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Profs.

Belchior Pereira/Lídia Venâncio


Um meio físico de transmissão numa rede de computadores, é o canal
de comunicação pelo qual os computadores enviam e recebem os sinais
que codificam a informação. O mais usual é a utilização de um entre
vários tipos de cabos existentes para o efeito.

No entanto, também existem redes e sistemas de comunicação entre


computadores que funcionam sem cabos, através da propagação de
ondas no espaço – comunicação wireless ou sem fio.
Os meios físicos de transmissão são um dos principais componentes
dos sistemas de comunicação. Em termos gerais, os meios de
transmissão podem ser agrupados em três grandes famílias:

 Meios de transmissão metálicos

 Meios de transmissão de fibra óptica

 Meios de transmissão sem fios.


Os condutores metálicos são os mais simples e mais divulgados meios
físicos de comunicação usados na transmissão de sinais eléctricos. Os
condutores metálicos têm vindo a adaptar-se às crescentes exigências
dos sistemas de comunicação. Este crescimento tem sido conseguido
pelo enorme esforço de investigação na área do processamento
digital de sinais, associado ao desenvolvimento de novas
tecnologias e equipamentos que tem permitido que se continue a tirar
partido da enorme base instalada destes meios de transmissão para o
suporte de novos sistemas de comunicação de banda larga.
Os condutores metálicos são constituídos por conjuntos de vários
fios, com boas propriedades de condução eléctrica, feitos de ligas
metálicas à base de cobre (embora também possa ser usado o
alumínio). Os fios condutores são separados por um material isolante
construído em material termoplástico, em PVC (cloreto de polivinilo)
ou outro material sintético com propriedades de isolamento eléctrico
semelhantes.
Existe uma enorme variedade de meios de transmissão metálicos
determinada pelos materiais isolantes usados e pelo número e
características dos condutores metálicos. Esta enorme diversidade pode
ser agrupada, de acordo com algumas características e domínios de
aplicação comuns, num conjunto mais limitado de famílias, que irá ser
objecto de uma análise mais detalhada no seguimento desta secção.
As linhas de condutores aéreos são constituídas por um par de
condutores de cobre nu, sendo o isolamento garantido pelo espaço livre
que separa os condutores. Este meio de comunicação foi muito usado
no passado para transmissão de voz, encontrando-se, actualmente,
em desuso.
Os cabos simples são construídos por dois ou mais condutores,
normalmente de cobre, envolvidos por um material isolante
(habitualmente colorido) e agrupados em feixe, com um isolamento
exterior envolvente, ou dispostos lado-a-lado em faixa (flat cable).
Podem também dispor de blindagem exterior envolvente em fita ou malha
metálica.
Para além das interferências de origem externa, que podem ser
atenuadas pela existência de blindagem, a transmissão de sinais
eléctricos em cabos de cobre é, ainda, afectada por um fenómeno
electromagnético designado por diafonia (crosstalk).

A diafonia (crosstalk) é a interferência que um par provoca no par


adjacente, este fenómeno é conhecido no telefone como linha cruzada.

Os efeitos da diafonia impõe limites à capacidade de transmissão e à


distância máxima de transmissão.
Os cabos de pares entrançados garantem aos sinais uma protecção
contra interferências muito superior aos cabos simples. Neste tipo de
meios de transmissão, os pares condutores de cobre com isolamento
individual são enrolados em torno de si próprios, formando uma trança.
Um cabo de pares entrançados possui normalmente, vários pares
entrançados protegidos por isolamento exterior envolvente.
Importância e utilização

Em termos electromagnéticos, a proximidade entre condutores de sinal


e de referência num par entrançado faz com que as interferências
afectem de forma semelhante o sinal e a sua referência (diferencial ou
absoluta), o que reduz substancialmente os efeitos da interferência
electromagnética (Electromagnetic Interference, EMI) aquando da
recepção do sinal, uma vez que esta é realizada através da leitura da
diferença de potencial entre os dois condutores.
Importância e utilização

O facto de os sinais transportados em cada um dos condutores de um


entrançado variarem em direcções opostas (em termos
electromagnéticos e especiais), faz com que a radiação electromagnética
emitida por cada um dos condutores individuais seja quase
completamente anulada pela radiação electromagnética de sentido
oposto gerada pelo seu par diferencial.
Designações de acordo como tipo de blindagem

Os cabos de pares entrançados são designados de acordo com o tipo de


blindagem que possuem.

São, normalmente, utilizadas as seguintes designações:

 Cabo UTP ( Unshielded Twisted Pair) – designação dos cabos sem


qualquer tipo de blindagem individual ou colectiva.

