordo com as condições das linhas utilizadas, podendo
variar entre 9600 a 19200 bps, ou até mesmo mais, utilizando técnicas de codificação como
o HDSL e ADSL.

Estes cabos estarão principalmente na rede primária e secundária (Local Loop). Na rede
primária são troncos de grande espessura e por isto mesmo enterrados. Saem do DG
( distribuidor Geral). Na rede secundária, após o ARD (Armário Distribuidor) são cabos de
poucos pares e vão atender às casas.

1.2.1.1 Tipos de Transmissão

✓ Analógica.

✓ Digital.

1.2.1.2 Fenômenos de Transmissão


✓ Radiação;

✓ Dissipação.

1.2.1.3 Tipos de Cabos


✓ STP (Shielded Twisted Pair) (redes locais -LAN);

✓ UTP (Unshielded Twisted Pair).

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1.2.1.4 Vantagens

• Menor custo por comprimento de cabo


• Conectividade simples de baixo custo
• Diâmetro reduzido do fio

1.2.1.5 Desvantagens

• Baixa imunidade a ruidos.


• Limitações quanto à distância máxima empregada.
• Limitações de Largura de Banda.

1.2.1.6 Aplicações

• Telefonia.
• Redes Ethernet, Token-Ring , FDDI e em Barramento.

1.2.2 Cabos Coaxiais

É o meio de transmissão usado dentro das centrais telefônicas digitais atuais e nas subidas
para as antenas de transmissão de rádio. Entretanto suas aplicações tem perdido espaço para
os pares trançados nas LANs e para as fibras na interligação das LANs. Ainda é muito
utilizado para interligar roteadores ou HUBs, ou mesmo ainda em LANs em uma área
grande ou em ambientes muito ruidosos.

Figura 3-Corte transversal de um cabo coaxial

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1.2.2.1 Tipos de Cabos Coaxiais 1.2.2.2 Cabo Coaxial Banda Larga

Figura 4-Cabo coaxial banda larga

Dados Técnicos

Impedância: 75 ohms;

Atenuação: em 500m de cabo não exceder 8,5 dB medido a 10MHz ou 6,0 dB medido a 5
MHz;

Velocidade de Propagação: 0,77c (c=vel. luz no vácuo);

Tamanho Máximo de Segmento: 500 metros;

Tamanho Mínimo de Segmento: 2,5 metros;

Tamanho Recomendado: múltiplos de 23,4 - 70,2 ou 117 metros;

Número Máximo de Segmentos: 5;

Tamanho Máximo Total: 2.500 metros;

Capacidade: 1500 canais com 1 ou mais equipamentos por canal;

Acesso ao meio: FDM Taxas de Transmissão de Dados: 100 a 150 Mbps


(depende do tamanho do cabo);

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Modo de Transmissão: Full-Duplex;

Transmissão: Por variação em sinal de frequência de rádio;

Imunidade EMI/RFI: 85 dB.

Conector:

• Tipo Derivador Vampiro.


• Utiliza Transceptores (detecta a portadora elétrica do cabo).

Instalação: Requer prática/pessoal especializado

1.2.2.3 Cabo Coaxial Banda Base

figura 5- Cabo Coaxial Banda Base

O método de acesso ao meio usado em Cabos Coaxais Banda Base é o detecção de


portadora, com detecção de colisão.

Amplamente utilizado em redes locais.

Dados Técnicos

Impedância: 50 ohms;

Tamanho Máximo de Segmento: 185 metros;

Tamanho Mínimo de Segmento: 0,45 metros;

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Número Máximo de segmentos: 5;

Tamanho Máximo Total: 925 metros;

Tamanho Máximo sem Repetidores: 300 metros;

Capacidade: 30 equipamentos/segmento;

Acesso ao meio: CSMA/CD;

Taxas de Transmissão de Dados: 1 a 50 Mbps (depende do tamanho do cabo);

Modo de Transmissão: Half-Duplex - Código Manchester;

Transmissão: Por pulsos de corrente contínua;

Imunidade EMI/RFI: 50 dB;

Conector: Conector T;

Instalação: Facilitada (cabo fino e flexível).

O Cabo Coaxial requer amplificação do sinal aproximadamente a cada 2000 metros.