 Cabo STP (Shielded Twisted Pair) – designação dos cabos com


blindagem exterior envolvente de todos os pares e com blindagem
individual em cada par.
Designações de acordo como tipo de blindagem

 Cabo S/UTP (Screened / Unshielded Twisted Pair) - estas


designações abrangem os cabos com uma protecção exterior
(screen) envolvente de todos os pares, mas sem blindagem
individual. Os cabos S/UTP também aparecem designados pelo
acrónimo FTP (Foiled Twisted Pair).
Designações de acordo como tipo de blindagem

Devido às características de relativa imunidade a interferências que


permitem a utilização com débitos superiores e maiores distâncias, os
cabos de pares entrançados são usados em múltiplas e variadas
situações na transmissão de informação.

Exemplos:

 redes de voz em edifícios

 transmissão de dados em edifícios


Designações de acordo como tipo de blindagem
Cabo UTP como o mais utilizado

Os cabos de pares entrançados consistem em um ou vários pares de fios


de cobre; os dois fios de cada par são entrançados, ou seja,
enrolados em torno um do outro, com o objectivo de criar à sua volta
um campo electromagnético que reduz a possibilidade de interferências
de sinais externos.
Existem várias categorias de cabos UTP que são:

 Cat 3: UTP, S/UTP ou STP; Largura de banda 16 MHz; 10 Mbit/s

 Cat 4: UTP, S/UTP ou STP; Largura de banda até 20 MHz; 16Mbit/s

 Cat 5: UTP, S/UTP ou STP; Largura de banda até 100MHz, 100Mbit/s

 Cat 5e: UTP, S/UTP ou STP; Largura de banda até 125MHz; 1Gbit/s

 Cat 6:UTP, S/UTP; Largura de banda até 250 MHz; 1Gbit/s

 Cat 6e: UTP, S/UTP; Largura de banda até 500 MHz; 10Gbit/s

 Cat 7: STP; Largura de banda até 600 MHz; backbones 10Gbit.


Designações de acordo como tipo de blindagem
Ferramentas para os cabos UTP

As ferramentas necessárias para cabos UTP são:

 as fichas RJ-45

 o alicate de cravar

 descarnador para Cabo


Tipos de ligações e respectivos esquemas
Fichas RJ

RJ-45 é o conector padrão utilizado em 4-pair (8 fios) UTP. O conector

RJ significa "Registered Jack “.

Numeração dos 4 pares entrançados e pinologia da ficha RJ-45:

Par 1: Branco laranja (1) + Laranja (2)

Par 2: Branco verde (3) + Verde (6)

Par 3: Branco azul (5) + Azul (4)

Par 4: Branco castanho (7)+ Castanho (8)

A vermelho os pinos necessários para 10 Mbps


Tipos de ligações e respectivos esquemas
Fichas RJ
Tipos de ligações e respectivos esquemas
Fichas RJ
Elaboração de cabos

As figuras mostram a sequência em que os condutores (fios)


devem ser colocados no conector RJ45.
Elaboração de cabos
Elaboração de cabos
Nos cabos coaxiais os sinais são conduzidos através de um condutor
metálico normalmente em cobre ou em alumínio, instalado de forma
concêntrica relativamente a uma blindagem exterior envolvente,
normalmente constituída por uma malha metálica. O espaço entre o
condutor central e a blindagem é preenchido por um material isolante. A
blindagem exterior é também revestida por uma bainha de material
isolante e protector.
Do ponto de vista electromagnéticos, a geometria dos cabos coaxiais
garante, mesmo para frequências da ordem dos vários Ghz, uma
limitação eficaz das perdas por radiação e efeito pelicular. Estas
características fazem com que os cabos coaxiais sejam normalmente
utilizados na transmissão de sinais a altas frequências, sempre que as
limitações dos cabos entrançados, devidas ao efeito pelicular e à
radiação, inviabilizam a utilização destes meios de transmissão.
São típicas as utilizações de cabos coaxiais na construção de redes de
distribuição de TV (TV por cabo), em distâncias inferiores a um
quilómetro, transportando várias dezenas de canais de TV e canais de
dados (para acesso Internet por cabo). São também usados nas redes de
distribuição dos operadores telefónicos em distâncias até alguns
quilómetros e com débitos agregados da ordem dos vários Mbps.