1.2.2.4 Vantagens do Cabo Coaxial sobre o par trançado

Os cabos coaxiais tem algumas vantagens sobre o par trançado:

O cabo coaxial, ao contrário do par trançado, mantém uma capacitância constante e baixa,
teoricamente independente do tamanho do cabo, evitando assim vários problemas técnicos.

Comparado com o par trançado, o cabo coaxial tem uma imunidade de ruído de crosstalk
bem melhor, e uma fuga eletromagnética mais baixa.
O Cabo Coaxial tem uma largura de banda mais alta e maior capacidade do que o par
trançado de cobre. Ele pode transmitir mais informação sobre mais canais do que o cobre
pode.

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1.2.2.5 Desvantagens do Cabo Coaxial

Em relação ao custo, o metro do cabo coaxial é mais elevado do que o do par trançado,
principalmente quando se pensa em termos de interfaces para ligação do cabo.

O Cabo Coaxial tem alto custo de instalação. É mais grosso e menos flexível e é mais difícil
de trabalhar do que com o fio de cobre.

1.2.2.6 Aplicações típicas

TV a cabo

• Instalação de antena de rádio ponto a ponto e antenas de satélite;


• Conexões entre Centrais Telefônicas da operadora;
• Interligação de multiplexadores nos pontos de presença das operadoras.

1.2.3 Fibras Ópticas

A Fibra óptica é a mídia de transmissão de mais recentemente desenvolvimento e representa


um passo enorme adiante em capacidade de transmissão. Um recente teste reportou taxas de
transmissão de 350 Gbps (350 bilhões de bits), Largura de Banda suficiente para suportar
milhões de chamadas de voz. Além disso, numa situação experimental levado a cabo
recentemente foi registrado que um equipamento transmitiu sinais em 10.000 Km de
distância, sem o uso de repetidores, embora na prática entre 80 a 300 Km se faça uma
repetição dentro da norma nas instalações usuais. Recorde-se da necessidade por
repetidores a cada quilômetro aproximadamente em cabos de cobre e coaxial.

Comunicação por fibras ópticas usa as frequências de luz para enviar sinais. Um dispositivo
chamado de modulador converte sinais elétricos analógicos ou digitais em pulsos de luz.
Uma fonte luminosa liga e desliga a luz bilhões e até mesmo trilhões de vezes por segundo
(semelhante a uma lanterna ligada e desligada -- só muito mais rápido). Esses pulsos de luz
são traduzidos em código binário. O pulso de luz positivo (sinal ou luz presente) representa
1; um pulso de luz negativo (nenhum sinal) representa 0. As fibras ópticas são digitais por
natureza.

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A luz é transmitida então ao longo de uma fibra de plástico ou vidro da grossura de um fio
de cabelo humano. No lado receptor, são detectados os pulsos de luz e convertidos de volta
para sinais elétricos.

A estrutura cilíndrica básica da fibra óptica é formada por uma região central, chamada de
núcleo, envolta por uma camada, também de material dielétrico, chamada casca, como
mostrado na figura abaixo. A seção em corte transversal mais usual do núcleo é a circular,
porém fibras ópticas especiais podem ter um outro tipo de seção (por exemplo, elíptica).

Figura 6-Fibra Ópticas

A composição da fibra óptica, com material de índice de refração ligeiramente inferior ao


do núcleo, oferece condições à propagação de energia luminosa através do seu núcleo. A
fibra óptica propaga luz por reflexões sucessivas.

A capacidade de transmissão (banda passante) de uma fibra óptica é função do seu


comprimento, da sua geometria e do seu perfil de índices de refração. Existem duas classes
principais de fibras: monomodo e multimodo.

1.2.3.1 Vantagens das Fibras Ópticas

• Perdas de transmissão baixa e banda passante grande;


• Pequeno tamanho e peso;
• Imunidade a interferências;

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• Isolação elétrica;
• Segurança do sinal; • Matéria-prima abundante.

Fibra é feita de vidro e o vidro é feito de areia. Nunca irá haver uma escassez de matéria-
prima para a fibra.

1.2.3.2 Desvantagens das Fibras Ópticas

• Fragilidade das fibras ópticas sem encapsulamento;


• Dificuldade de conexões das fibras ópticas;
• Acopladores tipo T com perdas muito grandes; • Impossibilidade de alimentação
remota de repetidores;
• Falta de padronização dos componentes ópticos.