Em redes locais, embora a sua utilização venha a ser preterida em favor


dos cabos de pares entrançados, são ainda bastantes utilizados no
suporte de tecnologias com débitos da ordem dos Mbps, em distâncias
que podem ir até às várias centenas de metros.
Através de pesquisa na Internet elabore uma apresentação sobre:
 A importância dos meios físicos de transmissão;
 Características e propriedades de todos os meios de
transmissão metálicos.
Modalidade: Trabalho em grupo.
Formato: Apresentação do Powerpoint.
Prazo de entrega: até ao final da aula.
Outra vertente de cabos são as fibras ópticas (FO). Estes, ao contrário
dos anteriores, não são cabos eléctricos. Numa FO é transmitida luz no
seu interior através de reflexões sucessivas (geralmente em vidro). É
utilizada sobretudo para grandes distâncias e quando são necessárias
altas velocidades de transmissão.
 A FO alcança maiores distâncias devido à baixa atenuação e baixa taxa
de erros.

 A FO é muito mais leve que o cobre o que facilita a sua instalação. No


entanto, devido à sua fragilidade requer cuidados na sua utilização,
visto quebrar com facilidade. O custo da sua instalação é por isso mais
elevado e requer pessoal especializado.

 Qualquer problema na fibra (ex.: corte) implica uma fusão (o que fica
dispendioso) e isso traduz-se numa atenuação do sinal. No cobre, as
junções e reparações são mais simples de realizar.
A caracterização das fibras ópticas é determinada sobretudo pela
dimensão do núcleo e por um conjunto de medidas de perdas e
atenuação óptica que permitem caracterizar a ligação de classe óptica.
Características Mecânicas

A tabela resume as principais características mecânicas dos cabos de


fibra óptica.
 Multimodo – vários comprimentos de onda a percorrer a mesma fibra,
tecnologia mais barata (que monomodo), maior diâmetro e percorre
distâncias mais curtas que as FO Monomodo. Apresenta maior
dispersão modal.

 Monomodo - Apenas um comprimento de onda a percorrer a fibra,


tecnologia mais dispendiosa e mais difícil de instalar devido ao seu
menor diâmetro. Percorre distâncias mais longas que as FO Multimodo.
A primeira comunicação sem fios através de um sistema
electromagnético foi realizada em 1897, em Salisbury, Inglaterra, a uma
distância de 4Km, pelo italiano Guilherme Marconi, considerado o
inventor da telefonia sem fios (TSF).

Desde essa data, os meios de transmissão de informação em espaço


aberto têm sofrido uma constante evolução, sendo actualmente utilizados
nas mais variadas aplicações, incluindo evoluções rádio original, nos
telefones sem fios, até aos mais sofisticados sistemas de telefone móvel
de última geração.
A transmissão de informação deste tipo de meios de comunicação é
realizada recorrendo a operações de modulação (e posterior
desmodulação no receptor) de uma fonte de radiação
electromagnética situada na gama das microondas (dos 2 aos 30 GHz).
Nesta gama de frequências é possível a construção de antenas
extremamente direccionais, o que torna este tipo de comunicações
particularmente adequado a ligações ponto-a-ponto, sendo,
normalmente, necessária a completa desobstrução do espaço entre os
dois pontos interligados.
As comunicações em microondas são usadas na construção de redes
informáticas em duas situações típicas: ligações terrestres e ligações
terra-satélite.
As ligações terrestres em microondas são, sobretudo, usadas na
interligação de redes privadas quando existe linha de vista entre os locais
a interligar. São típicas utilizações em distância até aos 3 Km, suportando
débitos da ordem dos Mbps (normalmente 2 ou 10 Mbps).
Também é possível a utilização destes meios de comunicação em ligações
que podem ir até aos 50 Km, sendo, para isso, necessária a utilização de
níveis de potência no transmissor que só são autorizados a operadores de
comunicações, razão por que estas ligações são quase exclusivamente
usadas na construção das redes destes últimos e no acesso a estas.
As ligações terra-satélite em microondas são usadas nas ligações
intercontinentais das redes dos operadores de comunicação. É também
vulgar a utilização deste tipo de ligações no acesso e interligação de
redes informáticas com uma elevada dispersão geográfica ou
localizadas em locais remotos. As ligações terra-satélite normalmente
suportam uma largura de banda elevada (da ordem dos 500 MHz),
embora introduzam atrasos também elevados (da ordem dos 0.25
segundos em ligações a satélites geoestacionários) que podem chegar
a ser perturbadores em aplicações interactivas.
A designação “ligações rádio” abrange um conjunto de meios de
comunicação que têm em comum o facto de usarem radiação
electromagnética na transmissão de informação, numa gama inferior à
gama utilizada pelas ligações em microondas, e de serem normalmente
utilizadas no suporte de sistemas de comunicação móvel. Estas ligações
são normalmente suportadas por um conjunto de equipamentos de
estações base, interligadas entre si por sistemas de cablagem
convencionais e localizadas em pontos estratégicos de forma a
garantirem máxima cobertura do espaço a abranger pela instalação.
Cada uma das estações base forma uma célula que é definida pela sua
cobertura em termos geográficos.
A localização das estações base deve garantir alguma
sobreposição entre células adjacentes, de modo a não existirem
zonas sem cobertura e a tornarem mais fácil o processo de
transição entre células (roaming).
Nas redes informática, as ligações rádio são, sobretudo, usadas nas
situações em que é necessário garantir mobilidade aos sistemas
terminais. Dependendo da especificidade da tecnologia utilizada e da
geometria física dos locais a abranger, uma estação base pode cobrir
um raio que pode ir desde as poucas dezenas de metros no interior
dos edifícios, até algumas centenas, se as ligações forem em espaço
aberto.
Outra utilização muito importante das ligações rádio é na construção
de sistemas de telefone sem fios (DECT – Digital Enhanced Cordless
Telecommunications, TDMA - Time Division Multiple Access, CDMA –
Code Division Multiple Access, GSM – Global Systems for Mobile
Communications, GPRS – General Packet Radio System, e UMTS –
Universal Mobile Telecommunication System) que, com a evolução das
comunicações de dados móveis, vêm a ser cada vez mais utilizados no
acesso móvel a redes informáticas.
A principal desvantagem das ligações via rádio está relacionada com a
segurança, uma vez que o sinal pode ser facilmente escutado por
entidades não autorizadas.
Esta fragilidade é, normalmente, colmatada com sofisticados esquemas
de codificação e encriptação, que garantem um bom nível de segurança
na troca de informação.
A gama espectral dos infra-vermelhos é, também, usada na construção
de sistemas de comunicação sem fios. Para além das vulgares
utilizações em dispositivos de controlo remoto (de TV, gravadores de
vídeo, etc.), as ligações em infra-vermelhos são também usadas na
ligação de computadores a periféricos e na construção de redes
locais de pequena dimensão. A principal vantagem deste tipo de ligações
reside na largura de banda disponível para comunicação e no facto de
não ser necessário obter aprovação das entidades gestoras do
espaço radioeléctrico para a instalação das ligações.
A grande desvantagem e principal limitação à maior difusão desta
tecnologia está relacionada com a necessidade de existência de linha de
vista entre os dispositivos.
As emissões laser podem também ser utilizadas para transportar
informação em espaço aberto entre dois pontos em linha de vista.
Este tipo de ligações é bastante usado para interligar redes privadas
nas situações em que existindo linha de vista entre os pontos a
interligar, não é possível ou economicamente viável a instalação de
cabos de fibra óptica.
A principal vantagem destas ligações reside na enorme largura de
banda disponível (existem no mercado dispositivos capazes de
transmitir a 622 Mbps a distâncias da ordem dos 3 Km) e no facto de
não ser necessário obter aprovação das entidades gestoras do espaço
radioeléctrico para a instalação das ligações. A principal
desvantagem está relacionada com a sensibilidade destas ligações às
condições atmosféricas, nomeadamente à existência de nevoeiros ou
poeiras no percurso do feixe. Outra desvantagem importante prende-se
com a necessidade de ser mantido um alinhamento rigoroso dos
dispositivos emissor e receptor, o que pode ser bastante complicado,
sobretudo quando a distância aumenta e quando é necessária a
utilização de torres metálicas ou de outras estruturas sensíveis aos
ventos ou à dilatação térmica.
Através de pesquisa na Internet elabore uma apresentação sobre
Fibra óptica:
 Vantagens e desvantagens, características e propriedades
e tipos de fibras ópticas.
Modalidade: Trabalho em grupo.
Formato: Apresentação do Powerpoint.
Prazo de entrega: até ao final da aula.
Através de pesquisa na Internet elabore uma apresentação sobre
Meios sem Fios:
 Crescente utilização e evolução;
 Ligações em microondas;
 Ligações via rádio;
 Ligações em infra-vermelhos;
 Ligações laser.
Modalidade: Trabalho em grupo.
Formato: Apresentação do Powerpoint.
Prazo de entrega: até ao final da aula.
Para a completa caracterização dos meios de transmissão, além da
largura de banda e do débito máximo usados nas descrições anteriores, é
necessária a avaliação de um conjunto de outras grandezas físicas que
reflectem o efeito de vários fenómenos sobre o processo de condução
dos sinais eléctricos, electromagnéticos ou ópticos ao longo de um
canal de comunicação. Nesta secção irá ser realizada uma breve
descrição das grandezas físicas mais importantes para a caracterização
dos vários meios de transmissão, acompanhada de uma análise do seu
efeito sobre a transmissão de sinais.
Nos condutores metálicos, a oposição do meio de transmissão ao
avanço da corrente eléctrica é medida pela impedância característica,
expressa em Ω(Ohm). A existência, ao longo de um canal de
transmissão, de componentes com impedâncias diferentes provoca
reflexões no sinal transmitido (desadaptação de impedância). Também
é necessário que exista adaptação entre a impedância do meio de
transmissão e as impedâncias internas do transmissor e do receptor para
que não ocorram perdas de sinal.
As perdas de retorno, expressas em dB (Decibel), são provocadas por
reflexões que ocorrem nos meios de transmissão devidas a
descontinuidades de vária ordem. Nos meios metálicos, a principal
causa deste tipo de descontinuidades é a desadaptação de impedância
nos locais de interligação entre componentes do meio de
transmissão (nos conectores, por exemplo). Nos meios de transmissão
em fibra óptica, as perdas de retorno são, sobretudo, causadas por
reflexão óptica nas terminações da fibra ou nos locais de junção de
cabos por fusão. O efeito das perdas de retorno é particularmente
importante quando o meio de transmissão é usado de forma
bidireccional, pois, nestes casos, o sinal reflectido interfere com o sinal
recebido (feito eco).
Todos os tipos de meios de transmissão provocam desvanecimento no
sinal ao longo da sua travessia, a que é dada a designação de perdas
de atenuação, sendo normalmente expressas em dB. Na generalidade
dos meios de transmissão, o principal factor de perdas por atenuação é
a distância. Nos meios de condutores metálicos, conforme foi já referido,
as perdas de atenuação aumentam com a frequência, devido ao efeito
pelicular. Perdas de atenuação excessivas podem impedir a
descodificação do sinal pelo receptor.
Uma das principais limitações ao aumento da frequência dos sinais (e
consequentemente do débito) nos meios de transmissão resulta do efeito
da diafonia. Como foi já referido, a diafonia é devida a acoplamento
electromagnético entre sinais eléctricos em meios de transmissão
adjacentes, sendo o seu efeito caracterizado por uma grandeza designada
por atenuação diafónica que é expressa pela diferença, em dB, entre
a potência do sinal transmitido e a potência induzida em cada um dos
meios de transmissão adjacentes.
Com o aumento da frequência aumenta a diafonia e,
consequentemente, diminui a atenuação diafónica.