1.2.3.3 Aplicações

• Sistemas de comunicação;
• Sistemas sensores; • Aplicações militares.

1.2.3.4 Transmissores e Receptores Ópticos

1.2.3.4.1 Transmissores

• LED;
• Diodo LASER.

1.2.3.4.2 Receptores

Os receptores ópticos (ou fotodetectores) são responsáveis pela conversão dos sinais ópticos
recebidos da fibra em sinais elétricos. Os fotodetectores devem operar com sucesso nos
menores níveis de potência ópticas possíveis, convertendo o sinal com um mínimo de
distorção e ruído, a fim de garantir o maior alcance possível.

Os fotodetectores mais utilizados são os fotodiodos, os quais se utilizam de um mecanismo


denominado fotoionização. Os dois principais fotodiodos utilizados como fotodetectores
são os fotodiodos PIN e APD (Avalanche FotoDiode), que possuem características
funcionais diversas.

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1.2.3.5 Conectores Óticos

Existe uma grande variedade de conectores para numerosas aplicações distintas com fibras
ópticas. Os tipos de conectores ópticos mais comuns atualmente são os conectores com
ferrule, os conectores bicônicos moldados e os conectores com lentes. Destes, os mais
utilizados são os conectores com ferrule, dentre os quais se destaca a utilização do conector
ST, para fibras multimodo.

1.3 Meios Sem Fios

Meios físicos não guiados (o sinal eletromagnético é transmitido pelo ar).

Na realidade, o ar (ou espaço livre) constitui-se de um meio natural para a propagação de


sinais eletromagnéticos, podendo talvez, ser considerado o melhor suporte de transmissão,
quando se fala em conectividade. Tal afirmação baseia-se no fato de que o ar provê uma
interconexão completa, e permite uma grande flexibilidade na localização das estações.

Existem também alguns inconvenientes com relação ao sistema, sendo que os principais
são:

• Custo dos equipamentos;

• Regulamentação pública .

A escolha de canais de radiofrequência para sistemas de comunicação, de uma forma geral,


é bastante complicada, pois vários fatores devem ser observados, entre eles:

• Banda passante desejada;


• Área de cobertura;
• Disponibilidade do espectro;
• Interferências e fontes de ruído;

• Regulamentação pública;

• Custos dos equipamentos.

Atualmente, já existem sistemas de comunicação implementados que utilizam este meio de


transmissão. Exemplo disto podemos citar:

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• Rádio ponto a ponto para acesso de última milha;

• Telefonia Celular;

• WLAN (Wi-Fi).

Como se observa atualmente, em alguns casos, o cabo está substituindo a TV por


radiodifusão, o celular está ganhando o espaço dos telefones convencionais e em algumas
redes, o cabeamento da LAN está cedendo sua posição para ondas de rádio e infravermelho.
1.3 não necessitam de um meio para se propagarem. Tal qual a luz, as chamadas ondas de
rádio são ondas eletromagnéticas, formadas por dois campos perpendiculares, um elétrico e
um magnético. Entretanto, como todas as ondas, apresentam características próprias em
cada meio que se propague, estando sujeitas aos fenômenos próprios da ondulatória tais
como: difração, reflexão, absorção e interferências construtivas e destrutivas.

Existem também alguns fatores a serem levados em conta:

• Custo dos equipamentos - estes podem ser justificados haja vista o custo de uma ligação
com LPCD, em alta velocidade por uma concessionária pública ou em local onde esta
última não oferece este serviço;

• Regulamentação pública necessária nos casos de transmissão via rádio;

• Problemas relacionados com a propagação dos sinais de rádio ou neblinas nos casos de
transmissão via infravermelho ou laser.

1.3.2 Micro-ondas

Para transmissão através de micro-ondas, sinais elétricos ou de luz, devem ser


transformados em ondas de rádio de alta frequência. Rádios de micro-ondas transmitem no
final do espectro de frequência -- entre um gigahertz (um bilhão de Hz) e 30 GHz. Os sinais
são transmitidos através da atmosfera pelo apontamento direto entre uma parábola e a outra.
Uma linha de visada clara tem que existir entre as parábolas transmissora e receptora
porque as micro-ondas viajam em linha reta. Devido à curvatura da terra, as estações de
micro-onda são espaçadas entre 30 e 60 quilômetros. Para compensar a atenuação, cada

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torre é equipada com amplificadores (para transmissão analógica) ou repetidores (para
transmissão digital) para fortalecer o sinal.