Para além da frequência, contribuem para o aumento da diafonia um


conjunto variado de outros factores relacionados com as características
físicas dos cabos e com os processos de instalação e manutenção, e com
a utilização dos sistemas de cablagem.
O enrolamento dos condutores nos cabos de pares entrançados
contribui para a redução da diafonia. Assim, o aumento da diafonia está
muitas vezes relacionado com deficiências no processo de instalação
dos cabos. Por exemplo, a aplicação de uma força de tracção excessiva
durante o processo de instalação ou a instalação dos cabos com um
raio de curvatura apertado ou o esmagamento devido a agressão
mecânica sobre os cabos, podem fazer aumentar a proximidade dos
condutores ou provocar o desenrolamento dos pares, o que tem,
inevitavelmente, como consequências um aumento de diafonia.
Também contribui para o aumento de diafonia o processo de
interligação dos cabos entrançados com outros cabos ou com
equipamentos de comunicações.
Estas ligações são, normalmente, realizadas através de conectores,
que possuem um conjunto de elementos de contacto dispostos em
paralelo e impõem, ainda, o desenrolamento dos condutores numa
distância adicional à superfície de contacto.
Existem outras grandezas mais específicas com alguma influência na
caracterização dos meios de transmissão. De entre estas destacam-se,
na caracterização dos meios metálicos, as grandezas relacionadas com a
capacitância e com a resistência eléctrica.
Na norma ISO/IEC 11801, a descrição da estrutura de um sistema
de cablagem é complementada com um conjunto de especificações e
recomendações relativas ao tipo de cablagem a usar em cada
subsistema, aos comprimentos máximos admitidos e à classificação
da ligações.
Na cablagem horizontal, o limite de 90 metros estabelecido pela norma
permite deixar uma margem de 10 metros para o conjunto de chicotes
de interligação necessários. Da mesma forma, nos subsistemas de
backbone são impostos limites máximos de 30 metros aos chicotes
a utilizar.
Na norma ISO/IEC11801 são definidas sete classes de aplicação, conforme
especificado na tabela:
A remodelação de um sistema de cablagem é um processo
moroso e caro que normalmente, traz grande transtorno ao
funcionamento das instituições. Por este motivo, é importante que no
planeamento de um sistema de cablagem sejam adoptados princípios
que garantam máxima longevidade e versatilidade na utilização destas
infra-estruturas e permitam a escolha da tecnologia mais adequada a
cada momento, de acordo com as necessidades e com a melhor relação
custo/desempenho.
A flexibilidade na utilização de um sistema de cablagem é garantida
pela instalação de tomadas para acesso à rede em todos os locais em
que se possa prever, ainda que remotamente, a necessidade da
utilização de equipamento de comunicações. Estas tomadas devem
ser servidas a partir de uma rede de distribuidores de piso (FDs) com
capacidade adequada ao número de tomadas servidas e em número
suficiente para abranger todas as áreas do edifício.
Segundo a norma ISO/IEC11801, devem ser instaladas no mínimo duas
tomadas por cada 10 m2 de área de trabalho, sendo uma
preferencialmente destinada a serviço de voz e outra a serviço de dados.

Ainda segundo a mesma norma, deve ser instalado pelo menos um


distribuidor de piso (FD) por cada 1000 m2 de área bruta, devendo existir
pelo menos um distribuidor de piso por cada piso do edifício, excepto se
os pisos forem de reduzidas dimensões, caso em que se admite a
utilização de um distribuidor para servir vários pisos adjacentes.
A instalação de sistemas de cablagem para suporte de redes
informáticas, deve ser realizada durante as fases de construção ou
remodelação, a par da instalação de outras infra-estruturas
fundamentais como redes de energia ou de abastecimento de água.
Os sistemas de cablagem a implantar devem ser genéricos para
poderem suportar um leque alargado de tecnologias de comunicação e
de aplicações telemáticas (voz, dados, vídeo, multimédia, etc. …).
Outra característica importante para a garantia de generalidade,
flexibilidade e longevidade de um sistema de cablagem é a sua
normalização. Na definição dos traçados e na especificação e
selecção dos componentes da cablagem, devem-se respeitar as
normas internacionais, sempre que disponíveis ou, na ausência
destas, por normas de âmbito mais restrito (regionais, nacionais ou de
associações de fabricantes).
Um sistema de cablagem planeado, instalado e mantido de acordo com
normas internacionais, apresenta uma maior vida útil devido à
capacidade de adaptação às actualizações tecnológicas dos
equipamentos de comunicação. A normalização dos sistemas de
cablagem ao nível das características eléctricas ou ópticas dos seus
componentes permite ainda uma validação completa após instalação,
realizada com recurso a equipamento especial concebido para teste e
certificação destes sistemas.
São três as normas actualmente determinantes nas actividades
relacionadas com o planeamento, instalação e teste de sistemas de
cablagem:

a norma ANSI TIA/EIA T568A


a norma CENELEC EN 50173
a norma ISO/IEC 11801
A norma ANSI TIA/EIA T568A significa:
ANSI - American National Standards Institute;
TIA - Telecommunications Industries Association;
EIA -Electrical Industries Association;
Contém as especificações de um sistema de cablagem genérico para
integração de voz e dados em infra-estruturas de comunicação privada.
Recomenda topologias, distâncias máximas, fichas, conectores, código
de cores, etc.
EN 50173
Definida pelo CENELEC. Comité Européen de Normalisation
Electrotechnique, é uma norma regional europeia que acrescenta
normas de segurança contra incêndio, sem emissão de halogéneo
e baixos níveis de fumo (LSZH) e em temos de radiação
electromagnética máxima.