1.3.2.1 Vantagens das Micro-ondas

✓ As micro-ondas tem alta capacidade de transmissão. A transmissão de micro-ondas


oferece maior Largura de Banda do que os cabos de cobre ou cabo coaxial
resultando em taxas de transmissão mais altas e mais canais de voz.
✓ As micro-ondas têm taxas de erro baixas.
✓ Os sistemas de micro-ondas podem ser instalados e podem ser retirados rapidamente
e de forma barata.
✓ Eles podem ser alocados eficazmente ao ponto de maior necessidade em uma rede.

1.3.2.2 Desvantagens de Micro-onda

✓ A Micro-ondas é suscetível à distorções ambientais. Fatores como chuva, neve, e


calor podem causar alterações na estrutura física da micro-ondas como dobras e
variações.

✓ As parábolas da micro-ondas devem ser focadas em um linha de visada direta (reta).


Isto pode apresentar um problema em cima de certos terrenos ou em cidades
congestionadas. Interrupções físicas temporárias na linha de visada, como um
pássaro ou um avião que voa pelo caminho percorrido pelo sinal, pode resultar em
uma interrupção dos sinais.
✓ O uso extensivo de micro-ondas em grandes áreas metropolitanas tem lotado o
espectro de rádio frequência, limitando a disponibilidade de frequências.

1.3.2.3 Aplicações típicas

• Redes privadas
• Redes de longas distância

1.3.3 Satélite

A Comunicação por Satélite é um segmento que cresce rapidamente do mercado de


telecomunicações porque provê circuitos seguros e de alta capacidade.

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Na maioria dos aspectos a comunicação por satélite é semelhante a comunicação de micro-
ondas. Ambas usam as mesmas ondas de rádio de frequência muito alta (VHF) e ambos
requerem transmissão com linha de visada. Um satélite executa a mesma função
essencialmente de uma torre de micro-ondas.

Porém, os satélites são posicionados 36.000 quilômetros sobre a terra em uma órbita
geosíncrona, isto significa que eles permanecem estacionados relativamente a uma
determinada posição na superfície de terra.

Outra diferença entre a micro-ondas e comunicações por satélite são os métodos de


transmissão do sinal. Micro-ondas usam só uma frequência para enviar e receber
mensagens. Os satélites usam duas frequências diferentes -- uma para o uplink (subida do
sinal da terra para o satélite) e uma para o downlink (descida do sinal do satélite para a
terra).

Um dispositivo chamado de transponder é levado a bordo do satélite. Ele recebe uma carga
de sinal de uplink de uma parábola de micro-ondas terrestre, amplifica (analógico) ou
regenera (digital) o sinal, e então retransmite uma carga de sinal de downlink à parábola da
micro-ondas de destino na terra.

1.3.3.1 Vantagens de Transmissão por Satélite

Transmissão de satélite provê acesso a grandes áreas geográficas (limitado pelo tamanho da
área de cobertura do satélite), transmissão por difusão ponto para multiponto, uma grande
Largura de Banda e é muito seguro.

1.3.3.2 Desvantagens de Transmissão de Satélite

Problemas associados com transmissão por satélite incluem: demora de propagação (atraso
ou delay), exigência de licenças (autorização) por agências reguladoras oficiais por
questões de segurança relativas à natureza de difusão (broadcasting) de transmissão por
satélite. Partes indesejadas dentro da área de cobertura (footprint) dos satélites podem
receber transmissão de downlink ilicitamente.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bernal, V. B. (2012). Tecnologia de Redes: Meios Físicos de Transmissão. Em V.


B. Bernal.
Fey, A. F. (2017). Apostila Introdução à Comunicação de Dados e Redes de
Computadores. Caxias do Sul.
Raulino, F. (s.d.). Conceitos Básicos Comunicação de Dados. Em F. Raulino,
Conceitos Básicos Comunicação de Dados.

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