AS/NZS 3080
Normas australianas e neozelandesas, semelhantes às europeias e
acrescenta a definição para o possível suporte de Gigabit Ethernet.
A sigla de ISO/ IEC significa: International Organization for
Standardization; International Electrotechnical Commission. Esta norma é
baseada na ANSI TIA/EIA-T568A e acrescenta vídeo em redes privadas
aos protocolos.
Além disso, define normas para distâncias máximas de 3000 m e
abrangendo uma área máxima de 1.000.000 m2. Define também sete
classes de utilização que são: A, B, C, D, E e F e classe óptica. Com
respectivamente capacidades de 100KHz, 1MHz, 16 MHz, 100 MHz, 200
MHz e 600 MHz e acima de 600 MHz. Por último define conceito
de arquitectura óptica centralizada.
Uma cablagem estruturada é composta por um conjunto muito variado de
componentes (cabos, conectores, distribuidores, painéis de interligação,
etc) destinados ao suporte físico das infra-estruturas de comunicações.
Este conjunto de componentes – normalmente designado por
equipamento passivo – deve permitir a interligação do equipamento
informático (computadores pessoais e servidores), do equipamento activo
de dados (hubs, switchs, routers, etc.), do equipamento de voz (telefones
e central telefónica) e, em geral, de todo o equipamento de
comunicações que venha a ser necessário na infra-estrutura
(câmaras de vídeo, sistemas de teleconferência, etc).
Na tabela a seguir estão definidas as distâncias máximas
abrangidas pelos cabos de categorias 3 a 7 em função das
classes de aplicações suportadas.
Características Mecânicas
As características mecânicas dos cabos de cobre podem ser
consideradas em dois grupos distintos.
 O primeiro grupo abrange as características relacionadas com as
especificações dos componentes dos cabos (números de condutores,
de diâmetro dos condutores, diâmetro exterior, características das
blindagens, características dos revestimentos e isolamentos, resistência
ao fogo, etc.).
 No segundo grupo estão incluídas as características relacionadas
com a definição de parâmetros de instalação e operação (força máxima
de tracção e raio mínimo de curvatura durante a instalação, temperatura
de operação, etc).
Que cabo escolher?

Embora a norma ISO/IEC 11801 admita a utilização de cabos de


categoria 3 para suporte de serviço de voz, conjuntamente com a
utilização de cabos de categoria 5 ou superior) para suporte de
aplicações de dados, a reduzida diferença de custos entre os dois tipos
de cabo não justifica a utilização do primeiro, nem compensa as
vantagens de simplicidade e de versatilidade que resultam da utilização
de um único tipo de cabo de cobre no sistema de cablagem.
A categoria 6 constitui a escolha actualmente mais comum na
construção dos subsistemas horizontais dos sistemas de cablagem
estruturada.
Cabos de fibra óptica

Os cabos de fibra óptica suportam a implementação dos


subsistemas de backbone de dados (edifícios e campus) e a
implementação de ligações de classe óptica no subsistema horizontal ou
na arquitectura óptica centralizada.
As protecções na cablagem de fibra óptica podem ser analisadas a dois
níveis: protecção individual às fibras e protecção exterior do cabo. Em
termos de protecções individuais às fibras, são usadas duas soluções
distintas suportadas por duas técnicas alternativas de construção dos
cabos.
Tight-buffered (protecção ajustada) – que consiste em garantir uma
protecção individual ajustada a cada fibra, através do envolvimento da
bainha numa película protectora colorida designada por protecção
primária, sendo esta envolvida numa camada de silicone (buffer) que, por
sua vez, é protegido por um revestimento externo em nylon (ou outro
material com características idênticas).
Loose-tube (protecção folgada) – nesta técnica de construção as
fibras são apenas revestidas com a protecção primária (colorida para
permitir a sua identificação), sendo introduzidas em grupo num tubo onde
ficam soltas para que possam mudar de posição em reacção a agressões
mecânicas (por exemplo, raio de curvatura excessivos ou força de tracção
excessiva).
Que fibra óptica escolher

A escolha de uma fibra para um sistema de cablagem estruturada


resume-se à opção entre fibras multimodo com núcleo de 62,5 µm ou 50
µm de diâmetro, já que as fibras monomodo só são recomendadas para
distâncias entre distribuidores superiores a 2 km. Embora a norma
ISO/IEC 11801 aponte para as fibras com núcleo de 62,5 µm de
diâmetro, assiste-se a uma preferência para as fibras de 50 µm devido às
melhores características de atenuação.
Os equipamentos de interligação são as peças fundamentais de qualquer
rede informática.
Juntamente com a cablagem constituem a estrutura de suporte a todas as
actividades de comunicação. Neste grupo destacam-se os repetidores, os
concentradores (hubs), as pontes (bridges), os comutadores (switches) e
os encaminhadores (routers).
Os equipamentos de interligação de redes permitem a ligação de
sistemas terminais (postos de trabalho e servidores) à rede, a interligação
de vários segmentos ou troços dentro da mesma rede, ou a interligação
de redes distintas.
Os repetidores são dispositivos de hardware utilizados para a conexão
de dois ou mais segmentos de uma rede local. Eles recebem e
amplificam o sinal proveniente de um segmento de rede e repetem
esse mesmo sinal no outro segmento.
Um repetidor actua na camada física do modelo OSI, exercendo função
de regenerador de sinal entre dois segmentos de redes locais.
A limitação do número de repetidores é obtida de acordo com o
protocolo utilizado (por exemplo, no protocolo Ethernet o número
máximo é de quatro). Um sistema pode conter vários slots de
cabos e repetidores, mas nenhum caminho pode atravessar mais de
quatro repetidores.
Um repetidor permite inter conectar dois segmentos de redes locais da
mesma tecnologia e eventualmente, opera entre meios físicos de tipos
diferentes (10base2 e 10base5, por exemplo).
O Hub, concentrador ou Multiport Repeater é um dispositivo de rede que
liga os computadores entre si, mas na realidade ele serve também de
repetidor multi-porta, isto porque ele passa ou repete toda a informação
que recebe para todas as suas portas.
Internamente um Hub possui um barramento (topologia lógica em
barramento) partilhado por todos os computadores a ele ligados.
Um Hub actua na camada física do modelo OSI
Modo de funcionamento
 Recebe uma trama de cada vez;
 Retransmite a trama para as restantes portas (broadcast).

Características
 Apenas suporta uma comunicação de cada vez;
 Não permite que duas portas trabalhem a velocidades diferentes
(limitada por defeito à velocidade mais baixa);
 Existe colisão quando duas máquinas transmitem em simultâneo.
As Bridges (ou pontes) são equipamentos que possuem a capacidade de
segmentar uma rede em várias sub-redes com o objectivo de diminuir o
fluxo de dados (o tráfego) ou compatibilizar diferentes padrões de redes.
A função principal da bridge é manter o tráfego separado em ambos os
lados.
O tráfego só passa se for dirigido a uma estação do lado oposto.
As Bridges podem ligar redes de vários tipos, isto é, Ethernet a Fast
Ethernet, Ethernet a Token-Ring.
O switch difere do Hub porque comuta as suas portas para permitir
que a estação de origem fique apenas ligada à de destino. As
semelhanças com os concentradores residem no facto de serem
dispositivos com vários portos, permitindo a interligação de postos
de trabalho, servidores e outros equipamentos numa topologia física
em estrela. As semelhanças com as pontes residem no facto de
isolarem o tráfego entre os diversos segmentos, fazendo o
encaminhamento e comutação da informação apenas para o
segmento onde se encontra a máquina destino.
Modos de funcionamento dos switchs:
Store-and-forward
 O switch coloca o frame no buffer e só depois de integralmente
recebido é encaminhado.
Cut-through
 O switch lê o endereço de destino do frame e faz logo o
encaminhamento sem colocar o frame no buffer.
Fragment free
 O switch somente lê os primeiros 64 bytes do frame e verifica se
estão correctos fazendo posteriormente o encaminhamento

Os switchs funcionam na camada 2 do modelo OSI.


Também designados gateways (porque interligam redes diferentes). O
Encaminhador é um equipamento responsável pela interligação das
redes locais entre si e de redes remotas em tempo integral. Ou seja,
permite que uma máquina duma dada rede LAN comunique com
máquinas de outra rede LAN remota, como se as redes LAN fossem
uma só. Para isso, utiliza os protocolos de comunicação padrão como
TCP/IP, SPX/IPX, Appletalk, etc. Têm a função de decidir o melhor
caminho para os "pacotes" percorrendo até ao seu destino entre as
várias LAN’s e dividindo-as, mantendo-se a identidade de cada sub-
rede.
Devido às suas habilidades sofisticadas de gestão de redes, os
routers podem ser utilizados para conectar redes que utilizam
protocolos diferentes (de Ethernet para Token Ring, por exemplo).
Como o router examina o pacote de dados inteiro, os erros não são
passados para a LAN seguinte.
Os routers são capazes de interpretar informações complexas de
endereçamento e tomam decisões sobre como encaminhar os
dados através dos diversos links que interligam as redes
podendo incluir mais informações para que o pacote seja
enviado através da rede.
Os routers podem seleccionar caminhos redundantes entre segmentos
de rede local e podem conectar redes locais usando esquemas de
composição de pacotes e de acesso aos meios físicos
completamente diferentes. No entanto, por causa da sua
complexidade e funcionalidade, um router é mais lento do que uma
Bridge, pois lê as informações contidas em cada pacote, utiliza
procedimentos de endereçamento de rede para determinar o destino
adequado e então recompõe os dados em pacotes e os
retransmite.
Os routers funcionam na camada 3 do modelo OSI.
Distribuidores também designados por bastidores ou armários repartidores.
Características principais:
 de montagem “rack” de 19” de largura
 altura em função das necessidades
 com painéis passivos com tomadas RJ45
 com painéis passivos para fichas ST ou SC
 com guias de “patching” para a arrumação dos chicotes entre os
equipamentos activos e os painéis passivos
 os chicotes devem ser de categoria igual ou superior à das cablagens

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